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Concurso de pessoas 
Conceito, requisitos, coautoria e participação, crime plurissubjetivo, comunicação de 
circunstância elementar e casos de impunibilidade. 
Conceito e teorias 
O concurso de pessoas é o cometimento da infração penal por mais de um pessoa. Tal 
cooperação da prática da conduta delitiva pode se dar por meio da coautoria, participação, 
concurso de delinquentes ou de agentes, entre outras formas. Existem ainda três teorias 
sobre o concurso de pessoas, vejamos: 
a) teoria unitária: quando mais de um agente concorre para a prática da infração penal, mas 
cada um praticando conduta diversa do outro, obtendo, porém, um só resultado. Neste 
caso, haverá somente um delito. Assim, todos os agentes incorrem no mesmo tipo penal. 
Tal teoria é adotada pelo Código Penal. 
b) teoria pluralista: quando houver mais de um agente, praticando cada um conduta diversa 
dos demais, ainda que obtendo apenas um resultado, cada qual responderá por um delito. 
Esta teoria foi adotada pelo Código Penal ao tratar do aborto, pois quando praticado pela 
gestante, esta incorrerá na pena do art. 124, se praticado por outrem, aplicar-se-á a pena do 
art. 126. O mesmo procedimento ocorre na corrupção ativa e passiva. 
c) teoria dualista: segundo tal teoria, quando houver mais de um agente, com diversidades 
de conduta, provocando-se um resultado, deve-se separar os coautores e partícipes, sendo 
que cada "grupo" responderá por um delito. 
Coautoria e participação 
Há dois posicionamentos sobre o assunto, embora ambos dentro da teoria objetiva: 
a) teoria formal: de acordo com a teoria formal, autor é o agente que pratica a figura típica 
descrita no tipo penal, e partícipe é aquele que comete ações não contidas no tipo, 
respondendo apenas pelo auxílio que prestou (entendimento majoritário). Exemplo: o 
agente que furta os bens de uma pessoa, incorre nas penas do art. 155 do CP, enquanto 
aquele que o aguarda com o carro para ajudá-lo a fugir, responderá apenas pela 
colaboração. 
b) teoria normativa: aqui o autor é o agente que, além de praticar a figura típica, comanda a 
ação dos demais ("autor executor" e "autor intelectual"). Já o partícipe é aquele colabora 
para a prática da conduta delitiva, mas sem realizar a figura típica descrita, e sem ter 
controle das ações dos demais. Assim, aquele que planeja o delito e aquele que o executa 
são coautores. 
Sendo assim, de acordo com a opinião majoritária - teoria formal, o executor de reserva é 
apenas partícipe, ou seja, se João atira em Pedro e o mata, e logo após Mario também 
desfere tiros em Pedro, Mario (executor de reserva) responderá apenas pela participação, 
pois não praticou a conduta matar, já que atirou em um cadáver. Ressalta-se, porém, que o 
juiz poderá aplicar penas iguais para autor e partícipe, e até mesmo pena mais gravosa a 
este último, quando, por exemplo, for o mentor do crime. 
Sobre o assunto, preceitua o art. 29 do CP que, "quem, de qualquer modo, concorre para o 
crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade", dessa forma 
deve-se analisar cada caso concreto de modo a verificar a proporção da colaboração. Além 
disso, se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a 
um terço, segundo disposição do § 1º do artigo supramencionado, e se algum dos 
concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa 
pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave 
(art. 29, § 2º, do CP). 
 
Ademais, quando o autor praticar fato atípico ou se não houver antijuridicidade, não há o 
que se falar em punição ao partícipe - teoria da acessoriedade limitada. 
Crime plurissubjetivo 
O crime plurissubjetivo é aquele que exige a presença de mais de uma pessoa, como 
acontece no crime de associação criminosa, rixa, entre outros. Assim, nestes crimes não há 
o que se falar em participação, já que a pluralidade de agentes garantem o tipo penal, sendo 
todos autores. Em contrapartida, nos crimes unissubjetivos, quando houver mais de um 
agente, aplicar-se-á a regra do art. 29 do CP, já citado, devendo-se analisar a conduta de 
cada qual para aplicação da pena. 
O crime plurissubjetivo não se confunde com o delito de participação necessária, pois neste 
último o autor pratica vários crimes, porém o tipo penal exige a colaboração do sujeito 
passivo, que não será punido. Exemplo: corrupção de menores, favorecimento à 
prostituição etc. 
Requisitos do concurso pessoas 
a) presença de dois ou mais agentes; 
b) nexo de causalidade material entre as condutas realizadas e o resultado obtido; 
c) não há necessidade de ajuste prévio entre os agentes, mas deve haver vontade de 
obtenção do resultado (vínculo de natureza psicológica). Ou seja, mesmo que os agentes 
não se conheçam pode haver o concurso de pessoas se existente a vontade de obtenção do 
mesmo resultado. Tal hipótese admite ainda a autoria sucessiva. Exemplo: empregada 
deixa a porta da casa aberta, permitindo que o ladrão subtraia os bens do imóvel. Enquanto 
isso, uma outra pessoa, ao ver os fatos, resolve dele aderir retirando também as coisas da 
casa; 
d) reconhecimento da prática do mesmo delito para todos os agentes; 
e) existência de atipicidade e antijuridicidade, já que se o fato não é punível para um dos 
coautores, também não será para os demais. 
Autoria mediata e colateral 
A autoria mediata ocorre quando o agente usa de pessoa não culpável, ou que atua sem 
dolo ou culpa para realizar o delito. São situações que ensejam a autoria mediata: valer-se 
de inimputável, coação moral irresistível, obediência hierárquica, erro de tipo escusável ou 
de proibição, provocados por terceiro. Porém, há inúmeros casos em que o inimputável 
(menor, por exemplo) não é usado como instrumento da obtenção do resultado. Quando o 
inimputável também quiser atingir o resultado, será coautor e tal modalidade de concurso 
denominar-se-á concurso impropriamente dito, concurso aparente ou pseudo concurso, já 
que um agente é penalmente responsável e o outro não. 
Já a autoria colateral ocorre quando dois agentes têm a intenção de obter o mesmo 
resultado, porém um desconhece a vontade do outro, sendo que o objetivo poderá ser 
atingido pela ação de somente um deles ou pela ação de ambos. Exemplo: Jorge e Antônio 
pretendem matar Carlos, e para tanto se escondem próximo à sua residência, sem que um 
saiba da presença do outro, e atiram na vítima. Assim, Jorge e Antônio responderão por 
homicídio em autoria colateral já que um não tinha conhecimento da ação do outro (não há 
vínculo psicológico). Salienta-se que, se apenas o tiro desferido por Jorge atingir Carlos, 
ele responderá por homicídio consumado, ao passo que Antônio responderá por homicídio 
tentado. Se não for possível verificar qual tiro matou Carlos, Jorge e Antônio responderão 
por tentativa de homicídio. Porém, se Jorge desfere tiro em Carlos e o mata, e só depois é 
que Antônio atira na vítima, haverá crime impossível para ele. Neste caso, se não for 
possível identificar qual tiro matou Carlos, ambos os agentes serão absolvidos por crime 
impossível (autoria incerta). 
Participação por omissão e conveniência, e coautoria em crime omissivo 
A participação por omissão ocorre quando a pessoa tinha o dever de evitar o resultado e 
não o fez. Exemplo: responde por crime de incêndio o bombeiro que não cumpriu seu 
dever se agir para combater o fogo. Já a participação por conivência ocorre quando a 
pessoa não tinha o dever de evitar o resultado, nem tinha vontade de obtenção do mesmo. 
Neste caso, não haverá punição - concurso absolutamente negativo. Exemplo: o vendedor 
de uma loja sabe que seu colega está furtandodinheiro do caixa, porém, não tem obrigação 
de denunciá-lo já que não exerce a função de segurança, nem trabalha na mesma seção. 
 A autoria em crime omissivo ocorre, por exemplo, quando duas pessoas deparam-se com 
alguém ferido e ambas não procuram ajuda. Nesta hipótese, responderão por coautoria em 
omissão de socorro. Porém, há também entendimento que não há possibilidade de 
coautoria nestes crimes, e sim autoria colateral, pois existem condutas individuais, sendo o 
dever de agir infracionável. 
Participação e cumplicidade 
Há três visões sobre o assunto: 
a) cúmplice é aquele que auxilia no cometimento de crime sem ter tal conhecimento. 
Exemplo: dar carona a bandido sem saber que este está fugindo; 
b) cúmplice é aquele que colabora materialmente com a prática de infração penal; 
c) cúmplice é aquele que colabora dolosamente para prática de conduta delituosa, mesmo 
que o autor não tenha consciência deste favorecimento. 
Como não há entendimento majoritário, decidiu-se que quem auxilia na prática de um 
crime é cúmplice, seja coautor ou partícipe. 
Incomunicabilidade de circunstâncias 
Não se comunicam entre coautores e partícipes as circunstâncias consideradas 
individualmente no concurso de agentes. Prevê o art. 30 do CP que, "não se comunicam as 
circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime". 
Considera-se circunstância de caráter pessoal aquela situação particular que envolve o 
agente, mas não é inerente à sua pessoa. Exemplo: confissão espontânea, que atenua a pena 
e não se transfere aos demais coautores. A condição de caráter pessoal consiste em 
qualidade da pessoa, tais como menoridade e reincidência, condições estas que também 
não se transferem aos demais agentes do delito. 
As circunstâncias elementares do crime são componentes do tipo penal, que se transmitem 
aos demais agentes da infração penal. Assim, se uma funcionária pública furta bens da 
repartição com sua colega que não exerce cargo público, ambas responderão por peculato-
furto (art. 312, § 1º do CP). Em relação ao crime de infanticídio há discussão sobre a 
transferência da circunstância elementar, já que a pena para tal crime não é tão gravosa 
tendo em vista o estado em que se encontra a mãe. Sendo assim, muitos não concordam 
com a transmissão da circunstância elementar, pois não seria justo que coautor fosse 
favorecido. Em contrapartida, há entendimento que, mesmo no infanticídio há 
transferência da circunstância elementar pois a Lei não fez nenhuma ressalva sobre o 
assunto, e esta é a opinião majoritário. Assim, embora o estado puerperal seja circunstância 
personalíssima, também é elementar do tipo, dessa maneira, quem auxilia a genitora a 
matar recém-nascido ou o faz sozinho a pedido da mesma, responderá por infanticídio. 
Casos de impunibilidade 
Determina o art. 31 do CP que, "o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo 
disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a 
ser tentado". Entretanto, tais condutas - ajuste (acordo), instigação (estímulo), auxílio 
(assistência) e determinação (decisão) - serão puníveis quando houver disposição expressa 
neste sentido, como é o caso do art. 288 do CP - "associarem-se 03 (três) ou mais pessoas, 
para o fim específico de cometer crimes (...)". Assim, serão puníveis tais atos quando 
houver início da execução do delito, pois do contrário serão consideradas condutas 
atípicas, já que não houve perigo a nenhum bem protegido pelo ordenamento jurídico (o 
mesmo ocorre no crime impossível). 
Referências bibliográficas 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal. Editora Revista dos Tribunais. 
2ª Edição - 2006.

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