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182765112717 05 QUEIXA CRIME

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QUEIXA-CRIME 
 
1. Introdução 
 
 O presente assunto tem muita importância para a prática penal. Em virtude disso, inicialmente, será 
abordado a ação penal de forma ampla, hipótese em que nos reportamos ao Capítulo 4 da Parte II deste 
livro, para, posteriormente, ingresarmos efetivamente na petição inicial da ação penal privada, que é a queixa-
crime. 
 
2. Ação penal pública 
 
2.1. Ação penal pública incondicionada 
 
 Como vimos no Capítulo 4 da Parte II deste livro, a ação penal é o meio pelo qual se provoca o ente 
estatal através do exercício da jurisdição para solucionar uma lide composta por um conflito de interesses. 
Ou seja, o Estado NÃO vai atrás das lides, sendo a jurisdição penal inerte por natureza. 
 
 A ação penal pública incondicionada é aquela em que o Ministério Público é o titular do direito de ação e 
não necessita da manifestação de vontade de quem quer que seja para oferecer a denúncia, bastando, no 
caso concreto, a existência da justa causa, ou seja, prova da materialidade do crime e indícios suficientes de 
autoria ou participação, e das demais condições da ação. As provas nos dão certeza de que um fato ocorreu, 
já os indícios são indicativos acerca dos fatos. 
 
 A regra geral é a de que os crimes sejam de ação penal pública incondicionada, e quando a lei silenciar 
sobre o tipo de ação penal que o crime motiva a ação penal será pública incondicionada. Já para o crime ser 
motivador de ação penal pública condicionada ou ação penal privada deve haver expressa disposição legal, 
como bem elucida o art. 100 do Código Penal. 
 
 A denúncia é a peça inicial da ação penal pública incondicionada, procedida pelo MP, na regra geral (art. 
46 do CPP), no prazo de 5 dias estando o réu preso e 15 dias estando o réu solto, porém o prazo é impróprio, 
não existindo preclusão para o oferecimento da denúncia. Da mesma forma, o MP NÃO sofre decadência do 
direito de ação. 
 
 Ex: Imagine um homicídio simples, no qual o MP tem prazo de 5 dias ou 15 dias para oferecer denúncia 
e não a oferece no prazo legal, mesmo após o prazo, ainda que 10 anos depois (desde que o crime não 
esteja prescrito), poderá ainda o MP oferecer a denúncia, pois o prazo não preclui e o MP não sofre 
decadência. 
 
  OBS.: Juiz não pode iniciar um processo de OFÍCIO, valendo salientar que o processo criminal instaura-
se com o RECEBIMENTO da denúncia. Assim, não é o simples oferecimento da peça acusatória que faz 
surgir o processo, pois o juiz pode rejeitar a denúncia ou queixa ou recebê-la. 
 
  DICA: O entendimento dominante estabelece que não mais existe a obrigação do Ministério Público em 
denunciar, mas sim em manifestar-se. Ou seja, ao ser comunicado formalmente da ocorrência de um delito, 
como por exemplo, pelo recebimento dos autos do inquérito policial, o Ministério Público deverá manifestar-
se, formando o que chamamos de opinio delicti. 
 
 Assim, recebidos os autos de inquérito ou outras peças de informação, o MP DEVERÁ oferecer denúncia 
OU devolver os autos à delegacia para a continuidade das investigações OU requerer o arquivamento. 
 
2.2. Ação penal pública condicionada 
 
 A ação penal pública será condicionada nas hipóteses expressamente previstas em lei, existindo duas 
modalidades, quais sejam, ação penal condicionada à requisição do Ministro da Justiça ou à representação 
do ofendido. Elas serão devidamente analisadas a seguir. 
 
a) Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça. 
 
 
 
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 Hoje as hipóteses desta ação são muito poucas e se restringem às seguintes situações: 
 Crimes praticados contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro (art. 141, 
I, c/c, art. 145, parágrafo único, CP) 
 Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil. (art. 7º, § 3º, b, CP) 
  OBS.: Se o crime for de ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça, sem a 
referida requisição não será possível ao Ministério Público promover a ação penal, uma vez que aquela 
configura condição específica de procedibilidade. Porém, vale lembrar que a requisição do Ministro da Justiça 
não obriga a propositura da ação penal. Além disso, a requisição é irretratável, não sendo possível, de acordo 
com entendimento dominante, sua retratação. Vale ressaltar, também, que não existe prazo para o Ministro 
da Justiça apresentar a requisição, uma vez que a mesma, diferentemente da representação da vítima, não 
está sujeita a prazo decadencial. 
 
b) Ação penal pública condicionada à representação do ofendido. 
 
 Neste tipo de ação penal, o promotor de justiça só poderá oferecer denúncia se houver a representação 
do ofendido, funcionando esta, também, como uma condição específica de procedibilidade. Esta 
representação, vale lembrar, é uma manifestação de vontade do ofendido ou de seu representante legal, no 
sentido de que seja o fato objeto de processo. 
 A representação é despida de maiores rigores formais, podendo ser feita oralmente ou por escrito perante 
a autoridade policial, o órgão do Ministério Público ou o juiz, nos termos do art. 39 do CPP. 
 Porém, uma vez feita a representação, o Ministério Público não está obrigado a oferecer denúncia, pois 
devem estar presentes as demais condições e requisitos para a propositura da ação penal, dentre os quais 
a justa causa. O que obriga o MP ao oferecimento da denúncia é a presença de todas as condições da ação. 
 Além disso, o ofendido não está obrigado a representar, porém se ele decidir fazê-lo, deverá apresentar 
sua manifestação de vontade dentro do prazo decadencial de 6 meses contados do conhecimento da autoria 
do delito, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal. Ou seja, a representação deverá ser 
apresentada no prazo de seis meses a contar do momento em que o ofendido souber quem foi o autor da 
prática delitiva. Não sendo oferecida a representação dentro do prazo de seis meses contados da data em 
que se soube quem era o autor do fato (regra geral), a decadência implicará na perda do direito de 
representação, e consequente extinção da punibilidade, na forma do art. 107, IV do Código Penal. 
 
ATENÇÃO! Se a vítima for menor de 18 anos, e o seu representante legal não oferecer a queixa crime 
ou a representação, é majoritário o entendimento de que a vítima poderá exercer tanto o direito de 
queixa, se for crime de ação penal privada, como o direito de representação, se for crime de ação pública 
a esta condicionada, ao completar 18 anos, momento a partir do qual, neste caso, serão contados os seis meses 
decadenciais. 
 
 Cumpre ainda lembrar que se o ofendido for menor de 18 anos e não possuir representante legal, ou se 
os interesses do representado forem conflitantes com os interesses do representante, o juiz nomeará um 
curador especial para o menor (art. 33 do CPP). Neste caso, apesar da ausência de previsão expressa em 
lei, entende-se que o curador terá o prazo de 6 meses a contar de sua nomeação para exercer o direito de 
representação. O mesmo aplicar-se-á aos crimes de ação penal privada e o prazo para o exercício do direito 
de queixa pelo curador especial. 
 
  OBS.: O prazo decadencial é prazo próprio, sofrendo preclusão temporal. Além disso, doutrina e 
jurisprudência entendem que ao prazo decadencial NÃO se aplicam quaisquer hipóteses de suspensão, 
interrupção ou prorrogação. O mesmo é ainda contado na forma do art. 10 do Código Penal, incluindo-se, 
portanto, o dia do início, e pouco importando se o dia do início ou o último caem em dias úteis ou não. Assim, 
se a vítima soube quem era o autor do fato no sábado, 10 de maio, este será o primeiro dia dos seis meses 
decadenciais, vencendo-se o prazo no dia 09 de novembro, independentementedeste dia possuir ou não 
expediente forense. 
 
 Ou seja, o prazo decadencial para o exercício tanto do direito de queixa como do direito de representação 
não se prorroga, não se interrompe e não se suspende. 
 Já o prazo de que dispõe o Ministério Público para a formação da opinio delicti e consequente exercício 
da ação penal configura prazo impróprio e, portanto, não preclui. Mesmo após o decurso do prazo indicado 
 
 
 
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pelo art. 46 do CPP, poderá o MP oferecer a denúncia, requerer o arquivamento ou a devolução dos autos 
para a delegacia a fim de continuarem as investigações. O MP não sofre decadência. 
 
  DICA: Deve-se estar atento à análise sobre se o prazo é PROCESSUAL PENAL ou PENAL, uma vez 
que a contagem dos mesmos se dá de forma distinta. 
 
 Contagem de prazos PROCESSUAIS PENAIS, aos quais se aplica o art. 798 do CPP: 
 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e peremp- tórios, não se interrompendo 
por férias, domingo ou dia feriado. 
 
§ 1º Não se computará no prazo o dia do começo, incluindo-se, porém, o do vencimento. 
§ 2º A terminação dos prazos será certificada nos autos pelo escrivão; será, porém, considerado findo o 
prazo, ainda que omitida aquela formalidade, se feita a prova do dia em que começou a correr. 
§ 3º O prazo que terminar em domingo ou dia feriado considerar-se-á prorrogado até o dia útil imediato. 
§ 4º Não correrão os prazos, se houver impedimento do juiz, força maior, ou obstáculo judicial oposto pela 
parte contrária. 
§ 5º Salvo os casos expressos, os prazos correrão: 
 
a) da intimação; 
b) da audiência ou sessão em que for proferida a decisão, se a ela estiver presente a parte; 
c) do dia em que a parte manifestar nos autos ciência inequívoca da sen- tença ou despacho. 
 
 Contagem de prazos PENAIS, com aplicação do art. 10 do CP: 
 
Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
 
  OBS.: A contagem dos prazos de PRESCRIÇÃO, DECADÊNCIA, PRISÃO E CUMPRIMENTO DE PENA 
é feita na forma do art. 10 do CP, são, portanto, prazos penais! E devemos incluir o dia do início e excluir o 
dia do final. Da mesma forma, não importa se o primeiro e o último dia é ou não útil, isso não faz diferença. 
 
 Exemplo: Imagine que, em um crime de ação penal privada, a vítima tenha tomado conhecimento da 
autoria do fato no dia 15 de novembro de 2016, feriado nacional por ser dia da Proclamação da República. 
O fato se ser feriado não importa, pois como o prazo decadencial é um prazo penal, o dia do início é incluído 
e não importa se é útil ou não. Assim, o primeiro dia é o próprio dia 15/11/2016. A queixa tem que ser oferecida 
dentro do prazo decadencial de seis meses (art. 38 do CPP). 
 
 Contando-se 6 meses a partir de 15/11/2016 observamos o seguinte: 
 
dezembro = 1 mês 
janeiro = 2 meses 
fevereiro = 3 meses 
março = 4 meses 
abril = 5 meses 
maio = 6 meses 
 
 Ou seja, o prazo decadencial vencerá em maio de 2016. Como a vítima conheceu da autoria em 
15/11/2016, completam-se 6 meses em 14/05/2017 (porque devemos contar os seis meses e excluir o dia 
do final). 
 O problema é que dia 14/05/2017 cai em um domingo, e o prazo decadencial não se prorroga, assim, a 
queixa terá que ser oferecida até a sexta-feira anterior, dia 12, pois se for oferecida na segunda já terá 
ocorrido a decadência do direito de queixa. 
 
  DICA! Natureza jurídica da representação e da requisição nos crimes de ação penal pública 
condicionada: 
 
 
 
 
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 Nas infrações de ação penal pública condicionada, o Ministério Público somente poderá oferecer a 
denúncia se presente, além das condições genéricas para o exercício do direito de ação, mais um requisito, 
consistente na representação do ofendido (ação penal pública condicionada à representação) ou na 
requisição do Ministro da Justiça (ação penal pública condicionada à requisição). 
 Assim, representação do ofendido e requisição do Ministro da Justiça são condi- ções específicas de 
procedibilidade. 
 A representação do ofendido nada mais é que uma manifestação inequívoca de vontade, que independe 
de maiores formalidades, podendo ser extraída, por exemplo de um simples depoimento da vítima em sede 
policial. A representação, da mesma forma que a queixa-crime nas infrações de ação penal privada, sujeita-
se ao prazo decadencial de 6 meses previsto no art. 38 do CPP, que deve ser contado a partir da data em 
que a vítima vem a saber quem foi o autor do fato. 
 A representação é retratável até o oferecimento da denúncia, sendo ainda possí- vel a retratação da 
retratação, desde que dentro do prazo decadencial de 6 meses, ressalvadas as hipóteses de infrações de 
menor potencial ofensivo quando, por força do parágrafo único do art. 74 da Lei 9.099/95, a composição civil 
dos danos levaria à renúncia ao direito de representação e, para muitos, extinção da punibilidade. 
 A requisição do Ministro da Justiça, no entanto, é irretratável e não se sujeita a prazo decadencial, 
conforme entendimento doutrinário dominante. 
 Outrossim, devemos lembrar que nem a representação, nem a requisição do Ministro da Justiça, vinculam 
o Ministério Público, que formará a opinio delicti em razão da presença ou ausência das condições da ação. 
 Outra característica da representação é a de que ela é retratável, ou seja, a pes- soa pode representar e 
depois voltar atrás. A retratação da representação, na regra geral, não carece de fundamentação, inclusive, 
é possível a retratação da retratação. Entretanto, como bem elucida o art. 25 do CPP, pode haver a retratação 
até o ofe- recimento da denúncia. Logo, a representação do ofendido é irretratável depois do oferecimento 
da denúncia. 
 A exceção à regra ocorre nos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher que sejam de ação 
penal pública condicionada, como se verifica, por exemplo, em caso de ameaça. Nestes casos, a Lei Maria 
da Penha (Lei 11.340/2006) estabelece que a retratação da representação somente será possível na 
presença do juiz, em audiência especialmente designada para tal fim, até o recebimento da denúncia (art. 16 
da referida lei). Assim dispõe o artigo: 
 
Art. 16 da Lei 11.340/2006 – Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que 
trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente 
designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. 
 
Por fim, ainda em relação ao tema representação, vale elucidar que esta somente poderá ser oferecida 
pelo: 
 
 Ofendido 
 Representante legal – age em nome da vítima que é viva, porém incapaz. 
 Sucessor processual – se o ofendido for falecido ou declarado ausente por decisão judicial, a substituição ou 
sucessão processual segue a regra do CADI (Cônjuge, Ascendente, Descendente e Irmão), conforme art. 24, § 
1º, do CPP. 
 
 Oferecida a representação, para que o MP ofereça denúncia deverão estar pre- sentes todas as condições 
da ação, dentre as quais destaca-se a justa causa para a ação penal, consistente na prova da existência do 
crime e nos indícios suficientes de autoria. 
 Justa Causa é a existência de lastro ou suporte probatório mínimo (prova da exis- tência do crime e 
indícios suficientes de autoria) extraído de peças de informação, de forma a evitar uma acusação temerária. 
Sobre a justa causa: 
Não nos parece correta a afirmação de que para a sua admissibilidade basta que a denúncia esteja lastreada 
em prova da autoria e materialidade. Se examinarmos tais elementos ao nível da dogmática Penal, vamos 
consta- tar que autoria e materialidade não chegam sequer a configurar um juízo de tipicidade, na medida 
em que as normas Penaisincriminadoras têm outros elementos essenciais, quer subjetivos, descritivos ou 
normativos. 
(…) Não basta que, formalmente, a denúncia (…) impute ao réu uma con- duta típica, ilícita e culpável. Isto 
satisfaz o aspecto formal da peça acusatória, mas para o regular exercício da ação pública se exige que os 
fatos ali narrados tenham alguma ressonância na prova do inquérito ou constante das peças de informação. 
 
 
 
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Em outras palavras, a acusação não pode resultar de um ato de fé ou de adivinhação do autor da ação penal. 
Tudo que de essencial ele des- crever na denúncia deve estar respaldado na prova do inquérito, ainda que 
de forma frágil ou incompleta. (JARDIM, Afrânio Silva. Direito Processual Penal. Estudos e Pareceres. 11ª 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002. pp. 97-8) 
 
3. Ação penal privada 
 
3.1. Queixa-crime 
 
 Em certos casos previstos em lei, a publicidade inerente aos atos processuais de alguns crimes seria mais 
prejudicial do que o próprio fato ou ainda que a própria impunidade do agressor, por esta razão, por critérios 
de política criminal, existe a ação penal privada, tendo como titular o particular ofendido. 
 A queixa-crime é a peça inicial da ação penal privada, promovida pelo ofendido ou por quem tenha 
qualidade para representá-lo. Caso o ofendido venha a falecer, ou seja declarado ausente por decisão 
judicial, o direito de queixa será transmitido a seus sucessores processuais, seguindo a sequência do CADI 
(cônjuge, ascendente, descendente e irmão), nos termos do art. 31 do Código de Processo Penal. 
 Por se tratar de uma petição inicial em matéria criminal, deve conter todos os requisitos do art. 41 do 
Código de Processo Penal, também exigidos no oferecimento da denúncia, ou seja, imputação do crime, 
pedido de condenação, qualificação do acusado e, quando necessário, rol de testemunhas. 
 No que se refere ao prazo da queixa-crime, salvo expressa previsão legal em con- trário, a queixa deverá 
ser oferecida no prazo de seis meses a contar do momento que o ofendido tomou ciência da autoria do delito, 
sob pena de decadência (art. 38 do CPP). Ou seja, a queixa-crime possui prazo próprio para ser oferecida, 
existindo o prazo decadencial de 6 meses a contar do momento em que a vítima toma ciência da autoria do 
delito. 
 Os crimes que preveem ação penal privada estão expressamente previstos em lei. Quando o Código for 
silente, o crime será de ação penal pública incondicionada. 
 A queixa-crime é peça privativa de advogado e tem 2 características elementares: 
 Não obrigatoriedade ou discricionariedade – a vítima move a queixa-crime se quiser, pode haver, inclusive, a 
renúncia ao direito de queixa de forma expressa ou tácita contra todos os ofensores. A isto se dá o nome de 
oportunidade ou conveniência, princípio regente da ação penal privada. 
 Indivisibilidade – a queixa é indivisível, ou seja, a queixa contra qualquer um dos autores do crime obrigará o 
processo contra todos. Caso exista renúncia ao direito de queixa em relação a um dos autores do delito, esta 
renúncia se estenderá a todos (arts. 48 e 49 do CPP). 
 
  OBS.: A ação penal privada é discricionária na propositura e também discricio- nária durante o processo. 
Por isso, após oferecida a queixa-crime, a vítima poderá desistir da pretensão deduzida, ou seja, poderá 
desistir do processo, e poderá fazê-lo através do perdão ou através da perempção. 
 
 É importante lembrar que o perdão do ofendido também goza de indivisibilidade, pois o perdão oferecido 
a um dos autores do delito, a todos se estenderá. Todavia o perdão configura-se como ato bilateral, pois o 
acusado deve aceitá-lo. Existindo uma pluralidade de acusados, caso um ou alguns deles não aceitem o 
perdão ofer- tado, o processo seguirá contra estes, mas será extinto em favor dos que acataram o perdão. 
O perdão do ofendido, da mesma forma que a perempção, funciona como causa extintiva de punibilidade. 
 
3.2. Modalidades de ação penal privada 
 
 Existem as seguintes modalidades de ação penal privada: 
 
a) Propriamente dita ou exclusiva – é aquela que, desde o início, o crime procede-se mediante queixa e está 
previsto expressamente no tipo penal. Este tipo de ação penal privada pode ser proposta pela vítima, representante 
legal ou sucessor processual. 
 
b) Personalíssima – é aquela que não admite representação legal, nem substituição processual. Só quem pode 
mover a ação privada é a vítima. Só existe um crime motivador de ação penal personalíssima que é o induzimento 
a erro essencial ou ocultação de impedimento para o casamento (art. 236 do Código Penal). Este crime ocorre nos 
casos em que um dos cônjuges casa com outrem sem prestar uma infor- mação essencial, havendo o induzimento 
a um erro essencial. Neste caso, SOMENTE o cônjuge que tenha sido ofendido é que pode propor a ação. Para 
 
 
 
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esta ação penal, há uma condição específica, a anulação do referido casamento. 
 
c) Alternativa ou Secundária – manifesta-se nos crimes contra a honra de servidor público em razão das funções 
que estes exercem. Nestes crimes existem duas ações penais possíveis, ação penal pública condicionada à 
representação ou ação penal privada. 
 
  OBS.: A ação penal alternativa ou secundária possui, inclusive, expressão na jurisprudência do STF, 
haja vista a Súmula 714 que prevê a legitimidade concorrente do ofendido, mediante queixa, e do Ministério 
Público, condicionada à represen- tação do ofendido, para a ação penal por crime contra a honra de servidor 
público em razão do exercício de suas funções. 
 
d) Privada subsidiária da pública – inicialmente deve-se estar diante de uma hipótese em que originalmente o 
crime era de ação penal pública, podendo ser incondicionada ou condicionada, no qual o Ministério Público nada 
fez, quedou-se inerte. Sabemos que o MP é regido pelo princípio da obrigatoriedade, o que signi- fica que deverá, 
recebendo os autos de inquérito ou outras peças de informação, manifestar-se, formando a opinio delicti, decidindo 
pelo oferecimento da denúncia, devolução dos autos à delegacia ou requerer o arquivamento. A inércia do MP não 
é compatível com o princípio da obrigatoriedade que rege a ação penal pública e, por isso, ficando ele inerte, ou 
seja, quando não apresenta nenhum tipo de manifestação no prazo legal (art. 46 do CPP), será possível o 
oferecimento, por parte da vítima, da queixa subsidiária. 
 
  LEMBRE-SE: não será cabível a ação penal privada subsidiária da pública caso o MP se manifeste, 
assim, se o MP oferecer denúncia, requerer o arquivamento ou devolver os autos do inquérito para a 
delegacia não será possível o oferecimento da queixa subsidiária. 
 A queixa subsidiária pode ser intentada por representante legal (no caso de vítima menor ou incapaz a 
qualquer título) ou pelo sucessor processual (em caso de morte da vítima), valendo ressaltar que a figura do 
sucessor deve respeitar a ordem prevista no art. 31 do CPP (CADI: cônjuge, ascendente, descendente, 
irmão). 
 Ressalte-se que qualquer dos agentes tem legitimidade para propor a referida a ação e, comparecendo 
mais de uma pessoa com direito de queixa, aplica-se o cons- tante no art. 36 do Código de Processo Penal, 
sendo a ordem de preferência, mas não uma ordem de vontades. 
 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá pre- ferência o cônjuge, e, em 
seguida, o parente mais próximo na ordem de enu- meração constante do art. 31, podendo, entretanto, 
qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante desista da instância ou a abandone. 
 
 Sobre a sucessão processual: 
 
(…) caso o ofendido morra ou seja considerado ausente por decisão judi- cial, autoriza a lei que familiares 
(parentesco biológico ou civil) prossigam no intuito de ajuizar ação penal contra o agressor oudar 
continuidade, caso ela já tenha sido proposta. O rol deste artigo é taxativo e segue exatamente a ordem 
dada: em primeiro lugar, o cônjuge, passando, em seguida, ao ascen- dente, descendente e irmão. Em caso 
de omissão de um ou recusa, o legitimado seguinte pode optar pela propositura da ação. Havendo 
discordância, prevalece o intuito daquele que pretende ingressar em juízo. (NUCCI, Guilherme de Souza. 
Código de processo penal comentado. – 13ª ed. rev. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014. p. 123) 
 
  OBS.: Na ação penal privada subsidiária da pública, o MP intervirá em todos os termos do processo, 
podendo ainda, na forma do art. 29 do CPP, propor prova, recorrer de decisões interlocutórias, repudiar a 
queixa e oferecer denúncia substi- tutiva, aditar a queixa (hipótese na qual se formará um litisconsórcio ativo, 
no qual o MP atuará como assistente litisconsorcial), ou ainda, em caso de negligência do ofendido, retomar 
a ação como parte principal. Mas o que seria a “negligência” que autorizaria o MP a “retomar a ação”? Em 
crimes de ação penal pública não existe possibilidade de perdão ou de perempção, portanto, negligência 
seria tentar dar margem a qualquer um destes institutos, incompatíveis com crimes de ação penal pública. 
Nestes casos, o MP reassume o polo ativo da ação e a vítima é excluída da relação processual. 
 
  DICAS: Vale ressaltar que não existe perempção nas ações penais privadas subsidiárias da pública, já 
que esta hipótese de causa extintiva de punibilidade é exclusiva para as ações penais que são 
essencialmente privadas. 
 
 
 
 
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 A queixa subsidiária possui prazo de 6 meses a partir do momento que findar o prazo de manifestação do 
Ministério Público e houver inércia deste. 
 Oferecida a queixa subsidiária, o Ministério Público poderá aditar a queixa, repu- diá-la e oferecer 
denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso 
e, a todo tempo, no caso de negli- gência do querelante, retomar a ação como parte principal, tudo em 
conformidade com o art. 29 do Código de Processo Penal. 
 
  OBS.: Cuidado com o instituto do perdão do ofendido, o mesmo acarreta extinção da punibilidade, mas 
não gera responsabilidade penal do agente. É uma decisão “de mérito”, mas não “com mérito”. Significa dizer 
que a decisão, embora faça coisa julgada material, não reconhece a responsabilidade penal do indivíduo, 
pois o juiz não está condenando nem absolvendo. O juiz não chegou a apreciar o pedido. O processo apenas 
é extinto e é também extinta a punibilidade, na forma do art. 107, V, CP. 
 
Em relação ao perdão, lembre-se: 
 
1. Não cabe perdão na ação penal privada subsidiária da pública. 
2. O perdão é indivisível – o perdão oferecido para um estende-se aos demais, com fundamento no art. 51 do 
Código de Processo Penal. 
3. É ato bilateral – o perdão só vai existir se houver anuência do querelado, portanto, ele tem que ser aceito. Por 
isso, quando o perdão é oferecido a um dos querelados, a oferta se estenderá a todos, mas somente produzirá 
efeitos em relação aos que o aceitarem. Havendo pluralidade de querelados e um deles não aceitar o perdão, o 
processo se extingue para aqueles que o aceitaram, mas continuará para os demais, com fundamento no art. 51 
do Código de Processo Penal. 
 
  OBS.: Perempção. O art. 60 do CPP é um artigo importantíssimo no assunto relacionado à ação penal 
privada, e traz as hipóteses de perempção (que também acarreta a extinção do processo e da punibilidade 
sem que se caracterize qualquer análise da responsabilidade do agente). Da mesma forma que no caso do 
perdão, não cabe perempção em hipótese de ação penal privada subsidiária da pública, tendo em vista que 
o crime é de ação penal pública. Na ação penal privada o querelante é que tem que adotar as diligências 
para o andamento processual, caso não adote, pode haver a perempção. 
 
 Vale salientar que a perempção deve ser decretada pelo juiz, e pode ocorrer nas seguintes 
hipóteses, todas trazidas pelo art. 60 do CPP: 
 
1ª) Se o querelante deixar de dar andamento aos atos processuais por 30 dias seguidos. 
2ª) Se o querelante morrer e não aparecer quem tenha qualidade para sucedê-lo em 60 dias. 
3ª) Se o querelante deixar de comparecer sem justificativa aos atos processuais. 
4ª) Se o querelante deixar de formular pedido de condenação nas alegações finais ou memoriais. 
5ª) Em sendo o querelante pessoa jurídica esta se extinguir sem deixar sucessores. 
 
4. Rol de crimes de ação penal privada e ação penal pública condicionada 
 
4.1. Crimes de ação penal privada no Código Penal 
 
Espécie Crime Observações importantes: 
Crimes contra a 
honra 
Calúnia (Art. 138) 
1. Injúria real é crime de ação penal pública 
(havendo discussão acerca da necessi- dade ou 
não de representação) (art. 145, caput, do CP) 
2. Injúria contra o Presidente da República é crime 
de ação penal pública condicio- nada à requisição 
do Ministro da Justiça (art. 145, parágrafo único, do 
CP) 
3. Crime contra a honra de servidor público no 
exercício das funções é crime de ação penal 
pública condicionada à representação, devendo ser 
observada a súmula 714 do STF (art. 145, 
parágrafo único, do CP) 
Difamação (Art. 139) 
Injúria (Art. 140) 
 
 
 
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Usurpação de 
propriedade 
particular 
Alteração de limites (Art. 161 caput) 
Observar o § 3º do art. 161 
Usurpação de águas (Art. 161 inc. I) 
Esbulho possessório (Art. 161 inc. 
II) 
Crimes contra o 
patrimônio 
Dano simples – Art. 163, caput) 
Verificar o art. 167 do CP 
Dano qualificado por motivo 
egoístico ou com prejuízo 
considerável para a vítima (Art. 163, 
IV) 
Introdução ou abandono de animais 
em propriedade alheia (Art. 164) 
Fraude à Execução (Art. 179) Art. 179, parágrafo único, do CP 
Dos crimes contra 
a propriedade 
imaterial 
Violação de direito autoral (Art. 184 
caput) 
Os §§ 1º e 2º do art. 184 são crimes de ação penal 
pública incon- dicionada e o § 3º de ação penal 
pública condicionada à representação. 
Dos crimes contra 
o casamento 
Induzimento a erro essencial e 
ocultação de impedimento (Art. 236) 
É o único crime de ação penal privada 
personalíssima (que não admite representante 
legal ou sucessor processual) 
Dos crimes contra 
a administração da 
justiça 
Exercício arbitrário das próprias 
razões (Art. 345) (salvo se há 
emprego de violência) 
Art. 345, parágrafo único, do CP 
 
 
4.2. Crimes de ação penal privada na legislação extravagante 
 
Lei Observações importantes: 
Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996. (Regula direitos e 
obrigações relativos à propriedade industrial). 
Os crimes contra a propriedade industrial são de 
ação penal privada, salvo na hipótese do art. 191 
da Lei nº 9.279/96, em que a ação penal será 
pública. 
 
Art. 191. Reproduzir ou imitar, de modo que possa 
induzir em erro ou confusão, armas, brasões ou 
distintivos oficiais nacionais, estrangeiros ou 
interna- cionais, sem a necessária autorização, no 
todo ou em parte, em marca, título de 
estabelecimento, nome comercial, insígnia ou sinal 
de propaganda, ou usar essas reproduções ou 
imitações com fins econômicos. 
 
 
4.3. Crimes de ação penal pública condicionada do Código Penal 
 
Espécie Crime Observações 
Dos crimes contra a pessoa 
Lesão corporal leve e culposa (Art. 
129, caput, por força do disposto no 
art. 88 da Lei nº 9.099/95) 
Exceção: Lesão corporal em 
violência doméstica e familiar 
contra a mulher é crime de ação 
penal pública incondicionada. 
Decisão proferida pelo STF no 
julgamento da ADC 19 e ADI 4424, 
e sumulada pelo STJ no enunciado 
542: 
"A ação penal relativa ao crime de 
lesão corporal resultante de 
violência domésticacontra a mulher 
é pública incondicionada." 
 
 
 
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Perigo de contágio venéreo (Art. 
130) 
 
Crimes contra a honra 
Calúnia contra servidor público no 
exer- cício de suas funções (Art. 
138 c/c parágrafo único do art. 145 
do CP) 
 
Difamação contra servidor público 
no exer- cício de suas funções (Art. 
139 c/c parágrafo único do art. 145 
do CP) 
 
Injúria contra servidor público no 
exer- cício de suas funções (Art. 
140 c/c parágrafo único do art. 145 
do CP) 
 
Injúria racial (art. 140, § 3º) é crime 
de ação penal pública condicionada 
à representação do ofendido. 
 
Na Injúria real, quando da violência 
resultado lesão corporal, o 
entendimento é o de que se aplica 
o art. 88 da Lei 9.099/95, exigindo-
se a representação 
 
Crimes contra a liberdade pessoal Ameaça (Art. 147 do CP) 
Dos crimes contra a inviolabilidade 
de correspondência 
Violação de correspondência (Art. 
151 do CP) 
Em regra são crimes de ação penal 
condicionada a representação, com 
exceção de quem instala ou utiliza 
estação ou aparelho radioelétrico, 
sem disposição de disposição legal, 
bem como se o agente comete o 
crime, com abuso de função em 
serviço postal, telegráfico, 
radielétrico ou telefônico, de acordo 
com o § 4º do art. 151) 
Correspondência comercial (Art. 
152) 
 
Dos crimes contra a inviolabilidade 
dos segredos 
Divulgação de segredo (Art. 153 – 
em regra somente se procede 
mediante representação) 
A exceção ocorre quando resultar 
prejuízo para a Administração 
Pública, neste caso a ação penal 
será incondicionada de acordo com 
o § 2º do art. 153) 
Violação do segredo profissional 
(Art. 154) 
 
Dos crimes contra o patrimônio 
Furto de coisa comum (Art. 156) 
ATENÇÃO: 
1) Não é punível a subtração de 
coisa comum fungível, cujo valor 
não excede a quota a que tem 
direito o agente, de acordo com o § 
2º do art. 156. 
Do estelionato e outras fraudes 
Outras fraudes (Art. 176 – Somente 
se procede mediante 
representação, e o juiz pode, 
conforme as circunstâncias, deixar 
de aplicar a pena, de acordo com o 
parágrafo único). 
2) Nos crimes contra o patrimônio, 
previstos no Título II, somente se 
procede mediante representação, 
se o crime previsto neste título é 
cometido em prejuízo: do cônjuge 
desquitado ou judicialmente 
separado; de irmão, legítimo ou 
ilegítimo; de tio ou sobrinho, com 
quem o agente coabita, de acordo 
com o art. 172, salvo se o crime é 
 
 
 
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de roubo ou de extorsão, ou, em 
geral, quando haja emprego de 
grave ameaça ou violência à 
pessoa, bem como não se aplica ao 
estranho que par- ticipa do crime e 
se o crime é praticado contra 
pessoa com idade igual ou superior 
a 60 (sessenta) anos, de acordo 
com o art. 183, I, II e III. Isso é 
chamado de Escusas absolutórias. 
Dos crimes contra a propriedade 
imaterial 
Violação de direito autoral quando 
praticada através de cabo, fibra 
ótica, saté- lite, ondas etc, o crime 
será de ação penal pública 
condicionada à representação (Art. 
184, § 3º, c/c art. 186, IV, do CP) 
Quando a violação for de 
fonograma ou videograma (art. 184, 
§§ 1º e 2º), o crime é de ação 
pública incondicionada (art. 186, II, 
do CP). 
Dos crimes contra a dignidade 
sexual 
Estupro (Art. 213) 
Atenção às exceções no caso de 
esturpro. São de ação penal pública 
incondicionada: 
- estupro seguido de morte; 
- estupro seguido de lesão grave; 
- estupro praticado mediante 
violência real (Súm. 608 do STF); 
- estupro de vulneráveis ou quando 
a vítima for menor de 18 anos 
(parágrafo único do art. 225 do CP). 
Violação sexual mediante fraude 
(Art. 215) 
Exceção nos casos em que a vítima 
é vulnerável ou menor de 18 anos 
(parágrafo único do art. 225 do CP). Assédio sexual (Art. 216-A) 
 
5. Observações importantes para o oferecimento da queixa-crime 
 
5.1. Requisitos da queixa-crime 
 
 Inicialmente, devemos estar atentos ao requisitos da petição inicial da ação penal condenatória, seja ela 
uma denúncia, na ação penal pública, ou uma queixa, nas ações penais privadas. 
 
 Tais requisitos estão elencados no art. 41 do CPP, que transcrevemos a seguir: 
 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a 
qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, 
quando necessário, o rol das testemunhas. 
 
 Especial atenção deve ser dada à exposição do fato criminoso, o qual deverá ser narrado em todas as 
suas circunstâncias, de forma a viabilizar o exercício da ampla defesa e do contraditório, sob pena de inépcia 
da inicial acusatória, na forma do art. 395, inciso I, do CPP. 
 Contudo, além dos requisitos exigidos pelo art. 41 do CPP, ao elaborarmos uma queixa-crime, devemos 
ter atenção a uma série de outros detalhes, igualmente importantes, os quais serão apresentados a seguir. 
 
5.2. Prazo decadencial 
 
 No que se refere ao prazo para oferecimento da queixa-crime, salvo expressa previsão legal em contrário, 
a queixa deverá ser oferecida no prazo de seis meses a contar do momento que o ofendido tomou ciência 
da autoria do delito, sob pena de decadência (Art. 38 do CPP c/c art. 103 do CP). Ou seja, a queixa-crime 
possui prazo próprio para ser oferecida, existindo o prazo decadencial de 6 meses a contar do momento em 
que a vítima toma ciência da autoria do delito. 
 Referido prazo, lembramos, configura prazo penal, devendo ser contado na forma do art. 10 do CP. 
 
 
 
 
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Art. 10. O dia do começo inclui-se no cômputo do prazo. Contam-se os dias, os meses e os anos pelo 
calendário comum. 
 
ATENÇÃO: Devemos ainda nos lembrar da seguinte regra: "Prazo decadencial não se interrompe, 
não se suspende nem se prorroga." 
 
5.3. Procuração com poderes especiais 
 
 Para o oferecimento de um queixa-crime, o art. 44 do CPP exige que o advogado detenha procuração 
com poderes especiais. Mas o que seriam esses "poderes especiais"? 
 A exigência funciona como mecanismo de proteção de todos os envolvidos, seja o ofendido, naquele ato 
querelante, seu advogado, já que a queixa é peça privativa de advogado, e até mesmo o querelado. 
 É certo que a provocação de procedimento criminal por informação que sabe ser falsa configura o crime 
de denunciação caluniosa, previsto no art. 339 do CP: 
 
ART. 339. Dar causa, instauração de investigação policial, de processo judicial, instauração de investigação 
administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de 
que o sabe inocente: (Redação dada pela Lei n. 10.028, de 2000) 
Pena – reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
 
 Por tal motivo, imprescindível que se possa identificar quem seria, na eventualidade da queixa configurar 
imputação falsa de crime, de quem seria a responsabilidade penal pelo ocorrido. 
 Por tal motivo, a procuração dada pelo ofendido/querelante ao seu advogado deverá conter uma suscinta, 
porém completa, narrativa do fato a ser imputado através da queixa, com a indicação da data, crime 
supostamente praticado, e, principalmente, em face de quem a queixa deverá ser oferecida. 
 Se referido requisito não for preenchido, o juiz rejeitará a queixa liminarmente, sem que ocorra qualquer 
interrupção ou suspensão do prazo decadencial. Até porque, como já dito, prazo decadencial não se 
interrompe, não se suspende nem se prorroga. 
 
 Vejamos, portanto, o que estabelece o art. 44 do CPP: 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento 
do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos 
dependeremde diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal. 
 Antes de prosseguir, faz-se necessário uma ressalva. O art. 44 acima transcrito possui um erro de 
semântica. No lugar de "querelante" (sublinhamos no texto), devemos ler "querelado". Não há dúvidas de 
que esta era a intenção do legislador. 
 Mas não se assuste, não será necessário, na prova prático profissional que requeira uma peça de queixa 
crime, que o candidato elabore a procuração. Mas ao identificar o querelante, que estará oferecendo a queixa 
através de seu advogado, deve ser feita menção expressa à "procuração com poderes especiais, conforme 
art. 44 do CPP." 
 
5.4. A competência para o processo e julgamento 
 
 Os crimes de ação penal privada têm foro de eleição, o que significa dizer que a competência territorial é 
de escolha do ofendido quando do oferecimento da queixa. A vítima/ofendido poderá escolher entre oferecer 
a queixa no lugar da infração ou no domicílio do réu (art. 73 do CPP). 
 Quanto à competência em razão da natureza da infração, os crimes de ação penal privada são hoje, em 
maioria, infrações com pena máxima de até dois anos, portanto, é muito provável a competência dos Juizados 
Especiais Criminais. 
 Mas CUIDADO! Provável não significa necessário! Para o oferecimento da quei- xa-crime, será necessária 
a verificação da pena máxima do crime praticado, e do qual será acusado o querelado, e, em sendo esta de 
até dois anos (inclusive) a competência será do juizado especial criminal do local em que foi praticada a 
infração (art. 63 da Lei nº 9.099/95). 
 Mas se a infração tiver pena máxima superior a dois anos, ou se forem dois ou mais crimes cujas penas 
somadas ultrapassem o patamar de dois anos, a competên- cia será de uma das Varas Criminais da Comarca 
 
 
 
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13 
em que se consumou a infração (art. 70 do CPP) ou do domicílio do réu, que, como dito, é foro de eleição na 
ação penal privada (art. 73 do CPP). 
 Lembre-se ainda que pode ocorrer um crime de ação penal privada no âmbito da violência doméstica e 
familiar contra a mulher, e, neste caso, a competência será dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher. 
 Da definição da competência dependerá o endereçamento de sua queixa. 
 
5.5. A legitimidade para o exercício do direito de queixa 
 
 Reparem que o legitimado para o exercício do direito de queixa é a vítima, que pode ou não ser 
plenamente capaz. Para o oferecimento da queixa é preciso que a vítima possua 18 (dezoito) anos, pois o 
CPP trabalha com idade cronológica. Se a vítima for menor de 18 ou incapaz, a queixa deverá ser oferecida 
através do seu representante legal. Da mesma forma, é possível que a vítima tenha falecido. Neste caso, o 
direito de queixa passará a um dos sucessores. 
 Ao elaborar a queixa devemos também estar atentos à legitimidade “ad causam” e ad processum, bem 
como à possibilidade da sucessão processual do art. 31 do CPP. 
Assim: 
 
Caso seja a própria vítima a oferecer a queixa: 
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº , inscrito no CPF 
sob o nº , residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o artigo 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência 
oferecer… 
 
Em caso de vítima menor ou por outro motivo incapaz: 
NOME DA VÍTIMA, menor (ou incapaz), neste ato representada por NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da car- teira de identidade nº , inscrito no CPF sob o nº , 
residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais em anexo, 
em conformidade com o artigo 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência oferecer… 
 
Caso seja um dos sucessores (CADI) a oferecer a queixa: 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº__, inscrito no 
CPF sob o nº , residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o artigo 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, 
na forma do art. 31 do Código de Processo Penal, oferecer… 
ou 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da car- teira de identidade nº , inscrito 
no CPF sob o nº , residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o artigo 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência 
oferecer… 
(NESTE CASO, ANTES DOS FATOS INCLUIR UMA PRELIMINAR EXPLICANDO QUE A VÍTIMA MORREU E 
QUE O QUERELANTE OFERECE A QUEIXA NA FORMA DO ART. 31 DO CPP.) 
 
5.6. O valor de reparação do dano de que trata o art. 387, inciso IV, do CPP 
 
 Com a reforma implementada no Código de Processo Penal pela Lei 11.719/2008, o art. 387, em seu 
inciso IV, passou a viabilizar que o juiz criminal, ao proferir sentença condenatória, possa desde logo fixar, 
na própria sentença, os valores mínimos de reparação do dano sofrido pela vítima. 
 
 A doutrina e a jurisprudência muito discutem o tema, surgindo, de tais discussões, as seguintes 
conclusões: 
 
1) a fixação do quantum debeatur mínimo na sentença penal condenatória somente poderá ocorrer se o crime 
houver sido praticado após a entrada em vigor da Lei 11.719/2008, responsável pela referida alteração. a 
hipótese é de norma mista (penal e processual penal), vigorando a irretroatividade da norma penal prejudicial 
(posicionamento pacífico); 
 
 
 
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2) o juiz deverá ser provocado para a fixação dos referidos valores, sob pena de violação do princípio 
acusatório e julgamento extra petita (posição controversa); 
3) os parâmetros e provas que levaram o juiz a definição do valor mínimo de reparação devem ter-se 
submetido ao contraditório e à ampla defesa (posição majoritária). 
 
 Desta forma, ao elaborar uma queixa crime, devemos inserir, dentre os pedidos formulados, o 
requerimento de fixação do valor mínimo de reparação dos danos sofridos pela vítima. Para tanto, basta 
incluir, após os pedidos de praxe, a seguinte frase: "Requer ainda a fixação dos valores de reparação de que 
trata o art. 387, inciso IV, do CPP". 
 
6. Estrutura da queixa-crime 
 
Regra geral: em crimes de ação penal privada 
 
 
Endereçamento: 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ____ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE 
_______________________ (Regra Geral) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ____ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA DE _____________________ (Crimes tutelados pela Lei nº 9099\95 – crimes de pequeno poder 
ofensivo) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ____ JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE _______________________ (Crimes de Violência Doméstica 
e Familiar contra a Mulher) 
 
Identificação do Querelante e do Querelado 
 
(Fazer parágrafo – regra dos dois dedos) Nome, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de 
Identidade número _______________, expedida pela ________________ inscrito no Cadastro de Pessoa Física 
do Ministério da Fazenda sob o número ___________________, residência e domicílio, por seu advogado abaixo 
assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem oferecer 
QUEIXA-CRIME 
com base nos artigos 30, 41 e 44 do Código de Processo Penal e art. 100, § 2º do Código Penal, contra NOME, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ____________, expedida pela 
______ inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ____________________, 
residência e domicílio, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
 
1. Dos FatosLembre-se do que dissemos ao abordar o art. 41 do CPP. A narrativa dos fatos, no caso de elaboração de uma 
queixa crime, deve ser a necessária a garantia do contraditório e da ampla defesa por parte do acusado/querelado. 
Portanto, narre pormenorizadamente os fatos praticados. Contudo, atenha-se aos elementos apresentados no 
enunciado da questão, sem criar fatos novos. 
 
2. Do Direito 
- Demonstrar o “animus” do agente (a intenção); 
- Indicar que a conduta do querelado configura o crime de ação penal privada, mencionando o crime nominalmente, 
o artigo de lei e eventuais agravantes, qualificadoras ou demais causas de aumento de pena, caso existam; 
- Demonstrar que a conduta do agente adequa-se inequivocamente a tipificação feita. 
 
3. Do Pedido 
Ante o exposto, requer o querelante a Vossa Excelência que seja recebida a presente queixa-crime, citado o 
querelado para responder aos termos da presente ação penal, e, ao final, que seja julgado procedente o pedido 
para condenar o querelado nas penas do art. _______ (indicar artigo tipificado e suas possíveis combinações). 
Requer ainda a intimação do Ministério Público, e que sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do 
CPP, bem como sejam intimadas e inquiridas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Termos em que 
espera deferimento. 
 
 
 
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Comarca, Data 
Advogado 
 
Rol de testemunhas: 
1 – 
2 – 
3 – 
 
 DICAS MUITO IMPORTANTES: 
 
 1. Em se tratando de ação penal privada subsidiária da pública deve-se fundamentar a apresentação da 
queixa-crime com base no art. 5o., LIX, da CRFB e nos arts. 29, 41 e 44 do CPP c/c o art. 100, § 3º do CP; 
 2. Existindo mais de um querelado, deve-se fazer a identificação de todos (atenção ao princípio da 
indivisibilidade da ação penal privada); 
 3. Quando se tratar da elaboração de uma queixa-crime, devemos estar atentos às peculiaridades dos 
procedimentos dos crimes contra honra e dos juizados especiais criminais. Portanto, devemos também 
verificar se a hipótese é da competência da vara criminal ou do juizado especial criminal. 
 Seja para fins de endereçamento da peça prático-profissional, seja para que elaborarmos o pedido 
adequadamente, devemos, antes, verificar se o crime é ou não infração de menor potencial ofensivo. 
 Lembre-se que são infrações de menor potencial ofensivo as contravenções penais e os crimes cuja pena 
máxima privativa de liberdade não ultrapasse 2 (dois) anos, desde que não se trate de infração praticada no 
âmbito da violência doméstica e familiar contra a mulher. 
 Além disso, em caso de concurso material de duas ou mais infrações de menor potencial ofensivo, 
imprescindível verificar o somatório das penas máximas dos crimes e, caso o total ultrapasse DOIS anos, a 
competência, de acordo com o STF e o STJ, será da Vara Criminal, embora haja posicionamento diverso 
dentre os enunciados do FONAJE (Enunciado 120 do Forum Nacional dos Juizados Especiais). Para nossa 
prova, entretanto, devemos adotar a posição dos Tribunais Superiores, que colacionamos a seguir: 
 
 Assim, PARA FINS DE ENDEREÇAMENTO DA QUEIXA: 
 
 
 A atenção deve ser redobrada também no tocante ao pedido a ser formulado na queixa crime. Tal pedido 
dependerá do rito processual adotado. Portanto, é novamente de extrema importância a análise sobre se a 
infração é ou não de competência dos Juizados Especiais Criminais, hipótese em que o procedimento a ser 
 
 
 
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adotado é o rito sumaríssimo da Lei 9.099/95, que prevê uma audiência preliminar durante a qual poderá ou 
não ocorrer a conciliação ou composição civil dos danos. 
 É fato que, ocorrendo a conciliação, o acordo homologado pelo juiz acarreta renúncia ao direito de queixa, 
a qual somente poderá ser oferecida se não houver o acordo civil, ao final da audiência preliminar. 
 Contudo, em face do prazo decadencial de que trata o art. 38 do CPP, nem sempre é possível à vítima 
querelante aguardar a realização da audiência, devendo o advogado, quando verifica que se aproxima o final 
do prazo de 6 (seis) meses, oferecer a queixa, condicionando seu recebimento à realização da audiência 
preliminar e não ocorrência do acordo. 
 Assim: 
 
Se a queixa foi oferecida perante o JECrim, o procedimento será o da Lei nº 9.099/95. 
Consequentemente, deve ser observado se já ocorreu a audiência preliminar ou não. 
Caso a audiência preliminar já tenha ocorrido, e não tenha havido conciliação, o pedido a ser formulado é 
o tradicional, ou seja: 
 
"DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. … do CP (ou lei extravagante, se for o caso). 
Requer ainda seja fixado, na sentença condenatória, o valor de reparação de que trata o art. 387, inciso IV, do 
CPP, bem como sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas." 
 
ATENÇÃO: ESTE MESMO PEDIDO ACIMA (QUE CHAMAMOS DE TRADICIONAL OU NORMAL) 
DEVERÁ SER UTILIZADO NO CASO DE UMA QUEIXA-CRIME OFERECIDA PERANTE A VARA 
CRIMINAL OU MESMO PERANTE O JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA 
A MULHER, EM CRIME DIVERSO DO CRIME CONTRA A HONRA. 
 
 
Se a queixa foi oferecida perante o JECrim, caso a audiência preliminar ainda não tenha ocorrido: 
 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei nº 
9.099/95, e, em caso de impossibilidade de concilia- ção, requer seja recebida a presente, citado o querelado para 
responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como 
incurso nas penas do art. … do CP (ou lei extravagante, se for o caso). 
Requer ainda seja fixado, na sentença condenatória, o valor de reparação de que trata o art. 387, inciso IV, do 
CPP, bem como sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas." 
 
 TRATANDO-SE DE CRIMES CONTRA A HONRA, a queixa poderá ser oferecida tanto no JECrim como 
na Vara Criminal (ou até mesmo perante o Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher), 
dependendo da pena da conduta imputada. 
 Contudo, crimes contra a honra possuem um rito processual próprio, previsto no art. 519 e seguintes do 
CPP, e dependem de uma audiência de conciliação (ou reconciliação) prévia, prevista no art. 520 do CPP. 
 Como nos Juizados Especiais Criminais o próprio procedimento contempla um momento para conciliação, 
esta necessidade já é, de certa forma, suprida. 
 
Mas, se a queixa – em um crime contra a honra - está sendo oferecida perante uma Vara Criminal ou Juizado 
de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, onde será adotado o rito sumário, deve-se formular o 
pedido da seguinte forma: 
 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência de con- ciliação, na forma do artigo 520 do 
Código de Processo Penal, e, em caso de impos- sibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado 
o querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o 
querelado como incurso nas penas do art. … 
Requer ainda seja fixado, na sentença condenatória, o valor de reparação de que trata o art. 387, inciso IV, do 
CPP, bem como sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas." 
 
 OBSERVAÇÕES: 
 
 
 
 
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17 
 A oitiva do MP não precisaria ser requerida, mas pode ser incluída. 
 É também possível o requerimento de fixação do valor mínimo de indenização pelo juiz sentenciante, na forma 
do art. 387, IV, do CPP. 
 Como visto acima, também devemos incluir o pedido de condenação dos querelados nas custas e demais 
despesas do processo. 
 
7. Modelos de queixa-crime 
 
7.1. QUEIXA OFERECIDA PELA PRÓPRIA VÍTIMAPERANTE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, APÓS 
A AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ____, inscrito no 
CPF sob o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na 
forma dos artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, brasileiro, estado civil _____, profissão ________, identidade número ___, inscrito no CPF 
sob o nº __, residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
(Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada). 
 
DO DIREITO 
(Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta). 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de reparação do dano de que trata o artigo 387, IV, CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos, 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.2. QUEIXA OFERECIDA PELA VÍTIMA INCAPAZ, ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE LEGAL, PERANTE 
OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, APÓS A AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DA VÍTIMA, menor ou incapaz, neste ato representada por NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob o nº ___, 
 
 
 
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18 
residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais em anexo, 
em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma artigos 30 e 41 
do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
(Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada). 
 
DO DIREITO 
(Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta). 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.3. QUEIXA OFERECIDA PELO SUCESSOR DA VÍTIMA FALECIDA, PERANTE OS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS, APÓS A AUDIÊNCIA PRELIMINAR 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob 
o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais 
em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma do 
art. 31 do Código de Processo Penal, na forma dos artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 4º 
do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
PRELIMINARMENTE 
Cabe ressaltar que, em verdade a vítima dos fatos objeto da presente, NOME DA VÍTIMA, faleceu na data 
________, não havendo tempo hábil para o exercício do seu direito de queixa, motivo pelo qual o querelante, 
_________ (indicar se cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão) oferece a queixa na forma 
do art. 31 do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
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19 
DOS FATOS 
(Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada). 
 
DO DIREITO 
(Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta). 
 
DO PEDIDO 
 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
 
7.4. QUEIXA OFERECIDA PELA PRÓPRIA VÍTIMA PERANTE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, ANTES 
DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR: 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ____, inscrito no 
CPF sob o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na 
forma artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 
9.099/95, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado o querelado para 
responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como 
incurso nas penas do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
 
 
 
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20 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.5. QUEIXA OFERECIDA PELA VÍTIMA INCAPAZ, ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE LEGAL, PERANTE 
OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS, ANTES DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR: 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DA VÍTIMA, menor ou incapaz, neste ato representada por NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob o nº ___, 
residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais em anexo, 
em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma artigos 30 e 41 
do Código de Processo Penal, e art. 100, §2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 
9.099/95, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado o querelado para 
responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como 
incurso nas penas do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.6. QUEIXA OFERECIDA PELO SUCESSOR DA VÍTIMA FALECIDA, PERANTE OS JUIZADOS ESPECIAIS 
CRIMINAIS, ANTES DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR: 
 
 
 
 
 
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21 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA 
COMARCA _____ 
 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob 
o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais 
em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma do 
art. 31 do Código de Processo Penal, na forma dos artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º 
do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
PRELIMINARMENTE 
Cabe ressaltar que, em verdade a vítima dos fatos objeto da presente, NOME DA VÍTIMA, faleceu na data 
________, não havendo tempo hábil para o exercício do seu direito de queixa, motivo pelo qual o querelante, 
_________ (indicar se cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão) oferece a queixa na forma 
do art. 31 do Código de Processo Penal. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência preliminar, na forma do artigo 72 da Lei 
9.099/95, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado o querelado para 
responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como 
incurso nas penas do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.7. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELA PRÓPRIA VÍTIMA, PERANTE A VARA CRIMINAL 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ____, inscrito no 
CPF sob o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na 
forma artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
 
 
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22 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.8. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELA VÍTIMA INCAPAZ, ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE 
LEGAL, PERANTE A VARA CRIMINAL 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
NOME DA VÍTIMA, menor ou incapaz, neste ato representada por NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob o nº ___, 
residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais em anexo, 
em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma artigos 30 e 41 
do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
 
 
 
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23 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.9. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELO SUCESSOR DA VÍTIMA FALECIDA, PERANTE A VARA 
CRIMINAL 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob 
o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais 
em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma do 
art. 31 do Código de Processo Penal, na forma dos artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º 
do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidadenúmero ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
PRELIMINARMENTE 
Cabe ressaltar que, em verdade a vítima dos fatos objeto da presente, NOME DA VÍTIMA, faleceu na data 
________, não havendo tempo hábil para o exercício do seu direito de queixa, motivo pelo qual o querelante, 
_________ (indicar se cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão) oferece a queixa na forma 
do art. 31 do Código de Processo Penal. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja recebida a presente, citado o querelado para responder aos 
termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o querelado como incurso nas penas 
do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
 
 
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24 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.10. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELA PRÓPRIA VÍTIMA, PERANTE A VARA CRIMINAL, EM CASO 
DE CRIMES CONTRA A HONRA 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
NOME DA VÍTIMA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ____, inscrito no 
CPF sob o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes 
especiais em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na 
forma artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência de conciliação, na forma do artigo 520 do 
Código de Processo Penal, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado 
o querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o 
querelado como incurso nas penas do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.11. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELA VÍTIMA INCAPAZ, ATRAVÉS DE SEU REPRESENTANTE 
LEGAL, PERANTE A VARA CRIMINAL, EM CASO DE CRIMES CONTRA A HONRA 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
 
 
 
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25 
NOME DA VÍTIMA, menor ou incapaz, neste ato representada por NOME DO REPRESENTANTE LEGAL, 
nacionalidade, estado civil, profissão, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob o nº ___, 
residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais em anexo, 
em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma artigos 30 e 41 
do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência de conciliação, na forma do artigo 520 do 
Código de Processo Penal, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado 
o querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o 
querelado como incurso nas penas do art. …. do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.12. MODELOS DE QUEIXA OFERECIDA PELO SUCESSOR DA VÍTIMA FALECIDA, PERANTE A VARA 
CRIMINAL, EM CASO DE CRIMES CONTRA A HONRA 
* O mesmo modelo será utilizado no caso de oferecimento de queixa perante o Juizado de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher, hipótese na qual deverá ser alterado o endereçamento. 
 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ______ 
 
NOME DO SUCESSOR, nacionalidade, estado civil, portador da carteira de identidade nº ___, inscrito no CPF sob 
o nº ___, residência e domicílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração com poderes especiais 
em anexo, em conformidade com o art. 44 do Código de Processo Penal, vem a Vossa Excelência, na forma do 
art. 31 do Código de Processo Penal, na forma dos artigos 30 e 41 do Código de Processo Penal, e art. 100, § 2º 
do Código Penal, oferecer 
 
QUEIXA CRIME 
 
em face de ______, nacionalidade, estado civil, profissão, identidade número ___, inscrito no CPF sob o n°__, 
residência e domicílio, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. 
 
PRELIMINARMENTE 
Cabe ressaltar que, em verdade a vítima dos fatos objeto da presente, NOME DA VÍTIMA, faleceu na data 
________, não havendo tempo hábil para o exercício do seu direito de queixa, motivo pelo qual o querelante, 
 
 
 
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26 
_________ (indicar se cônjuge ou companheiro, ascendente, descendente ou irmão) oferece a queixa na forma 
do art. 31 do Código de Processo Penal. 
 
DOS FATOS 
Apresentar os fatos indicados no enunciado da questão, motivadores da ação penal privada. 
 
DO DIREITO 
Indicar as razões jurídicas que justificam a tipificação da conduta. 
 
DO PEDIDO 
DIANTE DO EXPOSTO, requer o querelante seja designada audiência de conciliação, na forma do artigo 520 do 
Código de Processo Penal, e, em caso de impossibilidade de conciliação, requer seja recebida a presente, citado 
o querelado para responder aos termos da ação penal e, ao final, julgado procedente o pedido para condenar o 
querelado como incurso nas penas do art. ..... do Código Penal (ou lei aplicável). 
Requer também sejam fixados os valores de que tratam o art. 387, IV do CPP. 
Requer ainda sejam intimadas as testemunhas abaixo arroladas. 
 
Nestes termos 
Espera deferimento. 
 
Comarca, data. 
Advogado, OAB. 
 
Rol de testemunhas: 
1) 
2) 
3) 
 
7.13. MODELOS DE QUEIXA NA AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
 Lembre-se que, neste caso, estamos diante de um crime de ação penal pública no qual o Ministério 
Público descumpriu o prazo do art. 46 do CPP, permanecendo inerte.

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