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Psicologia dos processos oníricos

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Cap. VII – A psicologia dos processos oníricos
Freud se refere ao sonho de uma senhora que o ouviu numa conferência e depois “ressonhou-o” (par. 01).
O sonho [fragmento]:”… Pai, não vês que estou queimando?…” (par. 02).
1a fonte do sonho (sensorial): o clarão do fogo vindo do quarto contíguo (par. 03).
As palavras proferidas devem estar ligadas a lembranças no espírito do pai (par. 04).
Realização de desejo: o filho morto estava vivo no sonho. Por isso o pai prolonga o sono/sonho e não desperta (par. 05).
Peculiaridade desse sonho: tem um sentido óbvio, mas ao mesmo tempo preserva as características do sonho. É necessário desenvolver a psicologia dos sonhos (par. 06).
Como explicar o sonho como um processo psíquico? Dever-se-á formular novas hipóteses sobre a “… estrutura do aparelho psíquico…” e o “… jogo de forças…” que nele atua (par. 07).
a) O esquecimento dos sonhos
Resumo breve:
Tópico Principal: o sonho é considerado por Freud como Escritura Sagrada: cada elemento tem igual importância, inclusive seus detalhes mais aparentemente insignificantes ou duvidosos. Não só o esquecimento, como também os acréscimos e correções subseqüentes nos e aos sonhos se devem à pressão da resistência, imposta pela censura que tem origem no recalque. O esquecimento é o caso mais extremo de sua ação. Trata-se da mesma censura que se conhece na origem da distorção onírica, e que faz parte do texto do sonho. Sonha-se, em parte, porque no estado de sono, isto é, sob um outro regime econômico no aparelho psíquico, a resistência está diminuída.
Tópicos secundários: dicas técnicas; Associacionismo e as representações-meta.
Conceitos primários: elaboração secundária; resistência; censura; recalque; associação livre.
Conceitos secundários: umbigo do sonho; desejo do sonho; interpretação adiada; interpretação fracionada; interpretação abstrata; representações-meta.
Resumo detalhado:
Uma objeção geral: não temos nenhuma garantia de conhecer os sonhos tal como ocorreram (par. 01):
1o) o que lembramos de um sonho já foi mutilado pela memória, talvez mesmo em suas partes mais importantes (par. 02).
2o) nossa memória falseia “positivamente” (ativamente) a lembrança que temos de um sonho, ordenando, preenchendo e  arredondando o material original (par. 03).
Até aqui, se tem desconsiderado tais objeções. Tem-se trabalhado não só sobre o material certo, como também sobre o duvidoso ou aparentemente insignificante. Freud enumera alguns exemplos: o sonho da injeção de Irma, o sonho do 51 e o “non vixit” (par. 04).
Os elementos triviais de um sonho são indispensáveis a sua interpretação. Dá-se idêntica importância a cada “matiz de expressão lingüística“. Até mesmo a falha em dar um relato correto do sonho é levada em consideração. Freud diz tratar o sonho como Sagrada Escritura (par 06).
Freud responde à objeção: a distorção ao se tentar reproduzir um sonho se deve à elaboração secundária, e isso não passa de parte da distorção dos sonhos que, sabe-se, é ainda mais extensa. O erro dos precedentes foi crer que tais alterações eram arbitrárias, desconsiderando o determinismo psíquico. Mesmo o material da elaboração secundária está associativamente ligado aos pensamentos latentes (par. 07).
Um teste que Freud faz e ao mesmo tempo uma dica técnica: ele pede ao analisando para narrar o sonho uma segunda vez. Aquilo que o ele modificar no sonho, indica um ponto onde a interpretação pode começar. A resistênciafaz encobrir às pressas os pontos fracos do disfarce do sonho com expressões menos reveladoras (par. 08).
A dúvida quanto à exatidão do relato de um sonho ou parte dele também é um derivado da censura, da resistência aos pensamentos oníricos, mesmo que essa dúvida seja sobre os elementos mais fracos e indistintos. Sabe-se que se dá uma “transmutação de todos os valores” na elaboração onírica, que possibilita a distorção. Nesse processo, os elementos mais insignificantes representam os mais significativos e, quando ainda se lança dúvida sobre eles, isso indica que estão ligados mais ou menos diretamente aos pensamentos oníricos. Freud diz: “… ao analisar um sonho, insisto em que toda escala de estimativas de certeza seja abandonada e que a mais ínfima possibilidade de que possa ter ocorrido no sonho algo de tal ou qual natureza seja tratada como uma certeza completa“. E conclui: “… a dúvida… [é]… um derivado e um instrumento da resistência psíquica. A psicanálise é justificadamente desconfiada. Uma de suas regras é tudo o que interrompe o progresso do trabalho analítico é uma resistência” (par. 09).
Também o esquecimento dos sonhos tem relação com a censura. Em muitos casos a sensação de ter sonhado muito se deve ao volume de trabalho dos pensamentos latentes em contraste com um curto sonho que o representa. Mas às vezes, através da análise, é também possível reconstituir todas as cadeias de pensamentos oníricos a partir de um único fragmento do sonho manifesto, que restou na memória. Esse esquecimento (do restante do sonho) indica a atuação de uma resistência (par. 10).
Um estágio pré-eliminar do esquecimento: quando um fragmento do sonho é acrescentado ou lembrado posteriormente, esse fragmento revela-se o mais importante, sendo onde houve mais resistência, logo, tendo sido quase esquecido. Freud cita, como exemplo, o sonho dos companheiros desagradáveis de viagem (par. 11).
Freud frisa que as autocorreções nos sonhos não são tão interessantes. Conclui a demonstração da autocorreção do exemplo no parágrafo anterior, onde um erro verbal e um equívoco translingüístico serviram de conexão entre uma lembrança infantil e a produção onírica (par. 12).
Outra demonstração: quando o paciente diz ter tido um sonho, mas não se lembra dele, e em outro momento da análise, trabalhando sobre alguma resistência, ele se lembra do sonho. Supera-se a resistência, o sonho aparece. O mesmo vale para a análise como um todo (pars. 13 e 14).
O esquecimento dos sonhos se deve mais à resistência que às diferenças entre os estados de vigília e o sono. Outro exemplo: quando se acorda no meio da noite e se interpreta o sonho e depois se volta a dormir, e se acorda na manhã sem se lembrar nem do sonho nem da interpretação, embora se saiba que aconteceram (par. 15).
Objeção de Morton Prince (1910): o esquecimento dos sonhos é só mais um caso de dissociação. Mas, Freud responde, é o recalque, ou a resistência imposta por ele, que está por trás de qualquer estado de dissociação e/ou amnésia.
No geral, os sonhos não são mais esquecidos que outros atos mentais, e podem ser comparados a eles. Interpretar sonhos antigos costuma ser mais fácil porque parte das resistências já foi superada. O procedimento nainterpretação adiada é o mesmo. Nesse e outros aspectos o sonho é como um sintoma neurótico: Os sintomas antigos costumam ser mais fáceis de interpretar que os novos. N.R. 1: Dica técnica: sonhos da infância conservados na memória são importantes para entender a história e o desenvolvimento psíquico do sujeito. Deve-se orientar por eles (par. 17).
Freud seguirá mencionando alguns aspectos da interpretação dos sonhos, outras dicas (par. 18).
É necessária prática para interpretar os próprios sonhos. É difícil captar as “representações involuntárias”. Deve-se abster de críticas ao material, e trabalhar muito (par. 19).
Interpretação fracionada do sonho: quando nos esgotamos com uma cadeia de associações, é melhor deixar para continuar outra hora (par. 20).
Há uma abundância de processos inconscientes lutando por encontrar expressão, não se deve ficar satisfeito com a primeira impressão de completude de uma interpretação. O trabalho do sonho é perito em abrigar diversos sentidos (par. 21).
Silberer (1914): muitos sonhos requerem duas interpretações: 1- “psicanalítica”: infantil/sexual, e 2- “anagógica”: “pensamentos sérios de implicações profundas”. Freud objeta: a maioria dos sonhos não requer “superinterpretação”. Parece que os autores querem desviar a atenção de suas fontes pulsionais. Outras vezes pode-se corroborar Silberer: o sonhopode dar continuidade a alguma atividade intelectual da vida de vigília, usando algo como alegorias. Pode-se facilmente fazer assim uma interpretação abstrata, dada pelo próprio sonhador, ou então a interpretação correta, segundo os métodos freudianos (par. 22).
Não é possível interpretar todos os sonhos por força das resistências. Mas é sempre possível caminhar um pouco. Muitas vezes uma série de sonhos está baseada num fundo comum. Diferentes sonhos na mesma noite têm em geral o mesmo conteúdo latente. Nesses casos a interpretação é feita em conjunto. No caso de sonhos consecutivos, às vezes o segundo toma como central um tema periférico do primeiro, o que leva a interpretações complementares (par. 23).
“Mesmo no sonho mais minuciosamente interpretado, é freqüente haver um trecho que tem de ser deixado na obscuridade; é que, durante o trabalho de interpretação, apercebemo-nos de que há nesse ponto um emaranhado de pensamentos oníricos que não se deixa desenredar e que, além disso, nada acrescenta a nosso conhecimento do conteúdo do sonho. Esse é o umbigo do sonho, o ponto onde ele mergulha no desconhecido“. Os pensamentos oníricos não têm fim na trama de nosso mundo subjetivo, e em algum ponto particularmente fechado dessa trama brota o desejo do sonho. (par. 24).
Voltando ao esquecimento dos sonhos. Graças à resistência, tendemos a esquecer os sonhos. Mas como pode mesmo haver sonho em face dessa resistência? Não ocorreria sonho se a resistência fosse tão acentuada de noite quanto de dia. Conclui-se que à noite a resistência perde parte de seu poder. Segundo Freud “… o estado de sono possibilita a formação de sonhos porque reduz o poder da censura endopísquica” (par. 25).
É tentador fazer desse fato a base econômica dos processos de sono e vigília, mas Freud promete que em breve ficará claro que não só isso, mas também os fatores que fazem evitar a resistência contribuem na formação de sonhos (par. 26).
Outra objeção: o método consiste em abandonar as “representações-meta” e deixar as associações vagarem a esmo, em relação a cada parte do sonho, na esperança de, no final, encontrar os pensamentos oníricos (par. 27).
Objeta-se que o material das associações não tem que estar necessariamente por trás do conteúdo do sonho. Pode-se fazer associações a partir de qualquer coisa e ainda assim chegar a pensamentos de todo tipo. As ligações seriam incluídas depois. Freud estaria se iludindo (par. 28).
Defesa: impressões causadas pelas interpretações, surpreendentes ligações que emergem no caminho e a exaustividade da explicação. Outra defesa: é o mesmo meio de eliminação dos sintomas histéricos, e estes somem (par. 29).
Na verdade, não se abandonam as “representações-meta”, mas apenas aquelas que nos são conhecidas. As “representações-meta” inconscientes assumem o comando, determinando o curso das representações involuntárias. Não há processo psíquico sem essas representações, exceto, talvez, os puramente orgânicos. (N. R. 1: Freud cita Eduard von Hartmann (1890), e suas considerações associacionistas e seu uso da idéia de “inconsciente”.) É o caso da histeria, da paranóia, etc. Segundo Freud “… Os delírios são obra de uma censura que já não se dá ao trabalho de ocultar seu funcionamento” (par. 30).
Ligações superficiais (assonância, ambigüidade, etc.) geralmente se sustentam em ligações do conteúdo intermediário e latente, resistente à censura (par. 31).
O predomínio de associações superficiais se deve à ação da censura (par. 32).
A censura pode se exercer sobre a ligação entre dois pensamentos, aparecendo uma ligação superficial, ou sobre os dois pensamentos, fazendo com que surjam por deslocamento,substitutos, ligados por algo superficial (par. 33).
Deve-se levar em conta qualquer associação (par. 34).
Na psicanálise há dois teoremas de muita importância para a técnica: 1- abandonando as representações-meta conscientes, as inconscientes assumem o comando e, 2- as associações superficiais substituem por deslocamento as principais. Freud ainda destaca duas representações-meta inerentes ao tratamento: 1- a de estar em tratamento, e 2- que se relaciona com ele (par. 35).[1]
Conclusão verdadeira a ser extraída das objeções: nem todas as associações que surgem no trabalho de interpretação estavam presentes na elaboração do sonho. Muito deve ter sido acrescentado em vista do aumento da resistência, que torna os caminhos associativos mais tortuosos. Na interpretação, não se faz o caminho no sentido contrário, mas, se reencontra o material que estava atrás, na formação do sonho (par. 36).
b) Regressão
Resumo Breve:
Tópico primário: os pensamentos são vivenciados no sonho, de forma sensória e no presente. Freud procede à construção de seu aparelho: o fluxo de excitação entra pela extremidade Pcpt-sensória – que não faz registros mnêmicos -, atravessa os sistemas Mnem, base das associações e da memória, e se descarrega pelo Pcs/M. Em cada sistema Mnem se efetua um tipo de elaboração na massa da memória, que se fundamenta em alterações nas facilitações e resistências das cadeias associativas. O Pcpt nutre a consciência; nossas lembranças normais são destituídas de sensoriedade. A instância crítica se localiza no Pcs, responsável também pelo movimento voluntário e a descarga. O impulso dos sonhos, os desejos oníricos, tem origem no Ics, e só podem chegar à consciência pelo Pcs, que o modifica. Como se formam os sonhos? Em vigília, o fluxo excitatório é progressivo (Pcpt->Pcs/M); no sonho ele é regressivo, no sentido do Pcpt.[2] Também, no estado de sono a instância crítica do Pcs está reduzida. A regressão pressupõe a força atrativa de resíduos mnêmicos com intensidade sensorial, explicando assim também as “considerações à representabilidade”. A cena do sonho repete uma cena infantil. Destacam-se 3 em 1 aspectos da regressão: tópico, temporal e formal.
Tópicos secundários: associações, regressão e psicopatologia, memória.
Conceitos primários: Regressão, inconsciente, pré-consciente, consciência, catexia.
Conceitos secundários: resistência, censura.
Resumo detalhado:
Freud apresenta um resumo dos resultados da investigação até então. É necessário investigar a relação entre o desejo e as quatro condições da formação do sonho e as interrelações entre elas, e o lugar dos sonhos na vida anímica (par. 01).
Lembre-se do sonho “pai, não vês que estou queimando” com o qual Freud introduziu o capítulo: em nome do desejo de representar o filho ainda vivo, o trabalho do sonho transforma os pensamentos oníricos em sonho (par. 02).
A característica mais geral e notável dos sonhos: um pensamento carregado de desejo objetiva-se no sonho, é encenado ou vivenciado (par. 03).
No sonho em questão o “talvez” dos pensamentos oníricos é omitido e este se transforma em imagens visuais e fala (pars. 04 e 05).
Partindo desse exemplo e do sonho da injeção de Irmã, Freud salienta que os sonhos, assim como os devaneios, se exprimem no presente: “O presente é o tempo em que os desejos se representam como realizados” (par. 06).
Mas diferentemente do devaneio, no sonho os pensamentos se transmudam em imagens sensoriais às quais se dá crédito, são vivenciadas (mesmo os sonhos que parecem exceção, como o do “autodidasker”). Trata-se do mesmo fenômeno das visões e alucinações (par. 07).
Fechner (1889): “… a cena de ação nos sonhos é diferente da cena da vida representqacional de vigília” (par. 08).
Trata-se de uma localização psíquica. Não se trata do cérebro, mas de se imaginar um aparelho anímico, semelhante a um aparelho fotográfico ou um telescópio, onde a localização psíquica corresponderia a um ponto no interior desse aparelho (par. 09).
“… Retratataremos o aparelho psíquico como um instrumento composto a cujos componentes daremos o nome de ‘instâncias’, ou ‘sistemas’“. Poderia haver uma relação espacial entre os sistemas-Y no aparelho, mas que pode ser expressa também como uma relação temporal, relativa ao fluxo da excitação (par. 10).
A atividade psíquica no aparelho tem um sentido, ou uma direção, que partede estímulos e termina na inervação. Haveria uma extremidade sensorial e outra motora. Na primeira, está o sistema que recebe percepções e na segunda, um que abre para a atividade motora. Os processos psíquicos partem da extremidade perceptiva em direção à motora:
O processo reflexo continua sendo o modelo de todas as funções psíquicas.  (par. 12).  A seguir, introduz-se uma modificação. Os traços que incidem sobre o aparelho permanecem como traços mnêmicos, que são modificações permanentes nos elementos do sistema. Mas um mesmo sistema não pode ser modificado pelas impressões e ao mesmo tempo estar aberto a elas, logo, trata-se de dois sistemas diferentes. O sistema Pcpt recebe estímulos, mas não retém seus traços, “não tem memória“, enquanto o sistema mnêmico, em seguida, “… transforma as excitações momentâneas do primeiro em traços permanentes” (par. 13).
Nos sistemas mnêmicos está a base da associação, que faz com que os traços ali retidos se liguem uns aos outros segundo critérios como o da simultaneidade de sua ocorrência. A associação está no fato de que diminui-se a resistência e estabelece-se vias de facilitação entre elementos Mnem, onde a ligação com um segundo elemento é mais forte que a com um terceiro (par. 14).
São vários elementos Mnem, onde são deixados vários registros diferentes. Por exemplo: 1o – simultaneidade temporal; 2o – similaridade, etc. Esses sistemas se definem pelos “… pormenores íntimos de suas relações com os diferentes elementos do material bruto da memória … [ou]… nos graus de resistência de condução erguida contra a passagem da excitação provenientes desses elementos” (par. 15).
É o sistema Pcpt que supre a consciência de qualidades sensoriais. As lembranças são inconscientes em si mesmas e sua massa determina o caráter do sujeito. As lembranças da infância são as que mais dificilmente se tornam conscientes. Quando lembranças vêem à consciência, sua qualidade sensorial é ínfima ou nula. Freud lança a hipótese de que “… nos sistemas-Y, a memória e a qualidade que caracteriza a consciência são mutuamente exclusivas” (par. 16).
Os sonhos nos ajudam a compreender outra parte do aparelho. A formação do sonho se deve ao fato de que duas instâncias entram em conflito, uma censora e outra censurada. A instância crítica tem mais relação com a consciência, a vida de vigília e a vontade. Assim, o sistema crítico ficaria na extremidade motora. Acrescentando esses dois sistemas (par. 17):
Os processos do sistema Pcs (pré-consciente) podem entrar na consciência dentro de certas condições (p. e. atenção, excitação). Ele controla o movimento voluntário. O sistema Ics (inconsciente) só tem acesso à consciência através do Pcs, onde seu “processo excitatório” sofre modificações (par. 18).
No Ics está o impulso para a formação dos sonhos, desde que se considere como tal o desejo onírico. O Ics força entrada no Pcs até à consciência (par. 19).
Essa via, o Pcs, é barrada de dia pela censura imposta pela resistência. Como e graças a que modificação então se formam os sonhos à noite? Se bastasse a hipótese da diminuição da resistência ou censura, o sonho não precisaria ter caráter alucinatório (com o do “Autodidasker”) (par. 20).
Nos sonhos a excitação é retrocedente. Ela se propaga ao sistema Pcpt, e não ao Pcs/M. A vida de vigília é progressiva, já os sonhos tem caráter regressivo(par. 21). N. R. 1: Alberto Magno e Hobbes já o haviam intuído.
A regressão não ocorre apenas nos sonhos. A rememoração deliberada é uma regressão à matéria prima, mas em vigília, não chega a ser alucinada. Porque o é nos sonhos? As transferências de intensidades no trabalho do sonho possibilitam a catexia do sistema Pcpt, do abstrato ao sensório (par. 22).
O conceito de regressão é útil pois se pode deduzir coisas a partir daí, como por exemplo uma outra característica da formação dos sonhos, e que diz respeito à perda das relações lógicas em sua expressão: estas se situam em sistemas Mnem posteriores, que na regressão perdem sua eficácia: “Na regressão, a trama dos pensamentos oníricos decompõe-se em sua matéria prima.” (par. 23).
As alterações nas “… catexias de energia ligadas aos diferentes sistemas” alterando a facilidade com que esses sistemas podem ser atravessados pela excitação é uma modificação que possibilita a regressão. Isso pode ser feito de mais de um modo: no estado de sono, a progressão da excitação do estado de vigília deixa de ser obstáculo a uma excitação que flua em sentido inverso (regressivo). Algo do tipo de uma “exclusão do mundo exterior” entra em jogo (par. 24).
Mas nos estados patológicos a regressão ocorre a despeito da incessante progressão de vigília. Nestes, os pensamentos que sofrem transformação são aqueles que se ligam a lembranças suprimidas ou inconscientes (par. 25).
Freud cita o exemplo de um paciente, um menino histérico de 12 anos que era impedido de dormir por alucinações que se ligavam a cenas primevas de masturbação (par. 26). Outro exemplo: uma visão tida por uma paciente de 40 anos antes de adoecer, ao acordar de manha, ligada a uma cena infantil relativa a sua mãe (par. 27).
Tais exemplos não são completamente desvinculados do sono. Mas outros exemplos deixam claro este processo. Os pensamentos vinculados às lembranças suprimidas ou inconscientes são atraídos para a regressão, para a forma em que essas lembranças estão registradas, já que as lembranças da infância costumam ter seu caráter sensorial mais vívido (par. 28).
Considerando-se a grande profusão de experiências infantis nos pensamentos oníricos, conjecturamos que, nos sonhos, essas lembranças também exercem um papel na transformação dos pensamentos em representações sensórias. O sonho é um “… substituto de uma cena infantil, modificada por transferir-se para uma experiência recente” (par. 29).
Scherner (1861) supõe que é necessária uma excitação sensória para haver sonho, e Freud objeta dizendo que tal pode ser obtido por um resíduo sensório de uma excitação psíquica, como numa revivescência de uma excitação visual, e cita um exemplo de si mesmo (par. 30).
A regressão consiste na “… resistência que se opõe ao avanço de um pensamento para a consciência pela via normal…“, ao mesmo tempo em que lembranças de grande força sensorial exercem atração sobre ele. Nos sonhos a regressão ainda é facilitada pela cessação da corrente progressiva, e em outros casos é necessário uma compensação por outros fatores. Nos sonhos e casos patológicos a distribuição de energia deve ser diferente, já que na vida normal não há revivescência. A consideração à representabilidade pode ser vinculada à atração seletiva dessas lembranças (par. 31).
Outras observações: são 3 em 1 aspectos da regressão, que valem tanto para os sonhos quanto para os sintomas: a) regressão tópica; b) regressão temporal e c) regressão formal (par. 32).
O sonhar é uma regressão à infância, não só do sonhador como também da espécie (paralelismo onto-filogenético). A psicanálise pode requerer o direito de ter como objeto os primórdios da raça humana (par. 33).
c) Realização de desejos
Resumo breve:
Tópico principal: Os desejos são idéias que reconhecemos durante o dia e não podemos satisfazer ou que suprimimos, ou tem origem no Ics e não podem chegar à consciência. Um desejo consciente só pode provocar um sonho na medida em que se apóia em um desejo inconsciente e infantil. Outros restos diurnos que não desejos também precisam desse apóio. Os sonhos desprazerosos se devem ao um desejo inconsciente cuja realização pode ser sentida como desprazerosa para o ego ou são sonhos de punição (nessa caso, o desejo inconsciente provém do ego, e não do recalcado). A relação entre os restos diurnos e o desejo do Ics é como a relação empresário/capitalista. A exitação das moções de desejo do Ics é transferida para as moções do Pcs. A natureza do desejo se fundamenta numa satisfação original e depois talvez alucinada, e há desejo sempre que há um impulso no sentido de recatexizar a representação ligada à vivência de satisfação. Mas um outraesfera de desejos entra na formação dos sonhos, os desejos do Pcs de continuar dormindo. O sonho é uma formação de compromisso nesse sentido.
Tópicos secundários: sintomas histéricos
Conceitos primários: regressão, “deslocamento/transferência”, Ics, Pcs, catexia.
Conceitos secundários: sintomas
Resumo detalhado:
Os sonhos seriam só e sempre realizações de desejo? Os sonhos de angústia não contradizem essa idéia? Os sonhos não contem outros atos psíquicos, como preocupações, expectativas, etc? O sonho do filho queimando reflete uma constatação durante os pensamentos do sonho. Trata-se de examinar mais de perto o papel dos desejos e dos pensamentos de vigília no sonho (par. 01).
Divide-se os sonhos em 2 grupos: realização direta de desejos, realização indireta[3] de desejos. Os primeiros são mais freqüentes em crianças (par. 02).
Qual a origem dos desejos que se realizam no sonho? 3 grupos: A) um desejo reconhecido mas que não pode ser satisfeito no dia, B)  um desejo reconhecido mas logo suprimido e C) um desejo que só emerge da parte suprimida da psique à noite. Os desejos do tipo A estão no Pcs, os do tipo B recuaram do Pcs para o Ics e os do tipo C são incapazes de sair do Ics (par. 3).
Freud acrescenta uma quarta fonte, os desejos que surgem durante a noite (fome, sede, etc). Examinando alguns exemplos (O sonho de Anna sobre o passeio no lago, o sonho da mulher sobre “homens às dúzias”), ele conclui que “… à primeira vista, todos os desejos parecem ter igual importância e igual poder nos sonhos” (par. 04).
Nas crianças os desejos são mais intensos e são capazes de produzir um sonho, mas nos adultos, que tem uma vida pulsional mais elaborada, esses desejos não realizados do dia precisam encontrar apoio em outro lugar (par. 05).
“Do inconsciente … um desejo consciente só consegue  tornar-se instigador do sonho quando logra despertar um desejo inconsciente do mesmo teor e dele obter reforço” Os desejos inconscientes estão sempre alertas, prontos para transferirem sua energia para uma moção consciente. A realização de desejo consciente é apenas aparente. Os desejos inconscientes[4], mantidos pelo recalcamento, são imortais e infantis. Assim, “… o desejo que é representado num sonho tem que ser um desejo infantil“, e isso anula a distinção precedente (par. 05). Nas crianças ainda não há distinção entre Ics ePcs, não se instalou a censura (par. 06).
Os desejos que restam da vida de vigília são secundários, assim como os estímulos noturnos. Cabe agora investigar o material que resta de vida de vigília, que não os desejos (preocupações, problemas, etc). Freud distingue 5 grupos: 1- o que não foi concluído durante o dia, 2- o que não foi tratado por insuficiência intelectual, 3- o que foi suprimido, 4- o que foi ativado no Ics, e 5- as impressões diurnas indiferentes (par. 07).
Os restos diurnos seriam pensamentos, e se ocorressem como o são à noite, não estariam nos sonhos. São modificações na catexia do Pcs (que também controla a atividade motora), provocadas pelo sono, que permitem o sonho. As excitações do Pcs só tem saída à noite pelas vias das excitações inconscientes, precisam desse reforço. Seja qual for o papel que os resíduos diurnos representam no sonho, eles tem que se submeter à ligação com um desejo do Ics (par. 08). Freud dá um exemplo de um sonho seu onde seu amigo Otto aparecia com a doença de Graves. Destaca da interpretação sua preocupação diurna com a saúde do amigo, e como isso se ligou a um desejo megalomaníaco da infância (par. 09).
Quando os pensamentos oníricos oferecem material oposto a uma realização de desejos, o trabalho do sonho pode se comportar de duas formas: 1- substitui por outras as representações aflitivas e suprime os afetos, produzindo um sonho puro de realização de desejos ou 2- as representações aflitivas sofrem pouca modificação e entram no conteúdo do sonho, e os afetos podem ser suprimidos ou pode chegar ao despertar (par. 10).
Nos sonhos desprazerosos, os pensamentos aflitivos se ligam a desejos inconscientes recalcados cuja realização pode ser sentida como aflitiva pelo eu. A satisfação pela realização do desejo recalcado pode contrabalançar o afeto aflitivo no sonho (par. 11).
Os sonhos desprazerosos podem ser de “autopunição”. Realiza-se neles o desejo inconsciente de ser punido por um outro desejo proibido. Mas o desejo inconsciente nesse sonhos não pertence ao recalcado, mas ao ego. Ao invés da oposição Ics/Cs, é melhor usar a oposição ego/recalcado. Esses sonhos ocorrem com mais freqüência quando os restos diurnos expressão uma satisfação proibida. Em NR Freud fala de um desejo do superego (par. 12).
Freud segue narrando um sonho dele mesmo, o sonho relativo ao filho dele (dos 5000 floris), para ilustrar o caso (pars. 13-15).
Toda uma classe de sonhos pode ser instigada pelos restos diurnos, mas mesmo assim é necessário que encontre uma força propulsora num desejo inconsciente (par. 16).
Analogia: o empresário é o resto diurno, o capitalista é invariavelmente um desejo oriundo do inconsciente (par. 17).
Podem ocorrer várias combinações nessa relação empresário/capitalista (par. 18).
Na maioria dos sonhos há um ponto central, sensorialmente forte, ligado diretamente ao desejo que se realiza. A força sensória se deve à quantidade transferida para eles dos pensamentos oníricos. A força do desejo difunde-se por uma esfera ao seu redor, fazendo com que elementos insignificantes sejam representados no sonho (par. 19).
As representações inconscientes só encontram expressão na medida em que transferem sua intensidade para as representações do Pcs. Essas representações podem ou não ser alteradas e o trabalho tende a escolher as mais insignificantes (par. 20).
O material irrelevante e recente entra com mais facilidade no sonho porque tem menos a temer da censura, pois ainda não tem vínculos associativos (par. 21).
O material Ics empresta a força e o Pcs empresta o conteúdo (par. 22).
Os restos diurnos são os verdadeiros pertubadores do sono (par. 23).
Mas o que são os desejos? Ver o quadro esquemático do cap. anterior (par. 24).
Os esforços do aparelho primitivo eram pra mantê-lo livre de estímulos (princípio de constância). O que põe fim ao estímulo externo é a “vivência de satisfação”. Trata-se de uma percepção específica cujo traço se liga aos do estímulo em questão. Surgindo novamente o estímulo, tenta-se catexizar novamente a percepção da satisfação. Isso é uma moção de desejo. No princípio, é possível que o aparelho alucinasse, regressivamente, a percepção em questão (par. 25).
A satisfação alucinada não pode perdurar, exige a catexia de uma percepção externa (em NR: trata-se do “teste de realidade”). Esse teste cabe ao Pcs. O pensamento é substituto do desejo alucinado. Os sonhos realizam seus desejos pela via curta da regressão. O sonho é o ressurgimento da vida anímica infantil já suplantanda. Esse método de funcionamento do aparelho ressurge também nas psicoses (par. 26).
As moções de desejo inconsciente tentam abrir caminho para a consciente também de dia, mas a censura mantém nossa saúde mental. À noite ela corta o acesso à motilidade. Mas quando ela falha durante a vigília, tem-se uma psicose (par. 27).
Os sonhos são realizações de desejo porque são produtos das moções Ics, onde só existem desejos. Os sintomas neuróticos são outros produtos dessa mesma natureza (par. 28).
Mas o sintoma histérico depende da realização de dois desejos, um do Ics e outro do Pcs que a ele se opõe. No caso dos sonhos, o que faz o papel do desejo Pcs é o desejo de dormir (par. 29).
Ver exemplo do sonho do filho pegando fogo, e dos sonhos de despertar. Para Freud “… por toda a duração de nosso estado de sono, sabemos com tanta certeza que estamos sonhando quanto sabemos estar dormindo” (par. 30).
Há pessoas que sabem estar sonhando e relatam poder interferir no curso de seus sonhos (pars. 31 e 32).
Tanto quanto o sonho satisfaz o desejo de dormir e o desejo inconsciente, ele é uma solução de compromisso (par. 33).
d) O despertar pelos sonhos– a função dos sonhos – sonhos de angústia
Toda noite o Pcs se concentra no desejo de dormir (par. 01).
Freud apresenta um resumo dos “achados” até então. Destaca-se que agora o caminho do fluxo da excitação no sonho faz um zigue-zague, indo em direção ao Pcpt e, não encontrando a descarga pela motilidade graças às alterações do estado de sono, regride no sentido do Pcpt (par. 02).
Freud discorre sobre a Cs: “… órgão dos sentidos …” para a “… apreensão de qualidades psíquicas …” A princípio, recebe excitações de duas fontes: da periferia do aparelho (Pcpt), e sensações de prazer e desprazer (transformações de energia no interior do aparelho). O princípio do prazer: “… essas liberações de prazer e desprazer regulam automaticamente o curso dos processos de excitação.” Com a diferenciação do aparelho, o Pcs adquire qualidades próprias para atrair a Cs, ligando seus processos aos signos lingüísticos. A Cs se torna órgão sensorial para parte de nossos próprios processos de pensamento. Logo, o Cs tem duas superfícies, o Pcpt e o Pcs(par. 03).
Quando a excitação no Ics se transfere ao Pcs adquire uma qualidade que atrai o Cs para a fonte da excitação, fazendo disso uma percepção. E assim é o sonho, que tem efeito despertador. A elaboração secundária está no próprio ato perceptivo do Cs que impõe sua ordenação à priori (par. 04).
Freud se pergunta sobre a ordem cronológica de todo esse processo. Goblot (1896): “O sonho é um despertar que começa” (par. 06).
Dugas (1897) contra Goblot: ocorrem sonhos que não nos despertam. Freud simplifica: uma primeira parte já começa durante o dia (Pcs), e uma segunda (Ics, elaboração, etc.) durante toda a noite (par. 07).
Mas simplificou demais. Na verdade, ocorre “… uma exploração simultânea deste e daquele caminho … oscilação da excitação … até que se agrupe …” O trabalho pode demorar mais que um dia e uma noite. O sonho “… é como um fogo de artifício, que leva horas para ser preparado, mas se consome num momento” (par. 08).
Ou o processo onírico adquiriu intensidade para atrair a consciência, ou terá de esperar até que o amanhecer torne a atenção mais móvel. As alucinações hipnopompicas[5] seriam um resíduo da percepção do Pcs?
Mas e os sonhos que nos acordam? Gasta-se menos energia dando um pouco de atenção aos processos do sonho do que se defendendo contra ele. E é assim que o desejo de dormir do Pcs se concilia com o desejo Ics para formar o sonho (par. 09).
Uma objeção. Se o desejos no Ics são sempre ativos, porque eles só aparecem com uma certa dificuldade nos sonhos? (par. 10).
Os desejos no Ics são “… caminhos que sempre podem ser percorridos, toda vez que uma quantidade de excitação se serve deles.” Também são indestrutíveis: “No inconsciente, nada pode ser encerrado, nada é passado ou está esquecido” Segue-se uma comparação com os ataques histéricos. O esmaecimento geral das lembranças são um efeito secundário, fruto de trabalho árduo. “… a psicoterapia não pode seguir outro caminho senão o de colocar o Ics sob o domínio do Pcs.” (par. 11).
São 2 os caminhos possíveis para uma excitação no Ics: 1- ou ela encontra descarga para a motilidade ou 2- sua excitação fica ligada pelo Pcs, que é o que ocorre no sonho. Isso faz com que a excitação do Ics fique impotente como perturbação. Novamente, deixar assim o processo Ics seguir seu curso, ligado no Pcs e desembaraçando-se dele no sonho, é mais econômico do que manter o Ics sob “rédeas curtas”.[6] Qual a função do sonho? “… recolocar sob o controle do pré-consciente a excitação do Ics que ficou livre”. O sonho lhe serve de válvula de escape, preservando o sono em troca de um pequeno dispêndio de energia. Ele é uma formação de compromisso. Freud faz referência à teoria de Robert (1886) (par. 12).[7]
Mas o compromisso pode resultar em fracasso. Se a tentativa de realizar o desejo inconsciente fere o Pcs rompe-se o compromisso e restabelece-se o estado de vigília. São os sonhos de angústia (par. 13).
A angústia se deve à realização do desejo do Ics que foi repudiado ou suprimido pelo Pcs, consistindo prazer para o primeiro, e desprazer para o segundo. Os sintomas neuróticos mostram que os dois sistemas estão em conflito. Freud faz alguns comentários sobre a fobia (par. 14).
E os afetos? Depois do recalcamento, os afetos antes prazerosos produzidos pelos processos inconscientes se tornaram desprazerosos. A supressão[8]tende a impedir esse desprazer. Freud entende por afeto algo como uma função motora ou excretora. Que o Pcs domine o Ics quer dizer que ele deve inibir os impulsos do Ics (par. 15).
O que faz surgir é angústia é quando o processo onírico envolve conteúdos recalcados que adquiriram força suficiente para irromper como Cs. Mas aí já se trata do problema da angústia em si, e não do problema dos sonhos (par. 16).
A teoria dos sonhos de angústia faz parte da psicologia das neuroses, e a angústia neurótica provém de fontes sexuais (par. 17).
Seguem-se exemplos de sonhos, onde a angústia se mostra relacionada a conteúdos sexuais (par. 18).
O sonho das pessoas com bicos de pássaro, de Freud, aos 7 ou 8 anos (par. 19).
O sonho de um homem de 27 anos, tipo entre os 11 e 13 anos (par. 20).
Observação teórica: a visão da relação sexual dos pais causa angústia na criança por que ela não pode compreender a excitação que sente (par. 21).
O terror noturno também tem a mesma explicação. O que pode causar excitações sexuais são os acidentes da vida, ou ainda os próprios processos de desenvolvimento (par. 22).
Freud aproveita para tirar um sarro da interpretação desses fenômenos dado por um autor chamado Debacker (1881) (par. 24).
Continuando sua crítica, narra o sonho de um menino citado por ele, e algumas observações subseqüentes (par. 25).
Freud supõe em relação a esse caso e com base no sonho que a criança se masturbava; que na puberdade sua sexualidade foi novamente excitada e que, por fim, lutou contra sua libido suprimindo-a, e ela se transformou em angústia (par. 26).
Freud apresenta jocosamente a interpretação Debacker, que não tem interesse aqui (pars. 27-33).
e) Os processo primário e secundário – recalcamento
Freud se desculpa: O que deve ser descrito sucessivamente na verdade ocorre simultaneamente. É-se obrigado a lançar mão do conhecimento obtido com o estudo das neuroses para entender os sonhos (par. 01).
O trabalho de Freud acomoda as várias idéias contraditórias dos autores precedentes (ver cap. I) (par. 02).
Freud sintetiza: o conteúdo ligado às ocupações e interesses da vida cotidiana encontram lugar nos pensamentos oníricos ao passo que as impressões irrelevantes, ou por não ainda não terem sido requisitadas por esses pensamentos ou por serem mais aptas a driblar a censura, encontram lugar no conteúdo do sonho (par. 03).
A hipermnésia nos sonhos, e a conseqüente ocorrência de material infantil se tornou um dos pilares da doutrina (par. 04).
Os estímulos sensoriais externos tem o mesmo papel que os restos diurnos, sendo utilizados para fins de realização de desejos. A “… revivificação regressiva das lembranças que atuam no sonho…” justificam os estímulos sensoriais subjetivos (par. 05).
As sensações orgânicas externas podem sempre fornecer material aos sonhos (cair, flutuar, estar inibido) (par. 06).
O fato do sonho utilizar estruturas psíquicas já pronta justifica a rapidez com que pode comprimir muito material num sonho (par. 07).
O fato da memória dos sonhos ser distorcida não é problema já que a distorção está presente desde o princípio (par. 08).
Freud discute a questão do sono e da vigília. As características distintivas se justificam em parte pelo processo de sono, em parte pela concentração no desejo de dormir e em parte pelo retraimento do mundo externo. O abandono de representações-meta consciente dá lugar a representações inconscientes, etc. (par. 09).
Freud considera outros pontos da discussão sobre os autores precedentes, quanto à função dos sonhos, e encontra lugar para Robert, Havellock Ellis, etc. (par. 10).
Por fim, Freud comenta a teoria de Schernersobre a “fantasia onírica”, preferindo ver nela uma função geral do inconsciente, e acredita ter estabelecido em bases mais firmes a questão da relação dos sonhos com os distúrbios psíquicos (pars. 11-12).[9]
Um problema: o sonho preserva a atividade normal de pensamento, mas, ao mesmo tempo, tudo o que foi descrito como “trabalho do sonho” não se parece com o que se conhece como tal, e a interpretação dos sonhos “repete” esse trabalho (par. 13).
Uma das conjunturas que pode levar à formação de um sonho (par. 14):
Os pensamentos cotidianos, lógicos, entram no sonho, mas não são executados nele. É possível que esses pensamentos passem desapercebidos pela consciência, o que prova que “… as mais complexas realizações do pensamento são possíveis sem a assistência da consciência…” É por várias razões que a atenção, pressuposto para a consciência, pode ser desviada da cadeia de pensamentos. Por tocar num ponto inadmissível, ou criticável segundo as necessidades da própria cadeia. A menos que essa cadeia de pensamentos assuma uma alta intensidade, é possível que ela continue a se desenrolar sem a participação da consciência (par. 15).
Uma cadeia de pensamentos assim é pré-consciente e racional. Foi negligenciada, interrompida ou suprimida. Essa cadeia é como se uma excitação partisse de uma representação meta e se difundisse pelas vias associativas selecionadas pela representação meta. As cadeias desprezadas são as que não recebem catexia, e as suprimidas são as que tem sua catexia retirada, ficando, ambas, entregues a suas próprias excitações. Às vezes uma cadeia pode atrair a consciência e se tornar hipercatexizada (par. 16).
Uma tal cadeia pode cessar, quando sua energia se difunde pelas vias associativas até decair e se tornar aquiescente. Mas essa cadeia pode se ligar a uma representação-meta no Pcs derivadas de fontes inconscientes, e receber a energia desse último, sendo “arrastada para o inconsciente” e podendo persistir (par. 17).
Outras conjunturas: a cadeia pré-consciente pode ter estado ligada ao Icsdesde o início, determinando sua supressão, ou um desejo inconsciente pode ser ativado e ligado à cadeia pré-consciente por conta própria. Nos 3 casos: passa a existir no pré-consciente uma cadeia desprovida de catexia do Pcsmas reforçada pelo Ics (par. 18).
Então a cadeia pode sofrer transformações que não reconhecemos mais como normais (par. 19):
1- A intensidade de toda uma cadeia de pensamento pode se acumular num único representante dela: compressão ou condensação. Nisso, “… toda interligação psíquica se transforma numa intensificação de seu conteúdo de representações” (par. 20).
A direção da condensação é determinada pela relação entre os pensmentos do Pcs e a atração exercida pelas lembranças do Ics. Seu efeito é a obtenção de intensidades suficientes para irromper no Pcpt (par. 21).
2- Graças a liberdade das transferências de energia, formam-se “representações intermediárias”, formações mistas de compromisso (par. 22).
3- As intensidades se transferem pelas mais frouxas associações, como homônimos ou parônimos (par. 23).
4- Pensamentos contraditórios subsistem lado a lado, combinam-se na condensação ou em alguma outra forma de compromisso (par. 24).
A principal característica desses processos é que a energia é mais móvel e passível de descarga (par. 25).
Logo, são 2 os processos de pensamento distinguíveis no sonho. Um perfeitamente racional, e outro desconcertante e irracional. Esse segundo foi chamado de “trabalho do sonho” (par. 26).
É possível transpor o que ocorre na histeria para o que ocorre no sonho: na primeira, “… esses pensamentos normais foram submetidos a um tratamento anormal…” (par. 27).
Isso acontece quando “… um desejo inconsciente, derivado da infância e em estado de recalcamento, se transfere para ela [a cadeia normal de pensamentos]” Daí a suposição de que o desejo propulsor do sonho vem doIcs. Cumpre explicar agora o “recalcamento” (par. 28).
Freud tece considerações sobre o aparelho descrito na parte B e sobre o desejo como moção no sentido de um repetição de uma vivência de satisfação, gerando prazer. Outras considerações sobre o principio do prazer. O primeiro desejar foi alucinado, mas logo isso passou a não servir mais à satisfação (par. 29).
Foi necessária uma segunda atividade, que pudesse alterar o mundo externo de forma a produzir uma satisfação real. Trata-se aí, respectivamente, dos germes do Ics e do Pcs (par. 30).
A atividade do Pcs precisa dispor da totalidade do material mnêmico, mas seria inútil e um desperdício gastar toda a energia com a totalidade desse material o tempo todo: deve-se dispor de uma quantidade para agir no mundo externo. Assim, o Pcs conserva a maior parte de sua energia em estado dequiescência e usa só uma pequena parte no deslocamento: “… a atividade doprimeiro sistema-Y está orienta para garantir a livre descarga das quantidades de excitação, enquanto o segundo sistema, por meio das catexias que dele emanam, consegue inibir essa descarga e transformar a catexia numa catexia quiescente, sem dúvida com uma elevação simultânea de seu nível” São condições mecânicas diversas. O segundo sistema só permite a descarga quando suspende suas inibições, após um trabalho explaratório (par. 31).
Relação inibição do Pcs e princípio do prazer: um protótipo do recalcamento: evitação da lembrança de qualquer coisa que um dia nos foi aflitiva, sem esforço e regularmente feita pelo aparelho psíquico. Observar relação entre lembrança e percepção. Freud inicia o argumento considerando uma circunstância dolorosa. O organismo faz o que pode para cessar a dor (desprazer), o que coincide com a cessação de uma percepção (prazer). O retorno dessa percepção, como alucinação ou evocada pela presença de “contingências”, geraria desprazer (par. 32).
O Ics não pode fazer mais que desejar. O Pcs requer livre acesso a todas as lembranças depositadas pela experiência. O princípio do (des)prazer comanda os dois sistemas, mas o segundo catexiza as lembranças de forma tal que haja uma inibição da descarga a partir delas, incluindo a descarga do desprazer. A chave da teoria do recalque: “… o segundo sistema só pode catexizar uma representação se estiver em condições de inibir o desenvolvimento do desprazer que provenha dela“[10] Mas o início do desprazer deve ser permitido, já que é isso que informa a necessidade de uma inibição (par. 33).
À atividade do primeiro sistema, chamamos processo primário, e à do segundoprocesso secundário (par. 34).
Há mais uma razão para o processo secundário corrigir o primário. O processo primário visa uma identidade perceptiva da experiência de satisfação, ao passo que o processo secundário visa uma identidade de pensamento. Trata-se aí de uma via indireta entre a lembrança da satisfação e os movimentos necessários para obter uma repetição sua por meio da motilidade. O pensar não pode se deixar intervir pelas intensidades, tem que ser indiferente ao p. do desprazer. Os processos primários fogem da representação meta. Isso se dá graças a uma nova hipercatexia, a consciência. Mas mesmo assim, nosso pensar é sempre exposto a um falseamento pela interferência do p. do desprazer (par. 35).
A sujeição do processo secundário ao primário é a atividade que conduz aos sonhos e aos sintomas histéricos. Essa ineficiência se dá por duas razões, o próprio aparelho, ou pela intrusão das forças orgânicas. Se originam na infância (par. 36).
O “primário” também indica uma cronologia. Os processos primários estão presentes desde o princípio, ao passo que os secundários só depois adquirem supremacia. O “âmago de nosso ser”[11] consiste em moções de desejos inconscientes, que permanecem inacessíveis às inibições do Pcs, e pressionam todas as tendências anímicas posteriores. Também, uma ampla esfera do material mnêmico fica inacessível à catexia do Pcs (par. 37).
Algumas desssas moções de desejo Ics/infantis podem contradizer uma representação meta do Pcs, gerando desprazer, e isso “… constitui a essência daquilo que chamamos ‘recalcamento’.”Os materiais mnêmicos que assim não se submetem ao processo secundário “… ficam entregues a si próprios – ‘recalcados’ – e é assim que a presença de um reservatório de lembranças infantis subtraídas desde o princípio ao Pcs torna-se o sine qua non do recalcamento” (par. 38).
Pode-se cessar o desprazer simplesmente retirando a catexia dos pensamentos pré-conscientes associados às lembranças infantis, ou, pode acontecer uma formação de compromisso, quando ocorre um reforço orgânico. O Pcs produz contracatexias para se defender desses pensamentos pré-conscientes, que por sua vez recebem um reforço da catexia do Ics. Abandonado pelo processo secundário e reforçados pelos desejos do Ics, ficam sujeitos ao processo primário, que, em última instância, alucina. Freud faz duas outras observações, considerando a ligação dos processos pré-conscientes com as palavras: uma culminaria em seu livro sobre os atos falhos, e outra no livro sobre os chistes. O riso, neste último, se deve ao excesso de energia que irrompe quando nos permitimos esses modos de pensamento (par. 39).
Segundo a teoria das neuroses, há sempre um desejo infantil inconsciente de natureza sexual recalcado por trás dos sintomas. Mas ainda não se pode dizer se o caráter de “sexual” deve ser atribuído aos sonhos também. Freud deixa isso em aberto, e também a questão da distinção mais fina entre o trabalho do sonho e os processos neuróticos (par. 40).
Mas outra coisa interessa. Se há uma identidade entre os processos patológicos e processos tão normais como os sonhos, isso quer dizer que “… o suprimido continua a existir, tanto nas pessoas normais quanto nas anormais e permanece capaz de funcionamento psíquico.” À noite, esse material encontra modos de irromper na consciência: “Flectere si nequeo superos, Acheronta movebo” (par. 41).
“A interpretação dos sonhos é a via real para o conhecimento das atividades inconscientes da vida anímica.” (par. 42).
Freud faz algumas considerações sobre o patológico ser exarcebamento ou diminuição do normal (par. 43).
f) O inconsciente e a consciência – realidade
O uso da terminologia até então pode ter levado a entender que os “sistemas” pressupõe lugares no aparelho, e que as representações se deslocam de cá para lá. Mas isso é apenas uma representação tópica. Numa representação dinâmica, é melhor dizer que uma determinada quota de energia é ligada ou desligada de um agrupamento psíquico, que fica ou não sob a influência de uma dessas instâncias O que é móvel não são os agrupamentos psíquicos, mas a “inervação” (par. 01).
Mas a imagem tópica é útil. Não se deve compará-la ao sistema nervoso, melhor seria um telescópio com suas lentes.  Censura entre os dois sistemas seria como “… a refração que ocorre quando o raio de luz passa para um novo meio” (par. 02).
Freud passa a considerar o estado “atual” da psicologia. Distingue o que deve ser a atitude dos médicos contra os filósofos, o risco de se identificar “psíquico” com “consciente”, e diz que a mais simples observação dos processos patológicos demonstra processos de pensamento, portanto psíquicos, que não excitam a consciência. Pode-se conhece-los através de seus produtos na consciência (par. 03).
Freud cita Lipps (1897), para quem a base do psíquico é o inconsciente, sendo esta a esfera mais ampla sobre a qual se edifica a consciência. Sua natureza mais íntima nos é tão desconhecida quando a das coisas externas (par. 04).
Com a hipótese do inconsciente estabelecida, uma série de problemas deixam de existir ou podem ser melhor estudados: sobre os sonhos e a vida consciente, sobre a criação artística, etc. (par. 05).
“O respeito conferido aos sonhos na Antigüidade … baseia-se num discernimento psicológico correto e é a homenagem prestada às forças incontroladas e indestrutíveis do espírito humano …” (par. 06).
Freud diferencia seu uso do termo inconsciente do uso de outros autores. Para ele, não se trata só daquilo que não é consciente, mas principalmente daquilo que é inadmissível à consciência. No primeiro caso, trata-se do Pcs, e no segundo, do Ics. O Pcs funciona como uma tela entre o Ics e a consciência, barrando o acesso à consciência e controlando o acesso à motilidade, e tem a seu dispor uma quantidade de energia móvel ligada à função da atenção (par. 07).
Evitemos termos como supra ou subconsciente (par. 08).
À consciência resta um papel de órgão sensorial para a percepcão de qualidades psíquicas. O sistema Cs é mecanicamente semelhante ao Pcpt, sem memória. O próprio aparelho psíquico é externo ao Cs. Esta, portanto, recebe afluxos tanto do Pcpt, quanto do interior do aparelho, sentidas assim como prazer-desprazer (par. 09).
Freud discute qual seria a função da consciência, já que processos de pensamento racionais podem ocorrer sem ela. Mas há uma analogia entre oCs e os sistemas Pcpt. A atividade sensorial dirige a atenção para o foco da atividade, regulando a descarga. A princípio, tudo se regulava pelo princípio do desprazer, mas a Cs pode dirigir o fluxo das excitações pelas vias mais adequadas, trata-se de um aperfeiçoamento do aparelho. O recalque afeta as lembranças pois impossibilita a elaboração Cs com um investimento extra (par. 10).
Teleologicamente falando, a ligação dos pensamentos com as “lembranças” verbais possibilitam que os processos de pensamento tenham outras qualidades que as de prazer e desprazer, que podem atrair a consciência e dotar o pensamento de um novo investimento. A consciência tem a ver com o fato do homem falar (par 11).
Deve-se também supor uma censura entre o Pcs e o Cs, que só entra em vigor acima de um determinado limite. Freud dará dois exemplos (par. 12):
A queixa da moça sobre a “coisa que se movia dentro dela” (par. 13).
O rapaz que queria castrar o pai (par. 14).
O estudo dos sonhos contribui com o conhecimento psicológico e o problema das neuroses. Freud se faz questões, como, por exemplo, o estatuto ético dos desejos no sonhos e nas neuroses (par. 15).
Mas não se preocupa com elas. Freud não acha que o homem que sonhou que matava o imperador deve ser executado. Cita Platão, dizendo que o que o homem virtuoso sonha, o perverso faz. Os sonhos devem ser absolvidos. Freud distingue a realidade psíquica da realidade material. Freud cita Sachs (1912): “… o monstro que vimos sob a lente de aumento da análise revela-se um minúsculo infusório” (par. 16).
Freud segue discutindo as questões éticas. O valor do sujeito deve ser considerado pela descrição consciente, quando o inconsciente pode ser suprimido na maior parte, a distinção entre um desejo no inconsciente e um ato na vida (par. 17).
Os sonhos estão enraizados no passado, mas representam um futuro onde um desejo se realiza, no presente (par. 18)

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