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A coordenação dos Reflexos 
Os reflexos são as primeiras formas do desenvolvimento humano, e nos 
esclarecem a diferenciação entre o processo de desenvolvimento motor normal e 
anormal. 
Os reflexos são reações automáticas desencadeadas por estímulos, que tendem 
a favorecer a adequação do individuo ao ambiente. As respostas reflexas dependem das 
necessidades fisiológicas, do momento em que são solicitadas, do estado emocional da 
criança e do contexto ambiental (BARROS, 1997). 
As reações involuntárias resultam de alterações na pressão, visão, sons e 
estímulo tátil. Tais estímulos formam uma base para o estágio de reunião para 
informações, ou estágio de codificação. Nesse estágio da vida da criança, os reflexos 
servem como equipamento primário para reunião de informações, que são armazenadas 
no córtex em desenvolvimento. 
Os comportamentos reflexos infantis atuam como fonte primária de informações 
no período neonatal, tendo como funções principais de sobrevivência a busca de 
alimentação e de proteção. É comum suspeitar-se de disfunção neurológica quando um 
reflexo estiver ausente, irregular ou desigual em força. A ausência de movimentos 
reflexivos normais ou a continuação prolongada de vários reflexos podem sugerir dano 
neurológico. No entanto, um reflexo que perdure por tempo demasiado é de grande 
importância, se comparado à sua ausência completa. Outra evidência que podesugerir 
lesão é um reflexo exacerbado ou fraco demais; um reflexo que provoqueuma forte 
reação na metade do corpo em relação ao outro, também pode indicaruma disfunção no 
sistema nervoso central (GALLAHUE & OZMUN, 2003). 
Sobre o gerenciamento dos estímulos do SNC, Bobath & Bobath (1989) 
ressaltam que, 
(...) ele age como um órgão coordenador para a grande maioria dos 
estímulos sensoriais recebidos, produzindo respostas motoras integradas, 
adequadas às necessidades do meio ambiente. Os músculos estão 
agrupados em padrões de ações coordenadas, alguns contraindo e outros 
relaxando (p.07) 
Gallahue & Ozmun (2003) classificaram os reflexos como primitivos eposturais. 
Os reflexos primitivos estão intimamente associados à obtenção de alimento e à 
proteção do bebê, aparecendo primeiramente na vida fetal e persistindo durante todo o 
primeiro ano de vida. Já os reflexos posturais fazem lembrar movimentos voluntários 
posteriores, pois fornecem automaticamente a manutenção de uma posição ereta para 
um indivíduo em relação ao seu ambiente, sendo encontrados em todos os bebês 
normais nos primeiros meses pós-natais, podendo, em alguns casos, persistir no 
primeiro ano de vida. Tipos mais comuns de reflexos humanos: 
 
a) Reflexo de Moro: É uma reação corporal maciça, que tem a particularidade de 
induzir uma brusca extensão da cabeça, alterando sua relação com o tronco. 
Consiste na extensão, abdução e elevação de ambos os membros superiores, seguida de 
retorno à habitual atitude flexora em adução. Foi descrito por André Thomas como 
“reflexo de braços em cruz” 
(Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Flehmig (2002, p.28). 
 
A literatura indica o decurso do quarto mês como a idade habitual de sua 
extinção; o Moro inferior persiste algumas semanas após a extinção do Moro superior, o 
que constitui mais um dado aos exemplos que assinalam o sentido céfalo-caudal da 
maturação. Nas crianças que crescem em ambientes estimulantes, seu desaparecimento 
se acelera. Enquanto persiste durante longos meses quando a exercitação postural é 
escassa, como aponta Alvarez (CORIAT, 2001). 
Segundo Coriat (2001) o reflexo de Moro desencadeia-se sempre no decurso de 
um sobressalto, de uma reação tônica brusca, consecutiva a um estímulo nociceptivo2. 
Pode ser considerado uma reação defensiva que tende para uma melhor adequação do 
corpo no espaço, assim que se altere o equilíbrio numa posição determinada. 
 
b) Reflexo Tônico-Cervical Assimétrico (RTCA): Trata-se de um reflexo postural 
desencadeado por mudanças na posição da cabeça em relação ao tronco, de grande 
importância para o desenvolvimento do conhecimento corporal e sua situação no 
espaço. 
 
O RTCA resulta da tendência em manter a cabeça voltada para um dos lados no 
decúbito ventral ou dorsal. A assimetria postural cefálica provoca mudanças tônicas 
assimétricas nos músculos do pescoço, que são percebidas pelas terminações 
proprioceptivas correspondentes às raízes posteriores dos três primeiros nervos 
cervicais. Deles parte a via aferente até centros subcorticais ligados ao labirinto. A 
resposta motora que fecha o arco reflexo determina a extensão dos membros para os 
quais se orienta a face, membros mandibulares, e a reflexão dos opostos, membros 
nucais (Figura 2), sendo normal do primeiro ao terceiro mês de vida (FLEMIGH, 2002). 
Esse reflexo é uma resposta ligada a atividades extensoras da cervical e cintura 
escapular, portanto sua persistência pode dificultar o uso das mãos na linha média, entre 
outras dificuldades de movimentação, sendo comum em pacientes neuropatas, 
hipertônicos e de tônus flutuante (MAFRA & PEREIRA, 2007). 
 
 
Figura 2 Reflexo tônico cervixal assimétrico ou Magno de Kleijn. 
Fonte: Flehmig (2002, p.21). 
 
O RTCA nem sempre se apresenta completo podendo apresentar somente o 
desvio lateral da cabeça, mantendo os membros superiores simétricos em flexão. No 
decúbito ventral o reflexo tônico cervical se expressa com atitude inversa dos membros: 
flexionados os faciais e estendidos os nucais chamado de atitude de esgrimista (Figura 
3). 
 
Figura 3 Reflexo tônico-cervical inverso em decúbito ventral. 
Fonte: Coriat (2001, p.41). 
 
A persistência de atitude de esgrimista, rígida e estereotipada, mesmo na idade 
em que sua presença é fisiológica, sugere patologia, geralmente lesão cerebral; ao 
contrário, sua ausência se observa em alterações congênitas do sistema nervoso, como 
na maioria dos lactentes afetados pela síndrome de Down (CORIAT, 2001). 
 
A atitude rotada da cabeça permite ao bebê ver as grades de seu berço, as 
paredes do quarto e o ajuntamento de móveis e pessoas no ambiente onde se encontra. 
Dentre esses objetos irá percebendo, de forma diferenciada, aqueles que atuam como 
estímulos específicos. O rosto da mãe será rapidamente reconhecido. 
Outro objeto possível de ser percebido distintamente é sua própria mão. De fato, 
graças ao reflexo tônico cervical, a mão, como objeto móvel, cruza frequentemente seu 
campo de visão. A reiteração do estímulo visual fará com que a criança fixe sua atenção 
nela até se familiarizar (CORIAT, 2001). 
Coriat (2001) afirma que a aquisição da imagem da mão se deve aos estímulos 
visuais, sinestésicos e táteis percebidos pela criança. O roçar das polpas digitais contra a 
palma, contra as roupas, além disso, o reflexo da palma da mão auxilia na presença de 
objetos na mão. 
O conhecimento de cada mão se integra em separado: a criança ignora a mão 
que não vê em determinado momento, e essa dissociação, que a leva a desconhecer o 
hemi-mundo, que fica às suas costas, por não ter noção da permanência dos objetos, a 
ajuda a concentrar-se no objeto que está em frente a seus olhos. 
A estimulação através de brinquedos sonoros colocados na mão estimula o tato, 
a visão e a audição e permite associações com a imagem da mão a do próprio objeto. 
 
c) Reflexo de Landau: O reflexo descrito por Landau resulta de uma complexa 
interação de reações labirínticas e tônico-cervicais. Para observá-lo deve-se manter a 
criança suspensa horizontalmente (Figura 4), dorso para cima, posição na qual a cabeça 
da criança se eleva espontaneamente, em dorsiflexão, impulsionada por reflexos de 
retificação cefálica de origem labiríntica. Talatitude determina que o tronco e os quatro 
membros se estendam dando ao eixo do corpo a disposição de um arco tenso côncavo 
para cima. Com isso, quando se flexiona passivamente a cabeça, a criança 
imediatamente flexiona o tronco e os membros (Figura 5) (CORIAT, 2001). 
A partir dos 4 ou 5 meses de idade o bebê normal reage a suspensão ventral com 
extensão de cabeça e tronco; por volta dos 6 a 8 meses ele também reage nos membros 
inferiores. Essa resposta normal pode faltar em bebês com paralisia cerebral ou retardo 
mental acentuado (SHEPHERD, 2002, p.389). 
 
 
 
Figura 4 Retificação cefálica e extensão corporal. 
Fonte: Coriat (2001, p.47). 
 
 
 
 
Figura 5 Reflexo de Landau. 
Fonte: Coriat (2001, p.47). 
 
f) Reflexos orais: Tem a finalidade de possibilitar o ato de se alimentar. 
Compreendem os reflexos de busca, sucção e deglutição. Consiste também, na 
orientação seletiva dos lábios e da cabeça para o local onde se aplica a estimulação, 
denominado por André-Thomas (CORIAT, 2001 ) como “reflexo dos quatro pontos 
colaterais” (Figuras 8, 9 e 10). 
 
Figura 8 Reflexos de busca: atitude inicial e estimulação. 
Fonte: Coriat (2001, p.56) 
 
 
Figura 9 Reflexos de busca: resposta bucal e rotação cefálica 
Fonte: Coriat (2001, p.56). 
 
 
Figura 10 Reflexos de busca: resposta bucal e extensão cefálica 
Fonte: Coriat (2001, p.57) 
 
Reflexo de Galant (encurvamento do tronco): Presente desde o nascimento 
desaparece no decorrer do 2º mês de vida. Esse reflexo é testado com a criança em 
prono, deslizando-se um objeto pontiagudo da região do ilíaco até a última costela, 
próximo às vértebras lombares. Como resposta, ocorrerá uma flexão lateral do tronco; 
com o desenvolvimento da capacidade de extensão do tronco. 
A resposta à este estímulo passa a ser em extensão e flexão lateral do tronco. 
Sua persistência resulta em dificuldade de desenvolver a transferência lateral de peso 
(Figuras 11 e 12). 
 
 
Figura 11 Reflexos de encurvamento do tronco 
Fonte: Coriat (2001, p.25) 
 
 
Figura 12 Reflexos de encurvamento do tronco – Reação de Galant 
Fonte: Flehmig (2002, p.60) 
 
 
Defesa plantar: Típico reflexo de automatismo medular, que desaparece no 6º mês. 
Para obtê-lo estimula-se a planta do pé em decúbito dorsal e a resposta é a retirada em 
tríplice flexão. 
 
Reflexo de preensão plantar: Pode estar presente desde o nascimento até o 3º 
trimestre, desaparecendo com 01 ano de vida (Figura 13). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 Reflexos de preensão plantar 
Fonte: Flehmig (2002, p.26) 
 
Tocando a planta do pé abaixo do grande artelho, o reflexo de preensão plantar, 
assume os demais artelhos com a posição em garra. Quando cessa o toque estendem-se 
os artelhos. Persistindo este reflexo, não é possível manter-se o pé plano, nem a marcha 
normal (apoio alternado no calcanhar e artelhos). 
 
Reflexo de preensão palmar: Ao tocar a superfície interna da mão, esta se fecha e 
permanece fechada enquanto dura o estímulo. Pode-se puxar a criança para cima, 
mantendo-se, entretanto, as articulações dos cotovelos ligeiramente fletidas. Se este 
reflexo durar mais tempo, desfazer-se da posição através da abertura da mão (ausência 
de reações de equilíbrio) é reforçado fisiologicamente pela sucção (Figura 14). 
 
Figura 14 Reflexo de preensão palmar 
Fonte: Flehmig (2002, p.25). 
 
 
Reflexo de Marcha: Esse reflexo é testado segurando-se o bebê pelas axilas com pés 
em uma superfície de apoio, inclinando-a para frente. Com o estímulo, o bebê vai 
“andar” realizando flexão alternada de membros inferiores. Esse reflexo apresenta faixa 
de normalidade do nascimento até o quarto mês (Figura 15). 
 
Figura 15 Reflexo de Marcha 
Fonte: Flehmig (2002, p.20). 
 
Suporte positivo: O suporte positivo é considerado normal desde o nascimento até o 
segundo ou terceiro mês de vida. Esse reflexo é testado segurando-se o bebê de pé sobre 
uma superfície de apoio, e realizando ligeiros “quikes” para cima e para baixo. Com 
isso, o bebê realiza suporte em extensão digitígrado, significando resposta em padrão 
extensor total; resquícios desta resposta são comuns até, aproximadamente, sete meses 
(Figura 16). 
 
Figura 16 Suporte positivo. 
Fonte: Flehmig (2002, p.20). 
 
Reflexo Tônico Cervical Simétrico (RTCS): Esse reflexo demonstra dependência 
entre a postura da cabeça e dos ombros e pode ser testado com o bebê em prono sobre a 
perna do examinador, com membros superiores e inferiores livres. A extensão da cabeça 
produzirá extensão dos membros superiores e flexão de membros inferiores; a flexão da 
mesma provocará flexão de membros superiores e extensão de inferiores. Pode ser 
observado do segundo ao quarto mês de vida do bebê, e sua persistência pode dificultar 
a permanência na postura de gatas, o engatinhar em padrão cruzado e proporcionar o 
engatinhar sem dissociação de cinturas (escapular e pélvica), gerando o engatinhar em 
bloco. 
 
Reflexo Tônico Labiríntico (RTL): Pode ser testado nas posturas prona ou supina. 
Com a criança em supino sobre as mãos do examinador, busca-se observar presença de 
aumento da atividade extensora, fletindo os membros superiores e inferiores, 
observando-se a resistência a esses movimentos e à flexão passiva da cabeça. Na 
postura supina, analisa-se o aumento da atividade flexora, observando a resistência à 
extensão da cabeça e de membros. Caso o reflexo esteja presente com hipertonia, é 
sempre patológico (Figura 17). 
 
Figura 17 Reflexo postural labiríntico. 
Fonte: Flehmig (2002, p.24) 
 
Reação cervical de endireitamento: Pode ser testada com o bebê em supino, 
segurando-o delicadamente pelo occipital e rodando sua cabeça para o lado. O restante 
do corpo move-se reflexivamente na mesma posição da cabeça; primeiro, os quadris e 
pernas alinham-se, seguidos pelo tronco. Com faixa de normalidade do quarto ao sexto 
mês de vida, é a única reação que irá desaparecer, dando lugar à reação corpo sobre 
corpo (Figura 18). 
 
Figura 18 Reação postural cervical 
Fonte: Flehmig (2002, p.23). 
 
Reação labiríntica e óptica de retificação: Ambas as reações são testadas nas posturas 
prona, supina e decúbito lateral, com a criança suspensa na postura desejada e com 
olhos vendados. Na reação labiríntica, a partir do estímulo dos canais semicirculares, ela 
busca, com sua maturação, a verticalização da cabeça. Na reação óptica, ela é orientada 
por algum objeto de seu interesse. Em ambas, a faixa de normalidade é a partir do 
primeiro mês, em prono, e aproximadamente entre o quinto e o sexto mês, em supino e 
decúbito lateral. 
 
Reação de anfíbio: Com a criança na postura prona, essa reação é testada levantando-se 
um lado da cintura pélvica. Como resposta, haverá flexão de tronco e do membro 
inferior do mesmo lado. Essa reação permite o desenvolvimento do arrastar e do 
engatinhar, sendo normal a partir do sexto mês. 
 
Reações protetoras: São movimentos protetores dos membros na direção da força que 
se desloca, como reação a uma súbita força deslocadora ou quando o equilíbrio não 
pode mais ser mantido. Pode ser testada nas posturas prona, prona para os lados, supina 
e sentada. Na postura prona, o bebê é posicionado com os braços para frente, 
respondendo com apoio de mãos e elevação da cabeça; reação normal a partir do 
terceiro mês. O teste da reação em supino, normal a partir do sexto mês, é realizado 
posicionando-se a criança sobre o rolo e deslocando-a para um dos lados; como resposta 
ao estímulo, ela realizará apoio do membro superior do lado do deslocamento e tentará a 
verticalização da cabeça. Com a criançasentada, o examinador a desloca anterior, 
posterior e lateralmente; a resposta, normal dos sexto ao nono mês, será sempre o apoio 
dos braços e mãos espalmadas protegendo o corpo e livrando a face com a 
verticalização da cabeça. 
 
Reação de equilíbrio: Testada da mesma forma que a reação anterior, nessa reação 
busca-se observar a procura da criança pela verticalização e aumento da base, através do 
afastamento. Sua faixa de normalidade é do sétimo ao décimo oitavo mês, nas posturas 
prona, supina, sentada, gatas, de joelhos e de pé. 
 
DESENVOLVIMENTO MOTOR NORMAL NO PRIMEIRO ANO DE VIDA 
 
O bebê nasce após 38 a 42 semanas de gestação. O processo de desenvolvimento 
é influenciado, originalmente, pelo código genético e pela maturação do sistema 
nervoso central. 
O recém-nato não é passivo. Ao acordar ele se move casualmente com grande 
arco de movimento, às vezes, bastante vigoroso. Estes movimentos se observam, 
inicialmente, mais na postura supina. Além dos movimentos esporádicos, existem 
outros mais complexos, geralmente gerados por alguma atividade reflexa, como o 
rastejar e a marcha automática, que são a base de movimentos mais elaborados adiante 
(FLEHMIG, 2002). 
O movimento da cabeça do recém-nato é o ponto de partida da evolução da 
extensão. Em prono, o peso corpóreo se encontra na face. O quadril fletido transfere 
todo peso para esta área. Ao virar a cabeça para liberar as vias aéreas, ele promove uma 
extensão da região torácica alta, que por sua vez, vai contribuir para adquirir o controle 
da cabeça, importante para localizar o alimento. O reflexo de procura é provocado pela 
estimulação tátil em volta da cavidade oral. O bebê que não apresentar o reflexo de 
procura, deve ser observado, pois pode ser sinal de anormalidade (RATTLIFFE, 2005). 
A postura fletida do tronco acontece porque os discos intervertebrais ainda não 
se formaram. Devido a esta postura fletida, podem acontecer movimentos laterais da 
coluna, que permite o surgimento de posturas assimétricas. Uma coluna totalmente 
retificada não permitiria um desenvolvimento assimétrico, já a postura assimétrica dá 
espaço para que os membros inferiores possam realizar movimentos mais amplos e 
transferência lateral. 
O recém-nato levantado para a postura sentada é incapaz de cooperar. 
Quando ele for sustentado totalmente na vertical, ele estenderá os membros inferiores e 
assumirá um pouco seu peso corporal. Se o examinador transferir o peso, o bebê 
realizará a marcha automática. O ficar de pé primário e a marcha automática 
desaparecem por volta da quarta à sexta semana. O bebê passará por uma fase de astasia 
e abasia3. A acuidade visual, neste momento, é muito baixa. Willrich et al. (2009) 
afirmam que o aprimoramento motor é considerado como um processo sequencial, 
contínuo e relacionado a idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma 
enorme qualidade de habilidades motoras simples e desorganizadas para execução de 
habilidades motoras altamente organizadas e complexas. Burns e Mac Donald (2007) 
ressaltam que o conhecimento do desenvolvimento motor do lactente é muito 
importante, principalmente em casos de o recém-nascido apresentar ou correr o risco de 
apresentar distúrbio motor. Cada criança apresenta seu padrão característico de 
desenvolvimento, pela influencia sofrida em seu meio, existido assim, uma considerável 
variabilidade individual de acordo com cada criança. 
 
O neonato de 0-10 dias 
O bebê se apresenta numa flexão fisiológica em supino e prono, que é o 
resultado da maturação do Sistema Nervoso Central (SNC) durante a vida fetal. 
No prono, a postura é bem fletida. A pelve está em retroversão, e os joelhos estão 
dobrados e geralmente próximos ao abdômen. Esta atitude faz com que o peso corpóreo 
seja deslocado para a face. O bebê consegue liberar as vias aéreas levantando a cabeça, 
virando a mesma para a direita e esquerda, promovendo uma forte estimulação 
proprioceptiva. Este movimento é influenciado pelo sistema labiríntico, que provoca a 
reação de retificação da cabeça. Os músculos do ombro promovem a estabilidade 
sinérgica, permitindo que a criança levante a cabeça e vire a mesma, de um lado para 
outro. Ao levantar a cabeça o peso corpóreo passa para a cintura escapular. O 
movimento de elevação da cabeça, muitas vezes, é acompanhado por movimentos dos 
membros inferiores. 
Em supino demonstra a flexão fisiológica, principalmente nas extremidades. O 
bebê ainda não tem uma flexão ativa e graduada do pescoço e não é capaz de manter a 
cabeça na linha mediana. A cabeça virada para o lado facilita o contato da mão à boca. 
A mão se apresenta em flexão com os dedos aduzidos. 
Deve-se frisar que esta postura não é uma situação fixa. Há presença do reflexo 
de preensão da mão. Os membros inferiores se encontram em flexão, abdução, e rotação 
externa. A pelve está em retroversão e ao chutar, o bebê mantém alguma rotação externa 
e o pé fica, geralmente, em flexão dorsal (FLEHMIG, 2002). 
Quando levantado para a posição sentada o bebê tenta iniciar o movimento de 
flexão da cabeça, mas perde o controle e a cabeça cai para trás, devido ainda à ausência 
do controle do tronco, e apresenta uma cifose quando colocado na postura de sentado. 
Apresenta marcha automática, quando colocado de pé, que desaparecerá por volta da 4ª 
a 6ª semana. Nesta fase o bebê consegue visualizar melhor com contraste preto e 
branco, acompanhando um objeto lateralmente e verticalmente. 
Primeiro mês 
Predomina o padrão de flexão fisiológica e, o período de posturas assimétricas. 
A cabeça está quase sempre colocada de lado, o corpo segue em rotação em bloco 
(posição dorsal/supina); os braços formam ângulo com o corpo, as mãos estão semi-
fechadas, o polegar aduzido (mas sem resistência, frouxo). O tórax encontra-se na linha 
média e muda de posição de acordo com a movimentação da cabeça com auxílio do 
reflexo tônico-nucal assimétrico. O reflexo de Moro pode aparecer quando a cabeça se 
move (Figura 19). 
 
 
Figura 19 Reação automática. 
Fonte: Flehmig (2002, p.16) 
 
Em decúbito ventral predomina também a postura flexora; levanta a cabeça 
momentaneamente, os braços ficam para baixo do tronco ou ao lado, e cintura escapular 
encontra-se retraída, joelhos fletidos e nádegas ligeiramente levantadas. Quando 
levantada da posição dorsal para sentada, segurada pelas mãos a cabeça pende para trás, 
a cabeça oscila para os lados, e o cotovelo mantém em flexão. Ainda não possui o 
controle da cabeça (Figura 20). 
 
 
 
Figura 20 Levantar a criança da posição dorsal 
Fonte: Flehmig (2002, p.112) 
 
Ao ser segurado pelas axilas, como se fosse andar, apresenta a marcha reflexa, 
que costuma desaparecer por volta dos 2 meses, que inicia com o contato dos pés no 
apoio, apresenta atitude flexora inicial, depois o reflexo retificação do tronco (reação 
extensora) e, marcha automática. Os olhos acompanham os objetos em linha média. 
Reage a brinquedos luminosos ou sonoros, porém assusta-se com facilidade. 
 
2.3.3 Segundo mês 
A criança ainda apresenta predomínio da flexão corporal, mas realiza extensão 
melhor. Na posição dorsal (supino) apresenta a cabeça para o lado quase sempre para o 
lado de preferência, mas sem restrição para virar para o outro lado. 
As mãos encontram-se mais abertas, os braços com mais extensão, mas não chegando a 
linha média. 
O corpo se encontra mais simétrico e as pernas apresentam menos flexão e 
dorsiflexão, mais abdução e extensão, rotação, descarrega o peso sobre calcanhares e 
bordo lateral dos pés (marcha automática). 
 
Os movimentos maciços são em menor número, o reflexo de moro ainda aparece 
quando a cabeça se movepara posição dorsal quando puxado para sentar; ainda não 
apresenta controle da cabeça, apesar de acompanhar bem o movimento. 
Quando na posição ereta, sentada, a cabeça tende a cair um pouco, oscilando. 
Na postura (ventral/prono) a criança começa a estender o segmento torácico, levanta a 
cabeça de 0 a 45º, muitas vezes de forma assimétrica, tentando manter a cabeça na linha 
média. Os braços ainda estão situados atrás dos ombros, mas quando ergue a cabeça 
realiza mais abdução (Figura 21). 
 
 
Figura 21 Posição ventral 
Fonte: Flehmig (2002, p.112). 
 
O quadril (pélvis) se encontra com menos flexão (retroversão) e mais extensão, 
levando assim mais estabilidade para o pescoço, as pernas menos flexionadas com mais 
abdução e rotação externa. 
No bebê com 2 meses, ainda é possível verificar a assimetria fisiológica, e 
influências de padrões tônicos posturais como o reflexo tônico-nucal assimétrico e o 
reflexo labiríntico, porém nenhum destes limitam o movimento ativo. 
Quando estimulada a pegar um objeto nas mãos, ambas se encontram 
predominantemente fechadas; mas abre-se quando tocada e frequentemente encontra-se 
na boca o polegar ou a mão inteira. Consegue visualizar o objeto até a linha média e a 
ultrapassa a curto período, porém, quando pega um objeto com as mãos, não solta-o 
devido o reflexo de preensão palmar. 
Terceiro mês 
Na posição supino ou dorsal apresenta rotação corporal, a cabeça consegue ser mantida 
na linha média, mas a mesma tende a ficar do lado de preferência. Quando a criança 
move a cabeça para o lado, o tronco mostra-se virando para o lado do rosto. 
As mãos já podem ser trazidas na linha média, os dedos se encontram mais 
abertos, pegam objetos, mas não os largam voluntariamente, é largado apenas quando as 
mãos se abrem, como por exemplo, na presença do reflexo de Moro. As pernas 
apresentam mais extensão durante os movimentos; menor flexão e dorsiflexão, porém 
mais abdução e rotação externa. Quando levantado para sentar, a cabeça se mantém na 
linha média, acompanhando o movimento na posição ventral ou prono (Figura 22). 
 
Figura 22 Posição ventral 
Fonte: Flehmig (2002, p.112) 
 
A cabeça ergue até 45º, com apoio nos antebraços podendo oscilar de um lado 
para o outro e para frente. As mãos fechadas podem abrir momentaneamente. 
O quadril realiza mais extensão (anteroversão), o bumbum (nádegas) 
ligeiramente levantado; as pernas com menos extensão e dorsiflexão e mais 
abdução e rotação externa. 
Nesta fase o tônus flexor, já não predomina, entrando mais o extensor para vencer a 
gravidade como o controle da cabeça, tronco em diferentes posições. 
A criança já apresenta melhora nas reações de equilíbrio. Apresenta-se mais 
simétrica, embora ainda apresente assimetria, não havendo, portanto, limitação da 
movimentação ativa. 
Nesta fase ainda estão presentes os reflexos tônico-cervical assimétrico, reflexo 
labiríntico e o reflexo tônico nucal simétrico. O reflexo de preensão palmar 
praticamente já desapareceu, mas ainda permanece o reflexo de preensão plantar. 
Não há mais reflexo de marcha, e a reação de Moro pode aparecer as vezes quando os 
bebês abrem as mãos. 
Já percebe os objetos na linha média e além dela para ambos os lados. 
Acompanha com a cabeça 180º, observando o objeto mais prolongadamente; os 
olhos já se encontram mais coordenados. O polegar, ou um dedo é colocado naboca, ao 
invés da mão inteira, as mãos podem ser juntadas na linha média. 
“Sustentar a cabeça aos três meses é a melhor prova de que o desenvolvimento 
psicomotor do bebê está perfeito” (DE LAMARE, 2009). 
 
Quarto mês 
A criança apresenta competência para manter-se na posição dorsal 
(supino). A simetria indica que ela é capaz de virar para os lados, manter a cabeça na 
linha média com o pescoço alongado; quando levantada para sentar para frente, utiliza 
ativamente o abdômen com bom controle de cabeça. 
Os braços estão na linha média, mãos nos joelhos, bate palmas, segura objetos 
quando colocados na mão e solta-os ao acaso. O quadril apresenta retro e anteroversão; 
porém não tem controle e pode flexionar o quadril, ao invés de fazer retroversão. 
Utilizam a extensão lombar para realizar a elevação do quadril (ponte) com os 
pés apoiados no chão realizando o movimento de plantiflexão (ponta dos pés). 
Na posição ventral ou prona a cabeça chega a extensão até a região lombar 
inferior, as escápulas estão mais estabilizadas em abdução, e se apóia nos antebraços. 
Iniciam-se os movimentos de rastejamento. As mãos estão mais abertas e arranham a 
superfície mais externa dos cotovelos. Inicia-se o suporte de peso nas mãos, 
semifechadas com extensão dos cotovelos se empunhando para cima (Figura 23). 
 
 
Figura 23 O quarto mês 
Fonte: De Lamare (2009, p.240) 
 
Quando colocada sentada, o tronco não possui estabilidade ou equilíbrio e tende 
para frente. Ainda não há reações de apoio embora o braço já apresente extensão sem 
que a criança faça peso. As mãos iniciam o abrir quando se aproximam de um suporte. 
Ainda se nota, nesta fase, uma pequena influência dos reflexos tônico cervical. 
assimétrico e reflexo tônico labiríntico, o que não impede o movimento. 
Nesta fase o lactante vai deixando de utilizar mecanismos de reflexos para 
realizar movimentação ativa. Os reflexos magnéticos, Galant, placing-reaction4, as 
reações de marcha já não aparecem mais. Os reflexos de preensão palmar aparecem 
discretamente, os reflexos plantares ainda permanecem, e o de Moro, discretamente. 
 
Quinto mês 
Nesta fase a criança em posição prono apresenta bom controle de cabeça na 
posição de prono/supino com extensão até a pelve (± 90º no quadril). As escápulas 
possuem forte abdução com estabilidade e braços estendidos, e os cotovelos fletidos 
(posição puppy) transfere o peso para o lado craneal, a fim de liberar o outro lado e 
estender o braço para diante. O quadril mostra-se apoiado na base, suporta peso durante 
os movimentos natatórios com os braços estendidos, as pernas com mais extensão, 
rotação, externa e abdução. 
Na posição dorsal ou supina, quando levantado para sentar antecipa o 
movimento de elevação da cabeça, apresenta total controle em todos os planos, 
iniciando o controle ativo do pescoço e tronco superior, começando o preparo para 
sentar. Apresenta boa reação postural da cabeça sobre o tronco com início de reação 
postural do corpo ao corpo. Nesta fase desaparecem todos os padrões tônicos posturais e 
reação de Moro. Em relação à motricidade pega objetos com as duas mãos com 
preensão palmar de toda a superfície da mão, frequentemente leva os seus pés a boca. O 
polegar está estendido e pouco aduzido (Figuras 24 e 25). 
No quinto mês ocorre explosão das atividades. Tenta-se arrastar; rola; brinca 
com os chocalhos; puxa o pé à boca e chupa o dedo do pé, consegue apanhar objetos e 
trocá-los de mão (DE LAMARE, 2009). 
 
Figura 24 Conhecimento do corpo: palpação dos pés 
Fonte: Coriat (2001, p.96) 
 
 
Figura 25 Conhecimento do corpo: o lactente leva os pés à boca 
Fonte: Coriat (2001, p.104) 
 
Sexto mês 
A criança com 6 meses na posição dorsal ou supina é capaz de virar sua cabeça 
livremente para um lado e outro e o tronco pode manter-se com o dorso apoiado na 
cama ou girar ativamente. Quando puxado para sentar, eleva a cabeça, ombros e braços, 
antecipando posição. Quando está sentada, transfere o peso para um dos lados, 
geralmente transfere o peso para frente e utiliza os braços (Figura 26). 
 
 
Figura 26 O sexto mês 
Fonte: De Lamare (2009, p.344) 
 
 
No decúbito ventral, a cabeça eleva-se para posição de ± 90º, tronco estendido o 
quadril apóia na base. Suporta bem o pesode um lado com fixação da escápula em 
abdução contra a caixa torácica, os movimentos do tronco são em rotação e não mais em 
bloco. 
As mãos não despertam tanto interesse, assim, agora são instrumentos para suas 
necessidades como de locomoção. A curiosidade agora é despertada para os pés. 
Na posição supina com as pernas elevadas e os pés diante da visão, a criança realiza um 
ângulo poplíteo em torno de 150º até que os joelhos se aprofundem nos flancos e os pés 
ou pelo menos o dedo do pé chegue até a boca (CORIAT, 2001). 
 
Quando assume a postura sentada a coluna forma um arco convexo para trás, 
requererá apoio das mãos abertas contra a cama. Nessa idade a criança se interessa por 
objetos grandes, pois todo objeto agarrado é transferido para outra mão. Possui eficaz 
reação de bloqueio a queda (pára-quedismo). A criança em decúbito ventral eleva a 
cintura escapular e aplainamento da cintura pélvica nesta idade os membros superiores 
adquirem capacidade de deslocamento (CORIAT, 2001). 
 
Sétimo mês 
Nesta fase a criança praticamente não fica em decúbito dorsal e, se segurada para 
sentar ergue-se praticamente sozinha. Não existe predomínio do padrão flexor ou 
extensor. 
Na posição decúbito ventral (prono) a cabeça é bem erguida, desloca o seu peso 
e puxa as pernas para ficar ereta, se arrasta empurrando para trás e realiza movimento de 
“gatas”. Faz movimentos para frente e para trás, realiza transferência de peso para 
sentar de lado enquanto o bumbum passa sobre os calcanhares (Figura 27). 
 
Figura 27 Posição decúbito ventral (prono) 
Fonte: Flehmig (2002, p.196) 
 
Na postura sentada apresenta melhor equilíbrio, mais estabilidade, quando se 
inclina para frente, o tronco ainda é curvado, pernas em abdução e os quadris bem 
fletidos. 
Quando levantada, oscila para cima e para baixo, por pouco tempo se equilibra 
no quadril com boa extensão e controle de cabeça. Quando perde o equilíbrio, este se 
restabelece mediante boas ações posturais do corpo. 
Oitavo mês 
A criança se movimenta constantemente e realiza espontaneamente a mudanças 
de decúbito (prono/supino). Apresenta bom controle de cabeça no decúbito ventral e 
inicia o engatinhar com rotação deficiente do tronco e, se vira em círculo, em torno do 
próprio eixo (FLEHMIG, 2002). 
Transfere o peso através da pélvis, se apóia sobre um cotovelo, estende os braços 
e caminha com as mãos para trás, no início não cruza a linha média, depois cruza 
enquanto o corpo se move sobre o braço. Sentada apresenta bom controle de tronco em 
extensão e braços livres para brincar. 
A criança começará a chutar e se erguer nas mãos das pessoas ou em objetos e 
móveis. Quando fica em pé os artelhos ficam em garras, pois ainda se vê o reflexo de 
preensão plantar. Apresenta boa reação de equilíbrio e reações de apoio Landau. 
 
Nono mês 
Nesta fase praticamente não fica em uma postura somente. Movimentase 
alternando de deitada, para sentada, sentada para “gatas”. Passa de um móvel para outro 
com flexão lateral de tronco, transferência de peso no tronco inferior e quadril. Agacha-
se, caminha na posição de “urso”, quando fica de pé apresenta ligeira flexão dos 
joelhos, pois ainda não apresenta domínio desta postura. 
Apresenta boa reação de equilíbrio (dorsal, ventral, sentada) e boa reação de 
Landau. 
 
Décimo mês 
A criança se movimenta constantemente, senta sozinha com total equilíbrio, vira 
para os lados, para frente e para trás, se apóia em objetos para assumir a postura de pé, 
embora às vezes, consegue realizá-la sem apoio. Anda se sustentando pelas duas mãos e 
normalmente passa da postura de pé para engatinhar, pois já o realiza com rapidez e 
agilidade (Figura 28). 
 
 
Figura 28 Engatinhar 
Fonte: Flehmig (2002, p.228) 
Alcança um objeto e também já o larga espontaneamente, atira o brinquedo a 
espera que alguém o busque, a preensão é como pinça (utilizando o polegar e o 
indicador). Brinca com as mãos na linha média, com os pés e o corpo inteiro, troca 
objetos de uma mão para a outra (coordenação). 
A criança apresenta preparo para grande variabilidade de mudanças de posturas 
com alternância de posição ereta para marcha. 
 
Décimo primeiro e Décimo segundo mês 
Apresenta marcha livre com os braços abertos. Transfere de decúbito dorsal para 
sentada, engatinha, utiliza os móveis para a posição de ajoelhada, meio ajoelhada e de 
pé. Sustenta-se com as duas mãos, em seguida, retira uma mão e tenta a marcha livre. 
Essas atividades motoras não são reflexos nem automáticas, requerem aprendizagem 
prévia (CORIAT, 2001). 
Ainda segundo Coriat (2001) nesta fase a criança adquire noções espaciais que 
ajudam a situar-se no mundo. O conhecimento do espaço está associado ao do tempo. 
(...) as primeiras noções temporais dependem da tomada de consciência acerca da 
duração e da sucessão ou de posições através das ações, das quais a criança participa; se 
confundem com as impressões de expectativas e esforço com o próprio 
desenvolvimento do ato, interiormente vividos (...)(PIAGET, 1975, p.119). 
 
Adquirem-se nessa idade, noções de distância quando engatinha para alcance do 
brinquedo, de profundidade e do espaço vertical, ao dar os primeiros passos. 
Quando a criança está de pé parada, predomina o apoio plano que persiste até a 
modelação do arco plantar, às vezes observa-se o apoio na ponta dos pés que logo 
desaparece (equinismo). Normalmente os pés encontram-se separados com aumento da 
base de sustentação; suas bordas internas ficam quase paralelas e os dedos apontam para 
frente (Figura 29). 
Segundo Coriat (2001) algumas crianças pulam etapa do engatinhar, não 
significando que apresentem problemas motores. A criança inverte a preensão bimanual, 
bate palmas, explora o próprio corpo. Gessel (1997) chamou a brincadeira de passar um 
brinquedo de uma mão para outra de “aposição”. 
 
 
 
Figura 29 Ficar em pé e andar 
Fonte: Flehmig (2002, p.244)

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