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Bom dia a todos, o nosso grupo é constituído por …, e o tema que iremos abordar são as Náuseas e Vómitos, no âmbito desta unidade curricular dos Cuidados Paliativos. A nossa apresentação está estruturada da seguinte forma… Qualquer um de nós já teve uma experiencia com estes sintomas e até já prestamos cuidados a doentes com os mesmos, por isso sabemos que de facto tratam-se de … E não é esse o nosso objetivo, pelo contrário, pretendemos aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida e bem-estar dos doentes. A prevalência destes sintomas varia entre 30% a 70%, sendo que em doentes oncológicos 62% desenvolvem ambos os sintomas náuseas e vómitos. Segundo um estudo efetuado por estes 3 autores, … Isto significa que de facto grande parte dos doentes vê a sua qualidade de vida muito afetada por estes dois sintomas, que têm grande expressão e profundas implicações no quotidiano. Deste modo, para podermos intervir e ajudar os doentes com manifestação de náuseas e vómitos, necessitamos de conhecer muito bem os mecanismos envolvidos e realizar uma avaliação cuidada e individualizada do doente. Ou seja, a náusea é uma sensação de desconforto no epigastro, com um desejo consciente de vomitar, enquanto que o vómito é a ejeção forçada do alimento parcialmente digerido e das secreções do trato GI superior. Embora estes dois sintomas possam ocorrer de maneira independente, em geral, a náusea e o vómito estão intimamente associados. É definida como… E é caracterizada pelos doentes como apesar de ser desagradável, toleram mais o vómito, se entre cada episódio o doente não estiver com náuseas e se conseguir alimentar. Estes sintomas fazem parte de um processo complexo, que envolve recetores, neurotransmissores e mecanismos neurológicos. Se conhecermos a fisiopatologia destes sintomas conseguimos ter uma abordagem junto do doente correta e eficaz no controlo das náuseas e vómitos no contexto de cuidados paliativos. O centro do vómito no tronco encefálico coordena os diversos componentes envolvidos no vómito. Este centro recebe informações provenientes de vários estímulos que quando estimulados, estes recetores retransmitem as informações para o centro do vómito, que então inicia o reflexo do vómito. O centro do vómito também responde aos estímulos químicos de medicamentos e toxinas, ficando o trato GI irritado e distendido. Trata-se de um mecanismo de proteção para libertar o corpo de alimentos e líquidos estragados ou irritantes. O sistema nervoso autónomo é ativado, resultando nas estimulações parassimpática e simpática. A ativação simpática produz taquicardia, taquipneia e diaforese, enquanto que a estimulação simpática provoca relaxamento do esfíncter esofágico inferior, um aumento na motilidade gástrica, um aumento acentuado na salivação e contração dos músculos abdominais, culminando no vómito. Fármacos: Opióides, Anticonvulsivantes, Antidepressivos ou Quimioterapia. (os opióides provocam náuseas e/ou vómitos através de vários mecanismos que condicionam o atraso do esvaziamento gástrico, devido à acumulação de metabolitos ativos, como a morfina, sobretudo quando utilizados em períodos prolongados, ou em doentes com intolerância. Daí a profilaxia das náuseas e vómitos deve ser uma atitude a tomar sempre que se prescrevem opióides) Causas psicológicas: Ansiedade, Medos, Experiências anteriores, Alterações do comportamento alimentar. Má nutrição Obstrução intestinal: os vómitos são mais acentuados que as náuseas numa obstrução alta. (maior distensão abdominal, dor, culminando no possível vómito). Aumento da pressão intracraniana Atenção: Em cuidados paliativos, a pesquisa da etiologia das náuseas e dos vómitos é de grande importância. Cada doente vivência a sua experiência de doença de forma única, pelo que cada intervenção deve ser avaliada e enquadrada na situação de vida particular do mesmo. Como processo dinâmico que é este sintoma subjetivo, altera frequentemente a sua intensidade e características, pelo que a avaliação deverá ser sistemática e contínua. Como orientação da nossa intervenção temos 4 etapas essencias, que são... 1º Etapa: Identificação do episódio; -Recorrer a registos escritos que permitam monitorizar de forma sistemática e rigorosa o surgimento dos sintomas, assim como, a evolução da resposta à terapêutica; -A comunicação é um instrumento fundamental para estabelecer uma relação terapêutica, com identificação das necessidades e a correta avaliação da situação. Sendo um sintoma subjetivo é importante perceber como é que o doente define tal sintoma. 2º Etapa: Relacionar o episódio com outros sintomas; -Tão importante como quantificar e caracterizar as náuseas e vómitos, é igualmente determinar a sua relação com outros sintomas. -As escalas são instrumentos essenciais para quantificar a intensidade deste sintoma (podem ser visuais, analógicas e numéricas, semelhantes às da avaliação da dor). Como exemplo temos a escala ESAS que nos permite avaliar o sintoma predominante, mas também permite perceber as repercussões somáticas e psicológicas. 3º Etapa: História clínica para determinar etiologia; -A história clínica e o exame objetivo devem ser realizados no sentido da caracterização dos episódios de náuseas e vómitos, na determinação da sua etiologia e no impacto destes sintomas na qualidade de vida do doente. - Caracterização engloba: volume, aspeto, frequência, variação ao longo do tempo, possíveis fatores desencadeantes, de agravamento e de alívio, sintomas associados e resposta às intervenções. - Consequências da sintomatologia: nutrição adequada, hidratação, estado de consciência. Pequena nota: vómito de grande volume originado por estase gástrica (dificuldade de esvaziamento gástrico), enquanto que vómitos de pequeno volume contudo repetidos podem desencadear uma desidratação. Atenção: Sempre que, associados aos vómitos, surgirem episódios de lipotimia, hipotensão e sensação de saciedade precoce, dever-se-á ponderar uma disfunção do sistema nervoso autónomo. A sequência de cuidados só é possível com a avaliação periódica e atenta dos sintomas, permitindo uma correta identificação do problema e a definição da melhor estratégia para o seu controlo. Disponibilizar tempo para responder às questões do doente, no sentido de reduzir o impacto psicológico das náuseas e vómitos. A informação permite o consentimento informado e a tomada de decisão partilhada pela pessoa que sofre, o que lhe aumenta a autoestima. Esta etapa revela-se benéfica para o doente uma vez que aumenta a relação de confiança com o profissional de saúde. Ter em atenção a educação do doente e da sua família, pois ajuda a dissipar o medo e a reduzir a ansiedade sentida. É fundamental desmistificar as crenças erróneas, de modo a conseguirmos tornar o que é aparentemente estranho e medonho, em algo familiar e menos ameaçador. A informação deverá ser fracionada pois como sabemos as pessoas ansiosas só absorvem pequenas quantidades de informação de cada vez, por isso devemos optar por fazer uma breve explicação do que são as náuseas e vómitos, o que provavelmente irá sentir e algumas medidas para controlar os sintomas, posteriormente disponibilizar tempo ao doente para expor as suas dúvidas e esclarece-las. Se considerar necessário, facultar ao doente toda a informação escrita. A qualidade da relação profissional estabelecida é essencial para integrar 4 princípios dos cuidados baseados em: - Conforto: Conjunto de elementos que vão permitir às pessoas cuidadas sentirem-se numa situação confortável e em segurança; - Doçura: Traduzidano tom de voz, olhar, toque, que evidencia uma grande capacidade de atenção ao outro; - Calor: Autenticidade do sorriso, alegria de viver, permite tornar o momento caloroso e capaz de dar prazer à pessoa doente; - Mil e um pormenores: Que revelam a verdadeiro atenção particular dirigida à pessoa cuidada. Relaxamento: meio de reduzir a ansiedade e a tensão, combinando a respiração lenta com relaxamento de grupos musculares, e com o uso de imaginação orientada. (ex: relaxamento simples, hipnose, relaxamento com música, etc) Massagem: tocar com as mãos noutra pessoa pode proporcionar ao doente uma fonte de descontração e libertação de energia acumulada, desde que esse contacto não seja forçado. Acupuntura: as técnicas de suporte mais investigadas são técnicas da medicina chinesa, de estimulação de pontos bem determinados no corpo para controlo da dor, alívio de sintomas ou cura de doenças. O ponto de acupuntura para o controlo de náuseas e vómitos é denominado por P6 ou Neikuan, localizado na face anterior do punho, 3 dedos acima, entre os tendões. Demonstrou aumentar a eficácia dos antieméticos na quimioterapia. Entre as medidas farmacológicas aplicadas, existem protocolos de atuação para a escolha do antiemético adequado à situação do doente. Para tal temos aqui um esquema de atuação dos Cuidados Continuados de Odivelas, que atua em “escada”, ou seja, numa primeira etapa a terapêutica de primeira linha é Metoclopramida, se o doente reagir bem não passamos a outras etapas. Contudo se o doente continuar com náuseas e vómitos sem evidencia de melhorias, passamos à 2º etapa e aqui é adicionado à terapêutica anterior o Haloperidol, que não é utilizado numa perspetiva de antidepressivo mas sim para potencializar o alívio dos sintomas. E assim sucessivamente até atingirmos o estado ideal para bem-estar do doente, com conforto, segurança e qualidade de vida. Identificar a sintomatologia apresentada; Vigiar a resposta à terapêutica; Averiguar a causa e história clínica (neste caso deriva da quimioterapia); Aplicar escala ESAS; Caracterizar os vómitos (tendo em atenção os aspetos que aqui já referimos); Garantir ingestão adequada de líquidos e nutrientes; Vigiar e reavaliar a sintomatologia apresentada e reação do doente; Manter ambiente confortável e proporcionar alívio dos sintomas do doente, aumentando a sua qualidade de vida; ● Astenia (diminuição ou perda da força física, enfraquecimento das funções de um órgão ou sistema) ● Letargia (apatia) ● Paracetamol (analgésico e antipirético – alívio da dor e diminuição da febre) ● Pantoprazol (inibidor da bomba de protões – reduz a quantidade de ácido produzida no estômago) ● Metoclopramida (antiemético – atua numa parte do cérebro que impede a sensação de enjoo (náuseas e/ou vómitos) ● Domperidona (antiemético – atua bloqueando a ação de um mensageiro químico do cérebro que provoca a sensação de náusea e vómitos) ● Dexametasona (corticosteroide produzida pelas glândulas suprarrenais – diminuem a inflamação e as reações de hipersensibilidade)
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