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“Pouco conhecimento faz com que as criaturas se sintam orgulhosas, muito conhecimento faz com que se sintam humildes, é assim que as espigas sem grãos erguem desdenhosamente a cabeça para o céu, enquanto que as cheias as baixam para a terra, sua mãe”. Leonardo Da Vinci. BIOENERGÉTICA: FUNDAMENTOS Sérgio Fonteles BIOENERGÉTICA Definição (Enquanto ciência): É o estudo de fontes de energia em organismos vivos e como essa energia é posteriormente utilizada. BIOENERGÉTICA Definição: É a extração e conversão de energia contida nos nutrientes em energia biologicamente utilizável, através de vias metabólicas que tem por fim tanto a síntese como a degradação de biomoléculas. BIOENERGÉTICA Para qualquer atividade física a energia necessária deve ser “gerada”e usada pelo corpo para realizar as tarefas. ENERGIA Sugere um estado dinâmico relacionado a uma mudança. Energia relaciona-se à realização de um trabalho. Formas de Energia nos Organismos Vivos • Química • Elétrica; • Protômica • Mecânica • Térmica Unidade de Energia Joule e caloria 1 cal = 4,1841 J 1 J = 0,239 cal ENERGIA TOTAL DE UM SISTEMA Energia Potencial Energia Cinética Termodinâmica Lei da Conservação de Energia Lei da Transferência de Energia Lei da Conservação de Energia Energia (matéria) não se cria nem se perde, apenas se transforma Os seres vivos são transformadores naturais de energia Em toda transformação, uma parte da energia se converte sempre em energia térmica A energia do universo é constante Lei da Transferência de Energia Pode ser enunciada de várias formas: A energia disponível de um sistema isolado decresce em todo processo real; A entropia de um sistema isolado aumenta em todos os processos reais TERMODINÂMICA 2ª Lei da Termodinâmica – Princípio da transferência de energia A tendência da energia potencial de degradar-se para energia cinética do movimento com uma menor capacidade de realizar trabalho (maior entropia). ENTROPIA Operacionalmente, Entropia é uma qualidade de Energia incapaz de realizar trabalho; A Entropia é uma presença constante em todos os sistemas, processos e mudanças que ocorrem no universo; Processos para a Liberação e a conservação de energia Processos exergônicos • Qualquer processo físico ou químico que resulte na liberação de energia para o meio ambiente; • Representam processos “descendentes” de energia livre - energia “útil” para o trabalho biológico que engloba todos os processos que exijam energia e que são responsáveis pela preservação da vida dentro das células. -DG = DH - TDS Processos para a Liberação e a conservação de energia Processos endergônicos • Qualquer processo químico que armazene ou absorva energia; • Reações que representam processos “ascendentes” e prosseguem com um aumento da energia livre para o trabalho biológico. +DG = DH - TDS Valores de ΔG e Propriedades das Reações Valor Relativo Tipo de Reação Efeito Observado Probabilidade de Ocorrência - ΔG ou ΔG < 0 Exergônica Libera Energia Provável Espontânea + ΔG ou ΔG >0 Endergônica Absorve Energia Improvável Provocada ΔG = 0 Uma ou outra Reação em equilíbrio dinâmico, com Energia mínima e Entropia máxima Essa energia não está armazenada nas ligações químicas, como erroneamente se pensa e diz: “o ATP tem ligações de alta energia que é liberada na hidrólise da molécula”; A energia aparece como diferença entre o conteúdo de energia dos Produtos menos a energia dos Reagentes. ΔG (Reação) = ΔG (Produtos) - ΔG (Reagentes) No caso do ATP, a reação de hidrólise, é: ATP + H2O ↔ ADP + H3PO4 Reagentes Produtos A energia liberada equivale a: ΔG (Reação) = ΔG (Produtos) - ΔG (Reagentes) = -7 kcal(29,3 kJ) Reações Espontâneas – Acoplamento de Reações Se em qualquer sistema, for observado que as reações (1) e (2) estão ocorrendo, é porque elas são acopladas; A reação (1) começa a ocorrer, e antes que ela termine, se inicia a reação (2), usando um dos produtos da reação (1); Exemplos: (1) PEP + H2O ↔ Piruvato + Pi ΔG°1 = -62 kJ.mol¯¹ (2) ADP + Pi ↔ ATP + H2O ΔG°2 = +30,5 kJ.mol¯¹ (3) PEP + Pi ↔ Piruvato + ATP ΔG°3 = -31,5 kJ.mol¯¹ Toda reação que ocorre em dois sentidos, é espontânea em um sentido, e provocada no sentido oposto: Sentido Espontâneo (-ΔG) A + B ↔ C + D Sentido Provocado (+ΔG) No sentido espontâneo, ela libera uma quantidade de energia (-ΔG), e na volta, ela necessita da mesma quantidade de energia (+ΔG), para ocorrer; Exemplo: Espontâneo H2O ↔ H + OH¯ ΔG = -19 Kcal Provocado H + OH¯ ↔ H2O ΔG = +19 Kcal + + Metabolismo Metabolismo “É uma atividade celular altamente coordenada na qual diversos sistemas multienzimáticos atuam conjuntamente visando quatro funções”: Metabolismo 1. Obter energia química, seja por captação da energia solar, seja por degradação de compostos ricos em energia obtidos do meio ambiente; Metabolismo 2. Converter as moléculas dos nutrientes em moléculas com características próprias de cada célula; Metabolismo 3. Formar macromoléculas, tais como proteínas, ácidos nucléicos e polissacarídeos, a partir de precursores monoméricos; Metabolismo 4. Sintetizar e degradar biomoléculas necessárias a funções celulares especializadas, tais como lipídios de membrana, mensageiros intracelulares e pigmentos. Metabolismo A soma de todos os processos anabólicos e catabólicos. Trabalho Biológico nos Seres Humanos • Trabalho Mecânico • Trabalho Químico • Trabalho de Transporte Trabalho Mecânico Elementos contráteis W = F x D P = (F x D) / T Trabalho Químico Tem por finalidade básica a manutenção e o crescimento orgânico Trabalho de Transporte Consiste em concentrar substâncias no organismo contra um determinado gradiente de concentração AS BASES PARA A DIGESTÃO E A SÍNTESE Reações de Hidrólise – A hidrólise cataboliza moléculas orgânicas complexas – Ch´s, Lp´s e Pt´s. AB + HOH A – H + B – OH Reações de Condensação – Componentes estruturais dos nutrientes se unem nas reações de condensação para formar moléculas e compostos mais complexos. Energia Química Os alimentos contêm energia química. É estocado em nosso corpo como glicogênio, gordura e proteína. Pode ser liberada para fornecer a energia necessária para produzir ATP ATP ATP Mais importante fonte de suporte energético para a contração muscular durante o exercício. Uma molécula que estoca enrgia na forma de ligações químicas. Composta de um grupo adenina, um grupo ribose e três grupos fosfatos. ADP + Pi FONTES DE ENERGIA PARA A CONTRAÇÃO MUSCULAR • ATP • METABOLISMO ANAERÓBIO • METABOLISMO AERÓBIO FOSFOGÊNICO GLICOLÍTICO Hidrólise do ATPATPase ATP + H2O ADP + Pi - DG 7,3 Kcal / mol Fosfato de Creatina • Ressíntese de ATP através da cisão anaeróbica de um fosfato proveniente do PCr; PCr + ADP Cr + ATP Creatina cinase Os aumentos transitórios no ATP dentro da unidade contrátil do músculo durante a contração muscular desviam a reação catalizada pela creatina cinase na direção da hidrólise de PCr e da produção de ATP. Capaz de fornecer a maioria do ATP quando a energia muscular é necessária para um tempo curto. Irá fornecer energia no estado inicial de todos os tipos de exercício. O ATP é produzido anaerobiamente. Sistema fosfocreatina Reação de Adenilato Cinase Representa outra reação mediada por uma única enzima para a regeneração do ATP. 2 ADP ATP + AMP Adenila cinase Também conhecido como glicólise anaeróbia. Dois tipos de glicólise: Rápida Lenta Produz um ganho líquido de 2 ATPs Sistema Glicolítico Glicólise: é um processo exotérmico 6C Glicose ATP ATP ADP ADP P ~ 6C ~ ´P * 2 ATPs ativam o processo 3C ~ P 3C ~ P Pi Pi P ~ 3C ~ P NAD NAD NADH2 NADH2 P ~ 3C ~ P ADP ATP ADP ATP P ~ 3C P ~ 3C ADP ATP ADP ATP 3C C3H4O3 3C C3H4O3 Piruvato * A glicose sofre uma cascata de reações, reduzindo-se a 2 trioses (piruvato) * Formam-se 4 ATPs, logo o saldo energético é de 2 ATPs Glicose 2 Ácidos pirúvicos + 2 NADH2 + 2 ATP Produtos da glicólise O piruvato é convertido para Acetil-CoA se o oxigênio está presente, e para ácido lático se o oxigênio não está presente. Glicólise Lenta Hidrólise da glicose para piruvato e para ácido lático anaerobicamente com a produção líquida de 02 ATPs. Glicogênio 03 ATPs Glicólise Rápida Via glicolítica Glicólise= via de Embden-Mayerhof-Parnas O sistema aeróbio oxida carboidratos ou outras estruturas contendo carbono obtidas de lipídios ou proteínas: Duas partes: TCA CTE Sistema Oxidativo Oxidação Celular A oxidação – redução celular constitui o mecanismo bioquímico responsável pelo metabolismo energético. Transporte de elétrons – Enzimas desidrogenases; – Nicotinamida – adenina dinucleotídeo – Flavina – adenina dinucleotídeo – Citocromos – Fosforilação oxidativa Cadeia Respiratória NADH2 FADH2 Citocromo b Citocromo c Citocromo a Citocromo a3 ½ O2 2 e 2 e 2 e 2 e 2 e 2 e ATP ATP ATP 2H+ H2O Cristas mitocondriais Os hidrogênios removidos do substrato pelo NAD/FAD reagem com o oxigênio proveniente do meio, formando água e liberando energia que será utilizada para refazer os ATPs. O sistema aeróbio pode produzir muito mais ATPs por molécula de glicose que o sistema anaeróbio, mas não produz ATP rapidamente. A intensidade deve permanecer igual ou inferior ao estado estacionário (O2 fornecido = O2 demandado). Sistema Aeróbio Série de reações metabólicas controladas por enzimas. Localizado na mitocôndria. Desempenha papel integral na oxidação de carboidratos, gorduras e proteínas. Gera elétrons para a CTE. Ciclo de Krebs Localizado na membrana interna da mitocôndria. Responsável pela produção aeróbica de ATP. Usa carreadores de elétrons – FAD+ e NAD+ Sistema Transportador de Elétrons Balanço Energético da Respiração Citosol Glicólise: 4 ATPs – 2 ATPs = 2 ATP 2 NADH2 x 3 ATP = 6 ATP Rendimento total da glicólise 8 ATP Mitocôndria 1 Ácido pirúvico 1 ácido acético: 1 NADH2 = 3 ATP Ciclo de Krebs: 3 NADH2= x 3 ATP = 9 ATP 1 FADH2 = x 2 ATP = 2 ATP 1 ATP = 1 ATP Rendimento total do Ciclo de Krebs 15 ATP Rendimento total da respiração em procariontes 30 ATP + 8 ATP = 38 ATP Rendimento total da respiração em eucariontes 38 ATP – 2 ATP = 36 ATP Papel do Oxigênio no Metabolismo Energético Pré-requisitos para a ressíntese contínua do ATP durante a fosforilação oxidativa: – Disponibilidade do agente redutor NADH (ou FADH2) nos tecidos; – Presença do agente oxidante oxigênio nos tecidos; – Concentração suficiente de enzimas e de mitocôndrias para garantir que as reações de transferência de energia possam prosseguir com o seu ritmo apropriado Papel do Oxigênio no Metabolismo Energético No exercício extenuante, a inadequação no fornecimento de oxigênio ou em seu ritmo de utilização cria um desequilíbrio relativo entre a liberação de hidrogênio e sua aceitação final pelo oxigênio. Metabolismo Aeróbio Refere-se às reações catabólicas geradoras de energia nas quais o oxigênio funciona como um aceitador final de elétrons na cadeia respiratória e se combina com o hidrogênio para formar água. CLASSIFICAÇÃO DA VIA ENERGÉTICA CONFORME A DURAÇÃO DA ATIVIDADE ATP (Até 4 seg) FORÇA EXPLOSIVA (Levantamentos de peso, saltos, saques, etc) ATP – CP (Até 10 seg) VELOCIDADE - FORÇA DINÂMICA (Sprints, arrancadas, provas de ginástica artísitca, etc) ATP – CP + ÁCIDO LÁTICO (até 1:30”) RESISTÊNCIA ANAERÓBICA (Corridas de 200 a 400 m, 100m livre, etc) SISTEMAS NÃO OXIDATIVOS + IMEDIATOS E DE CURTA DURAÇÃO + SISTEMA OXIDATIVO (> 3 min) RESISTÊNCIA AERÓBICA (Corridas acima de 800 m) A intensidade do exercício é a mais importante variável relatada a qual o sistema energético é ativado para produzir ATP para o trabalho muscular. SUBSTRATOS ENERGÉTICOS - ATP 1. Triacilglicerol e glicogênio muscular; 2. Glicogênio Hepático; 3. Ácidos graxos livres; 4. Esqueletos de carbono intramusculares; 5. Reações anaeróbias no citosol; 6. Fosforilação do ADP pelo PCr (creatina cinase) e pela adenilato cinase b-oxidação: Oxidação de ácidos graxos em acetil-CoA (unidades de 2 carbonos). Acontece em repetições de 4 etapas principais (para ácidos graxos saturados e com # de C par): Desidrogenase (-CH2-CH2- -CH=CH-) Hidratase (-CH=CH- -CH2-CHOH-) Desidrogenase (-CH2-CHOH- -CH2-C=O) Acetil-transferase (produção de acetil-CoA) Ácido lático formado a partir da glicólise rápida é imediatamente convertida em lactato. É um composto metabólico útil que pode ser transportado para o fígado e transformado em glicose. Então usado pelo corpo como combustível durante a recuperação do exercício Lactato O limiar de lactato – o ponto onde o lactato sanguíneo inicia um crescimento não-linear a uma intensidade específica do exercício, pode ser usado como um preditor de performance Lactato Depende da demanda da atividade. Sistema de energia anaeróbio são mais eficientes para produção imediata de ATP. O sistema de energiaaeróbia é mais eficiente para produzir ATP ao lngo de um tempo contínuo. Eficiência das vias de produção de energia Acúmulo de subprodutos (Ácido Lático e amônia). Depleção de PCR ou de substratos. Fator limitante metabólico em uma dada atividade determinada pela intensidade e duração da atividade. Fatores Limitantes de Performance
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