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1 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Guia Para Aulas Práticas Processos Patológicos Gerais AURORA KARLA DE LACERDA VIDAL DENISE CRUZ CAMBOIM FREDERICO MARCOS FARIAS DE AMORIM GENILDA PEREIRA MENDES Universidade de Pernambuco - UPE 2012 Copyright @ by Aurora Karla Este livro não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização do Editor. UnivErsidAdE dE PErnAmbUCo - UPE rEitor Carlos Fernando de Araújo Calado viCE-rEitor rivaldo mendes de Albuquerque EditorA UnivErsidAdE dE PErnAmbUCo - EdUPE PrEsidEntE nivaldo brayner CoordEnAdorA delba A. Pinto ProJEto GrÁFiCo E diAGrAmAção Janna Xavier Livro online EdUPE Av. Agamenon magalhães, s/n - santo Amaro-recife / PE - CEP. 50100-010 - Fone: (81) 3183 3724 - Fax: (81) 3183 3718 dados internacionais de Catalogação-na-Publicação (CiP) biblioteca Prof. Guilherme simões Gomes Faculdade de odontologia de Pernambuco – FoP/UPE P963 Processos patológicos gerais: guia para aulas práticas /Aurora Karla de Lacerda vidal; ...[et al.]. – recife: EdUPE, 2013. 86p. 1 PAtoLoGiA 2 AULAs PrÁtiCAs 3 distUrbios CirCULAtÓrios 4 dE- GEnErAçÕEs 5 nECrosE 6 CALCiFiCAçÕEs PAtoLÓGiCAs 7 PiGmEntAçÕEs i Camboim, denise Cruz ii Amorim, Frederico marcos Farias de iii mendes, Genilda Pereira iv Universidade de Pernambuco v Editora Universidade de Pernambuco Cdd – 21th – 616.07 Claudia Henriques - Crb4/1600 bFoP-001/2013 Guia Para Aulas Práticas Processos Patológicos Gerais GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 5 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE AUTORES AURORA KARLA DE LACERDA VIDAL Cirurgiã-Dentista, Patologista Bucal, Professora Doutora Regente da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. DENISE CRUZ CAMBOIM Médica, Patologista, Professora (Mestre) Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Insti- tuto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. FREDERICO MARCOS FARIAS DE AMORIM Médico, Patologista, Professor (Mestre) Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Insti- tuto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. GENILDA PEREIRA MENDES Farmacêutica, Professora Doutora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. COLABORAÇÃO RILDEGE ACIOLI CAVALCANTI Cirurgião-Dentista, Patologista Bucal, Ex- Professor da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco (Aposentado). ELVIRA ALENCAR Bióloga, Professora Doutora cedida à Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. ISADORA RAQUEL CAVALCANTI DE OLIVEIRA Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disci- plina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. ANNE INGRID GOMES RAMOS Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disci- plina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. GEORGIA ALVES PEREIRA Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Per- nambuco. DENISE CRISTINA PEREIRA SANTOS Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Per- nambuco. PREPARO HISTOTÉCNICO MARIA ALDENICE DE ANDRADE Técnica em Laboratório de Patologia Cirúrgica da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. DIGITAÇÃO BARTIRA PEDROSA C.C. LEAL Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Per- nambuco. NARA CARNEIRO LEÃO Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Per- nambuco. POLIANA MARIA GASPAR Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disci- plina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. SUZANA MARINE DUARTE MARTINS Acadêmica do Curso de Medicina da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disciplina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Per- nambuco. THASSIA THAME DE MOURA SILVA Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disci- plina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. VANESSA DE SOUZA COUTINHO Acadêmica do Curso de Enfermagem da Universidade de Pernambuco, Monitora da Disci- plina de Processos Patológicos Gerais do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Pernambuco. DIAGRAMAÇÃO Janailde Xavier Designer - EDUPE/ UPE FOTOGRAFIA AURORA KARLA DE LACERDA VIDAL DENISE CRUZ CAMBOIM AGRADECIMENTOS Laboratório de Biotecnologia e Genética de Insetos – ICB/ UPE por viabilizar a documenta- ção fotográfica dos preparados histopatológicos EDUPE – UPE por esta Edição APRESENTAÇÃO Este roteiro prático, representado pelo manual para Aulas Práticas da Discipli- na de Processos Patológicos Gerais, foi elaborado no Departamento de Patologia, por professores da referida disciplina e se destina aos estudantes dos Cursos de En- fermagem, Medicina, Odontologia e Ciências Biológicas com o objetivo de orientar o desenvolvimento das atividades práticas. O presente manual obedece, na medida do possível, a seqüência e o conteúdo programático da Disciplina de Processos Patológicos Gerais, ficando a nosso encar- go e critério a atualização das ditas aulas práticas, atendendo com isto à renovação de nossos conhecimentos na área em estudo. Recomenda-se para melhor aproveitamento nas aulas, que os alunos compa- reçam às atividades práticas, munidos deste manual, para o cumprimento de sua finalidade: Orientação para o estudo prático. Elevando assim a qualidade do apren- dizado. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 11 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE SUMÁRIO Introdução ................................................................................................... 13 Microscopia ................................................................................................................ 15 MÓDULO I Distúrbios Circulatórios .................................................................... 19 Hiperemia/ Congestão ........................................................................... 20 Hemorragia ................................................................................................ 21 Embolia ........................................................................................................ 22 Trombo ........................................................................................................ 23 Infarto Isquêmico .................................................................................... 24 Edema .......................................................................................................... 25 Degenerações ................................................................................. 26 Degeneração Hialina.............................................................................. 27 Degeneração Gorda/Esteatose .......................................................... 28 Degeneração Mucóide .......................................................................... 29 Necrose ............................................................................................ 30 Necrose caseosa ...................................................................................... 31 Necrose de coagulação ......................................................................... 32 Necrose de liquefação ........................................................................... 33 Calcificações Patológicas ............................................................. 34 Calcificação ............................................................................................... 35 Pigmentações ................................................................................. 36 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Antracose ......................................................................................................................... 37 Exercício de Fixação ........................................................................................ 39 MÓDULO II Inflamações Inespecíficas ............................................................................. 53 Inflamação Aguda ........................................................................................................ 54 Inflamação Crônica ...................................................................................................... 55 Inflamações Específicas ................................................................................ 56 Tuberculose ..................................................................................................................... 57 Esquistossomose Mansônica .................................................................................... 58 Granuloma Tipo Corpo Estranho ............................................................................ 59 Distúrbios do Crescimento e Desenvolvimento Celular .............................. 60 Hiperplasia ....................................................................................................................... 61 Metaplasia ........................................................................................................................ 62 Displasia ............................................................................................................................ 63 Neoplasia .......................................................................................................... 64 Carcinoma Epidermóide .............................................................................................. 65 Adenocarcinoma ............................................................................................................ 66 Carcinoma Basocelular ................................................................................................ 67 Leiomioma ....................................................................................................................... 68 Exercícios de Fixação ...................................................................................... 69 Referências Bibliográficas .......................................................................................... 85 13 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE INTRODUÇÃO As aulas práticas consistem no estudo microscópio de tecidos variados, provenientes de biópsias ou mesmo necropsias, cujo interesse é a observação de estruturas alteradas devido à presença dos mais variados processos patológicos, cujo estudo é pertinente a esta disciplina, visando assim uma melhor compressão por parte dos alunos, perante determina- dos processos patológicos gerais presentes no conteúdo programático desta disciplina. São eles: Distúrbios Circulatórios- Sanguíneo e Hídricos-; Degenerações; Necroses; Calcificações Patológicas; Pigmentações; Inflamações Inespecíficas; Inflamações Específicas; Distúrbios do Crescimento e Desenvolvimento Celular e Processos Neoplásicos. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 15 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE MICROSCOPIA A microscopia é uma ciência cuja importância vem sendo crescente, bem como sua utilização nos diversos ramos da atividade humana. Sendo o microscópio o principal instru- mento em todos os laboratórios de investigação. Ele permite a visualização de estruturas microscópicas, não perceptíveis à vista desar- mada. O microscópio utilizado nas aulas práticas é o tipo óptico composto, constituído por um sistema de lentes objetivas e oculares, cuja manipulação merece atenção e cuidados especiais. O sistema de lentes amplia as estruturas visualizadas e o sistema mecânico mantém as lentes em posição correta, facilitando a sua focalização. Recomendações com uso do microscópio: 1. Conservar o microscópio sempre limpo; 2. Não deixar o microscópio ligado sem estar utlizando-o; 3. Quando o microscópio for monocular, deve-se trabalhar com a vista esquerda e a direita deve ser educada para que fique aberta durante todo o uso; 4. Evitar molhar o microscópio; 5. Usar sempre para limpar as lentes do microscópio lenço de papel ou gaze; 6. Não retirar a ocular e nem movimentar o tubo para não prejudicar o alinhamento óptico-mecânico; 7. Transportar o microscópio pela estativa e a base com ambas as mãos, nunca pelos parafusos do mecanismo micrométrico; 8. Após o uso, desligá-lo e recolocar na caixa ou sob o plástico para evitar contato com poeira. ORIENTAÇÃO PARA ESTUDO PRÁTICO MÓDULO I GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 19 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE ORIENTAÇõES PARA ESTUDO PRÁTICO - MÓDULO I Neste módulo o aluno deverá saber identificar através da microscopia óptica as altera- ções teciduais que caracterizam os Distúrbios Circulatórios (Hiperemia; Hemorragia; Trom- bose; Embolia; Infarto Isquêmico; Edema);Degenerações (Hialina, Gordurosa e Mucóide); Necrose Caseosa, Calcificações Patológicas e Pigmentações (Antracose). Os cortes histoló- gicos são diversificados, quanto a tecidos e órgãos, sempre de procedência humana, sendo importante a identificação do processo patológico “per si”. DISTúRBIOS CIRCULATÓRIOS A quantidade de sangue que circula em cada órgão e parte do organismo é regulada pelas exigências funcionais desse órgão. Há uma redistribuição periódica e rítmica da massa sanguínea. Variações fisiológicas são suportáveis, mas ultrapassando o limiar celular haverá danos, lesões que podem ser transitórios e / ou permanentes, além de deletérias ou não para o organismo. Exemplificando alterações quantitativas da circulação local há isquemia, hiperemia, trombos e êmbolos, e como conseqüências infartos e hemorragias. Além disto, há que se considerarem os distúrbios hídricos, exemplificados por edemas. 20 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1A – HIPEREMIA/CON- GESTÃO – COLORAçÃO H./E. Ambos os termos referem-se ao aumento do volume sanguíneo no tecido ou na parte afetada, ou seja, a hiperemia ou congestão é um processo caracterizado pelo aumento da massa sanguínea no interior dos vasos de um órgão ou território orgânico, podendo ser ativa (arterial) ou passiva (venosa). De modo que nesse preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3x, 10x e 40x o processo hiperêmico,denotado pela presença de vasos dilatados repletos de sangue. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 21 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1B – HEMORRAGIA – COLORAçÃO H./E. O processo hemorrágico caracteriza-se pela saída de sangue dos vasos sanguíneos, ou do coração para o exterior, interstícios ou cavidades pré-formadas do organismo (pericárdio, pleura...). As hemorragias podem ser classificadas em internas e externas. O mecanismo através do qual podem ocorrer as hemorragias são a ruptura dos vasos (rexe), digestão ou erosão da parede do vaso (diabrose) e ainda por diapedese, ou seja, sem lesão grave de continuidade da parede vascular. Nesse preparado histopatológico o aluno deverá observar nas objetivas de 3x, 10x e 40x a presença de focos hemorrágicos, denotados pelo extravasamento sanguíneo do vaso, estando às hemácias dispersas no tecido intersticial. 22 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1C – ÊMBOLO SÉPTICO / EMBOLIA PULMONAR Êmbolo é uma massa intravascular solta, sólida, líquida ou gasosa que é transportada pela corrente circulatória para um local distante do ponto de origem. Os êmbolos ficam retidos em vasos de menor calibre, que não permitem sua passagem, causando oclusão vascular. Em mais de 90% dos casos, originam-se de trombos (tromboembolia); menos co- mumente, são formados por fragmentos de placas ateroscleróticas, gotículas de gordura, bolhas de nitrogênio, fragmentos de tumor, fragmentos de medula óssea ou até mesmo corpos estranhos. No corte histológico apresentado observa-se tecido pulmonar exibindo, em alguns vasos sanguíneos, o lúmen ocluído por colônias bacterianas, as quais tem aspecto granular, basofílico. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 23 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1D – TROMBO – COLORAçÃO H./E. O trombo é a entidade mórbida constituída por elementos do sangue, decorrente de solidificação sanguínea dentro do coração ou dos vasos, no indivíduo vivo. Conforme a casuística de Amorim e col., em necropsias observou-se 70% de trombose venosa, 20% de trombose cardíaca e 10% de trombose arterial. Dependendo de sua constituição os trombos podem ser brancos ou fibrinosos; verme- lhos ou cruóricos e ainda podem ser mistos, sendo esse último o tipo mais comum. Nesse preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3x e 10x a parede vascular bastante espessa e intimamente ligado ao endotélio do vaso o trombo, ou seja, massa san- guínea solidificada aderida internamente à parede do vaso, constituindo assim a trombose. 24 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1E – INFARTO ISQUÊMICO – COLORAçÃO H./E. Isquemia indica a diminuição do fluxo de sangue em uma parte do organismo, cuja causa última é sempre uma redução da luz da(s) artéria(s), arteríola(s) e capilar (es). Havendo deficiência da circulação colateral pode se instalar a necrose. Infarto é o termo que indica necrose instalada após a interrupção do fluxo de sangue. Macroscopicamente, no caso do infarto branco, a região afetada é, inicialmente, pá- lida (pela falta de sangue) e suas margens são pouco definidas. Posteriormente, adquire coloração branco-amarelada e torna-se bem delimitada; nas suas margens pode haver halo hiperêmico-hemorrágico. No caso do infarto vermelho a cor é vermelho-escura, tem consis- tência firme e faz saliência na superfície do órgão.. No momento os nossos preparados são de infarto cardíaco e renal isquêmicos. Em am- bos observa-se necrose por coagulação e uma resposta inflamatória aguda que acompanha o processo. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 25 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 1G – EDEMA – COLORAçÃO H./E. O edema caracteriza-se pelo acúmulo anormal de líquido nos espaços intersticiais ou nas cavidades preformadas do organismo. Pode ser inflamatório (exsudato), hemodinâmico (transudato) e ainda há o linfedema (secundário a redução da drenagem linfática). Também pode ser localizado ou generalizado. No caso desse preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3x, 10x e 40x, um edema localizado, o edema pulmonar, cujo aspecto macroscópico é de aumento de peso, ruídos crepitantes e úmidos. A microscopia óptica apresenta septos alargados e presença de líquido pobre em proteínas nos espaços alveolares (transudato), também há vasos con- gestos. 26 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE DEGENERAÇõES Os processos degenerativos caracterizam-se por alterações morfológicas e funcionais celulares, devido a uma agressão não-letal, que permite a célula voltar à normalidade, ou seja, trata-se de um processo reversível. Conforme LETTERER, as degenerações são classificadas de acordo com a natureza quí- mica da substância, que se acumula na célula lesada, critério este, que é adotado pela maio- ria dos autores. De modo que neste estudo o aluno deverá observar as alterações decorrentes do acú- mulo de algumas substâncias intracelularmente, que são descritas a seguir. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 27 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 2C - DEGENERAçÃO HIA- LINA – COLORAçÃO H./E. O termo “hialino” foi cunhado por Recklinghausen devido ao aspecto vítreo da subs- tância hialina (do grego hyalos=vidro). Geralmente refere-se a uma alteração dentro das células ou no espaço extracelular que confere uma aparência rósea, vítrea e homogênea, em secções histológicas rotineiras coradas pela hematoxilina-eosina. Os acúmulos intracelulares de proteína são exemplos de depósitos hialinos intracelulares Existe, ainda, a degeneração hialina extracelular, que atinge o tecido conjuntivo fibroso colágeno e a parede de vasos, daí também a designação de conjuntivo-vascular. O preparado histopatológico apresentado é constituído por tecido ovariano exibindo corpos albicans. Estes representam a fase final de evolução do corpo lúteo, ou seja, uma área de cicatrização, onde há grande deposição de colágeno, o que confere aspecto homogêneo, eosinofílico, portanto hialinizado. 28 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 2E – DEGENERAçÃO GORDA/ESTEATOSE HEPÁTICA - COLORAçÃO H./E. Este processo degenerativo é decorrente do acúmulo de lipídios, em células que nor- malmente não acumulam gordura. Acomete especialmente os hepatócitos. O aspecto macroscópico característico do fígado, nestes casos, é o aumento de peso e volume do órgão, menor consistência, bordas arredondadas e coloração amarelada. Microscopicamente o aluno deverá observar, nas objetivas de 3x, 10x e 40x, os cortes histológicos do parênquima hepático exibindo, no citoplasma dos hepatócitos, vacúolos opticamente vazios, que representam o local de acúmulo de gordura, visto que no proces- so histológico de rotina, o xilol dissolve a mesma. Mas é importante que se saiba que com corantes próprios para gordura, esta pode ser visualizada, como por exemplo, com o Sudan, Sudan Negro e Tetróxido de ósmio. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 29 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA N° 2F – DEGENERAçÃO MUCÓIDE – COLORAçÃO H./E. A degeneração mucóidepode ocorrer em duas condições: 1) hiperprodução de muco pelas células mucíparas dos tratos digestivo e respiratório, levando-as a se abarrotarem de glicoproteínas (mucinas); 2) síntese exagerada de mucinas em adenomas e adenocarcinomas, as quais extravasam para o interstício e conferem ao mesmo aspecto de tecido mucóide. Neste preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3x, 10x e 40x. o material cla- ro que se encontra no interior da glândula, visto que, é uma neoplasia maligna mucosecre- tora denominada adenocarcinoma; também há cortes de ovário, onde deve ser observada a substancia mucóide secretada, caracterizando este processo degenerativo. 30 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE NECROSE Necrose é a morte local (de uma célula, tecido, parte do órgão, parte do corpo), iden- tificada por alterações morfológicas que se sucedem à morte, onde há cessação dos proces- sos metabólicos. As alterações microscópicas ocorrem no núcleo e no citoplasma celular. De acordo com as alterações morfológicas produzidas é possível distinguir vários tipos de necrose. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 31 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 7A – NECROSE CASEOSA – COLORAçÃO H./E. Neste preparado, corte histológico de linfonodo, o aluno deverá observar nas objetivas 3X, 10X e 40X áreas de necrose caseosa que ocupam a porção central dos granulomas tuber- culóides. Nestas áreas as células perdem totalmente seus contornos e os detalhes estruturais e se transformam em uma massa homogênea, acidófila. 32 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 7ªD– NECROSE DE COAGULAçÃO – COLORAçÃO H./E Os cortes histológicos revelam parênquima renal exibindo áreas de necrose por coa- gulação. Tais áreas caracterizam-se pela manutenção do arcabouço celular e dissolução da cromatina nuclear. As células epiteliais dos túbulos renais nas áreas de necrose apresentam citoplasma acidófilo e homogêneo, sem núcleos, pois estes sofreram cariólise. Apenas o contorno da célula é preservado por algum tempo. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 33 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 7ªE– NECROSE DE LIQUEFAçÃO – COLORAçÃO H./E Tecido Nervoso – Área de normal / Área liquefeita Tecido fibrilar característico do sistema nervoso liquefeito com algumas células infla- matórias dispersas. Observa-se a liquefação, dissolução de todo o tecido. Em algumas áreas há resquícios de citoplasmas celulares. 34 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE CALCIFICAÇõES As calcificações patológicas ocorrem em qualquer tecido, em geral, não preparado para receber calcificação, e sua composição mineral é mais complexa que a calcificação normal. A calcificação pode ocorrer devido à deposição de sais de cálcio em estruturas lesadas previamente (distrófica) ou, ainda, em tecidos aparentemente íntegros (metastática). GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 35 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 4A – CALCIFICAçÃO – COLORAçÃO H./E. Neste preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3X, 10X e 40X, a presença de material intensamente basofílico, amorfo, que representa a área onde houve deposição de sais de cálcio. 36 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PIGMENTAÇõES Os pigmentos possuem cor própria e não necessitam de coloração especial para serem vistos, podem ser endógenos e exógenos. Desempenham funções importantes para o or- ganismo humano, mas também podem ser causa ou conseqüência de alterações profundas, em dadas circunstâncias. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 37 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 5ª – ANTRACOSE – COLORAçÃO H./E. A antracose deve-se a inalação de partículas de carvão, fuligem e produtos similares que se depositam nos pulmões e linfonodos. É uma pneumonoconiose. Neste preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3X, 10X e 40X cortes de pul- mão e linfonodos, onde nota-se no citoplasma dos macrófagos pigmentação de coloração negra decorrente de deposição da poeira de carvão. MÓDULO I EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 40 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE MÓDULO I EXERCÍCIOS Desenhe conforme a observação microscópica dos preparados histopatológicos estu- dados neste módulo. Legende-os e responda às questões em anexo, com base nos tópicos desenvolvidos durante as aulas teóricas, e amplie seus conhecimentos pesquisando nos livros referidos no final deste manual para aulas práticas. Preparação nº 1A Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? É decorrente apenas do retorno venoso deficiente? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 41 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 1B Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? 42 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 1D Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? Como pode ser classificado consoante sua situação? Independentemente de sua constituição, que outras classificações pode ter? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 43 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 1G Desenho Identificação: Defina este processo patológico. O que caracteriza este histopatológico? Neste caso em particular, trata-se de um processo generalizado ou localizado? Quando este processo é generalizado, como se denomina? Classifique-o conforme sua composição. 44 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 1E Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? Que fatores podem contribuir para sua ocorrência? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 45 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 2C Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? 46 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 2E Desenho Identificação: A que se deve este processo patológico? O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 47 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 2F Desenho Identificação: A que se deve este processo patológico? O que caracteriza este histopatológico? 48 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 7A Desenho Identificação: A que se deve este processo patológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 49 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 4A Desenho [ Identificação: A que se deve este processopatológico? O que caracteriza este histopatológico? 50 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação nº 5A Desenho Identificação: O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE ORIENTAÇÃO PARA ESTUDO PRÁTICO MÓDULO II GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 53 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE ORIENTAÇÃO PARA ESTUDO PRÁTICO – MÓDULO II Neste módulo o aluno deverá saber identificar através da microscopia óptica as altera- ções teciduais que caracterizam os processos inflamatórios inespecíficos (agudos / crônicos); inflamatórios específicos granulomatosos (granuloma da tuberculose / da esquistossomose / lepra); distúrbios do crescimento e desenvolvimento celular ( hiperplasia / metaplasia / displasia grave) e processos neoplásicos como o leiomioma/ carcinoma epidermóide / ade- nocarcinoma / carcinoma basocelular. Os tecidos são variáveis, mas o importante é a identi- ficação do processo patológico. INFLAMAÇõES INESPECÍFICAS A inflamação constitui inegavelmente um dos processos patológicos mais importan- tes do corpo humano, caracterizado por alterações morfológicas e bioquímicas nos tecidos após injúrias físicas, químicas ou biológicas na pele ou em outras estruturas mais internas do indivíduo, a reação inflamatória é a mesma, caracterizada pela finalidade primordial de destruir, diluir ou encarcerar o agente patogênico e as células que este lesou. Há coexistên- cia de fenômenos alterativos, exsudativos, regressivos e produtores – reparativos, podendo também ser acompanhado de uma reação geral do organismo. Constitui a melhor defesa do organismo. 54 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 6A – INLFAMAçÃO AGUDA – COLORAçÃO H. / E. O processo inflamatório agudo apresenta sinais clássicos como calor, rubor, edema, dor e perda de função. Os principais eventos são alterações no fluxo e no calibre dos vasos sanguíneos, havendo vasoconstricção inicial transitória, seguida de vasodilatação, menor velocidade de circulação, aumento de permeabilidade vascular, com conseqüente estase, marginação leucocitária e demais eventos celulares. Todos produzidos por uma variedade de mediadores químicos. Neste preparado o aluno deverá observar a presença de células características do in- filtrado inflamatório inespecífico agudo, que são: leucócitos, polimorfonucleares e, ainda, a presença de edema e vasos hiperêmicos, havendo também focos ocasionais de hemorragia. Nas objetivas de 3X, 10X e 40X. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 55 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 6B – INLFAMAçÃO CRÔNICA – COLORAçÃO H. / E. As respostas inflamatórias crônicas possuem algumas características suficientemente singulares que permitem uma descrição em separado. Esta inflamação pode originar-se de uma inflamação aguda; ou, ainda, devido a surtos repetidos de inflamação aguda e, mais curiosamente, pode ter seu início insidiosamente na forma de uma resposta indolente de baixa intensidade. Neste preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3X, 10X e 40X a presença de células características do infiltrado inflamatório crônico inespecífico, que são os leucócitos mononucleares (macrófagos, linfócitos, plasmócitos), proliferação de fibroblastos e produ- ção exacerbada de tecido conjuntivo conferindo uma retração da superfície da lesão. 56 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE INFLAMAÇõES ESPECÍFICAS A inflamação granulomatosa é um tipo específico de inflamação crônica, caracterizada por acúmulo de macrófagos modificados (células epitelióides), sendo iniciada por agentes infecciosos e não infecciosos. A presença de agentes irritantes pouco digeríveis ou a imuni- dade mediada pela célula T (produção do interferon Y) contra o agente irritante, ou ambos, parece ser necessário para que haja a formação do granuloma. Os granulomas são pequenas coleções de 0,5 a 2 mm de macrófagos modificados, chamados “células epitelióides”, circundados por um halo de linfócitos. Também pode haver a presença de células gigantes de Langhans ou do tipo corpo estranho; e ainda podem ser vistos fibroblastos, plasmócitos, neutrófilos, eosinófilos, dependendo do agente etiológico. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 57 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 7B – TUBERCULOSE – CO- LORAçÃO H. / E. A tuberculose, doença bacteriana, ocasionada pelo Mycobacterium tuberculosis pro- duz reação tecidual de tubérculo (protótipo do granuloma). Neste preparado o aluno deverá observar em cortes de pulmão e linfonodos, nas objetivas de 3X, 10X e 40 X o granuloma da tuberculose, os quais exibem área central de necrose caseosa circundada por células epi- telióides, ocasionais células gigantes tipo Langhans e linfócitos na porção mais externa. O corante utilizado nesta preparação impossibilita a visualização da bactéria envolvida nesta patologia. 58 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 7G – ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA – COLORAçÃO H. / E. A esquistossomose é uma doença parasitária causada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma. O S.mansoni, o S. haematobium e o S. japonicum são as espécies mais importantes. Apresenta reação tecidual que o aluno deve observar nas objetivas de 3X, 10X e 40X. Há embolia por ovos, em torno dos quais, se forma uma reação granulomatosa cons- tituída por células epitelióides, linfócitos e fibrose concêntrica. De permeio, observam-se eventualmente eosinófilos. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 59 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GRANULOMA TIPO CORPO ESTRANHO Neste corte histológico, observam-se fragmentos de fios de sutura, que aparecem como fibras homogêneas e refringentes, cercadas por macrófagos e células gigantes de tipo corpo estranho. 60 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE DISTúRBIOS DO CRESCIMENTO E DA DIFERENCIAÇÃO CELULAR São inúmeros os estímulos que interferem nos processos de crescimento e diferencia- ção das células. Entre os processos fisiológicos e os patológicos não existe separação nítida, como não há linha divisória patente entre várias classes de crescimentos anormais, alguns deles associados com distúrbios de diferenciação. Serão estudados alguns dos distúrbios da proliferação e da diferenciação celular. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 61 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 8B – HIPERPLASIA – CO- LORAçÃO H. / E. Processo caracterizado pelo aumento do número de células de um órgão ou de parte dele, por aumento da proliferação e/ou por retardo na apoptose. A hiperplasia só acontece em órgãos que contém células com capacidade replicativa. O órgão afetado fica aumentado de peso e volume. Neste preparado o aluno deverá observar nas objetivas de 3X, 10X e 40X. Trata-se de uma hiperplasia nodular da próstata. Este processo consiste em crescimento nodular do órgão resultante de proliferação não neoplásica do estroma (fibromuscular) e das glândulas prostáticas. As glândulas hiperplásicas têm forma e tamanho variados, são às vezes dilatadas cisticamente ou podem exibir proliferação papilífera paraa luz. 62 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 8C – METAPLASIA – CO- LORAçÃO H. / E. A metaplasia é uma alteração reversível na qual um tipo celular diferenciado (epitelial ou mesenquimal) é substituído por outro tipo celular (da mesma linhagem). A preparação histológica apresentada mostra um segmento de colo uterino, onde ob- serva-se área em que houve substituição do epitélio colunar mucíparo por epitélio escamo- so. Trata-se, portanto, de uma metaplasia escamosa do colo uterino. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 63 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 8E – DISPLASIA – COLO- RAçÃO H. / E. A displasia epitelial é uma condição adquirida caracterizada por alterações da proli- feração celular acompanhadas de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. Ocorrem, em graus variados, aumento da proliferação celular e redução na maturação das células. É caracterizada por uma constelação de alterações que incluem a perda da uniformi- dade das células individuais, assim como a perda de sua orientação arquitetônica. Quando as alterações displásicas envolvem toda a espessura do epitélio, porém per- manece confinada pela membrana basal, ela é denominada displasia grave ou carcinoma “in situ”. Os cortes histológicos apresentados são relativos ao colo uterino e, neste caso, a dis- plasia epitelial grave pode ser também denominada de Neoplasia intraepitelial cervical grau III (NIC III). Se as atipias celulares comprometem apenas o têrço inferior do epitélio, trata-se de uma displasia leve (ou NIC I). Se tais alterações estendem-se aos 2/3 do epitélio tem-se uma displasia moderada (ou NIC II). Neste preparado o aluno deverá observar a displasia epitelial grave, nas objetivas de 3X, 10X e 40 X. Trata-se de um corte histológico de colo uterino, onde o epitélio de reves- timento escamoso exibe núcleos volumosos, pleomórficos, hipercromáticos, com perda de polaridade. Tais alterações comprometem toda a espessura do referido epitélio 64 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE NEOPLASIAS Os processos neoplásicos são caracterizados por alterações da multiplicação e da dife- renciação celular. Serão analisados microscopicamente as alterações teciduais características do carcinoma epidermóide, adenocarcinoma, e carcinoma bascocelular, que são neoplasias malignas e será visto, também, um exemplo de neoplasia benigna, o leiomioma. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 65 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 9A – CARCINOMA EPI- DERMÓIDE – COLORAçÃO H. / E. Trata-se de corte histológico de colo uterino, sede de neoplasia maligna de origem epitelial, caracterizada pela proliferação de células escamosas com núcleos volumosos, pleo- mórficos hipercromáticos, com ocasionais figuras de mitose. Dita neoplasia constitui blocos sólidos, que invadem o córion e, por vezes, são centrados por áreas de queratinização. Ob- servar nas objetivas de 3X, 10X e 40X. 66 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 9I – ADENOCARCINO- MA – COLORAçÃO H. / E. É uma neoplasia epitelial maligna de origem glandular. No presente caso observa- se um corte histológico de intestino grosso exibindo proliferação de glândulas irregulares, justapostas, revestidas por epitélio colunar pseudoestratificado, cujos núcleos mostram-se volumosos, pleomórficos, hipercromáticos, por vezes com nucléolo evidente. Dita neoplasia infiltra amplamente a parede do órgão. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 67 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 9R – CARCINOMA BA- SOCELULAR – COLORAçÃO H. E. O carcinoma basocelular é a neoplasia cutânea mais comum. Esses tumores apresen- tam crescimento lento e raramente sofrem metástase. Possuem uma tendência para ocorrer em sítios expostos ao sol e em pessoas de pele clara. Histologicamente, as células tumorais lembram aquelas observadas na camada de células basais da epiderme. Originam-se da epiderme ou do epitélio folicular. No presente caso, observa-se segmento cutâneo exibindo proliferação de células basalóides, com citoplasma escasso e núcleos atípicos, hipercromá- ticos. Ditas células constituem blocos sólidos que invadem a derme. As células na periferia dos ninhos tumorais tendem a ser arranjadas radialmente com seus longos eixos em alinha- mento paralelo (em paliçada). 68 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE PREPARAçÃO HISTOPATOLÓGICA Nº 9C – LEIOMIOMA – COLORAçÃO H.E. O leiomioma é uma neoplasia mesenquimal benigna constituída por fibras musculares lisas. O presente caso é representado por um leiomioma uterino, um tipo de tumor muito comum em mulheres. São lesões bem circunscritas, arredondos, firmes, de tamanho variando de nódulos pequenos a tumores muito volumosos. Podem ocorrer no interior do miométrio (intramurais), logo abaixo do endométrio (submucosos)ou abaixo da serosa (subserosos). Ao exame histológico são compostos por feixes entrecruzados de células musculares lisas que lembram o miométrio não envolvido. Geralmente as células individuais têm tama- nho e forma homogêneos e núcleo oval, sem atipias e com raras mitoses. GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE MÓDULO II EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 70 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE MÓDULO II EXERCÍCIOS Desenhe conforme a observação microscópica dos preparados histopatológicos estu- dados neste módulo, legende-os; e responda as questões em anexo, com base nos tópicos desenvolvidos durante as aulas teóricas, e amplie seus conhecimentos nos livros referidos no final deste manual para aulas práticas. Preparação No 6ª Desenho: Identificação: Cite células características deste processo: GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 71 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 6B Desenho: Identificação: Cite células características deste processo: 72 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 7A Desenho: Identificação: Classifique este processo patológico: Trata-se de um inflamatório agudo ou crônico? O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 73 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 7G Desenho: Identificação: Classifique este processo patológico: Trata-se de um inflamatório agudo ou crônico? O que caracteriza este histopatológico? 74 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 7C Desenho: Identificação: O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 75 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 8B Desenho: Identificação: O que caracteriza este processo? Ocorre apenas em patologias? 76 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS- PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 8C Desenho: Identificação: O que caracteriza este processo? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 77 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 8E Desenho: Identificação: O que caracteriza este histopatológico? 78 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9A Desenho: Identificação: Qual o tipo celular característico desta lesão? Conforme a histogênese como é classificado? O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 79 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9B Desenho: Identificação: Nomenclatura baseada na histogênese? A que se deve esta nomenclatura? O que caracteriza este histopatológico? 80 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9I Desenho: Identificação: O que caracteriza este histopatológico? A que se deve esta nomenclatura? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 81 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9K Desenho: Identificação: O que caracteriza este histopatológico? 82 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9L Desenho: Identificação: O que caracteriza este histopatológico? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 83 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE Preparação No 9R Desenho: Identificação: Qual o tipo celular característico desta lesão? A que se deve sua nomenclatura? GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE 85 GUIA PARA AULAS PRÁTICAS - PPG - DEPT .˚ PATOLOGIA - ICB/UPE BIBLIOGRAFIA Andrade, Barreto Neto, Brito, Montenegro. Patologia – Processos Gerais. (Editores) Ma- rio R. Montenegro e Marcello Franco. 3ªed. Rio de Janeiro: Atheneu,1992 Bogliolo. Patologia. (Editor) Geraldo Brasileiro Filho. 7ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006 Underwood, JCE. Patologia Geral e Especial. Longman Group UK, 1992 Vidal, AKL; Mendes, GPM; Amorim, MFA. Manual de Aulas Práticas – PPG – ICB/ UPE. Editora Universidade de Pernambuco, Recife/ PE. 1995, 1ªed. / 1996, 2ªed. / 1998, 3ªed. Rubin, E. Patologia - Bases Clinicopatológicas da Medicina. Editora Guanabara Koogan, 2006. Robbins e Cotran. Fundamentos da Patologia. Editora Elsevier, 2011.
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