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Tema2 Projecto de Pesquisa

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PROJECTO DE PESQUISA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Como qualquer actividade racional, a pesquisa exige que as acções a ser desenvolvidas ao 
longo da sua execução sejam efectivamente planificadas. O planeamento é a primeira fase de 
pesquisa que envolve, a escolha e delimitação do tema, especificação dos objectivos, a 
formulação do problema, a construção de hipóteses, a operacionalização de conceitos, 
indicação da metodologia, o cronograma de actividades e orçamento. O planeamento de 
pesquisa concretiza-se mediante a elaboração de um projecto de pesquisa. 
 
Um projecto de pesquisa é um documento que explicita as acções a serem desenvolvidas ao 
longo do processo de pesquisa. O projecto deve especificar os objectivos de pesquisa, 
apresentar a justificativa, definir a modalidade da pesquisa, determinar os processos de 
recolha e análise de dados, indicar o cronograma a ser seguido e indicar os recursos humanos, 
materiais e financeiros necessários para assegurar a realização da pesquisa com êxito. 
 
2. ESCOLHA E DELIMITAÇÃO DO TEMA DA PESQUISA 
 
O tema é um assunto que o investigador deseja provar ou desenvolver (Rudio, 2004). 
Segundo Cervo e Bervian citados por Oliveira (2011:11), o tema de uma pesquisa é qualquer 
assunto que necessita de ser melhor definido e clarificado ou explicado. 
 
A escolha do tema é um factor muito importante, pois dela depende o êxito do trabalho da 
pesquisa. O interesse por um tema pode ser motivado por: 
 Curiosidade pessoal, 
 Desejo de ampliar o conhecimento sobre o tema, 
 Tentativa de resolver uma questão de ordem prática 
 Etc. 
Os bons temas podem surgir de leituras de livros científicos, relatórios de pesquisas, artigos 
científicos, revistas ou jornais, debates em seminários, experiencia ou curiosidade sobre um 
determinado assunto ou matérias abordados durante as aulas. 
Antes de optar por um determinado tema é necessário verificar se existem condições para 
realizar a pesquisa desse tema nomeadamente: 
 Existem fontes fidedignas sobre o assunto: bibliografia actualizada, dados, etc. 
 O tema corresponde aos gostos, aptidões, vocação e interesse do estudante ou 
investigador 
2 
 
 
 O assunto não deve ser muito simples e nem muito complexo 
 O assunto deve ser relevante ou seja deve ter alguma utilidade e importância prática 
ou teórica 
 Ainda que existam trabalhos realizados sobre o assunto, o trabalho deve ser 
apresentado de ponto de vista original, ou seja deve trazer uma contribuição nova, algo 
que ainda não foi dito a respeito do assunto. 
 Deve-se evitar temas sobre os quais já existem vários trabalhos exaustivos. 
 Finalmente devem ser considerados os aspectos práticos relativos ao tempo e recursos 
disponíveis. 
 
Escolhido o tema, torna-se necessário delimitá-lo, indicando o foco da pesquisa, fixando: 
 A sua dimensão (social, económica, política, etc.), 
 A extensão ou abrangência (o espaço onde o fenómeno que se pretende estudar 
ocorre, a população objecto de investigação, o período abrangido pela pesquisa). 
 
A delimitação vai permitir que o assunto tenha maior possibilidade de ser abordado com 
profundidade. 
 
Um tema da pesquisa deve ser concreto, determinado, bem caracterizado e com limites bem 
definidos. 
 
Para delimitar um tema é indispensável conhecer, pelo menos genericamente, o assunto. Por 
isso, fica mais fácil delimitar o tema após algumas leituras exploratórias, consultar obras 
especializadas, revistas, pessoas entendidas ou especializadas no assunto etc. 
Para auxiliar a tarefa de delimitação do tema é necessário descrever com detalhe o seu campo 
de observação com as respectivas unidades de observação e variáveis. Procura-se fixar 
circunstâncias especialmente de tempo, espaço, políticas, sociais, económica, quadro 
histórico e geográfico. 
Portanto, delimitar o tema corresponde a escolha de um tópico ou aspecto do tema que será 
analisado com a suficiente profundidade que se espera dos trabalhos científicos. 
Os investigadores principiantes, em geral, tendem a escolher temas muito abrangentes e 
genéricos o que complica a realização do trabalho de investigação. Sobre esse aspecto 
Silverman citado por Silvestre e Araújo (2012:41) recomenda que a melhor opção para o 
investigador deveria “dizer muito acerca de pouco e evitar dizer pouco acerca de muito”. 
 
3 
 
 
Exemplo (Rudio, 2004, p. 89) 
Tema1: Influência de tóxicos na delinquência juvenil 
Tema vago: não indica o tipo de delinquência, o campo, o tempo. 
Tema2: Influência de tóxicos em crimes de homicídio cometidos por delinquentes juvenis na 
Cidade da Matola durante 2012. 
 
3. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA E DA PERGUNTA 
DE PESQUISA 
Problema de pesquisa 
Um Problema de pesquisa é uma questão que envolve intrinsecamente uma dificuldade 
teórica ou prática para a qual se deve encontrar uma solução ou explicação (Oliveira, 
2011:12). 
 
Um Problema de pesquisa é uma questão não resolvida, algo para o qual se vai buscar a 
resposta ou solução através da pesquisa (Vergara, 2010:13). 
 
Um problema de pesquisa é uma questão não solvida objecto de discussão em qualquer 
domínio de conhecimento (Gil, 2008). 
 
A formulação do problema de pesquisa é uma condição fundamental para uma investigação 
científica dado que fornece subsídios para as outras etapas (Rudio, 2004:94). Sem uma boa 
formulação do problema, não se sabe que solução se procura e, consequentemente, impossível 
encontrá-la. 
 
Formular um problema de pesquisa consiste em dizer de maneira explícita, clara, 
compreensível e operacional qual é a dificuldade com a qual se enfrenta e que se pretende 
resolver, limitando o seu campo e apresentando suas características. 
 
Nem todos os problemas são passível de uma investigação científica, existem problemas de 
engenharia, de valor etc. 
 
Um problema é considerado científico se envolve relações entre variáveis que podem ser 
testadas. 
 
4 
 
 
 
Pergunta de pesquisa 
Um problema deve estar associado a uma pergunta de pesquisa. Segundo Ruas (Sd:13), “A 
pergunta de pesquisa permite ao investigador compreender o problema a ser investigado com 
maior foco e detalhe.” Sem uma correcta formulação da pergunta de pesquisa associado ao 
problema dificilmente se conseguirá manter o foco na procura da solução ou da explicação do 
problema. 
 
Formular uma pergunta de pesquisa científica não é uma tarefa fácil e não existem regras 
rígidas. Exigem criatividade, capacidade e alguma experiência na área em estudo. 
Algumas regras práticas que podem ajudar são as seguintes: 
i. A pergunta deve ser clara e precisa. Isto significa que deve-se prestar atenção a 
definição adequada dos termos. 
ii. A pergunta deve ser empírica. Isto significa que deve haver condições para a recolha 
de dados para avaliar a magnitude do problema. 
iii. A pergunta deve ser susceptível de solução científica. Isto significa que deve haver 
ideia de como será feita a recolha de dados, a análise de dados e a existência e 
domínio das técnicas de análise de dados. 
iv. A pergunta de pesquisa não deve ser formulada de modo que a resposta seja de tipo 
sim ou não, porque a resposta dever vir dos resultados da pesquisa. 
v. A pergunta deve ser viável. Isto significa que há que ter em conta as competências e 
qualificações do investigador, a disponibilidade de recursos e o tempo disponível para 
a realização da pesquisa. 
 
Exemplo: 
Imaginemos uma situação em que alguém pretende falar urgentementeao telefone e constate 
que não funciona (Rudio, 2004:99). 
 
Aqui surge um problema, uma dificuldade, uma questão que precisa de uma solução ou 
explicação: 
 
A pergunta de pesquisa associada a este problema seria: 
 
Qual é a causa que faz com que o telefone não funcione? 
 
5 
 
 
 
Exercício: 
 
Diga quais das seguintes questões podem ser consideradas perguntas de pesquisa científica? 
Justifique a sua resposta: 
 
a) Quantos dias têm o ano civil? 
b) Quais são as cores dos anjos? 
c) Quantos telespectadores de TV haverá no próximo ano? 
d) Na Cidade de Maputo há muitos crimes violentos ou não? 
 
e) Quem assalta os estabelecimentos comerciais? 
 
f) A maior incidência de homicídios cometidos por delinquentes juvenis na Cidade da 
Matola, se encontra entre os viciados em tóxicos? 
g) Até que ponto os assaltos aos estabelecimentos podem estar relacionados com os 
níveis de desemprego? 
 
 
4. FORMULAÇÃO DE HIPÓTESES 
 
Uma hipótese ou suposição é uma resposta provável e provisória da pergunta de pesquisa 
susceptível de ser verdadeira ou falsa. É formulado sob forma de uma afirmação. 
 
A hipótese é uma afirmação testáveis que pode vir a ser a solução do problema. 
 
Voltando ao exemplo anterior: 
A pergunta foi: 
Qual é a causa que faz com que o telefone não funcione? 
 
Uma série de hipóteses (prováveis respostas) são: 
a) O telefone foi cortado por falta de pagamento 
b) Na rua o fio ou poste foi derrubado 
c) O aparelho pode estar avariado 
d) Etc. 
 
Note-se que ao formular estas hipóteses, ainda não se sabe qual delas é verdadeira para 
resolver o problema. Vai-se então recolher informações, orientando-se pelas próprias 
hipóteses para saber qual delas é a solução do problema, para este caso: 
a) Consulta se a conta mensal foi paga. A resposta é sim. 
b) Manda ver se os fios de ligação estão cortados. A resposta é não. 
c) Chama um técnico para examinar se o aparelho funciona. A resposta é não. 
Então a última hipótese foi comprovada e pode ser aceite como a solução do problema e as 
restantes devem ser rejeitadas. 
 
As hipóteses de uma pesquisa têm dupla função: 
 
1. Dar explicações provisórias ao problema 
2. Servir de guia na busca de informações para verificar a validade destas explicações. 
6 
 
 
 
Não há “receitas” rígidas para a formulação de boas hipóteses. Depende da criatividade, 
iniciativa e experiencia do investigador mas existem alguns critérios que podem orientar para 
a formulação de boas hipóteses. 
Como critérios sugere-se que uma hipótese válida seja: 
a) Plausível: A hipótese deve indicar uma solução capaz de ser admitida ou aceite. 
b) Consistente: o enunciado da hipótese não deve estar em contradição com a teoria e nem 
com o conhecimento científico mais amplo, bem como com dentro do próprio enunciado. 
c) Específica: A hipótese deve especificar o que se pretende observar, verificar ou medir. 
d) Verificável: A hipótese deve conter conceitos que podem ser verificados pela observação 
ou experiência. É necessário que esteja relacionada com uma teoria, existam técnicas 
adequadas para a recolha de dados e análise de dados. 
e) Clara: Os conceitos contidos na hipótese, particularmente, os referentes as variáveis 
precisam estar claramente definidos. 
f) Explicativa: Uma hipótese deve dar uma explicação ao problema de pesquisa. 
g) Parcimoniosa (simples ou económica): Uma hipótese simples é mais preferível que uma 
hipótese complexa desde que tenham o mesmo poder explicativo. O enunciado da 
hipótese deve conter somente os termos necessários à sua compreensão mas na menor 
quantidade possível. 
 
 
Classificação das hipóteses 
As hipóteses classificam-se em: 
 
1. Hipóteses casuísticas: 
Afirmam que um objecto, pessoa ou um facto tem uma determinada característica. São muito 
frequentes em pesquisas históricas. 
Ex: Moisés era egípcio e não judeu. 
 
2. Hipóteses de frequência de acontecimentos: 
Afirmam que uma determinada característica ou fenómeno ocorre com maior ou menor 
frequência num determinado grupo, sociedade ou cultura. São muito frequentes em pesquisas 
sociais. 
 
Ex: o divórcio é mais frequente em pessoas que não professam nenhuma religião. 
 
3. Hipóteses que estabelecem uma relação ou associação entre as variáveis: 
Afirmam a existência de relação entre as variáveis e podem até indicar o sentido dessa relação 
mas não estabelecem a relação de causa-efeito. 
 
4. Hipóteses que estabelecem uma relação de dependência entre duas ou mais variáveis: 
Afirmam que uma ou mais variáveis interferem ou influenciam a variação ou comportamento 
de outra variável. 
 
As variáveis que influenciam a outra chamam-se variáveis independentes e a variável que 
sofre a influência das outras chama-se variável dependente. 
 
Ex: o rendimento dos estudantes está relacionado ao tempo dedicado ao estudo. 
Variável dependente: rendimento dos estudantes 
Variável independente: tempo dedicado ao estudo 
 
 
7 
 
 
 
Como se chega a uma hipótese? 
 
É importante salientar que as hipóteses não surgem do nada, há que fazer uma revisão de 
literatura sobre o tema, entrevistar pessoas mais experientes ou especialistas ligadas a área de 
estudo. Assim, uma hipótese pode surgir de diversas fontes, dentre as quais podemos citar as 
seguintes: 
 
1. Observação: A observação de relações entre os fenómenos ou factos do dia-a-dia 
permite fornecer indícios para a solução dos problemas propostos pela ciência. 
 
2. Resultados de outras pesquisas: este tipo de hipóteses conduz a conhecimento mais 
amplo e aprofundado dado que se o novo estudo confirma a hipótese, auxilia a 
demonstração de que a relação se repete regularmente. 
 
3. Teoria: Este tipo de hipóteses proporciona uma ligação com o conjunto de 
conhecimentos das ciências. 
 
4. Intuição: Este tipo de hipóteses deriva de conhecimento directo, percepção rápida, a 
primeira vista, palpites, pressentimentos e sem recurso ao raciocínio. As hipóteses 
derivadas desta fonte não deixam claro as razões que as determinaram o que torna 
difícil avaliar a sua qualidade. 
 
 
As hipóteses são necessárias em todas as pesquisas? 
 
Nem todos os tipos de pesquisas requerem hipóteses. Em pesquisas descritivas em que o 
objectivo é descrever e caracterizar um fenómeno, não se precisa de hipóteses. Mas em 
pesquisas explicativas em que o objectivo é tentar determinar os factores (variáveis) que 
influenciam um fenómeno, analisar as relações entre fenómenos ou determinar a existência de 
certa característica é necessário formular hipóteses (Richardson, 1999). 
 
 
8 
 
 
5. FORMULAÇÃO DE OBJECTIVOS 
 
Os objectivos são enunciados declarativos que especificam a orientação da pesquisa, segundo 
o nível dos conhecimentos estabelecidos no domínio do tema. São as metas a serem 
alcançadas pelo projecto de investigação (Reis, 2010). 
Os objectivos devem ser directamente extraídos do problema. Nesta etapa, devem ser 
explicitados o objectivo geral e os objectivos específicos. 
O objectivo geral define, de forma genérica, o que se pretende alcançar com a realização da 
pesquisa. Sintetiza daquilo que o investigador pretende desenvolver e os resultados que 
pretende alcançar. 
Os objectivos específicos definem as etapas que devem ser cumpridas para alcançar o 
objectivo geral. Explicitam os detalhes do objectivo geral e definem os diferentes pontos a 
serem abordados visando confirmar as hipóteses. 
Os enunciados dos objectivos (geral e específicos) devem começar com um verbo no infinitivo 
que deve indicar uma acção passível de medição: descrever, estudar, explorar,analisar ou 
averiguar, sintetizar, avaliar, compreender, comparar, mensurar etc. 
Segundo Richardson (2008:63), os objectivos formulam-se de acordo com o tipo de pesquisa, 
usualmente: 
 Numa pesquisa exploratória o objectivo geral começa pelos verbos: conhecer, 
identificar, levantar e descobrir; 
 Numa pesquisa descritiva, inicia com os verbos: caracterizar, descrever e traçar; 
 Numa pesquisa explicativa começa com os verbos: explicar, analisar, avaliar, verificar 
etc. 
Na formulação dos objectivos específicos, recomenda-se que o primeiro objectivo seja 
exploratório, o segundo seja descritivo e o terceiro seja explicativo. 
 
Exemplo: 
Tema: Estudo sobre os factores que contribuem para êxodo rural em Moçambique; 
Tipo de pesquisa: Pesquisa Explicativa; 
Objectivo geral: Verificar os factores que contribuem para o êxodo rural em Moçambique 
Objectivos específicos: 
 Levantar informações sobre o êxodo rural em Moçambique; 
 Caracterizar os factores que contribuem para esse êxodo rural; 
 Avaliar a importância dos factores que contribuem para o êxodo rural. 
 
9 
 
 
 
 
6. JUSTIFICATIVA 
 
A justificativa é um elemento muito importante de um projecto de pesquisa. O investigador 
deve indicar as razões da preferência pelo tema e explicar a sua relevância (contributo que irá 
proporcionar para o progresso da área científica e para a sociedade). Além disso, o 
investigador deve demonstrar a viabilidade do projecto, comprovando a possibilidade de o 
projecto ser executado com os recursos disponíveis e dentro do tempo aceitável. Isto é muito 
importante porque fornecem informações que irão contribuir para a aprovação do projecto da 
pesquisa pelas pessoas ou entidades que vão financiar. 
 
 
7. REVISÃO DE LITERATURA 
 
A revisão da literatura consiste em identificar e consultar a bibliografia e outros materiais que 
sejam úteis para os objectivos do estudo, seleccionando e compilando a informação 
considerada relevante (Reis, 2010). 
 
Nenhuma pesquisa parte da estaca zero. Mesmo uma pesquisa exploratória, isto é, de 
avaliação de uma situação concreta desconhecida, em um dado lugar, uma ou algumas 
pessoas, em algum lugar, já deve ter feito pesquisas semelhantes ou certos aspectos 
complementares da pesquisa pretendida. A procura de tais fontes documentais ou 
bibliográfica, torna-se imprescindível para evitar a duplicação de esforços e tentativa de 
procurar descobrir o que já feito descoberto (Lakatos, 2012:114). 
 
A finalidade da revisão de literatura é de descrever um conjunto de modelos teóricos que 
servem de fundamento ao objectivo da pesquisa e constituem referências teóricas 
fundamentais a toda a parte empírica da investigação. 
 
Segundo Lakatos e Marconi (2012:114), a finalidade da pesquisa não é apenas um relatório 
ou descrição de factos levantados empiricamente, mas o desenvolvimento de uma 
interpretação científica dos dados obtidos. Para tal é imprescindível relacionar a pesquisa com 
o universo teórico, optando por um modelo teórico que sirva de base à interpretação do 
significado dos dados e factos colhidos ou levantados. 
 
O investigador deve analisar as obras científicas mais recentes que tratam do tema em estudo, 
citando as principais conclusões a que outros autores chegaram. A citação das principais 
conclusões a que outros autores chegaram permite salientar a contribuição da pesquisa 
realizada, demonstrar contradições ou confirmar os resultados. A confirmação dos resultados 
e a indicação das discrepâncias são aspectos muito importantes para pesquisa científica. 
 
Na revisão da literatura deve-se tomar atenção aos seguintes aspectos: 
Determinação do estado de arte: Procura mostrar, através da literatura já publicada, o que já 
se conhece sobre o tema e quais as lacunas existentes. 
10 
 
 
Delimitar o domínio de investigação: A revisão da literatura permite conhecer as correntes 
conceptuais e teóricas de trabalhos anteriores. 
Revisão teórica: Insere o problema da pesquisa dentro de um quadro de referência teórica. 
Revisão empírica: Procura explicar como o problema é pesquisado do ponto de vista 
metodológico, os procedimentos utilizados no estudo do problema, recolha de dados, análise 
de dados, os resultados e as limitações. 
Revisão histórica: procura recuperar a evolução dos conceitos, tema, abordagem ou outros 
aspectos, fazendo a inserção dessa evolução histórica dentro de um quadro teórico de 
referência que explique os factores determinantes e as implicações das mudanças. 
 
Para elaborar uma revisão de literatura é recomendável adoptar a metodologia da pesquisa 
bibliográfica dado que esta baseia-se na análise da literatura já publicada em livros, revistas, 
imprensa escrita e electrónica disponibilizada na internet. 
A pesquisa bibliográfica contribui para: 
 Obter informações sobre o tema e problema pesquisado 
 Conhecer as publicações existentes sobre o tema e os aspectos abordados e as 
principais conclusões. 
 Verificar as opiniões similares e diferentes a respeito do tema ou de aspectos 
relacionados com o tema ou com o problema de pesquisa e as limitações do estudo. 
 
As fontes de informação 
Em toda a revisão de literatura, o investigador pode utilizar diversas fontes: 
 Livros de autores clássicos, modernos e contemporâneo que abortam tema em estudo e 
outros de carácter geral. 
 Teses de licenciatura, mestrados ou doutoramentos que tratam do mesmo tema, de forma 
que tome conhecimento de tudo aquilo que já foi investigado, o grau de a metodologia 
usada, os instrumentos usados, os resultados e as conclusões a que chegaram, as 
limitações e as recomendações etc. 
 Artigos publicados em revistas científicas, técnicas e especializada da área em estudo. 
 A Internet é uma fonte inesgotável de recursos. Através da internet o investigador acesso 
a bibliotecas online e revistas electrónicas. 
 
11 
 
 
Ao consultar as fontes de informação o investigador deve mencionar a fonte indicando o 
nome do autor e a data. A apropriação indevida do trabalho intelectual de outra pessoa sem 
indicar o nome do autor é um plágio e constitui uma violação dos direitos do autor. 
 
 
8. DEFINIÇÃO E OPERACIONALIZAÇÃO DE CONCEITOS 
 
 
As palavras ou termos que usamos para descrever um fenómeno são conceitos. 
Conceitos são representações de imagens mentais de um fenómeno, ideia ou coisa. 
 
Um conceito pode ser representado por um símbolo, uma palavra ou uma frase simples, 
Araújo (2012). 
 
Exemplos de conceitos são: a tristeza, a alegria, a democracia, a globalização, a paz, etc. 
 
Os conceitos caracterizam-se por representar ideias abstractas e, como consequência, não 
directamente observáveis. 
 
 
 A conceptualização é o processo de definição dos conceitos que serão utilizados na pesquisa. 
A conceptualização surge pela necessidade de especificar de forma precisa aquilo que o 
investigador pretende dizer quando usa determinados palavras ou termos de modo a facilitar a 
comunicação. 
 
Os elementos que alguém distingue num conceito e utiliza para explicá-lo denominam-se por 
características do conceito. É pela representação de suas características que chegamos a 
compreender um conceito. 
 
Por exemplo, o conceito de “tristeza” tem as seguintes características: chato, desânimo, baixo 
tom ao falar, má disposição etc. 
 
O conceito “alegria” possui as características seguintes: sorrir, cantar, saltar, beijos, abraços, 
etc. 
 
Na ciência não basta apenas o individuo saber, mas considera-se de grande importância que o 
seu conhecimento seja constituído por conceitos adequados, claros e distintos. 
Um conceito é adequadoquando nele se encontram todas as características próprias que o 
compõem. 
Um conceito é claro quando entre diversas coisas pode-se reconhecer a coisa ou ideia que ele 
representa. 
 
Um conceito é distinto quando tem em conta as características próprias capazes de distinguir 
uma coisa das outras. 
 
12 
 
 
O mesmo conceito pode, as vezes, ser representado por diferentes palavras ou termos, por 
exemplo, as palavras: perito, experiente, sábio etc., representam o mesmo conceito; alguém 
que possui conhecimentos e capacidades para o exercício de uma certa actividade. 
 
Por outro lado, conceitos diferentes podem ser representado pela mesma palavra. A palavra 
“manga” por exemplo, pode representar uma fruta, manga da camisa etc. 
 
Assim, para evitar qualquer ambiguidade, na investigação científica é necessário fazer a 
definição de conceitos adequados, claros e distintos. 
 
 
A definição do conceito consiste em fazer conhecer a ideia que temos a respeito de uma 
coisa, dizer o que a coisa realmente é. Serve para tornar claras e reconhecíveis as suas 
características, separando-as de conotações que não lhe pertencem. 
Exemplo, o que significa o conceito “Democracia”? 
 
 Pascal citado por Rudio (2004, p.31) enunciou três regras para uma boa definição de 
conceitos: 
a) Não deixar qualquer ideia obscura sem definir; 
b) Empregar na definição apenas termos suficientemente claros por si mesmos ou já 
definidos; 
c) Não incluir na definição a palavra que se pretende definir ou seja não explicar a 
palavra pela própria palavra; 
d) Nunca definir o termo pelo seu contrário; 
e) Nunca pretender definir tudo. É necessário definir os termos pouco usados, os que 
podem oferecer ambiguidade na sua interpretação ou os que desejamos que sejam 
compreendidos com um significado específico. 
 
A operacionalização do conceito consiste na indicação das operações e de indicadores 
(variáveis) com ajuda das quais se podem medir a presença e a intensidade dos fenómenos 
que o conceito representa. 
Em geral, os conceitos teóricos constituem variáveis latentes, hipotéticas não directamente 
observáveis. Para a sua concretização é necessário traduzir o conceito teórico a indicadores, a 
variáveis empíricas que meçam as propriedades latentes incorporadas no conceito. Portanto a 
operacionalização faz a especificação exacta do que se vai observar, como se vai observar e 
como se vai medir o conceito. 
13 
 
 
Exemplo: 
Conceito: Absentismo escolar 
Definição: “Ausência da escola durante o período do tempo lectivo” 
Operacionalização: “nº de faltas que o estudante cometeu durante o tempo lectivo” 
A operacionalização de conceitos é a base para a elaboração de instrumento da recolha de 
dados (questionário, entrevista etc.). 
14 
 
 
9. METODOLOGIA 
 
O propósito fundamental da Metodologia (ou material e métodos) é de proporcionar com 
detalhe suficiente o processo de investigação de modo que um outro investigador possa repetir 
a investigação. Nesta secção descrevem-se os procedimentos a serem seguidos na realização 
da pesquisa. Deve-se apresentar informações sobre os seguintes aspectos: 
1. Tipo de pesquisa: Descrever se a pesquisa é de tipo exploratória, descritiva ou 
explicativa. Descrever ainda se o delineamento adoptado é do tipo experimental, 
bibliográfico, quantitativa etc. 
2. População e amostra: Descrever as informações sobre a população alvo a ser estudada e 
as variáveis. Indicar se o estudo irá abranger todos os elementos da população (Censo) ou 
uma parte representativa da população (Amostragem). Em caso de o estudo ser feito 
através da amostra há que indicar o tamanho da amostra e os procedimentos usados para o 
seu cálculo. Indicar também o plano/método de amostragem que será utilizada para a 
selecção dos elementos da amostra etc. 
3. Recolha de dados: Indicar se os dados serão obtidos através de fontes secundárias (bases 
de dados, documentos, etc.) ou de fontes primárias. Descrever os instrumentos ou técnicas 
a serem utilizados na recolha de dados (observações ou experiencias, entrevistas, 
questionário etc.) 
4. Análise de dados: descrever as técnicas de análise de dados a serem aplicadas (Estatística 
Descritiva, Teste T, ANOVA, Regressão, ACP etc.) e indicar o S/W ou pacote 
informático e sua versão que será utilizado. 
 
Trabalho de investigação: 
1. Técnicas de realização de entrevistas 
2. Regras de elaboração de um questionário: as partes ou secções de um questionário, o tipo 
de perguntas e as escalas, etc. 
3. Elaborar um questionário para o teu projecto de monografia do fim do curso. 
 
 
 
15 
 
 
10. CRONOGRAMA E ORÇAMENTO 
 
O cronograma deve indicar com clareza relação das actividades e prazo de execução 
(semanas, meses ou trimestres) 
 
Exemplo: 
 
 
Actividades 
Semanas 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 
1 Escolha do tema 
2 Leitura exploratória 
3 Delimitação do tema 
4 Definição do problema, hipóteses, 
objectivos, 
Justificativa 
 
5 Revisão de literatura 
6 Metodologia 
7 Elaboração do questionário 
8 Pré-teste do questionário 
9 Selecção de inquiridores 
10 Recolha de dados 
11 Análise de dados 
12 Redacção do relatório 
13 Impressão e encadernação do 
relatório 
 
 Entrega do relatório 
 
 
Orçamento do projecto é a relação de recursos materiais e humanos necessários para realizar 
as actividades. 
No orçamento deve-se calcular os custos associados aos recursos materiais e humanos 
necessários para a realização de cada uma das actividades e calcular o custo total da pesquisa. 
 
Exemplo: 
 
Itens Quantidades Custo unitário Custo total 
1 Material 
1.1 Canetas 
1.2 Papel 
1.3 Laptop 
1.4 Flashes 
1.5 fotocópias 
1.6 Combustível 
…. 
2. Despesas com o pessoal 
2.1 Salários 
2.2 Ajudas de custos 
2.3 passagens 
2.4 formações 
…
… 
 
 Total 
 
 
16 
 
 
ESTRUTURA DO PROJECTO DE PESQUISA 
 
Capa 
 Nome do autor 
 Título do trabalho 
 Local/cidade, 
 Data (ano civil) 
Índices 
 Índice de conteúdos 
 Índices de tabelas ou quadros 
 Índices de gráficos 
 Siglas 
1. INTRODUÇÃO 
1.1. Apresentação e delimitação do tema 
1.2. Formulação do problema 
1.3. Formulação de hipóteses 
1.4. Formulação de objectivos geral e específicos 
1.5. Justificativa 
1.6. Definição de conceitos 
2. REVISÃO DE LITERATURA/BIBLIOGRÁFICA 
2.1. Teoria de base 
2.2. Trabalhos realizados por outros autores (artigos, monografias teses etc.) 
3. METODOLOGIA (MATERIAL E MÉTODOS) 
3.1. Tipo de pesquisa (exploratória, descritiva, explicativa etc.) 
3.2. Definição da população e da amostra (se for o caso) 
3.3. Determinação do tamanho da amostra 
3.4. Apresentação do plano de amostragem (se for o caso) 
3.5. Operacionalização de conceitos 
3.6. Indicação dos instrumentos de recolha de dados (base de dados, entrevista, 
questionário etc.) 
3.7. Indicação das técnicas de análise de dados que serão aplicadas: Estatística Descritiva, 
Teste T, ANOVA, Qui-quadrado, Análise de Componentes Principais, Factorial, 
Regressão, Clusters, Análise de Correspondência, etc. pacotes/programas 
informáticos que serão usados na análise e sua versão. 
3.8. Apresentação das limitações do estudo 
4. CRONOGRAMA E ORÇAMENTO 
 Relação das actividades e prazo de execução (semanas, meses ou trimestres) 
 Relação de recursosmateriais e humanos necessários para realizar as actividades 
 Indicação dos custos associados aos recursos materiais e humanos necessários para a 
realização de cada uma das actividades e calcular o custo total da pesquisa. 
 
5. BIBLIOGRAFIA PROVISÓRIA 
 Indicar pelo menos 5 títulos de edições recentes 
 Seguir as normas de referências em vigor na instituição. 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
 
 ANDRADE, Maria Margarida. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico, 
9ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2009. 
 GIL, António Carlos. Como Elaborar Projectos de Pesquisa, 4ª ed. São Paulo, 
Editora Atlas, 2008. 
 HILL, Manuela Magalhães; HILL, Andrew. Investigação por Questionário, 2ª ed. 
Lisboa, Edições Silabos, 2008. 
 LAKATOS, Eva Maria , MARCONI, Marina de Andrade;. Metodologia Científica. 
5ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2010. 
 LAKATOS, Eva Maria , MARCONI, Marina de Andrade;. Metodologia do Trabalho 
Científico. 7ª ed. São Paulo, Editora Atlas, 2012. 
 REIS, Elisabeth; MORREIRA, Raul. Pesquisa de Mercados. Lisboa, Edições Sílabos 
Lda. 1993. 
 REIS, Felipa Lopes dos. Como elaborar uma Dissertação de Mestrado Segundo 
Bolonha. Lisboa, PACTOR, 2010. 
 
 RICHARDSON, Roberto Jarry, et al. Pesquisa Social: métodos e técnicas, 3ª ed. São 
Paulo, Editora Atlas, 1999. 
 
 
 RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projecto de Pesquisa Científica, 32ª ed. 
Petrópolis, Editora Vozes, 2004. 
 SILVESTRE, Hugo C. e ARAÚJO, J. Filipe. Metodologia para a Investigação 
Social. Lisboa, Editora Escolar, 2012. 
 VERGARA, Sylvia C. Projectos e Relatórios de Pesquisa em Administração, 12ª 
ed. São Paulo, Atlas, 2010.

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