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TÉCNICAS DE RECOLHA DE DADOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
Após a definição da metodologia de investigação segue-se a recolha de informação, que se 
baseia na formulação de diversas questões que facilitam a recolha de informação, tais como: 
 Como vamos procurar a informação? 
 Qual a natureza dessa informação? 
 Junto de quem vamos recolher essa informação? 
 
Existem dois tipos de fontes de dados para pesquisa: 
Dados primários: informações que o investigador obtém directamente através da concepção 
e aplicação de inquéritos, planeamento e condução de entrevistas e em estudos baseados na 
observação. 
Dados secundários: o investigador tem acesso a informações trabalhadas por terceiros e 
procede à sua recolha em livros, dicionários, internet, jornais e revistas, base de dados etc. 
 
As técnicas utilizadas na recolha de dados deverão ser coerentes com o tipo de estudo e o tipo 
de investigação (qualitativa ou quantitativa). As principais técnicas de recolha de dados são: 
 Observação 
 Entrevista 
 Análise documental 
 Materiais audiovisuais 
 Inquéritos por questionário 
 
Ao utilizar estas metodologias para a recolha de dados, o investigador deve criar guiões 
uniformizados para os vários registos: guião de entrevista, guião de observação, guião de 
pesquisa documental, para que os dados possam ser registados da forma mais rigorosa 
possível, com critérios uniformes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
2. ENTREVISTA 
A entrevista é um método de recolha de informações que consiste em conversas 
orais, individuais ou de grupos, com várias pessoas seleccionadas 
cuidadosamente (Ketele, 1999: 18). 
Através de um questionamento oral ou de uma conversa, um indivíduo ou um 
informante-chave pode ser interrogado sobre os seus actos, as suas ideias ou os 
seus projectos. 
Uma entrevista carece de um propósito (tema, objectivos e dimensões) bem 
definido e é essencial ter uma imagem do entrevistado, procurando caracterizar 
sucintamente a sua pessoa. De seguida, seleccionam-se a amostra dos indivíduos 
a entrevistar segundo um método representativo da população ou de 
oportunidade. 
A entrevista possibilita: 
 Interacção directa entre o entrevistador e o entrevistado; 
 Diversidades relativamente às questões e respostas; 
 Maior eficácia de resposta; 
 Papel activo do entrevistador; 
 Oportunidade para aprofundar. 
 
Vantagens e desvantagens da entrevista 
 
 
 Permite recolha de informação que 
muitas das vezes não se encontra em 
documentos e livros 
 Permite recolher testemunhos e 
interpretações do objecto de estudo 
 Permite explorar muita informação 
 É flexível no sentido que permite 
verificar se os entrevistados 
compreendem o significado das 
palavras e o sabem explicar 
 
 
 Possibilidade de respostas falsas 
 Dependente da capacidade que as 
pessoas têm para verbalizar as suas 
próprias ideias 
 Consome muito tempo 
 A análise do conteúdo da informação 
pode tornar-se complicada e difícil 
 As opiniões do investigador podem 
influenciar o entrevistado e as suas 
respostas 
 
 
 
 
3 
 
As entrevistas podem classificar-se em: 
Entrevista não estruturada: Não tem guião. Não há muito diálogo porque o investigador 
ouve muito mais do que fala. Implica o respeito absoluto do entrevistado. 
 
Entrevista semi-estruturada: Possui guião com tópicos a abordar na entrevista. Também dá 
liberdade ao entrevistado. 
 
Entrevista estruturada: abordagem de temas às questões previamente seleccionadas e que 
são consideradas importantes para os objectivos do trabalho de investigação. Procura o 
apuramento de determinados factos, as perguntas são estruturadas, organizadas e ordenadas. 
 
 
Quanto as questões, numa entrevista podem existir 2 tipos de questões: 
 
Questões abertas: o entrevistado tem a possibilidade de exprimir e justificar livremente a sua 
opinião. Exemplo: “Quais são as actividades que desenvolve enquanto Engenheiro de 
Software? 
 
 
Vantagens e desvantagens das questões abertas: 
 Relaxam o entrevistado e o 
entrevistador; 
 Permitem apreender o vocabulário do 
entrevistado; 
 Proporcionam uma grande riqueza de 
detalhes; 
 Facilitam a resposta ao entrevistado; 
 
 As respostas podem ter demasiados 
detalhes irrelevantes; 
 Possibilidade do entrevistador perder 
o controlo da entrevista; 
 Pode parecer que o entrevistador 
não está preparado; 
 
 
 
Questões fechadas: o entrevistado não tem a possibilidade de desenvolver a resposta. 
Exemplo: Quantas vezes viaja em missão de serviço da sua empresa? 
 
Algumas vezes por ano
Uma vez por mês 
Uma vez por semana 
Mais do que uma vez por semana 
 
 
Vantagens e desvantagens das questões fechadas: 
 Poupam tempo; 
 Facilita a codificação das respostas 
 Facilitam a comparação de 
entrevistas; 
 Vão directo ao assunto; 
 Facilitam o controlo da entrevista; 
 
 
 Não permitem obter grandes detalhes; 
 Podem levar a perda de ideias 
importantes; 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Guião de entrevista 
O guião de entrevista é um instrumento para a recolha de informações na forma 
de texto que serve de base à realização de uma entrevista propriamente dita. 
O guião é constituído por: 
 Um conjunto (ordenado ou não) de questões abertas (resposta livre), 
semi-abertas (parte da resposta fixa e outra livre) ou fechadas (resposta 
fixa). 
 Indicação da pessoa/entidade e título do potencial entrevistado 
 Data e local da entrevista 
 Um texto inicial que apresenta a entrevista e os seus objectivos, devendo 
ser lido ao entrevistado antes do início de questões. 
O guião ainda pode conter notações que auxiliam a condução da entrevista 
(tempo previsível de resposta, palavras-chave, questões para aprofundamento do 
tipo “pode dizer-me mais acerca deste assunto?”, etc.). 
É necessário proceder à formação dos entrevistadores, no caso de eles não serem 
os investigadores do estudo. 
A condução da entrevista deve obedecer a critérios de respeito pelo entrevistado 
e a sua cultura, bem como garantir a confidencialidade do estudo e dos dados 
recolhidos. 
Considerando a entrevista como um acontecimento social, não se deve desprezar 
as características do local onde decorre e a influência no entrevistado. Deve-se 
em consideração diversos factores que podem interferir com as respostas: 
situação (recompensa, lugar, tempo, …); características intrínsecas do 
entrevistado (memória, motivação, …); características do entrevistado (grupo 
étnico, aspecto, …); entrevistador (vocabulário, papel, mensagens corporais, …); 
mensagem (compreendida, invocação, …) (adaptado de Ghiglione & Matalon, 
1995: 76). 
5 
 
Antes da realização da entrevista, deve-se efectuar um pré-teste do guião, 
podendo, eventualmente, ajustar o guião da entrevista. Depois de registada em 
papel ou em suporte magnético ou digital, a informação recolhida pela entrevista 
é tratada com vista à sua análise e à redacção das conclusões. 
Etapas na elaboração do guião de entrevista 
1. Descrição do perfil do entrevistado (nível etário, escolaridade, nível sócio-cultural, 
personalidade, etc.); 
2. Selecção da população e da amostra de indivíduos a entrevistar; 
3. Definição do propósito da entrevista (tema, objectivos e dimensões); 
4. Estabelecimento do meio de comunicação (oral, escrito, telefone, e-mail, …), do 
espaço (sala, jardim, …) e do momento (manhã, duração, …); 
5. Discriminação dos itens ou características para o guião; 
a) Elaborar perguntas dos itens, de acordo com odefinido nos pontos anteriores; 
b) Considerar as expectativas do entrevistador; 
c) Considerar as possíveis expectativas dos leitores/ouvintes; 
d) Formular perguntas abertas (O que pensa de...?) e fechadas (Gosta de...?); 
e) Evitar influenciar as respostas; 
f) Apontar alternativas para eventuais fugas à pergunta; 
g) Estabelecer o número de perguntas e proceder à sua ordenação, dentro de 
cada dimensão; 
h) Adequar as perguntas ao entrevistado, seleccionando um vocabulário claro, 
acessível e rigoroso (sintaxe e semântica); 
6. Produção do guião com boa apresentação gráfica; 
a) Redigir o cabeçalho com identificação (instituição, proponentes, título, data) 
b) Incluir uma apresentação sucinta da entrevista, incluindo os objectivos; 
c) Alinhar as perguntas na vertical e com espaçamento ajustado; 
d) Utilizar tipo de letra legível, parágrafo justificado, margens da página com 2 cm 
e, eventualmente, imagens à direita do texto; 
7. Validação da entrevista pela análise e crítica de personalidades relevantes. 
 
Procedimentos durante a entrevista 
Início com explicação da entrevista 
a) Esclarecimento do que pretende o entrevistador e do objectivo da entrevista; 
b) Assegurar a confidencialidade do entrevistado e das suas respostas; 
c) Ressaltar a necessidade da colaboração do entrevistado, sem tolhimento de 
qualquer ordem; 
6 
 
Criação de um ambiente agradável para a realização da entrevista 
a) Verificar que o espaço/local da entrevista favorece a descontracção do 
entrevistado (temperatura, luz, móveis, …); 
b) Manter uma distância audível entre o entrevistado e o entrevistador (1 a 2 
metros); 
c) Em casos de entrevista a um grupo, pode ser vantajoso subdividi-los em 
pequenos grupos; 
d) Verificar se existem condições de privacidade do entrevistado; 
e) Permitir que o entrevistado mantenha o controlo da entrevista; 
Favorecimento das respostas pertencentes ao entrevistado 
a) Mostrar compreensão e simpatia pelo entrevistado; 
b) Usar um tom informal de conversa, mais do que de entrevista formal; 
c) Apresentar a questão oralmente e por escrito (combinar as duas 
linguagens!); 
d) Começar com questões fáceis de responder (para pôr o entrevistado à 
vontade); 
e) Pedir ao entrevistado para dizer em voz alta o que está a pensar, o que 
pensou em fazer, se está com alguma dificuldade na resposta, …; 
f) Evitar influenciar as respostas pela entoação ou destaque oral de palavras; 
g) Pedir exemplos de situações, de pessoas ou de objectos que o auxiliem a 
exprimir-se; 
h) Apresentar uma questão de cada vez; 
i) Entrevistador explicita aceitação pelas opiniões do entrevistado 
(entrevista diferente de exame); 
Registo das respostas do entrevistado 
a) Previamente, verificar suportes de registos (papel, fita, pilhas, captação 
do som, …); 
b) Antes de iniciar a entrevista, pedir autorização ao entrevistado para fazer 
a gravação; 
c) Registar com as mesmas palavras do entrevistado, evitando resumi-las; 
d) Anotar, se possível, gestos e expressões do entrevistado; 
Gestão do tempo de conversação; 
a) A duração de uma entrevista não pode ser muito longa (não mais que 30 
minutos); 
b) Parar antes do tempo previsto se o ambiente se tornar demasiado 
constrangedor; 
 
 
7 
 
Término da entrevista 
A entrevista deve terminar como começou, num ambiente de cordialidade 
para que o entrevistador possa voltar (se necessário) para solicitar novos 
dados ou informações. 
Neste momento, o entrevistador deve apresentar os seus agradecimentos pelo 
tempo que o entrevistado dedicou a entrevista e pelas respostas e informações 
fornecidas. 
 
3. QUESTIONÁRIO 
 
 
 
Um questionário é uma técnica que visa recolher dados ou informações baseando-se na 
inquirição de um grupo representativo da população em estudo. Coloca-se uma série de 
questões que abrangem um tema de interesse para os investigadores, não havendo interacção 
directa entre estes e os inquiridos. 
 
Um bom questionário é aquele que fornece dados que permite testar adequadamente as 
hipóteses de investigação. 
 
Numa investigação por questionário a maioria das variáveis ou todas são medidas através das 
perguntas do questionário e, portanto, os métodos de investigação incluem: 
 Os tipos de perguntas usadas 
 As respostas associadas às perguntas 
 As escalas de medidas das perguntas (nominal, ordinal, intervalo, razão, likert etc.). 
As escalas de medidas das respostas são muito importante porque condicionam as técnicas 
de análise de dados. 
 
Segundo o tipo de perguntas, existem três tipos de questionário: 
 Questionário do tipo aberto – utiliza questões de respostas abertas. Proporciona 
respostas de maior profundidade, dando ao inquirido uma maior liberdade de resposta, 
no entanto, a interpretação e resumo deste tipo de inquérito torna-se mais difícil para o 
investigador, devido à variedade de respostas que pode obter. 
 Questionário do tipo fechado – é constituído por questões de respostas fechadas, 
permitindo obter respostas que possibilitam a comparação com outros instrumentos de 
recolha de dados. Facilita o tratamento e análise da informação, exigindo menos 
tempo, no entanto, a sua aplicação pode não ser vantajosa, por facilitar a um sujeito a 
resposta que não saberia, ou por ter dificuldade acrescida em responder a determinada 
questão. São bastante objectivos e requerem menos trabalho aos inquiridos. 
 Questionário do tipo misto – compreende questões de respostas abertas e fechadas. 
 
Antes de elaborar um questionário é necessário pegar nas hipóteses e decidir: 
1. Que perguntas utilizar para medir as hipóteses associadas; 
2. Que tipo de resposta é o mais adequado para cada pergunta; 
3. Que tipo de escala está associada às respostas 
4. Que técnicas são adequadas para analisar os dados; 
Para isso é necessário que o investigador elabore um plano para o questionário. 
 
 
8 
 
 
3.1.Plano do questionário 
O plano do questionário deve conter os seguintes passos: 
1. Listar todas as variáveis da investigação. Isto faz-se olhando com atenção para as 
hipóteses porque as hipóteses indicam as variáveis a serem analisadas. 
2. Especificar o número de perguntas para medir cada variável. Normalmente utiliza-se 
uma pergunta para medir cada variável. Mas há vezes em que é necessário utilizar 
mais perguntas quando por exemplo, se pretende uma variável (latente) por 
combinação de outras. 
3. Pensar cuidadosamente na natureza ou tipo de cada hipótese e nas variáveis e 
perguntas associadas a essa hipótese 
4. Escrever uma versão inicial de cada pergunta 
5. Com base no tipo de cada hipótese e dos tipos e escala das variáveis, decidir quais as 
técnicas de analise de dados adequadas para testar as hipóteses, tendo em conta os 
pressupostos dessas técnicas. 
6. Com base na informação do passo anterior, decidir sobre o tipo de resposta desejável 
para cada pergunta, associada com cada hipótese de acordo com as respectivas escalas. 
7. Verificar se as perguntas e as respostas são adequadas para testar as hipóteses. Caso 
contrario há que melhorá-las. 
8. Escrever as instruções associadas com as perguntas para informar o respondente como 
deve responder cada pergunta. 
9. Planear as secções do questionário 
 
Perguntas de um questionário 
 
As perguntas de um questionário podem ter vários objectivos. O objectivo de uma pergunta 
refere-se ao tipo de informação que a pergunta solicita. 
É possível solicitar informação sobre: 
1. Factos: quantos trabalhadores têm a sua empresa? 
2. Opiniões: acha que a taxa de desemprego vai baixar até 2015? 
3. Atitudes: em que medida concorda ou discorda com a entrada de mega projectos no 
país 
4. Preferências: prefere estudar sozinhoou em grupo? 
5. Valores: Indique o grau de importância que atribui a cada um dos seguintes aspectos: 
i. Trabalho interessante 
ii. Bons colegas 
iii. Salário alto 
 Satisfação: em que medida está satisfeito ou insatisfeito com o seu chefe. 
 Razões 
 Motivos 
 Esperanças 
 Crenças 
 etc. 
É preciso pensar cuidadosamente sobre o tipo de informação que pretende solicitar por cada 
uma das perguntas que está a inserir no questionário porque é muito fácil escrever perguntas 
que não solicitam o tipo de informação necessária para a investigação. 
Nas perguntas sobre os factos, deve-se evitar perguntas sensíveis (como por exemplo, lucros 
etc.), detalhes desconhecidos pelos respondentes (sobre os seus concorrentes), detalhes que 
obrigam os respondentes a gastar muito tempo na recolha de informação ou realizar cálculos 
complexos para preencher o questionário, como por exemplo quadros com informações sobre 
os trabalhadores onde se solicita a idade média por categoria. 
9 
 
 
Do ponto de vista operacional, a elaboração do questionário deve ter em consideração 
diversos factores ao nível da sua estruturação, linguagem e complexidade, o que determina a 
própria construção das perguntas. 
Construção das questões – a linguagem das questões que constituem um questionário são de 
elevada importância, sendo por isso necessário ser cuidadoso na forma como se formulam as 
questões, bem como na apresentação do questionário. Devem ser considerados os seguintes 
elementos: 
 As habilitações do público-alvo; 
 A organização das questões deve seguir um percurso lógico para quem responde; 
 As questões não devem ser irrelevantes, intrusivas ou desinteressantes; 
 As questões não devem ter uma estrutura demasiado confusa e complexa, nem ser 
demasiado longas; 
 As questões não devem ser ambíguas, evitando interpretações múltiplas; 
 Não se devem juntar duas questões numa só, para evitar levar a respostas induzidas, ou que 
não seja possível determinar qual das questões foi respondida quando do tratamento da 
informação. 
Para cumprir com estas indicações, as questões devem ser reduzidas e adequadas à pesquisa 
em questão, devendo ser desenvolvidas tendo em conta os princípios básicos: 
 clareza (claras, concisas e unívocas); 
 coerência (devem corresponder à intenção da pergunta); 
 neutralidade (não devem induzir a uma determinada resposta – evitar referencial de juízos 
de valor). 
 
 Utilizar uma linguagem simples e clara. Ao escrever as perguntas de um questionário, 
deve-se ter em conta as habilitações literárias e o vocabulário dos respondentes. Depois de 
escrever as perguntas, deve-se verificar se são compreensíveis através de um pré-teste ou se 
não for possível aplicar um pré-teste, pode-se mostrar a algumas pessoas, com características 
semelhantes aos respondentes, para comentar sobre a clareza ou compreensão das perguntas 
elaboradas. 
 
 Utilizar a 3ª pessoa do singular nas perguntas e a 1ª do singular ou plural nas respostas. 
 
Tipos de Questões: 
 Questões de resposta fechada – o inquirido apenas seleccionam a opção (de entre as 
apresentadas) que mais se adequa à sua opinião (ex: Qual o seu estado civil? Solteiro; Casado; 
Divorciado; Viúvo) 
  Questões de resposta aberta – permitem ao inquirido construir a resposta com as 
suas próprias 
 palavras, permitindo, assim, a liberdade de expressão. Ex.: Porque é que classificou a 
satisfação com este valor? 
 Vantagens: prezam o pensamento livre e a originalidade; dão origem a respostas mais 
 variadas; respostas mais representativas/fiéis da opinião do inquirido; vantajosas para 
o investigador, pois permite-lhe recolher variada informação sobre o tema em questão; 
 Desvantagens: dificuldade em organizar e categorizar as respostas; requerem mais 
tempo para responder; a caligrafia é, muitas vezes, ilegível 
 
  Questões semi-fechadas – num questionário podem ocorrer simultaneamente 
modalidades de resposta fechada e aberta na mesma questão. Ex.: Qual o factor que 
considera mais importante no decorrer da prestação do serviço? 
10 
 
Atendimento/Qualidade do Serviço/Erro na Facturação/Tempo de Espera/Outro. 
Qual? ______________ 
 Questões de resposta única – o inquirido escolhe apenas uma modalidade de 
resposta; 
 Questões de resposta múltipla – o inquirido escolhem várias modalidades de 
respostas, em número limitado ou não (ex: Quais são, na sua opinião, os pontos fortes 
do produto X? Indique, no máximo três escolhas. Apresentação geral; forma; 
comodidade de emprego; variedade de utilizações; eficácia; robustez; preço); 
 
 Questões de filtro – servem para filtrar as pessoas para as quais certas questões não 
fazem qualquer sentido ou se não são aplicáveis. Ex.: Possui telemóvel? Sim/Não. Se 
respondeu SIM na questão anterior, quando é que o adquiriu? Este ano/Ano 
passado/Há 2 anos/Há 3 anos 
Vantagens: rapidez e facilidade de resposta; maior uniformidade, rapidez e 
simplificação na análise das respostas; facilitam a categorização das respostas para 
posterior análise; permitem contextualizar melhor a questão; 
Desvantagens: dificuldade em elaborar as respostas possíveis a uma determinada 
questão; não estimulam a originalidade e variedade da resposta; o inquirido pode optar 
por uma resposta que se aproxima mais da sua opinião, não sendo esta uma 
representação fiel da realidade. 
 
Falhas a evitar na elaboração de perguntas de um questionário 
i. Pergunta múltipla: aquela que contém duas ou mais perguntas. 
Exemplo: 
Suponha que você é director de uma empresa. A sua empresa não tem gestor de 
recursos humanos mas a empresa promove cursos de formação. Qual seria a sua 
resposta à seguinte pergunta? 
 
Na sua empresa, o gestor de recursos humanos promove cursos de formação? 
Sim Não 
 
 
Não é possível responder sim porque a empresa não tem gestor de recursos humanos e 
nem não porque isso significaria que a empresa não promove formação. 
Este é o caso de uma pergunta múltipla. A pergunta pode ser reescrita da seguinte 
forma: 
 
 Sim Não 
1. A sua empresa tem gestor de recursos humanos? 
2.A sua empresa promove cursos de formação? 
Sim respondeu sim as perguntas 1 e 2, responda a pergunta 3. Se respondeu não passe 
às perguntas seguintes: 
 Sim Não 
3. É o gestor de recursos humanos que promove os cursos de formação? 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
ii. Perguntas que usam uma mistura de conjunções e disjunções: Este é um tipo de 
perguntas múltiplas. 
Exemplo: 
Os produtos da sua empresa são exportados para França e Alemanha ou Itália? 
Sim Não 
 
 
O que significa o Sim? 
Uma possível correcção é: 
Para qual dos países são exportados os produtos da sua empresa? 
 Sim Não 
1. França 
2.Alemanha 
3. Itália 
 
 
 
iii. Perguntas não-neutras: As perguntas escritas para medir opiniões, atitudes ou 
satisfação devem ter uma forma neutra (bipolar), ou seja, não devem ter uma forma 
que convide o respondente a uma só resposta positiva ou negativa. 
Exemplo: 
Em que medida está satisfeito com o seu chefe? 
Muito pouco 
satisfeito 
Pouco satisfeito Medianamente 
satisfeito 
Satisfeito Muito satisfeito 
 
 
Esta pergunta é não neutra, porque só força o respondente a dar uma resposta positiva. Não há 
pólo negativo. 
 
Uma pergunta neutra seria: 
 
Em que medida está satisfeito com o seu chefe? 
Muito insatisfeito insatisfeito Nem satisfeito e 
nem insatisfeito 
Satisfeito Muito satisfeito 
 
 
Note que esta pergunta é bipolar; tem um pólo positivo (satisfação), um pólo negativo 
(insatisfação) e um ponto neutro (nem satisfeito e nem insatisfeito), portanto não forçao 
respondente a dar uma resposta positiva e nem negativa. 
 
iv. Perguntas indefinidas: são perguntas em que o respondente tem a responsabilidade 
para definir o significado da pergunta. 
Exemplo: 
Que tipo de programas de televisão mais prefere? 
(pode assinalar mais do que uma opção) 
Filmes 
Concursos 
Desportos 
Entrevistas 
Reportagens 
 
12 
 
Esta pergunta convida o respondente a responder uma ou mais perguntas, permitindo que ele 
decida quantas perguntas deve responder. Isto faz com que cada respondente escolha o nº de 
opções que pretende assinalar. 
 
Uma possível melhoria seria: 
1. Quais são os três tipos de programas de televisão que mais prefere? 
2. Coloque em ordem de preferência os seguintes tipos de programas de televisão? 
(1- Programa mais preferido, 2-segundo programa mais preferido, etc.) 
 
3. Indique o grau de gosto para cada um dos seguintes tipos de programas de televisão: 
(5=gosto muito, 4=gosto, 3=mais ou menos, 2=não gosto, 1= não gosto nada) 
 
1. Questões em escala – utilizam-se para medir aspectos como atitudes ou opiniões do 
público-alvo (o que, por vezes, apenas é possível com a utilização de escalas, como por 
exemplo 1-5). As escalas podem ser dos seguintes tipos: 
 
Nominal: a ordem das modalidades ou categorias não tem significado; representa, 
apenas, uma enumeração das modalidades possíveis; permite uma comparação 
apenas pela igualdade (ex.: homem, mulher; com defeito/sem feito); 
 
Ordinal: a ordem das modalidades ou categorias tem significado; categorias 
sucessivas não representam as mesmas diferenças no atributo medido; permite uma 
comparação pela igualdade e pela posição relativa (na ordem estabelecida). Ex: não 
especializado, semi-especializado, especializado, muito especializado; 
 
De Intervalos: de natureza quantitativa, possibilitando a determinação da distância 
entre elementos; categorias sucessivas representam diferenças iguais no atributo 
medido; permite comparação pela igualdade, pela posição relativa (na ordem) e pela 
diferença numérica (distância); o zero desta escala é arbitrário/neutro. Ex.: Escalas 
de temperatura em graus Celsius e Fahrenheit; data (calendário); quociente de inteligência 
(QI); 
 
De Razões: de natureza quantitativa, representa o nível mais elevado das escalas 
de medida; tem valor de base natural (zero absoluto) que não pode ser alterado; 
goza da propriedade da ordinalidade, possui uma unidade de medida; acrescenta 
uma origem fixa ou ponto zero. Ex.: Escala de temperatura de graus Kelvin; altura; 
peso; comprimento; números índice. 
 
De Likert: É usada para medir atitudes, opiniões ou satisfação. Esta escala normalmente 
consta de 5 categoria para cada questão (“muito de acordo”, “de acordo”, “indeciso”, “em 
desacordo”, “muito em desacordo”). As pontuações de 1 a 5 ou a inversa de 5 a 1, se atribui 
em conformidade com o significado da resposta para a atitude que medem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
3.2. Respostas alternativas e escalas de medição 
 
Na parte principal de um questionário é muito vulgar utilizar escalas de medição e várias 
respostas alternativas. 
 
Existem dois tipos de respostas alternativas: respostas de tipo gerais e respostas do “alfaiate” 
 
Respostas alternativas do tipo geral 
 
Tem a vantagem de que o mesmo tipo pode ser utilizado para cada uma das perguntas num 
conjunto ou bloco de perguntas. 
 
As respostas alternativas do tipo geral mais utilizadas são: 
a) Respostas sobre quantidades 
Por exemplo: 
Muito pouco Pouco Médio Muito Bastante 
1 2 3 4 5 
 
b) Respostas sobre frequência 
Por exemplo: 
Nunca Raramente Às vezes Muitas vezes Sempre 
1 2 3 4 5 
 
c) Respostas sobre avaliação 
Por exemplo: 
Muito mau Mau Razoável Bom Muito bom 
1 2 3 4 5 
 
 
d) Respostas sobre probabilidade 
Por exemplo: 
Impossível Pouco provável Provável Muito provável Certo 
1 2 3 4 5 
 
 
Respostas alternativas do tipo “alfaiate” 
 
Diferentemente do tipo geral, as perguntas tipo alfaiate são construídas especialmente de 
acordo com a pergunta e só se aplicam a essa pergunta específica. 
 
Há situações em que não é possível aplicar respostas alternativas de tipo geral a uma 
pergunta. 
 
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: 
“Em sua opinião, o que é que as empresas portuguesas do sector das industrias 
transformadoras devem fazer em relação aos mercados da União Europeia?” 
 
Não possível aplicar resposta do tipo geral para esta pergunta. Se não quisermos uma pergunta 
aberta, é necessário construir um conjunto de respostas alternativas especificamente para esta 
pergunta. Esta situação é semelhante à de um homem alto (ou muito gordo) que não pode 
encontrar um fato no “pronto a vestir “ e, portanto, tem de ir ao alfaiate para fazer o fato a sua 
medida. 
14 
 
No caso da pergunta acima temos que escrever um conjunto de respostas alternativas para a 
pergunta formulada: 
 
Devem ignorar 
os mercados da U.E. e 
concentrar-se 
totalmente no 
mercado domestico 
Devem 
concentrar-se 
 no mercado 
domestico 
mas devem 
explorar 
um bocadinho 
para 
os mercados da 
U.E. 
 
Devem concentrar-se 
 Principalmente nos 
mercados da U.E 
e vender um bocadinho 
para 
o mercado domestico 
 
Devem concentrar-se 
Totalmente em exportar para os 
mercados da U.E. 
 
1 2 3 4 
1. Vantagens e desvantagens de respostas alternativas do tipo geral e do tipo 
alfaiate 
 
 
 Vantagens desvantagens 
Respostas alternativas gerais  Requer menos espaço, 
o que reduz o 
comprimento do 
questionário 
 É possível analisar as 
respostas utilizando 
técnicas estatísticas 
sofisticadas 
 
 Por vezes proporcionam 
informações pouco 
detalhadas 
Respostas alternativas alfaiate  As vezes, não é 
possível aplicar as 
respostas alternativas 
gerais 
 Muitas vezes 
proporcionam 
informações mais 
especificas e detalhadas 
 Por vezes os valores 
numéricos não 
representa uma variável 
numérica e portanto 
utilizam-se métodos não 
paramétricos para 
analise 
 Requer mais espaço o 
que aumenta o 
comprimento do 
questionário 
 
2. Número de respostas alternativas 
O número normal de respostas alternativas varia entre 2 a 9. 
O número óptimo depende principalmente 
 Do objectivo da pergunta, 
 Da forma da pergunta e 
 Da natureza dos respondentes 
Para perguntas para medir atitudes, opiniões, satisfação, valores etc. é aconselhável usar um 
número impar de respostas alternativas porque proporcionam uma resposta neutra (variável 
bipolar). 
 
O número par de respostas alternativas é preferível quando se trará de questões sensíveis 
porque neste caso muitos inquiridos preferem dar uma resposta neutra quando realmente tem 
uma resposta positiva ou negativa. 
 
15 
 
 
 
 
3. Problemas com respostas alternativas 
a. Confusão nos tipos de respostas alternativas 
E normal misturar dois ou mais tipos de respostas alternativas numa escala de 
respostas. 
Por exemplo: 
“Em que medida está satisfeito com o seu emprego? 
 
Pouco Raramente Às vezes Muito Sempre 
1 2 3 4 5 
 
Note que as respostas “Pouco” e “Muito” indicam quantidade e, portanto, do tipo 
quantidade. 
E as respostas “Raramente” e “Ás vezes” indicam frequência, portanto, do tipo frequência 
 
b. Gama de respostas alternativas demasiado restrita 
É importante oferecer uma gama adequada de respostas alternativas. 
Considere, por exemplo, a seguinte pergunta: 
“ A gerência da empresa é? 
 
 
Boa Muito boa Excelente 
1 2 3Note que com esta gama de respostas alternativas o respondente não tem a possibilidade de 
fazer uma avaliação desfavorável sobre a gerência. 
 
c. Respostas alternativas sem descrições 
Considere a seguinte pergunta: 
“A sua formação na empresa tem sido?” 
(indique na escala 1, 2, 3, 4, 5) 
 
Não está claro o que significam os números na escala. Por falta de uma descrição dos números 
na escala, os inquiridos tem de interpretar o significado dos valores na escala, e a 
interpretação não única. Por exemplo: 
1ª interpretação: 
Muito má Má Razoável Boa Muito boa 
1 2 3 4 5 
 
2ª interpretação: 
Inexistente Muito fraca Fraca Suficiente Boa 
1 2 3 4 5 
 
Note que um mesmo valor tem duas interpretações bastantes diferentes 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
d. Respostas alternativas parcialmente descrições 
Evite usar escalas que só tem descrições nos extremos, , como por exemplo: 
Muito mau Muito bom 
1 2 3 4 5 
 Este tipo de respostas não é aconselhável, sobretudo quando os respondentes tem baixo nível 
de escolaridade, ou estão habituados a preencher escalas de resposta em questionários. 
É especialmente importante evitar usar respostas parcialmente descritas por palavras que 
tenham acentuações desiguais. Como por exemplo: 
 
Mau Excelente 
1 2 3 4 5 
 
A resposta “Excelente” é extremamente positiva mas a resposta “Mau” não é extremamente 
negativa. Assim, não há garantia que todos os respondentes interpretem os valores 2, 3 e 4 da 
mesma maneira e ainda da mesma maneira com o investigador. Portanto esses valores tem 
significados ambíguos e podem ser interpretados da mesma maneira. Por exemplo: 
Mau Fraco Médio Bom Excelente 
1 2 3 4 5 
 
Ou 
Mau Fraco Bom Muito bom Excelente 
1 2 3 4 5 
 
Ou 
Mau Razoável Bom Muito bom Excelente 
1 2 3 4 5 
 
e. Resposta “Não sei” 
Por vezes é aconselhável ou necessário incluir a resposta “Não sei” em perguntas que 
requerem conhecimentos específicos do respondente sobre o tema da pergunta. Mas é 
muito importante evitar incluir a resposta “Não sei” no meio da escala de quantidade, 
frequência ou avaliação. 
 
Considere por exemplo a seguinte pergunta: 
“ A política de formação na sua empresa é?” 
Muito má Má Não sei Boa Muito boa 
1 2 3 4 5 
 
Note que o valor 3 não é uma avaliação entre “Má” e “Boa”. É uma indicação de falta 
de conhecimento. Isto pode dar problema na análise de dados ao considerar não sei 
com o peso 3. 
Neste caso é aconselhável desdobrar a pergunta em duas. 
Por exemplo: 
Pergunta 10: 
 
 “Tem conhecimento sobre a politica de formação que é praticada na sua empresa?” 
Sim Não 
 
 
17 
 
Se respondeu “Sim” à pergunta 10 passe para a pergunta 11. Se respondeu “Não” 
passe para a pergunta 12. 
 
Pergunta 11: 
“ A política de formação na sua empresa é?” 
Muito má Má Não sei Boa Muito boa 
1 2 3 4 5 
 
 
 
 
4. Apresentação do questionário 
 
A construção de um questionário deve obedecer aos seguintes critérios: 
 Clareza e rigor na apresentação; 
 Facilidade de preenchimento para o inquirido. 
 
O tema de estudo deve ser apresentado de uma forma clara e simplista, assim como a 
linguagem utilizada e a composição do questionário, que devem ser adequadas ao público-
alvo. 
 
 Introdução do questionário 
 
Na introdução é importante que sejam incluídos os seguintes aspectos: 
a) Um pedido de cooperação para o preenchimento do questionário. O tempo e o 
carácter anónimo ajudam na cooperação 
b) Razão da aplicação do questionário: principal objectivo do estudo e sua importância. 
c) Uma apresentação curta da natureza geral do questionário. Referir a natureza da 
informação solicitada (factos, opiniões, atitudes, etc.). Informar que não se trata de 
uma avaliação ou teste e portanto, não há respostas certas ou erradas. 
d) Indicar o nome e endereço da instituição (faculdade, centro de investigação etc.) 
e) Garantia ou declaração formal da confidencialidade das informações fornecidas. 
f) Uma declaração formal da natureza anónima do questionário 
g) Indicação de contactos para em casos de dúvidas 
h) Outras que se julgar pertinente 
 
 
Composição do questionário 
 
 
Uma composição clara e atraente aumentam a probabilidade de obter a cooperação dos 
respondentes. 
 
Em gera, a primeira atitude que um potencial respondente toma é dar uma olhadela pelo 
questionário para decidir se poderá preenche-lo ou não. Grande parte desta decisão depende 
18 
 
de duas coisas: O tamanho do questionário e a sua composição. Um questionário curto e uma 
composição esteticamente atraente que aumente a cooperação dos potenciais respondentes. 
Na composição do questionário deve-se ter em conta os seguintes aspectos: 
 
Clareza e tamanho do questionário: È necessário estabelecer um compromisso entre a da 
composição e o tamanho do questionário. Um questionário muito extenso põe em causa a boa 
vontade dos respondentes, mas por outro lado, ninguém gosta de preencher um questionário 
que não seja claro. Para que a composição seja clara deve haver espaços adequados entre as 
perguntas e dentro das escalas de respostas. 
 
As secções e as perguntas do questionário: Quando se pretendem recolher dados sobre 
factos deve-se colocar as perguntas homogéneas na mesma secção/bloco. No caso em que se 
pretende recolher dados sobre as opiniões, atitudes ou satisfação é melhor não colocar 
perguntas homogéneas numa única secção para minimizar os efeitos indesejáveis da memória. 
 
Instruções: É muito importante dar instruções claras aos respondentes sobre como devem 
responder as perguntas. 
 
A aparência estética do questionário: Um questionário com uma aparência esteticamente 
atraente aumenta a cooperação do potencial respondente no seu preenchimento. 
 
 
Verificação final do questionário 
 
Em todos os tipos de questionário é muito útil pedir, pelo menos, duas a três pessoas para ler e 
dar a sua opinião sobre a clareza e compreensão do mesmo. Quando o questionário for 
desenhado para recolher dados sobre factos sobre instituições ou empresas, vale a pena, antes 
de aplica-lo consultar os responsáveis de pelo menos duas ou três instituições sobre as 
perguntas sobre factos potencialmente sensíveis. 
 
Recomendações: 
 
 Não utilizar tabelas ou quadros de algum tipo gráfico quando o público-alvo não estiver 
familiarizado com esse tipo de informação; 
 O inquérito deverá ter o menor número de folhas possível, visto que pode provocar algum 
tipo de reacção negativa por parte do inquirido; 
 Rever o questionário antes de o administrar, de modo a evitar erros ortográficos, 
gramaticais ou de sintaxe – que podem provocar erros ou induções nas respostas dos 
inquiridos, ou diminuir a credibilidade do questionário. 
 
 
Vantagens e desvantagens de um Inquérito por Questionário 
Vantagens: 
 Maior sistematização dos resultados; 
 Facilidade de análise; 
 Redução do tempo necessário para análise e tratamento; 
 Menores custos associados; 
 Atinge um grande número de pessoas. 
Desvantagens: 
 Dificuldade de concepção; 
 Taxa de não respostas elevada; 
 Dificuldade na compreensão da caligrafia; 
19 
 
 As respostas podem ter várias interpretações quando analisadas por pessoas diferentes; 
 Respostas podem ser pouco claras ou incompletas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Recomendações: 
 
Para aumentar a taxa de respostas podem ser utilizadas algumas técnicas, de forma a garantir 
o sucesso da investigação: 
 Ser breve (se possível, utilizar apenas uma página); 
 Oferecer incentivos não monetários (ex.: canetas, pulseiras, etc.); 
 Assegurar ao entrevistadoa importância do estudo a ser desenvolvido; 
 Confirmar a participação da Universidade patrocinadora/coordenadora; 
 Apelar à construção do conhecimento através da colaboração do entrevistado; 
 Utilizar, de forma conveniente, lembretes por telefone ou e-mail; 
 Caso o questionário precise de ser devolvido por correio, forneça o envelope de retorno pré 
selado e pré-endereçado. 
 
Pré-teste 
O pré-teste de um questionário consiste num conjunto de verificações com o intuito de 
confirmar se ele é realmente aplicável com êxito no sentido de dar resposta aos problemas 
levantados pelo investigador. 
 
Este processo deve permitir verificar: 
 Se todos os inquiridos irão compreender as questões da mesma forma; 
 Se a lista de opções de respostas às questões fechadas considera todas as alternativas 
possíveis; 
 Se existe um elevado grau de aceitação às questões colocadas; 
 A ordem das questões, que não deverá causar saltos abruptos de um assunto para outro; 
 Se a linguagem utilizada não é muito complexa e se é compreensível pelos inquiridos. 
 
Obs.: O questionário deve ser construído para que não seja considerado demasiado longo, 
enfadonho, difícil, ou parcial pelos inquiridos. A reacção dos inquiridos no processo de pré-
teste deverá ser tida em consideração para avaliar a sua aplicabilidade e para colmatar 
quaisquer falhas que possam existir. 
 
Existem duas fases no processo de pré-teste: a verificação das perguntas individuais e a 
verificação do questionário como um todo (no que diz respeito às condições de aplicação) 
 
Conselhos para realizar o pré-teste: 
 A verificação das perguntas individuais pode ser executada com a colaboração de um 
pequeno número de pessoas (10, por exemplo); 
 Os indivíduos deverão fornecer as respostas às perguntas, mas também desenvolvê-las, 
completando-as com comentários e observações sobre o significado que atribuem às questões 
(no caso das questões fechadas, esta fase poderá ajudar a determinar a lista completa das 
opções de resposta); 
 Os inquiridos devem ter características semelhantes à amostra que vai ser utilizada para a 
20 
 
aplicação do questionário; 
 O objectivo desta fase de observação passa por garantir que não existirão falhas na fase da 
recolha de dados, pelo que deverá ser cumprida de forma criteriosa. 
 
Erros a evitar na criação de um questionário: 
 Questionários muito longos e que exigem muito tempo para serem respondidos; 
 Elaboração de um questionário, sem que as questões estejam apoiadas no Quadro Teórico; 
 Não haver perguntas no questionário que apoiem o problema, os objectivos e as hipóteses 
de investigação; 
 Não realizar um pré-teste aos instrumentos de recolha de dados. 
 
Aplicação dos questionários 
 
Existem dois métodos para aplicar um questionário a uma população: Contacto directo e 
por correio 
 
Contacto directo: o próprio investigador ou pessoas especialmente treinadas 
(inquiridores) aplicam directamente o questionário. Há menos possibilidades de os 
inquiridos não responderem ou deixarem algumas perguntas em branco porque o 
inquiridor pode explicar e responder as dúvidas que os inquiridos possam ter em certas 
perguntas. 
 
Aplicação por correio: o questionário e todas as instruções são enviados pelo correio a 
pessoas previamente seleccionadas. Neste caso, deve-se enviar também um envelope 
selado com endereço, para que os inquiridos possam enviar as repostas sem custos 
adicionais. Adicionalmente, deve-se indicar o prazo máximo para a devolução dos 
inquéritos, passado esse prazo deve-se iniciar um processo de recuperação dos 
questionários não devolvidos, através de cartas ou chamadas telefónicas para convence-las 
a preencher e enviar de volta os questionários. 
 
O questionário por correio tem a vantagem de abranger um grande número de pessoas e 
pontos geográficos diferentes. Mas, em contrapartida, apresenta altas taxas de não 
resposta total e parcial o que diminui o tamanho da amostra e consequentemente a 
precisão dos resultados ou estimativas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Para quantas pessoas eu realmente preciso enviar o questionário? 
Infelizmente nem todo mundo que receber seu questionário irá respondê-lo. 
A percentagem de pessoas que não respondem a um questionário recebido é conhecido como 
a "taxa de não resposta". Estimar a taxa de não resposta vai ajudá-lo a determinar o número 
total de questionários que terá que enviar para obter o número necessário de questionários 
respondidos. 
As taxas de não resposta variam amplamente, dependendo de uma série de factores como o 
relacionamento com seu público-alvo, o comprimento e a complexidade do questionário, os 
incentivos oferecidos e até o tema do seu questionário. 
Para determinar o número de pessoas a quem deve enviar o questionário tendo em conta a 
taxa de não resposta é necessário ajustar o tamanho da amostra calculado pela fórmula: 
P
n
na


1
 
Onde: 
n
tamanho de amostra calculado 
P
taxa de não resposta 
an
tamanho de amostra ajustado; 
Assim, por exemplo, se precisa que 500 mulheres que usam shampoo preencham o 
questionário e acredita que cerca de 10% dessas mulheres que usam shampoo que receberem 
seu questionário não irão, respondê-lo, então 
556
90.0
500
10.01
500
1





P
n
na
 
Precisa enviá-lo para 556 mulheres. 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
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Científico. 6ª ed, São Paulo, Editora Atlas, 2001. 
 
 GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 4ª ed. São Paulo, 
Editora Atlas, 2008. 
 
 REIS, Elizabeth; MORREIRA, Raúl. Pesquisa de Mercados. Lisboa, Edições Silabos 
Lda, 1993. 
 
 HILL, Manuela Magalhães; HILL, Andrew. Investigação por Questionário, 2ª ed, 
Lisboa, Edições Silabos, 2008. 
 
 ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico, 
9ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2009. 
 
 AMARAL, Wanda de. Guia para Apresentação de Teses, Dissertações, Trabalhos 
de Graduação, 2ª ed. Maputo, Livraria Universitária, Universidade Eduardo 
Mondlane, 1999. 
 
 Regulamento Académico. Maputo, Universidade Pedagógica, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Fontes adicionais: 
Foddy, William (1996 [1993]). Como Perguntar, teoria e prática da construção de 
perguntas em entrevistas e questionários. Oeiras: Celta Editora. 
Fox, D. J. (1987). El processo de investigación en educación. Pamplona: 
Ediciones de la Universidad de Navarra. 
Gall, M. D.; Borg, W. R. & Gall, J. P. (1996). Educational Research: an 
introduction. New York: Longman Publishers. 
Ghiglione, Rodolphe & Matalon, Benjamin (1995 [1985]). O inquérito teoria e 
prática. (2ª ed.). Oeiras: Celta Editora. 
http://www.cienciaviva.pt/rede/risco2004/entrevistas/# 
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/MEM-TG1.htm 
http://www.netprof.pt/servlet/getDocumento?TemaID=NPL070103&id_versao=
11895 
Ketele, Jean-Marie De & Roegiers, Xavier (1999). Metodologia da recolha de 
dados. Lisboa: Instituto Piaget. 
Marconi, Marina A. & Lakatos, Eva M. (2002). Técnicas de pesquisa: 
planejamento e execução de pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, 
eleboração, análise e interpretação de dados. (5ª ed.). São Paulo: Editora Atlas.

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