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Questões Sociologia DO Brasil

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SOCIOLOGIA DO BRASIL – USJT -DIREITO – 2017-1
Caio Prado Jr., em Formação do Brasil Contemporâneo (1942), explica que “todo povo tem na sua evolução, vista à distância, um “sentido”. Este não se percebe nos pormenores de sua história, mas no conjunto dos fatos e acontecimentos essenciais que a constituem num largo período de tempo”. (p.19)
Acompanhando o autor, “no seu conjunto, e visto em plano mundial e internacional” (p. 31), qual aspecto toma a colonização dos trópicos – em seu verdadeiro sentido! - da qual o Brasil é resultante?
Conforme o autor cita: “Toma no aspecto de uma vasta empresa comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o mesmo caráter, destinada a explorar produtos naturais de um território virgem, moldada para fornecer produtos agrícolas ao mercado europeu”. O empreendimento humano dos portugueses é comercial (No Séc XVI – Português veio na fase mercantil do Capitalismo, como empresário, está buscando rotas comerciais e retirar produtos que lá não tem), nascemos então como empresa comercial, para retirar desta terra e abastecer o comércio.
Por isso nos chamamos “Brasil”, por conta do produto que era daqui tirado (pau brasil) e de Brasileiros, (“cortador de pau-Brasil”).
Lembrar do Jorge Ben: “Moro num País tropical, abençoado por Deus, bonito por natureza...”. Brasil, trópico. Nas zonas tropicais, instituíram-se colônias de exploração.
Sabendo, conforme explica Caio Prado Jr., que “as colônias tropicais tomaram um rumo inteiramente diverso do de suas irmãs da zona temperada” (p. 30), explique que tipo de colonização se constituiu nas áreas temperadas da América e qual o motivo de sua ocupação tardia.
Os norte-americanos moram na mesma faixa da Europa (zona temperada). Nas zonas temperadas, se constituiu uma Colônia de Povoamento, as pessoas foram lá para morar, em razão de guerras políticas e religiosas. O Europeu, na fase de surgimento do Estado Moderno, durante as revoluções liberais (1 século depois da colonização portuguesa, i.e., Séc. XVII), para fazer a vida que não podia fazer na Europa, vai para viver na américa do norte. 
Na palavra do autor: “É a situação interna da Europa, em particular da Inglaterra, as suas lutas político-religiosas que desviam para a América a atenção das populações que não se sentem a vontade e vão procurar ali, abrigo e paz para suas convicções”. 
Conforme Caio Prado Jr, qual a origem da expansão marítima dos países da Europa depois do século XV, expansão da qual o descobrimento e colonização da América fazem parte (p. 21)? 
Se originam de simples empresas comerciais. Toda navegação dos Séc. XV e XVI é em busca de rotas comerciais levadas a cabo pelos navegadores daqueles Países.
Por isso que chamaram os nativos aqui de “índios”, pois queriam chegar na Índia... o termo “índio” é invenção dos Portugueses/europeus.
Caio Prado Jr. explica que a ideia de povoar a América não ocorre inicialmente, sobretudo por conta da finalidade comercial das empresas marítimas. Além desse fato, o que mais impedia aos povos da Europa, no século XVI, de ocupar com povoamento efetivo os novos territórios?
A Peste Negra e as Cruzadas. Nenhum povo da Europa tem condições de suportar “sangrias” em sua população. No Séc. XVI os povos europeus não se refizeram das tremendas devastações das pestes e das cruzadas (pode-se dizer que, no século XVI, tem a mesma população do Século VI). Lutaram para expulsar os mouros (que estão lá até hoje, Turquia, Constantinopla etc.).
Sabendo, a partir da exposição de Caio Prado Jr., que um “caráter mais estável, permanente, orgânico, de uma sociedade própria e definida, só se revelará aos poucos, dominado e abafado que é pelo que o precede, e que continuará mantendo a primazia e ditando os traços essenciais da nossa evolução colonial” (p. 31), qual é o objetivo que organizará a sociedade e economia brasileiras, um objetivo interior?
Não, é um objetivo exterior, voltado para fora do País, sem atenção a considerações do que não fossem o interesse daquele comércio. Só queriam tirar coisas dessa terra, não queriam organizar o povo, nem sociedade, nem nada.
Sérgio Buarque de Holanda, em Raízes do Brasil (1936), argumenta que “O Estado não é uma ampliação do círculo familiar e, ainda menos, uma integração de certos agrupamentos, de certas vontades particularistas, de que a família é o melhor exemplo”. (p. 141)
Ao questionar os doutrinadores que compreendem a evolução do Estado em linha reta, diretamente da família, qual a verdade para Sérgio Buarque quanto (a) às ordens familiares e estatais e (b) como nasce o Estado?
A verdade é que família e Estado são instituições que pertencem a ordens diferentes. Família é uma instituição sociológica e Estado é uma instituição jurídico-política, de filosofia política. 
Como se passa da Família, Família Ampliada para Estado? Se passa da Família (primeira organização societal) para o Estado, com regras do direito, que acabam com as hierarquias.
Na família se tem hierarquia pessoal (quem veio antes tem autoridade para quem veio depois). No Estado é tudo impessoal. 
O Estado nasce pela transgressão (avançar, ultrapassar) da família, que é onde, em tese, há a impessoalidade da lei. Só pela transgressão da família é que nasce o Estado, tornando indivíduo cidadão contribuinte, eleitor, elegível.
No Brasil, não é preciso fazer a transgressão, pois acabando com a transgressão, acabam os privilégios, os compadrios, laços de pessoas. Mantendo-se relações familistas, de primeira instância, formação de Família Ampliada.
Conforme registra Sérgio Buarque de Holanda, na sociedade brasileira, formada sob a influência da família rural, “não era fácil aos detentores das posições públicas de responsabilidade (...) compreenderem a distinção fundamental entre os domínios do privado e do público. Assim, eles se caracterizam justamente pelo que separa o funcionário ‘patrimonial’ do puro burocrata conforme a definição de Max Weber” (p. 146).
Acompanhando Sérgio Buarque de Holanda, explique como se apresenta a gestão política para o funcionário patrimonial.
A gestão política (pública), para o funcionário patrimonial, se apresenta como assunto de seu interesse particular, ou seja, como se fosse dele (patrimonialismo). Conforme o autor fala: “As funções, os empregos, os benefícios, relacionam-se a direitos pessoais do funcionário e não a interesses objetivos, como sucedem no verdadeiro Estado Democrático onde prevalecem a especialização das funções e o esforço para se assegurarem as garantias jurídicas do cidadão”.
Devido as raízes do Brasil, não funcionamos de acordo com uma sociedade Estatal (como é a Teoria do Estado Europeu), aqui nasceu uma Sociedade Rural, do Senhor e do escravo, onde tudo que era público, era do Senhor, e os escravos não eram cidadãos e sim propriedade do senhor.
No capítulo “o homem cordial”, de Raízes do Brasil, Sérgio Buarque de Holanda afirma que “só excepcionalmente tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários puramente dedicados a interesses objetivos. Ao contrário, é possível acompanhar, ao longo de nossa história, o predomínio constante das vontades particulares que encontram o seu ambiente próprio em círculos fechados e pouco acessíveis a uma ordenação impessoal”. (p. 146) 
Qual foi o círculo que se exprimiu com mais força e desenvoltura em nossa sociedade e qual o efeito decisivo de sua supremacia “incontestável e absorvente”, de acordo com o argumento de Sérgio Buarque de Holanda?
Foi o círculo da família, o qual se exprimiu com mais força e desenvoltura em nossa sociedade. Um dos efeitos decisivos está nas relações que se desenvolveram na vida doméstica, que sempre foram um modelo obrigatório de qualquer composição social entre nós: preferência, privilégio, compadrio etc. 
Exemplo de formação de alianças: vira-se compadre (origem na sociedade Ibérica, Católica). Hoje em dia, não precisa estar no âmbito da Igreja: virou amigo, criam-se laços de lealdade e intimidade. Protege-se os amigos aos outros com indiferença. Nãoé a impessoalidade da Lei.
Sérgio Buarque de Holanda no capítulo “A nossa revolução”, de seu livro Raízes do Brasil, comenta o processo de revolução em curso no Brasil, cuja abolição representa apenas o marco visível entre duas épocas, mas não passa de um elo entre diversos outros acontecimentos (pp. 171-172).
Como Sérgio Buarque de Holanda define a revolução brasileira, se ela não acontece num instante preciso do tempo?
Revolução, é o corte abrupto entre dois tempos, o antes é diferente do depois (instante preciso no tempo). As revoluções políticas são as revoluções burguesas, principalmente: Inglesa (1688), Norte-Americana (1776), Francesa (1789). No Brasil, não temos uma data para a revolução, pois não teve um corte abrupto entre dois tempos.
O autor fala: “A grande revolução brasileira não é um fato que se registra em um instante preciso, é antes um processo demorado, e que vem durando ¾ de século, uma revolução lenta, mas segura e consertada, a única que, rigorosamente, temos experimentado em toda a nossa vida nacional”. 
Ou seja, ele escrevia o livro lá em 1936, que remetia à metade do Séc. XIX até a data de publicação do livro onde o café estava mudando essa sociedade (tem uma qualidade na sua produção, intensivo no uso da mão de obra e extensivo na ocupação da terra) – precisa de uma outra mão-de-obra para quem trabalha no café. Isso gira um ciclo comercial interno. Segue-se para a pergunta 10.
 A lavoura de cana de açúcar constituía um pequeno mundo, onde a vida e o trabalho aconteciam e o senhor de escravos dominava como se fosse um barão no feudo medieval. Com a chegada do café, no século XIX, Sérgio Buarque explica que houve uma modificação substantiva, que apontou, sobretudo no “Oeste da província de São Paulo” (p. 173), para o predomínio urbano.
Qual a mudança na terra da lavoura de café que faz as raízes agrárias de nossa formação definhar em favor da influência urbana, de acordo com Sérgio Buarque?
A mudança é que a terra da lavoura deixa de ser o “seu pequeno mundo”, para se tornar unicamente seu meio de vida, sua fonte de renda e de riqueza, por conta do café. O café faz com que até o Senhor saía da terra (passa a morar na cidade) e os trabalhadores, a viver em colônia. Outra terra que não serve para café, vai produzir alimento; deixa de ser um “feudo” e a terra da lavoura deixa de ser então esse pequeno mundo. 
Roberto DaMatta, em O que é o Brasil? (2004), diz que “se a nossa relação com a lei é tão complicada, nada mais normal do que a adoção de um estilo de navegação social que passa sempre pelas entrelinhas desses peremptórios e autoritários ‘não pode! ’. Assim, entre o ‘pode’ e o ‘não pode’, escolhemos, de modo chocantemente antilógico, mas singularmente brasileiro, os ‘mais ou menos’ e as zonas intermediárias, onde a lei tem ‘furos’ e inventamos ‘jeitinhos”. (p. 48)
Como Roberto DaMatta define, na continuação do texto acima, o ‘jeitinho’?
Conforme cita o autor, “Jeitinho, é um modo simpático, desesperado e humano de relacionar o impessoal da Lei, com o pessoal”. Junta um objetivo/vontade pessoal (PESSOA), com um obstáculo impessoal (LEI). É uma junção da lei com a pessoa; o brasileiro vive disso. 
Pois as leis não foram feitas para facilitar a vida do homem médio nesta sociedade (padece na lei); as leis foram feitas para o homem do nível acima. Os direitos, na prática, dos homens médios, são uma ficção.
Aeroporto (conceito antropológico) é um “não-lugar”, ou seja, onde a cultura dos países não interfere, em todos os países é igual.
DaMatta explica que “vista nos seus aspectos sociológicos, a malandragem é uma variante do ‘jeitinho’ e do ‘você sabe com quem está falando?’, constituindo-se como uma outra forma de navegação social”. (p. 51)
Como DaMatta define o malandro?
Define: “Malandro é o profissional do jeitinho, da arte de sobreviver em situações difíceis”. O brasileiro precisa então ser antes malandro do que cidadão, senão ele não sobrevive (ex.: o ambulante X o rapa”).
Gilberto Freyre, em Casa Grande & Senzala (1933), analisa no primeiro capítulo as características gerais da colonização portuguesa no Brasil. Que tipo de sociedade, segundo ele, vai se formar aqui quanto à estrutura, à técnica de exploração econômica e à composição das gentes?
(IDÊNTICO NA PROVA). Se forma uma sociedade agrária (estrutura), escravocrata (técnica de exploração econômica) e híbrida (composição das gentes).
Hoje em dia, estamos estruturados em uma estrutura social de classes (meios de produção) e a técnica de exploração econômica é o assalariamento (parece que o homem é livre, mas não é, precisa vender seu tempo em troca de salário). Se não for, tem que ser herdeiro, capitalista-investidor ou proprietário de meios de produção.... ou, tem que ser ladrão, ou, em nenhuma das anteriores, vai morrer.
Na época, a técnica de exploração é escravocrata, igual a trator, o escravo era visto como “coisa”. O tempo médio de produtividade de um escravo era de 7 anos.
Quais as instituições básicas sobre as quais se assentou a colônia portuguesa na América?
As instituições são: Latifúndio e Escravidão. A exploração da terra se estruturava em Latifúndio (exploração absoluta das terras); muita terra em poucas mãos. Um homem dono de grandes extensões de terra (capitanias hereditárias, depois sesmarias etc.). A técnica de exploração econômica é através da escravidão.
Na América do Norte a terra era explorada pelos farmer’s (pequenos proprietários rurais – familiares, que exploravam pequeno lote e alí faziam sua vida (ao Norte)). Ao Sul, empresários compravam vários escravos e faziam similar aos trópicos (américa do sul). 
Por que as ideias liberais, no Brasil independente, estão fora do lugar quanto ao seu uso europeu?
Contexto: Brasil independente (1822). A CF de 1824 é liberal.
O liberalismo na Europa é uma ideologia, pois impede o assalariado de ver as coisas em sua inteireza (é um fetiche). O assalariado sabe que é livre, mas só vê uma parte da liberdade (abstrata); a liberdade inteira ele não enxerga, por isso vive no mundo da ideologia (que serve para esconder a escravidão dos salários). Quem vive só de salários é escravo dentro da cidade; se ninguém comprar o trabalho, está impedido de viver a liberdade. Ex.: ficar desempregado, sendo só força de trabalho, torna menos livre que os outros.
Aqui, em 1822, o liberalismo denuncia a escravidão, pois não tem assalariamento. Serve para um sentido contrário, estando liberalismo na constituição, mas a realidade cheia de escravos (o liberalismo aqui é revolucionário, ele denuncia a existência da escravidão, não funciona como ideologia). É uma ideologia duplamente invertida, pois denuncia a escravidão. Os abolicionistas eram liberais (queriam a liberdade dos escravos).
Liberalismo no Séc. XIX Europeu é ser conservador (os europeus já tinham a “liberdade”, eles estavam querendo direitos sociais, igualdade material). Aqui, queriam liberdade, não tinham os direitos a liberdade....
O liberalismo é um conjunto de valores que vão se referir a um tipo de liberdade, puramente abstrata (não passa de um valor), político-jurídico. Para ser vivenciada materialmente, reclama uma condição que poucos tem acesso, pois nosso mundo apresenta todas as coisas que tornam a vida possível, na forma de mercadorias (roupa, alimento, casa, medicamento, o direito, como operadores do direito etc.); para ter acesso às mercadorias, também somos mercadorias (força de trabalho). Nem todos os homens precisam vender a força de trabalho como mercadoria, pois o compram como mercadoria (homens que são donos dos meios de produção direta: terra, das tecnologias, máquinas e outros do capital). Quanto mais máquina compro, menos trabalho preciso...
O dono da terra, o dono das máquinas, o dono do capital é tão livre quanto o dono do trabalho. Porém, o dono do trabalho é o único que não tem acesso ao meio de produção direto, nem ao capital, só tem a força de trabalho que precisa vender (desde que tenha alguém que queira comprar, do contrário não poderá desfrutarlivremente).

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