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Resumo e questionário Princípio da Insignificância monitorandoblog.com Material produzido e distribuído por monitorandoblog.com de forma gratuita. O atrativo do conhecimento seria pequeno se no caminho que a ele conduz não houvesse que vencer tanto pudor. (Friedrich Nietzshe) monitorandoblog.com Índice Apresentação........................................................................................................................................4 Princípio da Insignificância..................................................................................................................5 Prerrogativas para aplicação.............................................................................................5 Exceções à aplicação do princípio....................................................................................6 Militares......................................................................................................................................6 Criminoso habitual e réu reincidente..........................................................................................7 Crimes previstos na lei de drogas................................................................................................9 Crimes contra administração pública........................................................................................10 Questões..............................................................................................................................................11 Respostas............................................................................................................................................14 Bibliografia.........................................................................................................................................15 Apresentação O presente e-book visa a disseminação do conhecimento de forma gratuita e aprofundada com um aglomerado de fontes em um único documento; como estudante de Direito, uma das maiores dificuldades durante a realização de meus estudos são as incessantes buscas pelas jurisprudências dos temas estudados, tornando o processo de assimilação do conhecimento mais complicado e lento, esta apostila, assim como o próprio portal de ensino onde ela se encontra visam a facilitar o processo de aprendizado. Todas as fontes serão devidamente citadas no fim do texto; essa obra não visa ferir o direito autoral de nenhum autor. Dito isso, bons estudos. Princípio da Insignificância Os princípios são os alicerces para a existência do sistema jurídico e é baseado neles que as leis são criadas e interpretadas, o princípio da insignificância, embora não seja mencionado em nenhum texto legal, é amplamente mencionado pela doutrina e jurisprudência, sendo aceito no âmbito jurídico. De acordo com Cleber Masson, doutor e mestre em direito penal, este se resume como a ideia de que “os juízes e tribunais não devem se ocupar de assuntos irrelevantes”. Embora o mesmo não seja legalmente especificado, faz-se necessário a presença de determinadas prerrogativas para a sua aplicação, prerrogativas estas defendidas pelos tribunais superiores e doutrinas criminais. Prerrogativas para aplicação 1. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento (requisito objetivo) 2. Inexpressividade da lesão jurídica (requisito objetivo) 3. Ausência de periculosidade social da ação (requisito objetivo) 4. Mínima ofensividade da conduta (requisito objetivo) 5. Se o réu não é criminoso habitual ou militar (requisito subjetivo) 6. Condições da vítima (requisitos subjetivos) Os requisitos objetivos são relacionados ao fato, ao acontecimento; enquanto que, os requisitos subjetivos são referentes às condições específicas do sujeito da ação. Como forma de facilitação de aprendizado, você pode definir os requisitos objetivos pela sigla R.I.A.M | Reduzido grau de reprovabilidade; Ausência de periculosidade; Inexpressividade da lesão e Mínima Ofensividade da Conduta. Tais requisitos são mencionados em decisão do STF pelo ministro Luiz Fux: Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA DECISÃO DE RELATOR DE TRIBUNAL SUPERIOR QUE INDEFERIU PLEITO CAUTELAR EM IDÊNTICA VIA PROCESSUAL. FLAGRANTE ILEGALIDADE. SÚMULA 691/STF. SUPERAÇÃO. FURTO (ART. 155, CAPUT, DO CP). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. HABEAS CORPUS EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. O princípio da insignificância incide quando presentes, cumulativamente, as seguintes condições objetivas: (a) mínima ofensividade da conduta do agente, (b) nenhuma periculosidade social da ação, (c) grau reduzido de reprovabilidade do comportamento, e (d) inexpressividade da lesão jurídica provocada. 2. A aplicação do princípio da insignificância deve, contudo, ser precedida de criteriosa análise de cada caso, a fim de evitar que sua adoção indiscriminada constitua verdadeiro incentivo à prática de pequenos delitos patrimoniais. 3. In casu, a) o paciente foi denunciado como incurso nas sanções do artigo 155, caput, do Código Penal (furto), por ter, em tese, subtraído um galo e uma galinha, avaliados em R$ 40,00 (quarenta reais); b) trata-se de condenado primário e que possui bons antecedentes; c) os bens subtraídos são de pequeno valor. 4. Destarte, o reconhecimento da atipicidade da conduta, pela adoção do princípio da insignificância, é medida que se impõe, em razão da ausência da periculosidade social da ação, do reduzido grau de reprovabilidade da conduta e da inexpressividade da lesão jurídica provocada. 5. O Supremo Tribunal Federal não é competente para julgar habeas corpus impetrado em face de decisão de Relator de Tribunal Superior que indefere pedido de liminar em idêntica via processual (Súmula 691/STF). A supressão de instância inequívoca, revela-se a malferir o princípio do Juiz natural (art. 5º, XXXVII e LIII) na hipótese em que o writ impetrado nesta Corte versa a mesma fundamentação submetida ao Tribunal inferior. Precedentes: HC 107.053-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 15.04.11; HC 107.415, Segunda Turma, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJ de 23.03.11; HC 104.674-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 23.03.11; HC 102.865, Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, JD de 08.02.11. 6. Habeas corpus extinto por inadequação da via eleita. Ordem concedida de ofício a fim de determinar o trancamento da ação penal. (STF – HC: 121903 MG, Relator: Min. LUIZ FUX, Data de Julgamento: 20/05/2014, Primeira Turma, Data de Publicação: DJe-125 DIVULG 27-06-2014 PUBLIC 01-07-2014) Exceções à aplicação do princípio Militares A inaplacabilidade para crimes realizados por militares é inerente ao cargo do sujeito, portanto considerado requisito objetivo para a aplicação do princípio da insignificância, ao ver de Cleber Masson, “é vedada a utilização do princípio da insignificância nos crimes cometidos por militares, em face da elevada reprovabilidade da conduta, da autoridade e da hierarquia que regulam a atuação castrense, bem como do desprestígio ao Estado, responsável pela segurança pública”. HABEAS CORPUS. PORTE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE. QUANTIDADE ÍNFIMA. USO PRÓPRIO. DELITO PERPETRADO DENTRO DE ORGANIZAÇÃO MILITAR. CRIME MILITAR (CPM, ART. 290). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ressalvada a posição pessoal do relator não admite a aplicabilidade, aos crimes militares, do princípio da insignificância, mesmo que se trate do crime de posse de substância entorpecente, em quantidade ínfima, para uso próprio, cometido no interiorde Organização Militar. Precedentes. (STF – HC: 114194 SP, Relator: Min. CELSO DE MELLO, Data de Julgamento: 06/08/2013, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-235 DIVULG 28-11-2013 PUBLIC 29-11-2013) Criminoso habitual e réu reincidente O criminoso habitual utiliza-se da prática de delitos como meio de vida, torna a prática delituosa como uma profissão, diferente do reincidente, que ocorre “quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior” (Art. 63, CP). O réu reincidente pode não ser criminoso habitual? Sim, ele pode ser reincidente sem ser considerado criminoso habitual, em virtude que já é considerado reincidente a partir do segundo delito após a primeira condenação; por exemplo: O indivíduo pode ser condenado por calúnia e após sua condenação já é tratado como reincidente em crime diverso. RECURSO EM HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. REITERAÇÃO NA OMISSÃO DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS. EXISTÊNCIA DE INÚMEROS PROCEDIMENTOS FISCAIS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. 1. A insignificância, enquanto princípio, revela-se, na visão de Roxin, importante instrumento que objetiva restringir a aplicação literal do tipo formal, exigindo-se, além da contrariedade normativa, a ocorrência efetiva de ofensa relevante ao bem jurídico tutelado. 2. No terreno jurisprudencial, dispensam-lhe os tribunais, cada vez com maior frequência, destacado papel na tentativa de redução da intervenção penal, cujos resultados não traduzem, necessariamente, reforço na construção de um direito penal mínimo, principalmente diante do crescimento vertiginoso da utilização desse ramo do direito como prima ratio para solução de conflitos, quando deveria ser a ultima ratio. 3. Se, de um lado, a omissão no pagamento do tributo relativo à importação de mercadorias é suportado como irrisório pelo Estado, nas hipóteses em que uma conduta omissiva do agente (um deslize) não ultrapasse o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) - entendimento em relação ao qual registro minha ressalva pessoal – de outro lado, não se pode considerar despida de lesividade a conduta de quem, reiteradamente, omite o pagamento de tributos sempre em valor abaixo da tolerância estatal, amparando-se na expectativa de inserir-se nessa hipótese de exclusão da tipicidade. 4. O alto desvalor da conduta rompe o equilíbrio necessário para a perfeita adequação do princípio bagatelar, principalmente se considerada a possibilidade de que a aplicação desse instituto, em casos de reiteração na omissão do pagamento de tributos, serve, ao fim e ao cabo, como verdadeiro incentivo à prática do descaminho. 5. A sucessiva omissão (reiteração) no pagamento do tributo devido nas importações de mercadorias de procedência estrangeira impedem a incidência do princípio da insignificância em caso de persecução penal por crime de descaminho. Precedentes. 6. Recurso em habeas corpus não provido. (STJ – RHC: 31612 PB 2011/0280364-8, Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, Data de Julgamento: 20/05/2014, T6 – SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 29/05/2014) Enquanto que a inaplacabilidade do princípio da insignificância para criminosos habituais já é jurisprudencialmente consolidada, a aplicabilidade para réus reincidentes é assunto controverso entre o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça. O STJ compreende a possibilidade da aplicação do princípio da insignificância em virtude de que a reincidência é analisada apenas para a realização de dosimetria da pena, não tendo relevância como prerrogativa para a aplicação do princípio: […] a insignificância é analisada no âmbito da tipicidade material, ao passo em que a reiteração delitiva interfere apenas em momento posterior à caracterização do tipo, quando da aplicação da pena. Não se pode, para configurar o delito, invocar a reiteração delitiva, que deve ser considerada na aplicação da pena. Efetivamente, a caracterização do delito constitui pressuposto da aplicação da pena e, assim, ocorre em momento anterior e distinto ao do sopesamento da reiteração delitiva. Além disso, invocar a reiteração delitiva como determinante para a caracterização do crime equivale, ao fim e ao cabo, a criminalizar, em verdade, o histórico criminal do cidadão, e não fatos objetivos que causem relevante lesão a bens jurídicos caros ao meio social1 Posicionamento reiterado pela corte no HC 299.185/SP: 3. A intervenção do Direito Penal há de ficar reservada para os casos realmente necessários. Para o reconhecimento da insignificância da ação, não se pode levar em conta apenas a expressão econômica da lesão. Todas as peculiaridades do caso concreto devem ser consideradas, por exemplo, o grau de reprovabilidade do comportamento do agente, o valor do objeto, a restituição do bem, a repercussão econômica para a vítima, a premeditação, a ausência de violência, o tempo do agente na prisão pela conduta etc. 4. Nem a reincidência nem a reiteração criminosa, tampouco a habitualidade delitiva, são suficientes, por si sós e isoladamente, para afastar a aplicação do denominado princípio da insignificância. O posicionamento do Supremo é para a não aplicação dos princípios nos casos de reincidência, embora excelentíssima corte já tenha tomado decisão contrária para casos de reincidência genérica, mantendo o posicionamento original para reincidência específica. A reincidência genérica ocorre quando o réu foi condenado por crimes diversos, enquanto que a reincidência específica ocorre com delitos de mesma natureza, que apresentam características em comuns, como crimes contra a vida (homicídio; induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio; infanticídio e aborto). Sobre a aplicação do princípio em reincidente genérico: 1 Medida Cautelar no Habeas Corpus 138.697/MG. Ricardo Lewandowski <http://www.stf.jus.br/portal/processo/verProcessoPeca.asp?id=311161094&tipoApp=.pdf> Ementa: HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCIDÊNCIA. VALOR DOS BENS SUBTRAÍDOS. INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO. CONTUMÁCIA DE INFRAÇÕES PENAIS CUJO BEM JURÍDICO TUTELADO NÃO É O PATRIMÔNIO. DESCONSIDERAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, para se caracterizar hipótese de aplicação do denominado princípio da insignificância e, assim, afastar a recriminação penal, é indispensável que a conduta do agente seja marcada por ofensividade mínima ao bem jurídico tutelado, reduzido grau de reprovabilidade, inexpressividade da lesão e nenhuma periculosidade social. 2. Nesse sentido, a aferição da insignificância como requisito negativo da tipicidade envolve um juízo de tipicidade conglobante, muito mais abrangente que a simples expressão do resultado da conduta. Importa investigar o desvalor da ação criminosa em seu sentido amplo, de modo a impedir que, a pretexto da insignificância apenas do resultado material, acabe desvirtuado o objetivo a que visou o legislador quando formulou a tipificação legal. Assim, há de se considerar que a insignificância só pode surgir à luz da finalidade geral que dá sentido à ordem normativa (Zaffaroni), levando em conta também que o próprio legislador já considerou hipóteses de irrelevância penal, por ele erigidas, não para excluir a tipicidade, mas para mitigar a pena ou a persecução penal. 3. Trata-se de furto de um engradado que continha vinte e três garrafas vazias de cerveja e seis cascos de refrigerante, também vazios, bens que foram avaliados em R$ 16,00 e restituídos à vítima. Consideradas tais circunstâncias, é inegável a presença dos vetores que autorizam a incidência do princípioda insignificância. 4. À luz da teoria da reiteração não cumulativa de condutas de gêneros distintos, a contumácia de infrações penais que não têm o patrimônio como bem jurídico tutelado pela norma penal não pode ser valorada, porque ausente a séria lesão à propriedade alheia (socialmente considerada), como fator impeditivo do princípio da insignificância.2 5. Ordem concedida para restabelecer a sentença de primeiro grau, na parte em que reconheceu a aplicação do princípio da insignificância e absolveu o paciente pelo delito de furto. (STF – HC: 114723 MG, Relator: Min. TEORI ZAVASCKI, Data de Julgamento: 26/08/2014, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-222 DIVULG 11-11-2014 PUBLIC 12-11-2014) Crimes previstos na lei de drogas Mesmo que a quantidade do entorpecente seja ínfima, qualificando o indivíduo apenas como usuário, não é possível sua aplicação, embora não haja norma proibindo, percebe- se a ausência das prerrogativas necessárias presentes no R.I.A.M. Sendo posicionamento pacífico na doutrina e jurisprudência. De acordo com Nucci: Crime de bagatela, em tese, seria viável, neste contexto, a aplicação do princípio da insignificância, afastando-se a tipicidade quando a quantidade da droga apreendida fosse mínima. Entretanto, pela atual disposição legal, não nos soa mais razoável que assim se faça. O delito de porte de drogas para consumo 2 Grifo próprio. próprio adquiriu caráter de infração de mínimo potencial ofensivo, tanto que as penas são brandas, comportando, inclusive, mera advertência. Por isso, o ideal é haver, pelo menos, a aplicação de sanção amena, por menor que seja a quantidade de tóxico. Evita-se, com isso, o crescimento da atividade do agente, podendo tornar-se traficante ou viciado. Crimes contra administração pública Em novembro de 2017, o Superior Tribunal de Justiça se ocupou da criação de uma súmula para determinar a ausência da aplicação do princípio da insignificância para os crimes contra a administração pública, ao lançar a súmula nº 599. Súmula 599 – STJ: O princípio da insignificância é inaplicável aos crimes contra a Administração Pública. Embora não seja uma súmula vinculante do STF, ou seja, não tem força de lei, ela serve como informativo do posicionamento da corte, sendo um norte para o posicionamento dos juízes ao redor do país, o único problema é que o posicionamento do STJ e do STF são, até o momento, divergentes. Habeas Corpus. 2. Subtração de objetos da Administração Pública, avaliados no montante de R$ 130,00 (cento e trinta reais). 3. Aplicação do princípio da insignificância, considerados crime contra o patrimônio público.3 Possibilidade. Precedentes. 4. Ordem concedida. (STF – HC: 107370 SP, Relator: Min. GILMAR MENDES, Data de Julgamento: 26/04/2011, Segunda Turma, Data de Publicação: DJe-119 DIVULG 21-06-2011 PUBLIC 22-06-2011) O posicionamento do Superior Tribunal de Justiça é compreensível, pois visa resguardar a moral administrativa e à probidade dos agentes públicos, mesmo que o valor seja irrisório para a administração. 3 Grifo próprio Questões 1. (43.º Promotor de Justiça – MP/MG) O princípio da insignificância atua como instrumento de: a) Diminuição da pena. b) Extinção da punibilidade c) Interpretação restritiva do tipo penal. d) Limitação da culpabilidade do agente. e) Mensuração da ilicitude da conduta. 2. (85.º Promotor de Justiça – MP/SP) Em relação ao princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa incorreta: a) Seu reconhecimento exclui a tipicidade, constituindo-se em instrumento de interpretação restritiva do tipo penal. b) Somente pode ser invocado em relação a fatos que geraram mínima perturbação social. c) Sua aplicação não é prevista no Código Penal, mas é amplamente admitida pela doutrina e jurisprudência. d) Somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio. e) Exige, para seu reconhecimento, que as consequências da conduta tenham sido de pequena relevância. 3. (Defensoria Pública/PI – CESPE/2009) Em relação à aplicação do princípio da insignificância no direito penal, assinale a opção correta. a) Segundo entendimento do STF, tal princípio qualifica-se como fato de descaracterização material da tipicidade penal. Segundo entendimento do STJ, é possível a aplicação de tal princípio às condutas regidas pelo ECA. b) Não se aplica tal princípio quando o prejuízo financeiro provocado pela conduta delituosa tiver valor considerável, como, por exemplo, a quantia de R$ 10.000,00, qualquer que seja o crime. c) Para se aferir a insignificância de uma conduta, em tese delituosa, a análise do fato limita-se ao aspecto patrimonial, sendo vedado ao aplicador do direito a consideração de outros elementos. d) Tratando-se da conduta de posse de substância entorpecente, ainda que em pequena quantidade, não se admite aplicação desse princípio, segundo a jurisprudência do STF. e) O agente que rouba uma nota de dois reais deve-se beneficiar da aplicação de tal princípio. 4. (MAGISTRATURA/ES – CESPE – 2011) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta. a) O princípio da adequação social, dirigido ao julgador, e não ao legislador, objetiva restringir a abrangência do tipo penal, limitando sua interpretação e dele excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. b) Dada a necessidade de observância do princípio da legalidade, a tipicidade penal resume-se ao mero exercício de adequação do fato concreto à norma abstrata. c) O princípio da lesividade busca evitar a incriminação de condutas desviadas que não afetem qualquer bem jurídico, não cuidando de condutas que não excedam o âmbito do próprio autor. d) A jurisprudência do STJ é firme no sentido da aplicabilidade do princípio da insignificância ao delito de moeda falsa, caso o valor das cédulas falsificadas não ultrapasse a quantia correspondente a um salário mínimo. e) A aplicação do princípio da insignificância, que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, objetiva excluir ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. 5. (Defensor Público/DPE-TO – CESPE/2013) Com relação aos princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato, assinale a opção correta. a) Os princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato não contam com previsão expressa no direito penal brasileiro. b) O reconhecimento do princípio da irrelevância penal do fato implica a atipicidade da conduta do agente. c) A aplicação do princípio da insignificância de modo a tornar a ação atípica, exige a satisfação, de forma concomitante, de certos requisitos estabelecidos pelo STF, os quais têm relação, apenas, com o desvalor da conduta do agente, e não com o resultado por ele ocasionado. d) A existência de condenações criminais pretéritas imputadas a um indivíduo impede a posterior aplicação do princípio da insignificância, consoante a jurisprudência do STF. e) Infração bagatelar imprópria é a que surge sem nenhuma relevância penal, porque não há desvalor da ação ou um relevante desvalor do resultado que mereça a incidência do direito penal. Respostas 1. (43.º Promotor de Justiça – MP/MG) O princípio da insignificância atua como instrumento de: C | Interpretação restritiva do tipo penal. 2. (85.º Promotor de Justiça – MP/SP) Em relação ao princípio da insignificância ou de bagatela, assinale a alternativa incorreta: D | Somente tem aplicabilidade em crimes contra o patrimônio. 3. (Defensoria Pública/PI –CESPE/2009) Em relação à aplicação do princípio da insignificância no direito penal, assinale a opção correta. A | Segundo entendimento do STF, tal princípio qualifica-se como fato de descaracterização material da tipicidade penal. Segundo entendimento do STJ, é possível a aplicação de tal princípio às condutas regidas pelo ECA. 4. (MAGISTRATURA/ES – CESPE – 2011) Acerca dos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção correta. E | A aplicação do princípio da insignificância, que deve ser analisado em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado, objetiva excluir ou afastar a própria tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. 5. (Defensor Público/DPE-TO – CESPE/2013) Com relação aos princípios da insignificância e da irrelevância penal do fato, assinale a opção correta. D | A existência de condenações criminais pretéritas imputadas a um indivíduo impede a posterior aplicação do princípio da insignificância, consoante a jurisprudência do STF. Bibliografia • HC 114.097/PA - HABEAS CORPUS PENAL. RECEPTAÇÃO PRATICADA POR PRAÇA DAS FORÇAS ARMADAS CONTRA INSTITUIÇÃO MILITAR. ART. 254, CAPUT, DO CPM. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. NÃO INCIDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. • HC 114.194/SP - HABEAS CORPUS’. CRIME MILITAR. CONSCRITO OU RECRUTA DO EXÉRCITO BRASILEIRO. POSSE DE ÍNFIMA QUANTIDADE DE SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE EM RECINTO SOB ADMINISTRAÇÃO CASTRENSE. INAPLICABILIDADE DO POSTULADO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL. INCIDÊNCIA DA LEI CIVIL Nº 11.343/2006. IMPOSSIBILIDADE. RESOLUÇÃO DO CASO PELO CRITÉRIO DA ESPECIALIDADE DA LEGISLAÇÃO PENAL CASTRENSE. ORDEM DENEGADA • HC 138.697/MG - PENAL. HABEAS CORPUS. PACIENTE DENUNCIADO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 155, CAPUT, COMBINADO COM O ART. 14, II, AMBOS DO CÓDIGO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. REITERAÇÃO DELITIVA. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. • HC 121.903/MG - EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA DECISÃO DE RELATOR DE TRIBUNAL SUPERIOR QUE INDEFERIU PLEITO CAUTELAR EM IDÊNTICA VIA PROCESSUAL. FLAGRANTE ILEGALIDADE. SÚMULA 691/STF. SUPERAÇÃO. FURTO (ART. 155, CAPUT, DO CP). PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. APLICABILIDADE. HABEAS CORPUS EXTINTO POR INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. • HC 107.370/SP. HABEAS CORPUS. PENAL. PECULATO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. PRECEDENTES. • HC 114.723/MG ..EMENTA: HABEAS CORPUS. PENAL. FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INCIDÊNCIA. VALOR DOS BENS SUBTRAÍDOS. INEXPRESSIVIDADE DA LESÃO. CONTUMÁCIA DE INFRAÇÕES PENAIS CUJO BEM JURÍDICO TUTELADO NÃO É O PATRIMÔNIO. DESCONSIDERAÇÃO. ORDEM CONCEDIDA. • HC 299.185/SP. HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO. FALTA DE CABIMENTO. TENTATIVA DE FURTO SIMPLES. BENS DE PEQUENO VALOR RESTITUÍDOS À VÍTIMA. REGISTRO DE ANTECEDENTE CRIMINAL. APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. POSSIBILIDADE. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CONFIGURADO. • HC 138.697/MG. Ementa: PENAL. HABEAS CORPUS. PACIENTE CONDENADO PELO CRIME PREVISTO NO ART. 155, CAPUT, COMBINADO COM O ART. 61, I E ART. 65, III, TODOS DO CÓDIGO PENAL. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. CONDENAÇÃO ANTERIOR. POSSE DE ENTORPECENTES PARA USO PRÓPRIO. ART. 16 DA LEI 6.368/1976. APLICAÇÃO. POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. • RHC: 31612 PB 2011/0280364-8 – STJ. RECURSO EM HABEAS CORPUS. DESCAMINHO. REITERAÇÃO NA OMISSÃO DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS. EXISTÊNCIA DE INÚMEROS PROCEDIMENTOS FISCAIS. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INAPLICABILIDADE. • NUCCI, Guilherme de Souza. Leis Penais e Processuais Penais Comentadas.3. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008. • MASSON, Cleber. Direito Penal: Parte Geral. 9. ed. São Paulo: Editora Método, 2015. 1071 p. • BITTENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal.: Parte Geral. 17. ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 2153 p. • CAETANO, Wesley. Da primariedade, da reincidência e dos maus antecedentes. 2015. Disponível em: <https://wesleycaetano.jusbrasil.com.br/artigos/227707331/da-primariedade-da- reincidencia-e-dos-maus-antecedentes>. Acesso em: 31 dez. 2017. Apresentação Princípio da Insignificância Prerrogativas para aplicação Exceções à aplicação do princípio Militares Criminoso habitual e réu reincidente Crimes previstos na lei de drogas Crimes contra administração pública Questões Respostas Bibliografia
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