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Apostila – Direito Administrativo 1ª Fase – OAB. 1 - Princípios do Direito Administrativo São regras norteadoras dos atos da administração pública, sendo eles expressos na Constituição Federal ou implícitos. Princípios Expressos da Constituição Federal: Legalidade Impessoalidade Moralidade Publicidade Eficiência A – Legalidade: Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordinadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde o que não está proibido está permitido (art.5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir. B – Impessoalidade: A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é atribuição da Administração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (agente público de fato). C – Moralidade: Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que ser conduzidas com Lealdade, Ética e Probidade. D – Publicidade: Transparência no exercício da atividade administrativa. Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade, intimidade). E – Eficiência: Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da Administração deve ser: - Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar. - Perfeita: Completa, satisfatória. - Rentável: ótima, máxima com menor custo. Princípios Implícitos: Princípio da Autotutela Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade. Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”. A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam direitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade. Súmula 473, do STF: ”A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”. Lei 9.784/99, art. 53: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos”. Princípio da Proporcionalidade Ampla ou da Razoabilidade Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como: a) Adequados: deve lograr com sucesso a realização do fim. b) Necessários: entre os diversos meios igualmente adequados, a Administração tem que optar pelo meio que menos restrinja o direito do administrado. c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que desvantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato. Princípio da Continuidade Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95, define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta. Exceções: 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso. 2 - Poderes Administrativos Devido a origem do verbo “Poder” as vezes podemos ter a impressão errada sobre o real significado dos “Poderes Administrativos”. Mas apesar deste significado do verbo, no Direito Administrativo, dizer “Poderes Administrativos” deve logo ser relacionado às limitações que são impostas ao Estado em sua atuação na esfera administrativa. Ou seja, o Poder dita o que o Estado PODE fazer. O que estiver fora destes “Poderes” não poderá ser feito. Não confunda Vinculação e Discricionariedade. Não confunda, também, os quatro poderes administrativos: Poder Disciplinar, Poder Hierárquico, Poder de Polícia e Poder Normativo ou Regulamentar. Os poderes administrativos não vieram armar o Estado mas, sim, limitar a sua atuação. São Poderes/Deveres da Administração. São poderes instrumentais Instrumento (prerrogativa) dado ao Estado para alcançar o interesse público. Se o estado utilizar esse poder além do necessário para atingir o interesse público, ultrapassando o caráter instrumental do poder, estaremos diante do abuso de poder. Características - Poder/Dever ou Dever/Poder - Irrenunciáveis - Limitados - Podem ensejar responsabilização Poder Vinculado X Discricionário Poder Vinculado A Administração Pública regula objetivamente através de lei, todos os elementos do ato. O agente público não tem margem de escolha, todos os elementos estão dispostos objetivamente em determinada lei. Poder Discricionário – A lei confere ao agente público a possibilidade de escolha, dentro dos limites da lei, levando em consideração o interesse público e de acordo com os critérios de oportunidade e conveniência. (ex: imóvel adquirido por decisão judicial, pode ser alienado por concorrência ou leilão – permissão de uso de bem público) ATENÇÃO: A discricionariedade também pode vir diante de conceitos jurídicos indeterminados. Ex.: Manifestação legítima X Tumulto. Ainda nos conceitos jurídicos indeterminados, a razoabilidade é que determina até onde o agente público pode ir sem o controle jurisdicional. ATENÇÃO: O Juiz não pode modificar o ato realizado dentro dos limites legais. Ele pode decidir sobre a legalidade de um ato, mas não sobre os critérios de oportunidade e conveniência. Decreto Regulamento Pode ser: Regra: Executivo – Art. 84, IV da CF IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução; O regulamento vem para complementar a lei. Poder Hierárquico É a possibilidade de rever os atos dos subordinados, fiscalizar, aplicar penalidades, organizar a estrutura administrativa etc. Poder Disciplinar É o poder de aplicar penalidades aos agentes que possuam vínculo jurídico específico com a Administração Pública. Decorre de uma Supremacia Especial (Pois se pauta em vínculos jurídicos específicos) Poder de Polícia O Poder de Polícia nada mais é do que a harmonização de interesses entre o público e o particular. Direitos comumente atingidos (restringidos): Propriedade e Liberdade Há obrigação de indenizar quando a ADM usa o Poder de Polícia? Não. Ex. Limite de velocidade do veículo. Conceito de Poder de Polícia - Art. 78 do CTN Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuaisou coletivos. O Poder de Polícia pode ser: - Fiscalizador (Controle) - Preventivo (Regulatório) - Repressivo (Punitivo) Atributos do Poder de Polícia • Discricionariedade (Em regra) • Autoexecutoriedade Não prescinde de nenhuma solicitação ao judiciário. • Coercibilidade O Poder de Polícia pode ser delegado? A regra é que não! 3 – Organização Administrativa Além de ser tema recorrente no exame de ordem, é basilar para compreensão do Direito Administrativo, pois trata da estruturação do Estado. O conteúdo compreende o estudo acerca das pessoas, entidades e órgãos que irão desempenhar a função administrativa para a formação do modelo do aparelho administrativo do Estado. A administração pública se divide em: ▪ Administração Pública Direta: Entes Federados ▪ Administração Pública Indireta: Autarquias, Fundações Públicas e Empesas Estatais. “Descentralização é a distribuição de competências de uma para outra pessoa, física ou jurídica. Difere da desconcentração pelo fato de ser esta uma distribuição interna de competências, ou seja, uma distribuição de competências dentro da mesma pessoa jurídica.” Organização da Administração Pública 1 – Formas de prestação da atividade administrativa 2 – Administração Direta 3 – Administração Indireta 1 – Formas de prestação da atividade administrativa a) Prestação centralizada (direta) A prestação centralizada é aquela que é exercida pela Administração Pública Direta (União, Estados, Distrito Federal, Municípios). b) Prestação descentralizada (indireta) Não confundir descentralização com desconcentração: Descentralização: Delegação para a Administração pública indireta ou para particulares (Nascem novas Pessoas Jurídicas, sem hierarquia e subordinação mas com controle e fiscalização. Desconcentração: Mesma pessoa jurídica (Requisitos: Hierarquia e subordinação) Ex. Secretaria de saúde Descentralização Formas de descentralização: a) Outorga – Transfere titularidade e execução. Quem? Apenas Autarquias e Fundações Públicas de Direito Público. Só quem transfere a titularidade é a Lei b) Delegação – Se transfere apenas a execução. Quem? Os demais entes. Por contrato, concessão ou permissão. OU por Ato Admin. para as autorizadas (taxi, despachante etc) Entes da Adm. Pública Indireta: • Autarquias (Púb) • Fundações Públicas (Priv ou Púb) • Empresas Públicas (Priv) • Sociedades de Economia Mista (Priv) Administração Direta (Centralizada) Compõe a Administração Pública Direta: • União • Estados • Distrito Federal • Municípios É a própria Constituição Federal que traz estes entes. Apenas eles possuem Capacidade Política (Aptidão para legislar, para produzir os atos normativos dotados de alto grau de generalidade e abstração. Mandato: Não, pois a Pessoa Jurídica, sozinha, não poderia emitir procuração. Representação: O Agente Público representa o Estado. Teoria também não adotada, uma vez que o Estado tem capacidade para responder por seus próprios atos. Órgão/Imputação: Se imputa ao Estado os atos praticados por seus agentes. Esta é a teoria em vigor no Brasil. Órgãos Públicos Conceito: São núcleos ou centros especializados de competência. Características dos órgãos públicos: - Os órgãos públicos não possuem Personalidade Jurídica própria; - Não respondem por seus próprios atos; - Não podem assinar contrato; - Podem ir a juízo (Personalidade Judiciária) para defender suas prerrogativas, atribuições ou competências) - Podem ter CNPJ (Instrução Normativa 1005/10 da Receita Federal) 4 – Atos Administrativos Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das suas atividades. Atributos e Qualidades dos Atos Administrativos. A - Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo com as normas e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado. B - Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de fato, Fé Pública. C - Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade. D - Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resistência judicial ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, que apenas permitem certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo. E - Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa. F- Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demolição de obra. G- Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei. Extinção dos Atos Administrativos A- CASSAÇÃO: a ilegalidade é superveniente à edição do ato. B- CADUCIDADE: incompatibilidade do ato anteriormente editado que antes não existia. C- CONTRAPOSIÇÃO/DERRUBADA : Edição de novo ato contrário, (ex. demissão). D- REVOGAÇÃO; Causa de extinção ou supressão do ato administrativo válido e de seus efeitos, por razões de conveniência e oportunidade. 5 – Intervenção na Propriedade O Estado tem se mostrado preocupado com o bem-estar da sociedade. Para dar andamento a este propósito, é necessário que o Poder Público intervenha para conciliar o que é de interesse particular em prol da coletividade, garantindo condições de segurança e sobrevivência, e criando restrições por intermédio de diversas modalidades que estão previstas no Direito. Atente principalmente para as modalidades de intervenção na propriedade: ▪ Servidão administrativa / pública ▪ Requisição administrativa ▪ Tombamento ▪ Desapropriação ▪ Limitação administrativa ▪ Ocupação temporária / provisória Dentre as destacadas acima, reforçaremos as mais relevantes para a prova da OAB: LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA: - Atuação geral e abstrata do Poder Público. O proprietário é indeterminado. Regra Geral: Não há indenização. - Finalidade: Busca do bem-estar social, que será buscado através do Poder de Polícia, quando a propriedade do particular será restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. Atinge o caráter absoluto da propriedade, já que restringe a liberdade do proprietário. - Efeitos: ‘Ex nunc’, para o futuro, não atingindo situações já formadas. SERVIDÃO ADMINISTRATIVA: - Utilização do patrimônio do particular pelo Estado para prestar serviço público. Regra: É individual, concreta e com proprietário determinado. - Relação de Dominação: O Serviço Público é o Dominante, e a propriedade do particular á o Serviente. Há a dominação do serviço público sobre um bem. OBS: Diferente da Servidão no Direito Civil, onde há a dominação de um bem sobre outro bem. Indenização: Só se houver dano efetivo. OBS: Jurisprudência: Fios de alta tensão impedem o exercício da propriedade, portanto não há servidão neste caso, e sim Desapropriação indireta OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA:Hipóteses mais comuns: - Uso do Patrimônio não edificado ao lado da obra pública para guardar os materiais da obra. - Para Evitar desapropriação desnecessária: quando o Poder Público ocupa o imóvel para pesquisa de minérios e arqueologia, em havendo minérios ou objetos arqueológicos o poder público desapropria a área. Indenização: Se houver Dano - Indenização Ulterior. TOMBAMENTO (Decreto Lei 25/37): - Conservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Artístico e Paisagístico. Objeto: Tanto bens móveis, como os imóveis, inclusive os Bens Públicos. - O Tombamento atinge o Caráter Absoluto da Propriedade. - Há corrente minoritária, liderada por José dos S.C. Filho sustentando que só é possível haver tombamento de bem público quando guardada uma hierarquia, do mesmo modo que na desapropriação. Ex: A união pode tombar bens dos Estados e Municípios, os Estados podem tombar bens dos Municípios. Competência para Tombar: - Patrimônio de Interesse Nacional: União - Patrimônio de Interesse Regional: Estado - Patrimônio de Interesse Local: Município. OBS: Pode haver tombamento de Bem da União por um Município, porque o que importa é o interesse, não a hierarquia, diferentemente da desapropriação. OBS: Bem Público Tombado - Inalienabilidade Absoluta. Normalmente, os bens públicos são relativamente inalienáveis. DESAPROPRIAÇÃO - Única forma de intervenção em que o Estado toma o direito de propriedade do antigo proprietário. - É forma de aquisição originária da propriedade, não há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário, a vontade dele não interessa. Objeto: Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Município desapropria bem da União. Regra Geral: Todos os bens podem ser desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da Personalidade. Direitos autorais, direito á imagem, alimentos, direito à vida, não podem ser desapropriados. Competência: Regra Geral - Todos os entes, a depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, respeita-se a hierarquia: União desapropria de Estados e Municípios; Estado desapropria dos Municípios. 6 - Responsabilidade Civil do Estado A responsabilidade civil consiste na obrigação de reparar economicamente os danos causados a terceiros, sejam no âmbito patrimonial ou moral. Assim, em razão de um dano patrimonial ou moral é possível o Estado ser responsabilizado e, conseqüentemente, deverá pagar uma indenização capaz de compensar os prejuízos causados. Responsabilidade do Estado por Atos Comissivos: Teoria do Risco Administrativo: - O Estado sempre responderá objetivamente por seus atos comissivos, lícitos ou ilícitos, jurídicos ou materiais. - Comportamento Lícito: Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do executivo; Material: Produzido em razão de atividade material do Estado. A responsabilidade se mantém objetiva, seja a vítima usuária ou não do serviço público. Vejamos: - Comportamento Ilícito: Jurídico: Ex. Auto de apreensão de mercadoria sem as formalidades legais. Material: Ex. Tortura de um preso por um agente carcerário. Responsabilidade do Estado por suas Omissões: - STF: A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. Porém, também reconhece a Responsabilidade do Estado por Omissão Legislativa, que é inconstitucional. Responsabilidade do Estado por suas Omissões por Fato da Natureza: - Se havia o dever do Estado de atuar de forma a evitar danos por fatos da natureza, e aquele não atuou, o Estado será responsabilizado, desde que provado que a sua omissão causou o dano. Responsabilidade do Estado por Comportamento Material de 3º: STF: Responsabilidade Subjetiva do Estado. Responsabilidade por Ato Propiciatório de Risco (Celso Antônio Bandeira de Melo): - O Estado, apesar de não ser o causador direto do dano, assume atividade que propicie alto risco. O Estado é causador indireto do dano, respondendo Objetivamente. Ex. Dano decorrente de fábrica de pólvora instalada em bairro povoado; Dano causado por defeito em semáforo. OBS: Terceiro que assuma esse tipo de atividade, sem autorização do Estado: Responsabilidade Subjetiva. CONSTITUIÇÃO DE 1988 (Art. 37, §6º) Responsabilidade das Pessoas Jurídicas de Direito Público. Responsabilidade Objetiva das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público (Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista, Fundações Governamentais de Direito Privado, Permissionárias, Concessionárias e Autorizatárias). STF:A Responsabilidade das Entidades de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público só será Objetiva em relação aos danos causados ao Usuário do serviço, quando for caso de serviço ‘uti singulis’. Quando o serviço público prestado for ‘uti universis’ a Responsabilidade dessas Entidades será sempre Objetiva. Ex. Coleta de lixo. Relação de Responsabilidade entre o Estado ou Pessoa Jurídica de Direito Privado e o Lesado: Responsabilidade Objetiva pelas ações e Subjetiva pelas Omissões. Responsabilidade do Agente Público causador do Dano em Relação ao Estado: Será sempre subjetiva: O Agente só responderá perante o Estado se provado que agiu com culpa ou dolo. Direito de Regresso: Direito que assiste ao Estado de cobrar de seu agente público o dinheiro pago à vítima, quando provado que o agente agiu com dolo ou culpa. STF: A Vítima poderá ajuizar a vítima contra o Estado, contra o agente ou contra os dois, hipótese na qual deverá provar que o agente agiu com culpa ou dolo. Denunciação da Lide: - Não é obrigatória, nem cabível a denunciação à Lide do agente público pelo Estado, na ação ajuizada contra pela vítima. A Denunciação só será obrigatória e cabível quando não trouxer fundamento novo à lide originária. OBS: Mesmo no caso da Responsabilização por Omissão do Estado, a denunciação da lide poderá não ser cabível, já que a vítima deve demonstrar dois tipos de culpa diferente, a culpa individual do agente e a culpa administrativa do Estado. Entretanto, se o próprio autor da ação trata da culpa individual do agente, o Estado poderá denunciá-lo à lide, porque, nesse caso, não há fundamento novo, já que o autor tratou da questão na inicial. CAUSAS EXCLUDENTES de RESPONSABILIDADE do ESTADO: Quando a Responsabilidade do Estado for Objetiva: a. Caso Fortuito e Força Maior. OBS: Dirley entende, juntamente com algumas decisões jurisprudenciais, que a demonstração de que houve Caso Fortuito ou Força Maior, por si só, não excluem a Responsabilidade do Estado. A Pessoa Jurídica deverá provar que agiu de forma a tentar evitar o dano causado. Ex. Responsabilidade do Transportador por assalto realizado dentro do ônibus: Se provado que os assaltos na região são freqüentes, o Transportador deverá demonstrar que agiu de forma a tentar evitar assaltos, do contrário haverá Responsabilização. b. Culpa Exclusiva da Vítima. Teoria do Risco: a) Risco Administrativo: O Estado pode demonstrar as causas excludentes de responsabilidade. b) Risco Integral: O Estado não pode invocar nenhuma das excludentes para se eximir de sua Responsabilidade. Esta Teoria é válida em 02 situações: Danos decorrentes de atividade nuclear desenvolvida pelo Estado; Responsabilização de qualquer Pessoa Jurídica por Danos Ambientais. Quando a Responsabilidadedo Estado for Subjetiva: Se o Estado demonstra que o serviço funcionou, ou que funcionou bem ou que funcionou de forma célere; Além das outras excludentes, que também valem para a Responsabilidade Objetiva. 7 – Licitação CONCEITO: Procedimento Administrativo para escolha da proposta mais vantajosa ao interesse público. PRINCÍPIOS (Além de seguir a todos os princípios da Administração): I) Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório: Tudo o que é relevante para licitação deve estar previsto no edital. Exige que todas as regras a serem a respeitadas estejam previstas no edital (não se pode exigir nem menos nem mais do que está previsto no edital). O Edital ou a Carta-Convite contém as regras da licitação. II) Princípio do Julgamento Objetivo: O Edital tem que definir o Tipo de Licitação, não é possível a utilização de qualquer critério subjetivo numa licitação, sob pena de violação a este princípio: (diferencia-se de modalidade). * Melhor Preço * Melhor Preço e Técnica * Melhor Técnica * Melhor Lance (leilão). OBS: Se o edital estabelecer que o tipo de licitação será o de Menor Preço, independentemente de qualquer motivo, vencerá aquela empresa que, preenchendo os requisitos previstos no edital, ofereça o menor preço, ainda que o concorrente ofereça um produto com qualidade superior. Havendo empate no preço, haverá desempate nos critérios do art. 3º, §2º da lei 8.666/93. OBS: Quando a licitação for de Melhor Técnica e Preço: O Edital deve prever qual o critério para resolver a situação na qual um concorrente oferece um melhor preço e o outro ofereça melhor técnica (pode ser a média, por exemplo). III) Princípio do Procedimento Formal: O Processo de Licitação tem que respeitar todas as formalidades previstas na lei. É um procedimento vinculado. IV) Princípio do Sigilo das Propostas (válido inclusive para o pregão): As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Se houver fraude (preços combinados entre concorrentes): crime previsto na Lei de Licitação e improbidade administrativa. Exceção a este princípio: Leilão (propostas verbais). INEXIGIBILIDADE de LICITAÇÃO (art.25 da Lei 8.666/93, Rol Exemplificativo): Competição inviável, impossível. PRESSUPOSTOS para ocorrência de uma Licitação: I) Pressuposto Lógico: Concorrência, pluralidade de ofertantes e objetos (+ de um sujeito e + de um objeto). Obs. O Objeto pode ser único em razão: - Caráter Absoluto: Só existe 01 objeto, porque só foi produzido 1 objeto. - Evento externo. - Caráter pessoal do objeto. OBS: a Singularidade do Objeto tem que ser relevante para que haja inexigibilidade, e tem que estar na lista do art.13 da Lei 8.666/93; Tem que ter Notória Especialização (reconhecida pela mídia, pela crítica). Quando se falar de singularidade do objeto com todos os seus requisitos, sempre haverá um juízo de valor do administrador. II) Pressuposto Jurídico (interesse público): A licitação serve para proteger e atender ao interesse público. Se a licitação acaba por prejudicar o interesse público, será inexigível. OBS: Nos casos das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista, a Licitação será inexigível quando prejudicar a atividade fim da empresa. CONTRATO DE CONCESSÃO a) CONCESSÃO de SERVIÇOS PÚBLICOS: A - Concessão COMUM (Lei 8.987/95 e art.175, C.F/88): - Só há transferência da execução do serviço, a titularidade continua com o poder público. - O Poder Público pode outorgar a concessão de serviços públicos a um particular, mas concessão não é uma outorga e sim uma delegação. A Delegação deve ser feita pelo Poder concedente, só o ente que possui a titularidade do serviço pode delegá-lo (União, Estados, DF e Municípios). Só uma Pessoa Jurídica ou um Consórcio de Empresas podem receber a delegação. OBS: Não se admite concessão à Pessoa Física. Formalização: Através de Contrato Administrativo, com necessidade de Licitação por Concorrência, a mesma da Lei 8.666/93, com algumas Peculiaridades (art.15, Lei 8987/95). - Nessa licitação, além dos tipos de menor preço, melhor técnica e melhor técnica e preço, há o tipo da melhor tarifa p/ o usuário. Exceção: Programa Nacional de Desestatização (lei 9074/95): Serviço que estiver no programa de desestatização será concedido por licitação via Leilão. Prazo: Determinado. O Prazo será fixado pela Lei que cuide do serviço concedido. É possível a prorrogação do prazo dentro do limite máximo da lei, desde que esteja prevista essa possibilidade no contrato. OBS: Além do Contrato, há necessidade de autorização Legislativa específica p/ haver a concessão. Responsabilidade da Concessionária (art. 37, §6º): - Regra: Responsabilidade Objetiva em face do usuário do serviço. Se o sujeito que sofrer o dano não for usuário do serviço, a responsabilidade da concessionária será subjetiva, baseada no dano civil. OBS: A Responsabilidade do Estado é subsidiária e Objetiva pelos danos causados pela Concessionária. Remuneração da Concessionária: I) Tarifa dos Usuários: Política Tarifária (define o valor da tarifa, índice e data para reajuste) está prevista no Procedimento Licitatório. II) Recursos Públicos: É uma faculdade do Administrador. Princípio da Modicidade: A Faculdade que a Administração tem em alocar recursos públicos para a concessionária decorre desse princípio. III) Receitas Alternativas: A Empresa busca outras atividades paralelas ao serviço público com o objetivo de baratear as tarifas. O Contrato deve prever essas receitas alternativas. OBS: As tarifas podem ser diferenciadas de acordo c/a capacidade econômica do usuário (Princípio da Isonomia Material). Sub-Contratação ou Sub-Concessão dos Contratos Administrativos: A Lei possibilita a sub-concessão do contrato administrativo, apesar de pesadas críticas da doutrina que entende que a sub-concessão fere a isonomia, viola o dever constitucional de licitar, e fere o caráter personalíssimo do contrato administrativo. Condições para a Sub-Concessão: I) Previsão no Edital ou no Contrato (um é parte integrante do outro). II) A sub-concessão só poderá ser de partes do contrato. III) A Administração deverá anuir com a sub-concessão, hipótese na qual irá analisar se a sub-contratada preen-che os requisitos para o contrato administrativo. IV) A Lei exige licitação para a sub-concessão do contrato administrativo. Neste caso, a concessionária não terá mais responsabilidade, só a sub-concessionária (para a doutrina isto não é sub-concessão, e sim novo contrato administrativo). OBS: Em uma sub-concessão há a Responsabilidade Solidária entre a Concessionária e a Sub-Concessionária. Extinção da Concessão: - Judicial: Quando o contratado não quer mais o contrato. - Consensual: por acordo ou Amigável. - Ato Unilateral do Poder Público, que se subdivide em: I) Encampação: O Poder Público extingue o contrato por razões de interesse público. Neste caso, há necessidade de indenização. II) Caducidade: Extinção Unilateral do Contrato pela Administração por descumprimento de cláusula contratual por parte do particular. Neste caso, o particular deve indenizar o Estado. III) Extinção de Pleno Direito: Extinção do contrato por causas alheias à vontade das partes. IV) Extinção por Anulação: Extinção em razão de ilegalidade na concessão. B - CONCESSÃO ESPECIAL: Surgiu para definir a natureza jurídica das ParceriasPúblicos Privadas (PPP’s). Fundamento: Lei 11079/04. A Concessão Especial é uma concessão comum com algumas peculiaridades, mas é, também, delegação de um serviço público. Objetivos: - Buscar Dinheiro na iniciativa privada para custear necessidades públicas. - Buscar eficiência da iniciativa privada. - Modalidades de PPP’s: I) Concessão Patrocinada: - Concessão comum em que haverá, necessariamente, tarifa do usuário + recursos públicos (aqui o recurso público é indispensável, ao contrário da concessão comum). O Percentual de alocação de recursos públicos será previsto no contrato. II) Concessão Administrativa: A Administração será usuária direta ou indireta do serviço. Serve para a formação de infraestrutura. Ex. construção de presídios. OBS: Para ser concessão especial é necessária a presença de, pelo menos, 02 elementos entre: Obra, serviço e fornecimento. Necessária também a presença de financiamento privado. Características Próprias da Concessão Especial: I) Financiamento Privado: Se não há financiamento privado, a concessão é comum. II) Compartilhamento de riscos: A Responsabilidade entre Estado e Particular é Solidária, diferente da concessão comum, onde a responsabilidade do Estado é subsidiária. III) Pluralidade Compensatória: O Estado terá várias maneiras para pagar o financiamento privado: Via ordem bancária; via transferência de créditos não tributários; via outorga de direitos ou outorga onerosa. OBS: Se o Estado não pagar, o Particular tem que ir para a via judicial e a dívida vai p/ precatório. Vedações: - Vedado Contrato com Prazo Inferior a 05 anos ou Superior a 35 anos. - Vedado Contrato com Valor inferior a 20 milhões de reais. - O Objeto da PPP tem que ser Caráter Misto (obra, serviço, fornecimento, pelo menos 02 desses elementos devem estar presentes). Formalidades: - A PPP tem como vínculo jurídico o contrato, com necessidade de Licitação por Concorrência. OBS: A Concorrência poderá ser a concorrência comum da Lei 8.666/93, ou pode ser também uma concorrência com procedimentos invertidos e lances verbais (não é pregão). É necessária a Autorização Legislativa. - Para fazer a PPP o projeto deve estar previsto no Plano Plurianual. - É necessária uma consulta pública. - Necessário estudo de impacto ambiental. CONTRATO DE PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO - Só a Permissão de Serviço Público é contrato administrativo, a permissão de uso de bem público se faz por ato unilateral. a) Fundamento (Lei 8987/95, art.2º): É Delegação de Serviço Público. - Quem Delega O Poder Concedente titular do serviço público a ser concedido. - Quem pode ser Permissionário Pessoa Física ou Jurídica. b) Formalidades: - É Contrato Administrativo de Adesão, sempre com Prazo Determinado (Art.40: Formalidade será dada por con-trato com prazo e indenização). - Lei 8.987/95 Mudou a natureza do instituto, transformando-o em contrato administrativo. - Art. 2º: Diz que a Permissão é precária (precariedade mitigada pelo fato de ser contrato). OBS: Originalmente era ato unilateral precário, sem prazo determinado, sem indenização, no qual a administração tinha liberdade para delegar. - Para Celso Antônio a Permissão continua sendo ato unilateral e precário (minoritária). - Doutrina Majoritária: É Contrato Precário, que pode ser retomado a qualquer tempo, mas com possibilidade de indenização. OBS: É decisão discricionária do Administrador optar por fazer Permissão de Serviço Público ou Concessão de Serviço Público. Para investimentos mais altos, considera-se mais indicado fazer concessão, porque esta não é precária. - Além do contrato administrativo, é necessária a Licitação por qualquer modalidade, a depender do valor do contrato. OBS:. Não há necessidade de Autorização legislativa para a Permissão. De resto, aplica-se, no que couber, o que for aplicável à Concessão. CONSÓRCIO PÚBLICO - Diferencia-se do Consórcio Público da Lei 8.666/93, que é uma gestão associada de Entes da mesma espécie (município com município; Estado com Estado). a) Fundamento Lei 11.107/05. b) Modalidades: I) Contrato de Consórcio Tradicional: Os Entes não precisam ser da mesma espécie, mas só será possível entre entes políticos, que constituirão nova Pessoa Jurídica. II) Contrato de Programa: Quando um Ente do Consórcio celebra contrato com o próprio Consórcio. OBS: Essa nova PJ pode contratar, desapropriar, fazer concessão. c) Vínculo Jurídico: - Contrato, antecedido por um protocolo de intenções. - O contrato de consorcio pode formar uma Pessoa Jurídica com personalidade de Direito Público ou Privado: I) Formará uma Pessoa Jurídica de Direito Público: Associações Públicas, art.41 do CC/02. Tem tratamento de autarquia. II) Formará Pessoa Jurídica de Direito Privado: Terão tratamento semelhante às Empresas Públicas e Socieda-des de Economia Mista, com regime jurídico híbrido. c) Órgãos e Funcionamento: - O Estatuto próprio definirá os órgãos e o funcionamento do consórcio público. d) Procedimento Licitatório: - Qualquer ente público que celebre contrato com o Consórcio terá dispensa na Licitação. - Quando o Consórcio celebrar contrato com outras Pessoas Jurídicas: I) Dispensa de 20% (art.24, § único); II) Os valores do art.23 da Lei 8666/93 ficam dobrados se houver até três entes envolvidos e triplicados se hou-ver mais de três entes envolvidos. III) Quando o consórcio celebra contrato de programa, há dispensa de licitação. Resolução de Questões PRINCIPIOS ADMINISTRATIVOS 01) A respeito dos princípios básicos da Administração Pública, considera-se que: A) o princípio da eficiência é o único critério limitador da discricionariedade administrativa. B) o princípio da legalidade não autoriza o gestor público a, no exercício de suas atribuições, praticar todos os atos que não estejam proibidos em lei. C) o princípio da eficiência faculta a Administração Pública que realize policiamento dos atos administrativos que pratica. D) o princípio da eficiência não pode ser exigido enquanto não for editada a lei federal que deve estabelecer os seus contornos. E) a possibilidade de revogar os atos administrativos por razões de conveniência e oportunidade é manifestação do princípio da legalidade. 02) O Estado X publicou edital de concurso público de provas e títulos para o cargo de analista administrativo. O edital prevê a realização de uma primeira fase, com questões objetivas, e de uma segunda fase com questões discursivas, e que os 100 (cem) candidatos mais bem classificados na primeira fase avançariam para a realização da segunda fase. No entanto, após a divulgação dos resultados da primeira fase, é publicado um edital complementar estabelecendo que os 200 (duzentos) candidatos mais bem classificados avançariam à segunda fase e prevendo uma nova forma de composição da pontuação global. Nesse caso, A) a alteração não é válida, por ofensa ao princípio da impessoalidade, advindo da adoção de novos critérios de pontuação e da ampliação do número de candidatos na segunda fase. B) a alteração é válida, pois a aprovação de mais candidatos na primeira fase não gera prejuízo aos candidatos e ainda permite que mais interessados realizem a prova de segunda fase. C) a alteração não é válida, porque o edital de um concurso público não pode conter cláusulasambíguas. D) a alteração é válida, pois foi observada a exigência de provimento dos cargos mediante concurso público de provas e títulos. 03) A Secretaria de Defesa do Meio Ambiente do Estado X lavrou auto de infração, comi-nando multa no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à empresa Explora, em razão da instalação de uma saída de esgoto clandestina em uma lagoa naquele Estado. A empresa não impugnou o auto de infração lavrado e não pagou a multa aplicada. Considerando o exposto, assinale a afirmativa correta. A) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato. B) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia e autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida, em razão da executoriedade do ato. C) A aplicação de penalidade representa exercício do poder disciplinar, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida. D) A aplicação de penalidade representa exercício do poder de polícia, mas não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida. 04) Atendendo a uma série de denúncias feitas por particulares, a Delegacia de Defesa do Consumidor (DECON) deflagra uma operação, visando a apurar as condições dos alimentos fornecidos em restaurantes da região central da capital. Logo na primeira inspeção, os fiscais constataram que o estoque de um restaurante tinha produtos com a validade vencida. Na inspeção das instalações da cozinha, apuraram que o espaço não tinha condições sanitárias mínimas para o manejo de alimentos e o preparo de refeições. Os produtos vencidos foram apreendidos e o estabelecimento foi interditado, sem qualquer decisão prévia do Poder Judiciário. Assinale a alternativa que indica o atributo do poder de polícia que justifica as medidas tomadas pela DECON. A) Coercibilidade. B) Inexigibilidade. C) Autoexecutoriedade. D) Discricionariedade. 05) Determinado município resolve aumentar a eficiência na aplicação das multas de trânsito. Após procedimento licitatório, contrata a sociedade empresária Cobra Tudo para instalar câmeras do tipo “radar” que fotografam infrações de trânsito, bem como disponibilizar agentes de trânsito para orientar os cidadãos e aplicar multas. A mesma empresária ainda ficará encarregada de criar um Conselho de Apreciação das multas, com o objetivo de analisar infrações e julgar os recursos administrativos. So-bre o caso apresentado, assinale a afirmativa correta. A) É possível a contratação de equipamentos eletrônicos de fiscalização, mas o poder decisório não pode ser transferido à empresa. B) Não é cabível a terceirização de qualquer dessas atividades, por se tratar de atividade Administração. C) A contratação é, a princípio, legal, mas somente permanecerá válida se o município comprovar que a terceiri-zação aumentou a eficiência da atividade. D) Não é possível delegar a instalação e gestão de câmeras do tipo “radar” à empresa contratada, mas é possível delegar a criação e gestão do Conselho de Apreciação de multas. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA 06) A estruturação da Administração traz a presença, necessária, de centros de competências de-nominados Órgãos Públicos ou, simplesmente, Órgãos. Quanto a estes, é correto afirmar que: A) possuem personalidade jurídica própria, respondendo diretamente por seus atos. B) suas atuações são imputadas às pessoas jurídicas a que pertencem. C) não possuem cargos, apenas funções, e estas são criadas por atos normativos do ocupante do respectivo ór-gão. D) não possuem cargos nem funções. 07) Atento à crescente especulação imobiliária, e ciente do sucesso econômico obtido pelas construtoras do País com a construção de imóveis destinados ao público de alta renda, o Estado “X” decide ingressar nesse lucrativo mercado. Assim, edita uma lei autorizando a criação de uma empresa pública e, no mesmo ano, promove a inscrição dos seus atos constitutivos no registro das pessoas jurídi-cas. Assinale a alternativa que apresenta a alegação que as construtoras privadas, incomodadas pela concor-rência de uma empresa pública, poderiam apresentar. A) A nulidade da constituição daquela pessoa jurídica, uma vez que as pessoas jurídicas estatais só podem ser criadas por lei específica. B) O objeto social daquela empresa só poderia ser atribuído a uma sociedade de economia mista e não a uma empresa pública. C) Os pressupostos de segurança nacional ou de relevante interesse coletivo na exploração daquela atividade econômica não estão presentes. D) A criação da empresa pública não poderia ter ocorrido no mesmo ano em que foi editada a lei autorizativa. ATOS ADMINISTRATIVOS E PROCESSO ADMINISTRATIVO 08) Em relação ao conceito de ato administrativo, analise as alternativas a seguir: I. Ato administrativo é uma manifestação unilateral de vontade da administração pública. II. Ato administrativo é um ajuste entre a administração pública e um particular para consecução de objetivos de interesse público. III. Ato administrativo é uma realização material da administração pública em cumprimento de alguma decisão administrativa. Assinale: A) se somente a afirmativa I estiver correta. B) se somente a afirmativa II estiver correta. C) se somente a afirmativa III estiver correta. D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. E) se as afirmativas II e III estiverem corretas. 9) Manoel da Silva é comerciante, proprietário de uma padaria e confeitaria de grande movimento na cidade ABCD. A fim de oferecer ao público um serviço diferenciado, Manoel formulou pedi-do administrativo de autorização de uso de bem público (calçada), para a colocação de mesas e cadeiras. Com a autorização concedida pelo Município, Manoel comprou mobiliário de alto padrão para colocá-lo na calçada, em frente ao seu estabelecimento. Uma semana depois, entretanto, a Prefeitura revogou a autori-zação, sem apresentar fundamentação. A respeito do ato da prefeitura, que revogou a autorização, assina-le a afirmativa correta. A) Por se tratar de ato administrativo discricionário, a autorização e sua revogação não podem ser investigadas na via judicial. B) A despeito de se tratar de ato administrativo discricionário, é admissível o controle judicial do ato. C) A autorização de uso de bem público é ato vinculado, de modo que, uma vez preenchidos os pressupostos, não poderia ser negado ao particular o direito ao seu uso, por meio da revogação do ato. D) A autorização de uso de bem público é ato discricionário, mas, uma vez deferido o uso ao particular, passa-se a estar diante de ato vinculado, que não admite revogação. SERVIÇOS PÚBLICOS 10) A Lei 11.107, de 6 de abril de 2005, dispõe sobre normas gerais para a União, os Estados, o Dis-trito Federal e os Municípios contratarem consórcios públicos para a realização de objetivos de interesse comum. A respeito do regime jurídico aplicável a tais consórcios públicos, assinale a alternativa correta. A) É vedada a celebração de contrato de consórcio público cujo valor seja inferior a R$ 20.000.000,00 (vinte mi-lhões) de reais. B) Os consórcios públicos na área de saúde, em razão do regime de gestão associada, são dispensados de obe-decer aos princípios que regulam o Sistema Único de Saúde. C) É vedada a celebração de contrato de consórcio público para a prestação de serviços cujo período seja inferior a 5 (cinco) anos. D) A União somente participará de consórcios públicos em que também façam parte todos os Estados em cujos territórios estejam situados os Municípios consorciados.11) Acerca dos serviços considerados como serviços públicos uti singuli, assinale a afirmativa correta. A) Serviços em que não é possível identificar os usuários e, da mesma forma, não é possível a identificação da parcela do serviço utilizada por cada beneficiário. B) Serviços singulares e essenciais prestados pela Administração Pública direta e indireta. C) Serviços em que é possível a identificação do usuário e da parcela do serviço utilizada por cada beneficiário. D) Serviços que somente são prestados pela Administração Pública direta do Estado. LICITAÇÃO 12) A União licitou, mediante concorrência, uma obra de engenharia para construir um hospital público. Depois de realizadas todas as etapas previstas na Lei n. 8.666/93, sagrou-se vencedora a Companhia X. No entanto, antes de se outorgar o contrato para a Companhia X, a Administração Pública resolveu revogar a licitação. Acerca do tema, assinale a afirmativa correta. A) A Administração Pública pode revogar a licitação, por qualquer motivo, principalmente por ilegalidade, não havendo direito subjetivo da Companhia X ao contrato. B) A revogação depende da constatação de ilegalidade no curso do procedimento e, nesse caso, não pode ser decretada em prejuízo da Companhia X, que já se sagrou vencedora. C) A revogação, fundada na conveniência e na oportunidade da Administração Pública, deverá sempre ser motivada e baseada em fato superveniente ao início da licitação. D) Quando a Administração lança um edital e a ele se vincula, somente será possível a anulação do certame em caso de ilegalidade, sendo-lhe vedado, pois, revogar a licitação. 13) Em um pregão presencial promovido pela União, foram abertas as propostas de preço, constatando-se que o licitante “M” ofereceu preço de R$ 10.000,00; “N”, o preço de R$ 10.001,00; “O” ofertou R$ 10.150,00; “P”, o preço de R$ 10.500,00; “Q” apresentou proposta de R$ 10.999,99 e “R”, por fim, ofereceu R$ 12.000,00. Diante da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta. A) Devem ser classificados para a fase de lances verbais os licitantes “M”, “N”, “O”, “P” e “Q”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as propostas com preço até dez por cento superiores àquela. B) Para a fase de lances verbais, somente devem ser classificados os licitantes “M”, “N”, “O” e “P”, uma vez que ofereceram a proposta mais baixa e as três outras melhores propostas. C) Todos os licitantes devem ser classificados para a próxima fase, uma vez que restringir a participação de algum deles significaria ofensa ao caráter competitivo da licitação. D) A Administração deve realizar média de todos os preços ofertados e poderão participar da fase seguinte os licitantes com propostas inferiores a esta média e aqueles que aceitarem reduzir seu preço para este limite. SERVIDORES PÚBLICOS 14) O Município Beta verificou grave comprometimento dos serviços de educação das escolas municipais, considerando o grande número de professoras gozando licença maternidade e de profissionais em licença de saúde, razão pela qual fez editar uma lei que autoriza a contratação de profes-sores, por tempo determinado, sem a realização de concurso, em situações devidamente especificadas na norma local. Diante dessa situação hipotética, assinale a afirmativa correta. A) A Constituição da República não autoriza a contratação temporária sem a realização de concurso público. B) O Município Beta somente poderia se utilizar da contratação temporária para os cargos permanentes de dire-ção, chefia e assessoramento. C) A contratação temporária, nos termos da lei, é possível, considerando que a situação apresentada caracteriza necessidade temporária de excepcional interesse público. D) A contratação temporária de servidores, independentemente de previsão legal, é possível. 15) Cláudio, servidor público federal estável, foi demitido por suposta prática de ato de insubordinação grave em serviço. Diante da inexistência de regular processo administrativo disciplinar, Cláudio conseguiu judicialmente a anulação da demissão e a reinvestidura no cargo anteriormente ocupado. Ocorre que tal cargo já estava ocupado por João, que também é servidor público estável. Considerando o caso concreto, assinale a afirmativa correta. A) Sendo Cláudio reinvestido, o ato configura reintegração. Caso João ocupasse outro cargo originariamente, seria reconduzido a ele, com direito à indenização. B) Sendo Cláudio reinvestido, o ato configura reversão. Caso João ocupasse outro cargo originariamente, seria reconduzido a ele, com direito à indenização. C) Cláudio obteve em juízo sua reintegração. João será reconduzido ao cargo de origem, sem indenização, ou será aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. D) Cláudio obteve em juízo sua reversão. João será reconduzido ao cargo de origem, sem indenização, ou será aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade. BENS PÚBLICOS 16) Sobre os bens públicos é correto afirmar que: A) os bens de uso especial são passíveis de usucapião. B) os bens de uso comum são passíveis de usucapião. C) os bens de empresas públicas que desenvolvem atividades econômicas que não estejam afetados a prestação de serviços públicos são passíveis de usucapião. D) nenhum bem que pertença à pessoa jurídica integrante da administração pública indireta é passível de usucapião. 17) A sociedade “Limpatudo” S/A é empresa pública estadual destinada à prestação de serviços públicos de competência do respectivo ente federativo. Tal entidade administrativa foi condenada em vultosa quantia em dinheiro, por sentença transitada em julgado, em fase de cumprimento de senten-ça. Para que se cumpra o título condenatório, considerar-se-á que os bens da empresa pública são: A) impenhoráveis, certo que são bens públicos, de acordo com o ordenamento jurídico pátrio. B) privados, de modo que, em qualquer caso, estão sujeitos à penhora. C) privados, mas, se necessários à prestação de serviços públicos, não podem ser penhorados. D) privados, mas são impenhoráveis em decorrência da submissão ao regime de precatórios. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 18) Caio, policial militar do Estado X, abalroou, com sua viatura, um veículo particular estacionado em local permitido, durante uma perseguição. Júlio, proprietário do veículo atingi-do, ingressou com demanda indenizatória em face do Estado. A sentença de procedência reconheceu a responsabilidade civil objetiva do Estado, independentemente de se perquirir a culpa do agente. Nesse caso, A) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, eis que atuava, no momento do acidente, na condição de agente público. B) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de dolo do agente. C) pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do policial militar, devendo o ente público demonstrar a existência de culpa ou dolo do agente. D) não pode o Estado ingressar com ação de regresso em face do agente público, uma vez que o Estado não foi condenado com base na culpa ou dolo do agente.
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