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Aulas de 6 a 10

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PSICOLOGIA SOCIAL I
AULA 6: PRECONCEITO, ESTEREÓTIPOS E DISCRIMINAÇÃO
Objetivos
1. Entender os conceitos de preconceito, estereótipo e discriminação;
2. Diferenciar os conceitos de preconceito, estereótipo e discriminação;
3. Reconhecer a importância e a relação dos fenômenos relativos ao preconceito, estereótipo e à discriminação.
PRECONCEITO A noção de preconceito como parte do estudo científico vem sendo estudado desde o séc. XIX. Seu maior pesquisador foi Gordon Allport que se tornou o principal autor e publicou o livro Prejudice.
Os estudos anteriores a Allport não tiveram grandes desdobramentos, pois consideravam a questão do preconceito como algo natural. Um exemplo disto são os estudos onde se aceitava superioridade racial.
As diversas teorias então davam relevância à explicação de, por exemplo, a suposta inferioridade dos negros, relacionando-os a um atraso evolutivo caracterizado por retardo intelectual e excessivo ímpeto sexual, entre outras coisas.
A partir dos anos 1930 iniciaram-se certas mudanças sobre o preconceito e, assim, entes fatos históricos foram considerados irracionais e sem fundamento científico. Na verdade, estas afirmações racistas eram expressões de interesses grupais, como consequência do processo de categorização social.
CARACTERÍSTICAS DO PRECONCEITO Em geral, não se reconhece o preconceito com facilidade e, o tema é desviado nos mais diversos ambientes sociais. 
O preconceito é expressado não apenas pelas atitudes e práticas cotidianas das diversas comunidades, mas principalmente por meio da estrutura social que efetivamente exclui as populações sócio-historicamente discriminadas, estratificando de maneira desigual as classes, os grupos, as pessoas.
O preconceito, como Aronson (2002) e seus colaboradores destacam, deve ser considerado onipresente. Estes autores afirmam que além de ser um fenômeno generalizado, o preconceito deve ser considerado também como perigoso, pois pode levar ao ódio extremo e até o genocídio.
Em casos menos radicais, o preconceito traz como consequência quase inevitável a redução da autoestima dos indivíduos alvo. As pessoas que pertencem a grupos sujeitos ao preconceito são vítimas, desde muito cedo, de ataques mais ou menos francos a sua autoestima.
Segundo Aronson o preconceito pode ser entendido como uma atitude. 
❢ “O preconceito é uma atitude negativa ou hostil contra pessoas de um grupo identificável, baseada exclusivamente na sua condição de membro do grupo.
Por exemplo, quando dizemos que uma pessoa tem preconceito contra os negros queremos dizer que ela está preparada para comportar-se fria ou hostilmente na relação aos negros e que ela acha que todos os negros são mais ou menos a mesma coisa.
Assim, as características que esse individuo atribui aos negros são negativas e fanaticamente aplicadas ao grupo como um todo – os traços ou o comportamento do indivíduo alvo do preconceito não são percebidos ou são desconsiderados”
Em outras palavras, uma pessoa preconceituosa pode desgostar de pessoas de certo grupo e comportar-se de maneira ofensiva para com elas devido à crença de que tal grupo possui características negativas. 
 
No caso do preconceito, estamos enfatizando o aspecto afetivo dos três componentes sobre atitudes (componente afetivo, cognitivo e comportamental).
 
❢ O preconceito pode ser positivo ou negativo. Uma pessoa pode ser a favor ou contra um determinado grupo. No entanto, na Psicologia Social o termo é usado especificamente nas atitudes negativas. Sendo assim, o preconceito nos leva necessariamente à realização de comportamentos discriminatórios.
DIFERENÇA ENTRE PRECONCEITO, ESTEREÓTIPO E DISCRIMINAÇÃO
Cognitivamente, os seres humanos processam aproximadamente da seguinte maneira:
ESTEREÓTIPO Crenças e atributos compartilhados sobre um grupo.
Temos uma tendência de generalizar a partir de similaridades percebidas e dificilmente nos focamos no que é diferente, já que ao nos basearmos no que é comum conseguimos tomar decisões mais rapidamente para poder atuar sem demora.
Durante o processo de socialização, somos levados a entender e categorizar o mundo que nos rodeia e formamos as ideias de quem somos e os papéis a desempenhar. Assim descobrimos a que grupo pertencemos e, através dessa diferenciação, o indivíduo recolhe informações generalizadas sobre os diversos grupos.
Podemos considerar então a socialização como uma das origens dos estereótipos. Na verdade, entramos em contato com determinados estereótipos desde o nascimento e passamos a aceitá-los sem grandes questionamentos até a adolescência, época em que apresentamos fortes dúvidas em relação a crenças e valores em geral, especialmente aqueles que associamos aos nossos pais.
Com a adolescência o jovem assimila outros estereótipos. Até então o processo de aquisição e formação dos estereótipos era feito principalmente por inculcamento dos pais, professores e outras figuras significativas do processo de socialização. Já na adolescência, outros agentes de socialização com quem o jovem interage reconstroem outra realidade da vida comunitária.
Assim, é pela experiência vivida no processo de socialização que os estereótipos são aprendidos, acomodados e assimilados e depois integrados em um determinado contexto cultural e sócio-histórico.
Considerando que o estereótipo é uma crença compartilhada, e a crença é uma cognição relacionada a um objeto, podemos considerar o estereótipo como sendo o componente cognitivo do preconceito. Podemos considerar também o estereótipo como um componente pré-atitudinal.
❢ De tal forma, o estereótipo permite conviver e interagir na sociedade já que ele facilita a organização de informações sobre pessoas e instituições de nosso ambiente social com os quais precisamos interagir. Mas, como estas cognições refletem, na verdade, generalizações bastante superficiais, os estereótipos não podem ser utilizados pelas pessoas de uma forma rígida, pois isto impossibilitaria enxergar as diferenças individuais e as particularidades de cada caso.
Aronson e colaboradores (2002) concordam com Allport ao afirmar:
“... O mundo é simplesmente complicado demais para que tenhamos uma atitude altamente diferenciada a respeito de cada coisa. Em vez disso, maximizamos nosso tempo e energia cognitivos desenvolvendo atitudes elegantes, exatas, em relação a alguns tópicos, enquanto confiamos em crenças simples e esquemáticas em relação a outros. (...) Dada a nossa limitada capacidade de processamento de informações, é razoável que os seres humanos se comportem como “avaros cognitivos” – que tomem atalhos e adotem certas regras empíricas na tentativa de compreender outras pessoas”.
OS ESTEREÓTIPOS E A FORMAÇÃO DA AUTOIMAGEM
Os estereótipos também participam na formação da autoimagem de cada um. Os estereótipos grupais com os quais nos identificamos orientam, em parte, a forma como atuamos e as expectativas que temos sobre nós mesmos.
Para entender melhor esta função dos estereótipos é interessante assinalar como eles se manifestam na percepção das diferenças segundo o gênero. Assim, uma mulher que comparte o estereótipo de que o sexo feminino é o sexo frágil, agirá de forma coerente, se colocando em posição onde precise ser cuidada e protegida por algum homem.
O fenômeno de estereotipagem dos gêneros distancia-se de fato da realidade, com grande frequência. Por exemplo, em algumas profissões, muitas pessoas, de nossa cultura, consideram as profissionais do sexo feminino como menos competente (como médicas ou engenheiras) somente pelo fato de serem mulheres, independentemente de suas capacidades.
DISCRIMINAÇÃO Se preconceito é uma atitude negativa, a discriminação é um comportamento negativo. Assim, crenças e estereótipos resultam, muitas vezes, mas nem sempre, em tratamentos injustos. Desta forma, chamamos de discriminação àquela ação negativa injustificada ou até prejudicial que é exercida contra os membros de um grupo vítima de preconceito.
Para entendera relação entre estereótipo e discriminação veja os experimentos realizados por Serif e seus colaboradores. Sherif, psicólogo turco, hoje um dos maiores pesquisadores das origens e formas de conflitos intergrupais e suas possíveis soluções.
Em relação às pesquisas da década de 1950 deste autor, Rodrigues, Assmar e Jablonski relatam: “Em três ocasiões distintas (1949, 1953 e 1945), durante três semanas passadas em um acampamento de férias de verão, um grupo de meninos entre 11 e 12 anos pensou estar se divertindo amenamente. Na verdade participavam, ainda que inadvertidamente, de um experimento em um setting natural acerca da origem da coesão grupal, bem como dos conflitos grupais, e, neste caso, de sua possível redução”.
Assim, Sherif dividiu os meninos em dois grupos que, no começo, não se conheciam. Com as diversas atividades, os meninos foram criando amizades e, quando, em um segundo momento, os dois grupos eram colocados para competir, diversos comportamentos e sentimentos hostis se evidenciaram.
As diversas formas de discriminação são institucionalizadas as organizações por meio de sistemas de opressão social amplamente conhecidos como racismo, machismo, homofobia, entre outros. Tais práticas, em geral associadas ao assédio moral podem convergir em qualquer forma de violência. Por exemplo, no caso da homofobia, entendida como o medo ou aversão homossexuais, essa discriminação socialmente estabelecida pode desembocar em um crime homofóbico que pode incluir desde uma agressão verbal ou psicológica até mesmo agressão física.
Uma maneira comum de realizar um diagnóstico da discriminação em uma organização é realizar o senso de seus colaboradores. Esse simples levantamento dirá quantas mulheres exercem cargos de chefia, que cargos os deficientes físicos estão ocupando, se pardos e negros estão em outro tipo de função que não seja só operacional, entre outras observações. Muitas vezes, estes dados demonstram a discriminação velada que existe nas organizações.
CAUSAS DO PRECONCEITO E DA DISCRIMINAÇÃO
A principal explicação para a causa do preconceito e da discriminação advém de um legado histórico e de circunstâncias sociais às quais estamos atrelados. Entretanto, a nossa história não pode ser considerada como a única e exclusiva causa das manifestações sociais do preconceito e dos atos discriminatórios que observamos nos jornais. 
A partir de uma análise histórica sobre a discriminação racial no Brasil alguns autores acreditavam na herança escravocrata de nosso país enquanto outros afirmam que a principal causa destas manifestações racistas é o sistema capitalista que auxiliou na manutenção de uma estrutura social discriminatória. Neste caso, a discriminação está relacionada com os ganhos materiais e simbólicos do grupo discriminador.
Na sociedade brasileira atual, onde contamos com leis que punem o preconceito, esperaríamos a erradicação da discriminação racial ou de gênero. Entretanto, a resposta é negativa a tal suposição, pelo menos para questões de raça e gênero. Diversos autores apontam para uma mudança na expressão desse preconceito assim como de seu conteúdo.
Como tentativa de explicar o preconceito e a discriminação surge o estudo da personalidade autoritária, onde o ponto principal consiste em delegar ao sujeito a responsabilidade de comportamentos racistas como o antissemitismo. 
Autores como Adorno (1950), entre outros, consideravam que o preconceito era um distúrbio da estrutura de personalidade autoritária. Estes autores sustentavam que a hostilidade contra os judeus muitas vezes coexistia com a hostilidade contra outras minorias. Mas estas pesquisas não encontraram suficiente suporte científico.
❢ Parece correto afirmar que o preconceito contém fortes raízes emocionais. Mas especificamente, a frustração gera hostilidade que é redirecionada e descarregada em bodes expiatórios.
AGRESSIVIDADE TRANSFERIDA Fenômeno onde os alvos para a agressividade étnica representam grupos concorrentes percebidos como responsáveis pela frustração pessoal.
Por outro lado, o preconceito se compõe também de elementos cognitivos.
Myers (2000) afirma: “Compreender a estereotipagem e o preconceito também ajuda a lembrar como a nossa mente funciona. Como as maneiras pelas quais pensamos sobre o mundo – e o simplificamos – influenciam nossos estereótipos? E como os estereótipos afetam os nossos julgamentos? As convicções estereotipadas e as atitudes preconceituosas existem não apenas por causa do condicionamento social e porque permitem às pessoas transferir hostilidades, mas também como subprodutos de processos de pensamentos normais”.
❢ Em outras palavras, a maioria dos estereótipos não é, na verdade, tanto produto da maldade das pessoas e sim da forma com elas simplificam os seus mundos complexos. Os estereótipos equivalem a ilusões perceptivas que são subprodutos da nossa capacidade de interpretar o mundo que nos rodeia.
❢ Assim, os estereótipos agrupam as pessoas em categorias que, por um lado, exageram a uniformidade dentro dos membros de um grupo e, por outro lado, aumentam as diferenças entre grupos.
❢ Somado a isto, a nossa percepção de pessoas distintivas e de ocorrências vividas nos levam muitas vezes à distorção de nossos julgamentos. Entendemos que pessoas distintivas são aquelas que se tornam salientes em um grupo por apresentar características totalmente únicas e diferentes do resto das demais.
Exemplo: Quando alguém se torna saliente em um grupo tende a chamar a nossa atenção e, muitas vezes, parece ser mais responsável que o resto pelo que acontece nesse momento. Um indivíduo distinto, por exemplo, uma pessoa de alguma minoria possui uma qualidade compulsiva. Tais pessoas nos deixam conscientes de diferenças que, de outra, maneira passariam despercebidas.
Se um indivíduo de alguma minoria comete um crime, ajuda a criar uma correlação ilusória entre pessoas e comportamentos. Como consequência, o grupo ao que este indivíduo pertence acaba sendo julgado injustamente como se todos os membros fossem iguais e, portanto, capazes de cometer crimes.
CONCLUÍNDO
Os estereótipos existem em quase todos nós e são facilmente ativados podendo levar a manifestações cruéis aos membros de certos grupos. Os estereótipos afloram quase que automaticamente em certas condições, e este processo de ativação é muito difícil de ser controlado pelo indivíduo, especialmente quando não tem consciência dele. 
Mas, para reduzir o preconceito, os estereótipos e a discriminação, segundo especialistas, a melhor maneira é a do contato. Precisamos colocar as pessoas de grupos diferentes colaborando as umas com as outras para poderem alcançar objetivos em comum. Esta seria uma atividade para ser praticada especialmente em escolas e com crianças.
AULA 7: DISSONÂNCIA COGNITIVA
Objetivos
1. Entender a teoria de Dissonância Cognitiva e suas aplicações;
2. Reconhecer as causas e as formas de redução e distorção cognitiva;
3. Compreender os correlatos psicológicos do processo de tomada de decisões.
O cérebro tem pontos cegos – óticos e psicológicos – e um dos seus truques mais brilhantes é forjar a ilusória noção de que, pessoalmente, eles não existem.
TEORIA CIENTÍFICA O termo teoria pode ser compreendido tanto em uma acepção forte quanto em uma acepção fraca.
Conjunto de afirmações que podem variar em grau de abstração e que se concentram de forma lógica procurando descrever ou explicar a realidade.
❢ Para ser considerada científica toda teoria deve se fundamentar em evidências empíricas, ser verificável e possuir poder preditivo.
As teorias científicas tentam entender o mundo da observação e da experiência e explicar como este mundo natural funciona.
TEORIA NO ÂMBITO DA PSICOLOGIA SOCIAL
COGNIÇÃO Na Psicologia Social, cognição refere-se aos processos cognitivos por meio dos quais as pessoas compreendem e explicam as outras pessoas e a si mesmas.
“Qualquer conhecimento, opinião ou crença acerca do ambiente, acerca da própria pessoa ouacerca de seu comportamento”. Festinger
Estes processos cognitivos se associam também a diversos sentimentos e comportamentos. Assim, a partir deste conjunto de processos, passamos a compreender os outros e inclusive a nós mesmos.
Quando consideramos a complexidade das pessoas, a primeira característica que chama a atenção na cognição social é a rapidez com a qual compreendemos e julgamos os outros.
Mais essa rapidez de julgamento tem seu preço: embora sejamos bons avaliadores em geral, também cometemos inúmeros erros quando julgamos o que são os outros e o que somos nós. Por este motivo, para entender e diminuir esses erros, a Psicologia Social procura compreender melhor o que acontece nesse processo de julgamento usando diversas teorias específicas.
Desta forma, podemos entender a teoria da dissonância cognitiva como uma teoria simples, mas de grande aplicação.
Segundo Kruger (1986), no caso da Psicologia Social, não contamos com teorias de grande alcance e sim com as chamadas microteorias. Assim, muitas das teorias usadas nesta ciência são válidas em contextos e condições específicas, se fundamentando em pressupostos antropológicos específicos. As teorias mais usadas na Psicologia Social são as cognitivas.
TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA Você já fez algum dos seguintes atos: já avançou sinal porque estava atrasado? Já fechou cruzamento porque era sua vez de passar? Já inventou despesas médicas porque não quer seu dinheiro seja roubado por políticos corruptos? Já justificou que não foi academia hoje, mas vai amanhã e vai malhar o dobro?
Como é que conseguimos viver em paz depois de um dia inteiro de tantas mentiras? A verdade é que não pensamos muito nisso. A maior parte das vezes elaboramos autênticas justificativas dos nossos pequenos deslizes diários de forma tão automática que eles passam praticamente despercebidos.
Mas seriam essas justificativas tão autênticas e honestas quanto gostaríamos que elas fossem? Vejamos então como anulamos as discrepâncias entre nossas ações reais versus nossas íntimas convicções morais.
É uma das teorias utilizadas para compreender o modo pelo qual fazemos julgamentos.
❢ A Dissonância Cognitiva é um estado psíquico que consiste em um sentimento de desconforto como consequência da discrepância entre o conteúdo que a pessoa acredita ser verdadeiro e aquilo que sabe de fato que é verdade.
É um fenômeno diário de desconforto diante de cognições incongruentes.
Da mesma maneira que a ambivalência, a Dissonância Cognitiva refere-se a ideias conflitantes como as crenças pessoais e está relacionada às ações e tentativas que o indivíduo manifesta com o objetivo de diminuir o desconforto destes pensamentos.
A Dissonância Cognitiva refere-se a uma filtragem de dados que o indivíduo realiza procurando depurar as informações que entram em conflito com a bagagem informativa na qual ela já acreditava.
Assim, o indivíduo tenta ignorar as informações novas e procura perpetuar as suas crenças.
A teoria da Dissonância Cognitiva ressalta que ideias contraditórias funcionam como fonte motivadora impulsionando sujeito a criar novas opiniões, a mudar conceitos preexistentes, almejando diminuir a magnitude da dissonância ou conflito entre diversas cognições.
Desta forma, manter crenças conflituosas, por exemplo, pode causar uma má adaptação do sujeito, a qual é possível piorar na medida em que o ajuste dessas crenças à realidade é menos provável.
A UTILIZAÇÃO DA TEORIA DA DISSONÂNCIA COGNITIVA Sua utilização enfatiza os elementos que ocasionam uma adaptação, normalmente relacionada com a tendência das pessoas em relutar a aceitar informações que podem gerar conflito ou rompimento de hábitos corriqueiros.
Assim, o indivíduo sustenta uma consciência parcial das informações, conseguindo sonegar certos elementos a seu estado de consciência, como uma forma de negação. Podemos considerar este fenômeno como uma maneira racional de se defender frente a informações que representam algum risco às crenças e ideias pré-existentes no sujeito.
EXEMPLOS QUE EXPLICAM O FENÔMENO
Exemplo de Festinger e Carlsmith
Em 1959, através de um estudo de cumplicidade induzida, vários estudantes aceitaram se submeter a diversas tarefas sem sentido e altamente simples e repetitivas, tais como girar pinos ou colocar e tirar papéis de uma gaveta.
Os estudantes realizavam estas mesmas tarefas de forma individual e durante longos períodos. Ao terminar, a maioria deles qualificou estas tarefas como altamente entediantes. No final, era pedido a cada estudante um pequeno favor: eles deveriam tentar persuadir outro sujeito, na verdade um pesquisador, que as tarefas realizadas eram altamente interessantes e motivadoras, quando na verdade não eram.
Eles mentiriam com o objetivo de convencer o outro a participar. Por este favor, os estudantes poderiam receber US$ 20,00 ou US$ 1,00. No grupo de controle não era solicitado tal favor.
Posteriormente, os participantes eram indagados em relação à tarefa de girar pinos. Curiosamente, aqueles que receberam menos pelo favor avaliaram a tarefa de forma mais positiva do que os que receberam mais e do que o grupo controle. Esta maneira de se adaptar à situação foi interpretada pelos autores da pesquisa como uma forma de Dissonância Cognitiva.
As pessoas que receberam menos dinheiro e mentiram sentiram-se sem uma justificativa externa suficiente para explicar tal atitude e, por esse motivo, tiveram que internalizar a mentira a qual foram induzidas a expressar.
Por outro lado, aqueles sujeitos que receberam mais dinheiro (U$ 20,00) contavam com uma justificativa externa que explicava o comportamento deles. Por isto, este grupo de participantes não precisava internalizar a atitude à qual foram forçados e conseguiam, assim como o grupo controle, expressar o que realmente acharam.
Para os pesquisadores, os participantes que receberam apenas U$1,00 careciam de uma justificativa suficientemente consistente e forte e, portanto, vivenciaram o fenômeno de Dissonância Cognitiva. Eles tinham o conflito entre a crença de não serem mentirosos, que caracteriza a maioria dos sujeitos, e a evidência de terem mentido ao fazer o favor pedido.
Para poder aproximar estas duas informações os participantes tiveram que acreditar que, a final de contas, a tarefa realizada não era tão ruim assim.
❢ Segundo este exemplo, podemos entender que quando somos persuadidos a mentir e carecemos de uma justificativa clara e concreta que nos permita justificar o nosso ato, a maioria de nós tem a tendência de se autoconvencer que tal mentira não é tão falsa.
Festinger batizou esse comportamento de PARADIGMA DA RECOMPENSA INSUFICIENTE. Será que o grupo de US$ 1,00 realmente acreditava nas mentiras que contava ou apenas tentava se justificar e reduzir o sofrimento por venderem suas consciências a um preço tão baixo?
Exemplo de Elliot Aronson e Judson Mills
Em outro estudo, Elliot Aronson e seu colega Judson Mills bolaram um engenhoso experimento para avaliar uma situação corriqueira. Alunos de Stanford, voluntários no estudo, eram convidados a se juntar em um grupo para discutir a Psicologia em torno do sexo. Mas antes de serem admitidos eles precisariam passar por um ritual de iniciação. Metade do grupo deveria recitar em público as passagens mais picantes e explícitas de "O amante de Lady Chatterley", que na década de 1950 representava o suprassumo da pornografia. Os demais leriam apenas palavras de conotação sexual contidas em um dicionário comum.
Após esses diferentes procedimentos, todos ouviam, juntos, uma suposta gravação da reunião anterior, que os participantes veteranos desse mesmo grupo teriam organizado. Os diálogos resumiam-se, contudo, a monótonas discussões sobre os hábitos de acasalamento dos pássaros - como as empolgantes mudanças em suas plumagens e seus emocionantes ritos de azaração. Além disso, o ritmo da conversa era propositadamente entediante e desinteressante, sem variação no tom de voz e longas pausasentre as frases. 
Finalmente, os voluntários deveriam avaliar a gravação ouvida, de acordo com vários aspectos. Como era de se esperar, os que passaram pelo ritual de iniciação mais leve (ler o dicionário) detestaram a experiência e consideraram-na extremamente sem sentido e aborrecida, confessando-se arrependidos de estarem ali.
Já os que sofreram um pouco mais (lendo em público as peripécias de Lady Chatterley) classificaram a mesma gravação como muito interessante e empolgante.
Será que esse segundo grupo realmente gostou ou seus participantes estavam apenas tentando se justificar e reduzir o sofrimento pelo qual haviam passado?
Em 1963, outra experiência de justificação cognitiva para cumplicidade forçada foi realizada com crianças.
O pesquisador exibiu vários brinquedos para cada criança e solicitava que mostrasse os mais interessantes.
Os brinquedos eram separados e levados para uma sala vazia onde a criança entrava junto com pesquisador. Ao deixar a sala, o pesquisador falava à criança que ficava com o brinquedo que ela estava proibida de brincar e que caso brincasse seria castigada de forma severa.
Outro grupo de crianças era advertido com um castigo mais leve, caso brincasse com o brinquedo na sala.
Posteriormente, o pesquisador repetia esse procedimento, mantendo as mesmas crianças e os mesmos brinquedos com uma diferença, ele informava às crianças de que, desta vez, não haveria castigo algum e que todas elas tinham permissão para brincar com qualquer brinquedo.
De maneira surpreendente, as crianças que tinham sido ameaçadas com um castigo mais leve tendiam a brincar menos ainda sabendo que não existia castigo algum desta vez.
Quando os pesquisadores indagaram essas crianças expressaram menos interesse pelo brinquedo em questão, diferente do interesse que elas mesmas tinham mostrado no início do experimento.
Já no caso das crianças que tinham sido advertidas com uma punição mais severa, observou-se um aumento do interesse demonstrado pelo brinquedo.
Esta pesquisa permitiu o entendimento do efeito da SUPERJUSTIFICAÇÃO e o da JUSTIFICAÇÃO INSUFICIENTE.
No primeiro efeito as crenças e as atitudes individuais não precisam mudar na presença de uma justificativa externa e concreta que permita explicar os atos realizados. Este é o caso das crianças advertidas com punições severas. Elas não podiam brincar, pois a ameaça era muito forte, mas ainda assim desejavam muito brincar. Uma vez que a ameaça sumia elas podiam e sentiam ainda mais vontade de brincar.
Já no caso das crianças que foram advertidas com uma ameaça mais leve precisaram de se autojustificar, pois não contavam com motivos suficientes já que a punição externa não era tão terrível assim. Como consequência, estas crianças precisaram se autoconvencer de que, na verdade, o brinquedo não era tão atrativo assim e por esse motivo, ainda quando a punição foi retirada elas não demonstraram muito interesse por brincar.
❢ Então, a Dissonância Cognitiva é um estado de tensão que ocorre quando uma pessoa tem duas cognições que são psicologicamente inconsistentes.
Semelhante à moral dupla, na presença de Dissonância Cognitiva o sujeito acaba tomando uma atitude mesmo quando ele acredita em outra totalmente diferente. Como a maioria dos indivíduos todos nós temos uma autoavaliação positiva nos levando a crer que somos pessoas do bem, capazes e inteligentes.
Quando apresentamos atos que vão contra esta crença temos a tendência de procurar justificar esta incongruência e evitamos assumir a responsabilidade sobre nossos erros para mantermos a imagem de seres perfeitos frente ao espelho.
TOMADA DE DECISÕES
Tomamos decisões de forma constante. Seja qual for a sua importância, continuamente precisamos escolher entre duas ou mais alternativas. 
Assim, nossas decisões acarretam consequências importantes tanto para nós mesmos como os que podem estar envolvidos de forma direta ou indireta.
Este tema é relevante para a Psicologia Social, já que nossas decisões são também influenciadas pelo que os outros pensam ou pensaram delas.
FASE PRÉ-DECISIONAL (Festinger) Momento inicial de conflito antes de tomar uma decisão.
Segundo a teoria da Dissonância Cognitiva, nesta primeira fase o sujeito precisa considerar de forma objetiva as vantagens e as desvantagens das diversas alternativas para poder avaliar cada uma cuidadosamente.
A pessoa avalia suas alternativas de modo objetivo e não tendencioso.
CONFLITO Tensão que envolve pessoas ou grupos quando existem tendências ou interesses incompatíveis. É um estado psicológico que pertence ao momento pré-decisional.
Após esta fase a seguinte dá forma à etapa de tomada de decisão propriamente dita. Este é o momento em que o sujeito passa a optar por uma das alternativas.
FASE PÓS-DECISIONAL Na terceira fase psicológica do processo conhecida como fase pós-decisional, o indivíduo precisa fazer as avaliações das vantagens e desvantagens da alternativa assumida em contraponto com as alternativas descartadas por ele.
❢ Esta avaliação já não é mais racional como a primeira e sim emocional e tendenciosa, pois o indivíduo precisa justificar a alternativa escolhida.
De acordo com a teoria da Dissonância Cognitiva, após a decisão, existe sempre a experiência de certa Dissonância Cognitiva por parte do indivíduo causada pelo fato de existirem aspectos positivos nas alternativas rejeitadas e aspectos negativos na alternativa escolhida.
Nesta terceira e última fase do processo decisório, o sujeito precisa reduzir essa dissonância cognitiva resultante da escolha feita por ele.
❢ Como Haroldo Rodrigues (1992) destaca: O processo decisório é, via de regra, um processo penoso, pois é precedido por uma situação de conflito a qual, ao ser tomada a decisão, não se extingue totalmente de vez que existem aspectos positivos nas alternativas rejeitadas e negativos na escolhida. Daí a experiência de um inevitável estado de Dissonância Cognitiva e a consequente necessidade de eliminá-los, se isto não for possível, pelo menos reduzi-lo.
Quanto maior for o conflito na primeira fase do processo, maior passa a ser a motivação do indivíduo para reduzir a dissonância na última fase do processo.
DECISÕES INDIVIDUAIS E GRUPAIS O processo de tomada de decisão pode ser feito de forma individual ou em grupo. Muitos estudos apontam para o fato de que as decisões grupais são, normalmente, muito mais arriscadas de que as tidas de forma individual.
HÁ VÁRIAS EXPLICAÇÕES PARA A DIFERENÇA ENTRE AS DECISÕES INDIVIDUAIS E GRUPAIS
 Uma explicação consiste em que nas decisões feitas em grupo, a responsabilidade fica dissolvida entre os membros, fazendo com que eles se sintam com menos responsabilidade pela decisão.
Desta forma, quando a decisão for, na verdade, em erro, cada um dos membros do grupo passa a defender-se atribuindo ao grupo e não a si mesmo a responsabilidade pelo engano.
 Outra explicação é o fato de as decisões grupais terem a tendência de serem mais ousadas do que as individuais, já que prevalece em nossa sociedade uma norma de valorização do risco e da audácia.
Assim, dentro de um grupo, o indivíduo se sente mais desfalcado pelos outros membros para poder adotar esta norma e, assim, poder escolher alternativas, dentro do processo de decisão, que implicam mais riscos. 
Isto pode ser perigoso porque, muitas das vezes, as decisões feitas por grupos acabam sendo inadequadas.
GROUPTHINK Fenômeno que frequentemente ocorre nos grupos descrito por Irving Janis. Consiste em deixar-se levar pelo desejo de manter a coesão de grupo e ignorar aspectos objetivos que evidenciam que as decisões tomadas pelo grupo são inadequadas.
Assim, os indivíduos seguem o curso de ação preferido pelo grupo e não confrontam o mesmo para se sentirem aceitos pelo grupo em si.
AULA 8: ATRAÇÃO INTERPESSOAL
Objetivos
1. Entender as teorias de atração interpessoal;
2. Reconhecer as principais causas da amizade, do apego e do amor;
3. Compreender osdiferentes tipos de amor e os processos envolvidos.
NECESSIDADE DE PERTENCIMENTO Desde o nosso nascimento, precisamos sentir que pertencemos a algum grupo, especificamente desejamos nos ligar ao grupo que nos deu origem, a nossa família. Procuramos nos ligar aos outros por meio de laços permanentes e íntimos.
❢ Desta forma, podemos afirmar que os relacionamentos são o ponto central da nossa existência já que, de algum modo, dependemos uns dos outros em diversos graus.
No fundo, o poder das atrações sociais permite não só a sobrevivência individual, mas também a perpetuação da nossa espécie desde que o ser humano existe.
Nossos ancestrais conseguiram sobreviver às adversidades do meio selvagem em que se encontravam graças a procura por proteção em grupos a fim de poder caçar ou para construir um abrigo.
Os bebês aumentam suas chances de sobrevivência na medida em que contam com o apoio mútuo e cuidados de ambos os pais.
Em geral, diversos estudos sempre chegam à mesma conclusão: Na medida em que contamos com laços íntimos e nos sentimos parte de diversos grupos com relações afetivas significativas, maiores são as nossas chances de sermos mais saudáveis e mais felizes.
DETERMINANTES DO INTERESSE POR RELACIONAMENTOS
O que faz com que uma pessoa goste de outra?
PROXIMIDADE Um dos determinantes mais simples da atração interpessoal é a proximidade que confirma a hipótese do efeito proximidade. As pessoas com as quais você tem maior contato por se encontrar fisicamente perto de você, acabam sendo as quais você tem maior probabilidade de desenvolver laços de amizade e amor.
Aronson, Wilson e Akert destacam: “O efeito proximidade funciona devido à familiaridade ou ao efeito de mera exposição: Quanto mais expostos estamos a um estímulo, mais provável é que gostemos dele.
Vemos algumas pessoas várias vezes e, quanto mais conhecidas elas se tornam, mais floresce a amizade. Claro, se a pessoa em questão é um chato insuportável, então, quanto mais o vemos, maior a nossa antipatia”.
❢ Na medida em que as pessoas perto de nós demonstrem características agradáveis, ao contrário de desagradáveis, teremos grandes chances de desenvolver vínculos significativos com as mesmas, porque familiaridade gera atração e simpatia.
SEMELHANÇA Outra hipótese que explica porque gostamos de certas pessoas. As pessoas das quais nos aproximamos e com as quais nos relacionamos são, e alguma forma, semelhantes a nós.
Nós gostamos de quem gosta de nós. Assim, um importante determinante da nossa simpatia por alguém está relacionado com o nosso sentimento, inconsciente ou não, de que essa pessoa também gosta de nós.
AUTOESTIMA O psicólogo Social William Swann realizou diversas pesquisas verificando que o grau de autoestima do indivíduo está relacionado com a simpatia que sente pelos outros. Em outras palavras, as pessoas que apresentam um conceito positivo de si mesmas, tem uma tendência maior a responder a gestos simpáticos. Por outro lado, as pessoas que apresentam um conceito negativo de si mesmas, respondem de forma bem diferente.
APARÊNCIA FÍSICA Tanto homens e mulheres, independente se em um relacionamento homo ou heterossexual, dão igual importância à atração física.
Na nossa sociedade existem diversos padrões culturais de beleza, por exemplo, é muito frequente ligar a beleza física à bondade. Desde pequenos aprendemos que heróis e heroínas são bonitos fisicamente falando.
Outro padrão cultural de beleza está relacionado com traços do rosto. Ambos os sexos consideram atraentes traços característicos das feições de bebê. Mais surpreendente é que existem coincidências intelectuais neste último aspecto. Em várias culturas os olhos grandes, o nariz pequeno e o queixo pequeno caracterizam rosto feminino bonito.
As teorias da atração interpessoal implicam atributos e determinantes relativos aos aspectos da situação e do indivíduo. Destacam- se, principalmente, a teoria da Troca Social e a teoria da Equidade.
TEORIA DA TROCA SOCIAL A maneira como indivíduos se sentem a respeito de seus relacionamentos, depende da forma como interpretam os benefícios que recebem e os custos em que incorre da percepção do tipo de relacionamento que merece, e também da probabilidade de que possa ter um relacionamento melhor com outra pessoa.
❢ É uma teoria que foi baseada no modelo de custo/benefício; modelo este que opera em vigor na lógica do mercado e cujos princípios foram absorvidos e transformados por psicólogos e sociólogos em teorias de trocas sociais.
De acordo com a teoria da Troca Social encontramos os conceitos básicos:
1. Os benefícios são os aspectos positivos e satisfatórios do relacionamento que servem como reforço e lhe atribuem um caráter valioso. Aí estão inclusos os tipos de características pessoais e comportamentos dos parceiros, assim como nossa capacidade em adquirir recursos externos por conhecermos dada pessoa, ou seja, forma de obter status, acesso a dinheiro ou mesmo a outras pessoas interessantes.
2. Em oposição, os custos implicam em algo da ordem da perda, do dispêndio. Suportar os hábitos e as características desagradáveis de outra pessoa implica em custo.
3. O resultado de um relacionamento constitui uma comparação.
Ex. 1: Sentimos-nos mais beneficiados quando nossas atitudes são cada vez mais semelhantes às de outra pessoa.
Ex. 2: Quando reconhecemos que nossas atitudes são justificadas, temos um sentimento positivo.
Ex. 3: Podemos afirmar que gostamos muito de alguém quando essa pessoa nos traz mais benefícios sociais.
TEORIA DA EQUIDADE Teoria de Elaine Walster, Ellen Berscheid e George Homans que defende a perspectiva de que as pessoas também se preocupam com a equidade nos relacionamentos; então, disto resulta que as pessoas não pensam apenas em obter mais benefícios ao menor custo possível como valoriza a teoria da Troca Social. 
A teoria da Equidade considera que os custos e os benefícios que uma pessoa experimenta em um relacionamento devem ser aproximadamente iguais aos benefícios e custos da outra pessoa do relacionamento.
❢ Os defensores desta teoria afirmam que os relacionamentos equitativos são mais felizes e apresentam maior estabilidade. 
Em contraposição, nos relacionamentos desiguais, quando uma pessoa sente-se superbeneficiada a outra é sub-beneficiada; ou seja, enquanto uma recebe vários benefícios e poucos custos e pouco tempo dedicado ao relacionamento, a outra obtém pouquíssimas recompensas, tem muitos custos e dedica-se muito ao relacionamento.
RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS – DEFINIÇÕES DE AMOR
Segundo Myers: “Amar é mais complexo do que gostar, e, por isso mesmo, mais difícil de medir, mais desconcertante para estudar. As pessoas anseiam por amor, vivem por amor, morrem por amor”.
Para Jablonaki, em seu livro Até Que a Vida Nos Separe, um amor contém diversos fatores ligados à idealização, à força da cultura, à novidade, à complexidade, ao papel do sexo, à efemeridade, entre outras.
Muitos autores concordam que existem diversos tipos de amor. Os psicólogos sociais se dedicaram a diferenciar esses diversos tipos. A seguir temos um esquema que representa a concepção de amor para o psicólogo Robert Sternberg.
AMOR “Atitude mantida por uma pessoa em relação a outra pessoa em particular, que envolve predisposições para pensar, sentir e comportar-se de determinadas maneiras relativamente àquela pessoa.” Zic Rubin
Zic Rubin (Psicólogo americano, pioneiro nas pesquisas sobre o amor) especificou três componentes do amor e elaborou uma escala de avaliação para cada um:
AFEIÇÃO Necessidade de receber carinho, aprovação, contato físico.
PREOCUPAÇÃO Valorização das necessidades e as emoções tanto nossas quanto dos outros.
INTIMIDADE Possibilidade de compartilhar pensamentos, desejos e sentimentos com outras pessoas.
Segundo a Psicóloga Elaine Hatfield e suas colegas, existem dois tipos de amor:
1. AMOR PAIXÃO Emoções intensas, atração sexual e grande idealização– admiração, pelo outro. A maioria dos pesquisadores coincide em afirmar que esse amor é passageiro e dura, no máximo, de 6 a 30 meses.
Em termos fisiológicos, as emoções são bastante parecidas, podemos experimentar a excitação fisiológica que interpretamos segundo a situação na qual nos encontramos. Neste ponto de vista, o amor paixão pode ser entendido como uma experiência psicológica de excitação biológica que sentimos por quem consideramos atraente.
Para Hatfield, o amor paixão pode ser definido como um intenso estado de desejo e ansiedade para estar com uma determinada pessoa. Quando somos retribuídos nos sentimos altamente realizados e alegres. Quando não, nos sentimos vazios ou desprezados.
2. AMOR COMPANHEIRO Se um relacionamento íntimo vai perdurar, terá de assentar-se em uma ligação mais firme, mas também, afetuosa.
O amor companheiro caracteriza-se pelo respeito mútuo, apego, afeição e confiança. Em termos ideais, o amor paixão conduz ao amor companheiro que é mais duradouro.
Para Hatfield, a combinação que muitos desejam entre segurança e estabilidade do amor companheiro e intensidade e urgência do amor paixão é bem provável.
RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS – FATORES SÓCIOCULTURAIS
As culturas variam segundo a importância que elas atribuem ao amor. Mas na verdade, o amor mais valorizado culturalmente é o amor paixão. É ele que inspira poetas e artistas de todos os tipos. 
De acordo com as famosas pesquisas realizadas por Jancowiak e Fischer, de 186 culturas analisadas, 89% apresentam alguma manifestação reconhecida como amor paixão.
Pelos dados obtidos nessas pesquisas podemos concluir que o amor paixão é quase universal ou pancultural, já que apenas 11,5% das sociedades e culturas estudadas não apresentaram nenhuma evidência de amor paixão.
Por outro lado, não é em todas as culturas que se constrói o casamento com base no romance. A relação entre amor e casamento se dá na modernidade, o estilo que predominava até o século XIX era o casamento como regulação social, seja ela financeira ou estreitamentos de laços familiares.
Em culturas mais individualistas, como é o caso das ocidentais de hoje em dia, normalmente o amor precede ao casamento. Já nas culturas orientais é mais frequente o amor vir depois do casamento.
Atualmente, predomina em nossas culturas uma visão hollywoodiana do amor, onde ele precede ao casamento e representa um sentimento mágico transcendendo barreiras sociais e se revestindo com uma forte capa de ligação emocional sexualizada e idealizadora.
MANUTENÇÃO E ENCERRAMENTO DOS RELACIONAMENTOS ÍNTIMOS
MANUTENÇÃO Durante a nossa vida inteira os apegos são fundamentais. Pesquisadores comparam a natureza do apego e do amor em vários relacionamentos íntimos, como as relações entre pais e filhos, entre amigos e entre cônjuges e namorados. Alguns elementos são comuns a todas as ligações amorosas: compreensão mútua, dar e receber apoio, valorizar e apreciar a companhia da pessoa amada.
O amor romântico, no entanto, é temperado por alguns aspectos adicionais: afeição física, uma expectativa de exclusividade e um intenso fascínio pela pessoa amada.
De forma curiosa, os estudos demonstram que os apegos seguros, como um casamento duradouro, podem caracterizar vidas felizes e mais saudáveis. Isto talvez seja devido ao fato de que o amor companheiro representa diversas recompensas como a oportunidade para a autorrevelação íntima – uma condição alcançada de maneira gradativa – à medida que cada parceiro retribui a crescente abertura do outro.
 
Este tipo de amor tem maior probabilidade de durar quando ambos os parceiros sentem que ele é equitativo, em outras palavras, quando ambos se percebem recebendo do relacionamento na proporção daquilo com que contribuem.
❢ Podemos afirmar que o amor envolve o reconhecimento e a aceitação de diferenças e pontos fracos. Ele envolve, na verdade, uma decisão interna e individual de amar outra pessoa assim como um comprometimento de longo prazo em manter esse amor.
ENCERRAMENTO O rompimento de vínculos produz uma sequência previsível de aflição e preocupação com o parceiro perdido, seguida de uma profunda tristeza e, eventualmente, dificuldades vivenciadas desde o princípio da separação emocional até um retorno à vida normal.
Até mesmo casais cujos cônjuges há muito deixaram de sentir afeto um pelo outro, muitas vezes são surpreendidos pelo desejo de estar perto do ex-parceiro. Os apegos profundos e prolongados não costumam ser rompidos de pronto. Na realidade, separar-se é um processo, não um evento pontual que acaba de um dia para outro e, portanto, precisa de tempo.
Entre os casais de namorados, quanto mais íntimo e prolongado o relacionamento e menores as alternativas disponíveis, mais doloroso o rompimento.
Não é só o amor paixão que predomina como temática na maioria dos poemas e músicas da nossa cultura, mas também a dor que os namorados sentem quando um relacionamento termina ou quando não consegue ser vivenciado pela causa que for.
Alguns autores têm posturas mais radicais quanto ao amor, acreditando-o como força geradora de caos, de desordem, tentando assim explicar a dicotomia entre o que é dito e aceito sobre o amor e aquilo que é de fato realizado pelas pessoas.
AULA 9: CONFORMIDADE, CONFORMISMO E PERSUASÃO
Objetivos
1. Entender os processos de influência social: conformidade, conformismo e persuasão;
2. Reconhecer na prática a diferença entre conformidade e conformismo;
3. Identificar os principais fatores envolvidos no processo de persuasão.
Instituições como as militares, igrejas, etc. conseguem funcionar por serem fiéis aos seus princípios garantindo a estabilidade em um meio social. Caso as instituições propusessem sistemas de valores contraditórios, todo o conjunto social estaria ameaçado. 
O fenômeno de influência social é um dos mais observado nas relações interpessoais. E, desta forma, a maioria dos acontecimentos estudados na Psicologia Social envolve certo grau de influência social.
Mudar comportamento não necessariamente reflete uma mudança de atitudes, mas se mudamos atitudes, há grande chance de mudarmos também comportamentos ligados a estas.
CONFORMIDADE Segundo Kiesler Et Kiesler (1969), a conformidade retrata mudança de comportamento devido à influência real ou imaginada de outras pessoas.
Em alguma situação, a conformidade pode ocorrer de maneira tão radical e associada à obediência que determinados indivíduos cometem atos muitas vezes atentando contra a própria vida, devido à influência de certos líderes.
Como exemplo desse radicalismo, temos o suicídio em massa, ocorrido na década de 1960, com os seguidores de Jim Jones. Jones tinha fundado a seita religiosa chamada O Templo dos Povos, na Califórnia que pregava a tolerância e aceitação de todas as raças.
Após várias críticas, Jones e seus fiéis imigraram para a selva da Guiana e construíram a Jonestown, onde ele exigia e recebia obediência, lealdade e devoção total, chegando a instituir um regime de castigo severo que implicavam desde humilhações públicas até espancamentos.
❢ A conformidade pode apresentar várias formas e intensidades. Em termos conceituais, a conformidade não é simplesmente “boa” ou “má” em si mesma e por si mesma.
INTERESSE DOS PSICÓLOGOIS SOCIAIS Saber o porquê das pessoas se conformarem. É fundamental destacar o motivo e quando as pessoas são influenciadas por outras. Isso ajudará a compreender se um determinado ato de conformidade é sábio ou tolo.
Até que ponto o ser humano é conformista ou não conformista. Em qual estágio as decisões que tomamos são baseadas nas influências e no comportamento de outras pessoas que determinam o nosso procedimento e nos ajudam a decidir ou, até que ponto nós mesmos decidimos de forma independente do outro. Parece que assumindo uma posição conformista ou não conformista de estar no mundo, ambas as posturas retratam uma ideologia. 
❢ Os psicólogos sociais já perceberam que as pessoas submetidas a fortes pressõessociais conformam-se em um grau surpreendente.
Assim como no caso dos seguidores de “Jonestown” outro exemplo de “má conformidade” é o episódio do massacre de My Lai, no Vietnã.
Em março de 1968, durante a guerra do Vietnã, soldados americanos embarcaram em helicópteros para a aldeia My Lai. Eles estavam apreensivos porque nunca tinham entrado em combate até então e ressonavam rumores de que a aldeia estava ocupada pelo Batalhão 48, do Vietcongue, uma unidade inimiga muitíssimo temida.
Após serem informados que foram vistos soldados inimigos na aldeia, por um dos pilotos do helicóptero, os americanos desceram atirando. Imediatamente, perceberam o engano, pois não tinha nenhum soldado, só aldeões, mulheres, crianças e anciãos.
Surpreendentemente, o comandante do pelotão ordenou a um dos soldados que matasse os aldeões. Os outros, vendo a cena, começaram também a atirar e a carnificina se instaurou em My Lai.
❢ É muito provável que algumas pessoas em My Lai e em Jonestown tenham se conformado por não saber o que fazer em uma situação confusa e diferente. O comportamento das pessoas ao redor serviu como base na forma de reagir, e em função disso, resolveram operar de maneira semelhante.
Algumas outras seguiram o mesmo diapasão porque temiam ser ridicularizadas ou castigadas se agissem de forma diferente. Decidiram agir da maneira como o grupo esperava e assim se protegeram da possibilidade da rejeição e do desprezo dos outros.
INFLUÊNCIA SOCIAL INFORMATIVA
✎ A necessidade de saber o que é certo
Segundo Aronson, Wilson & Akert influência social informativa ocorre quando “...a influência dos outros nos leva a nos conformar porque vemos neles uma fonte de informações para nos orientar o comportamento.
Conformamo-nos porque acreditamos que a interpretação da situação ambígua que os outros fizeram é mais precisa do que a nossa e que nos ajudará a escolher o curso da ação apropriada”.
Pessoas se conformam ao comportamento do outro porque acreditam que esses outros estão certos. A norma é fonte da estabilidade.
Um importante aspecto da influência social informativa é o fato de que ela pode levar à aceitação privada (caso em que as pessoas se conformam ao comportamento dos outros porque acreditam sinceramente que os outros estão certos).
Este fenômeno fica claro no experimento de Sherif (1936), uma das primeiras tentativas de experimentação em Psicologia Social:
Colocado em um quarto escuro, o sujeito é levado a observar um ponto luminoso fixo. Em plena escuridão, as percepções visuais perdem seu quadro de referência habitual e, na falta de qualquer referência, o ponto luminoso parece se deslocar. É o fenômeno da ILUSÃO AUTOCINÉTICA.
Pede-se então ao indivíduo que faça um avaliação dos deslocamentos do ponto. Ele formula uma série de cálculos que pouco se estabilizam em torno de uma estimativa que corresponde à sua norma pessoal, que ele tenderá a reproduzir durante outros experimentos. Essa norma pode apresentar grandes diferenças das estimativas dos outros indivíduos.
Eis porque, em um segundo tempo, quando as normas pessoais são assim fixadas, cada sujeito é colocado diante das estimativas dos outros e todos exprimem as suas em voz alta.
Nessa situação, as interações dos membros acarretam uma modificação progressiva das estimativas de cada um dos indivíduos, que abandonam suas próprias normas pessoais para estabelecerem com os outros uma regra de grupo.
Durante o experimento, o indivíduo toma consciência de um desvio entre suas próprias estimativas e as dos outros membros. Sente um mal-estar que o leva pouco a pouco a reduzir o desvio através de um processo de ajustamento recíproco. As diferenças são progressivamente reduzidas e constitui-se uma norma para o conjunto do grupo. Cada indivíduo reduz assim a incerteza e encontra maior segurança em um julgamento comum.
❢ A norma é a fonte da estabilidade.
Caso exista no grupo uma pessoa cuja competência ou posição é reconhecida pelos demais membros, a norma tenderá a se fixar em torno da avaliação dessa pessoa.
Neste caso, há ajustamento em torno de sua posição. Sua norma individual se torna um ponto de referência em uma situação na qual a ausência de indicações cria um mal-estar.
Em nosso cotidiano, parece que usamos os outros para definir a realidade social e isso causa grande impacto também nas nossas emoções.
Exemplo: Um estudante que inicialmente se sentia tranquilo quanto à avaliação trimestral, no momento que encontra os colegas da turma, que parecem extremamente nervosos, começa a se inquietar.
Assim, o aluno passa a questionar a sua calma inicial e pensa até que ponto seus colegas estão certos em se preocupar. Pode então, descobrir que confia nos outros para chegar a uma definição da situação, incluindo a transformação das suas próprias emoções.
CONVERSÃO Uma forma de influência social dramática que nos atinge muito na atualidade e que faz parte da influência no nosso cotidiano.
A conversão ocorre, por exemplo, quando o indivíduo passa por uma mudança súbita no significado de sua vida baseada em um novo conhecimento que ele recebeu de um grupo.
É comum as pessoas se converterem a uma religião, ideologia política ou a qualquer outro dos variados fenômenos de massa atualmente.
INFLUÊNCIA SOCIAL NORMATIVA
✎ A necessidade de ser aceito
Existe, além da necessidade de informação, outra razão para nossa conformidade. Muitos indivíduos e, especialmente, muitos adolescentes, praticam atos de enorme periculosidade colocando, ma maioria das vezes, suas vidas em risco.
Por exemplo, quando um jovem “surfa” em cima de um trem em alta velocidade, correndo o risco de ser eletrocutado ou de cair, podemos pensar que ele faz isso pela necessidade de se sentir aceito pelo seu grupo de pares.
A conformidade pode ser produto de diversas manifestações da busca de aceitação do indivíduo pelo seu grupo social.
A conformidade por razões normativas se dá em situações nas quais fazemos o que os outros fazem devido ao fato de não querermos atrair a atenção, de não sermos objeto de zombaria ou rejeição. Assim, a influência social nos leva a nos conformar para sermos amados e aceitos pelos demais.
❢ Esta é uma conformidade que resulta em AQUIESCÊNCIA PÚBLICA às crenças e aos comportamentos do grupo.
Aronson, Wilson & Akert (2002) destacam: “Os grupos têm certas expectativas em relação à maneira como seus membros devem se comportar, e os membros respeitados do grupo conformam-se a essas regras. Os que não o fazem são considerados diferentes, difíceis, e, transviados. Os membros transviados podem ser ridicularizados, punidos, ou mesmo rejeitados pelos colegas”.
CONFORMISMO Segundo o dicionário Aurélio: “Atitude de quem se conforma com todas as situações”.
Na maioria das vezes, confundimos estes termos e usamos de forma indiscriminada conformismo e conformidade. A principal distinção é que:
❢ Conformismo é relativo ao ato em si e conformidade à qualidade e ser conformista.
EXPERIMENTO DE OBEDIÊNCIA DE STANLEY MILGRAM Milgram investigou como pessoas se comportavam frente à autoridade de outra pessoa.
No segundo semestre de 1961, 40 pessoas aceitaram participar de uma pesquisa e aplicaram choques quase mortais em completos desconhecidos tão somente porque um professor - outro completo desconhecido para eles - deu ordens para que continuassem.
A aparente sessão de tortura era, na verdade, um experimento científico, e os choques, encenação de atores. Os experimentos de obediência de Stanley Milgram completam 50 anos em 2011 e continuam relevantes no estudo da natureza humana.
Na universidade de Yale, nos Estados Unidos, Milgram conduziu testes psicológicos para investigar como pessoas comuns e sem traços violentos podiam ser capazes de atos atrozes. Sua maior inspiração era tentar entender como pessoas que, até então, pareciam decentes e de bom caráter, podiam ter colaborado com os horrores do holocausto na Alemanha nazista. Milgram acreditava que qualquer pessoa,se submetida à pressão da autoridade, tem tendência a simplesmente obedecer.
O primeiro experimento reuniu 40 voluntários homens que assumiam o papel de um "professor" que deveria fazer perguntas a um "aluno" e lhe dar choques quando ele errasse a resposta. O "aluno" era, na verdade, um ator contratado por Milgram que fingia levar choques cada vez mais potentes. Conforme o voluntário hesitava em seguir com as punições, um cientista que supostamente coordenava o estudo incentivava o "professor" a seguir com o processo.
Dos 40 participantes, 65% chegou a dar choques de 450 volts enquanto os "alunos" imploravam para que eles parassem. Em testes posteriores, a média de 65% sempre se manteve, inclusive em testes com mulheres e em outros países.
Nunca houve um voluntário que tenha interrompido o experimento para ajudar o "aluno". Uma pequena porcentagem de participantes se recusou a continuar e deixou a sala, mas sem prestar auxílio ou denunciar os pesquisadores que supostamente eletrocutavam pessoas.
Apesar de reconhecido mundialmente como um dos mais notáveis psicólogos de seu tempo, Milgram se graduou em ciências políticas. Apenas após a formatura, ele quis trocar de carreira e se candidatou a uma vaga de doutorado em Psicologia na universidade de Harvard.
Rejeitado na primeira tentativa, ele só foi aceito após completar seis cursos de Psicologia em outras instituições de Nova York.
Seu experimento de obediência quase lhe custou a licença de Psicólogo. Por um ano, ele foi investigado pela Associação Americana de Psicologia devido a questionamentos éticos sobre sua pesquisa. Apenas quando seus colegas consideraram seu experimento válido, ele pôde entrar na associação. Milgram morreu em dezembro de 1984, aos 51 anos.
SITUAÇÕES DE CONFORMISMO SOCIAL As situações de conformismo social são encontradas sempre que o isolamento e a confrontação com novas normas provocam uma ansiedade. Isolado de seus quadros de referência, o indivíduo acaba adotando os conjuntos de referência do novo grupo. Esse processo de isolamento é, aliás, uma prática usual cada vez que se trata de transformar as normas e os valores de um indivíduo.
Nas prisões, nas casas de reeducação de todos os tipos, nos grupos que têm por função transformar o indivíduo, o fato de isolá-lo de suas reações sociais anteriores o leva a se conformar com as novas normas.
As instituições são aquelas que determinam, ou seja, que dão início, que estabelecem, que formatam. Uma instituição visa definir um modo de regulação global da sociedade e tem por objetivo manter um estado, "fazer durar" e garantir uma transmissão. 
Assim, a família, a escola, a igreja, o exército são instituições; são grupos que têm suas leis, seus sistemas de regras, seu tipo de transmissão de um certo saber e uma vontade de influência sobre o conjunto das relações sociais.
PERSUASÃO Diz respeito aos processos de informação que as pessoas se envolvem quando são expostas a mensagens que visam mudar suas atitudes. 
Esta linha de pesquisa tem grandes aplicações na área da propaganda e marketing. 
O objetivo das pessoas que trabalham com marketing é capturar a atenção do cliente potencial para poder mostrar os benefícios que ele - o cliente - pode usufruir com o produto ou serviço que está sendo trabalhado. O marketing trabalha também, na sua essência, com persuasão.
O conhecimento de como a persuasão ocorre pode levar a ações que facilitam a vida de vários profissionais e a nossa própria vida particular, e como todo conhecimento, pode ser utilizado para o bem ou não.
A persuasão envolve três variáveis:
O comunicador, também chamado de fonte de persuasão;
A comunicação ou mensagem propriamente dita;
E a audiência que representa o alvo da tentativa de persuasão.
Uma gama de pesquisas mostrou que as várias características dessas variáveis podem conduzir a uma mudança de atitude.
Ex.: Comunicadores mais dignos de confiança, mais atrativos e que semelhantes à audiência ou ao público, normalmente levam a mais mudança de atitude, a uma maior familiaridade das mensagens, entre outros fatores.
❢ Na verdade, nem sempre a persuasão deve ser vista como uma forma abusiva de manipular o povo. Existe uma importante linha de persuasão na Psicologia Social representada pelo Marketing social que consiste em campanhas de saúde voltadas a induzir mudanças positivas nas pessoas.
Um problema com grande parte das campanhas de saúde pública, como o anúncio contra o fumo ou a Lei Seca, é se a indução ao medo funciona realmente para mudar as atitudes das pessoas.
Será que as imagens de pacientes com câncer nos maços de cigarro conseguem diminuir o consumo, ou será que, frente a uma imagem tão chocante, o fumante opta por ignorar a foto?
Segundo uma análise recente de mais de 100 estudos sobre esse assunto, concluiu que a severidade tem efeitos positivos sobre as atitudes.
As imagens não tiveram um impacto maior do que outras induções ao medo. Porém, as pesquisas com objetivo nas três variáveis da persuasão, normalmente, visam o impacto das variáveis individuais selecionadas, ou seja, de forma isolada.
Isto gera problema porque muitos dos efeitos dessas variáveis acabam sendo vistos como contraditório. 
Por exemplo, às vezes, a similaridade entre o agente da persuasão e seu público levava a mais persuasão, enquanto, em outras pesquisas, a similaridade parecia ter pouco impacto sobre a persuasão. Assim, surge o modelo de processo dual da persuasão que foi criado por vários autores para representar essas diferenças. Vejamos:
MODELO DE PROCESSO DUAL DE PERSUASÃO As pessoas podem usar duas estratégias diferentes quando enfrentam uma tentativa de persuasão.
A principal distinção é se as tentativas de influência são processos com alto esforço mental ou conscientemente ou se a informação é processada com pouco esforço mental e de formação inconsciente.
Em outras palavras, se as pessoas são motivadas a prestarem atenção à mensagem apresentada elas provavelmente examinarão o conteúdo da mensagem e terão assim menor probabilidade de serem persuadidas por fatores como a atratividade ou a similaridade dos comunicadores com eles.
As mensagens com maior convencimento factual têm mais chances de serem persuasivas. Portanto, os comunicadores terão que fundamentar muito bem a suas mensagens para poder convencer o seu público, caso contrário, eles não acreditarão.
Por outro lado, se as pessoas não forem capazes ou motivadas a processar a informação cuidadosamente, elas poderão ser convencidas por dicas periféricas como atratividade, similaridade e status do comunicador, assim como por aspectos não relacionados ao conteúdo da mensagem.
AULA 10: ASPECTOS ÉTICOS DA INTERVENÇÃO SOCIAL
Objetivos
1. Entender a importância da compreensão das diferenças nas pessoas;
2. Reconhecer a função política da Psicologia Social;
3. Compreender a noção de justiça na Psicologia Social.
MULTIPLICIDADE DA PSICOLOGIA SOCIAL A Psicologia Social deve ser considerada complexa, pois sua multiplicidade de campos de saber, de abordagens e de práticas é tão grande que, talvez, nunca possamos esperar uma “identidade” para ela. 
Entendemos que uma ciência de construção plural deste porte, que considere os direitos fundamentais do ser humano e que seja, ao mesmo tempo, promotor de inclusão social, deve passar, necessariamente, pelo entendimento das diferenças.
Na Psicologia Social, deve persistir a lógica de concepção de sujeito constituído pela sua pluralidade e diversidade. Ao pensar nos sujeitos a partir de suas diferenças estamos entrando, inevitavelmente, em questões políticas marcadas por diversas características como gênero, raça, diversidade sexual, realidades sociais, entre muitas outras.
Esta questão deve permear inclusive as definições e os pressupostos de saúde, educação, trabalho e demais necessidades. Todos os direitos básicos que permitem o desenvolvimento da cidadania e da democracia devem estar fundamentados na compreensão das diferençase na pluralidade de realidades.
SUJEITO E SOCIEDADE PARA A PSICOLOGIA É um desafio, também da Psicologia, articular as questões de paradigmas e da ética em suas implementações práticas. Precisamos entender qual é a concepção de sujeito e de sociedade pressuposta nas bases de toda e qualquer prática psicológica. 
Portanto, todo psicólogo social, ao se deparar com uma problemática qualquer de um grupo específico ou confrontado pelas injustiças e desigualdades sociais em uma determinada situação, precisa questionar o referencial que orienta as suas decisões em função do que é certo e do que é errado, do que deve ser transformado ou não, do que é justo e aceitável e do que não é.
OBJETIVO DA PSICOLOGIA SOCIAL A sociedade contemporânea se encontra em constante transformação. Assim, podemos dizer que um dos principais desafios nesta área consiste na necessidade de reinventar continuamente novos modos de produção de conhecimento.
Entendemos que o objeto da Psicologia Social está representado pelos modos de produção de experiência subjetiva. A forma pela qual um determinado conjunto de práticas sociais gera uma forma específica de relação do sujeito consigo mesmo e com os outros.
Sendo assim, nosso objeto de estudo se encontra em permanente transformação e precisa de um questionamento contínuo tanto das estratégias de conhecimento como dos valores que dirigem nossas intervenções.
Portanto, a Psicologia Social contemporânea tem uma função eminentemente política, colocando em questão o que somos e o que seria este mundo atual no qual vivemos. É justamente esta dimensão política da Psicologia Social que nos permite entender a relação existente entre o conceito de ética e os diversos paradigmas relacionados.
De forma abrangente, todo paradigma refere-se a uma determinada estratégia de produção de conhecimento que é socialmente compartilhada.
PARADIGMA estratégia de produção de conhecimento socialmente compartilhada. Contendo métodos e valores, passa a ser identificado como um modelo, um padrão a ser seguido.
Podemos entender paradigma como uma produção científica que, contendo métodos e valores, passa a ser identificada como um modelo representando um padrão a ser seguido.
Todo paradigma tem uma dimensão ética implícita, pois representa valores compartilhados por um grupo. Desta forma, todo paradigma tem uma função política, pois ele representa um determinado processo de subjetivação.
Paradigmas são padrões psicológicos, modelos ou mapas que usamos para navegar na vida.
SEGUNDO GUARESCHI, SÃO TRÊS OS PARADIGMAS QUE FUNDAMENTAM OS VALORES ÉTICOS TAMBÉM IMPLICADOS NA PSICOLOGIA SOCIAL
1. LEI NATURAL Tem a natureza como referencial, ou seja, a partir da atenção dada à natureza é possível estruturar uma ética que governe os povos em todas as épocas.
Também retrata uma fonte possível para a ética diferente dos costumes ou instituições de determinados povos ou nações.
Podemos incluir aqui a visão centrada na ideia de um Criador, em uma ordem imutável estabelecida por Deus. Ou seja, a natureza como produto de um Deus Criador, representando um ente exterior que fundamenta a ordem de todas as coisas.
2. LEI POSITIVA É uma reação ao paradigma da lei natural, ou seja, há uma rejeição ideológica e epistemológica do apelo a uma ordem natural como referencial ético.
Este paradigma se opõe à ideia de que existem leis universais e absolutas.
O paradigma da “lei positiva” se fundamenta no relativismo cultural refutando as leis ditas naturais, universais e transculturais.
Representa uma manifestação ideológica contra a história de abuso dos poderes religiosos e civis que apelaram pela prevalência de leis naturais usadas para reprimir minorias que se opunham a determinados regimes.
Desta forma, as leis são determinadas a partir da negociação social evitando-se a arbitrariedade. Assim, nos libertamos de uma suposta natureza cega que respaldava os mandos e os desmandos das figuras autoritárias.
3. ÉTICA COMO INSTÂNCIA CRÍTICA A partir dos dois paradigmas anteriores, podemos destacar que, com as limitações apresentadas por ambos em relação à fundamentação ética das ações e relações, encontramos pistas importantes que nos orientam frente a novas possibilidades.
❢ Segundo Guareschi, a dimensão crítica da ética nos revela que esta não pode ser considerada como algo pronto ou acabado. Na verdade, a ética está sempre por se fazer, se reinventando. Ao mesmo tempo, ela está presente nas relações humanas existentes. Ao se atualizar, a ética padece de suas próprias contradições e por isso mesmo deve ser questionada e criticada.
É necessário destacar que, ao falar de ética, na verdade, não estamos fazendo referência a uma Moral. Ética não se refere a um conjunto de regras que determinam padrões de comportamento considerados como certo ou errado.
O termo ética refere-se ao Ethos, como diria os existencialistas, “uma boa morada, ou seja, uma forma de habitar um mundo apontando para uma tua atitude de crítica permanente de nossa história de nossos valores.
Ética é um conjunto de valores e princípios que usamos para decidir três coisas fundamentais: Quero? Devo? Posso? Tem uma tentativa de ser universal. Ex: respeito à infância.
Moral é a prática de uma Ética. Ética é o princípio, moral é a prática.
A relação entre ética e paradigmas nos conduz a uma discussão da própria função política da Psicologia Social contemporânea. Precisamos pensar aqui o que somos e quais são os valores que caracterizam a história da atualidade. Na verdade, tais valores representam um determinado modo de subjetivação e perpassam os próprios paradigmas.
Portanto, podemos afirmar que os paradigmas não são neutros, assim como também não podem ser considerados inofensivos.
A NOÇÃO DE JUSTIÇA EM PSICOLOGIA SOCIAL A chamada Psicologia Social da justiça se preocupa em demonstrar o papel crucial que os sentimentos, os valores e as crenças têm sobre o que é justo ou injusto nas ações e relações humanas.
Como poderíamos relacionar justiça e ética?
JUSTIÇA Segundo Aristóteles, em Ética a Nicômaco, podemos afirmar que a justiça é a virtude central da ética, pois ela comanda os atos de todas as virtudes. É possível reconhecer a relação intrínseca entre essas duas concepções.
O termo justiça vem de jus, que no latim quer dizer direito.
“Alguém é justo quando estabelece relações com outros seres que sejam justos. Em outras palavras, alguém sozinho não pode ser justo. Alguém sozinho pode ser alto, branco, simpático e etc., pois isso não implica relação, isto é, não implica em outros. Agora, justo, ele não consegue ser sozinho, pois a justiça, ou a injustiça, só entra em cena no momento em que alguém se relaciona com outros. Isso quer dizer que é só à relação que se pode aplicar o adjetivo justo”.
Existe justiça quando os direitos das pessoas envolvidas são respeitados. Da mesma forma ocorre com a concepção de ética.
Ao afirmar que ética é relação ou que ela só é aplicável às relações, isto quer dizer que ninguém é ético a partir de si mesmo. Portanto, as pessoas não são éticas como um adjetivo individual, a partir deste pensamento, a ética está nas relações com o outro e não no indivíduo.
O estudo da justiça como fenômeno psicossocial, complexo e multifacetado, outorga significado a inúmeras manifestações grupais ou individuais marcando a vida das pessoas em sociedade. 
Os estudos sociopsicológicos vêm revelando que os julgamentos sobre o que é merecido; sobre deveres e direitos; sobre errado e certo, estão na base dos sentimentos e atitudes das pessoas em suas interações com os outros.
❢ O psicólogo social lida com a realidade social tal como ela é percebida pelos indivíduos que a integram. Assim sendo, a justiça não é encarada, ou mesmo avaliada, pelo cientista social como uma entidade abstrata, uma regra de conduta válida e correta em si mesma; em verdade, interessa saber como as pessoas interpretam as situações sociais em termos do que é justo e injusto.E assim, conferem-lhes significados cognitivos e afetivos respondendo de forma socialmente apropriada ou inapropriada.
JUSTIÇA DISTRIBUTIVA Justiça das distribuições de recursos compreendidos como bens, salários, serviços, promoções, entre outros.
A JUSTIÇA DISTRIBUTIVA ANALISA AS SITUAÇÕES SOCIAIS EM DOIS GRANDES GRUPOS
1. PERCEPÇÃO DE JUSTIÇA Pesquisa como as pessoas concebem a justiça e como decidem o que é uma justa distribuição de recursos, tanto para elas mesmas quanto para os outros ou entre ambos.
Os esforços depositados pelos sujeitos em benefício das relações sociais podem ser concebidos como investimentos para os quais os indivíduos esperam algo em troca.
❢ As pessoas não participam em relações sociais sem alguma expectativa, considerando que o tempo o os recursos que foram investidos nessas relações tenham retorno de alguma maneira.
2. REAÇÃO À INJUSTIÇA Estuda como as pessoas se comportam diante de situações em que se reconhecem como injustamente tratadas por outros.
Assume-se que os indivíduos exigem justiça nas suas relações sociais e essa percepção sobre justiça é obtida pela observação do que as outras pessoas obtêm de tais relações.
Desta maneira, quando ha igualdade relativa entre resultados e investimentos da troca de ambas as partes é possível que resulte em satisfação.
 DUAS ABORDAGENS DENTRO DA JUSTIÇA DISTRIBUTIVA
ABORDAGEM UNIDIMENSIONAL - TEORIA DA EQUIDADE DE HOMANS Propõe que o justo é o proporcional. Assim, a justiça é feita sempre quando aquele que mais contribuiu para uma tarefa recebe uma recompensa maior do que aqueles que contribuíram menos.
❢ A primeira formulação da teoria da equidade foi realizada por Homans que, em 1974, apresentou o resultado de uma pesquisa que demonstra o funcionamento da regra da justiça distributiva.
O resultado da pesquisa apontou para dois grupos de funcionários de um mesmo departamento. O primeiro percebia-se como injustamente remunerado ao se comparar ao outro grupo. Embora seu salário estivesse compatível com o mercado, e, portanto, justo em termos absolutos, esse grupo passou a reivindicar um aumento da sua remuneração. Este fato estava associado às caracteres que o outro grupo apresentava. Ele era menos exigido e precisava de menos experiência embora recebesse o mesmo salário.
Este o caso da privação relativa, a recompensa de um grupo está em desigualdade com a importância percebida de seus investimentos e custos, quando o sujeito se compara em relação aos outros.
A relevância da contribuição ou investimento dos resultados é na verdade uma questão de percepção unicamente o próprio sujeito pode realmente dizer quanto de valor foi investido quanto de benefício foi obtido.
As expectativas em relação aos resultados esperados dependem do valor que é atribuído às contribuições feitas pelo sujeito. Talvez, estas percepções estejam até distantes de realidade objetiva.
É importante considerar o que cada indivíduo avalia sobre as contribuições dadas e os resultados alcançados, sendo que a comparação entre estes dois aspectos, resultados e contribuições, representa um elemento essencial para entender as relações dos sujeitos.
❢ A equidade existe quando a relação dos resultados das contribuições é equivalente para as duas pessoas envolvidas na troca. Um exemplo que ilustra esta troca está na relação entre empregado e empregador. Os empregados exibem satisfação no difícil trabalho realizado ainda que estejam recebendo muito pouco por isso, quando os seus colegas de trabalho estão nas mesmas condições.
❢ Outra pesquisadora, Stacy Adams (1965), desenvolveu e formalizou as ideias de Homans, ampliando o estudo da justiça distributiva ao enfocar as consequências da falta de equidade nos relacionamentos de troca.
❢ A partir dos desenvolvimentos de Stacy Adams podemos inferir a influência da teoria da Dissonância Cognitiva de Festinger estudada em aulas anteriores.
❢ Para Adams, a percepção de inequidade gera tensão de forma análoga a como a percepção de equidade gera satisfação. Esta tensão pode funcionar também como força motivadora para eliminar ou reduzir a injustiça percebida.
PRINCIPAIS POSTULADOS DA TEORIA DA EQUIDADE
A percepção da falta de equidade cria tensão na pessoa;
A quantidade de tensão é diretamente proporcional à extensão da percepção da não equidade;
A tensão criada na pessoa irá motivá-lo a reduzir esta falta de equidade;
A força da motivação para reduzir a falta de equidade é diretamente proporcional à percepção dessa falta de equidade.
Ainda sendo considerada como uma das mais bem desenvolvidas teorias da justiça, a Teoria da Equidade tem recebido diversas objeções por diferentes estudiosos do conceito e fenômeno da justiça. 
As críticas a esta teoria são de diversos tipos, envolvendo os processos gerais nos quais se fundamenta como os problemas teóricos que são encontrados na sua formulação.
ABORDAGEM MULTIDIMENSIONAL Coexistência de múltiplas formas de fazer-se justiça em certa distribuição de recurso, podendo cada uma delas ser igualmente justa em função do tipo de situação social envolvida.
Segundo Aroldo, Assmar e Jablonski (1993): “A concepção multidimensional de justiça resultou do movimento crítico surgido entre os psicólogos sociais diante da pressuposição de que a equidade não seria o único princípio válido para a solução de problemas de justiça que permeiam a vida social”.
❢ Um grande representante desta abordagem é o pesquisador M. Deutsch. Segundo ele, o conceito de justiça está relacionado com a distribuição de condições e bens que influenciam o bem-estar de cada indivíduo. Podemos incluir aspectos psicológicos, filosóficos sociais e econômicos. Desta forma, o conceito de justiça está intimamente ligado, não só ao bem estar individual, mas também ao próprio funcionamento da sociedade.
A partir dos estudos de sobre a fenomenologia da injustiça, podemos entender melhor as críticas que este autor faz os teóricos da equidade.
Segundo Deutsch, a abordagem da justiça tem sido muito psicológica e insuficientemente sócio psicológica. Ele dá foco ao indivíduo, ao invés da interação social na qual a justiça emerge. Para ele a justiça nasce do conflito a partir do qual ela passa a ser negociada.
❢ No enfoque multidimensional de justiça são ampliadas as possibilidade de se fazer justiça além do emprego do princípio da equidade.
Neste enfoque, partimos da regra de que outras normas de justiça podem construir os fundamentos para repartição de bens e condições sociais que vão além da norma da equidade. Tudo isto depende também da natureza das relações sociais e dos objetivos que os diferentes grupos sociais pretendem atingir.
RESUMO
São muitas as diferenças e muitas as injustiças praticadas sobre as diferenças. A Psicologia Social precisa checar seus paradigmas emprestados para examinar as interações sociais em sua condição de justiça/injustiça. Nisso se coloca diante dos conceitos de ética e moral.
Vem desde 1961 se interessando cada vez mais ao assunto.
A Psicologia Social hoje mostra-se cada vez mais próxima ao estudo da justiça/injustiça, um campo autônomo de estudos dentre as disciplinas que abordam os problemas do homem em sociedade. 
Maior enfoque teórico sobre a justiça se tem dado sobre a Justiça Distributiva, em especial à abordagem unidimensional da Teoria da Equidade, pioneira no estudo do fenômeno e até hoje referência.
A abordagem multidimensional de justiça amplia as possibilidades de fazer justiça para além da busca de equidade, como pela necessidade.

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