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TECIDO NERVOSO Profa. Flaviane A. Conholato • Durante a evolução dos metazoários surgiram dois sistemas de integração para coordenar as funções dos vários órgãos especializados que apareceram nesses animais: os sistemas endócrinos e nervoso. Anatomicamente, este sistema é dividido em: 1) Sistema nervoso central (SNC) – encéfalo e medula espinhal; 2) Sistema nervoso periférico (SNP) – formado pelos nervos e por pequenos agregados de células nervosas denominadas gânglios nervosos. O tecido nervoso apresenta dois componentes principais: 1) Neurônios – células geralmente com longos prolongamentos. • Morfologia. Dendritos – prolongamentos numerosos, especializados na função de receber os estímulos do meio ambiente, de células epiteliais sensoriais ou de outros neurônios. Corpo celular ou pericário – centro trófico da célula e também é capaz de receber estímulos. Axônio – especializado na condução de impulsos que transmitem informações do neurônio para outras células (nervosas, musculares, glandulares). De acordo com sua morfologia, os neurônios podem ser divididos em: • Neurônios multipolares (grande maioria) – apresentam mais de dois prolongamentos celulares. • Neurônios bipolares (gânglio coclear e vestibular, retina, mucosa olfatória) – possuidores de um dendrito e um axônio. • Neurônios pseudo-unipolares (gânglio espinhal) – apresentam próximo ao corpo celular, prolongamento único, mas este logo se divide em dois, dirigindo-se um ramo para a periferia e outro para o SNC. Ação dos anestésicos: Os anestésicos de ação local sobre os axônios são moléculas que se ligam aos canais de sódio, inibindo o transporte desse íon e, consequentemente, inibindo também o potencial de ação responsável pelo impulso nervoso. Assim, ficam bloqueados os impulsos que seriam interpretados no cérebro como sensação de dor. COMUNICAÇÃO SINÁPTICA A sinapse é responsável pela transmissão unidirecional dos impulsos nervosos. São locais de contato entre os neurônios ou entre neurônios e outras células efetoras. FUNÇÃO: • Transformar um sinal elétrico (impulso nervoso) do neurônio pré-sináptico em um sinal químico que atua sobre a célula pós-sináptica. • Neurotransmissores – substâncias que quando se combinam com proteínas receptoras, abrem ou fecham canais iônicos ou então desencadeiam uma cascata moleculas na célula pós-sinaptica que produz segundos mensageiros intracelulares. • Neuromouladores – mensageiros químicos que não agem diretamente sobre as sinapses, porém modificam a sensibilidade neuronal aos estímulos sinápticos excitatórios ou inibitórios. • Geralmente os neurotransmissores são sintetizados no corpo do neurônio e armazenados em vesículas no terminal pré-sináptico, sendo liberados na fenda sináptica por exocitose durante a transmissão do impulso. • Os primeiros neurotransmissores descobertos foram a acetilcolina e a noradrenalina. • Diversos peptídios que atuam como neutrotransmissores são usados em outros tecidos. • Os neuropeptídios são importantes no SN por participarem da regulação de certas sensações e impulsos emocionais, como prazer, dor, fome e sede. CÉLULAS DA GLIA E A ATIVIDADE NEURONAL • Sob a designação geral de neuroglia ou glia, incluem-se vários tipos celulares presentes nos sistema nervoso central ao lado dos neurônios. • Calcula-se que haja no SNC 10 células da glia para cada neurônio, mas devido ao seu tamanho ocupam aproximadamente metade do volume do tecido. • FunFunççãoão: : fornecem um microambiente fornecem um microambiente adequado para os neurôniosadequado para os neurônios.. OligodendrOligodendróócitoscitos – produzem as bainhas de mielina que servem de isolantes elétricos para os neurônios do SNC. CCéélulas de lulas de SchwannSchwann – mesma função dos oligodendrócitos, porém se localizam em volta dos axônios do SNP. AstrAstróócitoscitos – ligam os neurônios aos capilares sanguíneos e à pia-máter (uma delgada camada de tecido conjuntivo que reveste o SNC). Participam do controle da composição iônica e molecular do ambiente extracelular dos neurônios. Se comunicam uns com os outros por meio de junções comunicantes formando uma rede de comunicações. Células Ependimárias – são células epiteliais colunares que revestem os ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em alguns locais são ciliadas, o que facilita a movimentação do líquido cefalorraquidiano. O encéfalo contem cavidades ou ventrículos por onde circula um liquido, liquido cefalorraquidiano, que transporta substâncias relacionadas ao equilíbrio metabólico do sistema nervoso. Este liquido caracteristicamente é límpido como água de rocha e é produzido por células que formam as paredes das cavidades ventriculares circulando no sentido caudal, isto é em direção à medula. MicrogliaMicroglia – participam da inflamação e da reparação do SNC. Fagocitárias e produtoras de antígeno. Na doença esclerose múltipla as bainhas de mielina são destruídas por mecanismos ainda não completamente esclarecido, causando diversos distúrbios neurológicos. Nessa doença, os restos de mielina são removidos pela microglia, cujas células se tornam morfologicamente semelhantes aos macrófagos. Os restos de mielina fagocitados por essas células são digeridos pelas enzimas dos lisossomos.
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