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Material de Apoio Nestor Távora Nocoes de Direito Penal Aula 04

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1 
CARREIRAS PÚBLICAS NÍVEL MÉDIO. 
Noções de Direito Penal. 
Prof.: Nestor Távora. 
Aula: 04. 
Monitor: Filipe Ribeiro. 
 
 
 
 MATERIAL DE APOIO – MONITORIA 
 
Índice. 
I. Anotações. 
II. Lousa. 
III. Questões. 
 
I. ANOTAÇÕES. 
 
4. FATO TÍPICO (continuação). 
 4.4. Tipicidade. 
 a. Conceito. 
 a.1. Teoria clássica: Basta que a conduta humana esteja enquadrada na 
descrição legal para que exista tipicidade (tipicidade formal). 
 a.2. Teoria moderna: É necessário aliar o enquadramento da conduta no texto 
da lei (tipicidade formal) à tipicidade material (relevância da lesão ao bem jurídico). 
 b. Princípio da Insignificância ou Princípio da Bagatela. 
 b.1. Conceito: O fato praticado não será considerado como crime, se a conduta 
não atinge bem jurídico relevante. Exemplo: subtrair um chocolate de R$ 2,00 no mercado. 
 b.2. Consequência: Não há responsabilidade penal. 
 ADVERTÊNCIA: Nada impede que ocorra a responsabilidade civil, 
impondo-se o dever de indenizar. 
 b.3. Requisitos: 
 I. Mínima ofensividade da conduta. 
 II. Ausência de periculosidade social da ação. 
 III. Reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento. 
 IV. Inexpressividade da lesão jurídica provocada. 
 Exemplo: subtração de um lápis do LFG. 
 OBSERVAÇÃO: O Direito Penal é reservado para a tutela de bens jurídicos 
relevantes, sendo inaplicável à condutas que não caracterizam prejuízo importante 
ao titular do bem. 
 
5. ILICITUDE OU ANTIJURIDICIDADE. 
 5.1. Conceito: é a contrariedade existente entre o fato típico e o ordenamento legal. 
 CONCLUSÃO 1: Quando a conduta humana é enquadrada em um tipo incriminador, 
temos um fato típico. 
 CONCLUSÃO 2: Normalmente, todo fato típico é contrário ao ordenamento, estando 
caracterizado como ilícito. 
 5.2. Excludentes de ilicitude. 
 I. Conceito: o Código Penal aponta situações onde a ilicitude da conduta é excluída 
(art. 23 do CP1). 
 
1CP. Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade; 
II - em legítima defesa; 
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Excesso punível. 
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo 
excesso doloso ou culposo. 
 2 
 
 II. Hipóteses: 
 a. Estado de necessidade. 
 a.1. Conceito: de acordo com o art. 24 do CP2, “considera-se em estado de 
necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual que não provocou por sua 
vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas 
circunstâncias, não era razoável exigir-se”. 
 a.2. Requisitos: 
 i. Perigo: é a ameaça de lesão ao bem jurídico. 
 CONCLUSÃO: Ele pode ser provocado por ato do homem, por desastres 
naturais ou, até mesmo, por animais. Exemplo: naufrágio. 
 ii. Atual: é o perigo presente, que está acontecendo. 
 ADVERTÊNCIA: A doutrina tem admitido o perigo iminente, que é 
aquele prestes a ocorrer. 
 iii. Que não provocou por sua vontade. 
 CONCLUSÃO: Quem provoca o perigo dolosamente, não poderá invocar 
estado de necessidade. 
 iv. Nem podia de outro modo evitar. 
 CONCLUSÃO: O estado de necessidade só se justifica quando a lesão for 
a única forma de proteção ao bem jurídico. 
 v. Direito próprio ou alheio. 
 CONCLUSÃO: Existe estado de necessidade próprio ou de terceiros. 
 vi. Cujo sacrifício, naquelas circunstâncias, não era razoável 
exigir-se. 
 CONCLUSÃO: Devemos comparar o bem salvo e o lesionado, para 
averiguar se houve proporcionalidade. 
 a.3. Questões complementares. 
 i. Quem tem o dever legal de enfrentar o perigo, não pode invocar estado 
de necessidade (art. 24, §1º do CP). Exemplo: bombeiros. 
 ii. Se não houve razoabilidade no sacrifício, há crime, mas a pena pode 
ser reduzida de 1/3 a 2/3 (art. 24, §2º do CP). 
 iii. Estado de necessidade defensivo x estado de necessidade agressivo. 
 CONCLUSÃO 1: No defensivo, o bem sacrificado pertence ao causador do 
perigo. 
 CONCLUSÃO 2: No agressivo, o bem sacrificado pertence a um terceiro. 
 
 b. Legítima defesa. 
 b.1. Conceito: nos termos do art. 25 do CP3, está em legitima da defesa 
“quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou 
iminente, a direito seu ou de outrem”. 
 b.2. Requisitos: 
 i. Existência de uma agressão. 
 CONCLUSÃO: É um ataque praticado e provocado por pessoa humana. 
 ii. Agressão injusta 
 CONCLUSÃO: É a agressão ilícita. 
 iii. A agressão deve ser atual ou iminente. 
 CONCLUSÃO 1: Agressão atual é aquela que está ocorrendo. 
 
2CP. Estado de necessidade. 
Art. 24 - Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, 
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo 
sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se. 
§ 1º - Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º - Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida 
de um a dois terços. 
3CP. Legítima defesa. 
Art. 25 - Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, 
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem. 
 3 
 CONCLUSÃO 2: Agressão iminente é aquela que está prestes a ocorrer. 
 ADVERTÊNCIA: Não há legítima defesa de agressão passada ou 
contra agressão futura (suposta). 
 iv. Agressão dirigida a direito próprio ou alheio. 
 CONCLUSÃO 1: A legítima defesa é invocada em proveito próprio ou de 
terceiros. 
 CONCLUSÃO 2: Admite-se legítima defesa na proteção de qualquer bem 
jurídico, como a vida, a integridade física, o patrimônio e a honra. 
 v. Utilização dos meios necessários. 
 CONCLUSÃO: São os meios menos lesivos, mas aptos a conter a 
agressão. Exemplo: se uma arma de choque é suficiente, não devemos utilizar a arma de fogo. 
 vi. Moderação. 
 CONCLUSÃO: Não se deve ir além do necessário para proteger o bem 
jurídico. 
 b.3. Questões complementares. 
 i. Excesso (art. 23, §único do CP). 
 CONCLUSÃO: A pessoa inicia a conduta justificada, mas perde a 
moderação. 
 OBSERVAÇÃO 1: Excesso doloso: o agente responde pelo resultado 
dolosamente. 
 OBSERVAÇÃO 2: Excesso culposo: o agente responde pelo resultado 
culposamente. 
 ii. Legítima defesa sucessiva. 
 CONCLUSÃO: Acontece quando o agressor pode reagir, pois a vítima que 
estava em legítima defesa passou a se exceder. 
 
 c. Exercício regular de um direito (art. 23, III do CP). 
 c.1. Conceito: não comete crime quem atua dentro dos limites estabelecidos no 
ordenamento jurídico. 
 CONCLUSÃO: O agente está exercendo uma prerrogativa conferida pela lei. 
Exemplo 1: intervenção cirúrgica, desejada pelo paciente. Exemplo 2: lesão esportiva, dentro 
das regras do esporte. 
 c.2. Ofendículos: são os aparatos visíveis destinados à defesa de qualquer bem 
jurídico. Exemplos: pregos no muro, cerca elétrica. 
 OBSERVAÇÃO: Enquadramento. 
 I. 1º posição: Eles são uma espécie de legítima defesa, chamada de 
preordenada, já que o aparato só funciona quando a agressão acontece. 
 I. 2º posição: Eles caracterizam o exercício regular do direito de proteção dos 
bens jurídicos. 
 
 d. Estrito cumprimento do dever legal (art. 23, III do CP). 
 d.1. Conceito: não incorre em crime quem pratica um fato típico, por força dodesempenho de obrigação imposta por lei. Exemplo: policial que priva alguém da liberdade, 
cumprindo ordem judicial. 
 d.2. O que é dever legal? 
 CONCLUSÃO: É toda obrigação derivada direta ou indiretamente da lei, decreto, 
regulamento, ordem judicial, etc. 
 d.3. Legitimidade. 
 CONCLUSÃO: São abrangidos funcionários ou agentes públicos, assim como 
particulares no desempenho de função pública. Exemplo: mesário. 
 
 e. Consentimento do ofendido. 
 e.1. Conceito: é uma excludente de ilicitude supralegal (não está no Código). 
 e.2. Requisitos: 
 i. Bem jurídico disponível. Exemplo: patrimônio. 
 ii. Quem consente deve ter capacidade jurídica e mental para dispor do 
bem. 
 4 
 iii. A manifestação deve ser livre, isenta de coação. 
 iv. Quem consente tem que compreender o significado e as 
consequências da decisão. 
 
6. Culpabilidade – tema da próxima aula. 
 
II. LOUSA. 
 
 5 
 
 
 
 6 
 
 
 
 7 
 
 
 8 
 
 
 
 9 
 
 
 
 
III. Questões. 
01. 2016 – FUNCAB - PC-PA - Escrivão de Polícia Civil. 
Afim de produzir prova em processo penal, o Juiz de Direito de determinada comarca 
encaminha requisição à Delegacia de Polícia local, ordenando que seja realizada busca 
domiciliar noturna na casa de um réu. O Delegado de Polícia designa, assim, uma equipe de 
agentes para o cumprimento da medida, sendo certo que um dos agentes questiona a 
legalidade do ato, dado o horário de seu cumprimento. O Delegado confirma a ilegalidade. No 
entanto, sustenta que a diligência deve ser realizada, uma vez que há imposição judicial para 
seu cumprimento. Com base apenas nas informações constantes do enunciado, caso os 
agentes efetivem a busca domiciliar noturna: 
a) não agirão criminosamente, uma vez que atuam no estrito cumprimento do dever legal. 
b) agirão criminosamente. 
c) não agirão criminosamente, em virtude de coação moral irresistível. 
d) não agirão criminosamente, já que há mera obediência hierárquica. 
e) não agirão criminosamente, pois amparados pelo estado de necessidade. 
 
02. 2016 – FCC - Prefeitura de Teresina – PI - Auditor Fiscal da Receita Municipal. 
Considere: 
I. obediência hierárquica. 
II. estado de necessidade. 
III. exercício regular de um direito. 
IV. legítima defesa. 
Dentre as causas excludentes de ilicitude, incluem-se o que consta APENAS em 
a) I e II. 
b) II, III e IV. 
c) I, II e IV. 
 10 
d) I, II e III. 
e) III e IV. 
 
03. 2016 – CESPE - PC-GO - Escrivão de Polícia Substituto. 
Considerando os aspectos legais, doutrinários e jurisprudenciais sobre a infração penal quanto 
aos elementos constitutivos, às espécies e aos sujeitos, bem como à ilicitude, às excludentes e 
ao excesso punível, à consumação e tentativa e ao concurso de pessoas, assinale a opção 
correta. 
a) O concurso de agentes na realização de um crime pressupõe sempre o prévio ajuste de 
vontades na consecução de um resultado danoso desejado por todos. 
b) Não será punível o excesso de legítima defesa se a pessoa usar energia exagerada para 
repelir uma agressão atual ou iminente, porque, em tais casos, não se pode exigir do homem 
médio agir moderadamente quando tomado de violenta emoção. 
c) Diz-se antijurídica e, portanto, punível a título doloso toda conduta contrária ao direito, 
ainda que praticada na crença sincera de se estar agindo com amparo em causa excludente de 
ilicitude. 
d) São exemplos de excludentes de ilicitude a coação moral irresistível, a legítima defesa, o 
estado de necessidade e o exercício regular de um direito. 
e) Nos crimes materiais, a consumação só ocorre ante a produção do resultado naturalístico, 
enquanto que, nos crimes formais, este resultado é dispensável. 
 
04. 2016 – COMPERVE - Câmara de Natal – RN - Guarda Legislativo. 
Sabe-se que não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade, em 
legítima defesa, em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de um direito, 
tratando-se os mencionados institutos de excludentes de ilicitude. Sobre essa temática, 
conforme o código penal, afirma-se que 
a) pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
b) está em legítima defesa quem, usando imoderadamente dos meios necessários, repele 
injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu. 
c) no estado de necessidade, embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a 
pena poderá ser reduzida de um a dois terços. 
d) o agente, em qualquer das hipóteses de excludente de ilicitude, responderá tão-somente 
pelo excesso doloso. 
 
05. 2016 - CESPE - TJ-DFT – Juiz. 
De acordo com o CP, constituem hipóteses de exclusão da antijuridicidade 
a) o estrito cumprimento do dever legal e o estado de necessidade. 
b) a insignificância da lesão e a inexigibilidade de conduta diversa. 
c) a legítima defesa putativa e o estrito cumprimento do dever legal. 
d) o estado de necessidade e a coação moral irresistível. 
e) o exercício regular de direito e a inexigibilidade de conduta diversa. 
 
Gabarito: 
1. b. 
2. b. 
3. e. 
4. c. 
5. a.

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