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Relato de caso de citopatologia

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FACULDADE INTEGRADO DE CAMPO MOURÃO
CURSO DE BIOMEDICINA
SHARON IAVORSKI MARTINS
RELATO DE CASO CLÍNICO – Citopatologia 2017/2
Campo Mourão, 2017.
SHARON IAVORSKI MARTINS
RELATO DE CASO CLÍNICO – Citopatologia 2017/2
Relato de caso clínico em Análises Clínicas apresentado à orientadora de estágio Profª. Drª. Amanda Regina Nichi de Sá do curso de Biomedicina da Faculdade Integrado de Campo Mourão.
Campo Mourão, 2017.
RESUMO
No presente estudo de caso foi relatado o diagnóstico de uma paciente infectada pelo Papilomavírus humano que procurou um laboratório do centro oeste do Paraná especialista em exames citopatológicos para uma avaliação. Paciente do sexo feminino, 35 anos, casada, adepta de anticoncepcional oral, se queixava sangramentos misturados a uma espécie de líquido branco e odor fétido há 3 meses, juntamente com dores intensas no baixo ventre. Ao conversar com o médico diz ser casada há 5 anos e que teve 13 parceiros sexuais desde o início de sua vida sexual. Apresentava ainda várias lesões papulares, verrucosas que estavam acometendo toda a região vaginal e perianal. Diante disto foi realizado o exame de papanicolau onde observou-se lesões celulares decorrentes do efeito citopático do HPV. O conhecimento e o entendimento da epidemiologia da infecção por HPV e as chances de sua persistência levarem a um quadro de câncer cervical é um importante passo para o desenvolvimento de estratégias para a prevenção desta infecção, o que levaria a uma queda de casos desta neoplasia.
PALAVRAS-CHAVE: Câncer, Infecção, Papilomavírus humano.
INTRODUÇÃO 
A relação entre o câncer cervical e infecção por Papilomavírus humano (HPV) é bem estabelecida e vem sendo estudada desde a década de 80. O DNA do HPV de alto grau é detectado na maioria dos casos de câncer cervical (BOSCH et al., 2008). Porém, a infecção pelo HPV é condição necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer cervical (WALBOOMERS, 1999), há a participação de outros fatores como uso prolongado de anticoncepcionais orais, tabagismo, múltiplos parceiros sexuais e precoce início da vida sexual, entre outros (INCA, 2009).
 Frequentemente, a infecção por HPV acomete principalmente jovens no início da vida sexual, entretanto, uma parte das mulheres acometidas apresentam persistência dessa infecção, o que pode provocar alteração no epitélio cervical e transformação maligna das células, considerando estes casos ao verdadeiro risco ao desenvolvimento de câncer de colo de útero (BOSCH et al., 2008). 
Atualmente o método de rastreamento do HPV é o exame citopatológico, também conhecido como Papanicolau, considerado um dos exames de triagem mais apropriados (ALPEROVITCH et al., 1992). Esse exame auxilia na detecção de atipias celulares antes que estas se tornem um câncer. Quando identificadas, é necessária a realização de exames complementares que possam dar continuidade a identificação dessas lesões pré-malignas (KUNDE et al., 2011).
RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 35 anos, residente em uma cidade do centro oeste do Paraná procurou um laboratório especialista em citopatologia queixando-se de sangramento de intensidade moderada e de coloração vermelho cintilante há cerca de 3 meses, e, por vezes, misturado a um liquido branco, juntamente com dores intensas no baixo ventre. A paciente ainda relata a presença de odor fétido vaginal e dor durante a relação sexual. Ao conversar com o médico diz ser casada há 5 anos, ser adepta de anticoncepcional oral e que teve 13 parceiros sexuais desde os 16 anos. Há 7 anos não faz exames citopatológicos, desde a última cauterização no colo do útero.
No exame especular, a vulva da paciente apresentava várias lesões papulares, verrucosas que estavam acometendo o vestíbulo, região do períneo e perianal. No colo do útero era possível observar uma lesão infiltrativa de coloração vermelha com áreas negras aparentando necrose que sangrava espontaneamente.
A coleta para o exame de Papanicolau foi realizada, onde, depois do devido preparo da amostra e coloração, pôde se observar microscopicamente predomínio de células intermediárias e atipias celulares do tipo coilócito, decorrentes do efeito citopático do HPV, como mostra na figura 1. 
Figura 1. Esfregaço citológico de meio líquido com a presença de coilocitose.
DISCUSSÃO 
O câncer de colo uterino é a segunda neoplasia que mais acomete a população feminina. A estimativa em média de 4.800 vítimas fatais de câncer de colo de útero e 18.430 novos casos todos os anos no Brasil (INCA, 2009).
A relação entre o câncer cervical e infecção por Papilomavírus humano (HPV) foi estabelecida a partir da década de 80, até que hoje restam poucas dúvidas de que a infecção persistente por HPV seja um dos principais fatores de risco para o câncer cervical e suas lesões precursoras (BRINGHENTI, 2010).
A maioria das infecções por HPV é assintomática e podem ter regressão espontânea em até 80% dos casos. Contudo, em cerca de 20% das mulheres, a infecção pelo HPV pode ser persistente, podendo evoluir para câncer cervical em até 10% dos casos (BOSCH et al., 2008).
O HPV é responsável pelo aparecimento de condilomas (verrugas genitais) transmitidos sexualmente, geralmente associado à multiplicidade de parceiros e, na maioria das vezes, podem envolver vulva, vagina, cérvice, uretra, canal anal e pele perianal. Os efeitos celulares que pode-se observar são o aparecimento de coilócitos, disqueratose e hiperceratose. Além disso, mulheres com infecção persistente pelo HPV são quatro vezes mais suscetíveis de ter uma lesão persistente na região da cérvix, onde nesses casos, o DNA do HPV 16 está presente em cerca de 70% dos casos (CONSOLARO, 2012).
Fatores ligados à imunidade, à genética, tabagismo, início precoce da vida sexual, multiplicidade de parceiros sexuais e uso de pílula anticoncepcional influenciam os mecanismos, que ainda incertos, resultam na regressão ou a persistência da infecção pelo HPV, e também se relacionam com a progressão para lesões precursoras de câncer de colo de útero. A idade também interfere nesse processo, sendo que a maioria das infecções por HPV em mulheres acima de 30 anos a persistência é mais frequente (INCA, 2009).
CONCLUSÕES
É de suma importância e uma medida de saúde pública indispensável a utilização de medidas que possam fazer a detecção das lesões decorrentes do efeito citopático do HPV, e identificar as mulheres com elevado risco de desenvolvimento de câncer de útero ainda em estágio inicial, já que este tipo de lesão pode ser precursora do câncer do colo uterino. O conhecimento e o entendimento da epidemiologia da infecção por HPV é um importante passo para o desenvolvimento de estratégias para a prevenção desta infecção, tendo como consequência uma diminuição dos casos de câncer cervical.
REFERÊNCIAS
ALPEROVITCH, D.; ALPEROVITCH, S. K. Diagnóstico e prevenção do câncer na mulher. Santos SP. 1992.
BOSCH, F.X.; BURCHELL, A.N.; SCHIFFMAN, M,; GIULIANO, A.R.; BRUNI, L. Epidemiologia e história natural de infecções por Papilomavírus humano e implicações específicas do tipo na neoplasia cervical. Vaccine 2008; 26: 1-16.
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. INCA: Rio de Janeiro, 2009.
CONSOLARO, M. E. L.; ENGLER, S. S. M. Citologia clínica cérvico-vaginal: texto e atlas. Ed. Roca, São Paulo 2012.
KUNDE, V. L.; BIGHETTI, T. I. Atipias no resultado do pré-câncer de colo de útero no Pronto Atendimento 24h do município de Canguçu-RS. Rev. Enferm. Saúde. 2011; 1(1):139-46.
SOUZA, J. H. K.; KALIL, I. V. Patologias Benignas da Vulva e da Vagina. Disponível:<http://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/ginecolo/livro8/cap/cap59.htm>. Acesso em: 15 de setembro de 2017.. 
WALBOOMERS, J. M. M.; JACOBS, M. V.; MANOS, M. M.; BOSCH, F. X.; KUMMER, J. A.; SHAH, K. V. O vírus do papiloma humano é uma causa necessária do câncer cervical invasivo em todo o mundo.J Pathol. 1999; p.189:12-19.

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