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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 1 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Aula 06 Direito Processual Penal Da Prisão – Parte 02 Professor: Pedro Ivo CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 2 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo AULA 06 – PRISÃO TEMPORÁRIA E LIBERDADE PROVISÓRIA 6.1 PRISÃO TEMPORÁRIA Esta prisão encontra base na Lei nº. 7.960/89 e é definida por Fernando Capez como a “prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito dos crimes graves, durante o inquérito policial”. Trata a lei das seguintes hipóteses de decretação da prisão temporária: Artigo 1° - Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso b) seqüestro ou cárcere privado c) roubo d) extorsão e) extorsão mediante seqüestro f) estupro g) atentado violento ao pudor CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 3 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo h) rapto violento i) epidemia com resultado de morte j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte l) quadrilha ou bando; m) genocídio em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas; o) crimes contra o sistema financeiro. Em uma primeira e desatenta leitura, parece ser bem objetiva a lei, entretanto é ela alvo de inúmeras discussões doutrinárias e jurisprudenciais. Uns dizem ser necessário o cumprimento dos incisos I, II e III cumulativamente. Outros, que pode ser efetivada quando cumprir qualquer dos três incisos. E A DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA MAJORITÁRIA, QUE É O QUE IMPORTA PARA SUA PROVA, ENTENDEM QUE: UMA PEQUENA PAUSA PARA UMA RELEVANTE OBSERVAÇÃO: Foi publicada a Lei nº 12.015, que alterou sensivelmente a disciplina dos crimes sexuais no Código Penal, criando novas figuras, modificando outras e, por fim, extinguindo algumas. Até então, tínhamos dois crimes bem distintos no CP: estupro e atentado violento ao pudor. O primeiro consistia em “constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça”, ao passo que no segundo descrevia a conduta de “constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a praticar ou permitir que com ele se pratique ato libidinoso diverso da conjunção carnal”. No estupro, portanto, a conduta era a prática de conjunção carnal (coito vaginal) e a consequência lógica disso é que somente mulheres poderiam ser vítimas desse delito. No atentado violento ao pudor, ao reverso, previa-se o cometimento de qualquer ato libidinoso que não se enquadrasse na hipótese de conjunção carnal (sexo oral e anal, por exemplo). A partir da Lei nº 12.015/2009, as duas descrições típicas foram fundidas na previsão do art. 213, que manteve o nomem iuris de estupro. Eis a nova conduta delituosa: “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso”. Houve fusão de dois crimes que em muito se assimilavam e tinham as mesmas penas, ampliando-se o espectro de incidência da norma do art. 213, de modo que, a partir de agora, homem também pode ser vítima do crime de estupro, que engloba não mais apenas a conjunção carnal, mas “outros” atos libidinosos. Assim, quem constrange alguém a praticar sexo oral, pratica, doravante, estupro, e não mais atentado violento ao pudor. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 4 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo STJ, RHC 20.410/RJ, DJ 09.11.2009 É evidente o constrangimento ilegal se a prisão temporária for determinada tão somente para uma melhor apuração do delito, sem a demonstração concreta da imprescindibilidade da medida, ressaltando-se que o despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado 6.2 LEGITIMIDADE E PRAZO Segundo a Lei nº. 7.960/89: Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público [...] § 1° - Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. § 2° - O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. Sendo assim, podemos dizer que a legitimidade da decretação da prisão temporária é do Juiz, que deverá prolatá-la e fundamentá-la em um prazo de 24 horas após representação da autoridade policial (ouvido o Ministério Público) ou requerimento do MP. Há divergência jurisprudencial quanto à possibilidade de o magistrado poder decretá-la de ofício, entendendo a doutrina majoritária não ser possível. Com relação ao prazo, a lei discorre que será, regra geral, de 05 dias prorrogável por igual período em caso de EXTREMA e COMPROVADA necessidade. AA PPRRIISSÃÃOO TTEEMMPPOORRÁÁRRIIAA ÉÉ CCAABBÍÍVVEELL AAPPEENNAASS QQUUAANNDDOO SSEE TTRRAATTAARR DDEE UUMM DDOOSS CCRRIIMMEESS DDOO AARRTT.. 11ºº,, IIIIII,, EE DDEESSDDEE QQUUEE CCOONNCCOORRRRAA PPEELLOO MMEENNOOSS UUMMAA DDAASS HHIIPPÓÓTTEESSEESS CCIITTAADDAASSNNOOSS IINNCCIISSOOSS II EE IIII.. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 5 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Artigo 2° - A prisão temporária [...] terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Observação: Caso se trate de suspeito de crime hediondo, pratica de tortura, tráfico ilicito de substâncias entorpecentes e drogas afins e, de terrorismo, a prisão temporária poderá durar trinta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo. 6.2.1 PROCEDIMENTOS Caro aluno, neste ponto a lei é extremamente clara quanto aos procedimentos que devem ser adotados. Observe: Art. 2º[...] § 4° - Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. § 5° - A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. § 6° - Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no artigo 5° da Constituição Federal. § 7° - Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. Artigo 3° - Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. Assim, após decretada a prisão será expedido mandado de prisão em duas vias. Uma via será entregue ao preso e servirá como nota de culpa. É importante citar que com relação à prisão temporária, SEMPRE SERÁ NECESSÁRIO O MANDADO JUDICIAL, sendo este condição objetiva de procedibilidade da prisão. Após a prisão, como manda a Carta Magna, o preso será informado de seus direitos e, após passados 05 dias de detenção será imediatamente libertado, SALVO SE JÁ TIVER SIDO DECRETADA A PRISÃO PREVENTIVA. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 6 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Finalizando, os presos temporários não deverão ficar com os demais detentos, ou seja, serão colocados em celas separadas a fim de cumprir o mandamento legal. 6.3 LIBERDADE PROVISÓRIA 6.3.1 CONCEITO Por liberdade provisória entende-se o instituto processual que permite ao acusado o direito de aguardar o curso do processo em liberdade. Atualmente, o conceito de liberdade provisória tem pertinência apenas às hipóteses de flagrante, pois, com o advento da lei nº 11.719/08 foram revogadas as prisões decorrentes da pronúncia e da sentença condenatória recorrível como formas autônomas de prisão provisória. Assim, já decidiu o STF da seguinte forma: 6.3.2 IMPOSSIBILIDADE DE LIBERDADE PROVISÓRIA Em determinadas leis, por questões de política criminal, veda-se a possibilidade de liberdade provisória. Assim, não é admitida a liberdade provisória nos crimes: DE LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI Nº 9.613/1998, ART. 3º); LIGADOS A ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI Nº 9.034/1995, ART. 7º); DE TRÁFICO DE DROGAS E ASSEMELHADOS (LEI Nº 11.343/2006, ART. 44). STF, HC 92.941/PI, DJ 11.04.2008, Informativo 501 A negativa quanto ao deferimento da liberdade provisória, nas hipóteses em que facultada por lei, deve fundamentar-se em elementos concretos, não podendo lastrear-se, apenas, em mera presunção de periculosidade do agente ou na gravidade abstrata do crime. OBSERVAÇÃO 01 Por maioria de votos, o STF concedeu parcialmente habeas corpus para que um homem preso em flagrante por tráfico de drogas possa ter o seu processo analisado novamente pelo juiz responsável pelo caso e, nessa nova análise, tenha a possibilidade de responder ao processo em liberdade. Nesse sentido, a maioria dos ministros da Corte declarou, incidentalmente*, a inconstitucionalidade de parte do artigo 44 da Lei 11.343/2006 (Lei de Drogas), que proibia a concessão de liberdade provisória nos casos de tráfico de entorpecentes. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 7 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo 6.3.3 LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA É aquela imposta por lei, traduzindo-se como direito do flagrado, independentemente de prestação prévia de fiança. A nova redação do art. 321 dispõe da seguinte forma: Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Do novo texto legal podemos retirar que a liberdade provisória será concedida quando ausentes os requisitos da prisão preventiva, podendo ser aplicadas, conjuntamente, quaisquer das medidas cautelares presentes no art. 319 do CPP (respeitando sempre o binômio “adequação X necessidade” presente no art. 282 do Código de Processo Penal). 6.3.4 LIBERDADE PROVISÓRIA COM FIANÇA OBSERVAÇÃO 02 Discorreu-se que ambas as Turmas do STF teriam consolidado, inicialmente, entendimento no sentido de que não seria cabível liberdade provisória aos crimes de tráfico de entorpecentes, em face da expressa previsão legal. Entretanto, ressaltou-se que a 2ª Turma viria afastando a incidência da proibição em abstrato. Reconheceu-se a inafiançabilidade destes crimes, derivada da Constituição (art. 5º, XLIII). Asseverou-se, porém, que essa vedação conflitaria com outros princípios também revestidos de dignidade constitucional, como a presunção de inocência e o devido processo legal. Demonstrou-se que esse empecilho apriorístico de concessão de liberdade provisória seria incompatível com estes postulados. Ocorre que a disposição do art. 44 da Lei 11.343/2006 retiraria do juiz competente a oportunidade de, no caso concreto, analisar os pressupostos de necessidade da custódia cautelar, a incorrer em antecipação de pena. Frisou-se que a inafiançabilidade do delito de tráfico de entorpecentes, estabelecida constitucionalmente, não significaria óbice à liberdade provisória, considerado o conflito do inciso XLIII com o LXVI (“ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança”), ambos do art. 5º da CF. Concluiu-se que a segregação cautelar — mesmo no tráfico ilícito de entorpecentes — deveria ser analisada assimcomo ocorreria nas demais constrições cautelares, relativas a outros delitos dispostos no ordenamento. Impenderia, portanto, a apreciação dos motivos da decisão que denegara a liberdade provisória ao paciente do presente writ, no intuito de se verificar a presença dos requisitos do art. 312 do CPP. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 8 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Ocorre em hipóteses nas quais a lei faculta a prestação de fiança como forma de garantia de que haverá o cumprimento, pelo investigado ou pelo réu, de suas obrigações processuais. Mas o que exatamente é a fiança? Passaremos a tratar deste tema a partir de agora! 6.3.5 FIANÇA É uma garantia prestada pelo réu do cumprimento de suas obrigações processuais, estando em liberdade. Consiste em depositar determinado valor em juízo, em troca de sua liberdade provisória. Para determinar o valor da fiança, a autoridade levará em consideração a natureza da infração, as condições pessoais de fortuna e vida pregressa do acusado, as circunstâncias indicativas de sua periculosidade, bem como a importância provável das custas do processo até o final do julgamento (art. 326). A fiança tomada por termo obrigará o afiançado a comparecer perante a autoridade todas as vezes que for intimado para atos do inquérito e da instrução criminal e para o julgamento. Quando o réu não comparecer, a fiança será considerada como quebrada (art. 327). O réu afiançado não poderá, sob pena de quebramento da fiança, mudar de residência sem prévia permissão da autoridade processante ou ausentar-se por mais de 08 (oito) dias de sua residência sem comunicar àquela autoridade o lugar onde será encontrado (art. 328). A fiança poderá ser prestada enquanto não transitar em julgado a sentença condenatória (art. 334). A fiança, que será sempre definitiva, consistirá em depósito de dinheiro, pedras, objetos ou metais preciosos, títulos da dívida pública, federal, estadual ou municipal ou em hipoteca inscrita em primeiro lugar. Mas e se o réu for pobre e não tiver como pagar fiança? Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando ser impossível ao réu prestá-la, por motivo de pobreza, poderá conceder-lhe a liberdade provisória. Se o réu infringir, sem motivo justo, qualquer das obrigações impostas ou praticar outra infração penal, terá o benefício revogado. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 9 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Por fim, quanto aos valores, define a nova redação do art. 325 da seguinte forma: Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Se assim recomendar a situação econômica do preso, a fiança poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - dispensada, na forma do art. 350 deste Código; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - reduzida até o máximo de 2/3 (dois terços); ou (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - aumentada em até 1.000 (mil) vezes. 6.3.6 COMPETÊNCIA PARA A CONCESSÃO DA FIANÇA Normalmente, se questionarmos um indivíduo pouco conhecedor das regras do CPP sobre a competência para a concessão de fiança, a resposta será: O JUIZ É A AUTORIDADE COMPETENTE PARA A CONCESSÃO DE FIANÇA. Esta resposta, apesar de não estar totalmente errada, está incompleta. Explico: A partir do advento da lei nº 12.403/11, passamos a ter uma importante modificação processual e que está sendo alvo de intensas discussões. Observe: Art. 322. A autoridade policial somente poderá conceder fiança nos casos de infração cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 4 (quatro) anos. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Nos demais casos, a fiança será requerida ao juiz, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 10 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo A antiga redação dava certa discricionariedade para a autoridade policial, mas restrita aos crimes punidos com detenção ou prisão simples. A partir de agora, a competência das autoridades policiais foi ampliada e abarca as infrações cuja pena privativa de liberdade máxima não seja superior a 04 anos. Apenas nos demais casos a decisão sobre a concessão de fiança caberá ao juiz, que decidirá em 48 horas. Observação: Recusando ou retardando a autoridade policial a concessão da fiança, o preso, ou alguém por ele, poderá prestá-la, mediante simples petição, perante o juiz competente, que decidirá em 48 (quarenta e oito) horas. 6.3.7 IMPOSSIBILIDADE DE FIANÇA Mais uma vez iremos tratar de uma inovação muito polêmica introduzida pela lei nº 12.403/11. Para a correta compreensão, vamos comparar a nova e a antiga redação do art. 323: NOVA REDAÇÃO ANTIGA REDAÇÃO Art. 323. Não será concedida fiança: I - nos crimes de racismo; II - nos crimes de tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, terrorismo e nos definidos como crimes hediondos; III - nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; Art. 323 - Não será concedida fiança: I - nos crimes punidos com reclusão em que a pena mínima cominada for superior a 2 (dois) anos; II - nas contravenções tipificadas nos arts. 59 e 60 da Lei das Contravenções Penais; III - nos crimes dolosos punidos com pena privativa da liberdade, se o réu já tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado; IV - em qualquer caso, se houver no processo prova de ser o réu vadio; V - nos crimes punidos com reclusão, que provoquem clamor público ou que tenham sido cometidos com violência contra a pessoa ou grave ameaça. Perceba que a nova lei veio restringirbastante as hipóteses de impossibilidade de fiança. E isto é bom ou ruim? CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 11 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo Para você é ótimo, pois são menos itens necessários para sua PROVA! Note que o art. 323, a partir de agora, somente reforça conceitos já existentes no art. 5º, XLII, XLIII e XLIV da Constituição Federal. Cabe por fim ressaltar que, se o indivíduo tiver obtido a possibilidade de fiança e desrespeitar injustificadamente as regras impostas, também ficará haverá a impossibilidade da concessão da fiança em seu processo. É o que prevê o art. 324. Observe: Art. 324. Não será, igualmente, concedida fiança: I - aos que, no mesmo processo, tiverem quebrado fiança anteriormente concedida ou infringido, sem motivo justo, qualquer das obrigações a que se referem os arts. 327 e 328 deste Código; 6.3.8 RESTITUIÇÃO DA FIANÇA (ARTS. 336 E 337) O dinheiro ou objetos dados como fiança servirão ao pagamento das custas, da indenização do dano, da prestação pecuniária e da multa, se o réu for condenado. No caso de sentença absolutória, e transitando esta em julgado, a fiança será integralmente restituída, sem descontos e com atualização monetária. Caso a sentença seja condenatória irrecorrível, a fiança será restituída, descontado, porém, o valor referente ao custo de eventual multa e aquele relativo à satisfação do dano. 6.3.9 PERDIMENTO DA FIANÇA (ART. 344) O perdimento da fiança é a perda em definitivo da totalidade do valor pago à título de fiança, na hipótese da condenação do afiançado e determinação de seu recolhimento à prisão, mas com fuga dele do distrito da culpa. Art. 344. Entender-se-á perdido, na totalidade, o valor da fiança, se, condenado, o acusado não se apresentar para o início do cumprimento da pena definitivamente imposta.(grifei) 6.3.10 QUEBRAMENTO DA FIANÇA (ART. 341) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 12 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo É a perda definitiva da metade do valor pago, quando o afiançado descumpre as obrigações legais. Veja: Art. 343. O quebramento injustificado da fiança importará na perda de metade do seu valor, cabendo ao juiz decidir sobre a imposição de outras medidas cautelares ou, se for o caso, a decretação da prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). A nova redação do art. 341 ampliou consideravelmente as hipóteses de quebramento de fiança. Julgar-se-á quebrada a fiança quando o acusado: Regularmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer, sem motivo justo; Deliberadamente praticar ato de obstrução ao andamento do processo; Descumprir medida cautelar imposta cumulativamente com a fiança; Resistir injustificadamente a ordem judicial; Praticar nova infração penal dolosa. 6.3.11 CASSAÇÃO DA FIANÇA (ARTS 338 E 339) Ocorre em duas situações: FIANÇA QUE SE RECONHEÇA NÃO CABÍVEL: TRATA-SE DE ERRO EM QUE SE COGITA POSSÍVEL A FIANÇA QUANDO, NA REALIDADE, NÃO É CABÍVEL. INOVAÇÃO NA CLASSIFICAÇÃO DO DELITO: TRATA-SE DE SITUAÇÃO EM QUE O AGENTE É DENUNCIADO POR CRIME DIVERSO DO ENQUADRAMENTO POLICIAL, SENDO ESTE INAFIANÇÁVEL. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 13 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo É isso ai pessoal. Chegamos ao final de mais uma aula!!! Agora é hora de consolidar os conceitos com os exercícios e seguir em frente com força total. Abraços e bons estudos, Pedro Ivo "Não são os grandes planos que dão certo; são os pequenos detalhes." Stephen Kanit CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 14 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo PPRRIINNCCIIPPAAIISS AARRTTIIGGOOSS TTRRAATTAADDOOSS NNAAAAUULLAA DA PRISÃO, DAS MEDIDAS CAUTELARES E DA LIBERDADE PROVISÓRIA (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 282. As medidas cautelares previstas neste Título deverão ser aplicadas observando-se a: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - necessidade para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o As medidas cautelares poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 284. Não será permitido o emprego de força, salvo a indispensável no caso de resistência ou de tentativa de fuga do preso. Art. 285. A autoridade que ordenar a prisão fará expedir o respectivo mandado. CAPÍTULO II DA PRISÃO EM FLAGRANTE Art. 301. Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. Art. 303. Nasinfrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 15 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. (Redação dada pela Lei nº 11.113, de 2005) Art. 305. Na falta ou no impedimento do escrivão, qualquer pessoa designada pela autoridade lavrará o auto, depois de prestado o compromisso legal. Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão em flagrante e, caso o autuado não informe o nome de seu advogado, cópia integral para a Defensoria Pública. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o No mesmo prazo, será entregue ao preso, mediante recibo, a nota de culpa, assinada pela autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 307. Quando o fato for praticado em presença da autoridade, ou contra esta, no exercício de suas funções, constarão do auto a narração deste fato, a voz de prisão, as declarações que fizer o preso e os depoimentos das testemunhas, sendo tudo assinado pela autoridade, pelo preso e pelas testemunhas e remetido imediatamente ao juiz a quem couber tomar conhecimento do fato delituoso, se não o for a autoridade que houver presidido o auto. Art. 308. Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. Art. 309. Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - relaxar a prisão ilegal; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - converter a prisão em flagrante em preventiva, quando presentes os requisitos constantes do art. 312 deste Código, e se revelarem inadequadas ou insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão; ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 16 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). CAPÍTULO III DA PRISÃO PREVENTIVA Art. 311. Em qualquer fase da investigação policial ou do processo penal, caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, de ofício, se no curso da ação penal, ou a requerimento do Ministério Público, do querelante ou do assistente, ou por representação da autoridade policial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 313. Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - se tiver sido condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso I do caput do art. 64 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - se o crime envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Também será admitida a prisão preventiva quando houver dúvida sobre a identidade civil da pessoa ou quando esta não fornecer elementos suficientes para esclarecê-la, devendo o preso ser colocado imediatamente em liberdade após a identificação, salvo se outra hipótese recomendar a manutenção da medida. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 314. A prisão preventiva em nenhum caso será decretada se o juiz verificar pelas provas constantes dos autos ter o agente praticado o fato nas condições previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou denegar a prisão preventiva será sempre motivada. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la,se sobrevierem razões que a justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 5.349, de 3.11.1967) CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 17 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo CAPÍTULO IV DA PRISÃO DOMICILIAR (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 317. A prisão domiciliar consiste no recolhimento do indiciado ou acusado em sua residência, só podendo dela ausentar-se com autorização judicial. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 318. Poderá o juiz substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - maior de 80 (oitenta) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - extremamente debilitado por motivo de doença grave; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). III - imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - gestante a partir do 7o (sétimo) mês de gravidez ou sendo esta de alto risco. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Parágrafo único. Para a substituição, o juiz exigirá prova idônea dos requisitos estabelecidos neste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). CAPÍTULO V DAS OUTRAS MEDIDAS CAUTELARES (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi- CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 18 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). § 1o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 2o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 3o (Revogado pela Lei nº 12.403, de 2011). § 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). Art. 320. A proibição de ausentar-se do País será comunicada pelo juiz às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o indiciado ou acusado para entregar o passaporte, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas. (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). LEI Nº 7.960, DE 21 DE DEZEMBRO DE 1989 Art. 1° Caberá prisão temporária: I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial; II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento de sua identidade; III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); b) seqüestro ou cárcere privado (art. 148, caput, e seus §§ 1° e 2°); c) roubo (art. 157, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); d) extorsão (art. 158, caput, e seus §§ 1° e 2°); e) extorsão mediante seqüestro (art. 159, caput, e seus §§ 1°, 2° e 3°); f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação com o art. 223, caput, e parágrafo único); h) rapto violento (art. 219, e sua combinação com o art. 223 caput, e parágrafo único); i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 1°); j) envenenamento de água potável ou substância alimentícia ou medicinal qualificado pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 285); l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código Penal; CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 19 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 1° de outubro de 1956), em qualquer de sua formas típicas; n) tráfico de drogas (art. 12 da Lei n° 6.368, de 21 de outubro de 1976); o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 7.492, de 16 de junho de 1986). Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. § 1° Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. § 2° O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento. § 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público e do Advogado, determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações e esclarecimentos da autoridade policial e submetê-lo a exame de corpo de delito. § 4°Decretada a prisão temporária, expedir-se-á mandado de prisão, em duas vias, uma das quais será entregue ao indiciado e servirá como nota de culpa. § 5° A prisão somente poderá ser executada depois da expedição de mandado judicial. § 6° Efetuada a prisão, a autoridade policial informará o preso dos direitos previstos no art. 5° da Constituição Federal. § 7° Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. Art. 3° Os presos temporários deverão permanecer, obrigatoriamente, separados dos demais detentos. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 20 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo EEXXEERRCCÍÍCCIIOOSS 1. (Oficial - PM-SC / 2015) Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade imediatamente, mesmo antes de lavrado o auto de prisão em flagrante. Não será concedida fiança nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante. (Art. 309) 2. (Oficial - PM-SC / 2015) Se a infração for afiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Se a infração for inafiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. (Art. 287) 3. (Perito - PC-ES / 2011) Vinte e quatro horas após a prisão em flagrante, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão acompanhado de todas as oitivas colhidas e, em qualquer caso, cópia integral para a defensoria pública. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A lei nº 12.403/11 retirou a obrigatoriedade das oitivas acompanharem o APF. Além disso, a cópia para a Defensoria só ocorrerá se o autuado não informar o nome do advogado. 4. (Procurador - PGM-RR / 2010) A prisão preventiva somente poderá ser decretada, mediante ordem judicial devidamente fundamentada, no curso de ação penal regularmente instaurada perante o juízo competente. GABARITO: CERTA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 21 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo COMENTÁRIOS: A prisão preventiva somente poderá ser efetivada mediante ordem judicial, e poderá ser requerida tanto na fase pré-processual (inquisitorial) como na fase processual (judicial). 5. (Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais públicas e a segunda, nas ações penais privadas. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A prisão preventiva pode ser decretada tanto na fase do IP, quanto na fase processual; já a prisão temporária somente poderá ser decretada na fase do IP. 6. (Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão de servidor público, por crime de ação penal pública condicionada e contra a administração, depende de manifestação prévia da chefia imediata, por expressa disposição do CPP. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Não há que se falar em manifestação da chefia nos casos de prisão de servidor público para que seja decretada. 7. (Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo improrrogável de cinco dias, presentes as condições legais. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Como vimos, o prazo não é improrrogável. 8. (Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não se admite a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com detenção. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Esta questão, na época, foi considerada INCORRETA. Todavia, pelo novo regramento, torna-se correta. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 22 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo 9. (Promotor - MPE-SE / 2010) Segundo o CPP, a prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, ele deve ser recolhido em cela distinta em estabelecimento prisional comum. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: A prisão especial, prevista no Código de Processo Penal ou em outras leis, consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, este será recolhido em local distinto da prisão comum (ART. 295). 10. (Promotor - MPE-SE / 2010) Não havendo autoridade policial no lugar em que se tiver efetuado a prisão em flagrante, o preso deve ser imediatamente apresentado ao promotor ou ao juiz competente, vedada sua apresentação a autoridade policial de localidade próxima, por falta de atribuição. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo (ART. 308). 11. (Promotor - MPE-SE / 2010) Nas hipóteses em que se livre solto, o réu deverá ser posto em liberdade, não havendo necessidade de lavratura do auto de prisão em flagrante, mas somente do boletim de ocorrência policial. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade, depois de lavrado o auto de prisão em flagrante (ART. 309). 12. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a alternativa INCORRETA: A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988; B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de ilicitude. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 23 Direito Processual Penal – PRF Aula06 – Prisão Prof. Pedro Ivo C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade; D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim, reconhecido na sentença penal condenatória. GABARITO: C COMENTÁRIOS: A única alternativa incorreta é a “C”, pois, caso se trate de suspeito de crime hediondo, pratica de tortura, tráfico ilicito de substâncias entorpecentes e drogas afins e, de terrorismo, a prisão temporária poderá durar trinta dias, prorrogáveis pelo mesmo prazo 13. (Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante irreal, o agente é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: O flagrante irreal nada mais é que outra denominação para o flagrante impróprio ou quase flagrante, cujo conceito é exatamente o da questão. 14. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão em flagrante é compulsória em relação às autoridades policiais e seus agentes, desde que constatada a presença das hipóteses legais, mas possuem eles plena discricionariedade para avaliar o cabimento ou não da medida. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Como vimos, com relação à prisão em flagrante quando aplicada por agentes policiais, não há que se falar em discricionariedade, sendo, regra geral, compulsória e vinculada à atuação. 15. (Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante preparado, a consequência é a soltura do indiciado, em nada influindo a preparação do flagrante na conduta típica praticada pelo agente. GABARITO: ERRADA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 24 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo COMENTÁRIOS: A característica principal do flagrante preparado que o caracteriza como hipótese de crime impossível é a influência da preparação na conduta típica, logo a alternativa está incorreta. 16. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser decretada para garantia de aplicação da lei penal, ou seja, para impedir que o agente, solto, continue a delinquir e, consequentemente, acautelar o meio social. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Questão fácil, mas que exige atenção, pois a banca tenta confundir os conceitos de garantia da ordem pública com a garantia da aplicação da lei penal. 17. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser decretada em prol da garantia da ordem pública, havendo, nesse caso, necessidade de comprovação do iminente risco de fuga do agente. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Mais uma questão, assim como a anterior, que tenta inverter o conceito de garantia da ordem pública com a garantia da aplicação da lei penal. Para a decretação da prisão preventiva com base na ordem pública, basta a comprovação da periculosidade e do temor social. 18. (Delegado - PC-PB / 2008) Pode ser decretada a prisão temporária em qualquer fase do IP ou da ação penal. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Atenção!!! Prisão temporária só no inquérito. 19. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão temporária pode ser decretada por intermédio de representação da autoridade policial ou do membro do MP, assim como ser decretada de ofício pelo juiz competente. GABARITO: ERRADA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 25 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo COMENTÁRIOS: Segundo a Lei nº. 7.960/89: Art. 2º A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público [...]. Assim, segundo a doutrina majoritária, não pode ser decretada de ofício. 20. (Delegado - PC-PB / 2008) O prazo da prisão temporária, que em regra é de 5 dias, prorrogáveis por igual período, é fatal e peremptório, de modo que, esgotado, o preso deve ser imediatamente posto em liberdade, não podendo ser a prisão convertida em preventiva. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Como vimos, ele poderá permanecer preso se decretada a prisão preventiva. 21. (Delegado - PC-PB / 2008) Quando a prisão temporária for requerida pela autoridade policial, por intermédio de representação, não haverá necessidade de prévia oitiva do MP, devendo o juiz decidir o pedido formulado no prazo máximo de 24 horas. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Dispõe o Art. 2º, § 1° da Lei 7.960/89: Na hipótese de representação da autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, ouvirá o Ministério Público. 22. (Agente - PC-TO / 2008) A prisão preventiva e a prisão temporária, exemplos de prisão cautelar, antecipam o reconhecimento de culpa com a conseqüente privação da liberdade do indivíduo, pois o juízo que se faz, ao decretá-las, é de culpabilidade. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Completamente errada com base no princípio da presunção da inocência que persiste até a sentença judicial transitada em julgado. A prisão cautelar não pressupõe CULPABILIDADE. 23. (OAB-SP / 2006) Em relação à prisão em flagrante, é INCORRETO afirmar: CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 26 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo A) nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência. B) dentro de 48 (quarenta e oito) horas depois da prisão, será dada ao preso nota de culpa assinada pela autoridade policial, com o motivo da prisão, o nome do condutor e os das testemunhas. C) quando o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, a inocorrência de qualquer das hipóteses que autorizam a prisão preventiva, poderá, depois de ouvir o Ministério Público, conceder liberdade provisória. D) não havendo autoridade no lugar em que se tiver efetuado a prisão, o preso será logo apresentado à do lugar mais próximo. GABARITO: B COMENTÁRIOS: A alternativa “B” é a única incorreta, pois, conforme vimos, a nota de culpa deve ser entregue em 24 horas. 24. (Agente - PC-TO / 2008) Considere que policiais em serviço de ronda noturna perceberam que, em determinada casa, um homemapunhalava uma mulher, a qual, por sua vez, gritava desesperadamente por socorro. Nessa situação, os policiais, mesmo que em horário noturno, poderão adentrar a residência sem o consentimento dos moradores e realizar a prisão do agressor. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Exceção à regra da inviolabilidade de domicílio. No caso de flagrante, mesmo no período noturno, é possível. 25. (Agente - Polícia Federal / 2004) Considera-se em flagrante delito quem é encontrado, logo depois da infração, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele infrator. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: É o flagrante presumido. 26. (Agente - Polícia Federal / 2004) Não é cabível prisão preventiva de acusado de prática de contravenção penal. GABARITO: CERTA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 27 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo COMENTÁRIOS: Não há prisão preventiva para a prática de contravenção penal. 27. (Agente - Polícia Federal / 2004) A prisão temporária não pode ser decretada de ofício pelo juiz. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Mais uma questão que exige o conhecimento do entendimento da jurisprudência majoritária segundo a qual não é possível a decretação de ofício da prisão temporária. 28. (Analista – TRF / 2008) A respeito da prisão em flagrante, é correto afirmar que A) não pode ser feita por qualquer do povo, mas apenas pelas autoridades policiais e seus agentes. B) se considera em flagrante delito quem é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. C) para a lavratura do respectivo auto, é necessária a existência de pelo menos duas testemunhas da infração. D) o preso, por razões de segurança, não tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão. E) N.R.A GABARITO: B COMENTÁRIOS: Vamos analisar as alternativas: Alternativa “A” Incorreta Nos termos do art. 301 do CPP, qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito. Alternativa “B” Correta Enuncia corretamente o flagrante presumido. Alternativa “C” Incorreta Conforme leciona o § 2o do art. 304, a falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. Alternativa “D” Incorreta A nota de culpa, dentre outras informações, apresenta o nome dos responsáveis pela prisão. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 28 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo 29. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) Em respeito ao princípio da presunção de inocência, a prisão preventiva não pode ser decretada durante o inquérito policial, mas só após a instauração da ação penal. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: A prisão preventiva pode ser decretada tanto no inquérito quanto na ação penal. 30. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser decretada para garantia da ordem pública somente quando há indício da existência de crime e certeza sobre a sua autoria. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Dispõe o art. 312 do CPP que a prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício suficiente de autoria. 31. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) Uma vez revogada a prisão preventiva durante o curso da ação penal, é defeso ao juiz decretá-la novamente antes do trânsito em julgado da sentença penal condenatória. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: Segundo o art. 316. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no correr do processo, verificar a falta de motivo para que subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem razões que a justifiquem. 32. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) O despacho que decreta a prisão preventiva deve ser sempre fundamentado; porém, o que a nega prescinde de fundamentação. GABARITO: ERRADA CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 29 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo COMENTÁRIOS: Tanto a decretação quanto a não aceitação do pedido dependem de fundamentação. 33. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) A prisão temporária só é cabível durante a fase de inquérito policial, sendo vedada a sua decretação no curso da ação penal. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Perfeito comentário sobre a prisão temporária. 34. (Agente de Investigação e Escrivão de Polícia – PC-PB / 2008) A prisão temporária é decretada pelo juiz, de ofício ou em face de representação de autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e tem prazo de cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: MAIS UMA!!! Prisão temporária não pode ser decretada de ofício. 35. (Polícia Rodoviária Federal – 2008) Ocorre o chamado quase- flagrante quando, tendo o agente concluído os atos de execução do crime e se posto em fuga, inicia-se ininterrupta perseguição, até que ocorra a prisão. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Trata do FLAGRANTE IMPRÓPRIO (TAMBÉM CHAMADO DE IRREAL OU QUASE FLAGRANTE), no qual o agente comete o ato ilícito e é perseguido, logo após, em situação que faça presumir ser o autor do delito. 36. (Técnico - TJ-AC / 2012) Qualquer do povo poderá prender qualquer pessoa que seja encontrada em flagrante delito. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Questão que, apesar de ter gerado recursos, foi considerada CERTA. 37. (Inspetor - PC-CE / 2012) A imediata comunicação da prisão de pessoa é obrigatória ao juiz competente, à família do preso ou à CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 30 Direito Processual Penal – PRFAula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo pessoa por ela indicada, mas não necessariamente ao MP, titular da ação penal. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: De acordo com o art. 306, do CPP, a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente, ao Ministério Público e à família do preso ou à pessoa por ele indicada. 38. (Perito - PC-ES / 2011) A prisão em flagrante delito não é ato privativo das forças policiais. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Como vimos, qualquer do povo poderá proceder a prisão em flagrante. 39. (Perito - PC-ES / 2011) No caso do flagrante delito, como a prisão se dá sem ordem judicial prévia, a autoridade policial é a responsável legal pela detenção e pela tutela da liberdade, mesmo após comunicada a prisão e recebido o auto de flagrante pelo juiz competente. GABARITO: ERRADA COMENTÁRIOS: No caso, a tutela da liberdade é do JUIZ DE DIREITO. 40. (Adaptada / Investigador - PC-SP / 2014) Um estabelecimento comercial foi roubado, sendo subtraídos vários objetos de valor. A viatura de um Investigador de Polícia, que passava pelo local, foi acionada por populares que presenciaram o roubo e relataram o ocorrido. Após algumas horas, durante o trabalho de investigação policial, em diligência nas proximidades do local do fato, o investigador surpreende um cidadão com a arma do crime e com vários objetos roubados, sendo este ainda reconhecido pelas vítimas. Diante dessa situação, há possibilidade de prisão em flagrante em razão de o cidadão ter sido encontrado, logo depois, com a arma e objetos que faziam presumir ser ele autor da infração. GABARITO: CERTA COMENTÁRIOS: Exige do candidato o conhecimento do art. 302, do CPP. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 31 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo LISTA DE QUESTÕES APRESENTADAS 1. (Oficial - PM-SC / 2015) Se o réu se livrar solto, deverá ser posto em liberdade imediatamente, mesmo antes de lavrado o auto de prisão em flagrante. Não será concedida fiança nos crimes cometidos por grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático. 2. (Oficial - PM-SC / 2015) Se a infração for afiançável, a falta de exibição do mandado não obstará à prisão, e o preso, em tal caso, será imediatamente apresentado ao juiz que tiver expedido o mandado. 3. (Perito - PC-ES / 2011) Vinte e quatro horas após a prisão em flagrante, será encaminhado ao juiz competente o auto de prisão acompanhado de todas as oitivas colhidas e, em qualquer caso, cópia integral para a defensoria pública. 4. (Procurador - PGM-RR / 2010) A prisão preventiva somente poderá ser decretada, mediante ordem judicial devidamente fundamentada, no curso de ação penal regularmente instaurada perante o juízo competente. 5. (Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão preventiva e a prisão temporária possuem a mesma finalidade e momento para decretação. A primeira ocorre nas ações penais públicas e a segunda, nas ações penais privadas. 6. (Analista Administrativo - DPU / 2010) A prisão de servidor público, por crime de ação penal pública condicionada e contra a administração, depende de manifestação prévia da chefia imediata, por expressa disposição do CPP. 7. (Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) A prisão temporária pode ser decretada de ofício pelo juiz, pelo prazo improrrogável de cinco dias, presentes as condições legais. 8. (Analista Judiciário - TRE-MT / 2010) Não se admite a decretação da prisão preventiva nos crimes dolosos punidos com detenção. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 32 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo 9. (Promotor - MPE-SE / 2010) Segundo o CPP, a prisão especial consiste exclusivamente no recolhimento em local distinto da prisão comum. Não havendo estabelecimento específico para o preso especial, ele deve ser recolhido em cela distinta em estabelecimento prisional comum. 10. (Promotor - MPE-SE / 2010) Não havendo autoridade policial no lugar em que se tiver efetuado a prisão em flagrante, o preso deve ser imediatamente apresentado ao promotor ou ao juiz competente, vedada sua apresentação a autoridade policial de localidade próxima, por falta de atribuição. 11. (Promotor - MPE-SE / 2010) Nas hipóteses em que se livre solto, o réu deverá ser posto em liberdade, não havendo necessidade de lavratura do auto de prisão em flagrante, mas somente do boletim de ocorrência policial. 12. (OAB-DF 2007) Em matéria de prisão processual, assinale a alternativa INCORRETA: A) A prisão administrativa, decretada pela autoridade administrativa, não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988; B) A prisão em flagrante não deverá subsistir nos casos de exclusão de ilicitude. C) A prisão temporária, em todos os casos legais, somente poderá ser decretada por cinco dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade; D) A prisão em virtude de sentença condenatória recorrível não deverá ser decretada se o acusado for primário e de bons antecedente, assim, reconhecido na sentença penal condenatória. 13. (Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante irreal, o agente é perseguido logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração. 14. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão em flagrante é compulsória em relação às autoridades policiais e seus agentes, desde que constatada a presença das hipóteses legais, mas possuem eles plena discricionariedade para avaliar o cabimento ou não da medida. CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL PROFESSOR PEDRO IVO Professor: Pedro Ivo www.pontodosconcursos.com.br 33 Direito Processual Penal – PRF Aula 06 – Prisão Prof. Pedro Ivo 15. (Delegado - PC-PB / 2008) No flagrante preparado, a consequência é a soltura do indiciado, em nada influindo a preparação do flagrante na conduta típica praticada pelo agente. 16. (Delegado - PC-PB / 2008) A prisão preventiva pode ser decretada para garantia de aplicação da lei penal, ou seja, para impedir que o agente, solto, continue a delinquir e, consequentemente, acautelar o
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