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Astronomia breve histórico

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O ser humano sempre buscou compreender o funcionamento do Universo. Desde a Antiguidade, os povos 
observavam as estrelas, cometas e planetas para tentar desvendar os mistérios do espaço. Em diversas 
civilizações, por exemplo, muitas estrelas e planetas foram transformados em deuses. Muitas lendas contam a 
origem destes astros e delegam poderes especiais a eles. Mas foi somente durante o Renascimento Científico ( 
séculos XV e XVI ) que o homem passou a ter uma visão mais detalhada e significativa do Universo. 
 
 
 
Abaixo um breve histórico da evolução dos conhecimentos sobre astronomia. 
 
 
 
750 a.C. - Os egípcios começam a utilizar o movimento do sol para contar o tempo. Surgem os primeiros 
relógios de sol. 
 
 
 
600 a.C. - O mais antigo método para calcular um eclipse é registrado pelos gregos. O sábio Tales de Mileto 
(624 a.C.-546 a.C.) calcula e prevê a chegada de um eclipse que deve ter acontecido no dia 28 de maio de 285 
a.C. É o que avaliam os astrônomos de hoje, de acordo com os conhecimentos que têm sobre o movimento do 
Sol no passado. 
 
 
 
350 a.C. - O matemático grego Eudoxo de Cnidos (400 a.C.-350 a.C.?) deixa o primeiro registro de um mapa 
astronômico. Com grande sofisticação, esse mapa se baseia numa "grade" de linhas imaginárias, muito 
semelhantes às linhas de longitude e latitude empregadas hoje pela geografia. A diferença é que, em vez da 
superfície da Terra, as linhas de Eudoxo percorrem o céu, centradas na estrela polar. Nessas linhas, o 
matemático anota a posição das estrelas já conhecidas. Possivelmente, outros povos, em especial os chineses, 
também tenham tido mapas celestes por essa época. 
 
 
 
240 a.C. - O grego Eratóstenes (276 a.C.-194 a.C.) faz o primeiro cálculo da circunferência da Terra e 
encontra a distância de 39.690 km. Sua experiência é considerada prodigiosa, já que a margem de erro é 
praticamente desprezível. 
 
 
 
Eratóstenes mede a Terra - O sábio grego avalia a circunferência da Terra usando um método simples e 
genial. Primeiro, ele supõe que a Terra seja uma esfera. Ele sabe, também, que toda esfera tem uma 
circunferência de 360º. Ou seja, esse é o ângulo que se percorre ao dar uma volta completa no planeta. Então 
ele imagina o seguinte: se 360º representam uma volta inteira, quantos graus existem num percurso mais 
curto? Para descobrir isso, Eratóstenes visita duas cidades do Egito: Alexandria, onde vive, e Syene, a 833 km 
de distância. Em cada lugar ele finca uma vareta no chão e mede sua sombra na mesma hora do dia. Pela 
diferença de tamanho das sombras, descobre que as cidades estão separadas 7,5º - um ângulo 48 vezes menor 
que a circunferência completa. Aí, Eratóstenes multiplica 48 por 833 (a distância entre Alexandria e Syene em 
km) e encontra os 39.690 km. Os historiadores não têm certeza do valor exato das unidades usadas pelo 
grego. Mesmo assim, é certo que seu cálculo chega a menos de 400 km da medida atual da circunferência 
completa da Terra. 
 
 
 
140 - O grego Claudius Ptolomeu faz uma importante síntese da astronomia. A Terra seria o centro do 
Universo e a sua volta, presos a esferas de cristal, girariam o Sol, os planetas e as estrelas. Abandonado pela 
ciência moderna, esse sistema descreve o movimento dos astros com bastante precisão e continua em vigor 
um milênio e meio após sua criação. 
 
 
 
1054 - Astrônomos chineses registram, pela primeira vez, a morte de uma estrela. Situada na constelação de 
Touro, ela se torna, de uma hora para outra, a luz mais forte do céu. Suplanta até o planeta Vênus, de brilho 
mais intenso. Por três semanas, a estrela em explosão pode ser vista mesmo durante o dia. Ela reluz até o ano 
de 1056. Hoje se sabe que as estrelas desaparecem numa explosão chamada nova, ou, se o astro é muito 
grande, supernova. A que os chineses viram era uma nova. 
 
 
 
1252 - O rei Alfonso X (1221-1284) de Castela (Espanha), celebrizado como Alfonso, o Sábio, manda refazer 
as tabelas que indicam o movimento dos planetas no céu. Com os novos cálculos, os europeus obtêm dados 
mais exatos sobre os eventos astronômicos, aperfeiçoando o sistema de Ptolomeu. 
 
 
 
1304 - Os artistas, às vezes, conseguem ampliar os conhecimentos científicos com seu trabalho. É o que faz o 
pintor italiano Giotto di Bondone (1267?-1337), que mostra, num de seus quadros, a primeira imagem de um 
cometa. Muito brilhante, o cometa havia causado grande impressão na Europa em 1301. Giotto decide usar 
sua imagem na pintura A Adoração dos Reis Magos. 
 
 
 
1472 - O astrônomo alemão Regiomontano, cujo nome verdadeiro é Johann Müller (1436-1476), cria o 
primeiro registro exato da órbita de um cometa. Noite após noite, ele anota o nome das estrelas pelas quais o 
cometa vai passando, enquanto muda de posição no céu. Regiomontano usa as estrelas como mapa: fixas no 
céu, elas servem de pano de fundo para o movimento do astro nas proximidades da Terra. 
 
 
 
1543 - A primeira grande revolução no estudo do céu é liderada pelo padre polonês Nicolau Copérnico. Em 
seu livro Sobre a Revolução dos Corpos Celestes, ele defende o heliocentrismo: teoria de que todos os 
planetas, inclusive a Terra, giram em torno do Sol. O novo sistema, apesar de ser bem mais complicado que 
seu antecessor, do ponto de vista matemático, explica com mais clareza e mais lógica os movimentos dos 
astros. 
 
 
 
Novo centro do mundo - O impacto da teoria de Copérnico é monumental. Além de revelar um novo sistema 
celeste, derruba a concepção de que o homem tem um lugar especial no cosmo. Isso vai contra a doutrina da 
Igreja Católica, que adota o ponto de vista de Ptolomeu situando a Terra e o homem no centro do Universo. 
Essa convicção, no entanto, tem seus dias contados, e não só porque a Terra passa a ser um entre os diversos 
planetas que orbitam o Sol. Surgem também indícios de que ela seja feita das mesmas substâncias que os 
outros mundos. É o que conclui o italiano Galileu ao apontar pela primeira vez um telescópio para o céu, 
observando Lua, Júpiter e Saturno. 
 
 
 
1610 - Durante milênios, os astrônomos da Antiguidade haviam observado o céu a olho nu e viam tanto os 
planetas quanto as estrelas como simples pontos de luz. O sábio italiano Galileu Galilei (1564-1642) torna-se 
o primeiro a construir um instrumento precursor dos telescópios. Ao apontá-lo para o céu, constata que os 
planetas são feitos da mesma matéria que a Terra. Para fazer esse equipamento, Galileu se inspira num 
aparelho de olhar a distância criado pelo construtor holandês de óculos Hans Lippershey. 
 
 
 
1781 - O sexto planeta, Urano , é descoberto pelo inglês William Herschel (1738-1822), professor de música 
e astrônomo amador. O inglês John C. Adams (1819-1892) e o francês Urbain-Joseph Leverrier (1811-1877) 
encontram Netuno em 1846. Plutão seria identificado em 1930 pelo americano Clyde Tombaugh (1906-). Os 
planetas Mercúrio , Vênus , Marte , Júpiter e Saturno já eram acompanhados pelos povos antigos. 
 
 
 
1845 - O irlandês William Parsons, conde Rosse (1800-1867), constrói o maior telescópio de sua época, com 
uma lente de 1,83 m de diâmetro. Com ele, descobre as primeiras galáxias espirais. Hoje se sabe que são 
conjuntos de bilhões de estrelas semelhantes à Via Láctea. Estão situadas a pelo menos 2 milhões de anos-luz 
(1 ano-luz mede 9,5 bilhões de km). 
 
 
 
1851 - A primeira prova do movimento de rotação da Terra é fornecida por um pêndulo. É que a rotação do 
planeta obriga os pêndulos a rodar, oscilando a cada momento numa direção diferente. Sabendo disso, o físico 
francês Jean-Bernard-Leon Foucault (1819-1868) constrói um pêndulo gigante, com um fio de aço de 60 m de 
comprimento preso a uma bola de ferro de 31 kg. Registra os desvios sofridos pela bola e fornece a primeira 
prova inequívocada rotação da Terra. 
 
 
 
1862 - O físico sueco Anders Jonas Angströn (1814-1874) anuncia que o Sol contém hidrogênio. Ele faz a 
descoberta ao comparar a luz solar com a luz produzida em laboratório pelo hidrogênio aquecido. Pela 
semelhança, Angströn conclui que esse elemento é abundante na estrela mais próxima da Terra. 
 
 
 
1905 - Difícil de observar, porque fica muito perto do Sol e é ofuscado por sua luz, Mercúrio só começa a ser 
estudado para valer nesse século. É quando o italiano Giovanni Virginio Schiaparelli (1835-1910) nota umas 
poucas manchas e linhas na superfície do planeta. O astrônomo percebe que seu telescópio sempre aponta 
para as mesmas marcas e deduz que a rotação de Mercúrio é peculiar: ele sempre vira a mesma face para o 
Sol e, portanto, também mantém a outra face sempre voltada para a Terra. A gravidade solar, por causa da 
proximidade, puxa o planeta com muita força e controla sua rotação. 
 
 
 
1929 - Uma das descobertas mais importantes deste século é feita pelo norte-americano Edwin Powell Hubble 
(1889-1953). Ele anuncia que todas as galáxias se afastam umas das outras, fugindo para distâncias cada vez 
maiores. Isso leva a crer que o Universo está em expansão. Ele teria nascido como um ponto bem pequeno, há 
uns 13 bilhões de anos, explodido e passado a crescer como um balão. Dessa forma, todas as galáxias ficam 
cada vez mais longe umas das outras. Essa maneira de ver o cosmo é conhecida como a Teoria do Big Bang. 
 
 
 
A explosão do Universo - Antes de Hubble observar diretamente a expansão do Universo pela fuga das 
galáxias, diversos teóricos sugerem que ele tenha nascido de uma grande explosão (Big Bang, em inglês). O 
primeiro é o holandês Willem de Sitter (1872-1934). Para ele, a expansão cósmica pode ser deduzida da 
Teoria da Relatividade Geral , de Einstein. Chegam à mesma conclusão o russo Alexander Aleksandrovitch 
Friedman (1888-1925), em 1922, e, em 1927, o francês Georges Lemaître (1894-1966). 
 
 
 
1948 - O primeiro físico a tentar analisar o Big Bang - a grande explosão que dá início ao Universo - é o 
ucraniano Guiorgui Gamov (1904-1968). Ele declara que o Universo jovem deve ter sido um caldo denso e 
tórrido de partículas subatômicas. Gamov tenta calcular a temperatura desse caldo e supõe que, nesses 
momentos iniciais, o Universo teria liberado uma forte onda luminosa, mais tarde chamada de radiação de 
fundo. Com isso, ele indica o caminho para o desenvolvimento da Teoria do Big Bang . 
 
As provas do Big Bang - Os cosmologistas conhecem três evidências bem claras de que o Universo realmente 
surgiu de uma grande explosão, o chamado Big Bang, há cerca de 13 bilhões de anos. A primeira é a fuga das 
galáxias: pelo telescópio, observa-se que todas as galáxias se estão afastando umas das outras, justamente 
como seria de esperar se o cosmo estivesse crescendo ou em expansão. A segunda evidência é o brilho da 
explosão. Ela banha a Terra de todos os lados ao mesmo tempo, na forma de ondas de rádio bem curtas, o que 
significa que podem ser sintonizadas até hoje por qualquer aparelho de TV, aparecendo na tela como um 
chuvisco permanente. Finalmente, calcula-se que a detonação cósmica deva ter produzido apenas dois 
elementos químicos, e em proporção bem definida: 75% de hidrogênio e 25% de hélio. E é essa a proporção 
dos gases no espaço. 
 
 
 
1963 - O norte-americano de origem holandesa Maarten Schmidt (1929-) descobre os astros mais distantes e 
mais poderosos que existem, os quasares. São focos minúsculos de luz que aparecem apenas como um ponto 
brilhante aos telescópios, mas estão a distâncias incríveis, acima de 10 bilhões de anos-luz. Schmidt deduz, 
então, que, se os quasares podem ser vistos a essa distância, é porque emitem mais energia que mil galáxias 
juntas. Sua hipótese é que os quasares sejam núcleos de galáxias muito jovens e, por isso, extremamente 
energéticas. 
 
 
 
1964 - O brilho do Big Bang - isto é, a luz que emergiu durante a explosão que criou o Universo, há cerca de 
13 bilhões de anos - é detectado pelos norte-americanos Arno Allan Penzias (1933-) e Robert Woodrow 
Wilson (1936-). Ao tentar aumentar a eficiência de uma antena de comunicação com satélites, eles sintonizam 
um ruído assustador que parecia vir, ao mesmo tempo, de todas as direções do céu. Consultam o físico Robert 
Henry Dicke (1916-), que afirma que uma luz com essa característica só pode ser o próprio brilho do 
Universo. Como ela brotou da totalidade do cosmo, continua a percorrê-lo em todas as direções. 
 
 
 
1967 - O inglês Anthony Hewish (1924-) capta sinais de rádio do primeiro pulsar, um tipo de estrela que 
emite radiação na forma de pulsos regulares. Alguns desses pulsos chegam à Terra ao ritmo de um a cada 
milésimo de segundo. Isso acontece porque o pulsar lança um único feixe de luz (ou de ondas de rádio, que, 
para os físicos, também são uma forma de luz). Como o astro gira, esse feixe passa pelos telescópios de 
tempos a tempos, como se fossem pulsos. 
 
 
 
1971 - Surge o primeiro indício concreto de que os buracos negros existem. Esses astros representam as 
maiores concentrações de matéria do Universo. Quem detecta o possível buraco negro é o canadense C.T. 
Bolt. Ele chega a essa conclusão ao analisar os dados de um telescópio de raios X apontado para a 
Constelação de Cisne. Os buracos negros haviam sido previstos na da Teoria da Relatividade Geral pelo 
astrônomo alemão Karl Schwarzchild (1873-1916). 
 
 
 
1987 - No Observatório de Cerro Tololo, no Chile, o canadense Ian Shelton observa a primeira supernova 
próxima da Terra. Ela brilhou numa galáxia vizinha da Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães. 
Supernovas são explosões de grandes estrelas ao morrer. 
 
 
 
1992 - O radiotelescópio orbital Cobe fotografa o brilho do Big Bang. Com precisão extraordinária, ele capta 
minúsculas diferenças de intensidade no brilho cósmico . Essas variações teriam sido as sementes que deram 
origem às galáxias, há cerca de 12 bilhões de anos. 
 
 
 
1998 - Duas equipes internacionais - uma liderada pelo norte-americano Saul Perlmutter, ligado ao 
Laboratório Nacional Lawrence Berkeley (EUA), e outra pelo também norte-americano Brian Schmidt, do 
Observatório de Monte Stromlo (Austrália) - anunciam, no início do ano, que o Universo crescerá para 
sempre. Tudo indica que não existe possibilidade de o cosmo expandir-se até certo ponto e depois voltar a 
encolher, como alguns cientistas chegaram a supor. Os astrônomos mediram a velocidade de um grande 
número de galáxias e concluíram que elas se expandem num ritmo crescente. Se forem confirmadas, as 
medições significam que o cosmo ficará mais e mais vazio, frio e escuro nos bilhões de anos à frente, até o 
desaparecimento de todos os corpos celestes. 
 
 
 
1999 - Os astrônomos confirmam que o Universo está se expandindo há 13 bilhões de anos. Desde 1995, 
dados coletados pelo Telescópio Espacial Hubble criaram dúvida ao sugerir uma idade de apenas 10 bilhões 
de anos. Mas foram descobertas incorreções em diversas medidas, como a das distâncias entre as galáxias, 
que interferiram no cálculo da idade do cosmo. 
 
 
 
1999 - Uma impressionante fulguração que chega à Terra normalmente na forma de raios gama, sumindo 
segundos depois, é captada pela primeira vez como um facho de luz. Verifica-se, então, que vêm de distâncias 
imensas, e o fato de mesmo assim terem um brilho intenso indica que contêm imensa quantidade de energia. 
Não há ainda uma explicação para essas fulgurações, conhecidas desde 1997 pelo nome de erupções de raios 
gama. A hipótese mais provável é que sejam estrelas gigantes explodindo no estágio final da existência. Nesse 
caso, os astros se transformariam em buracos negros.

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