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PRF Direito Processual Penal Aula 02 - Ponto dos concursos

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DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 
 
CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PRF-2016 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
AULA 02 –AÇÃO PENAL 
 
Caros alunos de todo o Brasil, sejam bem-vindos a nossa segunda aula! 
 
Hoje veremos um tema importante e que é objeto de questionamento em 
praticamente todas as PROVAS do CESPE que exigem o conhecimento do Direito 
Processual Penal: A ação Penal. 
É um assunto interessante e que constantemente lemos nos jornais e escutamos 
falar nos telejornais... O problema é que muitas vezes tal tema é tratado de uma 
maneira incorreta e esses erros acabam ficando na cabeça. 
Para uma correta compreensão do assunto, você precisa ter uma boa noção do 
que é o inquérito policial. Assim, apresentarei uma brevííííííssima revisão sobre o 
inquérito para, depois, ingressarmos nas ações penais. 
 
Dito isto, vamos ao que interessa? 
Bons estudos!!! 
***************************************************************** 
1.1 INQUÉRITO POLICIAL: CONCEITO 
 
Constantemente vemos na sociedade fatos que são claramente infrações penais, 
entretanto não é possível, de pronto, a determinação da autoria e a configuração 
correta do delito. 
Assim, surge no ordenamento jurídico, mais precisamente no Código de Processo 
Penal (CPP), a figura do inquérito policial, um PROCEDIMENTO 
ADMINISTRATIVO que tem por finalidade o levantamento de informações a fim 
de servir de base à ação penal ou às providências cautelares. 
Conforme lição do saudoso Prof. Mirabete, o “inquérito policial é todo 
procedimento policial destinado a reunir os elementos necessários à apuração da 
prática de uma infração penal e de sua autoria. Trata-se de uma instrução 
provisória, preparatória, informativa em que se colhem elementos por vezes 
difíceis de obter na instrução judiciária...“. 
Regra geral, os inquéritos são realizados pela Polícia Judiciária (Polícias Civis e 
Polícia Federal) e são presididos por delegados de carreira, entretanto o art. 4º, 
parágrafo único, do Código de Processo Penal deixa claro que existem outras 
formas de investigação criminal como, por exemplo, as investigações efetuadas 
pelas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) e o inquérito realizado por 
DIREITO PROCESSUAL PENAL – TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROFESSOR PEDRO IVO 
 
Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 
 
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PRF-2016 
PROFESSOR: PEDRO IVO 
 
autoridades militares para apurar infrações de competência da Justiça Militar 
(IPM). 
 Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais 
no território de suas respectivas circunscrições e terá por fim a 
apuração das infrações penais e da sua autoria. 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não 
excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei seja 
cometida a mesma função. (grifo nosso) 
 
1.2 O INÍCIO DO INQUÉRITO POLICIAL 
 
O início do inquérito dependerá do tipo de AÇÃO PENAL. 
Sobre este tema, para a compreensão deste tópico, faz-se necessário apresentar 
alguns breves apontamentos sobre a ação penal, nosso objeto principal da 
aula de hoje. Posteriormente, aprofundaremos os conceitos. 
 
 1.2.1 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL 
 
No nosso país as ações penais são divididas em dois grandes grupos: 
 
1. AÇÃO PENAL PÚBLICA 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Essa divisão atende a razões de exclusiva política criminal e é isso que 
entenderemos agora através de exemplos. 
Imaginemos que um indivíduo comete um homicídio. Este delito, obviamente, 
importa sobremaneira a toda sociedade, pois, a partir de tal fato, fica claro 
que há um indivíduo no mínimo desequilibrado solto na sociedade. 
Desta forma, a ação recebe a classificação de PÚBLICA INCONDICIONADA 
e não depende de qualquer pedido ou condição para ser iniciada bastando o 
conhecimento do fato pelo Ministério Público. 
Pensemos agora em outra situação em que uma mulher chega para um 
homem e diz que ele é “mais feio que briga de foice no escuro”. 
Neste caso, temos claramente um crime contra a honra e eis a pergunta: O 
que este delito importa para a sociedade? 
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Na verdade, ele fere a esfera íntima do indivíduo e, devido a isto, o Estado 
concede a possibilidade de o ofendido decidir se inicia ou não a ação penal, 
atribuindo a este a titularidade. Temos ai a AÇÃO PENAL PRIVADA. 
Em um meio termo entre a Pública Incondicionada e a Privada temos a 
PÚBLICA CONDICIONADA. 
Neste caso, o fato fere imediatamente a esfera íntima do indivíduo e 
mediatamente (secundariamente) o interesse geral. Desta forma, a lei atribui 
a titularidade da ação ao Estado, mas exige que este aguarde a manifestação 
do ofendido para que possa iniciar a ação. Tal fato ocorre, por exemplo, no 
delito de ameaça. 
 
É IMPORTANTE RESSALTAR QUE A REGRA GERAL É A AÇÃO PENAL 
PÚBLICA, SENDO A PRIVADA, A EXCEÇÃO. 
 
 1.2.1.1 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
 
É a ação que pode ser iniciada logo que o titular para impetrá-la tiver 
conhecimento do fato, não necessitando de qualquer manifestação do 
ofendido. 
Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo, 
corrupção, seqüestro. 
Sobre a titularidade para iniciar a ação dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (grifo 
nosso) 
 
Conforme o CPP a titularidade da ação pública incondicionada é do 
Ministério Público, podendo instaurar o processo criminal independente da 
manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontade 
da vítima ou de seu representante legal. 
 
 1.2.1.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
 
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É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa 
condição tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu 
representante legal (REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do 
Ministro da Justiça. 
Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública 
incondicionada, é do Ministério Público. 
São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art. 
130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), 
divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156), o 
estupro e o atentado violento ao pudor quando a vítima não tem dinheiro 
para financiar a ação privada (art. 225, §1º e 2º) etc. 
 
 1.2.1.3 AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Neste tipo de ação, o delito afronta tão intimamente o indivíduo que o 
ESTADO transfere a legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba 
que nesta transferência de legitimidade reside a diferença fundamental 
entre a ação penal PÚBLICA E PRIVADA. 
Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo 
provoque um mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime.Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a 
honra (calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em 
lesão corporal provocada por violência injuriosa (art. 145). 
 
1.2.2 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA (CPP, art. 5º, I e II, §§ 1º, 2º 
e 3º) 
 
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1- Portaria da autoridade policial de ofício, mediante simples notícia do 
crime. 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I - de ofício; 
 
2- Requisição do Ministério Público 
 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
[...] 
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério 
Público 
 
3- Requisição do juiz de Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
4- Requerimento de qualquer pessoa do povo 
 
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
II – [...] ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo. 
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que 
possível: 
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias; 
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as 
razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, 
ou os motivos de impossibilidade de o fazer; 
OBSERVAÇÃO IMPORTANTE 
 
A REQUISIÇÃO DO JUIZ E DO MINISTÉRIO PÚBLICO POSSUI 
CONOTAÇÃO DE EXIGÊNCIA, DETERMINAÇÃO. 
 
DESTA FORMA, NÃO PODERÁ SER DESCUMPRIDA PELA 
AUTORIDADE POLICIAL. 
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c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e 
residência. (grifo nosso) 
 
Neste caso a autoridade policial não precisa “cumprir” o que é solicitado pelo 
indivíduo caso entenda descabido o requerimento. Entretanto, a fim de dar 
garantias ao solicitante e impedir indeferimentos arbitrários, preceitua o 
parágrafo 2º do art. 5º do CPP: 
 
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de 
inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia. 
Mas quem é o chefe de polícia? Para a prova de vocês é o SECRETÁRIO DE 
SEGURANÇA PÚBLICA. 
 
5- Auto de prisão em flagrante (APF)  Apesar de não mencionado 
expressamente no artigo 5º o APF é forma inequívoca de instauração de 
inquérito policial, dispensando a portaria subscrita pelo delegado de polícia. 
 
1.2.3 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA (CPP, art. 5º, § 4º) 
 
1- Mediante RREEPPRREESSEENNTTAAÇÇÃÃOO do ofendido ou de seu 
representante legal 
Art. 5º[...] 
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
 
Por representação, também conhecida como delatio criminis postulatória, 
compreende-se a manifestação pela qual a vítima ou seu representante legal 
autoriza o Estado a desenvolver as providências necessárias à investigação e 
apuração judicial nos crimes que a requerem. 
Nada impede que a representação esteja incorporada na comunicação de 
ocorrência policial e neste sentido já se manifestou, por diversas vezes, o STJ. 
 
2- Mediante requisição do Ministro da Justiça. 
 
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Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, 
de requisição do Ministro da Justiça[...]. 
 
Existem alguns delitos que, por questões de política, necessitam da 
manifestação do Ministro da Justiça para que possam ser investigado. Como 
exemplo podemos citar os crimes cometidos por estrangeiro fora do País e os 
crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República. 
 
3- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que 
exista representação da vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do 
caso. 
4- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista representação da 
vítima ou do Ministro da Justiça, dependendo do caso. 
 
1.8.4 FORMAS DE INICIAR O INQUÉRITO POLICIAL NOS CRIMES DE 
AÇÃO PENAL PRIVADA (CPP, art. 5º, § 5º) 
 
5- Mediante requerimento escrito ou verbal, reduzido a termo neste 
último caso, do ofendido ou de seu representante legal. 
 
Art. 5º[...] 
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente 
poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha 
qualidade para intentá-la. 
 
1- Mediante requisição do Juiz ou do Ministério Público  Desde que 
exista requisição da vítima ou do representante legal. 
2- Auto de Prisão em Flagrante  Desde que exista requisição da vítima. 
Podemos resumir o tema da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
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CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
INCONDICIONADA 
CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PÚBLICA 
CONDICIONADA 
CRIMES DE AÇÃO PENAL 
PRIVADA 
 Ex officio pela autoridade policial, através 
de portaria; 
 Requisição do Ministério Público ou Juiz; 
 Requerimento de qualquer do povo, não 
importando a vontade da vítima; 
 Auto de prisão em flagrante; 
 Representação da vítima ou do 
representante legal; 
 Requisição do ministro da justiça; 
 Requisição do juiz ou ministério público, 
desde que acompanhada da representação 
da vítima ou da requisição do ministro da 
justiça; 
 Auto de prisão em flagrante, desde que 
instruído com a representação da vítima. 
 Requerimento do ofendido ou 
representante legal 
 Requisição do Ministério Público ou Juiz, 
desde que acompanhada do requerimento do 
ofendido ou de seu representante legal; 
 Auto de prisão em flagrante, desde que 
instruído com o requerimento da vítima ou 
do representante legal. 
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2.1 AÇÃO PENAL - INTRODUÇÃO 
 
Sabemos que no mundo onde vivemos existem determinados delitos que, por 
mais que pensemos, não conseguimos imaginar uma razão pelo menos 
compreensível. 
Imagine que existisse no Brasil alguém tão “doente” a ponto de jogar uma 
criança pela janela. Neste caso, se você pudesse escolher qualquer coisa, o que 
faria com este indivíduo?...Então, exatamente para evitar que, motivados por 
instintos próprios, fujamos do preceituado no ordenamento jurídico existente, 
existe a AÇÂO PENAL, através da qual o Estado será capaz de aplicar o direito 
penal, na mensuração cabível, ao caso concreto. 
 
 2.1.1 CONCEITO 
 
FERNANDO CAPEZ define ação penal comoo direito de pedir ao Estado-Juiz a 
aplicação do direito objetivo a um caso concreto. Segundo o renomado autor é 
também o direito público subjetivo do Estado-Administração, único titular do 
poder-dever de punir, de pleitear ao Estado-Juiz a aplicação do direito penal 
objetivo, com a conseqüente satisfação da pretensão punitiva. 
Diante do conceito apresentado, podemos dizer que a ação penal é: 
 
I) Um direito autônomo, pois não se confunde com o direito material 
que se pretende tutelar; 
II) Um direito abstrato, pois independe do resultado final do 
processo; 
III) Um direito subjetivo, pois o titular pode exigir do Estado-Juiz a 
prestação jurisdicional; 
IV) Um direito público, pois a atividade jurisdicional que se pretende 
provocar é de natureza pública. 
 
 2.1.2 CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL 
 
Existem determinadas situações em que o direito de ação não pode ser 
exercido por não cumprir determinado requisito. 
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Só para exemplificar, imaginemos que um determinado indivíduo resolve dar 
início a uma ação penal exigindo a prisão de seu desafeto pelo fato de ele 
torcer para o Flamengo. 
É claro que nesta situação a ação não será possível, pois torcer para 
determinado time não é crime, certo? Assim, podemos citar as seguintes 
condições da ação: 
 
1. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO; 
2. INTERESSE DE AGIR; 
3. LEGITIMAÇÃO PARA AGIR; 
4. JUSTA CAUSA. 
 
Vamos analisá-las: 
 
 POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO  Para que haja a 
possibilidade do início da ação, faz-se necessário a caracterização 
da tipificação da conduta, ou seja, a demonstração de que o caso 
concreto se enquadra em um fato típico em abstrato (situação 
descrita no código penal). 
Assim, por exemplo, pode-se dar início a uma ação contra um 
indivíduo que matou alguém porque o código penal diz que MATAR 
ALGUÉM é fato típico. 
Diferentemente, não posso iniciar uma ação contra um indivíduo 
que usa camisa amarela pelo simples fato de eu não gostar da 
cor...a não ser que a camisa seja minha e ele a tenha furtado... 
 
 INTERESSE DE AGIR  Constitui a presença de elementos 
mínimos que sirvam de base para o Juiz concluir no sentido de que 
se trata de acusação factível. 
Imaginemos a seguinte situação: Mévio, paulista, tem um 
relacionamento de 04 anos com Tícia e é aprovado em um 
concurso, com previsão de trabalhar em Brasília. 
Tícia, com medo de perder seu amado, tenta complicar a admissão 
de Mévio oferecendo uma queixa completamente sem provas, 
alegando o delito de calúnia. 
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Neste caso o Juiz deverá rejeitar a inicial acusatória sob pena de 
caracterizar-se hipótese de constrangimento ilegal impugnável 
mediante habeas corpus. 
O interesse de agir encontra embasamento no código de processo 
penal: 
 
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: [...] 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
 
 LEGITIMAÇÃO PARA AGIR  Em uma ação penal, devemos 
atentar para a legitimação ativa e passiva. 
No caso da ativa, estamos tratando da pessoa correta para dar 
início à ação penal, o que em nosso país, via de regra, é feito pelo 
Ministério Público e, em algumas hipóteses, pelo próprio ofendido 
(veremos isto mais na frente). 
No pólo passivo, estamos tratando de quem está sendo acusado, 
ou seja, do Réu. 
Imaginemos que Tício, no seu aniversário de 30 anos, resolve 
dizer para Mévio, 16 anos, que ele é mais feio que indigestão de 
torresmo. Mévio, inconformado com tal declaração, desfere golpes 
em Tício ocasionando lesões corporais. Tício tenta iniciar um 
processo penal comunicando ao Ministério Público as inúmeras 
lesões. 
Nesta situação, Mévio está protegido pelo art. 27 do CP e art. 228 
da CF, sendo inimputável, ou seja, não podendo figurar no pólo 
passivo de um processo penal. 
 
 JUSTA CAUSA  Torna-se necessário ao regular exercício da ação 
penal a demonstração, prima face, de que a acusação não é 
temerária ou leviana, por isso que é lastreada em um mínimo de 
prova. 
Este suporte probatório mínimo se relaciona com indícios da 
autoria, existência material de uma conduta típica e alguma prova 
de sua antijuridicidade e culpabilidade. 
 
Podemos resumir o assunto da seguinte forma: 
 
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 2.1.3 ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL 
 
Quando tratamos do inquérito vimos que em no nosso país as ações penais 
são divididas em dois grandes grupos: 
 
1. AÇÃO PENAL PÚBLICA  Subdividida em Pública Incondicionada e 
Condicionada. 
2. AÇÃO PENAL PRIVADA Subdividida em Exclusiva, Personalíssima e 
Subsidiária da Pública. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO 
PENAL 
PÚBLICA 
PRIVADA 
INCONDICIONADA 
CONDICIONADA 
EXCLUSIVA 
PERSONALÍSSIMA 
SUBSIDIÁRIA DA 
PÚBLICA 
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Vamos agora tratar especificamente de cada forma de ação penal e veremos 
que a aplicabilidade de cada uma está relacionada com o quanto determinado 
delito importa para a sociedade. 
Desde já, cabe ressaltar que SEJA QUAL FOR O CRIME, QUANDO FOR 
PRATICADO EM DETRIMENTO DO PATRIMÔNIO OU INTERESSE DA 
UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS, AA AAÇÇÃÃOO PPEENNAALL SSEERRÁÁ PPÚÚBBLLIICCAA.. 
 
Vamos começar: 
 
2.2 AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA 
 
 2.2.1 CONCEITO 
 
É a ação que pode ser iniciada mediante DENÚNCIA, logo que o titular para 
impetrá-la tiver conhecimento do fato, não necessitando de qualquer 
manifestação do ofendido. É a forma de ação adotada em regra no Brasil. 
A denúncia nada mais é do que um documento no qual o promotor requere ao 
Juiz o início da ação penal para a apuração de determinado crime. Cabe 
ressaltar que qualquer omissão neste documento inicial pode ser sanada até a 
sentença. 
Exemplos de crimes perseguidos por ação pública incondicionada: roubo, 
corrupção, sequestro. 
 
 2.2.2 TITULARIDADE 
 
Dispõe o Código de Processo Penal: 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por 
denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando a lei o 
exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. (grifo 
nosso) 
 
Conforme o CPP, a titularidade da ação pública incondicionada é do Ministério 
Público, podendo este instaurar o processo criminal independente da 
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manifestação de vontade de qualquer pessoa e até mesmo contra a vontadeda vítima ou de seu representante legal. 
 
 2.2.3 PRINCÍPIOS 
 
DEPOIS DA AULA 00 MAIS PRINCÍPIOS??? Isto mesmo, mas agora trataremos 
de princípios específicos da ação penal pública incondicionada. Vamos 
conhecê-los: 
 
 PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE  Segundo este princípio, 
o titular da ação está obrigado a propô-la sempre que presente os 
requisitos necessários. 
 
 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE  Depois de oferecida a 
denúncia, o Ministério Público não pode desistir da ação. Tal 
preceito encontra base no CPP: 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação 
penal. 
 
Apesar de o princípio da indisponibilidade ser considerado pela 
maioria da doutrina como um princípio da ação penal pública, sua 
aplicação encontra-se extremamente atenuada devido a exceções 
presentes no ordenamento jurídico. 
A maioria dessas exceções consta na Lei nº 9.099/95 que versa 
sobre os Juizados Especiais Criminais. Um exemplo é a 
possibilidade de transação penal em relação às infrações de menor 
potencial ofensivo, mesmo após o ajuizamento da denúncia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
TRANSAÇÃO PENAL 
É um "acordo" que o Ministério Público propõe ao infrator de que não 
será dada continuidade ao processo criminal, desde que ele cumpra 
determinadas condições impostas pelo Ministério Público (ex.: 
prestação de serviços à comunidade, pagamento de cestas básicas 
etc.). 
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 PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE  A ação será promovida por 
órgão oficial (Ministério Público), independente de manifestação da 
vítima. 
 
 PRINCÍPIO DA INTRANSCENDÊNCIA  A ação penal é 
proposta apenas contra quem se imputa a prática da infração. 
Ainda que em decorrência de um crime, outra pessoa tenha a 
obrigação de reparar um dano, a ação penal não pode abarcá-la. A 
reparação deverá ser exigida na esfera cível. 
 
2.3 AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA 
 
 2.3.1 CONCEITO 
 
É a ação PÚBLICA cujo exercício está subordinado a uma condição. Essa 
condição tanto pode ser a demonstração de vontade do ofendido ou de seu 
representante legal (REPRESENTAÇÂO), como a REQUISIÇÃO do Ministro 
da Justiça, conforme veremos um pouco mais a frente. 
Neste tipo de ação, a TITULARIDADE, assim como na ação pública 
incondicionada, é do Ministério Público. 
São exemplos previstos no Código Penal: Perigo de contágio venéreo (art. 
130), ameaça (art. 147), violação de correspondência comercial (art. 152), 
divulgação de segredo (art. 153), furto de coisa comum (art. 156) etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 2.3.2 REPRESENTAÇÃO 
 
Para começarmos a entender este conceito, imaginemos a seguinte situação: 
Tícia, ao sair de casa para pegar sua correspondência, verifica que todas 
haviam sido violadas pelo porteiro do prédio. 
Atenção 
A Corte Maior entendeu que a ação em crimes de lesão corporal simples 
relacionados à Lei Maria da Penha deve ser de natureza incondicionada, 
uma vez que desta forma, o jus puniendi e a efetividade da prestação 
jurisdicional serão devidamente resguardados, pois a mulher muitas 
vezes abre mão de representar em virtude de represálias ou por achar 
que a questão está resolvida. 
 
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Conhecedora do Direito, ela diz ao porteiro que o processará pelo crime de 
violação de correspondência. Entretanto, após a ameaça de Tícia, o porteiro 
cita que viu fotos comprometedoras dentro dos envelopes. 
Será que neste caso será interessante para a ofendida o início da ação e a 
correspondente publicidade dos atos? E para os moradores do prédio, é 
interessante que o porteiro seja denunciado? 
Se você respondeu para a primeira indagação que NÂO e para a segunda que 
SIM, você está pensando da mesma forma que o legislador, pois este definiu o 
crime de violação de correspondência como de ação pública, devido ao fato de 
afrontar mediatamente a sociedade (moradores do prédio), mas 
CONDICIONADA à representação do ofendido, pois primordialmente, 
imediatamente, a esfera íntima da vítima esta sendo atacada. 
Após este exemplo, podemos conceituar que a representação é a manifestação 
de vontade do ofendido ou de seu representante legal a fim de permitir o 
desencadeamento da ação penal. 
Assim, no exemplo acima, se todos os moradores fossem comunicar o fato ao 
Ministério Público, nada poderia ser feito, pois a REPRESENTAÇÃO DO 
OFENDIDO é condição objetiva de procedibilidade, ou seja, o início da ação 
depende dela. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 FORMA DA REPRESENTAÇÃO: Dispõe sobre a forma da representação o 
Código de Processo Penal: 
 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, 
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao 
órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. 
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem 
assinatura devidamente autenticada do ofendido, de seu 
representante legal ou procurador, será reduzida a 
 
*** Na ação penal pública condicionada à representação, a representação 
do ofendido é condição objetiva de procedibilidade. 
 
GABARITO: CORRETA 
 
 
CAIU EM PROVA! 
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termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o 
órgão do Ministério Público, quando a este houver sido 
dirigida. (grifo nosso) 
 
O STF e o STJ têm entendido que não existe a necessidade de formalismo 
na representação, sendo suficiente a simples manifestação de vontade da 
vítima em processar o autor do fato. 
 
 
 
 
 
 
Tal demonstração de vontade de iniciar o processo deve conter todas as 
informações que possam servir ao esclarecimento da autoria e do fato: 
 
Art. 39 [...] 
§ 2o A representação conterá todas as informações que 
possam servir à apuração do fato e da autoria. 
 
 TITULARES DO DIREITO DE REPRESENTAÇÃO  Podemos classificar 
os titulares da seguinte forma: 
 
1. OFENDIDO E MAIOR CAPAZ Sendo o indivíduo maior de 18 anos 
e capaz mentalmente, somente ele poderá decidir pelo exercício ou 
não do direito de representação. É importante ressaltar que o Art. 34 
do CPP, devido às alterações introduzidas no Código Civil que 
equiparou a maioridade civil à maioridade penal (18 anos), tornou-se 
obsoleto. Observe: 
 
Art. 34. Se o ofendido for menor de 21 e maior de 18 
anos, o direito de queixa poderá ser exercido por ele ou por 
seu representante legal. 
 
Não há forma rígida para a representação, bastando a 
manifestação de vontade da ofendida para que fosse 
apurada a responsabilidade do paciente (STJ, HC 
48.692/SP, DJ 02.05.2006) 
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2. REPRESENTANTE LEGAL  Sendo o indivíduo menor de 18 anos ou 
mentalmente enfermo, o direito de representaçãoserá exercido pelo 
representante legal (pais, tutor, etc.). 
Mas e se o menor não possuir representante legal? 
Neste caso, será nomeado um curador pelo Juiz. 
Agora imaginemos a seguinte situação: Mévia, moça pobre, 15 anos, 
é estuprada pelo seu irmão de 22 anos. O estupro não deixa lesões da 
violência e a família (representante legal) não quer exercer o direito 
de representação para não prejudicar o irmão de Mévia. Neste caso, 
seria justo que Mévia tivesse que se submeter à vontade da família? 
É claro que não, e exatamente para estes casos existe o art. 33 do 
CPP que nos diz que para os casos em que houver colisão de 
interesses, será nomeado curador especial. Observe: 
 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou 
mentalmente enfermo, ou retardado mental, e não tiver 
representante legal, ou colidirem os interesses deste 
com os daquele, o direito de queixa poderá ser exercido 
por curador especial, nomeado, de ofício ou a requerimento 
do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo 
penal. 
 
3. PESSOAS JURÍDICAS  O CPP nos diz: 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades 
legalmente constituídas poderão exercer a ação penal, 
devendo ser representadas por quem os respectivos 
contratos ou estatutos designarem ou, no silêncio destes, 
pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
 
OBSERVAÇÕES: 
 
1 – E se o ofendido for declarado morto ou ausente? 
Dispõe o CPP no seu Art. 24, § 1o que no caso de morte do ofendido ou 
quando declarado ausente por decisão judicial, o direito de representação 
passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
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Segundo entendimento jurisprudencial, esta lista é TAXATIVA, ou seja, não 
pode ser ampliada. 
A única exceção a esta regra seria a figura da companheira ou 
companheiro que, atualmente, por força constitucional, se equipara ao 
cônjuge. 
Então, caro concurseiro, para efeito de prova temos os seguintes 
indivíduos podendo exercer o direito de representação no caso de morte 
ou ausência: 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 – E se comparecerem mais de um dos acima expostos para 
efetuar a representação? Neste caso, será seguida a ordem prevista no 
CPP, ou seja, a preferência é do cônjuge, depois dos ascendentes, 
seguidos dos descendentes e finalmente dos irmãos. 
 
Assim, finalizamos, relembrando (o que nunca é demais para quem está se 
preparando para um concurso): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OFENDIDO MAIOR E CAPAZ 
REPRESENTANTE LEGAL 
PESSOAS JURÍDICAS 
 
ATENÇÃO! 
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OBS 01 : O DIREITO DE REPRESENTAÇÃO PODERÁ SER EXERCIDO, POR 
PROCURADOR COM PODERES ESPECIAIS, MEDIANTE DECLARAÇÃO, 
ESCRITA OU ORAL, FEITA AO JUIZ, AO ÓRGÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO, 
OU À AUTORIDADE POLICIAL. 
 
OBS 02: A REPRESENTAÇÃO FEITA ORALMENTE OU POR ESCRITO, SEM 
ASSINATURA DEVIDAMENTE AUTENTICADA DO OFENDIDO, DE SEU 
REPRESENTANTE LEGAL OU PROCURADOR, SERÁ REDUZIDA A TERMO, 
PERANTE O JUIZ OU AUTORIDADE POLICIAL, PRESENTE O ÓRGÃO DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO, QUANDO A ESTE HOUVER SIDO DIRIGIDA. 
 
 PRAZO PARA A REPRESENTAÇÃO  Iniciaremos este tópico 
reproduzindo um dos artigos do CPP MAIS cobrados em PROVA: 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu 
representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor 
do crime[...]. 
 
Observe que o CPP nos traz um prazo decadencial de seis meses para que 
a representação possa ser feita, contado da data em que o autor do crime 
vier a ser conhecido. 
Agora pensemos no seguinte caso: Um delito cuja ação é pública 
condicionada à representação foi cometido contra um menor de 18 anos 
que se chama...adivinha....TÍCIO. 
TÍCIO fica envergonhado de contar o fato ao representante legal. Nesta 
situação, o prazo irá fluir? 
É claro que não, pois não se pode falar em decadência de um direito que 
não se pode exercer. Assim o prazo seria contado a partir do dia em que o 
menor completar 18 anos. 
Finalizando o exemplo, caso o representante legal tomasse conhecimento 
do autor e do fato, o prazo correria para este, mas não para nosso amigo 
Tício. 
 
 
 
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 DESTINATÁRIO  Muitas pessoas, quando imaginam o ofendido 
exercendo o seu direito de representação, visualizam, unicamente, 
a relação indivíduo-policial. Exatamente por isso, MUITAS 
PESSOAS não são aprovadas em concurso e, nós, 
CONCURSEIROS, não fazemos parte deste grupo de MUITAS 
PESSOAS, pois sabemos que a representação pode ser dirigida não 
só ao policial, mas também ao: 
 
1 – JUIZ; 
2 – MINISTÉRIO PÚBLICO. 
 
Conforme preceituado no já tratado art. 39 do CPP 
 
Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, 
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, 
mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao 
FIM DO PRAZO 
PARA A 
REPRESENTAÇÃO 
OBSERVAÇÃO 
 
O PRAZO DEFINIDO PARA A REPRESENTAÇÃO NÃO SE INTERROMPE, 
NÃO SE SUSPENDE E NÃO SE PRORROGA. ASSIM, CASO O PRAZO 
TERMINE EM UM FERIADO, NO SÁBADO OU NO DOMINGO, NÃO HÁ 
PRORROGAÇÃO PARA O DIA SEGUINTE. 
 
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órgão do Ministério Público, ou à autoridade 
policial. (grifo nosso) 
 
 
 
 
 
 
 RETRATABILIDADE OU IRRETRATABILIDADE? 
 
Imaginemos que determinado indivíduo sofre uma ameaça e oferece uma 
representação. Dias depois fica sabendo que o causador do dano é, na 
verdade, um irmão que ele não conhecia (bem coisa de novela). Neste 
caso, ele vai poder se retratar, ou seja, retirar a representação? 
A resposta correta é: DEPENDE! 
Se a ação já tiver sido ajuizada, não há mais a possibilidade de retratação. 
Diferentemente, caso o MP ainda não tenha se pronunciado, o indivíduo 
poderá se retratar. Desta forma dispõe o CPP: 
 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de 
oferecida a denúncia. 
 
OBSERVAÇÂO: Existe uma grande divergência doutrinária com relação à 
possibilidade ou não da RETRATAÇÃO da RETRATAÇÃO. 
Este caso seria a situação do indivíduo que não sabe o que quer da vida, 
ou seja, ele comparece a um dos destinatários e representa. Depois 
retrata a representação, antes do início da ação. Dias depois aparece 
novamente e diz que se arrependeu e quer sim o processo, solicitando 
assim a retratação da retratação. 
Quanto à divergência doutrinária, não vou perder tempo, pois para a sua 
PROVA o que importa é que SIM, É POSSÍVEL A RETRATAÇÃO DA 
RETRATAÇÃO. 
 
 
 
OBSERVAÇÃO 
A REPRESENTAÇÃO DÁ-SE EM RELAÇÃO À CONDUTA PRATICADA, NÃO 
VINCULANDOO MINISTÉRIO PÚBLICO, QUE NÃO SÓ PODE SOLICITAR O 
ARQUIVAMENTO COMO TAMBÉM OFERECER DENÚNCIA ATRIBUINDO AO 
FATO DEFINIÇÃO JURÍDICA DIVERSA. 
 
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 NÃO VINCULAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO  O Ministério Público 
não será obrigado a iniciar uma ação pelo simples fato do ofendido 
apresentar uma representação. O MP, conhecedor do Direito, analisará as 
informações e se posicionará pelo oferecimento ou não da denúncia. 
 
 2.3.3 REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA 
 
Segundo Tourinho Filho, “há certos crimes em que a conveniência da 
persecução penal está subordinada à conveniência política”. Exatamente para 
estes delitos, a lei exige a requisição do Ministro da Justiça para que seja 
possível a ação penal. 
São raras as hipóteses previstas em nosso ordenamento de crimes em que se 
exige a requisição ministerial para a deflagração da ação penal: 
1. Crimes cometidos por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil (art. 7º, § 
3º, b, CP); 
2. Crimes contra a honra cometidos contra o Presidente da República ou Chefe 
de Governo estrangeiro (art. 141, I, c/c art. 145, parágrafo único, CP); 
3. Crimes contra a honra praticados pela imprensa contra Chefe de Governo 
ou de Estado estrangeiro, ou seus representantes diplomáticos, ou Ministros 
de Estado (art. 40, I, a, c/c art. 23, I, ambos da Lei n. 5.250/67); 
4. Crimes de injúria cometidos pela imprensa contra o Presidente da 
República, Presidente do Senado, Presidente da Câmara dos Deputados (art. 
23, I, c/c art. 40, I, a, ambos da Lei n. 5.250/67); 
5. Crimes contra a honra praticados por meio de imprensa contra os Ministros 
do Supremo Tribunal Federal, exceto seu Presidente em se tratando de calúnia 
ou difamação. Em se tratando de injúria contra o Presidente do STF também 
dependerá de requisição (art. 23, I, c/c art. 40, I, Lei n. 5.250/67). 
 
 
OOBBSSEERRVVAAÇÇÃÃOO:: OO SSuupprreemmoo TTrriibbuunnaall FFeeddeerraall ((SSTTFF)) ddeecciiddiiuu eemm 3300 ddee 
aabbrriill ddee 22000099,, ppoorr mmaaiioorriiaa,, rreevvooggaarr ttoottaallmmeennttee aa LLeeii ddee IImmpprreennssaa.. 
AAssssiimm,, aass ttrrêêss úúllttiimmaass hhiippóótteesseess ddeevveemm sseerr ddeessccaarrttaaddaass.. 
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 PRAZO DA REQUISIÇÃO  O CPP não trata do assunto e, assim, 
entende-se que não existe um prazo determinado, podendo ser 
realizada a qualquer momento, desde que não extinta a 
punibilidade. 
 
 DESTINATÁRIO  É o MINISTÉRIO PÚBLICO. 
 
2.4 AÇÃO PENAL PRIVADA EXCLUSIVA 
 
 2.4.1 CONCEITO 
 
A partir de agora trataremos da ação penal privada e, neste tipo de ação, o 
delito afronta tão intimamente o indivíduo que o ESTADO transfere a 
legitimidade ativa da ação para o ofendido. Perceba que nesta transferência de 
legitimidade reside a diferença fundamental entre a ação penal PÚBLICA E 
PRIVADA. 
Neste tipo de ação o Estado visa impedir que o escândalo do processo 
provoque um mal maior que a impunidade de quem cometeu o crime. 
Obviamente que essa transferência da 
legitimidade ativa importa em custas 
processuais para o ofendido, pois cabe a ele 
conduzir a ação. 
Assim, a fim de evitar o cerceamento ao 
direito da vítima à ação penal, uma vez 
atestada sua pobreza pela autoridade policial 
ou por outros meios de prova, a ação penal 
passa a ser pública condicionada à 
representação, tendo o Ministério Público 
legitimidade para oferecer a denúncia. (STJ, 
HC 45.417/SP, DJ 25.09.2006) 
Em se tratando de crime de ação penal 
pública condicionada, como já vimos, não se 
exige rigor formal na representação do 
ofendido ou de seu representante legal, bastando a sua manifestação de 
vontade para que se promova a responsabilização do autor do delito. 
Exemplo de crime perseguido por ação privada: todos os crimes contra a honra 
(calúnia, injúria, difamação - Capítulo V do Código Penal), exceto em lesão 
corporal provocada por violência injuriosa (art. 145). 
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 2.4.2 TITULARIDADE DO DIREITO DE QUEIXA 
 
Na ação penal pública, quando o Ministério Público vai iniciar uma ação 
dizemos que este vai oferecer denúncia. Diferentemente, na ação penal privada 
o ofendido exerce o direito de queixa para dar início à ação. Visto isto, 
podemos dizer que os titulares para exercer o direito de queixa são: 
 
1 – VÍTIMA MAIOR DE 18 ANOS E CAPAZ; 
 
2 – REPRESENTANTE LEGAL OU PROCURADOR COM PODERES 
ESPECIAIS; 
 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes 
especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do 
querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais 
esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
 
3 – PESSOAS JURÍDICAS (art. 37). 
 
Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente 
constituídas poderão exercer a ação penal, devendo ser 
representadas por quem os respectivos contratos ou estatutos 
OBSERVAÇÃO 
 
O artigo 225 do Código Penal foi completamente reformulado pela lei nº. 12.015/09, 
abolindo-se a ação penal privada no que diz respeito ao estupro. Doravante, a ação 
penal é, em regra, pública condicionada à representação do ofendido ou de seu 
representante legal. 
Sob outro aspecto, será de ação pública incondicionada se a vítima é menor de 18 
anos ou é pessoa vulnerável, assim considerada a doente mental ou aquela que não 
pode oferecer resistência. 
Assim, qualquer que seja o crime sexual, a titularidade para promover a ação penal 
é sempre do Estado, por meio do Ministério Público. 
 
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designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-
gerentes. 
 
Faz-se necessário ressaltar que o CPP atribui ao indivíduo que promove a ação 
a denominação de querelante e chama o ofensor de querelado. 
 
OBS.: A QUEIXA, AINDA QUANDO A AÇÃO PENAL FOR PRIVATIVA DO 
OFENDIDO, PODERÁ SER ADITADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO, A QUEM 
CABERÁ INTERVIR EM TODOS OS TERMOS SUBSEQÜENTES DO PROCESSO. 
A POSSIBILIDADE DE ADITAMENTO PREVISTA NO ART.45 DO CPP É CABÍVEL 
APENAS PARA QUE O MINISTÉRIO PÚBLICO CORRIJA ALGUM DEFEITO 
FORMAL DA QUEIXA, COMO, A CAPITULAÇÃO, A QUALIFICAÇÃO DOS 
QUERELADOS ETC., MAS NÃO PARA INCLUIR EVENTUAL AUTOR DO DELITO 
NÃO MENCIONADO PELO QUERELANTE. 
 
 2.4.3 PRINCÍPIOS 
 
Agora veremos alguns princípios específicos da ação penal privada. Tal assunto 
é recorrente em prova e deve ser analisado com ATENÇÃO!!! 
 
 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE  Quando falamos dos 
princípios gerais informadores do Processo Penal, tratamos do 
princípio da Indisponibilidade, no qual entendemos que, com base 
no princípio da LEGALIDADE, ao tomar conhecimentodo fato 
criminoso o titular da ação (Ministério Público) será obrigado a 
iniciá-la. Isto é a regra geral que comporta exceção na ação penal 
privada, pois nesta o titular (ofendido) pode analisar critérios de 
conveniência e oportunidade e decidir pela ação ou não. 
 
 PRINCÍPIO DA DISPONIBILIDADE  O ofendido pode desistir 
da ação a qualquer momento, bastando para isto, por exemplo, o 
não comparecimento a um ato processual. 
 
 PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE  A ação deve ser 
proposta contra todos os que cometeram o delito. 
 
 2.4.4 PRAZO PARA EXERCER O DIREITO DE QUEIXA 
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Segue a regra do art. 38 do CPP que pela importância, novamente reproduzo: 
 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu 
representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor 
do crime[...]. 
 
Observe que no início do supracitado artigo temos a expressão SALVO 
DISPOSIÇÃO EM CONTRÁRIO, deixando claro que leis especiais poderão trazer 
prazos diferentes. Isto ocorre: 
 
 Nos crimes de induzimento a erro essencial e ocultação de 
impedimento: Prazo de seis meses a partir do trânsito em 
julgado da sentença anulatória do casamento. Observe: 
 
Art. 236 - Contrair casamento, induzindo em erro essencial 
o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não 
seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
Parágrafo único - A ação penal depende de queixa do 
contraente enganado e não pode ser intentada senão 
depois de transitar em julgado a sentença que, por motivo 
de erro ou impedimento, anule o casamento. (grifo nosso) 
 
 Nos crimes contra a propriedade imaterial: Prazo de 30 dias 
ou de 08 dias contados da homologação do laudo pericial, 
conforme se trate do investigado solto ou preso, respectivamente. 
 
Art. 529. Nos crimes de ação privativa do ofendido, não 
será admitida queixa com fundamento em apreensão e em 
perícia, se decorrido o prazo de 30 dias, após a 
homologação do laudo. 
Parágrafo único. Será dada vista ao Ministério Público dos 
autos de busca e apreensão requeridas pelo ofendido, se o 
crime for de ação pública e não tiver sido oferecida queixa 
no prazo fixado neste artigo. 
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Art. 530. Se ocorrer prisão em flagrante e o réu não for 
posto em liberdade, o prazo a que se refere o artigo 
anterior será de 8 (oito) dias. 
 
É importante ressaltar que os prazos citados são decadenciais, computando-se 
o dia do começo e excluindo-se o dia final. Também aqui não há que se falar 
em sábado, domingo ou feriado como justificativa para deixar a queixa para o 
dia seguinte. Assim, se o prazo termina no domingo, o ofendido deverá 
procurar um Juiz de plantão e fazer a queixa-crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.4.5 RENÚNCIA AO DIREITO DE QUEIXA E PERDÃO DO OFENDIDO 
 
Imaginemos que nossa amiga Tícia diz aos amigos que iniciará uma ação 
penal privada contra CAIO pelo delito de injúria e difamação, pois ele disse 
que ela não possuía uma beleza das mais generosas e que trocava de homem 
como quem troca de meias (isso mesmo, pegou pesado!!!). 
Meses depois CAIO se casa com Tícia e os dois viajam felizes para a lua de 
mel. Neste caso teria cabimento imaginar que Tícia realmente iniciaria uma 
ação? Poderíamos dizer que houve Renúncia ou Perdão? É exatamente isto 
que começaremos a estudar agora. 
 
2.4.5.1 RENÚNCIA 
 
*** Considere a seguinte situação hipotética. 
 
Eros foi vítima de injúria praticada por Isabel no dia 1.º de janeiro de 2001, 
em sua presença. Eros requereu a instauração de inquérito policial e,com 
base nele, seu advogado ofereceu queixa contra Isabel no dia 1.º de outubro 
de 2001. Nessa situação, considerando a natureza da ação penal, a queixa 
oferecida por Eros, se houvesse cumprido os requisitos processuais, deveria 
ser recebida pelo juiz competente. 
 
GABARITO: ERRADA (prazo DECADENCIAL de seis meses) 
 
 
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Podemos conceituar a renúncia como o ato UUNNIILLAATTEERRAALL, ou seja, 
que não depende da concordância da outra parte, que ocorre AANNTTEESS da 
ação penal, impedindo o acontecimento desta. 
A renúncia pode ser expressa ou tácita. A renúncia expressa é regulada 
pelo Art. 50 do CPP: 
 
Art. 50. A renúncia expressa constará de declaração 
assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou 
procurador com poderes especiais. 
 
Já a renúncia tácita é regulada pelo Código Penal, nestes termos: 
 
Art. 104 - O direito de queixa não pode ser exercido 
quando renunciado expressa ou tacitamente 
Parágrafo único - Importa renúncia tácita ao direito de 
queixa a prática de ato incompatível com a vontade de 
exercê-lo; não a implica, todavia, o fato de receber o 
ofendido a indenização do dano causado pelo crime. 
 
Podemos citar como exemplos de renúncia tácita: 
 
1 – Deixar o ofendido transcorrer o prazo decadencial para ajuizar a 
queixa-crime; 
2 – Deixar o indivíduo de cumprir determinação essencial para a validade 
da queixa. Exemplo: Imaginemos que um delito foi cometido por cinco 
pessoas e o indivíduo entregou a petição para dar início a uma ação contra 
apenas duas delas. Antes do recebimento da queixa pela autoridade 
judicial, o MP, observando tal fato, intima o querelante para incluir os 
outros responsáveis. Nesta situação, caso o ofendido não compareça 
teremos outro caso de renúncia tácita. 
 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em 
relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. 
 
Finalizando, como afirma Júlio Fabbrini Mirabete, a renúncia, tanto 
expressa quanto tácita, "deve tratar-se de atos inequívocos, conscientes e 
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livres, que traduzam uma verdadeira reconciliação, ou o propósito de não 
exercer o direito de queixa". 
 
2.4.5.2 PERDÃO 
 
Meus amigos de estudo, preciso desabafar... Tudo o que eu escrevi até 
agora está ERRADO! PERDÃO!!!! Calma, calma... Isso é só para 
começarmos este tópico utilizando esta situação para definir a diferença de 
PERDÃO para RENÚNCIA e gravando de uma vez por todas o que é 
MAIS IMPORTANTE PARA A SUA PROVA!!! 
 
1 - Alguém pede perdão sem ter feito nada? NÃO!!!...Logo, o perdão 
só pode ocorrer AAPPÓÓSS um determinado ato que, aqui, é o início da 
ação penal. 
 
2 – Você é obrigado a aceitar meu pedido de perdão? É claro que não, 
pois é um ato BBIILLAATTEERRAALL.. 
 
Assim, em uma ação penal, caso o ofendido queira perdoar o querelado, 
dependerá do consentimento deste último. Observe: 
 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados 
aproveitará a todos, sem queproduza, todavia, efeito em 
relação ao que o recusar 
[...] 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com 
poderes especiais. 
[...] 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração 
expressa nos autos, o querelado será intimado a dizer, 
dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo 
tempo, ser cientificado de que o seu silêncio importará 
aceitação. 
. 
Assim como na renúncia, o perdão pode ser expresso ou tácito. 
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OBSERVAÇÕES: 
 
 Caso haja dois ofendidos e um deles conceda o perdão, o 
outro poderá prosseguir com a ação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Caso o ofendido conceda o perdão a um dos querelados, 
este perdão será estendido aos outros, não se produzindo 
efeito, todavia, aos que não aceitarem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 2.4.5 PEREMPÇÃO DA AÇÃO PENAL PRIVADA 
 
Para Mirabete, "perempção é a perda do direito de prosseguir na ação penal 
privada, ou seja, a sanção jurídica cominada ao querelante em decorrência de 
sua inércia ." 
OFENDIDO 01 
OFENDIDO 02 
QUERELADO 
PODE 
PROSSEGUIR 
COM A AÇÃO 
QUERELANTE 01 QUERELADO 01 
QUERELADO 02 
O PERDÃO 
CONTRA UM A 
TODOS 
APROVEITA 
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Damásio de Jesus conceitua a perempção da seguinte forma: "Perempção é a 
perda do direito de demandar o querelado pelo mesmo crime em fase, de 
inércia do querelante, diante do que o Estado perde o jus puniendi." 
Podemos resumir que a perempção é a perda do direito de prosseguir na ação 
penal privada, ou seja, a sanção jurídica cominada ao querelante em 
decorrência de sua inércia. 
Considera-se perempta a ação nos seguintes casos (art. 60): 
 
1. Quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o 
andamento do processo durante 30 dias seguidos; 
2. Quando, falecendo o querelante ou sobrevindo sua 
incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir 
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, 
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo; 
3. Quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo 
justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar 
presente, ou deixar de formular o pedido de condenação 
nas alegações finais; 
4. Quando o querelante, pessoa jurídica, se extinguir sem 
deixar sucessor. 
 
 2.4.6 AÇÃO PENAL PRIVADA PERSONALÍSSIMA 
 
Este tipo de ação privada é caracterizada pelo fato de a ação só poder ser 
iniciada ou conduzida EXCLUSIVAMENTE pelo ofendido, não havendo 
transferência do direito para o cônjuge, ascendentes, descendentes ou irmãos. 
No nosso ordenamento jurídico, em virtude da revogação do crime de 
adultério, só existe um caso deste tipo de ação penal: Crime de induzimento a 
erro essencial ou ocultação de impedimento, previsto no Código Penal. 
 
 2.4.6 AÇÃO PENAL PRIVADA SUBSIDIÁRIA DA PÚBLICA 
 
Assim como temos um prazo decadencial para o exercício do direito de queixa, 
a lei também define um lapso temporal para que o Ministério Público possa 
oferecer a denúncia. 
Observe: 
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Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu 
preso, será de 5 dias, contado da data em que o órgão do Ministério 
Público receber os autos do inquérito policial, e de 15 dias, se o réu 
estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver devolução do 
inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data 
em que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
 
 
 
 
 
 
 
Entretanto, nem sempre o Ministério Público age nestes prazos e não seria 
justo com o ofendido que ele tivesse que ver, de mãos atadas, o criminoso 
livre da ação. Pensando nisso o legislador inseriu no Código de Processo Penal 
o Art. 29 que define a ação subsidiária da pública: 
 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se 
esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público 
aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir 
em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, 
interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
Neste tipo de ação o ofendido assume TEMPORARIAMENTE o processo, 
cabendo ao MP retomá-lo e prosseguir como legitimo titular. É importante 
ressaltar que o prazo para que o indivíduo possa iniciar a ação subsidiária da 
pública é de até SEIS MESES do término do prazo do Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
05 OU 15 DIAS 06 MESES 
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Futuros aprovados, 
 
Chegamos ao término da nossa segunda aula e, sem dúvida, você encontrará em 
sua PROVA questões versando sobre os assuntos aqui apresentados. 
Sendo assim, releia os conceitos, reveja os pontos sobre os quais ainda restam 
dúvidas e, assim, esteja cada vez mais perto de sua aprovação. 
 
Abraços, bons estudos e até a próxima aula. 
 
Pedro Ivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a 
requerimento do Promotor de Justiça, não pode a ação penal 
ser iniciada, sem novas provas e, portanto, não é cabível a 
ação penal subsidiária da pública (STF, súmula 524). 
 
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PRINCIPAIS ARTIGOS TRATADOS EM AULA 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério 
Público, mas dependerá, quando a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de 
representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo. 
§ 1o No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, o 
direito de representação passará ao cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
§ 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse 
da União, Estado e Município, a ação penal será pública. 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
Art. 27. Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos 
casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato 
e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. 
Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e 
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos doprocesso, fornecer 
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
Art. 30. Ao ofendido ou a quem tenha qualidade para representá-lo caberá intentar a 
ação privada. 
Art. 31. No caso de morte do ofendido ou quando declarado ausente por decisão judicial, 
o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ação passará ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão. 
 Art. 32. Nos crimes de ação privada, o juiz, a requerimento da parte que comprovar a 
sua pobreza, nomeará advogado para promover a ação penal. 
Art. 33. Se o ofendido for menor de 18 anos, ou mentalmente enfermo, ou retardado 
mental, e não tiver representante legal, ou colidirem os interesses deste com os daquele, 
o direito de queixa poderá ser exercido por curador especial, nomeado, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, pelo juiz competente para o processo penal. 
Art. 36. Se comparecer mais de uma pessoa com direito de queixa, terá preferência o 
cônjuge, e, em seguida, o parente mais próximo na ordem de enumeração constante do 
art. 31, podendo, entretanto, qualquer delas prosseguir na ação, caso o querelante 
desista da instância ou a abandone. 
 Art. 37. As fundações, associações ou sociedades legalmente constituídas poderão 
exercer a ação penal, devendo ser representadas por quem os respectivos contratos ou 
estatutos designarem ou, no silêncio destes, pelos seus diretores ou sócios-gerentes. 
Art. 38. Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá 
no direito de queixa ou de representação, se não o exercer dentro do prazo de seis 
meses, contado do dia em que vier a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do art. 
29, do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia. 
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 Art. 39. O direito de representação poderá ser exercido, pessoalmente ou por 
procurador com poderes especiais, mediante declaração, escrita ou oral, feita ao juiz, ao 
órgão do Ministério Público, ou à autoridade policial. 
§ 1o A representação feita oralmente ou por escrito, sem assinatura devidamente 
autenticada do ofendido, de seu representante legal ou procurador, será reduzida a 
termo, perante o juiz ou autoridade policial, presente o órgão do Ministério Público, 
quando a este houver sido dirigida. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa 
identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
 Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo 
constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, 
salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser 
previamente requeridas no juízo criminal. 
Art. 46. O prazo para oferecimento da denúncia, estando o réu preso, será de 5 dias, 
contado da data em que o órgão do Ministério Público receber os autos do inquérito 
policial, e de 15 dias, se o réu estiver solto ou afiançado. No último caso, se houver 
devolução do inquérito à autoridade policial (art. 16), contar-se-á o prazo da data em 
que o órgão do Ministério Público receber novamente os autos. 
§ 1o Quando o Ministério Público dispensar o inquérito policial, o prazo para o 
oferecimento da denúncia contar-se-á da data em que tiver recebido as peças de 
informações ou a representação 
Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e 
o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. 
Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do 
crime, a todos se estenderá. 
Art. 51. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que produza, 
todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
Art. 53. Se o querelado for mentalmente enfermo ou retardado mental e não tiver 
representante legal, ou colidirem os interesses deste com os do querelado, a aceitação 
do perdão caberá ao curador que o juiz Ihe nomear. 
Art. 55. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
Art. 57. A renúncia tácita e o perdão tácito admitirão todos os meios de prova. 
Art. 58. Concedido o perdão, mediante declaração expressa nos autos, o querelado será 
intimado a dizer, dentro de três dias, se o aceita, devendo, ao mesmo tempo, ser 
cientificado de que o seu silêncio importará aceitação. 
Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
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II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer 
em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer 
das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
 III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato 
do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação 
nas alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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EXERCÍCIOS 
 
 
1. (CESPE / Analista - DPU / 2016) João, aproveitando-se de distração de 
Marcos, juiz de direito, subtraiu para si uma sacola de roupas usadas a 
ele pertencentes. Marcos pretendia doá-las a instituição de caridade. 
João foi perseguido e preso em flagrante delito por policiais que 
presenciaram o ato. Instaurado e concluído o inquérito policial, o 
Ministério Público não ofereceu denúncia nem praticou qualquer ato no 
prazo legal. 
Considerando a situação hipotética descrita, julgue o item a seguir. 
Em razão da omissão do Ministério Público, a vítima poderá oferecer ação 
privada subsidiária da pública. 
 
Certa. Nos termos do art. 29, do CPP, será admitida ação privada nos crimes de 
ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério 
Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em 
todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a 
todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte 
principal. 
 
2. (CESPE / Defensor - DPE-RN / 2015) A notícia anônima sobre eventual 
prática criminosa, por si só, é idônea para a instauração de inquérito 
policial ou a deflagração de ação penal. 
 
Errada. A notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, não é 
idônea para a instauração de inquérito policial ou deflagração da ação penal, 
prestando-se, contudo, a embasar procedimentos investigatórios preliminares em 
busca de indícios que corroborem as informações da fonte anônima, os quais 
tornam legítima a persecuçãocriminal estatal. 
 
3. (CESPE / Defensor - DPE-RN / 2015) Nos crimes de ação penal 
privada, na procuração pela qual o ofendido outorga poderes especiais 
para o oferecimento da queixa-crime, observados os demais requisitos 
previstos no CPP, não é necessária a descrição pormenorizada do delito, 
desde que haja, pelo menos, a menção do fato criminoso ou o nomen 
juris. 
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Certa. Quando a procuração é outorgada com a finalidade específica de propor 
queixa-crime, observados os preceitos do art. 44 do Código de Processo Penal, 
não é necessária a descrição pormenorizada do delito, bastando a menção do fato 
criminoso ou o nomen juris. 
 
4. (CESPE / Defensor - DPE-RN / 2015) O prazo de cinco dias para 
oferecimento da denúncia, nas hipóteses de réu preso, a fim de evitar a 
restrição prolongada à liberdade sem acusação formada, configura prazo 
próprio. 
 
Errada. A imposição do quinquídio para a oferta da acusação contra réu preso 
visa evitar o prolongamento da segregação à liberdade sem a existência de 
denúncia ofertada. Contudo, por se tratar de prazo processual impróprio, em 
situações excepcionais, será possível relativizar o quinquídio. Desse modo, a 
aferição do excesso de prazo para o oferecimento da denúncia também deve 
observar o princípio da proporcionalidade. Jurisprudência do STJ. 
 
5. (CESPE / Defensor - DPE-RN / 2015) A queixa-crime apresentada 
perante juízo incompetente não obsta a decadência, se tiver sido 
observado o prazo de seis meses previsto no CPP. 
 
Errada. Oferecida a queixa dentro do prazo legal, independentemente de ter sido 
apresentada perante juízoincompetente ou ainda não ter sido analisado o seu 
recebimento, resta superada a alegação de extinção da punibilidade fundada na 
decadência. 
 
6. (CESPE / Defensor - DPE-RN / 2015) O ato de recebimento da 
denúncia veicula manifestação decisória do Poder Judiciário, e não 
apenas simples despacho de caráter ordinatório. 
 
Errada. O magistério doutrinário ressalta, a propósito desse tema, que o ato de 
recebimento da denúncia não veicula manifestação decisória do Poder Judiciário, 
qualificando-se, antes, como simples despacho de caráter ordinatório ou de 
natureza simplesmente interlocutória. 
 
7. (CESPE / Juiz Substituto - TJ-PB / 2015) Além dos indícios de autoria, 
para o exercício da ação penal nos crimes de tráfico de drogas, a Lei n.º 
11.343/2006 considera suficiente o laudo de constatação. 
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Certa. O laudo provisório, como o próprio nome indica, serve apenas para 
comprovar precariamente a existência de substância capaz de gerar dependência 
física ou psíquica, para fim de oferecimento da denúncia e durante a fase de 
instrução do processo. O laudo de constatação não se presta para comprovar a 
materialidade do delito quando da sentença condenatória. Se a sentença foi 
proferida sem o laudo definitivo, impõem-se a sua nulidade para que previamente 
seja juntado o exame toxicológico e dada vista às partes para que sobre ele se 
manifestem. 
 
8. (CESPE / Juiz Substituto - TJ-PB / 2015) O plenário do STF firmou 
entendimento no sentido de considerar o despacho que recebe denúncia 
ou queixa como uma espécie de decisão; por isso, tal despacho deve ser 
fundamentado. 
 
Errada. É firme a jurisprudência do Supremo Tribunal no sentido de que a 
decisão de recebimento da denúncia prescinde de fundamentação por não se 
equiparar a ato decisório para os fins do art. 93, inc. IX, da Constituição da 
República e de que o princípio do pas de nullité sans grief exige, sempre que 
possível, a demonstração de prejuízo concreto pela parte que suscita o vício. 
 
9. (CESPE / Juiz Substituto - TJ-PB / 2015) Inexiste possibilidade de 
litisconsórcio ativo entre o MP e o querelante. 
 
Errada. Há possibilidade de litisconsórcio ativo, nos termos do art. 45, do CPP, ou 
no caso de crime de ação pública incondicionada e a ação privada praticados em 
conexão. 
 
10. (CESPE / Juiz Substituto - TJ-PB / 2015) A queixa, ainda que a ação 
penal seja privativa do ofendido, não poderá ser aditada pelo MP. 
 
Errada. A queixa, ainda quando a ação penal for privativa do ofendido, poderá ser 
aditada pelo Ministério Público, a quem caberá intervir em todos os termos 
subseqüentes do processo. (art. 45). 
 
11. (CESPE / DPU / 2010) Segundo o STJ, a recusa da autoridade policial 
em cumprir requisição judicial relativa a cumprimento de diligências 
configura o crime de desobediência. 
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Errada. Embora não esteja a autoridade policial sob subordinação funcional do 
juiz ou ao membro do Ministério Público, tem ela o dever funcional de realizar as 
diligências requisitadas por estas autoridades. A recusa no cumprimento das 
diligências requisitadas não consubstancia, sequer em tese, o crime de 
desobediência, repercutindo apenas no âmbito administrativo-disciplinar (STJ, RT 
747/624). 
 
12. (CESPE / POLÍCIA CIVIL-PB / 2008) O IP acompanhará a denúncia 
ou queixa, sempre que servir de base a uma ou outra. 
Certa. Exige do candidato o conhecimento do artigo 12 do CPP. 
 
Art. 12. O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que 
servir de base a uma ou outra. 
 
13. (CESPE / Polícia Federal/2009) O término do inquérito policial é 
caracterizado pela elaboração de um relatório e por sua juntada pela 
autoridade policial responsável, que não pode, nesse relatório, indicar 
testemunhas que não tiverem sido inquiridas. 
 
Errada. Contraria o Art. 10 § 2o do CPP. Observe que é possível que a autoridade 
indique testemunhas. 
 
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido 
preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta 
hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 
30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela. 
 
2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido 
inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
 
14. (CESPE / Polícia Federal/2009) No inquérito policial, o ofendido ou 
seu representante legal e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
Certa. Reprodução exata do disposto no artigo 14 do CPP. Veja: 
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Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer 
qualquer diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
15. (CESPE / Polícia Federal/2009) O inquérito policial tem natureza 
judicial visto que é um procedimento inquisitório conduzido pela polícia 
judiciária com a finalidade de reunir os elementos e informações 
necessárias à elucidação do crime. 
 
Errada. Inquérito com

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