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DIREITO CIVIL = ANALISTA JUDICIÁRIO (Área Judiciária) = STM 
Aula Demonstrativa: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Lauro Escobar 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA DEMONSTRATIVA 
 
= Lei de Introdução às Normas 
do Direito Brasileiro = 
 
 
Professor Lauro Escobar 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
 
DIREITO CIVIL = ANALISTA JUDICIÁRIO (Área Judiciária) = STM 
Aula Demonstrativa: Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
Prof. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro EscobarProf. Lauro Escobar 
www.pontodosconcursos.com.br | Professor Lauro Escobar 2 
CAROS AMIGOS E ALUNOS 
É um prazer poder usufruir dos atuais meios de comunicação e me dirigir 
a todos vocês. Nesta apresentação vou passar algumas breves informações sobre 
minha pessoa e o curso que pretendo ministrar. 
Sou graduado e pós-graduado em Direito pela Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo (PUC/SP). Sempre fui o que se pode chamar de 
“concurseiro”. Exerci diversos cargos públicos, sempre por concurso, desde 
Escrevente, passando por Procurador do Estado e atualmente Juiz de Direito. Ao 
lado das funções públicas, sempre fui ligado à área do ensino. Para mim, uma 
atividade completa a outra e vou me mantendo atualizado. Iniciei minha carreira 
docente na própria PUC/SP, onde lecionei durante alguns anos. Atualmente 
dedico-me aos cursos preparatórios para concursos públicos, tendo me 
especializado no Direito Civil, matéria que possuo algumas obras e artigos 
publicados. 
Minha intenção com este curso é ministrar aulas especialmente 
direcionadas para o concurso de ANALISTA JUDICIÁRIO DO SUPERIOR 
TRIBUNAL MILITAR, com uma linguagem simples, e de uma forma objetiva e 
clara, com muitos exemplos práticos de fácil entendimento, abrangendo a 
totalidade do edital publicado, sem perder a objetividade e dispersar para 
temas que não caem nas provas, evitando opiniões pessoais que não são acolhidas 
nos concursos. 
Nosso curso foi elaborado com base no Edital n° 01, de 14 DE 
DEZEMBRO DE 2017 (publicado no dia 18 de dezembro de 2017). Segundo nos 
informa o edital a banca examinadora é o CEBRASPE (Centro Brasileiro de 
Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos), que irá utilizar o 
“MÉTODO CESPE” de avaliação. As questões da prova objetiva serão elaboradas 
da forma “CERTO OU ERRADO”. 
Lembramos que as provas realizadas pelo CESPE possuem um grau de 
subjetividade acima da média dos demais concursos. O que isso quer dizer? Quer 
dizer que é importante saber a literalidade da lei, pois muitas vezes cai o 
texto literal da lei no enunciado da questão. E ainda assim o candidato deve tomar 
cuidado, pois o examinador costuma elaborar um enunciado grande com apenas 
uma palavra diferente do texto legal, tornando, com isso, a afirmação errada. Mas 
só isso não basta para o CESPE! Em muitas questões, principalmente quando 
se exige nível superior, o examinador redige o enunciado de modo bem diferente 
do que está na lei; utiliza expressões diversas do que consta na norma, para 
verificar se o candidato realmente entendeu o “espírito da lei” ou se apenas houve 
“decoreba” da lei. 
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Além disso, o CESPE costuma exigir orientações doutrinárias 
dominantes e jurisprudências atuais, em especial do Supremo Tribunal 
Federal e do Superior Tribunal de Justiça (observem, inclusive, que isso consta 
expressamente do edital publicado). 
Devemos lembrar que o Direito Civil vem sofrendo diversas alterações 
legislativas. Exemplo disso é o Estatuto da Pessoa Deficiente (Lei n° 
13.146/2015) que alterou muito a parte referente à capacidade da pessoa natural, 
o Estatuto das Fundações (Lei n° 13.151/2015), o próprio Código de Processo 
Civil, etc. Por isso atualizamos todo o material doutrinário e também os 
exercícios referentes a esses novos aspectos. 
Feita esta observação, vejamos a seguir o conteúdo programático de cada 
aula de nosso curso. 
 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DAS AULAS 
 
Além da aula demonstrativa de hoje, teremos OUTRAS 08 (oito) 
AULAS, além de outra “bônus”. Nosso programa, seguindo rigorosamente 
o edital, é o seguinte: 
AULA DEMO: Decreto-Lei nº 4.657/1942 e suas alterações (Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro). 
AULA 01: Pessoas Naturais. Domicílio. 
AULA 02: Pessoas Jurídicas. 
AULA 03: Bens. 
AULA 04: Fatos Jurídicos. 1ª Parte: Prescrição (disposições gerais, causas que 
impedem ou suspendem a prescrição, causas que interrompem a prescrição, 
prazos da prescrição). Decadência. 
AULA 05: Fatos Jurídicos. 2ª Parte: Negócio Jurídico. 
AULA BÔNUS: Ato Ilícito. Responsabilidade Civil. 
AULA 06: Direito das Obrigações. Noções Gerais. 
AULA 07: Contratos em Geral. Princípios Gerais. Classificação. 
AULA 08: Contratos em Espécie. Compra e venda. Promessa de compra e venda. 
Empréstimo. Fiança. Proteção contratual na Lei nº 8.078/1990 e suas alterações. 
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Vamos agora explicar como será desenvolvido este curso. 
Cada aula contém a matéria referente a um capítulo do Direito Civil que 
está no edital, sendo que a mesma será exposta de uma forma direta e objetiva. 
Durante as aulas forneço o maior número de exemplos possível. Tenho certeza 
que mesmo uma pessoa que não seja formada em Direito terá plenas condições 
de acompanhar o curso e entender tudo o que será ministrado. No entanto não 
posso fugir de algumas ‘complexidades jurídicas’, pois estas também costumam 
cair nas provas, principalmente nas elaboradas pelo CESPE. Costumo dizer 
que os examinadores gostam de pedir “as exceções de uma regra...” e também 
“as exceções da exceção...”. Desta forma, darei um enfoque especial a estes 
aspectos, chamando a atenção do aluno quando um ponto é mais exigido no 
concurso e onde podem ocorrer as famosas “pegadinhas”. 
Em todas as aulas, após apresentar a parte teórica, com muitos exemplos 
práticos, sempre faço um quadro sinótico, que na verdade é o resumo da aula. 
É o que eu chamo de “esqueleto da matéria”. A experiência demonstra que esse 
“quadrinho” é de suma importância, pois se o aluno conseguir memorizá-lo, 
saberá situar a matéria e completá-la de uma forma lógica e sequencial. 
Portanto, após ler toda a aula, o aluno deve também ler (e reler) o resumo 
apresentado, mesmo que tenha entendido toda matéria. Sem dúvida alguma, esta 
é uma excelente maneira de fixação do conteúdo da aula. Além disso, é ótimo 
para rápidas revisões às vésperas de um exame. 
Ao final de cada aula também apresento alguns exercícios. Aliás, muitos 
exercícios. São testes que já caíram em concursos anteriores. Este ponto merece 
um destaque especial em nosso curso. Trata-se de um diferencial. Até por 
experiência própria, entendo que os exercícios são imprescindíveis para um 
curso direcionado para concursos. Uma aula, por melhor que seja, só é completa 
se tiver exercícios, pois é por meio deles que o aluno vai pegando a “malícia” de 
uma prova. Inicialmente eles têm a finalidade de revisar o que foi ministrado na 
aula e fixar, ainda mais, a matéria dada. Resolver questões já aplicadas em 
concursos anteriores é, indiscutivelmente, uma das melhores formas de se 
prepararpara exames. Observem como os concursos costumam repetir 
questões que já caíram em outros exames ou fazer “variações sobre um mesmo 
tema”. Devo esclarecer que alguns testes foram adaptados, acompanhando as 
alterações legislativas que vem ocorrendo a todo o momento. 
Finalmente, qualquer dúvida que porventura o aluno ainda tenha referente 
à aula deve ser encaminhada ao fórum deste site, para que eu possa respondê-
la da melhor forma possível. Assim, as perguntas dos alunos e as minhas respostas 
ficarão disponíveis para todos os matriculados no curso, enriquecendo ainda mais 
o nosso projeto. Por esse motivo é importante que o aluno leia todas as perguntas 
e respostas que já foram elaboradas e encaminhadas, mesmo que feitas por 
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outros alunos, pois às vezes as suas dúvidas podem ser as mesmas que outro 
aluno já formulou. 
Com a exposição da matéria teórica acompanhada de exemplos práticos, 
quadros sinóticos, resumos e uma boa quantidade de testes com gabarito 
comentado, possibilitando ainda ao aluno eliminar qualquer dúvida que reste 
através do nosso fórum, acreditamos ser este trabalho uma importante 
ferramenta para o conhecimento e aprimoramento nos estudos. 
Finalizo, desejando a todos os votos de pleno êxito em seus objetivos, 
com muita tranquilidade e paz durante os estudos e na hora da realização das 
provas. 
 Um forte abraço a todos. 
Lauro R. Escobar Jr. 
 
 
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Meus amigos e alunos: antes de iniciar uma aula, costumo colocar no início e 
em destaque os itens que o edital expressamente exige e que serão 
abordados na aula, bem como a legislação a ser consultada, para que o aluno 
possa acompanhar na lei o que está sendo ministrado, facilitando o estudo. 
Vejamos: 
 
����Itens específicos do edital publicado (18 de dezembro de 2017) que 
serão abordados nesta aula →→→→ LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO 
DIREITO BRASILEIRO (LINDB): Decreto-Lei nº 4.657/1942 e suas alterações. 
Vigência, aplicação, obrigatoriedade, interpretação e integração das leis. Conflito 
das leis no tempo. Eficácia das leis no espaço. 
 
����Legislação a ser consultada: Decreto-Lei n° 4.657/42 (Lei de Introdução às 
Normas do Direito Brasileiro e suas atualizações). 
 
 Outra coisa: como nas aulas abordo diversos temas que estão no edital e para 
que o aluno possa manusear de forma mais prática o material, sempre faço um 
SUMÁRIO antes de começar a aula. Desta forma, principalmente quando o aluno 
deseja apenas revisar um ponto na matéria, ou tirar uma dúvida a respeito de um 
item específico, pode ir DIRETO AO PONTO utilizando essa facilidade. Vejamos. 
 
Sumário 
 
1. INTRODUÇÃO E RESUMO DA LINDB .................................................. 07 
1.1 Fontes de Direito Civil ................................................................. 08 
1.2 Características das leis ............................................................... 12 
1.3 Classificação das leis .................................................................. 12 
2. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO ........................................................ 18 
2.1 Início da obrigatoriedade ........................................................... 19 
2.1 Fim da obrigatoriedade ............................................................... 27 
2.3 Repristinação ............................................................................. 31 
Aula Demonstrativa 
Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro 
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2.4 Leis gerais e especiais ................................................................ 32 
2.5 Conflito das normas no tempo ..................................................... 33 
2.6 Interpretação das leis ................................................................. 39 
2.7 Integração da norma jurídica ...................................................... 42 
2.8 Antinomia: conflito entre as normas ........................................... 48 
3. VIGÊNCIA DAS LEIS NO ESPAÇO ....................................................... 51 
3.1 Estatuto de Direito Internacional ................................................ 54 
RESUMO ESQUEMÁTICO DA AULA ......................................................... 58 
Bibliografia Básica ............................................................................... 62 
EXERCÍCIOS COMENTADOS (CESPE) .................................................... 64 
Vamos agora entrar na matéria... 
 Mas... primeiro... uma curiosidade. O Decreto-Lei n° 4.657/42 tinha como 
“nome” (ou ementa) “Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro”. Pois bem... a 
Lei n° 12.376 de 31 de dezembro de 2010 alterou esse nome para Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro. Ou seja, nossos parlamentares 
elaboraram uma lei apenas para alterar o nome da lei. Nada, absolutamente 
nada, mudou em seu conteúdo. E a intenção foi somente deixar claro o que já 
dizíamos há muito tempo: a Lei de Introdução não tem aplicação somente ao 
Código Civil, mas sim a todo o Direito, respeitadas as peculiaridades de cada 
matéria, como veremos. Feita esta observação, comecemos... 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO 
 
 
INTRODUÇÃO E RESUMO 
Em 2003 entrou em vigor o novo Código Civil (Lei n° 10.406/02). Embora 
publicado no dia 10 de janeiro de 2002, somente entrou em vigor no ano seguinte. 
Mas antes disso já vigorava uma lei conhecida como Lei de Introdução ao Código 
Civil (ou simplesmente LICC), que é o Decreto-lei n° 4.657, de 04 de setembro de 
1942, que atualmente é chamada de Lei de Introdução às Normas do Direito 
Brasileiro (ou simplesmente LINDB). Apesar de ter sido editada como “Decreto-
lei”, foi recepcionada como Lei Ordinária. 
O novo Código não revogou a Lei de Introdução, nem a incorporou 
em seu texto (ela não é parte integrante, nem tampouco um anexo do Código 
Civil). Ou seja, o Código Civil e a Lei de Introdução são leis autônomas e 
independentes entre si. 
 
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Na realidade a Lei de Introdução é um conjunto de normas sobre 
normas (alguns autores a chamam de lex legum: lei das leis), isto porque 
disciplina as próprias normas jurídicas, prescrevendo-lhes a maneira de aplicação 
e entendimento, predeterminando as fontes e indicando-lhes as dimensões 
espaço-temporais. Ela não rege a vida das pessoas (como o Código Civil), mas 
sim das próprias normas jurídicas, ultrapassando o âmbito do Direito Civil 
(suas normas são aplicáveis a todo nosso ordenamento jurídico, respeitadas as 
peculiaridades de cada matéria) e atingindo tanto o direito privado quanto o 
público (salvo naquilo que for regulado de forma diferente na legislação 
específica). 
A LINDB contém normas de sobredireito (também chamadas de normas 
de apoio, pois visamregular outras normas). Trata-se de um código de normas 
(lei de introdução às leis) por conter princípios gerais sobre as normas sem 
qualquer discriminação, indicando como aplicá-las. E, reforçando, continua em 
vigor, a despeito do novo Código Civil, de forma autônoma e em sua plenitude. 
 RESUMINDO A LINDB 
• Arts. 1° e 2° →→→→ Vigência e eficácia das normas jurídicas sob o aspecto 
temporal (ou seja, determinando como e quando a lei entra em vigor). 
• Art. 3° →→→→ Obrigatoriedade geral e abstrata das normas; garantia da 
eficácia global da ordem jurídica (ou seja, não admite a ignorância de lei 
vigente). 
• Art. 4° →→→→ Fontes e mecanismos de integração das normas (ou seja, 
quando houver lacunas na lei). 
• Art. 5° →→→→ Critérios de interpretação das normas (hermenêutica 
jurídica). 
• Art. 6° →→→→ Aplicação da norma no tempo (direito intertemporal: solução 
de conflitos temporais, dando certeza e segurança no ordenamento). 
• Arts. 7° a 19 →→→→ Aplicação da norma no espaço (território). Também 
contém normas de Direito Internacional público e privado estabelecendo 
critérios para eliminar conflitos de normas entre Países (ex.: competência 
judiciária brasileira, prova de fatos ocorridos no estrangeiro, eficácia de 
tratados e convenções assinadas pelo Brasil, execução de sentença proferida 
no exterior, atos praticados pelas autoridades consulares brasileiras no 
exterior, etc.). 
FONTES DO DIREITO CIVIL 
Fonte em sentido amplo significa a origem, o ponto de partida, o 
nascedouro de algo (daí “fonte de água”). Fonte do Direito é uma expressão 
figurada, que significa onde o direito nasce ou o meio pelo qual se estabelecem as 
normas jurídicas. Para caracterizar uma fonte de direito são necessários dois 
elementos: a) segurança; b) certeza. 
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���� Observação ���� Cada autor adota uma forma específica de classificação de 
Fontes de Direito. E as questões que caem nos concursos também podem variar, 
dependendo do autor consultado pela banca examinadora. Assim, optamos pela 
classificação a seguir, pois é a que atualmente possui maior incidência em 
concursos. 
1) Fontes Materiais: são todos os fatores que ocasionam a criação do 
Direito, ou seja, que estabelecem a elaboração de uma lei (ou de determinado 
costume), como as razões econômicas, sociológicas, políticas, históricas, etc. 
2) Fontes Formais: servem para identificar o modo como o Direito se 
articula com os seus destinatários, ou seja, como o Direito se manifesta ou se 
exterioriza. A expressão fontes formais indica os lugares nos quais se encontram 
os dispositivos jurídicos e onde os destinatários das normas devem pesquisar 
sempre que desejam tomar conhecimento de uma norma em vigor. Elas podem 
ser objeto de inúmeras subclassificações (quanto à sua natureza, quanto ao órgão 
produtor, quanto ao grau de importância, etc.). A principal diz respeito à sua 
natureza: 
2.1) Fontes Diretas (imediatas, próprias ou puras): são as que geram 
por força própria as regras jurídicas (lei e costumes). 
2.2) Fontes Indiretas (mediatas, impróprias ou impuras): são as que 
não geram por si mesmas a regra jurídica, mas contribuem para que a mesma 
seja elaborada (doutrina e jurisprudência). 
FONTES INDIRETAS 
DOUTRINA é a interpretação da lei feita pelos estudiosos da matéria. 
Também é chamada de Direito Científico. Forma-se doutrina por meio dos 
pareceres dos jurisconsultos, das pesquisas, ideias e ensinamentos dos 
professores, das opiniões e juízos críticos dos tratadistas e dos trabalhos forenses, 
especialmente se há alguma controvérsia. Esta nossa aula, por exemplo, embora 
singela sob o ponto de vista jurídico, não deixa de ter um conteúdo doutrinário. 
JURISPRUDÊNCIA é a interpretação da lei feita pelos juízes em suas 
decisões. Como fonte de direito podemos dizer que a jurisprudência é o conjunto 
uniforme, constante e pacífico das decisões judiciais sobre determinada matéria 
em determinado sentido. “Uma andorinha não faz verão” e, da mesma maneira, 
uma decisão solitária não constitui jurisprudência. Por isso é necessário que as 
decisões se repitam sem variações de fundo. Costuma-se usar o termo 
“jurisprudência mansa e pacífica” quando as decisões não sofrem alterações em 
julgados da mesma natureza. Quanto à importância dela, diversificam os sistemas 
jurídicos contemporâneos. Para os anglo-saxões, de direito costumeiro 
(dizemos direito consuetudinário – direito dos costumes), ela é de suma 
importância; a pessoa que tem a jurisprudência a seu favor certamente ganhará 
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a causa (common law). Já para o nosso sistema jurídico, teoricamente, ela não 
tem tanta relevância, pois nosso sistema é baseado nas leis (civil law). No entanto, 
na prática, a jurisprudência tem-se revelado como uma importante fonte criadora 
de Direito e uma ótima ferramenta para os juristas. Basta verificar a quantidade 
de Súmulas de Jurisprudência de nossos Tribunais Superiores. A jurisprudência é 
fonte indireta de direito porque muitas vezes cria soluções não encontradas na lei 
ou em outras fontes. Mas, embora se constitua numa importante fonte de 
consulta, os Juízes não são obrigados a segui-la. 
É possível que a partir de agora a jurisprudência tenha maior relevância no 
cenário do Direito, pois a chamada “Reforma do Poder Judiciário” (Emenda 
Constitucional n° 45/04) aprovou a “Súmula de Efeitos Vinculantes”. Há uma 
grande discussão a respeito do tema, dividindo os autores a respeito dos “prós e 
contras” do dispositivo, pois por um lado ela “engessaria” a magistratura, tornando 
o direito estático, impossibilitando a interpretação do Juiz e afetando sua 
independência. Mas por outro lado dará uma melhor igualdade sistêmica, 
conferindo maior homogeneidade nas decisões judiciais e limitando o excessivo 
número de recursos para matérias que já foram amplamente debatidas, 
desafogando o Poder Judiciário. Mas não estamos aqui para defender uma ou outra 
posição. Nosso objetivo é dizer que atualmente elas existem, estão previstas na 
Constituição e por isso devem ser cumpridas. E caem nos concursos... 
Explicando melhor o tema: Súmulas são enunciados que, sintetizando as 
decisões assentadas pelo respectivo Tribunal em relação a determinados temas 
específicos de sua jurisprudência, servem de orientação para toda comunidade 
jurídica; são extraídas de reiteradas decisões judiciais em um mesmo sentido. As 
Súmulas podem ser vinculantes ou não vinculantes. As de efeito vinculante 
estão fundamentadas no art. 103-A da Constituição Federal, dispositivo este 
regulamentado pela Lei n° 11.417/06. Elas somente podem ser editadas pelo 
Supremo Tribunal Federal, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois 
terços de seus membros, depois de reiteradas decisões sobre matéria 
constitucional. A partir de sua publicação na imprensa oficial ela terá um efeito 
chamado “vinculante”, que torna estas Súmulas obrigatórias aos demais órgãos 
do Poder Judiciário e à Administração Pública (direta e indireta), nas esferas 
federal, estadual e municipal. Também poderá ser revisada ou cancelada pela 
nossa Suprema Corte, na forma estabelecida em lei. Alguns autores entendem 
que estas súmulas, ainda que tenham efeito vinculante, por não serem atos 
normativos (e sim interpretativos do STF), são fontes indiretas. Já outros autores 
entendem que o efeito vinculanteda súmula é a sua obrigatoriedade, conferida a 
determinado enunciado jurisprudencial. Neste caso específico, afasta-se a mera 
orientação, passando a obrigar o judiciário e os órgãos da administração a 
adotarem o conteúdo dela. Atribuindo-se as características essenciais de 
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imperatividade e coercibilidade, passam a ser fontes diretas (um pouco de 
common law em nosso direito). 
FONTES DIRETAS 
Falemos, agora sobre as Fontes Diretas, que são as mais importantes 
para o sistema jurídico adotado pelo Brasil e, por isso, mais complexas exigindo 
um estudo mais aprofundado. 
COSTUMES 
Costume é o uso reiterado, constante, notório e uniforme de uma conduta, 
na convicção de ser a mesma (a conduta) obrigatória. Aprofundaremos esse tema 
mais adiante, no tópico “formas de integração das normas jurídicas”. Conforme 
veremos, o costume pode ser considerado como fonte de Direito e também como 
forma de integração da norma jurídica. 
LEI 
É a principal fonte de Direito no Brasil. Etimologicamente o vocábulo 
lei é originário do verbo latino legere = eleger, escolher (em sentido figurado seria 
a escolha de uma determinada regra dentro de um conjunto). A lei pode ser 
definida de vários modos. Para conceituá-la adotamos o ensinamento da 
Professora Maria Helena Diniz: Lei é a norma imposta pelo Estado e tornada 
obrigatória na sua observância, assumindo forma coativa. 
Também podemos conceituá-la como sendo um preceito jurídico escrito 
formulado por meio de um processo previamente definido pela autoridade 
competente, sendo instituidora de uma ordem jurídica, impondo-se 
coercitivamente a todos (somente o Estado detém o monopólio da força 
coercitiva), protegendo interesses e normatizando as ações. 
Atualmente, as relações jurídicas exigem um grau maior de certeza e 
segurança. Por isso, nas sociedades modernas, há um entendimento de 
supremacia da lei, da norma escrita sobre as demais fontes. Portanto, podemos 
afirmar que a lei é a fonte mais importante na ordem jurídica brasileira. Em 
resumo, trata-se de uma norma jurídica escrita, elaborada pelo Poder Legislativo, 
por meio de um processo adequado, de caráter geral e obrigatório. 
Vejam o que diz o art. 5°, inciso II, da Constituição Federal: “Ninguém será 
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” 
(Princípio da Legalidade). E o art. 4° da Lei de Introdução ao Código Civil 
determina que somente quando a lei for omissa é que se aplicarão as demais 
formas de expressão de direito. Já o art. 140, caput, do Código de Processo Civil 
(CPC/2015) prevê que o juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou 
obscuridade do ordenamento jurídico. Assim, em um julgamento, o juiz deverá 
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aplicar as normas legais. Não as havendo, recorrerá à analogia, aos costumes e 
aos princípios gerais de direito. 
CARACTERÍSTICAS DA LEI 
• Generalidade: não se dirige a um caso particular, mas a um número 
indeterminado de indivíduos, tendo-se em vista o seu caráter abstrato 
(pode ser destinada a todos os cidadãos em geral ou a uma categoria de 
pessoas, como o Regulamento Disciplinar da Polícia Militar ou o Estatuto dos 
Funcionários Civis). 
• Imperatividade: impõe um dever, uma conduta a ser observada pelos 
indivíduos. Trata-se de ordem, quando exige a prática de uma ação ou uma 
proibição quando exige uma abstenção. 
• Autorizamento: autoriza que o lesado pela violação exija o seu cumprimento 
ou a reparação pelo mal causado. 
• Permanência: a lei não se exaure numa só aplicação; seis efeitos perduram 
até que seja revogada por outra. No entanto, como veremos adiante, algumas 
normas são temporárias, como por exemplo, as disposições transitórias de 
uma lei, as leis orçamentárias, etc. 
• Competência: como a lei é um ato do Estado, deve emanar de autoridade 
competente, ou seja, respeitando o processo legislativo previsto na 
Constituição. Se o ato for emanado por autoridade incompetente será 
considerado nulo, não sendo possível a sua convalidação e não estando apto 
a produzir efeitos, podendo haver um questionamento perante o Poder 
Judiciário. 
 Observação Alguns autores ainda acrescentam como característica o 
registro escrito da lei, pois garante maior estabilidade das relações jurídicas, 
com a sua consequente divulgação em órgãos oficiais (publicação em Diário 
Oficial). 
CLASSIFICAÇÃO DAS LEIS 
Existem várias formas de se classificar as leis. Depois de ler muito sobre o 
assunto, elaborei uma classificação, baseada na melhor e mais atualizada 
doutrina. A classificação que daremos a seguir ajuda o aluno a entender o sentido 
de diversas palavras que têm caído nos concursos. Já vi cair em alguns testes, 
logo no enunciado da questão, o seguinte: “Nossa lei adjetiva prescreve......” O 
que é uma lei adjetiva? E uma lei substantiva? E cogente? E dispositiva? Vejamos 
as respostas destas indagações... 
A) Quanto à Obrigatoriedade (ou imperatividade) 
 Cogentes (imperatividade absoluta ou ordem pública): são as normas que 
ordenam ou proíbem determinada conduta; estabelecem princípios de 
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aplicação obrigatória; são taxativas; não podem ser ignoradas ou alteradas 
pela vontade dos interessados. Ex.: os requisitos e as solenidades para se 
contrair um casamento são absolutos, pois a vontade dos contraentes não é 
levada em consideração; neste caso, na hipótese de desrespeito, a 
consequência é a nulidade do ato (ex.: um viúvo é proibido de casar com a 
sua sogra; mesmo que ambos queiram, isto é proibido; se eventualmente 
conseguiram se casar, este casamento é nulo). As normas cogentes podem 
ser mandamentais (quando ordenam uma determinada ação) ou 
proibitivas (proíbem um comportamento; impõem uma abstenção, um não-
fazer). 
 Dispositivas (ou não-cogentes ou de imperatividade relativa): são as 
normas de ordem particular. Não proíbem nem determinam uma conduta de 
modo absoluto, por não estarem ligadas diretamente ao interesse da 
sociedade. Por isso, apesar da lei dizer algo, as pessoas podem convencionar 
de modo diverso, como melhor lhes convier. A norma irá funcionar no silêncio 
dos contratantes. Ex.: o art. 327, CC prevê que o pagamento de uma dívida 
deve ser feito no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem 
diversamente. Assim, se um contrato for omisso em relação ao pagamento, 
este deverá ser feito no domicílio do devedor. Outro exemplo: o art. 313, CC 
estabelece que um credor não é obrigado a receber prestação diversa da que 
lhe é devida, mesmo que mais valiosa. O credor não é obrigado, mas pode 
aceitar outra coisa ao invés daquela originalmente pactuada. As normas 
dispositivas podem ser: a) permissivas: quando permitem que os 
interessados disponham como lhes convier (ex.: regime de bens no 
casamento, art. 1.639, CC: “É lícito aos nubentes, antes de celebrado o 
casamento, estipular, quanto a seus bens, o que lhes aprouver”); b) 
supletivas: quando se aplicam na falta de manifestação de vontade das 
partes (aproveitando o exemplo anterior, art. 1.640, CC: “Não havendo 
convenção, ou sendo elanula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre os 
cônjuges, o regime da comunhão parcial”). 
B) Quanto à sua Natureza 
 Substantivas (também chamadas de materiais, primárias ou de primeiro 
grau): são as normas jurídicas voltadas ao regramento da vida em sociedade; 
servem para originar regras de conduta (conferem direitos e deveres, 
estabelecendo os requisitos para seu exercício). Elas visam realizar uma 
ordem à sociedade, disciplinando a conduta dos indivíduos no seu cotidiano. 
Nosso ordenamento jurídico, na sua maior parte, possui normas de natureza 
substancial, sejam elas no plano constitucional ou infraconstitucional, em 
suas especialidades, como o Civil (Código Civil), Penal (Código Penal), 
Tributário (Código Tributário Nacional). E assim por diante nas outras 
matérias: Comercial, Trabalhista, Militar, Eleitoral, etc. Mesmo que não haja 
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um Código específico, uma lei pode ser considerada material, como no Direito 
Administrativo. 
 Adjetivas (também chamadas de formais, processuais, secundárias ou de 
segundo grau): nosso ordenamento jurídico possui um grupo de normas 
também denominadas de instrumentais, que irão realizar a eficácia contida 
na norma material. Elas regem o exercício da jurisdição, buscando organizar 
o trâmite de um processo. Assim o direito adjetivo ou processual é um 
instrumento para solucionar eventuais conflitos do direito material, visando a 
satisfação deste. Exemplos: Código de Processo Civil, Código de Processo 
Penal, etc. É de se observar que a aplicação do Direito Processual é exclusiva 
do Poder Judiciário, exercendo sua função típica (lembrando que tanto o 
Poder Legislativo, como o Executivo também podem exercer a função 
julgadora, porém de forma atípica). 
Exemplificando. Duas pessoas querem se casar! Quais as normas aplicáveis? 
Normas de direito material (ou substantivas). Ou seja, para realizar um casamento 
aplica-se o Código Civil. É ele que vai apontar as formalidades essenciais da 
cerimônia, os regimes de bens que os nubentes podem escolher, adotar as 
proibições e eventuais as nulidades, etc. Passados alguns anos estas pessoas 
desejam se separar! E agora? Quais as normas aplicáveis? Normas de direito 
processual (ou adjetivas). Ou seja, essas pessoas necessitarão ingressar com uma 
ação no Poder Judiciário e o processo irá tramitar de acordo com as normas 
processuais. O divórcio está previsto no Código Civil; mas os meios para se 
divorciar estão disciplinados no Código de Processo Civil. 
Outro Exemplo. Duas pessoas desejam celebrar um contrato de locação: 
aplicam-se então as disposições do direito material. Se uma das partes não 
respeitar o contrato (ex.: deixa de pagar o aluguel), surge para a outra o direito 
de ingressar com uma ação de despejo, que é norma do direito processual (ou 
adjetiva). Mais um Exemplo: “A” matou “B”. Pelo Código Penal (direito material 
ou substantivo) cometeu o crime de homicídio (art. 121). E agora? Como fazemos? 
Esta pessoa será processada! Mas como se desenvolverá o processo? É o Direito 
Processual Penal (direito adjetivo ou formal) que determinará qual o rito que o 
processo seguirá. Assim, direito material descreve o crime e as penas, mas é o 
direito processual que estabelece o rito processual. Concluindo: se uma regra do 
direito material não for observada o Estado-juiz é acionado para que o conflito 
seja composto. E é aí que inicia o âmbito de atuação do direito processual. 
Finalizando: durante o trâmite de um processo, o Juiz deve aplicar as normas de 
direito material que estavam em vigor quando da existência do conflito (como 
regra estas regras não retroagem). Já as normas de direito processual, como 
regra, têm vigência imediata. Se uma regra processual for alterada no curso de 
um processo em trâmite, ela já se aplica a este processo (ressalvados apenas os 
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atos já realizados). Nesta aula, mais adiante, falaremos de forma detalhada sobre 
o princípio da retroatividade das leis. 
C) Quanto ao Autorizamento (encaradas sob o prisma da sanção) 
 Mais que perfeitas: são as que autorizam a aplicação de mais de uma 
sanção na hipótese de sua violação: nulidade do ato ou o restabelecimento à 
situação anterior e ainda uma aplicação de pena ao violador. Ex.: uma pessoa 
casada contraiu novas núpcias (bigamia). Para o Direito Civil este segundo 
casamento é considerado nulo. Além disso, esta pessoa também irá 
responder pelo crime previsto no Código Penal. Outro exemplo: o não 
pagamento da pensão alimentícia pode gerar a prisão civil do devedor, além 
da execução judicial da obrigação de pagar a dívida. A Lei de Alimentos prevê 
expressamente (art. 19, §1°, da Lei n° 5.478/68) que o cumprimento integral 
da pena de prisão não eximirá o devedor do pagamento das prestações 
alimentícias vincendas ou vencidas e não pagas. 
 Perfeitas: a violação a elas autoriza apenas nulidade ou anulabilidade do 
ato, sem gerar outra penalidade ao violador. Ex.: pessoa menor de 16 anos 
que vendeu sua casa sem ser representado (negócio nulo: art. 166, I, CC). 
Pródigo que vendeu seu automóvel sem ser assistido (negócio anulável: art. 
171, I, CC). 
 Menos que perfeitas: há aplicação de sanção ao violador da norma, mas o 
ato não é considerado nulo ou anulável. Ex.: o divorciado, enquanto não 
houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal não deve 
se casar (art. 1.523, I, CC). Mas se ele se casou sem ter feito a partilha? –
Neste caso o casamento não será anulado. No entanto, o regime de bens do 
novo casamento será, obrigatoriamente, o da separação de bens (art. 1.641, 
I, CC). 
 Imperfeitas: são leis cuja violação não acarreta qualquer consequência 
jurídica, não havendo penalidade alguma. Ex.: perdi dinheiro no jogo; a lei 
prevê que ninguém é obrigado a pagar dívidas de jogo (art. 818, CC). O 
mesmo ocorre com as dívidas prescritas (falaremos sobre isso em aula mais 
adiante). 
D) Quanto ao Alcance 
 Gerais: são as normas de direito comum, que se aplicam para todo um 
sistema de relações jurídicas. Ex.: Código Civil, Código Penal, etc. 
 Especiais: são as que se aplicam a situações jurídicas específicas, afastando 
a aplicação do direito comum para estas situações especiais. Ex.: regras 
específicas relativas aos contratos previstos no Código de Defesa do 
Consumidor, da Lei do Inquilinato, etc. 
 
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E) Quanto às Espécies Normativas 
Quanto a esse ponto, aconselhamos a leitura da Constituição Federal (arts. 
59 a 69, CF/88). Como esta matéria não é específica de Direito Civil, se quiserem, 
podem “pular” este item, passando de imediato ao tópico “Vigência das Leis”. 
Nosso objetivo neste ponto é apenas relembrar as diversas espécies de lei, 
consideradas em seu sentido amplo e tecer alguns breves comentários sobre 
elas. Vejamos. 
1) Constitucionais: são as que constam na Constituição, que é um conjunto de 
normas supremas de nosso ordenamento; é a lei máxima de nosso País e servem 
de fundamento para todo o nosso sistema jurídico positivo. Trata-se do princípio 
da supremacia (ou primazia) da Constituição,que está em um patamar superior 
a qualquer outra lei, no topo da pirâmide normativa. Em uma apertada síntese, 
ele limita o poder, organiza o Estado e define os direitos e garantias individuais. 
Nossa Constituição é escrita e da espécie rígida, pois exige, para sua alteração, 
um processo muito mais solene do que é exigido para a elaboração das demais 
espécies normativas (ditas infraconstitucionais). Nossa Constituição também 
possui mecanismos de controle da constitucionalidade das leis, evitando a 
aplicação de normas incompatíveis com a própria Constituição. Recebe também o 
nome de (isso cai em concurso): Lei Fundamental, Lei Suprema, Lei das Leis, Lei 
Maior, Carta Magna, etc. 
2) Emendas à Constituição: nossa Constituição permite sua reforma por meio 
de emendas, que podem modificá-la parcialmente (trata-se do Poder 
Constituinte Derivado, ou Reformador, ou de Segundo Grau, ou Limitado). A 
proposta de emenda deve ser discutida e votada em cada Casa do Congresso, em 
dois turnos cada. Considera-se aprovada se obtiver em todas as votações três 
quintos dos votos dos respectivos membros. 
3) Lei Complementares: tratam de matérias especiais, estipuladas na própria 
Constituição, para melhor regulamentar determinado assunto. Possuem quórum 
especial para aprovação (maioria absoluta). 
4) Leis Ordinárias: são as “leis comuns”, elaboradas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional = Federal; Assembleia Legislativa = Estadual; Câmara dos 
Vereadores = Municipal). A aprovação se dá por maioria simples ou relativa. 
Lembrando que o Código Civil, apesar do nome, trata-se de uma Lei Ordinária. 
 Observações 
O art. 47, CF/88 estabelece que “salvo disposição constitucional em 
contrário, as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por 
maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros”. Por esse 
dispositivo percebe-se que as deliberações legislativas no Brasil são tomadas, em 
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regra, pela maioria simples ou relativa de votos, isto é, pelo voto da maioria 
dos presentes, desde que presente na sessão a maioria absoluta dos membros da 
Casa Legislativa. Assim, se a Constituição não exigir expressamente outro quórum 
(maioria absoluta, dois terços, três quintos), aplica-se a regra da maioria simples 
ou relativa. Ex.: em relação à lei complementar, a Constituição exige 
expressamente maioria absoluta (art. 69). Mas em relação à lei ordinária, a 
Constituição não estabelece o quórum. Logo, neste caso, aplica-se a regra geral, 
da maioria simples ou relativa. Para se instalar a sessão de deliberação, exige a 
Constituição que estejam presentes, pelo menos, a maioria absoluta dos membros 
da Casa Legislativa. 
Já a maioria absoluta corresponde ao primeiro número inteiro 
posterior à metade dos integrantes da Casa (costuma-se usar a expressão 
“metade mais um”; no entanto, não se aconselha falar assim, pois tecnicamente 
não é correto). Ex.: o Senado Federal é composto atualmente de 81 Senadores, 
portanto há a necessidade da presença de, pelo menos, 41 Senadores para 
instalar a sessão de votação. Se não for obtida esta presença mínima (maioria 
absoluta), a sessão não se instala. Instalada a sessão, a matéria será aprovada 
pela maioria dos votos dos presentes. 
Portanto, uma lei é aprovada por um número variável (e muitas vezes 
reduzido) de votos. Se presentes 60 Senadores à sessão, serão necessários 31 
votos para se aprovar uma lei. Acrescentando: se presentes 60 Senadores e 10 
deles se abstiverem (a abstenção não conta), serão necessários apenas 26 votos 
para aprovação. 
Já para aprovação de uma lei complementar (maioria absoluta), leva-se 
em consideração o número total de integrantes da Casa Legislativa, sendo, por 
isso, um número fixo de votos, independentemente do número de parlamentares 
presentes à sessão. Tomando mais uma vez o exemplo do Senado: presentes 41, 
57 ou 80 Senadores, o número exigido para aprovação da lei complementar é o 
mesmo: 41 votos (maioria absoluta dos integrantes da Casa). O mesmo se aplica 
à Câmara dos Deputados que atualmente conta com 513 Deputados Federais. 
Resumindo: o quórum da maioria simples é um número variável e o da maioria 
absoluta e também o da qualificada (dois terços, três quintos) é sempre fixo. 
5) Leis Delegadas: são normas elaboradas pelo Presidente da República em 
função de autorização expressa do Poder Legislativo e nos limites impostos por 
este. Podem ser internas (o encargo é atribuído a uma comissão do próprio Poder 
Legislativo) ou externas (atribui-se ao chefe do Executivo a elaboração da lei). 
6) Medidas Provisórias: são normas com força de lei, editadas pelo Presidente 
da República, em caso de relevância e urgência. Devem ser submetidas de 
imediato ao Congresso Nacional. Este tem 60 dias (prorrogáveis por igual período) 
para analisar o seu texto. Se ela não for apreciada em 45 dias, entrará em regime 
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de urgência, ficando sobrestadas todas as demais deliberações legislativas da Casa 
em que estiver tramitando, até que se ultime a sua votação. Três situações podem 
ocorrer: a) aprovação (com ou sem alteração do texto) – neste caso ela se 
converterá em lei ordinária, sendo promulgada pelo presidente do Senado Federal 
que a remeterá ao Presidente da República para publicação; b) rejeição expressa 
– neste caso ela será arquivada e caberá ao Presidente do Congresso Nacional 
baixar ato declarando-a ineficaz; c) rejeição tácita – se a análise da lei não findar 
em 120 dias, também acarreta a perda de sua eficácia. É proibida a reedição da 
medida provisória na mesma sessão legislativa, que tenha sido rejeitada ou tenha 
perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
7) Decretos Legislativos: são normas promulgadas pelo Poder Legislativo 
(Congresso Nacional) sobre assuntos de sua competência (ex.: ratificação de 
tratados internacionais; autorização de referendo ou convocação de plebiscito). 
8) Resoluções: são normas expedidas pelo Poder Legislativo (Câmara dos 
Deputados ou Senado Federal), destinadas a regular matéria de sua competência, 
de caráter administrativo ou político, de seu peculiar interesse (ex.: fixação de 
subsídios, licença dos parlamentares, perda de cargo, etc.). 
 
I. VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO 
 
VIGÊNCIA DAS LEIS NO TEMPO 
Toda norma jurídica tem um âmbito de aplicação temporal, espacial, 
material e pessoal, dentro dos quais ela tem vigência e validade. Vamos iniciar 
nosso estudo quanto à vigência, analisando as leis sob o aspecto temporal. 
Depois passaremos para o âmbito territorial. 
As leis também possuem um ciclo vital: nascem, aplicam-se a 
determinadas situações, podem ser modificadas e “morrem” (início, continuidade 
e cessação da vigência). Elas regidas por dois princípios fundamentais: 
obrigatoriedade e continuidade. Vejamos. 
1. PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE (também chamado de princípio da 
inescusabilidade da ignorância das leis). 
Publicada a lei, ninguém se escusa de cumpri-la alegando que não 
a conhece (art. 3°, LINDB), tornando-se obrigatória para todos os seus 
destinatários (ignorantia legis neminem excusat). Tal dispositivo visa garantir a 
estabilidade e a eficácia do sistema jurídico que ficaria comprometido, caso 
admitida a alegação de ignorância de lei em vigor. Segundo a doutrina, três teorias 
procuram justificar este preceito: 
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 Presunção legal: uma vez publicada, presume-se que todos leram e tomaram 
conhecimento do teor da lei, tornando-se conhecida de todos. 
 Ficção: pressupõe que se uma lei foi publicada torna-se conhecida de todos. 
 Necessidade social: sustenta que a lei é obrigatória e deve ser cumprida por 
todos não por ser de conhecimento ficto ou presumido, mas para tornar 
possível a convivência social. Isso não significa dizer que o cidadão tem 
obrigação de conhecer todas as leis, mas sim de que ninguém pode deixar de 
cumprir a lei, conhecendo-a ou não. É a mais aceita no mundo jurídico, 
para não se estabelecer o caos ou a anarquia. Não é necessário que se prove 
em juízo a existência de uma lei. Parte-se do pressuposto que o juiz conhece 
o direito (jura novit curia). No entanto, estabelece o art. 376, do CPC/2015, 
que “a parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou 
consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar”. 
����Atenção���� A impossibilidade de alegação de desconhecimento da lei 
não é uma regra absoluta. O erro de direito, apesar de não reconhecido pela 
LINDB, pode ser invocado, por expressa disposição do art. 139, III, CC, em 
situações especiais, e desde que não haja intenção de furtar-se ao cumprimento 
da lei (serve para justificar a boa-fé no descumprimento de um contrato). 
Aprofundaremos o tema em aula mais adiante. Conclusão: se a questão se referir 
somente à Lei de Introdução, o desconhecimento da lei não pode ser alegado como 
escusa de seu cumprimento; se a questão se referir ao Código Civil tal alegação é 
admissível em situações especialíssimas. 
2. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE 
A partir de sua vigência, a lei tem eficácia contínua, até que outra a 
modifique ou revogue (embora possam existir “leis temporárias”, conforme 
veremos adiante: art. 2°, LINDB). O desuso ou o decurso de tempo, não fazem 
com que a lei perca sua eficácia. 
INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
A criação de uma lei obedece a um procedimento próprio, definido nas 
normas constitucionais (arts. 59 a 69, CF/88). Há todo um processo solene de 
elaboração da lei, chamado de processo legislativo, que geralmente passa por 
cinco etapas. Embora este não seja um tema específico do Direito Civil é 
conveniente fazer um resumo. Há várias espécies de leis, sendo que cada uma 
possui suas próprias peculiaridades. Vamos falar sobre o “processo padrão” (ou 
processo legislativo ordinário): 
A) INICIATIVA. É o ato que inicia todo o processo legislativo. Trata-se da 
faculdade conferida a alguém ou a algum órgão para apresentar um projeto de lei. 
A Constituição confere legitimação a várias pessoas e órgãos para a 
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apresentação de projetos de lei ao Poder Legislativo. Na área federal, 
dependendo da matéria, cabe: 
1. Iniciativa Parlamentar: a qualquer membro ou comissão do Poder 
Legislativo. 
2. Iniciativa Extraparlamentar: ao Presidente da República (em regime 
normal ou de urgência para apreciar o projeto), Supremo Tribunal Federal, 
demais Tribunais Superiores, Procurador Geral da República e também aos 
cidadãos em geral (iniciativa popular), como previsto no art. 61, CF/88. Nesta 
última hipótese o caso mais famoso foi o da autora de novelas Glória Peres, que 
perdeu uma filha assassinada e liderou uma campanha vitoriosa por todo Brasil 
para incluir o homicídio qualificado como crime hediondo. 
B) DISCUSSÃO E APROVAÇÃO. Apresentado o projeto são realizados estudos, 
debates, redações, correções, emendas e votação do projeto. Este trabalho é 
chamado de deliberação parlamentar. O projeto inicialmente passa pelo crivo de 
comissões parlamentares, dependendo do assunto. No âmbito federal, como o 
nosso sistema é bicameral, o projeto deve ser aprovado pelas duas Casas 
Legislativas (Iniciadora e Revisora). No caso de uma lei ordinária, que trata, em 
tese, de matérias mais simples, a aprovação se dá por maioria simples de cada 
Casa Legislativa. Já uma lei complementar possui um quórum qualificado (maioria 
absoluta), isto para que se tenha certeza de que aquele assunto tratado realmente 
reflete o interesse da sociedade. Lembrando: na maioria das vezes a Casa 
Iniciadora é a Câmara dos Deputados. Isso ocorre quando o projeto é apresentado 
por um Deputado Federal, pelo Presidente da República, pelo Supremo Tribunal 
Federal, pelos Tribunais Superiores, etc. A exceção ocorre quando o projeto é de 
autoria de um Senador ou comissão do Senado. Neste caso a Casa Iniciadora é o 
próprio Senado Federal. 
A Casa Iniciadora pode aprovar ou rejeitar o projeto. Se for rejeitado, será 
arquivado, não podendo ser apresentado outro sobre essa matéria na mesma 
sessão legislativa, salvo se houver proposta da maioria dos Deputados ou dos 
Senadores. Aprovado na Casa Iniciadora (com ou sem emendas) o projeto segue 
para a Casa Revisora, para nova deliberação. Ela poderá: a) aprovar 
integralmente o projeto (segue-se, então, para a próxima etapa, que é a sanção 
ou veto); b) emendar o projeto (neste caso as emendas – somente as emendas 
– retornam para a Casa Iniciadora, que poderá aprová-las ou rejeitá-las); ou c) 
simplesmente rejeitar o projeto (neste caso ele será arquivado). Não há um poder 
ilimitado para apresentar emendas; elas devem ser relacionadas ao tema de que 
trata o texto. Sendo o projeto de iniciativa exclusiva do Presidente da República, 
não serão admitidas emendas que acarretem aumento da despesa prevista, salvo 
se se tratar de lei orçamentária (este “salvo”, como temos visto na prática, é uma 
“festa”...). 
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C) SANÇÃO OU VETO. Nesta fase o Poder Executivo participa do processo 
(deliberação executiva). No plano federal é ato exclusivo da alçada do Presidente 
da República. 
1. Com a sanção ele manifesta a sua concordância com o projeto aprovado 
pelo Poder Legislativo. Há uma conjugação das vontades dos Poderes Legislativo 
e Executivo, nascendo a lei. A sanção incide em um projeto de lei e, ao incidir, faz 
com que este projeto se transforme em lei. O projeto pode ser sancionado de 
forma expressa (quando o Executivo se manifesta por despacho, aprovando o 
projeto) ou tácita (quando o Executivo simplesmente se omite, deixando de 
apreciar o projeto no prazo de 15 dias úteis), conforme estabelece o art. 66, §3°, 
CF/88. 
2. Com o veto o chefe do Executivo manifesta sua recusa ou não-
concordância com o projeto de lei. O veto é irretratável e deve ser sempre 
expresso e motivado. Não há o chamado “veto tácito”, pois o silêncio do Chefe 
do Executivo implica em sanção. O veto pode ser total, quando atinge todos os 
dispositivos do projeto ou parcial, quando atinge um ou alguns dos dispositivos 
do projeto. Como falei acima, o veto deve ser motivado. E são dois os motivos 
para se vetar: inconstitucionalidade e/ou inconveniência. Costuma-se dizer que o 
veto é jurídico (caráter formal) quando o projeto é considerado inconstitucional; 
ele contraria a Constituição. Por outro lado, ele pode ser político (caráter material 
- mérito), ou seja, contrário ao interesse público; o Chefe do Executivo faz um 
juízosobre a inconveniência de se aprovar determinada matéria. Assim, um 
projeto pode ser constitucional, e, mesmo assim, ser vetado por não ser 
conveniente para o interesse público. O veto só pode ser supressivo, ou seja, o 
Chefe do Executivo nada pode acrescentar ao projeto; ele somente pode retirar. 
Não pode haver veto de palavras isoladas; isso para evitar alterações ou inversões 
de sentido (ex.: vetar a palavra “não”). O veto, ainda que parcial, deve abranger 
o texto integral do artigo, de parágrafos (§1°, §2° ...), de incisos (I, II, III...), ou 
alíneas (“a”, “b”, “c”...). 
Por outro lado, o veto pode ser superado (ou derrubado). Isto é, ocorrido 
o veto, o Presidente da República comunica ao Presidente do Senado os motivos 
do veto no prazo de 48 horas e o Congresso Nacional irá reapreciar a matéria, no 
prazo de 30 dias. A votação será feita pelo Congresso Nacional, de forma conjunta, 
mas os votos dos Deputados e Senadores serão computados separadamente. Ou 
seja, embora a sessão seja conjunta, para derrubar o veto é necessária a maioria 
absoluta dos Deputados e dos Senadores. Sendo o veto total e não sendo 
alcançada a maioria absoluta em cada Casa, encerra-se o processo legislativo (o 
projeto será arquivado). Se o veto for parcial e o mesmo for mantido, o próprio 
Presidente do Congresso promulgará a lei (evidentemente que somente com as 
partes não vetadas), uma vez que o texto já estava com a concordância com o 
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Chefe do Executivo. Se o veto for derrubado, o projeto volta ao Chefe do Executivo 
apenas para a promulgação. 
D) PROMULGAÇÃO (existência da lei). Decorre da sanção e tem o significado de 
proclamação, de “ateste de validade de lei”. Dá-se conjuntamente com a sanção, 
quando o Presidente da República assina o projeto de lei. Promulgar é declarar 
a existência de uma lei, inovando-se a ordem jurídica. Costuma-se dizer que “a 
lei nasce com a promulgação”. Quando está escrito no texto da lei ...faço saber 
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei... implicitamente 
quer dizer que a lei também está sendo promulgada, no mesmo tempo e 
instrumento. Apesar de ocorrer conjuntamente, a doutrina majoritária gosta de 
afirmar que “a sanção incide sobre o projeto de lei (transforma o projeto de lei em 
lei), enquanto a promulgação já incide sobre a lei (declara a existência de uma lei 
válida; por isso o que se promulga é a lei e não o projeto)”. O Chefe do Executivo 
atesta perante a sociedade a existência válida de uma lei, ordenando-lhe 
o respectivo cumprimento. Lembrando que não há sanção ou veto no caso de 
uma Emenda Constitucional, mas sim de promulgação pelas mesas da Câmara e 
do Senado. Nos casos de sanção tácita (transcorreram 15 dias úteis sem 
manifestação do Executivo) ou derrubada de veto, o Chefe do Executivo terá 48 
horas para promulgar a lei. Não o fazendo no prazo a atribuição cabe ao Presidente 
do Senado. 
E) PUBLICAÇÃO. É o ato por meio do qual se dá a divulgação da existência 
da nova lei em órgão oficial, tornando-se, portanto, conhecida de todos (trata-
se de uma presunção). A finalidade da publicação é garantir (ao menos 
potencialmente) que a lei seja conhecida por todos os que estarão sujeitos ao seu 
comando; é uma condição de vigência e de eficácia da lei. Como já dissemos, a 
teoria mais aceita para justificar a obrigatoriedade da lei para todos é a da 
necessidade social. Com a publicação encerra-se o processo legislativo. 
 RESUMINDO Observando-se o processo de criação de uma lei (processo 
legislativo) notamos que a lei só deixa de ser um projeto quando ocorre a sanção. 
Já na promulgação atesta-se a existência de uma lei válida, confirmando sua 
executoriedade (possibilidade de ser executada). Todavia, para que possa ser 
aplicada e possa produzir seus efeitos, a lei deve ser obrigatória, e a 
obrigatoriedade depende de sua publicação oficial. Mas não é só. Para que a lei 
possa obrigar seus destinatários é necessário mais que a publicação; é preciso que 
a lei possua vigência, ou seja, apta para produzir seus efeitos. 
 Frases da doutrina referentes a este tópico que costumam cair em 
concurso: “A promulgação, por ser ato de competência do Executivo, é que dará 
força executória à lei, que tenha sancionado, dando-lhe autenticidade”. “A 
executoriedade é efeito da promulgação”. “A obrigatoriedade é efeito da 
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publicação”. “A obrigatoriedade supõe a publicação, sendo que a lei só a adquirirá 
após a vacatio legis” (expressão que veremos logo adiante). 
����IMPORTANTE ���� Distinção entre validade, vigência e eficácia. 
a) Validade: qualidade da norma por terem sido obedecidas as condições 
formais e materiais para sua produção. Validade Formal: norma produzida por 
autoridade legítima e competente (competência para elaboração da lei), além 
da tramitação pelo devido processo legislativo e consequente integração no 
sistema jurídico da sociedade. Validade Material: diz respeito ao conteúdo da 
norma; se está de acordo com nosso sistema jurídico (ex.: respeito à 
Constituição). 
b) Vigência: deriva da expressão latina vigentia (do verbo vigere, vigens – 
estar em voga, vigorar), que significa a qualidade de vigente, o tempo durante o 
qual uma coisa vige ou vigora. Refere ao intervalo de tempo em que a norma 
jurídica está legalmente autorizada a produzir seus efeitos (critério puramente 
temporal). É o período de vida da lei, que vai do momento em que ela entra em 
vigor (passa a ter força vinculante; início da obrigatoriedade), até o momento em 
que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração (lei 
temporária). Como veremos a seguir, uma lei pode ter sido publicada e ainda não 
estar vigorando, pois a própria lei marcou um prazo para que ela entre em vigor 
(vacatio legis). 
Outro tópico interessante é a diferença entre vigência e vigor. Como vimos, 
vigência está relacionada com o período de vida da lei (tempo de sua 
duração); a vigência de uma lei acaba quando esta lei é revogada. Já vigor está 
relacionado com a força vinculante da lei; é a qualidade da lei em produzir 
efeitos. Assim, uma lei pode vigorar, mesmo tendo sido revogada (perdeu a 
vigência). O exemplo clássico é o do contrato que foi celebrado sob a égide de 
uma lei; posteriormente essa lei foi revogada, mas ela continua sendo aplicada 
naquele caso concreto (chamamos isso de ultratividade da lei). 
c) Eficácia (ou efetividade): refere-se aos efeitos ou consequências da norma 
jurídica; é a qualidade da norma que está em vigor no tocante à possibilidade 
de produção de efeitos concretos, seja porque foram cumpridas as condições 
exigidas para isso (eficácia jurídica ou técnica), seja porque estão presentes as 
condições fáticas exigíveis para sua observância, espontânea ou imposta, ou para 
a satisfação dos objetivos pretendidos. Neste último caso leva-se em conta se a 
lei atende aos anseios da sociedade e se os destinatários da norma a estão 
cumprindo (eficácia social da norma). No entanto, na prática, como veremos, as 
pessoas não podem se eximir do cumprimento de suas disposições. 
Quase todas as leis que entram em vigor, também possuem eficácia. No 
entanto, há normas que foram editadas, mas ainda não foram regulamentadas. 
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Já outras exigem que o Estado crie um órgão que viabilize sua execução. Portanto, 
pode ocorrer que uma lei seja válida e possua vigência (já está vigorando), 
estando apta a produzir efeitos, porém ainda não tenha eficácia (não produzindo 
efeitos concretos), pois depende da prática de algum ato por parte do Estado. 
REGRAS DA LINDB SOBRE O INÍCIO DA OBRIGATORIEDADE 
PRIMEIRA REGRA. Salvo disposição em contrário, uma lei começa a 
vigorar, em todo o País, quarenta e cinco dias depois de oficialmente 
publicada (art. 1°, caput, LINDB). Essa regra não é absoluta, pois na prática 
quase todas as leis contêm em seu texto disposição que elas entram em vigor “na 
data de sua publicação”, como veremos a seguir. 
O espaço compreendido entre a publicação da lei e sua entrada em vigor 
(quando há esse espaço de tempo) denomina-se vacatio legis. Trata-se de uma 
expressão latina, muito comum em concursos, que significa “vacância da lei”. 
Geralmente este prazo é estabelecido para melhor divulgação dos textos legais e 
adaptação dos cidadãos, para que sejam melhor compreendidos antes que entrem 
em vigor e se tornem obrigatórios e para que os órgãos da administração se 
aparelhem melhor ao novo texto legal. Enquanto não transcorrido esse período, a 
lei nova, ainda que já publicada, não tem força obrigatória ou vinculante. Assim, 
se a Lei n° 1 foi alterada pela Lei n° 2, durante o prazo de vacatio da lei nova 
continua sendo aplicada a Lei n° 1 em sua íntegra. Observem: a lei nova é válida, 
mas ainda não é vigente. 
O dispositivo citado consagrou o que se chama de princípio da vigência 
sincrônica (sincronismo significa ao mesmo tempo) ou sistema simultâneo 
(princípio da obrigação simultânea ou prazo único). Assim, a lei entra em vigor 
a um só tempo em todo o território nacional (ou seja, não há vigência 
progressiva). Trata-se de um prazo único para todo País (45 dias após a sua 
publicação oficial), sendo simultânea a sua obrigatoriedade. 
Quanto ao prazo de vacatio legis, as leis podem ser classificadas em: 
a) Lei com vacatio legis expressa: a própria lei faz referência ao seu período 
de vacatio. O melhor exemplo é o atual Código Civil, que prevê em seu art. 
2.044: “Este Código entrará em vigor um ano após a sua publicação”. 
b) Lei com vacatio legis tácita: o texto da lei é omisso em relação ao 
momento em que ela entra em vigor; neste caso ela passará a vigorar 45 dias 
após a publicação; é a regra teórica do art. 1°, caput, LINDB (raríssimo de se 
encontrar na prática). 
c) Lei sem prazo de vacatio legis: a lei entra em vigor na data de sua 
publicação, devendo esta frase constar de seu texto. 
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���� Art. 8°, da Lei Complementar n° 95/98 (com texto modificado pela Lei 
Complementar n° 107/01 e regulamentada pelo Decreto n° 4.176/02, que dispõe 
sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme 
determina o parágrafo único, do art. 59, da Constituição Federal): “A vigência da 
lei será indicada de forma expressa e de modo a contemplar prazo razoável 
para que dela se tenha amplo conhecimento, reservada a cláusula ‘entra em vigor 
na data de sua publicação’ para as leis de pequena repercussão”. Na prática, 
embora o correto seria a entrada em vigor na data de sua publicação apenas para 
as leis de pequena repercussão, o que vemos é que quase todas as leis contêm 
essa ressalva. 
 Resumindo: uma lei pode entrar em vigor na data de sua publicação (nesse 
caso não há que se falar em vacatio legis) ou em outra data mais à frente, desde 
que haja previsão expressa no seu texto. Isto é assim devido à importância ou 
urgência de determinada lei e a maior ou menor dificuldade de adaptação da 
sociedade a esta nova lei. Somente quando não houver expressa disposição 
na própria lei acerca da data em que ela entrará em vigor (omissão proposital 
da lei), aí sim, ela entrará em vigor em 45 dias após a publicação. Trata-se, 
portanto, de um dispositivo legal que atua supletivamente, caso a lei seja 
publicada sem menção ao momento em que deva entrar em vigor. 
SEGUNDA REGRA. Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei 
brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente 
publicada (art. 1°, §1° da LINDB). Isto é, se uma lei for editada no Brasil, mas 
para surtir efeitos no estrangeiro (em geral, quando cuida de atribuição de 
ministros, embaixadores, cônsules, convenções de direito internacional, etc.) e a 
lei for omissa quanto à data que entrará em vigor (a data de sua vigência efetiva), 
ela lei somente entrará em vigor 03 (três) meses após a sua publicação. 
���� Atenção ���� Como vimos, a regra (teórica) quanto ao prazo para uma lei 
começar a vigorar em todo País é de 45 dias depois de oficialmente publicada; já 
o prazo para vigorar nos Estados estrangeiros é de 03 meses (e não 90 dias como 
às vezes eu vejo cair em concursos, como uma forma de “pegadinha”). Parece ser 
óbvio, mas é importante deixar claro que para o Direito, 03 meses é prazo bem 
diferente do que 90 dias! Há um “macete” bem manjado para não fazer confusão: 
esTRangeiro = TRês meses. 
TERCEIRA REGRA. Uma lei pode ter sido publicada com algum erro 
substancial, implicando em uma divergência de aplicabilidade (geralmente são 
erros materiais ou falhas de ortografia). O art. 1°, §3° da LINDB determina que: 
Se antes de entrar em vigor ocorrer nova publicação desta lei, destinada 
à correção de seu texto, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores 
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começará a correr da nova publicação. Exemplo: uma lei foi publicada em 
determinado dia e é omissa em relação ao dia que entrará em vigor. Assim, 
somente entrará em vigor 45 dias após a publicação. Vinte dias depois de 
publicada (portanto ainda estamos no curso do prazo de vacatio legis), alguém 
notou que houve um erro no texto da lei. Desta forma ela deve ser republicada. 
E aquele prazo de 45 dias recomeça a contar; inicia-se novamente a contagem do 
prazo de vacatio a partir do dia da republicação da lei. Notem que continua sendo 
a mesma lei. 
QUARTA REGRA. As emendas e correções de texto de lei que já tenha 
entrado em vigor consideram-se lei nova (art. 1°, §4°, LINDB). Exemplo: 
uma lei foi publicada, cumpriu o prazo de vacatio legis e entrou em vigor. Alguns 
dias depois, um erro foi notado. Neste caso, quando houver a “republicação”, esta 
será considerada como lei nova. No entanto, para haver esta “republicação de 
correção”, é necessário um novo processo legislativo, pois se trata de lei nova. 
Os direitos adquiridos na vigência da lei emendada serão resguardados. Admite-
se que o Juiz ao aplicar determinada lei corrija um evidente erro ortográfico, mas 
ele não pode alterar erros substanciais, que possam alterar o sentido da norma; 
nesse caso é imprescindível a edição de uma nova lei. 
���� Atenção ���� No período entre a publicação da lei nova e o início de sua 
vigência, subsistirá a “lei velha”, que ainda estará em vigor, enquanto não se 
vencer o prazo de vacatio legis; a “lei nova” nada obriga, pois ainda não entrou 
em vigor. 
 Resumindo: Norma Corretiva 
• Correção antes da publicação →→→→ a norma pode ser corrigida sem 
problema algum.• Correção após a publicação, mas durante a vacatio legis →→→→ trata-se 
da mesma lei; sendo o texto republicado por incorreção, conta-se novo 
prazo de vacatio, a partir da republicação (leiam mais abaixo o item “questão 
polêmica”). 
• Correção após entrar em vigor →→→→ nesse caso a lei somente pode ser 
corrigida mediante a edição de uma nova lei, após o trâmite de um processo 
legislativo regular. 
 Observação: pelo princípio da simetria as mesmas regras valem para 
os processos legislativos federais, estaduais e municipais. 
� Questão Polêmica � Digamos que uma lei esteja no período de vacatio 
legis e quase no final do prazo ela foi republicada com algumas modificações (ou 
somente alguns dispositivos foram republicados). Pergunta-se: a lei inteira deve 
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cumprir novo prazo de vacatio? Ou aplica-se o novo prazo de vacatio apenas àquilo 
que foi modificado pela nova publicação? A professora Maria Helena Diniz, em 
sua obra, “Lei de Introdução ao Código Civil Interpretada”, pondera que: “Se 
apenas uma parte da lei for corrigida o prazo recomeçará a fluir somente para a 
parte retificada, pois seria inadmissível, no que atina à parte certa, um prazo de 
espera excedente ao limite imposto para o início dos efeitos legais, salvo se a 
retificação afetar integralmente o espírito da norma” (grifos meus). 
Portanto, diante dessa situação, devemos analisar cada caso em concreto. Se a 
parte corrigida afetar a norma de uma forma geral, a lei inteira deve esperar o 
novo prazo de vacatio. Mas se a parte corrigida não afetar o espírito da lei, ou for 
independente em relação a ela, nada impede que a lei entre em vigor, excetuada 
a parte que foi modificada, recomeçando-se o prazo de vacatio apenas naquilo 
que foi modificado. 
���� IMPORTANTE ���� Contagem do prazo da vacatio 
Conforme o art. 8°, §1° da LC n° 95/98 (com redação dada pela LC n° 
107/01), o prazo de vacatio legis deve ser contado: incluindo-se o dia do 
começo (o dies a quo, ou seja, o dia da publicação da lei) e também do 
último dia do prazo (o dies ad quem, que é o dia do seu vencimento). 
Assim, a lei entrará em vigor no dia subsequente a sua consumação 
integral, ou seja, no dia seguinte ao último dia de prazo, ainda que se trate de 
domingo ou feriado (o prazo não é prorrogado até o primeiro dia útil, pois não 
se trata de cumprimento de obrigação, mas de início de vigência de uma lei, que 
também deve ser obedecida aos domingos e feriados). Exemplo: uma lei foi 
publicada no dia 10 de abril com prazo de vacatio de 15 dias. O prazo começou a 
ser contado a partir do próprio dia 10 (dia da publicação). No dia 24 de abril 
completaram-se os 15 dias de vacatio (consumação integral do prazo). Portanto, 
a lei entrará em vigor no dia subsequente, ou seja, 25 de abril, pouco importando 
se esse dia é um domingo ou feriado. 
 Observação. Prazo de vacatio para decretos, resoluções e 
regulamentos. Tais espécies normativas entram em vigor na data que eles 
determinarem. Na falta de tal determinação a doutrina majoritária é no sentido 
que entram em vigor na data de sua publicação. Ou seja, para eles não há vacatio 
legis. O mesmo ocorre com os atos administrativos que têm obrigatoriedade a 
partir de sua publicação. 
FIM DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
Não se destinando à vigência temporária, uma lei terá vigor até que 
outra a modifique ou a revogue. É o que dispõe o art. 2°, caput, LINDB. 
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REGRA GERAL →→→→ A lei tem caráter permanente e irá perdurar até a sua 
revogação. Isto é, uma lei não tem um prazo certo para vigorar; ela permanece 
em vigor enquanto não for modificada ou revogada por outra lei (eficácia 
contínua). Ainda que a lei “caia em desuso”, isso não implica em perda de 
vigência. 
No entanto, algumas leis são expedidas com prazo de duração. Nestes 
casos a lei possui vigência temporária. Ex.: lei que concede favores fiscais 
durante 10 anos às indústrias que se instalarem em determinada região; 
racionamento de combustível durante a guerra; Imposto/Contribuição Provisória 
sobre Movimentações Financeiras (IPMF, CPMF), Leis Orçamentárias, etc. Tais 
normas desaparecem do ordenamento jurídico com o decurso do prazo 
estabelecido em seu texto ou quando ela já cumpriu os objetivos a que se propôs 
(ex.: lei que se destina alojar, de forma temporária, em escolas públicas, pessoas 
desabrigadas por causa de uma inundação). 
Assim, lei temporária é a que nasce com termo prefixado de duração 
ou com um objetivo a ser cumprido. Contudo, não se fixando um prazo 
determinado, prolonga-se a obrigatoriedade da norma (princípio da 
continuidade) até que ela seja modificada ou revogada por outra. 
Revogar (do latim revocatio, revocare = anular, desfazer, desvigorar) é 
tornar sem efeito uma lei ou qualquer outra norma jurídica, retirando a sua 
obrigatoriedade. Uma lei somente pode ser revogada por outra lei de hierarquia 
igual ou superior (portanto, ela não pode ser revogada por decretos, portarias, 
resoluções, regulamentos, etc.). Podem ser revogadas as leis, os regulamentos, 
as portarias, as cláusulas contratuais, etc. O art. 2°, §1°, LINDB dispõe que a lei 
posterior revoga a anterior em três situações: 
 Quando expressamente assim o declare. 
 Quando seja com ela incompatível (ainda que não haja expressa declaração 
de revogação). 
 Quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
Podemos classificar a revogação quanto à extensão em: 
a) Total (ou ab-rogação): quando a lei nova regula integralmente a matéria 
da lei anterior, ou quando existe incompatibilidade (explícita ou implícita) entre 
as leis. A norma anterior perde sua eficácia em sua totalidade. 
b) Parcial (ou derrogação): quando torna sem efeito apenas uma parte da 
lei ou norma, permanecendo em vigor todos os demais dispositivos que não foram 
modificados. 
A revogação ainda pode ser classificada quanto à forma de execução: 
a) Expressa (ou por via direta): quando em seu texto a lei nova declara 
taxativamente revogada a lei anterior ou aponta os dispositivos que pretende 
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suprimir (art. 2°, §1°, primeira parte da LINDB). Seria interessante que todas as 
leis dissessem exatamente o que estão revogando. Mas isso não ocorre muito na 
prática. O art. 9° da LC n° 98/95, com a redação da LC n° 107/01, determina que 
“a cláusula de revogação deverá enumerar, expressamente, as leis ou disposições 
legais revogadas”. 
b) Tácita (por via indireta ou oblíqua): quando a lei posterior é incompatível 
com a anterior e não há disposição expressa no texto novo indicando a lei que foi 
revogada. Diz o art. 2°, §1°, segunda parte da LINDB, que ocorre a revogação 
tácita quando seja com ela incompatível (revogação tácita por incompatibilidade) 
ou quando regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior (revogação 
tácita global ou por substituição). 
���� ATENÇÃO ���� Embora haja muita controvérsia a respeito, a ESAF entende que 
a expressão contida em algumas leis “revogam-se as disposições em contrário”, é 
uma forma de revogação expressa. Na prova do MDIC (analista

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