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PODER CONSTITUINTE

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1 
WWW.FOCANORESUMO.COM 
 MARTINA CORREIA 
PODER CONSTITUINTE 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Marcelo Novelino + Pedro Lenza + Gilmar Mendes + Revisaço DPU + Questões de Concursos (QC) 
 
 CARACTERÍSTICAS 
 
- Poder constituinte é o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição, mediante supressão, 
modificação ou acréscimo de normas constitucionais. 
 
Titularidade (conceito atual) Titularidade (conceito clássico de Sieyès) 
POVO (“todo poder emanado povo”) NAÇÃO 
 
- O conceito de poder constituinte originário é derivado dos estudos do abade de Sieyès (“O que é o 
Terceiro Estado?”). SIEYÈS ENFATIZA QUE A SOBERANIA POPULAR CONSISTE NO PODER 
CONSTITUINTE DA NAÇÃO. Para ele, o importante era superar o modo de legitimação do poder 
que vigia, baseado na tradição, pelo poder político de uma decisão originária, não vinculada ao 
direito preexistente, mas à nação, como força que cria a ordem primeira da sociedade. 
- Atenção: A TITULARIDADE É DO POVO, MAS QUEM EXERCE É O ESTADO (ASSEMBLEIA 
CONSTITUINTE, REPRESENTANTES DO POVO). 
- Assertiva correta do CESPE: o titular do poder constituinte é o povo, que, no Brasil, engloba tanto os 
brasileiros natos quanto os naturalizados. 
- Assertiva correta do CESPE: a soberania popular consiste essencialmente no poder constituinte do 
povo. 
 
 PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO 
 
- INSTAURA UMA NOVA ORDEM JURÍDICA E SURGE UM NOVO ESTADO, rompendo por completo 
com a ordem jurídica precedente. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte originário tem o condão de instaurar uma nova 
ordem jurídica por meio de uma nova constituição ou mesmo de um ato institucional. 
- A legitimidade do poder originário, do ponto de vista subjetivo, corresponde à titularidade e ao 
exercício do poder (povo e seus representantes). Do ponto de vista objetivo, o poder constituinte 
deve consagrar na Constituição um CONTEÚDO VALORATIVO CORRESPONDENTE AOS ANSEIOS DE 
SEU TITULAR. 
- Trata-se de um PODER POLÍTICO, não jurídico. 
 
CORRENTE JUSNATURALISTA CORRENTE POSITIVISTA (Brasil) 
O poder originário, apesar de não encontrar 
limites no direito positivo anterior, está 
subordinado aos princípios do direito natural. 
É um PODER JURÍDICO. 
Só existe direito posto pelo Estado. O poder constituinte 
é anterior e se encontra acima de toda e qualquer norma 
jurídica, devendo ser considerado um PODER POLÍTICO, 
ILIMITADO DO PONTO DE VISTA JURÍDICO. 
 
- Assertiva errada do CESPE: no que se refere ao poder constituinte originário, o Brasil adotou a 
corrente jusnaturalista, segundo a qual o poder constituinte originário é ilimitado e apresenta 
natureza pré-jurídica. Está errado porque o Brasil adota a corrente positivista. 
 
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 MARTINA CORREIA 
- Atenção: essa ausência de vinculação significa apenas que o poder constituinte não se submete às 
normas do direito anterior. Não significa que o poder constituinte seja um poder arbitrário que não 
conheça quaisquer limitações. Ele está LIMITADO PELOS GRANDES PRINCÍPIOS DO BEM COMUM, 
DO DIREITO NATURAL, DA MORAL E DA RAZÃO. 
- Paulo Branco também entende que existem LIMITAÇÕES POLÍTICAS inerentes ao exercício do 
poder constituinte originário: se o poder constituinte é a expressão da vontade política da nação, 
não pode ser entendido sem a referência aos valores éticos, religiosos, culturais que informam 
essa mesma nação e que motivam suas ações. 
 
INICIAL Instaura uma nova ordem jurídica. 
AUTÔNOMO A estruturação da nova Constituição será determinada, 
autonomamente, por quem exerce o poder constituinte originário. 
ILIMITADO JURIDICAMENTE Não tem que respeitar os limites postos pelo direito anterior. 
INCONDICIONADO E SOBERANO Deve tomar decisões sem submissão a qualquer forma prefixada de 
manifestação. 
PODER DE FATO E PODER POLÍTICO Tem natureza pré-jurídica. 
PERMANENTE Não se esgota com a edição da nova Constituição. Sentido de que o 
homem, embora tenha tomado uma decisão, pode revê-la 
posteriormente. 
 
- Assertiva correta do CESPE: segundo a doutrina majoritária, o poder constituinte é permanente, 
uma vez que, ao contrário da assembleia constituinte, cuja atuação se exaure com a promulgação da 
Constituição, não desaparece com a entrada em vigor da carta constitucional. 
- Assertiva errada do CESPE: o poder constituinte originário, responsável pela elaboração de uma 
nova Constituição, extingue-se com a conclusão de sua obra. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte originário é inicial, autônomo, ilimitado 
juridicamente, incondicionado. No Brasil, prevalece o entendimento de que o poder constituinte 
originário é totalmente ilimitado. Ele pode se manifestar tanto por meio de uma assembleia 
nacional constituinte quanto por meio de outorga decorrente de declaração unilateral de 
determinado agente revolucionário. 
- Assertiva errada do CESPE: o Brasil adotou a teoria segundo a qual o poder constituinte originário 
não é totalmente ilimitado, devendo ser respeitadas as normas de direito natural. Assim, PARA O 
CESPE, O PODER CONSTITUINTE É ILIMITADO. 
 
PODER CONSTITUINTE MATERIAL PODER CONSTITUINTE FORMAL 
É responsável por eleger os VALORES A SEREM 
CONSAGRADOS e a ideia de direito a prevalecer, 
definindo o CONTEÚDO FUNDAMENTAL da 
Constituição. 
O material diz o que é constitucional; o formal 
materializa e sedimenta como Constituição. 
O material precede o formal. 
Em um segundo momento, o conteúdo fundamental da 
Constituição (poder material) é FORMALIZADO pelo poder 
formal, cuja função é consagrar a opção política escolhida 
no plano normativo. É sempre POSTERIOR AO MATERIAL: 
a ideia de direito precede a regra de direito, o valor 
comanda a norma. O triunfo de certa ideia ocorre antes de 
sua formalização. 
 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte formal não se confunde com o poder constituinte 
material. Este é o poder de autoconformação do Estado segundo certa ideia de direito, enquanto 
aquele é o poder de decretação de normas com a forma e a força jurídica próprias das normas 
constitucionais. Em outras palavras, enquanto o poder constituinte material tem por fim qualificar 
 
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 MARTINA CORREIA 
como constitucional determinadas matérias, o formal atribui a essa escolha uma força 
constitucional. 
 
PODER CONSTITUINTE HISTÓRICO PODER CONSTITUINTE REVOLUCIONÁRIA 
É o que estrutura, pela primeira vez, o Estado. Todos os posteriores ao histórico. 
 
 - Assertiva correta do CESPE: denomina-se poder constituinte originário histórico aquele que cria, 
pela primeira vez, um Estado novo, que não existia antes; e poder constituinte originário 
revolucionário, o poder seguinte ao histórico, que cria um novo Estado mediante uma ruptura com 
o Estado anterior. 
- Há 2 formas de expressão do poder constituinte originário: a OUTORGA e a ASSEMBLEIA 
NACIONAL CONSTITUINTE (ou CONVENÇÃO). 
- Assertiva errada do CESPE: em determinado país, como resultado de uma revolução popular, os 
revolucionários assumiram o poder e declararam revogada a Constituição então em vigor. Esse 
mesmo grupo estabeleceu uma nova ordem constitucional consistente em norma fundamental 
elaborada por grupo de juristas escolhido pelo líder dos revolucionários. A nova Constituição desse 
país não pode ser considerada uma legítima manifestação do poder constituinte originário, visto que 
sua outorga foi feita sem observância a nenhum procedimento de aprovação predeterminado. 
 
 PODER CONSTITUINTE DIFUSO 
 
PEDRO LENZA MARCELO NOVELINO 
Para Lenza, o poder constituinte difuso é o 
processo informal de mudança da 
Constituição (mutação constitucional), 
alterando-se o seu sentido interpretativo,não o seu texto, que permanece intacto e 
com a mesma literalidade. 
Novelino trata o poder difuso como espécie do poder 
constituinte originário, em contraposição ao concentrado. 
Nesse sentido, pode ser CONCENTRADO (o surgimento da 
Constituição resulta da deliberação formal de um grupo de 
agentes, como ocorre no caso das Constituições escritas) ou 
DIFUSO (processo informal em que a criação de suas normas 
ocorre a partir da tradição de uma determinada sociedade, 
como ocorre com as Constituições consuetudinárias). 
 
 PODER CONSTITUINTE DERIVADO 
 
- É CRIADO E INSTITUÍDO PELO ORIGINÁRIO E DEVE OBEDECER AS REGRAS IMPOSTAS POR ELE. 
- Assertiva errada do CESPE: o poder constituinte derivado, ou de revisão ou reforma, caracteriza-se 
por ser inicial, autônomo e incondicionado, corporificando-se por meio de instrumento denominado 
emenda constitucional. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder de reforma recebe, doutrinariamente, as mais diferentes 
denominações, sendo seus sinônimos as expressões poder constituinte derivado ou poder 
constituinte de segundo grau. 
- ENQUANTO O PODER ORIGINÁRIO É UM PODER POLÍTICO (OU PODER DE FATO), O DERIVADO É 
UM PODER JURÍDICO. 
 
 REFORMADOR 
PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE 
 REVISOR 
 
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 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REFORMADOR 
 
- Revisaço DPU: a CF/88 não prevê expressamente o poder de reforma, que materializa o poder 
constituinte derivado, mas este se encontra IMPLÍCITO, e se extrai, por exemplo, da norma 
constitucional que prevê propostas de Emendas Constitucionais. São limites para emendar a CF/88: 
 
LIMITES FORMAIS LIMITES CIRCUNSTANCIAIS LIMITES MATERIAIS 
3/5, em cada Casa, 2 turnos Estado de sítio, defesa ou 
intervenção federal 
Cláusulas pétreas 
 
- O Revisaço DPU coloca como limitações implícitas ao poder constituinte derivado a VEDAÇÃO À 
ALTERAÇÃO DAS REGRAS PERTINENTES AO PROCESSO PARA MODIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO. 
- A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser 
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. 
- Assertiva correta do CESPE: uma PEC que for rejeitada pela Câmara dos Deputados só poderá ser 
submetida novamente à apreciação dessa Casa na próxima sessão legislativa. 
- Assertiva errada do CESPE: a vedação à emenda da CF/88 durante os estados de defesa e de sítio 
constitui uma limitação temporal ao poder constituinte derivado reformador. Atenção: O ESTADO DE 
SÍTIO, DE DEFESA OU A INTERVENÇÃO FEDERAL SÃO LIMITES CIRCUNSTANCIAIS, NÃO TEMPORAIS. 
- Assertiva correta do CESPE: a CF/88 não pode ser modificada durante o estado de defesa, o estado 
de sítio ou na vigência de intervenção da União em algum Estado-membro. 
- Assertiva errada do CESPE: durante a vigência do estado de sítio, apenas a fase da votação das 
propostas de emenda à Constituição Federal fica suspensa. 
- Assertiva correta do CESPE: após ser aprovada por ambas as casas do Congresso Nacional, a EC não 
é encaminhada para sanção presidencial, devendo ser promulgada, com o respectivo número de 
ordem, pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
- Assertiva errada do CESPE: quatro deputados estaduais de Sergipe submeteram à apreciação do 
Presidente da Assembleia Legislativa proposta de emenda à CF/88 para ser encaminhada ao 
presidente da Câmara dos Deputados, em regime de urgência. Nessa situação, recebida a proposta 
na Câmara dos Deputados, poderá seu presidente encaminhar o texto para tramitação, uma vez que 
Presidente de Assembleia Legislativa estadual tem competência para formular proposta de emenda à 
CF/88. 
- Assertiva correta do CESPE: o início da tramitação de proposta de EC cabe tanto ao Senado Federal 
quanto à Câmara dos Deputados, pois a CF confere a ambas as casas o poder de iniciativa 
legislativa. 
- Assertiva errada do CESPE: cabe emenda à CF/88 mediante proposta de mais da metade das 
assembleias legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria 
absoluta de seus membros. 
- Assertiva errada do CESPE: sempre que uma proposta de emenda à Constituição for apresentada, 
sua tramitação deverá iniciar-se, necessariamente, na Câmara dos Deputados. Está errado porque 
também pode começar no Senado. 
 
 
 
 
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 CLÁUSULAS PÉTREAS 
 
- As cláusulas pétreas, além de assegurarem a imutabilidade de certos valores, e além de 
preservarem a identidade do projeto do constituinte originário, participam, elas próprias, como tais, 
também da essência inalterável desse projeto. 
- O objetivo da cláusula pétrea é prevenir um processo de erosão da constituição; assim, a cláusula 
pétrea existe não apenas para remediar situação de destruição da carta, mas também para inibir a 
mera tentativa de abolir o projeto básico. 
- No Brasil, NÃO É ACEITA A TEORIA DA DUPLA REVISÃO, defendida pelos que entendem que as 
normas que impedem a revisão de certos preceitos básicos são juridicamente vinculantes, mas não 
seriam elas próprias imunes a alteração e revogação, de modo que, se forem suprimidas, num 
primeiro momento, abre-se o caminho para, em seguida, serem removidos os princípios 
petrificados. 
- Assertiva errada do CESPE: considere que, por EC, tenha sido expressamente revogada a previsão 
do voto direto, secreto, universal e periódico como cláusula pétrea e que, em seguida, nova emenda 
tenha estabelecido o voto censitário e aberto. Nessa situação, as mudanças efetivadas, apesar de 
questionáveis socialmente, estão de acordo com o ordenamento constitucional brasileiro vigente. 
- Revisaço DPU: o STF considera que os limites materiais ao poder constituinte de reforma não 
significam a intangibilidade literal da disciplina dada ao tema pela Constituição originária, mas sim 
a PROTEÇÃO DO NÚCLEO ESSENCIAL DOS PRINCÍPIOS E INSTITUTOS PROTEGIDOS PELAS 
CLÁUSULAS PÉTREAS (ADI 2024). 
- Segundo o STF, CABE MANDADO DE SEGURANÇA QUANDO PEC DESRESPEITA CLÁUSULA PÉTREA. 
Tem legitimidade para a impetração o parlamentar federal, pois é ele quem tem o direito subjetivo 
ofendido (direito de não ser convocado para participar de votação inconstitucional). Depois da 
promulgação da EC, o controle pode ser feito pelo Judiciário (em casos concretos por qualquer juiz 
ou em abstrato pelo STF). 
- O rol de cláusulas pétreas está no art. 60, §4º da CF/88. 
 
1) FORMA FEDERATIVA DO ESTADO  não é passível de deliberação a proposta de emenda que 
desvirtue o modo de ser federal do Estado criado pela CF/88. Todavia, não há obstáculo à 
transferência de competências de uma esfera da federação para outra, desde que resguardado 
certo grau de autonomia de cada qual. 
- Assertiva errada do CESPE: não poderá ser objeto de deliberação a PEC tendente a abolir a forma 
federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea. Pegadinha: forma federativa do Estado, não 
“do governo”. Forma de governo é a República. 
- Questão de concurso: A FORMA REPUBLICANA DE GOVERNO NÃO ESTÁ GRAVADA 
EXPRESSAMENTE COMO CLÁUSULA PÉTREA NA CF, visto que pode ser modificada por plebiscito. 
- Assertiva errada do CESPE: não é passível de deliberação a PEC que desvirtue a forma republicana 
de governo, a qual está prevista como cláusula pétrea; no entanto, pode o Congresso Nacional, no 
exercício do poder constituinte derivado reformador, promover modificação do modelo federal, de 
modo a transformar o Brasil em Estado unitário. Está errado porque a forma republicana não é uma 
cláusula pétrea. 
 
 
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 MARTINA CORREIA 
2) SEPARAÇÃO DE PODERES  a emenda que suprima a independência de um dos poderes ouque 
lhe estorve a autonomia é imprópria, inconstitucional. 
 
3) VOTO SECRETO, DIRETO, UNIVERSAL E PERIÓDICO  consequências: uma EC não pode excluir o 
voto do analfabeto ou do menor entre 16 e 18 anos (o voto deve ser universal); uma EC não pode 
transformar os cargos políticos que o constituinte originário previu como suscetíveis de eleição em 
cargos vitalícios ou hereditários (o voto deve ser periódico). 
- Atenção: O VOTO OBRIGATÓRIO NÃO É CLÁUSULA PÉTREA (pode ser alterado por EC). 
 
4) DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS  no tocante aos direitos e garantias individuais, mudanças 
que minimizem a sua proteção, ainda que topicamente, não são admissíveis. 
- Revisaço DPU: o STF entende que os direitos e garantias individuais considerados cláusulas pétreas 
pela CF/88 NÃO SE RESTRINGEM ÀQUELES EXPRESSOS NO ELENCO DO ART. 5º, ADMITINDO 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA PARA DEFINIÇÃO DE DIREITOS ANÁLOGOS, o que restou claro na ADI 
939, que considerou direito e garantia individual a anterioridade tributária (art. 150, III, b). 
- Assertiva errada do CESPE: os direitos individuais considerados como cláusulas pétreas se 
restringem aos previstos no art. 5º do texto constitucional. 
- Os direitos sociais não estão expressamente no rol (o dispositivo fala em “direitos e garantias 
individuais” e não em “direitos fundamentais”, gênero do qual tanto direitos individuais quanto 
direitos sociais são espécies). Contudo, argumenta-se que OS DIREITOS SOCIAIS NÃO PODEM 
DEIXAR DE SER CONSIDERADOS CLÁUSULAS PÉTREAS, UMA VEZ QUE OS DIREITOS FUNDAMENTAIS 
SOCIAIS PARTICIPAM DA ESSÊNCIA DA CONCEPÇÃO DE ESTADO ACOLHIDA PELA C/88 (caso de 
“lacuna de formulação”). Ainda não há precedente específico do STF sobre a discussão. 
- Assertiva errada do CESPE: todos os direitos e garantias fundamentais previstos na CF/88 foram 
inseridos no rol das cláusulas pétreas. Está errado porque direitos fundamentais é o gênero (Título 
II), que também inclui os direitos de nacionalidade, políticos e dos partidos políticos. Direitos e 
garantias individuais (cláusula pétrea) são apenas a espécie. 
 
- Atenção: SÓ O CONSTITUINTE ORIGINÁRIO PODE CRIAR CLÁUSULAS PÉTREAS. NÃO FAZ SENTIDO 
QUE O PODER CONSTITUINTE DE REFORMA LIMITE A SI PRÓPRIO, AMPLIANDO O ROL DE 
CLÁUSULAS PÉTREAS. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte de reforma não pode criar cláusulas pétreas, 
apesar de lhe ser facultado ampliar o catálogo dos direitos fundamentais criado pelo poder 
constituinte originário. 
 
- Uma importante corrente doutrinária sustenta que os direitos humanos previstos em tratados 
internacionais configurariam não apenas normas de valor constitucional, mas também cláusulas 
pétreas, mas a tese não obteve adesão do STF. A partir da EC 45/04, passou-se a admitir-se que os 
tratados que forem aprovados, em cada casa do congresso, em 2 turnos, por 3/5 dos votos dos 
respectivos membros serão equivalentes às EC. Nesses casos, e apenas nesses casos, essas normas 
gozarão de status constitucional. 
- A EC não impede que se opte pela aprovação de tratado sobre direitos humanos pelo procedimento 
comum, meio que facilita seu ingresso no ordenamento brasileiro; as normas do tratado valerão, 
 
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 MARTINA CORREIA 
nesta hipótese, com status infraconstitucional; há, ainda, precedente do STF, após a EC 45/04, 
atribuindo status normativo supralegal, mas infraconstitucional, aos tratados de direitos humanos. 
 
- Uma EC está legitimada a desprezar direitos adquiridos antes dela? Há quem argumente no sentido 
de que o poder de revisão não pode desnaturar, nos casos concretos, os direitos já incorporados aos 
patrimônios jurídicos de seus titulares. Sustenta-se que a garantia do direito adquirido foi 
concebida também em face do legislador constitucional e o revisor da constituição não poderia 
suprimir essa garantia do texto constitucional, nem poderia menosprezar direitos adquiridos 
anteriormente. Afirma-se que quando a constituição determina que lei não prejudique o direito 
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada, o termo lei não é referido na sua acepção 
estrita, mas abrange todos os instrumentos normativos, inclusive as EC. Por outro lado, há quem 
afirme que a garantia do direito adquirido estaria ordenada apenas para restringir a atuação do 
legislador infraconstitucional. Assim, uma EC não poderia permitir que lei ordinária retroagisse em 
detrimento de direitos adquiridos, mas nada obstaria que a emenda, ela própria, o fizesse. 
- Em 2006, o STF entendeu, por maioria de apenas um voto, que membros aposentados da Corte, 
que recebiam quantia superior ao teto salarial imposto pela EC 41/2003, faziam jus – tendo direito 
adquirido a tanto, insuscetível de ser atingido por EC – a continuar a perceber montante que 
superava o teto, até que a quantia excedente viesse a ser absorvida por subsídio de maior valor. 
 
- Parece ser pacífica a EXISTÊNCIA DE CLÁUSULAS PÉTREAS IMPLÍCITAS além das previstas no art. 
60, §4º. O que se puder afirmar como ínsito à IDENTIDADE BÁSICA da constituição idealizada pelo 
poder constituinte originário deve ser tido como limitação ao poder de emenda, mesmo que não 
haja sido explicitado no dispositivo. Segundo Nelson de Souza Sampaio, são intangíveis à ação do 
revisor constitucional: 
a) Normas concernentes ao titular do poder constituinte; 
b) Normas referentes ao titular do poder reformador, porque não pode ele mesmo fazer 
delegação dos poderes que recebeu sem cláusula expressa que o autorize; 
c) Normas que disciplinem o próprio procedimento de emenda, já que o poder delegado 
não pode alterar as condições da delegação que recebeu. 
- Assertiva correta do CESPE: há limitações implícitas ao poder reformador. 
- Assertiva errada do CESPE: para a doutrina constitucional majoritária, não existem limites implícitos 
ao poder constituinte derivado reformador. É possível, assim, adotar a teoria da dupla revisão. Pelo 
visto, o CESPE também admite a existência de limites implícitos. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte derivado reformador submete-se tanto a 
limitações expressas na CF quanto a limitações implícitas. 
- Assertiva errada do CESPE: as denominadas limitações materiais ao poder constituinte de reforma 
estão exaustivamente previstas da CF/88. Está errado porque existem limitações materiais explícitas 
e implícitas. 
 
- Parte da doutrina (José Afonso, Lenza) defende a possibilidade de iniciativa popular de PEC, por 
meio de uma interpretação sistemática da CF/88. Essa possibilidade parece não ser admitida. Por ser 
uma exceção à regra geral de iniciativa de leis (art. 61), é incabível uma interpretação extensiva do 
rol de legitimados, tendo em vista o postulado de que normas excepcionais devem ser 
interpretadas restritivamente. 
 
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- Assertiva errada do CESPE: a CF/88, conforme seu próprio texto, pode ser emendada por meio de 
iniciativa popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, 
distribuído por, pelo menos, cinco estados, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles. 
Assim, o CESPE não admite a possibilidade de iniciativa popular de PEC. 
- Não há limites quanto à inserção de certas matérias no texto constitucional (inexiste uma reserva 
de matéria constitucional). Qualquer assunto ou conteúdo pode ser inserido na CF/88. 
 
 PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE 
 
- O art. 11 do ADCT diz que “CADA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA, COM PODERES CONSTITUINTES, 
ELABORARÁ A CONSTITUIÇÃO DO ESTADO, NO PRAZO DE 1 ANO, CONTADO DA PROMULGAÇÃO 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, OBEDECIDOS OS PRINCÍPIOS DESTA”. 
- A missão do poder decorrenteé ESTRUTURAR A CONSTITUIÇÃO DOS ESTADOS-MEMBROS E DO 
DF. Isso porque os Estados têm autonomia: capacidade de auto-organização, autogoverno e 
autoadministração. 
- O poder decorrente é um PODER JURÍDICO, SECUNDÁRIO, LIMITADO E CONDICIONADO PELO 
ORIGINÁRIO. 
- Assertiva correta do CESPE: o poder constituinte estadual classifica-se como decorrente, em virtude 
de consistir em uma criação do poder constituinte originário, não gozando de soberania, mas de 
autonomia. 
- Raul Machado Horta diz que se trata de um poder originário em relação à CE e, ao mesmo tempo, 
é um poder derivado por ter sua origem na CF, cujos princípios deverão ser obedecidos. 
- O art. 25 da CF/88 diz que “os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que 
adotarem, observados os princípios desta Constituição”. São normas de observância obrigatória: 
a) Princípios constitucionais sensíveis (art. 34, VII); 
b) Princípios constitucionais extensíveis  normas organizatórias para a União que se 
estendem aos Estados, seja por previsão constitucional (arts. 28 e 75), ou implícita (art. 58, 
§3º, 59 e seguintes). 
c) Princípios constitucionais estabelecidos  restringem a capacidade organizatória dos 
Estados por meio de limitações expressas (art. 37) ou implícitas (art. 21). 
- Assertiva errada do CESPE: conforme regra expressamente prevista na CF, os Estados-membros 
devem obrigatoriamente observar as linhas fundamentais do modelo federal no que se refere ao 
modo de elaboração da constituição estadual. Explicação: não existe uma regra expressamente 
prevista na CF/88 de que os Estados membros devem obrigatoriamente observar as linhas 
fundamentais do modelo federal no que se refere ao modo de elaboração da Constituição 
Estadual. 
- QUANTO AO DISTRITO FEDERAL, MANIFESTA-SE O PODER DECORRENTE, VISTO QUE A LEI 
ORGÂNICA DO DF DEVE OBEDIÊNCIA DIRETA À CF/88. Lei Orgânica = Constituição Estadual. 
- QUANTO AOS MUNICÍPIOS, NÃO HÁ PODER DECORRENTE, PORQUE AS LEIS ORGÂNICAS 
MUNICIPAIS DEVEM OBEDECER A DUAS CONSTITUIÇÕES (CF/88 E CE). É POR ISSO QUE O ATO 
LOCAL QUESTIONADO EM FACE DA LEI ORGÂNICA MUNICIPAL ENSEJA CONTROLE DE LEGALIDADE, 
E NÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. 
- QUANTO AOS TERRITÓRIOS FEDERAIS, COMO INTEGRAM A UNIÃO E NÃO TÊM AUTONOMIA 
FEDERATIVA, NÃO SE MANIFESTA O PODER CONSTITUINTE DECORRENTE. 
 
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ESTADOS DF MUNICÍPIOS TERRITÓRIOS 
Poder decorrente Poder decorrente - - 
 
- Assertiva correta do CESPE: considerando que os Estados-membros, na elaboração de seu processo 
legislativo, não podem afastar-se do modelo federal, ao qual devem sujeitar-se, a emenda à 
Constituição Estadual mencionada padecerá de vício de inconstitucionalidade formal se não houver 
sido aprovada, em dois turnos, por 3/5 dos votos dos membros da Assembleia Legislativa daquele 
Estado-membro. 
 
 PODER CONSTITUINTE DERIVADO REVISOR 
 
- O art. 3º do ADCT determinou que a revisão constitucional seria realizada após 5 ANOS, contados 
da promulgação da Constituição, pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA dos membros do CN, em 
SESSÃO UNICAMERAL. Encontra limite nas cláusulas pétreas, assim como o poder reformador. 
- A competência revisional do art. 3º do ADCT proporcionou a elaboração de 6 Emendas 
Constitucionais de Revisão, NÃO SENDO MAIS POSSÍVEL NOVA MANIFESTAÇÃO DO PODER 
CONSTITUINTE DERIVADO DE REVISÃO (EFICÁCIA EXAURIDA). 
- Revisaço DPU: essas 6 emendas de revisão têm status de normas constitucionais derivadas, porque 
materializadas por meio de emendas. Ademais, elas estão SUJEITAS AO CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE, POIS APENAS AS NORMAS CONSTITUCIONAIS ORIGINÁRIAS GOZAM DE 
PRESUNÇÃO ABSOLUTA DE CONSTITUCIONALIDADE (princípio da unidade). 
- CESPE (errado): o poder de modificar o texto originário da Constituição advém do exercício do 
poder constituinte reformador e do revisor, os quais podem ser manifestados a qualquer tempo, 
mediante o voto de 3/5 de cada casa do Congresso Nacional, em dois turnos de votação. 
- CESPE (errado): as emendas constitucionais de revisão, aprovadas durante o processo de revisão 
constitucional, foram promulgadas pelas duas casas do Congresso Nacional, em sessão bicameral, de 
acordo com o mesmo processo dificultoso exigido para qualquer tipo de emenda constitucional. 
 
 PODER CONSTITUINTE SUPRANACIONAL 
 
- Busca a sua fonte de validade na cidadania universal, no pluralismo de ordenamentos jurídicos, na 
vontade de integração e em um conceito remodelado de soberania. Há a tendência mundial de 
superação do constitucionalismo provinciano ou paroquial pelo “transconstitucionalismo”. 
- Assertiva correta do CESPE: o denominado poder constituinte supranacional tem capacidade para 
submeter as diversas constituições nacionais ao seu poder supremo, distinguindo-se do 
ordenamento jurídico positivo interno assim como do direito internacional. 
 
 RECEPÇÃO 
 
- O que acontecerá com as normas infraconstitucionais elaboradas antes do advento da nova 
Constituição? As que não contrariam a nova ordem serão RECEPCIONADAS. Podem, inclusive, 
adquirir uma “nova roupagem” (como o CTN, que foi elaborado com quorum de LO e foi 
recepcionado pela nova ordem como LC). 
 
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- As que forem incompatíveis serão REVOGADAS, POR AUSÊNCIA DE RECEPÇÃO. Não é caso de 
inconstitucionalidade (e a ADI não é ação idônea). 
 
INCONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE 
Se a lei nasceu constitucional (de acordo com a 
Constituição vigente à época de sua edição), não 
pode passar a ser considerada inconstitucional, mas 
revogada ou não recepcionada. Vige o PRINCÍPIO DA 
CONTEMPORANEIDADE: uma lei só é constitucional 
perante o paradigma de confronte em relação ao 
qual ela foi produzida. A lei em desacordo com a 
nova Constituição não ensejará controle concentrado 
de constitucionalidade. 
Ex.: uma lei foi editada na vigência da Constituição X 
(e era constitucional). Se for promulgada a 
Constituição Y e a lei for com ela materialmente 
incompatível, a lei não será inconstitucional, e sim 
revogada por não recepção. 
Se uma lei é inconstitucional de acordo com a 
Constituição vigente à época, uma nova Constituição 
não poderá tornar essa lei constitucional, porque a 
lei era nula desde o início (PRINCÍPIO DA NULIDADE). 
Ex.: a lei era formalmente inconstitucional tendo 
como parâmetro da Constituição X. Com a 
promulgação da Constituição Y, a lei não passará a ser 
constitucional, devido ao princípio da nulidade (não 
se pode admitir a constitucionalização superveniente 
de uma lei que nasceu inconstitucional). 
O STF não admite a inconstitucionalidade 
superveniente. 
É caso de REVOGAÇÃO POR NÃO RECEPÇÃO. 
O STF não admite a constitucionalidade 
superveniente. 
É caso de NULIDADE. 
 
- Revisaço DPU: o vício de inconstitucionalidade é congênito à lei e há de ser apurado em face da 
Constituição vigente ao tempo de sua elaboração. Lei anterior não pode ser inconstitucional em 
relação à Constituição superveniente; nem o legislador poderia infringir Constituição futura. A 
Constituição sobrevinda não torna inconstitucionais leis anteriores com ela conflitantes: revoga-as. 
Pelo fato de ser superior, a Constituição não deixa de produzir efeitos revogatórios. Seria ilógico que 
a lei fundamental, por ser suprema, não revogasse, ao ser promulgada, leis ordinárias. A lei maior 
valeria menos que a lei ordinária. 
 
REGRAS SOBRE A RECEPÇÃO 
1) Perante a NOVA Constituição, só se analisa a compatibilidade MATERIAL. 
A superveniência de inconstitucionalidade FORMAL do texto legal implica sua 
RECEPÇÃO COM O STATUS DA NORMA EXIGIDA PELA NOVA CONSTITUIÇÃO.Ex.: o CTN, instituído como lei ordinária, mas recebido com a estatura da LC (nova roupagem), assim como o 
CP, estabelecido via Decreto-lei, mas hoje vigentes como lei ordinária. 
2) Perante a Constituição ANTERIOR (sob cuja regência a lei foi editada), a lei precisa ter compatibilidade 
MATERIAL e FORMAL para ser recebida pela nova. 
Deve ser uma lei constitucional tendo como parâmetro a Constituição da época 
(princípio da contemporaneidade). 
3) Se incompatível com a NOVA Constituição, a lei anterior será REVOGADA OU NÃO RECEPCIONADA, não 
se falando em inconstitucionalidade superveniente. 
Nesse caso, a técnica de controle ou é pelo sistema difuso ou pelo concentrado, mas, neste último caso, 
somente por meio da ADPF. 
4) É possível, ainda, a recepção de somente uma parte da lei. 
5) A recepção ou a revogação acontecem no momento da promulgação do novo texto. Contudo, Lenza 
entende que o STF pode modular os efeitos da decisão. 
6) Há, ainda, a recepção expressa. Ex.: art. 34 do ADCT recepcionou expressamente o sistema tributário da 
Constituição de 1967, ainda que por prazo determinado. 
 
 
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- Assertiva errada do CESPE: no caso brasileiro, os efeitos do exercício do poder constituinte derivado 
sobre a legislação anterior à promulgação do novo texto constitucional são de duas naturezas: ou as 
normas são recepcionadas, por estarem formal e materialmente em conformidade com o novo texto 
constitucional, ou são consideradas revogadas por inconstitucionalidade. 
- Assertiva correta do CESPE: determinada lei ordinária, sancionada em 1973, disciplina uma dada 
matéria. Entretanto, a CF dispôs que a mesma matéria agora deverá ser disciplinada por lei 
complementar. A lei de 1973 pode ser revogada só poderá ser revogada por outra lei complementar 
ou norma de maior status. 
- Assertiva correta do CESPE: considere que lei editada sob a égide de determinada Constituição 
apresentasse inconstitucionalidade formal, apesar de nunca de ter sido declarada inconstitucional. 
Nessa situação, com o advento de nova ordem constitucional, a referida lei não poderá ser 
recepcionada pela nova constituição, ainda que lhe seja materialmente compatível, dado o vício 
insanável de inconstitucionalidade. 
 Const.2 
 Const. 1 Lei X 
 
 MATERIAL e FORMAL MATERIAL 
 
- Atenção: se havia legislação federal e a matéria passou a ser de competência estadual ou 
municipal, A LEI FEDERAL SUBSISTE ESTADUALIZADA OU MUNICIPALIZADA ATÉ QUE SE PROCEDA À 
SUA DERROGAÇÃO POR LEI ESTADUAL OU MUNICIPAL (deve se ter por prorrogada a vigência da lei 
federal). 
 
 REPRISTINAÇÃO 
 
- Situação: uma norma produzida durante a vigência da CF/46 não é recepcionada pela CF/67. 
Promulgada a CF/88, verifica-se que essa lei (revogada pela CF/67) em tese poderia ser recepcionada 
pela CF/88. Essa lei pode voltar a produzir efeitos? Não. Como regra geral, o Brasil adotou a 
IMPOSSIBILIDADE DA REPRISTINAÇÃO, SALVO SE A NOVA ORDEM JURÍDICA EXPRESSAMENTE 
ASSIM SE PRONUNCIAR. Não confundir com o efeito repristinatório do controle de 
constitucionalidade. 
 
REPRISTINAÇÃO EFEITO REPRISTINATÓRIO 
Fenômeno legislativo que ocorre quando há a 
retomada de vigência de uma norma que havia sido 
anteriormente revogada, através da revogação da 
norma que a revogou. 
A repristinação não é regra no Brasil. Para que 
ocorra, a terceira lei deve ser expressa nesse sentido. 
Fenômeno típico do CONTROLE DE 
CONSTITUCIONALIDADE. Decorre do princípio da 
nulidade: a norma inconstitucional é nula desde sua 
origem, devendo os efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade retroagirem à data de sua 
edição, em regra. Com isso, a norma que nasce nula 
(declarada inconstitucional) não poderia revogar a 
anterior validamente. 
 
- Assertiva correta do CESPE: suponha que uma lei infraconstitucional tenha sido revogada pelo 
advento de uma nova ordem constitucional, por ser com ela incompatível. Nessa situação, com a 
entrada em vigor de uma terceira ordem constitucional, ainda que seja compatível com ela, a 
 
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referida lei infraconstitucional não poderá ser restaurada, salvo se houver disposição 
constitucional expressa nesse sentido. 
 
 DESCONSTITUCIONALIZAÇÃO 
 
- É o fenômeno pelo qual AS NORMAS DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR, DESDE QUE COMPATÍVEIS 
COM A NOVA ORDEM, PERMANECEM EM VIGOR, MAS COM STATUS DE LEI 
INFRACONSTITUCIONAL. Apesar da adesão de alguns doutrinadores pátrios (Manoel Gonçalves 
Filho, Pontes de Miranda, José Afonso da Silva), a desconstitucionalização NÃO É VERIFICADA NO 
BRASIL (A ANTIGA CONSTITUIÇÃO É GLOBALMENTE REVOGADA), evitando-se que convivam, num 
mesmo momento, a atual e a anterior expressão do poder constituinte originário. Todavia, nada 
impede, no entanto, que a nova Constituição ressalve a vigência de dispositivos isolados da 
constituição anterior, até mesmo por algum lapso de tempo, já que o poder constituinte originário 
pode o que quiser. 
- Revisaço DPU: quando do surgimento de uma nova Constituição, apenas a Constituição 
propriamente dita (a anterior) é revogada, e as normas constitucionais compatíveis materialmente 
com o novo diploma são recepcionadas com status infraconstitucional (desconstitucionalizadas). 
- Assertiva correta do CESPE: com o advento de uma nova ordem constitucional, é possível que 
dispositivos da constituição anterior permaneçam em vigor com o status de leis infraconstitucionais, 
DESDE QUE HAJA NORMA CONSTITUCIONAL EXPRESSA NESSE SENTIDO. 
 
 RECEPÇÃO MATERIAL DE NORMAS CONSTITUCIONAIS 
 
- É a persistência de normas constitucionais anteriores que guardam, se bem que a título 
secundário, a antiga qualidade de normas constitucionais. Contudo, como a nova Constituição rompe 
por completo com a antiga ordem jurídica, o fenômeno da recepção material só será admitido se 
houver expressa manifestação da nova Constituição; caso contrário, as normas da Constituição 
anterior, como visto, serão revogadas. 
- Assertiva correta do CESPE: o denominado fenômeno da recepção material de normas 
constitucionais somente é admitido mediante expressa previsão na nova Constituição. Explicação: a 
regra geral é que o exercício do poder constituinte originário implica revogação das normas 
jurídicas inseridas na constituição anterior. O que não implica é a revogação automática das 
normas infraconstitucionais. As normas infraconstitucionais compatíveis com a nova ordem 
constitucional serão recepcionadas. No entanto, discute-se se existe o fenômeno da 
desconstitucionalização no Brasil. Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição 
anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com status de lei 
infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de 
norma infraconstitucional pela nova ordem. No Brasil, poderá ser percebido quando a nova 
constituição, expressamente, assim o requerer, tendo em vista ser o poder constituinte autônomo, 
podendo tudo, inclusive prever o aludido fenômeno, mas desde que o faça, como visto, de maneira 
inequívoca e expressa. 
 
 
 
 
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 RETROATIVIDADE DA NOVA NORMA CONSTITUCIONAL 
 
- O STF vem se posicionando no sentido de que as normas constitucionais fruto da manifestação do 
poder constituinte originário têm, por regra geral, RETROATIVIDADE MÍNIMA, ou seja, aplicam-se a 
FATOS QUE VENHAM A OCORRER APÓS SUA PROMULGAÇÃO, mesmo que relacionados a negócios 
celebrados no passado, ou seja, alcançam os efeitos futuros de fatospassados. Ex.: a EC 35 acabou 
com a necessidade de prévia licença da Casa para o processamento dos parlamentares. O STF 
entendeu que a nova regra alcança todos os fatos que aguardavam manifestação das Casas, vale 
dizer, referentes a fatos ocorridos antes do advento da nova EC. 
- Sendo regra a retroatividade mínima, nada impede que a nova norma constitucional tenha 
retroatividade média ou máxima, desde que exista expresso pedido na Constituição. 
- Assertiva correta do CESPE: no Brasil, os dispositivos de uma constituição nova têm vigência 
imediata, alcançando os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mínima), salvo 
disposição constitucional expressa em contrário. 
- Assertiva correta do CESPE: as normas constitucionais originárias podem alcançar fatos consumados 
no passado, se expressamente assim dispuserem, não podendo ser oposta coisa julgada, nem ato 
jurídico perfeito. 
- Assertiva errada do CESPE: é possível reconhecer a existência de direito adquirido contra norma 
originária da CF/88. 
 
GRAUS DE RETROATIVIDADE 
MÁXIMA ou RESTITUTÓRIA MÉDIA MÍNIMA 
A lei ataca fatos consumados. 
A lei nova prejudica a coisa 
julgada ou os fatos jurídicos já 
consumados. 
A lei nova atinge os efeitos 
pendentes de atos jurídicos 
verificados antes dela, ou seja, 
atinge as prestações vencidas mas 
não adimplidas. 
A lei nova atinge apenas os efeitos 
dos fatos anteriores, verificados após 
a data em que entra em vigor (trata-
se de prestações futuras de fatos 
passados).

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