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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE FARMÁCIA Controle de Qualidade de Formas Farmacêuticas Semissólidas 2017 / 2 Aprovação CQ Ensaios definidos Especificações estabelecidas Documentado Mercado Formas Farmacêuticas Semissólidas Definições da FB Preparação tópica semissólida É a FF para aplicação na pele ou em certas mucosas para ação local ou penetração percutânea de medicamentos, ou ainda por sua ação emoliente ou protetora. Adesivo É o sistema destinado a produzir um efeito sistêmico pela difusão do(s) princípio(s) ativo(s) numa velocidade constante por um período de tempo prolongado. Creme É a FF semissólida que consiste de uma emulsão, formada por uma fase lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais fármacos dissolvidos ou dispersos em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele ou nas membranas mucosas. Emplastro É a FF semissólida para aplicação externa. Consiste de uma base adesiva contendo um ou mais princípios ativos distribuídos em uma camada uniforme num suporte apropriado feito de material sintético ou natural. Destinada a manter o princípio ativo em contato com a pele atuando como protetor ou como agente queratolítico. Emulsão É a FF líquida de um ou mais fármacos que consiste de um sistema de duas fases que envolvem pelo menos dois líquidos imiscíveis, na qual um líquido é disperso na forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) através de outro líquido (fase externa ou contínua). Normalmente é estabilizada por um ou mais agentes emulsificantes. Gel É a FF semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente gelificante para fornecer firmeza a uma solução ou dispersão coloidal (um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – tipicamente entre 1 nm e 1 mm –são distribuídas uniformemente através do líquido). Um gel pode conter partículas suspensas. Pasta É a pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). Deverão atender as especificações estabelecidas para pomadas. Pomada É a FF semissólida, para aplicação na pele ou em membranas mucosas, que consiste da solução ou dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em uma base adequada usualmente não aquosa. TESTES ANALÍTICOS Ensaios Organolépticos Reconhecimento primário do produto; Avalia o estado da amostra por meio de análise comparativa com padrão mantido em condições ambientais controladas; Normalmente o padrão é estabelecido pelo fabricante. ASPECTO Descrição das características “macroscópicas” Observa se ocorreram separações de fases, precipitações, turvações... ANÁLISE DA COR Colorimetria visual - comparativa ao padrão; Colorimetria instrumental - medida da intensidade da cor Fotoelétrica - utiliza uma célula fotoelétrica como detector - comprimento de onda estreito Espectrofotométrica – fonte de radiação na região espectral visível ODOR Critério de Avaliação - Após avaliação comparativa, a amostra tem que estar em conformidade com a amostra de referência (padrão) preestabelecida. POMADA TESTES ANALÍTICOS - Formas farmacêuticas Semissólidas - DETERMINAÇÃO DE PESO Critério de Avaliação: Forma Farmacêutica Faixa de Peso (g) ou volume (mL) % mín. em relação ao declarado Cremes, géis e pomadas Até 60 (g ou mL) Acima de 60 e até 150 g Acima de 150 g 90,0% 92,5% 95,0% - Iniciar com n=10 unidades. Caso 1 unidade estiver fora da especificação, fazer o teste com mais 20 unidades. - O peso médio das 30 unidades NÃO DEVE SER INFERIOR ao declarado e no máximo 1 unidade fora da especificado na tabela em relação ao declarado. TESTES ANALÍTICOS Determinação do pH pH – é o logaritmo negativo da [molar] de íons H+ Representa acidez ou alcalinidade amostra – usa-se uma faixa Determinado de acordo com a performance da amostra x local de aplicação pele pH 4,5 e 6,5 (regiões genitais + ácido) Métodos de medida: Quando não aplicável diretamente na amostra (ex: soluções): FF SS- Preparar uma solução/ dispersão/suspensão aquosa da amostra em uma concentração preestabelecida e determinar o pH da mistura com o eletrodo apropriado. Meio aquoso eletrodos convencionais Não-aquoso eletrodos específicos Determinação da Viscosidade Consiste em medir a resistência de um material ao fluxo por meio da fricção ou do tempo de escoamento (cP-poise) Força em dinas para deslocar camada de 1cm² a velocidade de 1 cm/s. Mais utilizado: Viscosímetro rotacional – Brookfield COMPORTAMENTO REOLÓGICO Newtoniano versus Não-newtoniano TESTES ANALÍTICOS Única viscosidade a dada temperatura independente da força de cisalhamento aplicada Ex: água, silicone, soluções muito diluídas Independente tempo: Pseudoplásticos: Visc com cisalhamento Dilatantes: Viscosidade com cisalhamento Plásticos:sólido em repouso – aplicação força começa fluir Dependente tempo – velocidade constante Tixotrópicos: com o passar do tempo viscosidade diminui Reopexia: com o passar do tempo viscosidade aumenta ANVISA TESTES ANALÍTICOS Densidade aparente Relação direta entre a massa de uma amostra e seu volume específico. d= m (g) / v (mL) Método: Tradicional = Usar picnômetro ou adicionar uma massa conhecida da Amostra (produto acabado) em proveta calibrada e anotar o volume ocupado. Digital (densímetro digital) = a amostra é injetada num densímetro digital – vantagens: detecta a ocorrência de bolhas de ar determinação da temperatura TESTES ANALÍTICOS Granulometria: Os produtos em forma de pós são constituídos de partículas de diâmetros variados. A proporção de partículas fora dos limites especificados poderá influenciar na aparência, na performance e na cor do produto. MÉTODOS Difração a laser: utilizada para avaliar partículas de tamanho reduzido. Avaliação tamanho e distribuição de tamanho das gotículas em microemulsões MEDIÇÃO DIFRAÇÃO A LASER - Técnica por espalhamento de luz Equipamento Malvern Mastersizer 2000 Microemulsões contêm uma fase dispersa constituída por gotículas de tamanho nanométrico em uma fase contínua, formando um sistema micro-heterogêneo, apesar de visualmente homogêneo Avaliação tamanho e distribuição de tamanho das gotículas em microemulsões Sistema nano < 300 nm. Distribuição unimodal e homogênea - Span Formulação Tamanho de gotícula (nm) Desvio padrão (nm) SPAN A 9,3 2,2 0,6167 B 9,0 2,3 0,6531 Valores altos de SPAN caracterizam sistemas grosseiros. Boa uniformidade de distribuição do tamanho de gotículas da fase interna dispensa técnicas auxiliares para obter uma maior uniformidade, como a exposição ao ultrassom. TESTES ANALÍTICOS Teste de Centrifuga A força da gravidade atua sobre os produtos fazendo com que suas partículas se movam no seu interior. A centrifugação reproduz estresse na amostra, simulando um aumento na forca de gravidade, aumentando a mobilidade das partículas e antecipando possíveis instabilidades: - precipitação; - separação de fases; - formação de sedimento compacto (caking),; - coalescência, entre outras. MÉTODO: As amostras são centrifugadas em temperatura, tempo e velocidade padronizados. Em seguida, procede-sea avaliação visual. Geralmente, executa-se esse teste em estudos de estabilidade, podendo ser estendido ao controle de processo. TESTES ANALÍTICOS Determinação de Materiais Voláteis e Resíduo Seco: Determinada quantidade da amostra, pesada analiticamente, é submetida a secagem em estufa aquecida a uma temperatura preestabelecida (de acordo com as características da amostra), até atingir peso constante - Farmacopéia Massa dos componentes da formulação que volatilizam ou não naquelas condições. MV= materiais voláteis (%) RS= resíduo seco (%) mi = massa inicial da amostra (g) mf = massa final da amostra (g) Determinação do Teor de água Método titulométrico de Karl-Fisher – específico para água TESTES ANALÍTICOS - Formas farmacêuticas Semissólidas - Teste de sedimentação Estabilidade – velocidade de sedimentação Critério de avaliação = conforme o referência Teor *** e Produtos de degradação Método analítico validado - Farmacopéia; Critério de avaliação = Compêndios oficiais Contagem Microbiana*** Patógenos = Ausente Fungos e Leveduras = < 100UFC Bactérias aeróbias = < 100 UFC Dermatológicos: P. aeruginosa e S. aureus Via retal, uretral ou vaginal: também para leveduras e fungos TESTES ANALÍTICOS - Formas farmacêuticas Semissólidas - Testes analíticos exigidos em estabilidade: Características organolépticas; Teor do princípio ativo; Quantificação de produtos de degradação; Limites microbianos; pH; Separação de fase em emulsões e cremes; Perda de peso em semissólidos de base aquosa em embalagem semipermeável. CONTROLE DE QUALIDADE - Formas farmacêuticas Semissólidas - Testes analíticos de CQ em processo e de liberação do lote (Laudo Analítico) Testes analíticos de performance ou desempenho Aspectos Produtivo e de Eficácia terapêutica (ex: viscosidade/envase) Desenvolvimento de produto COMPORTAMENTO REOLÓGICO - Formas Farmacêuticas Semissólidas - Importância na indústria Processos industriais, como homogeneizadores, reatores e etc. – fluidez adequada; Escolha dos excipientes (uso de polímeros); Determinar o prazo de validade - estabilidade; Avaliar o aspecto; Determinar a funcionalidade dos excipientes Espalhabilidade, consistência, espalmabilidade; Biodisponibilidade: a absorção de fármacos pela pele é alterada com a viscosidade do veículo. Aspectos visuais e sensoriais Avalia-se a presença de bolhas, sedimento, homogeneidade da cor, grau de pegajosidade e espalhamento, tipo de toque (seco, molhado, rubefaciente) e brilho. Determinação da Consistência Penetrometria: utiliza cones de peso e dimensões conhecidas . Espalmabilidade: resistência de uma pomada à fluidez, por meio da coesividade que esta confere a 2 lâminas de vidro. Extensibilidade: consistência x espalhabilidade – aumento da superficie de determinada quantidade de pomada aplicada em uma área definida, qdo esta é submetida a diferentes pressões (50, 100, 200 e 500 g) com intervalos de 1 min. Método de extrusão: plasticidade ou facilidade que uma pomada tem de ser expulsa de tubos. Em geral se realiza no proprio frasco de acondicionamento utilizando pesos crescentes. Copo Ford Uma compreensão adequada das propriedades reológicas de materiais farmacêuticos é essencial à preparação, ao desenvolvimento, à avaliação e ao desempenho das formas farmacêuticas semissólidas. ATIVOS E ADJUVANTES ATIVOS PERMEAÇÃO CUTÂNEA Formulação racional que modula a penetração cutânea de ativos e minimiza a absorção sistêmica Não ter absorção Uso transdérmico Penetração nas camadas alvo da pele. Ex: antiinflamatórios Segurança Eficácia TESTES ANALÍTICOS - Formas farmacêuticas Semissólidas - Teste de Liberação Avalia a qualidade e o desempenho – performance de uma forma farmacêutica semissólida Reflete o efeito combinado de vários fatores físico-químicos: Fármaco Excipientes Propriedades Reológicas Liberação x Permeação TESTE DE LIBERAÇÃO / PERMEAÇÃO - Formas Farmacêuticas Semissólidas - Utilização: Desenvolvimento de novas formulações; processo de escalonamento; mudanças pós-aprovação do registro. CQ Rotina: Não são requeridos para controle de qualidade de rotina lote a lote, já que os parâmetros físico e físico-químicos são mais apropriados. Registro: O desenvolvimento e a validação de um teste de liberação in vitro são necessários para o registro de medicamentos em órgãos regulatórios. Patch x comprimido TESTE DE LIBERAÇÃO - Formas Farmacêuticas Semissólidas - Adesivos Transdérmicos Aparato 5 (USP) – disco sob pá; Ointment cell célula modificada para semissólidos TESTE DE LIBERAÇÃO - Formas Farmacêuticas Semissólidas - Aparato 6 – a cesta é trocada por um cilindro metálico. TESTE DE LIBERAÇÃO - Formas Farmacêuticas Semissólidas - Aparato 7 – Volume de 50 a 400 ml TESTE DE LIBERAÇÃO / PERMEAÇÃO - Célula de Difusão de Franz - Liberação: membrana sintética; Permeação: pele animal (orelha suína) ou pele humana. Sistema automatizado MICROEMULSÕES DE DAPSONA PARA O TRATAMENTO TÓPICO DA HANSENÍASE NANOEMULSÕES Alta permeação – uso sistêmico – transdérmico Baixa permeação – alta liberação – uso tópico 0 400 800 1200 1600 2000 0 10 20 Q u a n ti d a d e p e rm e a d a (µ g /c m 2 ) Tempo (h) A-FO D - FO C - FO B - FO Quantidade de DAP permeada in vitro (µg/cm2) e liberada em função do tempo. 0 1000 2000 3000 4000 0 10 20 Q u a n ti d a d e L ib e ra d a (µ g /c m 2 ) Tempo (h) B - Fase Oleosa C - Fase Oleosa B - ME pronta C - ME pronta D - Fase Oleosa D - ME pronta A - Fase Oleosa A - ME pronta 33 Fig 1C. Release profiles were also expressed as the percentage of initial nicotine content vs time. Perfil liberação % diss / declarado x tempo Perfil permeação ug/cm² x tempo Metodologia in vitro -Solução receptora - biorelevante Tampão fosfato isotônico pH 7,2-7,4 Meio de cultura de células e tecidos Solução salina -Adjuvantes: Tensoativos (tween) Co-solventes – etanol, propilenoglicol, glicerol -Temperatura: 32°C ou 37°C – humanos 38°C – animais -Amostra n=6 (formulação/produto/lote) 300 mg sob oclusão= dose infinita Teste de liberação e permeação Avaliação da cinética de liberação Ordem zero = quantidade liberada por área (µg/cm2) versus tempo (h); Pseudo-primeira ordem (HIGUCHI) = quantidade liberada por área (µg/cm2) versus raiz do tempo (√h); Primeira ordem = log da quantidade liberada por área (log µg/cm2) versus tempo (h). Cinética de Liberação e permeação y = 309,26x - 737,91 r = 0,9986 0 500 1000 1500 2000 0 5 10 Q l ib e ra d a ( µ g / c m 2 ) Tempo (h) Ordem Zero 0 500 1000 1500 2000 0 1 2 3 Q l ib e ra d a ( µ g / c m 2 ) Raiz do Tempo (√h) Higuchi 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 0 2 4 6 8 10 L o g d a Q lib e ra d a Tempo (h) Primeira Ordem y = 1408,4x – 2297,9 r = 0,9898 y = 0,1764x – 1,9214 r = 0,9201 Leis de Fick: a quantidade de fármaco liberado é diretamente proporcional à raiz quadrada do tempo A quantidade de fármaco liberado é diretamente proporcional ao tempo - linear O log da quantidade de fármaco liberado é diretamente proporcional ao tempo Após definição do modelo cinético: Definição do fluxo e lag time – tempo em que o gradiente de concentração do fármaco se estabiliza no interior da membrana y = 309,26 x - 737,91 Fluxo (qt µg/cm2 x h) b - inclinação Lag time: intercepto Quando Y = 0 , logo: x = 737,91/309,26 x = 2,38 h = 2 h 23 min y = 309,26x - 737,91 R² = 0,9986 0 500 1000 1500 2000 0 2 4 6 8 10 Q u a n ti d a d e l ib e ra d a ( µ g / c m 2 ) Tempo (h) Ordem Zero Y – qtidade liberada X – tempo (h) A verificação da conformidade das especificações deve ser vista como um requisito necessário para a garantia da qualidade, segurança e eficácia do produto e não somente como uma exigência regulatória. EXERCÍCIO EM AULA A liberação de fármaco de um lote adesivo de nicotina 45 mg foi avaliado pelo método 5 da USP. A condição de estudo foi velocidade de rotação de 50 rpm, utilizando como meio de dissolução 900 mL de PBS a 32°C com amostragem em 30 min. Foram avaliados 6 unidades e uma alíquota de 10 mL foi retirada após 30 mim de ensaio. Cada 5 mL do meio de dissolução foi diluído em balão de 25 mL usando o meio de dissolução como diluente. Os valores de absorbância medidos para cada cuba de dissolução após a diluição são apresentados a seguir: Unidade Cuba 1 Cuba 2 Cuba 3 Cuba 4 Cuba 5 Cuba 6 Abs 0,290 0,302 0,269 0,296 0,278 0,289 % Dissolvido Uma curva padrão foi construída utilizando-se 5 concentrações do padrão (SQR) de nicotina entre 1 – 20 µg/mL. A equação da reta calculada a partir da curva padrão foi y= 0,035x + 0,0003, com R²=0,9996. A partir dos dados acima, calcule o % de nicotina liberado do patch. Sabendo que o Q é de 80% em 30 min, diga se o lote está aprovado. CONTROLE DE QUALIDADE DE MEDICAMENTOS & Equivalência farmacêutica Profa Valeria Pereira de Sousa Depto Medicamentos Faculdade de Farmácia - UFRJ P R O C E S S O D E P & D F o n te : P h ar m ac eu ti ca l In d u st ry P ro fi le 2 0 0 7 i n P h ar m ac eu ti ca l R es ea rc h a n d M an u fa ct u re rs o f A m ér ic a (W as h in g to n , D C : P h R M A M ar ch , 2 0 0 7 ) 42 Patente Registro um medicamento com fármaco original Lei das Patentes (Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996). Todos os produtos comerciais originais são protegidos pela propriedade intelectual, ou patente. O período de tempo pode chegar até 20 anos, o fármaco é uma propriedade exclusiva de quem a criou, não podendo ser reproduzida sem a sua licença. Portanto, enquanto a patente de um medicamento inovador estiver vigorando, não é permitida a produção do genérico correspondente, a não ser com autorização do detentor da patente. EQUIVALENTES FARMACÊUTICOS EQUIVALÊNCIA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOS BIOEQUIVALENTES MEDICAMENTO DE REFERÊNCIA MEDICAMENTO GENÉRICO O INÍCIO... Política Pública de Governo (MS) LEI nº 9.787, de 10 de Fevereiro de 1999 Dispõe sobre a vigilância sanitária, estabelece o medicamento GENÉRICO, dispõe sobre a utilização de nomes genéricos em produtos farmacêuticos e dá outras providências. Medicamento de Referência – produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária e comercializado no País, cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro; Medicamento Genérico – medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI; Medicamento Similar – aquele que contém o mesmo ou os mesmos princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou marca: Produto Farmacêutico Intercambiável – equivalente terapêutico de um medicamento de referência, comprovados, essencialmente, os mesmos efeitos de eficácia e segurança; DEFINIÇÕES E CONCEITOS Genérico Referência Similar Rede Brasileira de Laboratórios Analíticos em Saúde Presta serviços laboratoriais relativos a análises prévias, de controle fiscal e de orientação de produtos sujeitos ao regime da Vigilância Sanitária. A rede é composta de laboratórios oficiais e privados autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mediante habilitação pela Gerência-Geral de Laboratórios de Saúde Pública (GGLAS/Anvisa), e/ou credenciamento pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). PERFIL DOS CENTROS DE EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA HABILITADOS Fonte: SINEB 2010/web site Anvisa 11; 31% 13; 36% 12; 33% Público Privado - Empresa Privado - Independente 36 Centros de EQFAR habilitados DEFINIÇÕES E CONCEITOS Equivalentes farmacêuticos são medicamentos que possuem mesma forma farmacêutica, mesma via de administração e mesma quantidade da mesma substância ativa, isto é, mesmo sal ou éster da molécula terapêutica, podendo ou não conter excipientes idênticos, desde que bem estabelecidos para a função destinada. Devem cumprir com os mesmos requisitos da monografia individual da Farmacopéia Brasileira, preferencialmente, ou com os de outros compêndios oficiais, normas ou regulamentos específicos aprovados/referendados pela Anvisa ou, na ausência desses, com outros padrões de qualidade e desempenho. Formas farmacêuticas de liberação modificada que requerem reservatório ou excesso podem conter ou não a mesma quantidade da substância ativa, desde que liberem quantidades idênticas da mesma substância ativa em um mesmo intervalo posológico; RDC 31/2010 - estudos de Equivalência farmacêutica e perfil de dissolução Medicamentos que não serão aceitos como genéricos ou similares: I - produtos biológicos, imunoterápicos, derivados do plasma e sangue humano; II – medicamentos fitoterápicos; III - medicamentos específicos; IV – medicamentos dinamizados; V – medicamentos de notificação simplificada; VI - antissépticos de uso hospitalar; VII - produtos com fins diagnósticos e contrastes radiológicos; VIII- radiofármacos; IX – gases medicinais; e X - outras classes de medicamentos que venham a possuir legislação específica para seu registro. Dispõe sobreos critérios para a concessão e renovação do registro de medicamentos com princípios ativos sintéticos e semissintéticos, classificados como novos, genéricos e similares, e dá outras providências. RDC nº 60, de 10 /10/ 2014 PERFIL DO REGISTRO DE MEDIMENTOS GENÉRICOS NA ANVISA PERFIL DO REGISTRO DE MEDIMENTOS GENÉRICOS NA ANVISA O mercado mundial de genéricos cresce aproximadamente 10,8% ao ano e movimenta entre US$150 e US$200 bilhões. Entre as 10 maiores farmacêuticas instaladas no país, 8 possuem linha de fabricação de genéricos. Atualmente, existem 110 fabricantes registrados no Brasil. No Brasil, os genéricos respondem por 30% das vendas dos medicamentos comercializados no país. Em países como Espanha, França, Alemanha e Reino Unido, onde o mercado de genéricos é mais antigo, a participação desses medicamentos é de 31%, 42%, 66% e 60%, respectivamente. Nos EUA, mercado de genéricos mais de 20 anos de existência, o índice é de 80%. Importante conquista na área da saúde pública para garantia do acesso da população a medicamentos: 80% Programa Farmácia Popular. Os Genéricos ampliaram, em média, mais de 1000% o volume consumido de substâncias para o controle de doenças crônicas como a hipertensão, o diabetes e o colesterol. É líder em vendas de produtos de uso ocasional, como antibióticos e anti-inflamatórios. Existem genéricos disponíveis para 95% das doenças conhecidas. Preços no mínimo 35% mais baratos, mas que podem em alguns casos ultrapassar a marca de 60%. Fonte: http://www.progenericos.org.br/mercado PESQUISAS E CURIOSIDADES.....Atuais ESTUDO DE EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA Cumprir os métodos de análise contido nas farmacopéias + Perfil de Dissolução 1. Identificação 2. Determinação de Peso ou Volume 3. Uniformidade de Dose 4. Dureza 5. Friabilidade 6. Desintegração 7. Doseamento 8. Dissolução Quantidade de amostras para um Estudo completo de EF & PD e um reteste. O mesmo lote deve ser usado na Bioequivalência. Retenção dos lotes no mínimo um ano após o prazo de validade do medicamento que expire por último. Obrigatória a realização dos ensaios de esterilidade e endotoxina bacteriana ou pirogênio na EF, tanto para o Medicamento Teste e Referência no caso de estéreis. Comprovação de notificação de Lotes Pilotos de medicamentos (IT N° 2 de 30/03/09; RDC 4/2015). Deve-se utilizar Substância Química de Referência (SQR) oficializada pela Farmacopéia Brasileira, preferencialmente, ou por outros compêndios oficiais. Na inexistência usar Substância Química de Trabalho (SQT): identidade, teor, perfil quantitativo de impurezas e, quando aplicáveis, perfil qualitativo de impurezas e outros ensaios específicos. Responsabilidade do Centro de conferir o laudo! Início dos Estudos Os Medicamentos Teste e de Referência devem cumprir, em sua totalidade, com os requisitos da monografia individual da FB, preferencialmente, ou com os de outros compêndios oficiais. Aceita-se mais de 5% de diferença no teor dos medicamentos, porém qdo não isento de bioequivalência recomenda-se que não seja superior Na ausência de monografia descrita em compêndio oficial, deve-se utilizar método analítico validado pelo Patrocinador ou Centro de EF. Transferência de metodologia Centro procede a validação parcial. Complementar com os ensaios descritos em métodos gerais da FB. São considerados ensaios informativos para fins de equivalência farmacêutica: I - aspecto; II - viscosidade; III - densidade; IV - valor do peso médio ou do volume médio. §1º As variações do peso e do volume médio não são informativas. §2º Os ensaios mencionados nesse artigo não são tratados como informativos quando forem importantes para a determinação da qualidade, segurança e eficácia dos medicamentos ou apresentarem especificações descritas em compêndios oficiais. Drágea/comprimido revestido x comprimido simples – somente se não controlar a liberação! solução oral que utiliza colher de medida não pode ser comparada com solução oral utilizando frasco gotejador ESTUDO DE EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA Cumprir os métodos de análise contido nas farmacopéias + Perfil de Dissolução 1. Identificação 2. Determinação de Peso ou Volume 3. Uniformidade de Dose 4. Dureza 5. Friabilidade 6. Desintegração 7. Doseamento 8. Dissolução Dissolução Dissolução Porcentagem dissolvida versus tempo; Minimizar o risco da falta de bioequivalência entre lotes; Estabelecer o mecanismo e a cinética de liberação; PERFIL DE DISSOLUÇÃO 0 20 40 60 80 100 120 0 5 10 15 20 25 30 35 % d is s o lv id a Tempo (minutos) Perfil de Dissolução Comparativo : Medicamento referência (conc.) x Medicamento Teste (conc.) Nome do medicamento referência Nome do medicamento teste Na ausência de método de dissolução oficial é de responsabilidade do Patrocinador do Estudo o relatório de desenvolvimento e validação do método de dissolução. Deve ser demonstrado que o método é discriminativo. O Centro Responsável pelo Estudo deve arquivar cópia do relatório de desenvolvimento do método de dissolução fornecido pelo Patrocinador do Estudo e realizar a validação parcial; Dissolução pontual x perfil de dissolução comparativo Mesmo método Coleta de amostra: Formas farmacêuticas de liberação prolongada 1, 2 e 4 h e depois a cada 2 h até 80% de dissolução ou o platô seja alcançado. Formas farmacêuticas de liberação retardada 15, 30, 45, 60 e 120 min até 80% de dissolução ou o platô. Farmacopeia Brasileira FB Farmacopeia Americana USP Comunidade Europeia BP & F. Eur. 1. Cuba e cesta rotatória I. Cuba e cesta rotatória Cuba e cesta rotatória 2. Cuba e pá rotatória II. Cuba e pá rotatória Cuba e pá rotatória 3. Cilindros alternantes III. Cilindros alternantes Célula de fluxo IV. Célula de fluxo Célula de extração V. Pá sobre disco VI. Cilindro rotatório VII. Disco alternante Métodos de dissolução oficiais Medicamentos não Equivalentes 0 20 40 60 80 100 120 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 % D is s o lv id o Tempo (min) Teste Referência PERFIL DE DISSOLUÇÃO Quando o resultado do Estudo de PD Comparativo for não semelhante, a comprovação da equivalência terapêutica entre os Medicamentos Teste e de Referência/Comparador pode, a critério da Anvisa, ser baseada no resultado do Estudo de Biodisponibilidade Relativa/Bioequivalência. Para que dois perfis de dissolução sejam considerados semelhantes, devem atender aos seguintes critérios: I - Medicamentos Teste e de Referência/Comparador devem apresentar tipos de dissoluções correspondentes, dissolução rápida ou muito rápida p. ex. II - o valor do fator de semelhança (F2) deve estar compreendido entre 50 a 100; III - os tempos de coleta devem ser os mesmos para as duas formulações; IV- pontos de coleta até que se obtenha platô na curva, com, no mínimo, cinco tempos de coleta; IV - para fins de cálculo F2, utilizar, no mínimo, os três primeiros pontos, excluindo o tempo zero; V - para fins de cálculo F2, incluir apenas um ponto da curva após ambos os medicamentos atingirem a média de 85% de dissolução; e VI – O CV dos primeiros pontos de coleta (40% do total de pontos coletados ) não podem exceder 20%. Para os demais pontos considera-se o máximo de 10%. Formulação de liberação imediata, apresentandodissolução muito rápida (Min. 85% em 15 min) para ambos os medicamentos, o fator F2 perde o seu poder discriminativo. Apresentar perfil em 5, 10, 15, 20 e 30 min. O CV no ponto de 15 min que não pode exceder 10%. Limitar o numero de coletas consideradas no calculo após 85% de dissolução Muitos pontos após 85% de dissolução do fármaco causa aumento nos valores de F2, o que leva a um viés na determinação das semelhanças entre os perfis Indicado – 12 unidades para realização do ensaio Uso de medias – CV para os primeiros pontos 20% CV para os demais pontos 10% IMPORTANTE CV= DPR Desvio Padrão.100/Média • Conhecer o comportamento de 2 produtos antes de submetê-los a bioequivalência (RE N0 1170, de 19/04/06). • Isenção do estudo de biodisponibilidade das menores dosagens (RE N0 37, de 03/08/11). • Alterações Pós-registro de medicamentos (RE N0 73, de 07/04/16): PERFIL DE DISSOLUÇÃO I. Mudanças relacionadas ao insumo farmacêutico ativo II. Mudanças de descrição e composição do medicamento III. Mudanças relacionadas ao local de uma ou mais etapas do processo produtivo do medicamento IV. Mudanças relacionadas ao processo de produção do medicamento, equipamento e tamanho de lote 0 20 40 60 80 100 120 0 20 40 60 80 100 120 140 % d is s o lv id a Tempo (minutos) PD Comparativo: Med. 500 mg x 250 mg Teste Azul- referencia F1 = 22,92 F2 = 33,53 0 20 40 60 80 100 120 0 50 100 150 % d is s o lv id a Tempo (minutos) Med. 250 mg Teste x 250 mg Referência F1 = 10,39 F2 = 47,23 0 20 40 60 80 100 120 0 50 100 150 % d is s o lv id a Tempo (minutos) Med. 500 mg Teste x 500 mg Referência F1 = 2,52 F2 = 76,00 Dispõe sobre os critérios para a concessão e renovação do registro de medicamentos com princípios ativos sintéticos e semissintéticos, classificados como novos, genéricos e similares, e dá outras providências. RDC nº 60, de 10 /10/ 2014 - Relatório do Estudo de Estabilidade - Certificado de Equivalência Farmacêutica & PD - Relatório de Testes Biofarmacotécnicos Resolução-RE N0 31 de 11/08/10 Protocolo de Estudo de EF & PD Comparativo: documento elaborado pelo Centro que detalha a maneira como será realizado o Estudo de EF & PD Comparativo; Relatório de Estudo de EF & PD Comparativo: atesta os resultados e conclui sobre o Estudo de EF & PD Comparativo, incluindo os dados brutos; Certificado de EF & PD Comparativo: atesta os resultados e conclui sobre o Estudo de EF & PD Comparativo, excluindo os dados brutos; Dados Brutos: todos os registros e evidências que resultam de observações originais e das atividades de um determinado estudo. Podem incluir registros de dados, tabelas, cromatogramas, espectros, fotografias, dados manuscritos, dados eletrônicos, entre outros; Resolução - RDC nº 34, de 03 de junho de 2008 Sistema de Informações de Estudos de Equivalência Farmacêutica e Bioequivalência - SINEB 1 - bioisenção em razão da forma farmacêutica RESOLUÇÃO - RDC Nº 37, DE 3 DE AGOSTO DE 2011 Estabelece os requisitos para a isenção e substituição dos estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência I - soluções aquosas (parenterais, orais, otológicas, oftálmicas e as administradas como inalatórios orais ou sprays nasais com ou sem dispositivo) que contenham o mesmo fármaco, na mesma concentração em relação ao medicamento de referência (equivalentes farmacêuticos) e excipientes de mesma função que aqueles presentes no medicamento comparador; II - pós para reconstituição que resultem em soluções aquosas orais ou parenterais, desde que cumpram os requisitos descritos no inciso I; III - gases; IV - soluções oleosas parenterais que contenham o mesmo fármaco, na mesma concentração em relação ao medicamento de referência (equivalentes farmacêuticos) e qualitativamente o mesmo veículo oleoso presente no medicamento de referência, em concentrações compatíveis com a função pretendida; V - medicamentos de uso oral que contenham fármacos destinados a ação local no TGI descritos na Lista 3 - Fármacos de ação local no TGI que não necessitam de estudos de biodisponibilidade relativa / bioequivalência (acessível no portal da ANVISA); e VI - medicamentos de aplicação tópica, não destinados a efeitos sistêmicos, que contenham o mesmo fármaco, na mesma concentração em relação ao medicamento de referência (equivalentes farmacêuticos) e excipientes de mesma função que aqueles presentes. 2 - bioisenção para as demais dosagens; 3 - bioisenção baseada no sistema de classificação biofarmacêutica (SCB): RESOLUÇÃO - RDC Nº 37, DE 3 DE AGOSTO DE 2011 Estabelece os requisitos para a isenção e substituição dos estudos de biodisponibilidade relativa/bioequivalência A maior dose administrada do fármaco deve se solubilizar completamente em até 250 ml de cada uma das soluções tampão utilizadas dentro da faixa de pH fisiológico (1,2; 4,5 e 6,8),. O pH deverá ser registrado no início e no final do experimento. Os medicamentos teste e referência deverão, inicialmente, ser analisados preferencialmente segundo sua monografia descrita na Farmacopéia Brasileira ou em outros compêndios autorizados. Usar aparatos e velocidade de agitação: pá a 50 rpm ou cesto a 100 rpm; meios de dissolução: pH 1,2, 4,5 e 6,8. OBRIGADA!!! valeria@pharma.ufrj.br www.farmacia.ufrj.br/labcq/
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