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A SUBMISSÃO DA MULHER PELO HOMEM

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UNOESC - UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA 
CURSO: SOCIOLOGIA
COMPONENTE: SOCIOLOGIA DAS DIFERENÇAS
PROFESSORA: ELIZANDRA IOP
ACADÊMICOS: TEREZA G. MORANDIN, ANDRE LUIZ RAUBER
OS NEGROS NA SOCIEDADE BRASILEIRA
Desde a época do Brasil Colonial que tem-se a presença dos negros no país. Inicialmente vieram vitimas do trafico negreiro vindo do litoral africano, que os trouxeram para trabalharem como escravos nos mais variados setores de produção, com destaque ao trabalho desenvolvido nas fazendas de cana-de-açúcar e mineração. A justificativa de religiosos da época, é que a escravização dos negros era uma forma de “castigo” que supostamente os deixaria mais próximos do cristianismo.
Ainda no continente Africano, antes de entrar nas embarcações, os escravos eram marcados a ferro quente no peito ou nas costas com os sinais que identificavam a que traficante pertencia.
No decorrer dos tempos, estes escravos foram abusados e torturados nos campos de trabalho, tinham que cumprir jornadas de trabalhos que levavam-nos a exaustão mental e corporal, e assim diminuindo seus anos de vida. Como se não bastasse todo este sofrimento, os mesmos eram muitas vezes expostos a torturas, castigos físicos, para com isso conseguir melhor sua dominação, porém muitos não suportavam e acabaram por morrer. 
Devido as situações que os negros eram expostos, muitos se organizavam e promoviam rebeliões, e estas fugas deram origem a formação de quilombos, que eram comunidades de negros que fugiam das fazendas. Cada Quilombo tinha um chefe, porém todos eles eram submissos ao chefe geral, que era o Zumbi do Palmares, responsável este pelo maior dos Quilombos do Brasil, localizado no estado de Alagoas, e chegou a abrigar cerca de 20 mil negros na década de 1670.
A escravidão teve duração de mais de três séculos, iniciado no século XVI e findando no século XIX. Durante este período os escravos não eram considerados como um ser totalmente humano por nenhuma instituição, nem pela própria igreja. Devido a sua aparência eram comparados a animais, considerados inferiores e esteticamente desagradáveis, com exceção das negras que serviam seus senhores sexualmente. 
Após a abolição da escravatura, pouca coisa mudou, pois ainda eram marginalizados e não havia na época proposta de inclusão dos mesmos na sociedade. 
Segundo o professor Jonas Benites, mestre em Ciências Sociais, os negros foram trazidos para o Brasil para serem escravizados no século XVI pelos europeus, que implantaram um sistema econômico baseado na força de trabalho escravo, explica Benites. Essa condição de vida criou a ideia de o negro como um objeto, um instrumento de trabalho. “Essa ideia se preserva no imaginário social de forma insidiosa, consciente ou não, ao longo da sucessão de gerações”.
Ainda segundo ele os brancos estão relacionadas as pessoas dotadas de saber, de racionalidade e disciplina, enquanto os negros trazem o estigma de escravo. Benites salienta que foi criado uma espécie de ‘gradiente étnico’ no Brasil. “A cor e as características físicas operam como ‘marcas’ de forma inseparável – de raça e a condição social”,.
Durante todo esse processo a cultura dos negros foi afetava, pois houve o aculturamento, colocando novos nomes, rebatizando-os, tirando suas referências, impondo religião, língua, vestimenta, maneira de arrumar os cabelos, estética, pinturas feitas pelos negros, os novos arranjos familiares, dança, musicas, a cultura que ficou foi muito marginalizada.
O negro hoje ainda tem sido vitima de piadas e discriminações, e muitos deles agem pacificamente, como se sua cor fosse motivo de inferioridade. Vencer a barreira da cor não é fácil, o negro ainda tem dificuldade de se ascender profissionalmente, e onde mais se destacam é nos meios esportivos e na musica. Muitas destas barreiras já começam na escola, onde muitas vezes são “deixados de lado” pelos demais alunos, com isso atrapalhando-os na socialização e aprendizagem. 
Em agosto de 2012 a presidência da republica sanciona a Lei nº 12.711/2012, que garante a reserva de 50% das matrículas em cursos nas universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia a alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares ou da educação de jovens e adultos. Estes 50% assim serão divididos: metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar bruta igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita e metade para estudantes de escolas públicas com renda familiar superior a um salário mínimo e meio. Em ambos os casos, também será levado em conta percentual mínimo correspondente ao da soma de pretos, pardos e indígenas no estado, de acordo com o último censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Porém, é visível na ilustração abaixo, que não é nada vantajoso para os mesmos concorrerem a uma vaga pelo sistema de cotas raciais.
Em relação ao tema, VASCONCELOS (2007) coloca que:
Atualmente se fala muito em “cotas” como se esse sistema fosse resolver os problemas dos negros. Dados os fatos: as “cotas” são aprovadas, os negros entram nas universidades, entretanto pairam as perguntas: como teria sido a formação dessa pessoa no ensino fundamental e médio? Quando esses negros terminarem o curso superior, quem irá garantir a sua vaga no mercado de trabalho? Serão inventadas cotas para o exercício da profissão também? Tendo em vista que essa dicotomia que relaciona problema social ao racismo não se acabará, passará a existir uma dicotomia renovada a de que o negro só tem uma formação acadêmica devido às “cotas“, iniciando uma nova dialética na tentativa de provar a capacidade intelectual, moral e social dos afros descendentes. VASCONCELOS, 2007.
Em relação ao mercado de trabalho, a presidência da republica aprova em junho de 2014 a Lei nº 12.990, que reserva aos negros 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da administração pública federal, das autarquias, das fundações públicas, das empresas públicas e das sociedades de economia mista controladas pela União.
O que é visível na comunidade negra, é o auto preconceito. Os mesmos se julgam inferiores aos brancos. Conforme coloca o professor Jonas Benites:
“estabeleceu uma ideia de nação com características e cultura europeia, buscando branquear a população brasileira, que no período pré-abolição era entorno de 64% de cor negra, abrindo espaço para a imigração de pessoas de cor branca. “A política proposta pelo governo brasileiro previa que até o ano 2010 não haveria mais pessoas negras no Brasil”[...] “A pessoa negra traz do passado a negação da tradição africana, a condição de escravo, o estigma de ser um objeto de uso como instrumento de trabalho e tem de lidar”.
Ainda segundo o professor: 
“A escola e a mídia têm se mostrado fontes de retroalimentação do processo de discriminação racial e de diminuição da importância da cultura negra no país e no mundo. Na mídia, os negros são representados por meio de imagens estereotipadas, expostos em posições subalternas em relação ao branco, desprezados e sem atributos estéticos, algo que pode ser claramente observado na teledramaturgia”[...] nas escolas “é natural e comum que os afrodescendentes absorvam as crenças e valores da cultura branca, considerada superior, inclusive as associações entre ‘branco-positivo’ e ‘negro-negativo’, tendem a desvalorizar o mundo negro, ou mesmo considerá-lo insignificante para suas vidas”.
Segundo banco de dados da Secretaria de Assuntos Estratégicos – SAE (2012), no Brasil, 51% da população são formados por negros. Apesar dos avanços, ainda existe uma grande desigualdade no país. Exemplo disso é que os negros representam apenas 20% dos brasileiros que ganham mais de dez salários mínimos. A população negra também representa apenas 20% dos brasileiros que chegam a fazer pós-graduação no país.
Em 2010, segundo o Censo, 43,1% da população brasileira declararampardos e o maior percentual desse contingente estava na Região Norte (66,9%), sendo que todas as regiões revelaram percentuais acima dos 35%, exceto o Sul, com 16,5%. Ainda segundo o censo, 7,6% dos entrevistados se declararam pretos, e seu maior percentual estava no Nordeste (9,5%), com o Sudeste (7,9%) a seguir, enquanto a Região Sul mostrou o menor percentual (4,1%).
Outro dado disponível é do Censo de 2010, que mostra que em relação a moradia os negros ainda não conseguiram realmente se inserir na comunidade branca, continuando próximos a realidade dos Quilombos, visto que hoje a população negra predomina em áreas periféricas das cidades. Segundo o Censo 2010, a população negra nas favelas é de 68,3%, e brancos 30,5% (mais que o dobro).
Fazendo ainda comparativos entre brancos e pretos, podemos verificar a diferença entre os homicídios ocorridos no Brasil, entre 2002 e 2010, para cada dois brancos assassinados, 4,6 negros foram vítimas de homicídio.
Outro dado intrigante em relação à população negra no Brasil, são os de presidiários. Segundo dados divulgado em 2012 pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), existiam na época 514.582 presos na penitenciarias do Brasil, sendo que 60% deles eram negras, perfazendo um total de 275 mil presos. 
Entre os fatos que chamam a atenção de observadores sociais em relação a descriminação e interiorização social do negros, pode-se colocar os que são visto nas mídias no decorrer dos anos, conforme coloca o professor Jonas Benites: 
 “Inicialmente, o personagem negro, oscilava entre a absoluta invisibilidade na TV e a rara aparição com mensagens estereotipadas ou negativas. O espaço midiático reproduzia continuamente uma relação de dominação ou de estigmatização social” [...] “Nos últimos anos houve uma maior participação, mas os seus papéis sociais continuam estereotipados, como criminosos, bufões ou indivíduos hipersexualizados”, finaliza.
Diante de todo este contexto, percebe-se que a luta contra a discriminação racial é uma luta de todos os cidadãos brasileiros, independente de raça ou cor, porque é uma luta pelo resgate da cultura brasileira, já que a nossa cultura é formada também por todos esses elementos que constituem a cultura brasileira, e isso vai contribuir para o desenvolvimento intelectual e social de toda a sociedade e para a nossa própria humanização.
Para ajudar neste processo de compreensão, temos a Lei 10.639/03, que altera a lei de diretrizes e bases da educação nacional, e inclui no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira".
É preciso que a população se conscientize da importância de entender os fatos ocorridos com esta classe/raça. Conforme coloca SAFFIOTI (1987):
Trata-se de conscientizar homens e mulheres dos malefícios que o patriarcado racismo capitalismo acarreta para ambos, sobretudo para os que integram as classes subalternas. Saffioti (1987, p. 64).
Além dos fatos ligados aos negros de maneira geral, ainda podemos destacar os fatos ocorridos com as mulheres negras, e buscarmos refletir sobre as marcas profundas de violência sofrida pelas mulheres negras, pois foram instrumento tanto nas mãos do homem branco, como também nas mãos da mulher branca, que também contribuiu para firmar preconceitos, e sustentar ideologia racista dos brancos. 
Na história do Brasil e, especificamente na região de Goiás, destacamos um caso de violência a mulher negra e escreva, que ocorreu em meados do século XIX, onde, de acordo com Lima apud Silva (2007, p. 249): “(...) são comuns referências em que escravas tinham olhos, dentes, unhas ou orelhas arrancadas por ordem de suas senhoras”. Outro caso ocorrido na região é o da proprietária de uma mina de mineração, que teria assassinado a filha de uma mulher escravizada, por desconfiar que se tratasse do fruto do adultério entre seu marido e a referida escravizada, oferecendo a pequena criatura assada em um espeto ao seu marido. (Silva, 2007, p.251). Todas estas formas de violência, com certeza afetava o físico, cognitivo e psíquico destas mulheres, e muitas vezes levando-as a óbito.
A desigualdade racial no Brasil tem fortes raízes históricas e esta realidade não será alterada significativamente sem a aplicação de Políticas especificas, pois o negro sempre foi considerado como ser inferior, a violência colonial tentou desumaniza-los acabar com suas tradições e cultura, a diferença que existe entre colonizado e colonizador era pensado em termos de superioridade e inferioridade, todos os discursos sobre as características físicas e morais do negro foram adotadas para legitimar e justificar a escravidão e a colonização, o discurso colonial construiu a verdade sobre os negros, como uma população inferiorizada e os colonizadores brancos como uma raça superior.
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REFERÊNCIAS
CAVALCANTE, Marcia H. Koboldt. Preparar o jovem para viver melhor. Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/entrevistas/edicao-391>. Acesso em: 14 jan. 2015.
FONSECA, Maria Nazareth Soares ( org.) diversos autores. "Brasil Afro-Brasileiro". ? 2,Ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2001
GUIMARÃES, Bernardo (1825-1884).A escrava Isaura. Clássicos Saraiva da Literatura Brasileira 34- São Paulo : Saraiva, 2008.
MAYER, Santos aparecida Isabel, Disponível em: <http://www.mundojovem.com.br/entrevistas/edicao-422 > entrevista-e-tempo-de-resgatar-a-cultura-afro-brasileira. Edição nº 422, novembro de 2011. Acesso fevereiro 2015.
MUNANGA, Kabengele. O negro no Brasil de hoje. Co-autoria: Nilma Lino Gomes. São Paulo : Global, 2006- ( Coleção para entender).
OLIVEIRA, Claudia Marthilia de Matos. Processo de desigualdade social sob a perspectiva de gênero e raça. 2001. 33 f. Monografia (Graduação em Serviço Social) - Departamento de Serviço Social, Centro de Ciências Sociais e Aplicadas, Universidade Federal de Sergipe. Documento sergipano.
SAFFIOTI, H. I. B. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1 - Gênero e patriarcado. Ms, 2001.
SILVA, Dionária Santos. Afirmaçao negra e humanizçao de toda a sociedade.
Disponivel em:<http://www.mundojovem.com.br/entrevistas/edicao-382-> entrevista- com, publicada na edição nº 382, novembro de 2007. Acesso em 10 de fevereiro. 2015.
VASCONCELOS, Roniclay. Disponivel em: <https://www.ufmg.br/inclusaosocial/?p=75 > (UEPB/ CEDUC),
02 de abril de 2007. Acesso em 12 de fevereiro 2015.
http://www.mundoeducacao.com/historiadobrasil/o-negro-1.htm
http://www.coladaweb.com/sociologia/a-situacao-do-negro-no-brasil
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/presenca-dos-negros-no-brasil/
http://portal.mec.gov.br/cotas/perguntas-frequentes.html
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12990.htm
http://www.sae.gov.br/site/?p=11130
http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2013/11/estudo-aponta-distribuicao-da-populacao-por-cor-ou-raca
http://observatoriodefavelas.org.br/projetos/comunicacao-projetos/direito-a-comunicacao-e-justica-racial/
http://www.brasildefato.com.br/node/11078
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm

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