Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
DIREITO PENAL – 17.10.2017 ESTATUTO DO DESARMAMENTO – LEI 10.826/2003 77 Artigos; Revogou a Lei 9.437/1997, Decreto-Lei 2.222/1997 e Lei 3.305/1999; SINARM – Sistema Nacional de Armas; ONU – Organização das Nações Unidas; OEA – Organização dos Estados Americanos; Influências públicas (políticas/jornalísticas); STF – por provocação Ricardo Lewandowski Arts. 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 26 Vedações de liberdade Norma Regulamentadora Decreto 5.123/2004 Conceitos Arma (própria, imprópria, fogo) Diferenças Porte (regular/irregular) Posse Acessórios Permitido Restrito Classificação (vago, branco, mera conduta, comum, abstrato) Figuras Típicas Arts. 12 ao 21 12 – Posse Irregular 13 – Omissão de cautela (por equiparação) 14 – Porte Ilegal (crime meio / concurso de crimes) 15 – Disparo de arma de fogo (confronto com Art. 132 CP) (conflito aparente de normas / subsidiário) 16 – Uso restrito 17 – Comércio Ilegal 18 – Tráfico (Art. 334-A CP) 19 – Causas de aumento 26 – Simulacros Arma própria – Natureza do objeto: desenvolvida com o escopo de segurança. Arma imprópria – Natureza do objeto: diversa. Exemplo: faca. Os critérios de política criminal nortearam o Estatuto do Desarmamento no qual nasceu em respeito às recomendações do Direito Internacional adotadas pela ONU e pela OEA, após o 9º Congresso sobre Prevenção de Crime e Justiça Criminal. É certo que, a Lei 10.826/2003 foi promulgada para revogar a Lei 9.437/1997, bem como os Decretos regulamentadores 2.222/1997 e 3.305/99. Atualmente, o Estatuto do Desarmamento foi regulamentado pelo Decreto 5.123/2004. O respeito ao regulamento é absoluto, pois se contrário for, está sujeito o agente à sanções da Lei do Desarmamento. Posicionamentos do STF Após ser provocado pela ADIN 3.112/2004, o STF declarou inconstitucional os parágrafos dos Arts. 14, 15 e 21 que tratam da impossibilidade da liberdade provisória, ou seja, deve ser admitida a manutenção da liberdade com a possibilidade do arbitramento de fiança aos crimes previstos no estatuto do Desarmamento. Conceito de Arma O conceito de arma se divide em própria e imprópria, sendo certo que arma própria é todo artefato fabricado com a finalidade de ataque ou defesa; e arma imprópria, que tem a finalidade diversa, mas eventualmente possa ser utilizada como arma de ataque de ataque ou defesa. Para o Estatuto do Desarmamento, considera-se arma própria aquela que impele um ou vários projeteis com a pressão de gases propelentes de combustão. É certo que o Estatuto do Desarmamento faz distinção entre as armas de fogo de uso permitido ou restrito. As de uso permitido são reguladas pela legislação extravagante, permitidas pela SINARM, ou seja, são consideradas normas penais em branco que dependem das normas regulamentadoras expressas pelo Comando do Exército. É punível também a utilização de acessórios com a finalidade do engenho de arma de fogo (munição, silenciadores, alongadores, etc.) NOTE BEM: As armas de uso permitido não podem sofrer alterações em seu engenho, o que lhe torna, arma de uso proibido. Classificação A classificação do Estatuo permanece no crime vago (que tem como vítima a coletividade), bem como, em branco (necessita de complementação), de mera conduta (independe do resultado naturalístico), comum (que pode ser praticado por qualquer agente), e de perigo abstrato (dada a presunção). Insignificância O princípio da insignificância pode ser admitido, nas figuras típicas do Estatuto, devendo ser analisado caso a caso como reconhecimento da mínima ofensividade da conduta, nenhuma periculosidade social, reduzíssimo grau de reprovabilidade e inexpressividade da lesão jurídica provocada. Em recentes julgados, o STF admitiu o porte de arma de fogo de uso permitido aos fazendeiros, desde que, usadas dentro da propriedade em razão da inexpressividade da lesão jurídica provocada (Informativo 570 – STF). Figuras Típicas As figuras típicas estão previstas do Art. 12 ao 21 do Estatuto. ART 12 – Posse irregular de arma de fogo de uso permitido Nessa espécie de delito se permite o arbitramento de fiança pelo delegado por força do Art. 322 do CPP. ART 13 – Omissão de cautela É um crime que independem do resultado, considerando a possibilidade do arbitramento de fiança. A consumação se dá, quando o menor de idade/doente se apodera da arma de posse ou propriedade de terceiro. ART 14 – Porte ilegal de arma de fogo Qualquer natureza de porte sem autorização legal caracteriza o delito, mesmo que a posse seja de uso permitido. Também admite a fiança que pode ser arbitrada pelo delegado Se o porte de arma serviu para a realização de outro crime, o Estatuto será absorvido por aquele, por exemplo, o crime de roubo com a utilização de arma de fogo. Todavia, se o agente for surpreendido posteriormente pela prática de crime com o porte de arma, responde em concurso material. ART 15 – Disparo de arma de fogo Para a consumação desse delito deve ser considerada a circunstância fática, pois trata-se de crime subsidiário, ou seja, se o disparo serviu para “assustar”, afasta-se o Art. 15 para se aplicar o Art. 132 CP. Se o disparo for contra a vítima certa e determinada, é possível o reconhecimento da possibilidade tentada dos crimes contra a vida. Note que o disparo deve ser doloso, jamais culposo, pois não há previsão de culpa no Art. 15 ART 16 – Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito A supressão ou alteração da arma tem o reconhecimento da aplicação desse artigo. O inciso 5º, parágrafo único do Art. 16 destaca que a entrega de arma à menor tipifica o delito que causa conflito com o Art. 242 ECA que faz menção ao mesmo tipo penal. Tal conflito restou resolvido pela ordem cronológica, aplicando o Estatuto. Concurso de crimes No tráfico existem julgados que reconhecem o concurso material de crimes, mas também entendimento diverso, qual destaca que o Estatuto é absorvido pelo Art. 40, IV da Lei de Tráfico. NOTE BEM: É defeso em lei, por força do Art. 26, a criação de réplicas de arma de fogo, aplicando-se a Lei de Contravenções Penais.
Compartilhar