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Universidade Sa˜o Judas Tadeu Faculdade de Tecnologia e Cieˆncias Exatas Cursos de Engenharia Laborato´rio de F´ısica e Eletricidade Co´digo de Cores Autor: Prof. Luiz de Oliveira Xavier Aluno R.A. Turma -2013- Um pouco de Histo´ria A eletricidade e´ um termo geral que abrange uma variedade de fenoˆmenos resultantes da presenc¸a e do fluxo de carga ele´trica (voceˆ ja´ deve estar se familiarizando com essa grandeza no curso de F´ısica 2). Esses incluem muitos fenoˆmenos facilmente reconhec´ıveis, tais como relaˆmpagos, eletricidade esta´tica e correntes ele´tricas em fios condutores. Na Gre´cia antiga sabia-se que o aˆmbar, uma resina amarelada (seiva de a´rvores solidifi- cadas ao longo de se´culos) quando friccionado com pele de animais adquiria a propriedade de atrair pequenos e leves objetos. Por volta de 600 a.C. Tales de Mileto fez uma se´rie de observac¸o˜es sobre eletricidade esta´tica, as quais levou-o a acreditar que o atrito era necessa´rio para produzir magnetismo no aˆmbar; em vis´ıvel contraste com o que se ob- serva em minerais tais como magnetita, que na˜o precisam de fricc¸a˜o. Thales enganou-se ao acreditar que a atrac¸a˜o era devida a` um efeito magne´tico e na˜o a um efeito ele´trico. A eletricidade permaneceria pouco mais do que uma curiosidade por mileˆnios, pelo menos ate´ 1600 d.C., quando William Gilbert, me´dico da corte na Inglaterra publicou seu tratado “De Magnete”, onde menciona que outros corpos se eletrizam por atrito, tais como o vidro. Foi nesta obra que Gilbert descreveu que a Terra atua com um grande ı´ma˜. Foi ele tambe´m quem cunhou a palavra neolatina “electricus” (“de aˆmbar” ou “como aˆmbar”, de ηλεκτρoν [elektron], a palavra grega para “aˆmbar”) para referir-se a` propriedade do aˆmbar e de outros corpos atra´ırem pequenos objetos depois de friccionados. Esta associac¸a˜o deu origem a`s palavras inglesa “electric” e “electricity”. Tambe´m encontram-se a´ı as ra´ızes das palavras portuguesas ele´trico, eletricidade e o nome da part´ıcula elementar ele´tron. Outros trabalhos seguiram-se, sendo esses conduzidos por Otto von Guericke, Robert Boyle e Stephen Gray. A existeˆncia de dois tipos diferentes de cargas foi descoberta por Charles Franc¸oies du Fay em 1733, quando mostrou que duas porc¸o˜es do mesmo mate- rial, por exemplo aˆmbar, eletrizadas por atrito com um tecido, repeliam-se, mas o vidro eletrizado atraia o aˆmbar eletrizado. O tipo de carga que chamou de “v´ıtrea” foi depois chamado por Benjamin Franklin de positiva, e a “resinosa” recebeu o nome de negativa. Em 1791, Luigi Galvani publicou sua descoberta da bioeletricidade, demonstrando que e´ por meio da eletricidade que as ce´lulas passam sinais para os mu´sculos e em 1800, Alessandro Volta desenvolveu a primeira pilha ele´trica. O in´ıcio do que hoje chamamos de eletromagnetismo, unia˜o da eletricidade e do mag- netismo, e´ creditada a` dupla Hans Christian Oersted e Andre´-Marie Ampe`re nas primeiras 1 de´cadas do se´culo XIX. Pore´m, em agosto de 1831 Michael Faraday fez uma descoberta que iria mudar para sempre histo´ria da Cieˆncia e fornecer o ingrediente fundamental que revolucionou toda a sociedade industrial. Faraday descobriu o que chamamos hoje de induc¸a˜o eletromagne´tica. A leitura das “Pesquisas Experimentais sobre Eletricidade” de Faraday, onde os fenoˆmenos eram descritos na linguagem das linhas de forc¸a, inventada por Faraday, casou uma forte impressa˜o em James Clerk Maxwell. Ele enta˜o procurou dar uma formulac¸a˜o matema´tica a`s ide´ias de Faraday. Em 1864 em seu fundamental trabalho “Uma Teoria Dinaˆmica do Campo Eletromagne´tico” Maxwell formulou de forma rigorosa e elegante suas equac¸o˜es que hoje sa˜o conhecidas como as Equac¸o˜es de Maxwell. A` partir delas foi poss´ıvel mostrar que a luz e´ uma onda eletromagne´tica! Este foi um dos grandes momentos da histo´ria da F´ısica. Eletricidade e magnetismo haviam evolu´ıdo em paralelo, como a´reas diferentes, ate´ as experieˆncias de Oersted e de Faraday. A unificac¸a˜o efetuada por Maxwell foi mais abrangente: a o´ptica, ate´ enta˜o uma disciplina inteiramente separada, passava a tornar-se um ramo do eletromagnetismo. Embora o ra´pido progresso cient´ıfico sobre a eletricidade remonte a se´culos anteriores e ao in´ıcio do se´culo XIX, foi nas de´cadas vindouras do se´culo XIX que deram-se os maiores progressos na utilizac¸a˜o da energia ele´trica. Atrave´s dos estudos de Nikola Tesla, Galileo Ferraris, Oliver Heaviside, Thomas Edison, Otto´ Bla´thy, A´nyos Jedlik, Sir Charles Parsons, Joseph Swan, George Westinghouse, Werner von Siemens, Alexander Graham Bell e Lord Kelvin, a eletricidade transferiu-se da Cieˆncia para Engenharia e transformou o mundo em que vivemos. Co´digo de Cores 1. Introduc¸a˜o Voceˆ esta´ recebendo uma apostila, com instruc¸o˜es detalhadas sobre como realizar o primeiro exerc´ıcio de laborato´rio de nosso curso. E´ nosso desejo que voceˆ leia com atenc¸a˜o tudo o que estiver escrito neste caderno. Se assim acontecer, o sucesso sera´ todo seu pois, trabalhando sem a nossa ajuda voceˆ se desencumbira´ da tarefa dentro do prazo previsto, com seus pro´prios recursos e com grande proveito. Se alguma instruc¸a˜o for mal dada, procure-nos pois a culpa e´ nossa. Voceˆ e seus companheiros podera˜o trocar ide´ias sobre o exerc´ıcio proposto e, se seu ponto de vista na˜o concordar com o nosso, informe-nos pois, quem sabe, sera´ uma contribuic¸a˜o valiosa para nossas pro´ximas edic¸o˜es. Ao ler nossos cadernos, voceˆ encontrara´ alguns para´grafos numerados e outros na˜o numerados. Os para´grafos numerados exigem que voceˆ exerc¸a alguma atividade, ale´m da leitura. Portanto, ao encontrar um para´grafo numerado, leia-o e fac¸a aquilo que estiver sendo exigido. Quanto aos para´grafos na˜o numerados, sa˜o apenas informac¸o˜es importantes que na˜o exigem, de imediato desempenho de sua parte. Num e noutro caso, leia-os ate´ o fim, para na˜o ficar com a informac¸a˜o incompleta. Este primeiro exerc´ıcio e´ bem simples. Voceˆ aprendera´ o co´digo de cores. Esperamos que seja uma atividade agrada´vel. 2. Objetivos Ao terminar este exerc´ıcio, voceˆ devera´ ser capaz de: • Identificar resistores. • Ler valores de resisteˆncias ele´tricas, acompanhados da toleraˆncia, usando o co´digo de cores. 3. Material Utilizado • Resistores 1 Co´digo de Cores 4. Resistores e o Co´digo de Cores Resistores sa˜o componentes ele´tricos que teˆm por finalidade limitar a corrente ele´trica que circula num circuito ele´trico. Essa limitac¸a˜o e´ imposta por uma caracter´ıstica do resistor, chamada resisteˆncia ele´trica, a qual precisamos conhecer. Podemos conhecer o valor da resisteˆncia de um resistor por treˆs modos: a) lendo o valor escrito no resistor; b) medindo-o com um mult´ımetro e c) utilizando uma Ponte de Wheatstone. No caso a) a leitura e´ feita diretamente, quer dizer, o fabricante imprimiu no corpo do resistor o seu valor ou a leitura e´ feita atrave´s de um co´digo de cores quer dizer: existem va´rias cores e cada uma, representa um nu´mero. Chegou a hora de voceˆ aprender (se ja´ na˜o sabe), o co´digo de cores. O co´digo de cores e´ uma regra de ordenac¸a˜o de cores devidamente numeradas, que leva ao conhecimento do valor da resisteˆncia e da toleraˆncia do resistor. A correspondeˆncia entre as cores e os valores respectivos esta´ expressa a seguir: Tabela 1: Co´digo de Cores Cor Nu´mero Correspondente Preta 0 Marrom 1 Vermelha 2 Laranja 3 Amarela 4 Verde 5 Azul 6 Violeta 7 Cinza 8 Branca 9 Dourada Mais adiante voceˆ Prateada encontrara´ os valores Das treˆs ou quatro faixas coloridas pintadas no resistor, uma delas esta´ mais pro´xima de uma das extremidades.Ela sera´ chamada, por convenc¸a˜o, de 1a faixa. A seguir vira˜o a 2a faixa, a 3a faixa e a 4a faixa. Esta u´ltima podera´ na˜o existir. Veja na Figura 1 abaixo um desenho representando as faixas em um resistor. As treˆs primeiras faixas indicara˜o o valor da resisteˆncia e a 4a faixa, quando existir, indicara´ a toleraˆncia isto e´, qual o desvio ma´ximo no valor da resisteˆncia assegurado pelo fabricante. Vejamos como funcionam essas cores e essa ordem: • A 1a faixa informa o valor do 10 algarismo do nu´mero que representa o valor da re- 2 Co´digo de Cores Figura 1: Resistor com as respectivas faixas de cores. sisteˆncia. • A 2a faixa informa o valor do 20 algarismo do nu´mero que representa o valor da re- sisteˆncia. • A 3a faixa indica a quantidade de zeros que seguem os dois primeiros algarismos do nu´mero que representa o valor da resisteˆncia. Observac¸a˜o: Se a 3a faixa for PRATEADA, o nu´mero formado pelos dois algarismos devera´ ser multiplicado por 10−2 ou dividido por 100 e se for DOURADO, o nu´mero formado pelos dois algarismos devera´ ser multiplicado por 10−1 ou dividido por 10. A toleraˆncia e´ dada pela quarta faixa. Quando ela existir, indica a porcentagem sobre o valor obtido pelas treˆs faixas anteriores. Se na˜o existir, enta˜o a porcentagem e´ de 20% sobre o valor obtido pelas treˆs faixas anteriores. Leia, logo abaixo, a convenc¸a˜o de cores para a toleraˆncia . Tabela 2: Toleraˆncia Cor Toleraˆncia Dourada 5 % Prateada 10 % Sem Faixa 20 % 3 Co´digo de Cores Toleraˆncia - significa o desvio esperado no valor da resisteˆncia. Esse desvio surge das dificuldades encontradas em produzir resistores com valores absolutamente iguais, num processo de fabricac¸a˜o em larga escala. Com essas convenc¸o˜es, voceˆ podera´ ler o valor da resisteˆncia de qualquer resistor ”numerado”com o co´digo de cores. E´ conveniente que voceˆ entenda a correspondeˆncia entre as cores e os nu´meros e o crite´rio de ordenac¸a˜o ou regra. Vejamos um exemplo: Tabela 3: Exemplo 1. Faixa Cor Valor 1a Marrom (150000 ± 10% sobre 150000) 2a Verde (150000 ± 15000) Ω 3a Amarela (15,0×104 ± 1,5×104) Ω 4a Prateada (15,0 ± 1,5)104 Ω A unidade de resisteˆncia ele´trica no Sistema Internacional (SI) e´ o Ohm (Ω). Com esse exemplo, esperamos que voceˆ possa realizar o primeiro exerc´ıcio de labo- rato´rio. 5. Procedimento 1. Procure na caixa, um pacote com os resistores. 2. Espalhe-os sobre a bancada. 3. Conte quantos resistores esta˜o espalhados. 4. Na folha seguinte esta´ uma tabela com quatro colunas. Uma de resistores, outra de faixa, outra de cor e a pro´xima de valor lido ± toleraˆncia. 5. Pegue um por um dos resistores e coloque-os, aleatoriamente, dentro de cada retaˆngulo nomeado por R1, R2 ..., ate´ o u´ltimo. 6. Agora, complete a terceira coluna (as cores) e a quarta coluna (valor lido ± toleraˆncia) de acordo com o Co´digo de Cores. Se voceˆ encontrar alguma dificuldade releia os ı´tens anteriores e o exemplo dado. 4 Co´digo de Cores Tabela 4: Preencha a tabela abaixo de acordo com as instruc¸o˜es dadas. Resistor Faixa Cor (Valor Lido ± Toleraˆncia) R1 1 a 2a 3a 4a R2 1 a 2a 3a 4a R3 1 a 2a 3a 4a R4 1 a 2a 3a 4a R5 1 a 2a 3a 4a R6 1 a 2a 3a 4a R7 1 a 2a 3a 4a R8 1 a 2a 3a 4a R9 1 a 2a 3a 4a 5 Co´digo de Cores Teste 1) Considere as afirmac¸o˜es abaixo com base no texto inicial do relato´rio. I. A descoberta da induc¸a˜o eletromagne´tica e´ atribu´ıda a Hans Christian Oersted. II. Foi Benjamin Franklin quem cunhou a palavra neolatina “electricus’. III. A o´ptica e´ um ramo do eletromagnetismo. (A) Somente a afirmac¸a˜o I esta´ correta (B) Somente a afirmac¸a˜o II esta´ correta (C) Somente a afirmac¸a˜o III esta´ correta (D) Todas as afirmac¸o˜es esta˜o corretas (E) Nenhuma das afirmac¸o˜es esta˜o corretas 6
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