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TEORIA DO POSITIVISMO JURÍDICO. Fazem parte da teoria do positivismo jurídico 7 características as quais sustentam-na. 1) positivismo jurídico como abordagem avalorativa do direito. Este princípio nasce do esforço de transformar o direito em ciência natural. Sendo assim tratará a realidade com avaloratividade. Para isso devemos distinguir juízo de valor de juízo de fato: Juízo de valor – tomada de POSIÇÃO frente à realidade (subjetividade). Juízo de fato – tomada de CONHECIMENTO frente à realidade (objetividade). Basicamente essa distinção foi o motivo da ruptura do mundo moderno das épocas anteriores, representado pelo comportamento do homem perante a natureza. Sendo assim, o positivista jurídico estuda as coisas como SÃO e não como DEVERIAM SER. Esta é a base que diferencia o juspositivismo do jusnaturalismo. Para os positivistas a validade de uma norma é a existência dela dentro de um ordenamento jurídico. A norma justa é norma válida. Para os naturalistas o valor da norma dita que ela atende a um direito ideal, sendo assim, válida. Para os realistas, escola que precede o juspositivismo, dita que a norma é válida quando esta é eficaz. Eficácia se refere ao produção de efeito dessa norma, ou seja, para ser válida, ela deve produzir o mínimo de efeito. 2) definição do direito em função da coação. Para a teoria clássica, a coerção é um meio mediante o qual se fazem valer as normas jurídicas. Essa teoria possui 3 tipos de objeções: - a coação está ausente no costume, ou seja, uma norma jurídica pode ser acatadas espontaneamente na consciência social. - existem normas de direito público e constitucional que apenas regulam as atividades dos órgãos supremos do Estado e não são garantidas pela coação. - não há coercitividade no ordenamento internacional, não existem meios para se valer coercitivamente as normas que relugam as relações entre Estados. Para a teoria moderna, o direito é um conjunto de normas que regulam o uso da força coativa. Essa força é uma disciplina detida pelo Estado. São normas que regulam o comportamento do cidadão e o modo como o Estado as aplicam caso não se cumpram seus deveres. Somente o Estado possui o direito legitimo, somente o Estado estabelece quando se utilizar, somente o Estado estabelece como a força será aplicada e a quantidade. 3) a lei como única fonte de qualificação. Fontes do direito são aqueles fatos ou atos que aos quais um determinado ordenamento jurídico atribui a competência de produzir normas, ou seja, eles não apenas contem normas que regulam o comportamento social, mas também regulam a produção jurídica. Um ordenamento deve ser simples (o qual existe uma única fonte do direito), hierarquicamente estruturado (com normas sobre a mesma matéria estruturada em planos). Além da lei, outras fontes reconhecidas são os costumes e a jurisprudência. 4) teoria imperativista da norma jurídica O Estado é o único poder autorizado a produzir e aplicar as leis. Dessa doutrina temos que distinguir comando de conselho: - em relação ao sujeito ativo: Comando – investido de autoridade. Conselho- respeitabilidade. - em relação ao sujeito passivo: Comando – posição de obrigação externa. Conselho – posição de obrigação interna. - em relação a razão de obedecer: Comando – valor formal (tem que obedecer). Conselho – valor substancial (capacidade de convencer). - em relação ao fim: Comando – proteger os direitos coletivos. Conselho – proteger o direito do individuo. - em relação às consequências do acatamento: Comando – evitar a sanção. Conselho – não há. - em relação às consequências do inadimplemento: Comando – sanção propriamente. Conselho – consequências positivas ou negativas. 5) teoria do ordenamento jurídico. A teoria do ordenamento jurídico se baseia em 3 atributos: unidade, coerência e completitude do sistema. - unidade: trata-se de uma unidade formal relativa ao modo pelo qual as normas são postas, ou seja, elas são postas todas pela mesma autoridade, podendo serem reconduzidas à mesma fonte originária constituída pelo poder legitimado para criar o direito. - coerência: dentro de um ordenamento não pode haver duas normas contraditórias. As possíveis antinomias são resolvidas seguindo 3 critérios básicos: 1) Hierárquico: norma de grau superior prevalece sobre a inferior. 2) Cronológico: norma posterior prevalece sobre a precedente. 3) Especialidade: norma especial prevalece sobre a geral. a) Quando houver conflito entre dois critérios: hierárquico x cronológico – prevalece o hierárquico. Especialidade x cronológico – prevalece a especialidade. Especialidade x hierárquico – não há senso comum. Deve-se verificar qual seja mais “forte” em relação a outra. b) Inaplicabilidade dos 3 critérios: prevalece a norma permissiva frente a imperativa Caso as duas sejam imperativas elas se eliminam reciprocramente. - completitude: o juiz jamais pode se recusar a resolver uma controvérsia e sempre haverá uma solução para resolver os conflitos, através de casos análogos, costumes e princípios do direito. 6) função interpretativa da jurisprudência. Na atividade do direito encontramos 2 momentos: criativo (ato de legislar) e teórico (conceber ciência ou jurisprudência). A função de dar sentido ao texto pode ser feita de forma: Literal – conhecimento do conteúdo semântico dos termos. Gramatical – significado dos termos usados. Teleológico – motivo ou finalidade que a lei foi imposta. Sistemático – esclarecer o conteúdo da norma em relação a todas as outras. Histórico – utilização de documentos históricos e textos legislativos a fim de reconstruir a vontade do legislador. 7) positivismo jurídico como ideologia do direito. O positivismo é além de uma teoria, uma ideologia?. Teoria – tomada de juízo de fatos com finalidade informativa. Ideologia – comportamento avaliativo que o homem faz da realidade. No inicio da obra o positivismo jurídico tentou assumir uma postura neutra do direito, mas podemos dizer que a doutrina não consegue ser integralmente fiel a esse posicionamento. Ideologia do positivismo é o dever absoluto de obedecer as leis.
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