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Questões Historia do direito

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Questões H.D.D.R.
1) Fale sobre os povos antigos e dê exemplos das contribuições relativas ao direito.
Sabe-se que os povos antigos contribuíram significativamente para a construção do direito como se conhece hoje, muitas das suas primeiras formulações jurídicas influenciaram as leis contemporâneas, principalmente no Ocidente. Dentre eles podemos destacar os egípcios, os povos da Mesopotâmia, os Hebreus, os gregos e os romanos, que ao final de tudo sintetizaram os direitos desses povos.
Os egípcios foram a primeira civilização na história a desenvolver um sistema jurídico individualista devido a centralização do poder nas mãos do rei, no ambiente familiar o homem e a mulher são iguais, por isso elas poderiam dispor de patrimônio próprio. Não havia o direito a primogenitura, os bens, móveis ou imóveis, são alienáveis, os contratos são desenvolvidos: conservam-se atos de venda, arrendamento, doação e fundação .
Os mesopotâmios foram os que conheceram as primeiras formulações do direito. Eles redigiram textos jurídicos chamados de “códigos” os quais formularam regras de direito mais ou menos abstratas. No âmbito privado, o direito cuneiforme apresentou suas contribuições na prática da venda, do arrendamento, do empréstimo a juros e nos contratos sociais.
Os Hebreus registraram em seu livro, a Bíblia, e outros de preceitos morais e jurídicos, um conjunto de valores que se perpetuaram principalmente no direito canônico dos cristãos e também no dos mulçumanos.
Os Gregos não deixaram recolhas jurídicas significativas, mas seus pensadores, como Platão e Aristóteles, fundaram a ciência politica, que é a base do direito público moderno.
Os romanos fizeram a síntese de todos esses direitos existentes e realizaram um sistema jurídico inigualável até então. Eles criaram a ciência do direito, os jurisconsultos escreveram-nas e até hoje serve de base para o sistema jurídico atual.
Sendo assim, pode-se notar que a construção do direito atual teve suas origens nos povos antigos citados, começando com os egípcios e sua construção de um sistema individualista, os mesopotâmios com seus códigos, o direito religioso dos hebreus, os gregos e a criação de uma base política, e os romanos que ao final juntaram esses aspectos num sistema prático que influenciou o mundo contemporâneo.
2) Comente sobre os aspectos jurídicos dos povos egípcios.
Os egípcios se caracterizavam por um direito não escrito, fundamentado no Maat. Sua estrutura organizacional se dava pelo rei acima do Vizir, responsável por todo o reino. Além de contar com um grupo de colaboradores para essas tarefas, presidia o grande tribunal.
Por não ser um direito escrito, o conhecimento da prática judiciária egípcia é baseada quase que exclusivamente em atos práticos: contratos, testamentos, decisões judiciárias, atos administrativos, etc.
Na religião egípcia Maat era a deusa da verdade, justiça e retidão. Esses princípios mostram a essência do equilíbrio ideal que o rei e seus subordinados deveriam seguir, “fazer com que ambas as partes saiam satisfeitas do tribunal”.
Hierarquicamente falando, o rei era o Legislador e o juiz Supremo, abaixo vinha o Vizir. Este era escolhido pelo rei e tinha como responsabilidade todas as áreas da administração e funcionamento do reino, além de dirigir o aparelho judiciário.
Ele presidia o Grande Tribunal, existente desde o Antigo Império, onde julgava os casos de maior gravidade. Junto a ele existia um grupo de colaboradores que auxiliavam o cumprimento de suas funções. Juízes e magistrados que asseguravam a realização das tarefas necessárias para o decorrer dos processos.
Além do Grande Tribunal, havia tribunais locais espalhados por todo o território. Eram presididos pelos nomarcas e constituídos por uma assembleia de homens mais proeminentes da sociedade.
Praticamente estes tribunais tinham competências em casos civis (cumprimento de obrigações, litígios de propriedade e familiares) e penais (casos de violência, roubos e violação de costumes). Além disso, tinham ainda responsabilidades notariais, sendo usados para estabelecer, confirmar ou clarificar questões de natureza legal e registar arranjos entre indivíduos. Ou seja, estes tribunais respondiam às necessidades mais imediatas das comunidades.
Portanto, por se tratar de um direito não escrito, o conhecimento das características dos aspectos jurídicos egípcios se dá pela prática. Através da organização do reino e a reponsabilidade do Vizir, fica claro a existência de um ordenamento judiciário que atendia as necessidades da população.
3) Qual sistema de governo que os egípcios adotam?.
Os egípcios tiveram durante sua história 2 tipos de sistemas de governo que oscilaram durante todo o período de seu reinado. Primeiramente uma monarquia, depois em oligarquias (sistema de feudos) e num terceiro momento a um intermédio dos dois.
O Egito, localizado na região noroeste do continente africano, foi uma civilização que floresceu graças a fertilidade de suas terras e a disposição de recursos hídricos oferecidos pelo rio Nilo. Essas condições foram responsáveis pelo crescimento da população que logo se organizou em diversas comunidades descentralizadas chamadas nomos. Ao longo desse período o faraó realizou um processo de unificação onde subordinou os nomarcas do Egito (líderes dos nomos) sob seu comando. Dessa forma estabeleceu-se o primeiro período da era dinástica do Egito: o Antigo império (III à VI dinastia).
A partir do fim da V dinastia constata-se uma evolução rápida para um regime senhorial, através da formação de uma oligarquia social baseada na nobreza sacerdotal (nomarcas). Devido a uma crise econômica não resolvida pelo faraó, deu vazão para que os líderes locais se livrassem da subordinação ao rei.
O renascimento da centralização do poder começa se origina das invasões dos Hiscos durante o período intermediário. A revolta contra eles dará lugar de importância novamente ao faraó.
A partir do final do Novo Império a crescente influência do clero em razão de novas invasões, o Egito assiste ao desenvolvimento de um segundo período senhorial de natureza teocrática, ou seja, dominada pelos sacerdotes. Essa classe só deixará de existir com a vitória do rei de Sais e torna-se novamente centralizador que acabará com as ocupações persas e mais tarde, a romana.
4) Fale sobre os períodos do direito egípcio apresentando suas características gerais.
Os egípcios, civilização que se desenvolveu em torno do rio Nilo, possuiu uma longa história de aproximadamente quarenta séculos. O sistema político passou por fases ascendentes e descendentes, as quais se constataram ora a centralização do poder nas mãos do rei, ora a evolução para um regime senhorial através da formação de oligarquias baseada numa nobreza sacerdotal. Todas essas características influenciaram a construção da lei egípcia.
Num primeiro momento houve a centralização, todo o poder estava depositado nas mãos do rei que chefiava com seu Conselho de Ministros (chefes de departamentos administrativos) presidido por um chanceler e eram responsáveis por cerca de 42 províncias. A lei teria sido a principal fonte do direito e era promulgada pelo rei e obtinha um parecer do “Conselho Legislativo”. O direito público era centralizador correspondendo num direito privado individualista. Todos os habitantes eram iguais perante a lei, exceto os prisioneiros de guerra. No ambiente familiar o homem e a mulher são iguais, por isso elas poderiam dispor de patrimônio próprio. Não havia o direito a primogenitura, os bens, móveis ou imóveis, são alienáveis. Os contratos são desenvolvidos: conservam-se atos de venda, arrendamento, doação e fundação. O direito penal não parece muito severo pois não se encontra a representação da pena de morte.
Num segundo momento formou-se uma oligarquia constituída de uma nobreza sacerdotal. O direito então se adapta a ela. Surge o direito a primogenitura e muitas terras se tornam inalienáveis, consequência do reforço do poder paternal. Os contratos se tornam cada vez mais raros.Num terceiro momento há a oscilação entre os dois primeiros períodos, porém prevalecendo o poder do rei. O renascimento da centralização do poder encontra um sistema jurídico semelhante à primeira época dos egípcios: preponderância da lei, igualdade jurídica dos habitantes, igualdade dos filhos e filhas, etc.
Sendo assim, constata-se que o sistema político variante influenciou o sistema jurídico em três períodos distintos. Primeiramente a centralização do poder e um direito público sobrepujando o direito individual, depois a dissolução deste poder nas mãos das oligarquias em que o direito privado assume um pé de igualdade e finalmente o ressurgimento do poder do rei e a volta do direito público invadindo a esfera privada.
5) Quais as principais contribuições dos direitos sumério e do babilônico?.
Tanto os sumérios como os babilônicos contribuíram para o direito atual pois foram os primeiros povos a redigir textos jurídicos chamados de “códigos”, que eram, em geral, formulações de regras abstratas. A essência desses é a vingança privada, a qual equilibra a pena (evitando exageros ou punições desproporcionais) respeitando o tratamento de crimes e delitos no mesmo patamar da injustiça recebida. Devido a isso, foi-se denominado como a “lei do talião”.
Essa lei se constatou primeiramente há 2040 a.C com o código Ur-Nammu, posteriormente vários principados fizeram uma recolha jurídica e consolidaram o código de Esnunna, finalmente o rei babilônico Hamurabi obtém o mais importante código mesopotâmio chamado de código de Hamurabi.
Esse último compreende cerca de 282 artigos apresentando Hamurabi, rei da Babilônia, o regulamento de paz, inspirado pelo deus-sol Samas. Essencialmente trata sobre justiça, uma espécie de “castigo-espelho”, mas aplica-se à mais ampla classe de sistemas jurídicos que formulam penas específicas para crimes específicos, que são pensados para serem aplicados de acordo com a sua gravidade. O que ele propõe, pelo menos em parte, é evitar excessiva punição às mãos de qualquer vingador. A expressão mais comum da lei do talião é “olho por olho, dente por dente", ou seja, uma punição do tamanho exato para uma ofensa. Por exemplo, se uma pessoa causou a morte do filho de outra pessoa, aquela pessoa que matou o filho (o homicida) seria morto por esse crime.
Sendo assim, tanto os babilônicos como os sumérios, embora povos distintos com suas respectivas culturas, cultivaram um conjunto de sistemas jurídicos semelhantes. A lei do Talião, como se pode chamá-la, foi classificada substancialmente de retribuição do mal cometido, vale ressaltar que mesmo havendo esse princípio, a lei prezava para que fosse proporcinal a sua gravidade.
6) Quais as principais características dos povos da Mesopotâmia. Por que o direito ali era chamado de cuneiforme?.
A Mesopotâmia é uma região localizada no Oriente Médio onde existem os rios Tigres e Eufrates. Ela habitou povos etnicamente distintos como os Sumérios, Babilônicos, Arameus, Hititas, Persas, etc.
Apesar desta grande diversidade, estes povos desenvolveram civilizações aparentadas, cuja comunidade foi reforçada pela difusão da língua acádia como lingual diplomática e culta. A principal atividade econômica era a agricultura e a pecuária, eram povos politeístas e mantinham praticamente um regime de centralização do poder.
Outra questão de grande importância é o fato de serem lembrados como os povos que criaram o direito cuneiforme. Ficaram conhecidos assim devido a uma escrita feita com auxílio de objetos em forma de cunha, ou seja, gravações em tábuas de argila e escritas com uma ferramenta semelhante a um estilete. Não se trata de um direito único, mas sim um conjunto de sistemas jurídicos, períodos e regiões diferentes, apresentando uma certa unidade.
Portanto, além das características político econômicas, os povos da mesopotâmia mantinham certa unidade na forma escrita chamada cuneiforme, que gerou os primeiros registros escritos de preceitos jurídicos semelhantes entre eles.
7) Fale sobre a ciência política para os gregos antigos. Indique dois pensadores gregos e comente seus trabalhos.
A ciência política foi umas das grandes contribuições dos gregos para o conhecimento humano pelos trabalhos formulados em torno de um governo ideal da cidade. Dentre os autores que se destacaram estão Platão e Aristóteles e suas respectivas obras.
A ciência política foi um dos ramos da filosofia que investigou a organização sociopolítica e do Estado, eles foram os primeiros a criarem a idéia de Republica, ou seja, da “coisa pública”.
Platão em sua obra “A República” discorre seu pensamento sobre o Estado ideal e também expressa sobre o homem ideal, dividida em três classes: os governantes (ouro), os guardiões-guerreiros (prata) e o povo (bronze). Ela deve ser governada pelos filósofos que contém a sabedoria e a inteligência. Para assegurá-los seria necessário uma classe de guerreiros consagrados nos ofícios das armas, deveriam ser recrutados, viverem em comum e serem alimentados pelo povo. A cidade ideal seria um governo aristocrático, sendo governada pelos melhores, no mais baixo da escala estaria a democracia, governo pelo povo, que seria um governo de desordem e de abuso sendo conduzido a tirania.
Na “Política”, Platão diz que ela é uma subdivisão da ética, instaurar um regime que tornará os homens melhores. Classifica os governos em três tipos: monarquia, oligarquia e democracia, mostrando sua preferencia pelo primeiro tipo.
Em “As Leis”, Platão reduz as formas de governo a duas: monarquia (poder vem de cima) e democracia (poder vem debaixo), O regime ideal seria a mistura de ambos.
Já Aristóteles, discípulo de Platão, expõe na “Política” as formas de governo divididas em monarquia (governo de um), aristocracia (governo de poucos) e democracia (governo de todos), também expressa a forma corrompida dela em tirania, oligarquia e demagogia. Sua preferencia é um mista dos três tipos, deixa claro que o povo não deve interferir senão para eleger os magistrados.
Na obra “Ética a Nicômaco” Aristóteles aborda o tema da ética como sendo a finalidade suprema, sua virtude se encontra no justo meio entre os extremos. No campo político a ética seria analisada como a aplicação da justiça para o bem comum, a felicidade individual e coletiva.
Sendo assim, através desses dois grandes pensadores gregos, a ciência política foi concebida de modo sistemático, ela nasce atrelada a ética que vai permear todo o pensamento político das formas de governos idealizada pelos autores.
8) Relacione a ética, a política e o direito gregos comentando cada uma delas.
A ética, a política são temas bastante explorados pelos gregos, o direito é resultado do ideal formulado por eles.
A filosofia grega deu origem a diversos campos do conhecimento, dois deles citados acima.
A ética visa o estudo do comportamento uniforme e contínuo de determinada sociedade num espaço de tempo, ela estuda os valores da moral. Para os gregos eles tinham como finalidade o sumo bem, ou seja, o conjunto desses valores era a razão pela qual todos deveriam se inclinar.
Outro tema muito explorado pelos gregos são as formas de governo ideais. O filósofos socráticos sistematizaram modelos de organização política que poderiam existir. Em geral a qualidade deles estava ligado ao principio moral que cada governo adotaria para a administração pública. As formas virtuosas e corrompidas eram classificadas pelas virtudes ou vícios dos governantes, por isso o tema é sempre tratado fazendo menção e relacionando a ética como alicerce para a política.
Sobre o direito, a justiça sempre foi um tema bastante abordado tanto por Platão como Aristóteles. Para Platão representa um ideal para a organização política e estabelecimento de sistemas funcionais. Em Aristóteles, a justiça como sumo bem ganha um conceito que permeará o direito grego que o equilíbrio entre dois extremos. A partir do momento em que se escolhe um modelo governamental se implanta a maneira como rege-lo e de se praticar a justiça, por isso o direitogrego está associado à política.
Sendo assim, a ética, a política e o direito se associam num desencadeamento gerador em que se englobam na medida que o direito nasce da política e esta é alimentada pela ética.
9) Fale sobre o direito grego. Indique 3 características do direito privado grego e explique-os.
Os gregos não foram grandes juristas, não souberam construir uma ciência do direito, nem sequer descrever de uma maneira sistemática as suas instituições de direito privado; neste domínio, continuaram sobretudo as tradições dos direitos cuneiformes.
As únicas cidades que deixaram informações sobre suas instituições foram Atenas, Esparta e Gortina. O direito não parece ter sido formulado sob textos legislativos, nem sob comentário de juristas, o direito derivaria mais de uma noção mais ou menos vaga de justiça que estaria difusa na consciência coletiva.
O direito grego é mais bem conhecido em Atenas na época clássica (V e IV a.C). Era muito individualista permitindo o cidadão livremente da sua pessoa e dos seus bens. Dentre as regras jurídicas favoráveis à liberdade individual estão:
- O poder paternal, no seio da família é limitado. Pela maioridade o filho escapa a autoridade do pai, todavia as filhas permanecem sob tutela, quer do pai, quer do marido.
- a transferência da propriedade se realiza apenas por contrato por meio de publicidade.
- sobre os contratos, o direito grego é consensual, ou seja, ele é formado pela vontade das partes, sem intervenção de qualquer tipo de formalismo.
10) Fale sobre a formação de Roma, como ela se deu?.
As origens de Roma datam do séc. VIII e VII,a principal característica é a diversidade étnica que compôs suas origens. Sabe-se que seus principais habitantes são os etruscos, latinos, sabinos e gregos. Os latinos e sabinos integram o grupo de populações originárias da Europa Central que vieram para a península Itálica. Por se dispersarem pela região, entraram em contato com outros dois povos que habitavam a região, os etruscos e os gregos. Os etruscos assentaram-se e floresceram a norte de Roma na Etrúria onde fundaram cidades como Tarquinia, Veios e Volterra. Os gregos haviam se estabelecido na chamada Magna Grécia e fundaram colônias tais como Síbaris, Tarento, Crotona, Cumas e Nápoles.
Roma cresceu na margem do rio Tibre, em vista da sua topografia acidentada, possui entre as colinas circundantes alguns importantes vales que, no processo de desenvolvimento da cidade, tornaram-se úteis para a mesma. A cidade tinha as vantagens de uma posição ao mesmo tempo marítima e do interior, que constituem uma defesa natural, e numa planície suficientemente afastada do mar.
É nessa região que se formaram aldeias habitadas por famílias patriarcais, seu conjunto deram origens às gens que acarretará na formação política de Roma, formando os comícios, o senado e estabelecendo os reis.
Os chefes de família compunham as cúrias, nelas os patres formavam os comícios e elegiam os senadores que legislavam a cidade. Junto ao senado, os comícios escolhiam os reis. Vale ressaltar que a cidade era governada, a princípio, pelo rei, aconselhado tanto pelo senado como pelos comícios que discutiam os interesses da única classe que obtinha direitos reais: os patrícios.
Sendo assim, a formação de Roma possui uma origem etnicamente diversificada, aliada ao território formado por vales próximo ao rio Tibre culminará na formação de famílias, que por sua vez reunidos formarão as gens. Sobre a organização política o comício e o senado eram compostos do chefes das famílias e governavam a favor dos interesses da elite de Roma, os patrícios.
11) Quais as principais características do povo romano na época de sua formação. Explique cada característica.
Os romanos foram um povo conhecido por três características básicas: militarismo, gostavam de guerras e eram imperialistas.
	Roma foi um Estado militarista cuja história e desenvolvimento ao longo do período se deram pelas grandes conquistas militares, exemplo disso foram as conquistas das regiões extra itálicas no período da República. Consequentemente gostavam de guerras e essa era uma das características de sua dominação em relação a outros povos.
	Ao dominá-los, os romanos mandavam um grupo do exército para controlar os povos dominados, mantinham a subordinação cobrando impostos para a manutenção de seu Estado.
12) Dê as características do período da Realeza entre os romanos.
	A Realeza foi a primeira organização política dos romanos, ela era caracterizada por ser uma monarquia, a sociedade era dividida em três classes sociais e foi um período que eles mantiveram o território de domínio em Roma.
	O sistema político era formado pelos comícios e o Senado, eles eram compostos respectivamente pelos chefes de família de uma determinada classe social, os patrícios. O rei que governava era elegido pelas duas organizações e regia a sociedade juntamente a elas. Sendo governado pelos patrícios consequentemente imperava os interesses dessa classe.
	A sociedade romana era composto de patrícios, clientes e plebeus. Os patrícios eram o chefes de família fundadores de Roma, era a única classe que possuía juridicamente direitos. Os clientes eram estrangeiros que se agregaram voluntariamente, conquistados em guerras ou escravos alforriados, não possuíam direitos mas era livres. Os plebeus eram os escravos, tratados como objetos, não possuíam direitos e não tinham liberdade.
	O período da Realeza manteve a dominação no território de Roma, as famosas conquistas serão realizadas nos períodos posteriores.
13) Fale sobre a organização política no período da realeza.
Durante a Realeza, o Poder Público em Roma era composto por três elementos: o Rei, o Senado e os comícios, este último, constituído apenas por patrícios. Enquanto o rei, indicado por seu antecessor ou por um senador, era detentor de um poder absoluto com atribuições políticas, militares e religiosas, sendo ao mesmo tempo chefe de governo e de Estado, o Senado era um órgão de assessoria do rei, com função predominantemente consultiva. Era, pois, o Senado detentor da auctoritas, sendo ouvido pelo rei nos grandes negócios do Estado.
O povo romano (somente patrícios, inicialmente) reunia-se em assembléias, que recebiam o nome de comícios por curias, com o objetivo de discutir e votar as propostas de lei, sempre de iniciativa do rei.
14) Fale sobre o povo romano. Em quantas classes ele era dividido?. Comente sobre eles.
O povo romano era dividido em três classes: os patrícios, os clientes e os plebeus.
	Os patrícios eram o grupo de famílias que originou o estado de Roma, eram juridicamente cidadãos de direito e compunham exclusivamente o sistema político do país (comícios, senado e rei). Sendo assim, todas as iniciativas se embasavam nos seus interesses, ou seja, o governo discutia os interesses dos patrícios.
	Os clientes formavam um grupo de cidadãos sem direitos, porém eram livres. Sua composição se dava por estrangeiros conquistados em guerra, estrangeiros que se vinculavam voluntariamente e escravos alforriados, libertados da escravidão.
	Os plebeus eram a classe de escravos, não possuíam direitos e nem liberdade, eram tratados como objetos.
15) Quais as fontes do direito no período da Realeza?.
	Embora não haja claramente documentos originados nessa época, podemos dizer que as fontes do direito no período da Realeza eram a lei e os costumes.
	Nessa época parece não ter havido atividade legislativa, a escrita era pouco conhecida. As leis reais que a tradição atribui aos reis são mais decisões de caráter religioso tomadas pelo rei na qualidade de chefe religioso, embora Roma fosse um estado laico.
	O direito arcaico é essencialmente consuetudinário, trata-se de costumes de cada clã, uso repetido da tradição não proclamada pelo poder legislativo, jus non scriptum. 
	Hierarquicamente essas duas fontes do direito estavam no mesmo patamar.
16) O que é jurisprudência para os romanos?.
	A jurisprudência, no sentido romano, era o conhecimento das regras jurídicase a sua atuação pelo uso prático, ou seja, um conjunto de decisões judiciais.
	A jurisprudência era a obra dos jurisconsultos que desempenharam um papel capital na fixação de regras jurídicas. Eles eram homens muito experientes na prática do direito, quer enquanto davam consultas jurídicas, quer enquanto redigiam atos e orientavam as partes no processo. A autoridade das suas consultas decorria do seu valor pessoal e do seu prestigio social.
	Esses escritos dos jurisconsultos constituíram uma verdadeira fonte do direito na época clássica, não somente pelos seus comentários de textos legislativos e de édito do pretor, mas sobretudo pela sua maneira de resolver as lacunas do direito. Pela abundância de matérias tratadas, e pela construção lógica das suas obras, os jurisconsultos elaboraram uma verdadeira ciência do direito.
	Entre as obras de jurisconsultos, encontramos as Quaestiones e as Responsa de Papiniano, as Sententiae de Paulo e as Regulae de Ulpiano.
17) Fale sobre a passagem da Realeza à República, como ela se deu?.
A passagem da Realeza para a República se fez lentamente pelos seguintes aspectos: constatação da tirania de Tarquinio, o soberbo, e a crise econômica no antigo regime.
	Durante o final da Realeza, foi marcado por várias revoltas dos plebeus contra os patrícios, os plebeus compunham certa de 84% da população de Roma enquanto os patrícios somavam apenas 6%. Tarquinio, o soberbo, desagradou os patrícios com suas medidas que privilegiavam os clientes, que começaram a adquirir terras através de hipotecas, estes não conseguiram pagá-la e se endividaram, causando uma crise econômica.
	Os plebeus estavam descontentes com a política do antigo regime, sendo que apenas os patrícios gozavam de direitos e eram eles que governavam. Sendo assim o final da Realeza se intensificaram os conflitos entre patrícios e plebeus Tanto que houve tentativas de fuga dos plebeus até a conciliação entre essas duas classes.
	Após a evidencia da tirania de Tarquinio, os romanos extinguiram a era do reinado, passando o poder ao senado e aos comícios. No novo regime político, dois cônsules comandavam o território de Roma.
18) Dê as características do período da República. Explique-as.
	A República foi marcada por uma série de fatores que constituíram suas características específicas. As transformações políticas, as sucessões de conquistas dos plebeus e a dominação extra itálica deram sustento ao período.
	Devido às crises econômicas, as revoltas dos plebeus e a tirania do último rei, o poder foi dissolvido nos magistrados e nas assembléias, permanecendo o Senado. As assembléias, que na Realeza era composta apenas pelos comícios por cúrias, serão multiplicadas e compostas não apenas pelos patrícios, mas também pela plebe. Logicamente esse fato não se deu imediatamente, mas se percebe que ao longo do período da República, os plebeus conquistaram direitos políticos os quais antes não possuíam. Exemplo disso a Lex Canuléia que permitia casamentos entre patrícios e Plebeus, a Lex Cassia que concedia admissão dos plebeus ao patriciado e a Lex Ortencia que elevou o plebiscito à formação de lei para todos os cidadãos. A magistratura dos plebeus também permitia sua composição no Senado.
	Em relação ao território de dominação também há uma grande diferença, na Realeza o poder era exercido apenas na região de Roma, na República a sucessão de guerras irão expandir seus territórios para a região extra itálica. Uma das conquistas que ficaram mais conhecidas foram as três guerras púnicas contra a cidade de Cartago. Esta era tão poderosa quanto os Romanos. Numa primeira tentativa, os cartagineses conquistam o sul da Itália e rumam em direção à cidade de Roma. Esta resistiu e expulsou-os. Numa segunda etapa os romanos afastaram os cartagineses que se mantinham em parte da europa ocidental. Na terceira e última guerra os romanos invadiram a cidade de Cartago e aniquilaram com os fenícios. Consequência disso eles obtiveram domínio sobre o mediterrâneo Ocidental e grande parte da Europa.
	Sendo assim, a dissolução do poder do rei nos múltiplos magistrados e nas assembélias, a conquista de direitos políticos dos plebeus e a expansão territorial para o mediterrâneo e parte da europa ocidental marcaram o período da República romana.
19) O que foi a magistratura romana? Fale sobre os magistrados romanos nesse período.
	O magistrado romano é um titular do poder, são eleitos geralmente a cada ano e são constituídos de mais de um membro. São separados em cônsul, pretor, questor, ditador, tribuno, censor e edil. São divididos em magistrados maiores e menores.
	No período da República os reis foram abolidos e seus poderes foram divididos entre os magistrados e as assembléias. Essas eram responsáveis pela eleição dos magistrados cujas funções eram administrativas, militares, financeiras e recensearias do país.
	Dentre os magistrados maiores estão o consul, o pretor, o ditador e o tribuno. O consul governava a cidade, propunha leis e questões militares. Os pretores possuíam funções judiciárias. O ditador exercia função de governo junto ao consul. O tribuno representava as classes sociais de Roma.
	Os magistrados menores eram o questor, censor e o edil. O questor cuidava das finanças da cidade, o censor realizava o rescenseamento público e o edil cuidava de questões menores da manutenção da cidade.
	Todos os magistrados possuem potesta (competência do magistrado em expressar sua própria vontade como sendo do Estado) mas nem todos o imperium (personificação da supremacia do Estado, a qual todos devem obediência). As magistraturas que possuem as duas são o consul, pretor, ditador, tribuno.
20) Como se deu a organização política do período da República, quais eram seus comícios?. Comente cada um deles.
	A organização política do período da República é marcado pela pluralidade das assembleias e magistraturas, além da permanência do Senado. São os três órgãos que comandam a cidade.
Os magistrados romanos, a princípio, são designados por um ano. Entre eles estão os cônsules que dispõem do comando militar e do governo da cidade, presidem assembleias e podem propor leis. Os pretores são sobretudo magistrados judiciais, organizam processos, designam juízes. Os questores cuidam das finanças, os ditadores governam junto ao consule, os tribunos eram os representantes das classes, o censor realizava o recenseamento público, e o edil responsáveis pela conservação das cidades. Os magistrados eram divididos em maiores e menores, dentre os maiores estavam o consul, o pretor, o ditador e o tribuno. Os menores eram os demais.
	As assembleias eram múltiplas: por cúrias, por centúrias, por tribo e pela plebe. As assembleias por cúrias datam desde a Realeza, mas não exercem papel influente na política. Por centúrias eram regidas pelos militares, escolhiam os pretores e os cônsules, além de terem função legislativa na política externa e interna na questão militar e judiciária, onde julgavam questões penais. Os comícios por tribo eram compostos dos chefes de família recenseados numa tribo local, sua função era eleger os magistrados menores, e nas questões legislativas exceto de caráter militar, também julgavam casos inferiores. Os comícios da plebe eram formados pelo mesmo, elegiam os tribunos da plebe votavam os plebiscitos, leis reservadas à plebe.
	O Senado, que na época da Realeza era chefiada pelos patres família, agora composto de antigos magistrados. Sua tarefas ia da votação de leis e magistrados, autorizações das despesas públicas, recrutamento de tropas na relações externas e no controle dos magistrados.
21) Fale sobre a dominação romana na região itálica e nos territórios extra itálica, como ela se deu?.
Nos territórios extra-italicos a conquista foi reduzida a condição de províncias. As 3 primeiras foram a Sicília, a Sardenha, a Espanha.
	As províncias eram circunscrições territoriais constituídas por senatus-consultos especiais, e organizadas por uma comissão de senadores, que lhes outorgava uma espécie de constituição(lex provinciae), onde, além de outras disposições, estabeleciam-se os limites das províncias, bem como as comunidades nelas compreendidas.
	Embora Roma tivesse respeitado as instituições políticas e administrativas dos povos conquistados, bem como suas crenças religiosas, adotava ela providências para assegurar, nas províncias, o domínio romano, quer isolando certas comunidades ali existentes, quer fundando, dentro das províncias, colônias de cidadãos romanos ou latinos.
	Na República, o sistema de governo provincial foi deficiente. A principio, foram elas governadas por pretores que os comícios elegiam especialmente para esse fim. Quando cresceu o número de províncias, o governo delas passou para os cônsules e pretores que deixavam suas funções em Roma, e que eram designados, com o título de poconsules e propretores, para governa-las. Daí a divisão de províncias em províncias consulares e pretorianas: aquelas, as que necessitavam de permanência do exercito e estas que bastavam algumas tropas. A exigência da permanência do exercito ou de algumas tropas variava muito, razão porque a mesma província podia ora ser considerada, pelo senado romano, como consular ora como pretoriana.
	Em ambas as espécies de províncias, havia, além do proconsul ou do propretor, um questor, eleito pelo governo romano e encarregado principalmente do tesouro da província.
	Esses magistrados, em regra, desempenhavam suas funções por um ano, ao fim do qual deveriam prestar contas ao senado romano, mas, na prática, não só essas contas eram ilusórias, como também os magistrados por vezes se mantinham, pela intriga ou pela força, mais tempo no poder.
22) Quais as fontes do direito na República?. Comente cada uma delas.
As fontes do direito na Republica são o costume, a lei, o edito dos magistrados.
	Os costumes são fonte preponderante do direito privado, graças à atividade dos jurisconsultos, que disciplinaram as novas relações sociais pela adaptação das normas primitivas que a tradição transmitira de geração a geração. Os juristas republicanos não formularam doutrina sobre o costume como fonte do direito, mas em Cícero já encontra-se os primeiros traços dessa construção doutrinária: direito baseado no costume é o que o tempo consagrou, sem a intervenção da lei, com aprovação geral.
	A lei se apresenta sob duas modalidades: lex rogata (proposta de um magistrado aprovada pelos comícios, ou de um tribuno da plebe votada no comício da plebe, desde de que os plebiscitos se equipararam às leis) e a lex data (lei emanada de um magistrado em decorrência dos poderes que lhe concederam os comícios). A lex rogata se distingue quatro partes: o index (onde se consignava o nome gentílico do proponente e a indicação sumária do seu objeto); a paescriptio (em que constavam as indicações do nome e títulos do magistrado proponente, do dia e local em que se votou a lei, e da tribo ou centúria que votou em primeiro lugar); a rogatio (onde se declarava o seu conteúdo); a sanctio (sanção, pena para o caso de descumprimento da lei). a lex data mais importante desse período é a lei das 12 tábuas.
	O edito dos magistrados era, a principio, a proclamação oral de uma espécie de programa do magistrado no inicio do ano em que desempenharia a sua função. Ele poderia ser permanente (divulgado no início de cada ano e destinado a perdurar durante esse espaço de tempo) ou imprevisto (promulgação do magistrado afim de regular situações não previstas no edito permanente). O pretor, prometendo uma ação, criava um direito de que os cidadãos se podiam prevalecer. Assim apareceu o ius praetorium, um direito pretoriano distinto do ius civile, constituído pelos costumes e pela lei. Ele preencheu as lacunas do ius civile e sobretudo criou regras novas de direito, permitindo adaptar o direito à evolução considerável que a sociedade romana tinha sofrido nos séculos III e II antes de Cristo.
23)Fale sobre a lei das 12 tábuas, como ela foi constituída, quando ela foi escrita e qual sua importância para o direito.
 	A lei das 12 tábuas é resultado do conflito entre plebeus e patrícios, teve como objetivo acabar com a incerteza do direito por meio da elaboração de um código, que viria a refrear o arbítrio dos magistrados dos patrícios contra a plebe. Além disso, foi a primeira tentativa de sistematizar as regras jurídicas.
O processo de constituição começou com Terentílio, um tribuno da plebe que propôs que se criasse uma magistratura formada por 5 membros afim de elaborarem um código para a plebe. Em 454 a.C. 3 membros seguem à Grécia para estudar as leis de Sólon. Em 451 a.C. elaboram um código em 10 tábuas. Em 450 a.C. foram introduzidas mais 2 tábuas.
Quanto ao conteúdo, a lei das 12 tábuas começava estabelecendo regras de direito processual, delitos e danos, direito civil e familiar, direito da posse, delitos criminais e ilícitos, direito público, direito sagrado.
O texto completo da lei das 12 tábuas fora destruído parcialmente pelos gauleses em 390 a.C., o que conhecemos são fragmentos transcritos por autores literários e jurisconsultos. Foi reconstituído por citações de Cícero e Aulo Gélio e por comentários, escritos designadamente por Labeo e por Gaio, recolhidos no Digesto.
Além de ser a principal fonte do direito romano, a lei das 12 tábuas foi um dos fundamentos do “ius civille”.
24) Fale sobre o principado, quais as suas características?.
	O período final da Republica marcado pela expansão das áreas de dominação romana indicaram que ela não subsistiria por muito tempo. As reformas de Mário na organização do exercito afim de conservar o vasto imprério repercutiu numa vinculação dos soldados ao poder dos generais.
	O primeiro a se servir disto foi Sila, logo depois Pompeu e Julio Cesar. Sila exerceu um tirania de 82 a 79 a.C. abdicando do poder voluntariamente. O período seguinte foi marcado pelas disputas entre Pompeu e Julio Cesar, este intentava a implantação de uma monarquia absoluta, já aquele pretendia a aquisição de poderes pelo consentimento do Senado. Esse período ficou conhecido como 1° triunvirato.
	Com a morte de Cesar e Pompeu ocorre a formação do 2° triunvirato composto por Otaviano, Marco Antonio e Lépido. Pouco a pouco Lépido é colocado de lado se transformando num duunvirato. Otaviano e Marco Antonio dividem entre si o poder: o Ocidente fica com Otaviano e o Oriente com Marco Antonio.
	Em 31 a.C. Otaviano derrota Marco Antonio e se torna detentor de todo o poder. Assim sucessivamente ele vai ganhando espaço no regime pessoal até receber do Senado o título de “princeps”, que lhe dava poder total do exército, inviolabilidade pessoal e o veto às decisões dos magistrados. Com isso todas as instituições políticas republicanas verão seus poderes cada vez mais reduzidos. 
	O Senado será reduzido de 1.000 para 600 membros, ex-magistrados eleitos sob influência do princeps, ele perde poderes em relação à política externa e adquiri funções eleitorais e legislativas dos comícios, que recebe forte influencia do princeps.
	Os comícios perdem gradativamente as funções judiciárias, eleitorais e legislativas.
	Os magistrados em sua maioria perde poderes para o princeps e seus funcionários imperiais, alguns deixa de existir como o edil e o único que por resistência não perdeu poderes foi o pretor.
	O princeps era designado pelo antecessor sob forte influencia do exercito, celebrava a paz e declarava guerra, concluía tratados, fundava e organizava colônias, convocavao Senado, cunhava moedas e tinha jurisdição civil e criminal. Seus funcionários eram classificados em legados, prefeitos, procuradores e jurisconsultos. Eles mantem funções administrativas e manutenção em Roma e na Itália.
	Além de tudo, as fontes do direito ampliam para senatus-consultos, constituições imperiais e responsa prudentium.
	Em virtude do exaurimento do poder legislativo dos comícios e a falta de amadurecimento do princeps em legislar, o Senado delibera medidas em que o princeps propunha, por isso será de grande importância como fonte de direito.
	As constituiçõesimperiais era qualquer ato dele emanado sobre editos (normas gerais), mandata instruções do príncipe aos funcionários imperiais), rescripta (resposta aos particulares, magistrados ou juízes sobre questões jurídicas) e decreta (sentenças prolatadas do príncipe) 
25) Comente sobre a organização política no principado.	
A organização política no período do Principado se caracteriza por ser internamente uma Monarquia mitigada (branda) e externamente, nas províncias uma Monarquia Absoluta.
Desde os acordos de Otaviano e o Senado romano, o princeps senatus concentrou uma série de poderes em suas mãos: veto às decisões dos magistrados, controle do exército, ganho de poderes diante das funções dos magistrados (exceto o pretor). Na teoria todos os órgãos políticos do período da República continuaram existindo (com algumas exceções), mas suas funções foram usurpadas pouco a pouco pelos imperadores que sucederam ao poder.
Houve também a divisão das províncias entre o Senado (províncias senatoriais) e ele (províncias imperiais). Essa repartição se deu com a alegação das províncias imperiais serem conturbadas e resistentes a dominação romana, enquanto as senatoriais eram as pacificadas. 
Otaviano também reduziu do Senado de 1.000 para 600 membros e sua perda em relação a política externa, que agora se detém no princeps.
Ele celebrava a paz e declarava a guerra, concluía tratados, fundava e organizava colônias, concedia aos estrangeiros direito de casamento legítimo, e a cidadania, cunhava moedas e tinha jurisdição civil e criminal. Além disso, contava agora com seus funcionários imperiais que o ajudarão na administração do império, são eles: legados (cuidam da administração das províncias), prefeitos (representam o princeps), procuradores (finanças) e auxiliares (diferentes funções de secretariado).
26) Fale sobre as fontes do direito no período do principado e comente a jurisprudência do período.
	As fontes do direito no período do principado são: os costumes, as leis comiciais, os editos dos magistrados, os “senatus-consultos”, as constituições imperiais e a “responsa prudentium”. Além disso vale destacar a relevância da jurisprudência desse período no que diz respeito as fontes do direito.
	Os juristas clássicos como Gaio e Papiniano não incluem o costume na relação das fontes do direito, mas sim como fatos. O que é certo é que sua importância nesse período é menor do que nos anteriores pelo fato de ser suplantado pelos editos do pretor e os escritos dos jurisconsultos. Outro detalhe importante é que para se averiguar a existência de um costume era necessário que a pratica fosse observada por longo tempo, mesmo que não se estabelecesse um período mínimo. O costume praeter legem (o que preenche a lacuna da lei) era obrigatório. O costume contra legem (o comportamento positivo contrário à lei) não revogava a lei. Já o desuetudo (o comportamento negativo contrário à lei) revoga a lei.
	No tempo de Augusto, os comícios votam uma série de leis propostas por ele com base na potesta tribunicia. Exemplo disso são as leges Iuliae e a lex Iulia. Depois de Augusto a legislação comicial entra em decadência, a última constata no tempo do imperador Nerva. É certo que o poder legislativo dos comícios não foi abolido expressamente, mas desapareceu de fato por ter deixado de ser seu exercício.
	No principado o pretor será o único magistrado que resistirá a perda de poderes frente ao imperador, na prática foi submetido a sistematizar de forma escrita os editos criados na República, período de grande importância para eles, pois agora o pretor somente pode criar novos meios processuais por solicitação do princeps ou do Senado. Na época do imperador Adriano, o jurisconsulto Sálvio Juliano se encarregou de fixar definitivamente os textos dos editos, esse trabalho ficou conhecido como Edictum Perpetuum (edito perpetuo) pela imutabilidade de seu texto.
	No início do principado, os senatus consultos passam a ser fonte do direito, não só pelo exaurimento do poder legislativo dos comícios, mas também pela falta de amadurecimento do princeps em usurpar esse poder. Sendo assim, o Senado propunha a ele as medidas que lhe pareciam necessárias e sobre elas as deliberava. Com o tempo, a autoridade do príncipe passa a ter mais valor que as decisões do Senado, nesse período ao invés de se falar em senatus consultos dizia oratio (proposta do príncipe).
Ao príncipe jamais foi atribuída expressamente a faculdade de legislar, mas em decorrência dos poderes que absorveu da magistratura e da autoridade reconhecida, desde o inicio do principado ele interferiu na criação do direito. As constituições imperiais se apresentam sob quatro tipos: editos (normas gerais que se assemelham às oriundas dos magistrados republicanos), mandatos (instruções do princeps aos seus funcionários imperiais), restritos (respostas do imperador às questões jurídicas dadas a particulares e magistrados), decretos (sentenças prolatadas do princeps submetidos a primeira instancia ou a grau de recurso).
	Antes de Augusto, os jurisconsultos respondiam a consultas das partes litigantes, dos magistrados e dos juízes. Com a introdução do ius respondendi (patente a qual o princeps concedia a alguns juristas) as respostas daqueles que a detinham possuíam mais autoridade dos que não possuíam. Essa pratica permaneceu pelos imperadores que sucederam Augusto. No tempo de Adriano os responsa prudentium não só davam parecer sobre casos concretos, mas também manifestava sobre obras doutrinárias. O juiz julgava segundo o que lhe parecesse melhor.
A Jurisprudência, no sentido romano, era o conhecimento de regras jurídicas pela atuação pratica. As obras dos jurisconsultos desempenharam papel capital na fixação de regras jurídicas e constituíram verdadeira fonte do direito dessa época. Antes de Adriano a autoridade dos jurisconsultos decorria do seu prestigio social, depois de Adriano e com a criação de uma “patente” ius respondendi, os jurisconsultos que detinham tal, submeteram os juízes aos seu parecer sobre as decisões dos tribunais. Os jurisconsultos contribuíram com várias obras destinadas ao ensino, livros de consulta e respostas sobre casos concretos, repositórios de controvérsias jurídicas, comentários e notas sobre obras de um jurista antecessor, a digesta, que era uma enciclopédia do ius civile e o ius honorarium.
27) Cite alguns dos principais jurisconsultos do período do Principado, fale sobre seus trabalhos.
	Dentre os jurisconsultos que contribuíram com suas obras no período do Principado estão Gaio, Ulpiano e Paulo.
	O jurisconsulto Gaio escreveu “as Institutas de Gaio”, destinado ao ensino, mas de inestimável valor pelas informações que fornece sobre o direito romano clássico, principalmente sobre o direito privado.
	Ulpiano deixou um manuscrito chamado “regras de Ulpiano” que na verdade não contém a obra original desse jurisconsulto, apenas um epítome com 29 titulos e 1 proemio.
	“as sentenças de Paulo” chegou até nós aproximadamente uma sexta parte em forma de epítome elaborado pelos organizadores da lex romana visigothorum, a qual pode ser acrescida de fragmentos tirados de outras fontes, como, por exemplo, dos fragmentos quae dicuntur vaticana.
28) Qual a importância do “princeps” no Império, explique.
	Tendo em vista a decadência das funções de todos os órgãos políticos da República, o princeps assume papel fundamental na administração do império romano, para que isso acontecesse nomeou funcionários imperiais, seus auxiliares no tocante a administração.
	Além da tribunicia potestas (inviolabilidade pessoal e veto dos magistrados), o princeps celebrava a paz e declarava guerra, concluía tratados, fundava e organizava colônias, concedia aos estrangeiros direito legitimo de casamento e cidadania, convocava o Senado, cunhava moedas e tinha jurisdição civil e militar. Para sua designação, o sucessor geralmente era escolhido pelo antecessor. De fato, a influencia do exercito era fundamental, a seguir do voto do Senado e do povo (pura formalidade).Os funcionários imperiais tinham funções administrativas, eram classificados em: legados, prefeitos, procuradores e auxiliares.
	Os legados cuidavam da administração das províncias.
	Os procuradores são mandatários do princeps no tocando a administração financeira.
	Os auxiliares desempenham diferentes funções de secretariado junto ao princeps.
	Já o prefeito, um dos funcionários mais importantes, se dividem em: praetorio, urbi, annonae, uigilum, aerarii.
	Os Praefectti Praetorio possuem funções militares, a principio, e comandam a guarda imperial e as tropas em Roma e na Itália. Posteriormente serão responsáveis pela jurisdição criminal na Itália, razão pela qual foram notáveis jurisconsultos.
	Os Praefectti Urbi desempenham função policial com jurisdição criminal em Roma.
	Os Praefectti Annonae são encarregados pelo abastecimento de Roma, com jurisdição sobre delitos relacionados a ele.
	Os Praefectti Uigilum são incumbidos do policiamento noturno e da extinção dos incêndios. Também tinham jurisdição sobre delitos correlatos.
	Os Praefectti Aerarii substitui os questores republicanos na administração do tesouro público, e tem jurisdição nos negócios fiscais. 
29) Quais as principais causas da queda do Império Romano, comente.
	As principais causas do império romano foram as dificuldades em manter a dominação do vasto território, o que acabou gerando diversas crises econômicas, má administração dos imperadores frente ao vasto território, o cristianismo e as invasões bárbaras.
	Sobre a extensão territorial, o indício que apresentara a dificuldade da administração do vasto império começou na época de transição entre a República e o Principado. Na prática, embora nesse período o Senado elegesse magistrados para manter o controle nos territórios extra itálicos, Roma perde o controle sobre as províncias no que diz respeito a arrecadação de impostos e a submissão do poder dos proconsules e propretores, pois suas prestações de conta à Roma eram muitas vezes ilusórias e também esses magistrados se mantinham no poder por força ou por intriga. A corrupção constatada gerou um grande déficit na economia do Estado.
	Com o fim das guerras de conquista diminuíram a entrada de escravos, com menos mão-de-obra ocorreu uma forte crise na produção de alimentos. Essa queda gerou a diminuição da arrecadação de impostos.
	Além disso, a massiva inflação provocada pelos imperadores durante o sec. III destruiu a moeda corrente, anulando a praticamente a acumulação de capital que, somada ao controle estatal dos preços levaram Roma a diminuir a expansão do império.
	Outro fator colocado como causa é o advento do cristianismo. Com o decreto do imperador Constantino oficializando o cristianismo como religião do império fez com que essa nova religião que pregava valores contrários à todo o conceito de guerras, escravidão e etc.
	Em meio ao enfraquecimento do império romano ficou fácil para os povos que viviam fora do território romano (visigodos, ostrogodos, francos, suevos, anglo-saxões) invadirem e esfacelarem ao unidade política do império ocidental, ocorrido por volta de 476 d.C.
30) Quais as principais características do Dominato?. Comente
	Dada a complexidade dos problemas políticos e administrativos decorrentes da vastidão do império romano, bem como a necessidade de um sistema organizado para sucessão de imperadores, julgou Diocleciano que a forma de resolver essas questões seria dividir o império em Oriente e Ocidente. Em cada um haveria um augustus e um caesar (sucessor do trono). Essa organização ficou conhecida como tetrarquia, pois há dois augustos e dois caesar.
	A organização política se dá por uma Monarquia absoluta, em que o imperador se encontra no topo da pirâmide governando com auxilio de seus funcionários imperiais subalternos, caracterizado por uma ampla burocracia e um rígido princípio hierárquico.
	As organizações das províncias há a estreita dependência da administração provincial ao governo imperial. Constantino dividiu o império em quatro grandes prefeituras: Oriente, Ilíria, Itália e Gália. Elas se dividiam em dioceses e cada uma compreendia várias províncias. Com a divisão do império, o Oriente fica responsável pelas prefeituras do Oriente e da Ilíria, o Ocidente fica com as prefeituras da Itália e Gália.
	As fontes do direito na época se reduzem as constituições imperiais, porém continuam em vigor as normas de direito dos períodos anteriores.
31) Como se deu a organização política no Dominato?.
	No Dominato, as instituições políticas se caracterizam pela ampla burocracia administrativa.
	A organização de poderes era feito pelo imperador e abaixo se achavam numerosos funcionários subalternos. O imperador nessa época é o senhor absoluto.
	Abaixo dele há diferentes funcionários que são submetidos a um principio hierárquico. São separados em dignitários da corte e do Estado.
	Os dignitários da corte são os magister officiorum (com variadíssimas atribuições e contavam com inúmeros auxiliares), o quaestor sacri palatii (funções jurídicas e legislativas), o comes sacrarum largitionum (finanças imperiais) e o comes rerum priuatarum (administrava o patrimônio do imperador).
	Os dignitários do Estado ou eram funionarios civis ou militares. Os civis eram o praefectti praetorio at urbi (que se achavam frente as quatro grandes prefeituras que se dividia o império, duas no Ocidente e duas no Oriente:Itália, Gália, Oriente e Ilíria), uicari (governava os grupos das províncias) e praesides (governadores das províncias). Os militares eram praefectti praetorio, magistri peditum, magistri equitum.
	Das magistraturas originárias da República, persistem o consule, a pretura urbana e o tribunato da plebe, desaparecendo este no sec. V.
	O Senado se reduz à condição de mero conselho municipal. Existe um em Roma e outro em Constantinopla.
32) Quais as principais fontes do direito no Dominato?.
	No Dominato, há apenas uma fonte atuante de criação organizada do direito: a constituição imperial (denominada lex). A seu lado, persiste o costume como fonte espontânea de direito, limitado a preencher as lacunas das constituições imperiais. No entanto continuam em vigor as normas decorrentes das fontes de direito dos períodos anteriores, desde que não revogadas. E, como no inicio do dominato é muito acentuada a decadência da jurisprudência, não há grandes juristas, mas sim práticos que conhecem essas normas através das obras de jurisconsultos clássicos. Por isso, ao lado das constituições imperiais, vigora ainda o direito contido nessas obras.
33) Fale sobre o corpus iuris civillis. De quantos livros ele é composto, como foi editado e qual a sua importância para o direito?.
	O Corpus Iuris Civillis é uma obra jurídica fundamental, publicada entre 529 e 534 d.C. por ordem do imperador Justiniano. É composto de 4 livros que são as compilações das leis imperiais, o digesto, as institutas e as novelas.
	Pouco tempo depois que assume o poder, Justiniano vê a importância em salvaguardar a herança que representava o direito romano. Em 528 d.C., organizou uma comissão com 10 membros para compilar as leis imperiais vigentes, que formaram as Nouus Iustinianus Codex.
	Logo depois, em 530 d.C., Justiniano organiza uma nova comissão para compilar as iuras, ou seja, os fragmentos dos diversos jurisconsultos existentes. Esse novo livro ficou conhecido como Digesto ou Pandectas. Foi um trabalho complexo haja a vista de solucionar diversas opiniões entre os jurisconsultos que, por vezes, eram controversas.
	Terminada a elaboração do Digesto, mas antes da sua promulgação, Justiniano decide organizar um manual escolar que servisse aos estudantes como introdução ao direito compendiado no Digesto. Seguindo as Institutas de Gaio, essa comissão elaborou as Institutas de Justiniano em 533 d.C.
	Em 534 d.C. houve uma atualização dos o Codex que serviu para resolver as contradições existentes entre as Leis imperiais e o Digesto.
	As Institutas, o Digesto e o Código foram as compilações feitas por ordem deJustiniano. Depois de elaboradas, ele introduziu algumas modificações na legislação mediante as constituições imperiais, a qual se denominou de Novelas.
	Em relação ao seu conteúdo, as Institutas e o Digesto tratavam de assuntos relacionados ao direito privado, enquanto o Código e as Novelas ditavam sobre o direito público.
	O Corpus Iuris Civillis então, formado das Institutas (manual escolar), Digesto (compilação dos iuras), Códigos (compilação das leges) e Novela (constituições promulgadas por Justiniano) serviram de fonte riquíssima para a jurisprudência latina (inclusive o direito Canonico), ele representou uma evolução jurídica, organizando o direito romano numa forma conveniente e sob uma estrutura orgânica, servindo de base para os códigos civil e penal da maior parte dos países Ocidentais.
34) O que são interpolações?. Quais o métodos de intentificação?.
Para que os iura e as leges constantes no Corpus Iuris Civiles pudessem ter aplicação na prática, foi preciso, muitas vezes, que os compiladores fizessem substituições, supressões ou acréscimos nos fragmentos dos jurisconsultos clássicos ou nas constituições imperiais antigas. Essas alterações denominam-se interpolações ou tribonianismos.
Das interpolações distinguem-se os glosemas, denominação dada, em geral, aos erros dos copistas ou, então, às alterações introduzidas, antes da época de Justiniano, nas obras de juristas clássicos por particulares ou comissões legislativas como a que organizou o Código Teodosiano.
Tendo chegado até nós apenas parte diminuta da literatura jurídica do período clássico, para que conheçamos o direito romano dessa época é indispensável que determinemos, aproximadamente, as interpolações nos textos que compõe o Digesto e o Código, pois, assim, conseguiremos restaurar, até certo ponto, o seu primitivo teor.
Para a identificação das interpolações, há vários métodos. Alguns demonstram, com segurança, a existência delas; outros não, mas servem, utilizados em conjunto, para evidenciá-los. Entre os métodos existentes destacam-se:
o textual - a interpolação pode ser demonstrada quando o mesmo texto clássico chegou até nós, com redações diferentes, no Corpus Iuris Civiles e em fonte pré-justinianéia; ou então, quando há repetição, com alterações, do mesmo texto na própria codificação de Justiniano;
o histórico - anacronismo em texto do período clássico constante do Corpus Iuris Civiles revela a existência de interpolações;
o lógico - ilogismo entre as diferentes partes de um texto - e a lógica era uma das características dos jurisconsultos clássicos - é indício de que ele foi interpolado;
o filológico - o vocabulário, a gramática e o estilo dos jurisconsultos clássicos e dos bizantinos diferem acentuadamente; daí, pelo estudo desses elementos ser possível a identificação de interpolações.
35) Fale sobre as escolas jurídicas que surgiram depois da queda de Roma. Explique cada uma delas.
Depois da queda do império romano, sec. XI, há o ressurgimento dos estudos do direito romano pela escola dos Glosadores, fundada em Bolonha, Itália. A partir do sec. XIII e XV vários países europeus como Alemanha, França, Espanha e Portugal recebem e fundam escolas como a Culta na França, a Elegante na Holanda, os Jusnaturalistas e a Escola Histórica Alemã.
Os glosadores tem essa denominação graças às notas que faziam à codificação de Justiniano, seja com os resumos dos estudos da compilação justinianéia e os comentários a título do Corpus Iuris Civilis. Ela dominou os sec. XII e XIII. Graças a eles, seus comentários do Corpus Iuris Civilis, o direito romano se tornou acessível aos juristas medievais, que estudaram pelas glosas, que possibilitaram que o direito romano fosse base do direito privado moderno. No sec. XIV e XV, surge a dificuldade de adaptar as normas do direito romano ao tempo e as normas jurídicas vigentes, nesse momento os pós-glosadores surgem para suprir essa necessidade. Eles escreveram longos comentários fundindo as normas do direito romano aos do direito canônico, surgindo assim o que se denominou direito comum.
Na renascença surge uma nova escola chamada Culta. Ao contrário dos glosadores e pós-glosadores, eles rompem com o método e a finalidade dos estudos do direito romano. Seu objetivo era restaurar o direito romano clássico, por isso, dedicaram-se à busca das interpolações, cujo virou alvo de ataque sob o argumento de que elas profanavam o direito clássico. Essa escola floresceu principalmente na França.
Nos sec. XVII e XVIII, com a separação entre prática e teoria, surge a escola Elegante, que seguia a orientação humanística dos Cultos.
Nesse mesmos séculos, a infalibilidade do direito romano, até então indiscutível, sofre o primeiro abalo devido aos Jusnaturalistas. Eles partiam da premissa de que o homem havia renunciado a alguns de seus direitos em favor do Estado, e este, posteriormente, invadira a esfera jurídica que ficara reservada aos indivíduos. Nessa nova doutrina, o direito natural servia como medida de aferição de valor do direito romano, ou seja, ditavam quais princípios contidos no direito romano que deveriam ser mantidos ou não, por se condunarem com os preceitos do direito natural.
A Escola Histórica Alemã dominou o sec. XIX. Para ela, o direito do povo é produto orgânico de sua história e não a criação arbitrária do legislador, é uma adaptação de suas tradições às necessidades da sociedade. Com a aplicação dessa tese, eles estudam o direito romano à maneira dos Cultos, porém vão além, atualizando-o para sua aplicação na Alemanha do sec. XIX.
36) Fale sobre o direito Canonico. Qual a relação entre a igreja e o Estado?. Explique.
	Falar sobre o direito Canonio requer explicar sua importância, as diferenças entre outras doutrinas religiosas e sua relação com o Estado.
	O direito Canonico é um direito religioso, embasado na doutrina do Antigo e o Novo Testamento. Ele desempenhou uma importância considerável durante a Idade Média por unificar os costumes de todos os países da Europa Ocidental num único direto. Também influenciou certos aspectos do direito privado em que os conflitos eram resolvidos pelos tribunais eclesiásticos. Além disso, durante a maior parte da Idade Média, foi o único direito escrito. Finalmente, e consequência do motivo citado anteriormente, o direito canônico, escrito e de profundo conhecimento, influenciou a formação do direito laico da Europa Ocidental.
	Por se tratar de um direito religioso, assim como o hebraico, muçulmano e hindu, ele se distingue desses por dois motivos. Primeiramente não são um conjunto de regras de comportamento religioso. O cristianismo nasce dentro do império romano, os conceitos de direito romano influenciarão a formação do direito Canonico. Outra questão, a igreja admite a dualidade de dois sistemas jurídicos, o religioso e o laico. A igreja se preocupa apenas com as almas, deixando o aos soberanos dos Estados o cuidado de regulamentar o comportamento dos homens, na medida em que este não se interessa com a salvação dos homens.
	A relação entre igreja e Estado se deu diferentemente no império romano Bizantino, no Ocidente medieval e no inicio da Idade Moderna.
	No império Bizantino, a igreja desempenha papel na vida social e política, nasce do decreto de Constantino em que o cristianismo torna-se religião oficial do império e todas as outras são proibidas. Sua organização se assemelha à política, em cada província romana havia um arcebispo e nas dioceses, um bispo, que desempenham papeis religiosos e na administração dos bens da igreja.
	No desmembramento do império do Ocidente, a igreja constitui autoridade sobre os fieis dos diferentes Estados e apenas influencia os governantes no que diz respeito a evangelização. Durante os sec. XI e XII, foram marcados conflitos entre os reis e o papado. Deste o papado sai vencedor e autorga o poder de excomungar e instituir os reis. Essa situação não dura muito, logo em seguida a situação muda a favor do poder real.
	Durante os últimos séculos da Idade Média, a relação entreEstado e igreja se deu através de concordatas, convenções entre os dois poderes, afim de se organizar a intervenção do Estado na nomeação de altos cargos eclesiásticos.
	Finalmente em 1831, na Constituição Belga, houve a separação completa da igreja e do Estado. Assim o Estado não interfere nos assuntos da igreja e vice-versa. Na França acontece o mesmo em 1905.

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