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FICHAMENTO capítulo 1 de faleiros

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FICHAMENTO
FALEIROS, Vicente de Paula. Estratégias em Serviço Social. 10.ed. – São Paulo: Cortez, 2011.
Cápitulo 1 – Acerca do objeto do Serviço Social: uma proposta de desconstrução no contexto brasileiro. p.11-26.
O objetivo deste capitulo é o de situar teórico-historicamente os momentos marcantes do processo de descontinuidades e rupturas na articulação do objeto do Serviço Social ao longo de 60 anos. Para situar melhor a questão do Serviço Social no Brasil, farei uma breve retrospectiva histórica com o objetivo de, ao mesmo tempo, descontruir e construir o objeto do Serviço Social. p.11
A analise do passado faz-se a luz do presente, com todo cuidado, é claro, para não cairmos nos anacronismos. Hoje, o Serviço Social inscreve-se num contexto econômico e político de profundas mudanças, a analise desse contexto neoliberal vem sendo feita de forma bastante aprofundada. O Serviço Social neste contexto, vê-se constrangido a reprocessar seu objeto de intervenção, referindo-0o as situações de desemprego, desencanto com o futuro de des-responsabilização do Estado e responsabilização dos grupos, famílias e comunidades pelo seu sustento de nova gestão das políticas sociais. No contexto político de um capitalismo dependente e agro-exportador, embora com um processo insipiente desindustrialização substitutiva de importações as classes hegemônicas se articulavam em torno do que se pode chamar de burguesia agro-exportadora industrial. p.12
Na sociedade também passava por profundas mudanças no plano do conhecimento cientifico com o avanço das pesquisas médico-sociais, psicossociais, biológicas e sociais, a descontrução-construção do objeto do Serviço Social nesse contexto sealicerça tanto no processo conservador de manutenção da ordem como no processo “renovador” de mudança do comportamento em função das normas de higiene social, controle bio-psiquico, recuperação dos indivíduos. Esta são as 3 dimensões que articulam o objeto do Serviço Social no contexto econômico, politico e cultural dos anos 30: a moral, a higiene e a ordem. pag. 13
No plano do conhecimento, a Segunda Guerra Mundial implicou a aplicação de grande quantidade de conhecimentos no esforço bélico, inclusive com a explosão da bomba atômica. A teoria da relatividade de Einstein havia revolucionado a física, e no domínio filosófico abria-se o espaço para o existencialismo ( Sartre) como para o estruturalismo ( Saussure). Ao mesmo tempo que os filmes de cowboy e a bebida Coca Cola, chega também aoBrasil, no âmbito do Serviço Social, o chamado método ou processo de organização e/ou desenvolvimento de comunidade. A melhoria das condições de vida do meio, da comunidade, deveria se dar com a participação dos grupos e lideres ativos “ unidos pelo bem comum”. p.14
Os valores dominantes são aqueles que devem ser assumidos pelo Serviço Social nesse processo de integração e de adaptação que tenta articular a intervenção individual com a intervenção comunitária e grupal, buscava-se construir a intervenção social trazendo-os da “margem” da “periferia” para a centralidade do consumo, da ordem, da norma, da normalidade vigente. p.15
A visão desenvolvimentista do processo social, ancorada na ideia de crescimento econômico, pressupunha a integração participativa de grupos ao projeto hegemônico, articulado pelo Estado e concretizado em uma grande variedade de projetos locais, como os habitacionais, em que o Serviço Social se engaja de uma maneira bastante intensa. Surgem às cooperativas habitacionais, os grupos de autoconstrução, os projetos de casa própria por mutirão, os grupos de melhoria do bairro, de corte e costura, de enxoval de nascimento, de horta caseira e comunitária, de produção de roupas, de formação profissional, entre outros. p.16
A centralidade da intervenção na relação personalidade/meio/recurso muda para uma centralidade nas relações sociais de classe, de dominação de grupo, essa desconstrução/construção de objeto implicou consequências profundas na identidade profissional, na pratica profissional do Serviço Social, que se mesclou com a atividade militante ligada aos movimentos e partidos políticos.p.17
O que desconstrói o objeto é sua inserção teórica e prática nessa disputa de posições político- teóricas, nesse enfrentamento de paradigmas da compreensão da sociedade, de sua estruturação e mudança: é a perspectiva do conflito. Essa disputa [...] trás também conseqüências para a organização profissional, com a fundação de novos grupamentos, formação de tendências ou correntes de intervenção que não se distinguem apenas pela tradicional divisão entre “assistentes sociais de caso, grupo ou comunidade”, mas por sua visão política. p.18
O Serviço Social crítico, nos anos 80, veio a assumir uma identidade completa com os movimentos sociais, passando a funcionar, de fato, como assessor político desses movimentos, tendo como objeto não mudar o comportamento ou o meio, mas contribuir para organização e mobilização social nas lutas específicas. p,18,19
Nos anos 90, com a mudança na dinâmica dos próprios movimentos que não se articulam tanto por bairros e problemas, mas por engajamento de sujeitos específicos [...] na luta contra as discriminações o próprio Serviço Social desconstrói e constrói a questão da luta de classe. p.19
A vinculação das lutas a uma nova organização e prestação dos serviços sociais exige uma reconstrução (desconstrução/construção do objeto de intervenção), reprocessando a prática e a crítica na dinâmica de relações cooperação/conflito do Estado com a sociedade. p.19
Cabe-nos refletir agora [...] sobre a construção/desconstrução do objeto de intervenção do Serviço Social nesse contexto de mudança. p.20
O cenário burocrático-administrativo poderá ser reforçado pelo processo de privatização e terceirização, de redução do Estado, redução de pessoal, de corte nas políticas sociais, mas o processo de desinstitucionalização poderá abrir perspectivas novas de articulação da inserção social dos excluídos, de trabalho com vitimas, de defesa dos direitos sociais. p. 21
O movimento de reconceituação centrou sua análise na questão da classe, na defesa do trabalhador, e hoje acrescenta de maneira nítida, ao processo de compreensão cidadania. p. 22
É nessa dinâmica complexa de produção da sociedade que se constrói so serviço social, dependendo também da articulação de seus conhecimentos, da reflexão sobre seu fazer profissional, aprofundando o processo dialético das mediações que realiza para fortalecer s dominados e oprimidos nas suas diversas relações. p. 22
A desconstrução/construção do objeto do Serviço Social passa por uma discussão das relações de saber e poder, aprofundando o olhar crítico e de conflito que advem dos questionamentos dos anos 60/70[...]. p22
A construção do objeto profissional não pode, assim, ser referida a conceito extremamente genérico sem levar em conta a história, as discussões, os debates dos projetos de sociedade e de intervenção profissional nas diferentes conjunturas. p.24
A mudança da prática profissional implica desconstruir o próprio contexto neoliberal em que nos situamos para construir o objeto de intervenção nessas condições técnicas, culturais e políticas que estamos vivendo, analisando – se contraditoriamente o capital da informática, da democracia, dos direitos da cidadania no processo da acumulação financeira, da produtividade, da privatização e do desemprego. p. 26

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