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Técnicas de Administração da Produção Wagner Teixeira dos Santos Rogério Carlos Tavares Adaptada/Revisada por Rogério Carlos Tavares (setembro/2012) APRESENTAÇÃO É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Técnicas de Adminis- tração da Produção, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina. A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis- ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail. Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, bem como acesso a redes de informação e documentação. Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple- mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal. A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar! Unisa Digital SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5 1 TÉCNICAS MODERNAS - ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO ................................. 7 1.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................14 1.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................14 2 ARRANJO FÍSICO E FLUXO ............................................................................................................ 15 2.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................20 2.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................20 3 O PROJETO E O COMPOSTO DE PRODUTOS ................................................................... 21 3.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................29 3.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................29 4 ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS .............................................................................................. 31 4.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................38 4.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................38 5 MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ....................................................................................................... 39 5.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................42 5.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................42 6 TÉCNICAS JAPONESAS .................................................................................................................... 43 6.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................45 6.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................46 7 QUALIDADE ............................................................................................................................................. 47 7.1 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................53 7.2 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................53 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55 RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 57 REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................. 61 Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 5 INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos de uma pequena revisão sobre a disciplina Administração da Produ- ção para podermos continuar a compreender a importância da produção em uma organização, essa compreensão se dará pela introdução das técnicas utilizadas para administrar a produção, sendo assim, vamos iniciar a discussão? Após discorrermos sobre a evolução histórica da Administração da Produção; de estabelecermos a natureza global da Administração da Produção e as atividades dos gerentes de produção/operações; de definirmos o papel, os objetivos e a estratégia da produção; de abrangermos a conceituação, a formula- ção geral, o monitoramento e as medidas da produtividade; de apresentarmos o conceito, a importância de decisões, a medida, a expansão, a avaliação econômica de alternativas, o planejamento de equipa- mento e mão de obra e as curvas de aprendizado do tema capacidade; e de abordarmos o conceito, o planejamento agregado e a programação e controle de produção em Administração da Produção, dare- mos continuidade às atividades e responsabilidades diretas e indiretas do gerente de produção em Técni- cas de Administração da Produção. Em relação aos assuntos comentados em Administração da Produção, destacaremos (repassaremos) cinco pontos: A definição de Administração da Produção: é a maneira pela qual as organizações pro- duzem os bens e serviços, ou seja, é a expressão utilizada para as atividades, decisões e responsabilidades dos gerentes de produção que administram a produção e a entrega de produtos e serviços (SLACK et al., 2006, p. 58); As tarefas do gerente de produção ou operações em uma indústria de bens/manufatura, as quais estão prioritariamente concentradas na fábrica ou planta industrial, enquanto que nas empresas de serviços, as atividades estão atreladas a ‘operações’ distribuídas, sen- do às vezes difícil de reconhecê-las. Ou seja, a palavra ‘produção’ liga-se às atividades de manufatura, enquanto que a palavra “operações” refere-se às atividades desenvolvidas em empresas de serviços (MOREIRA, 2006, p. 1); A Função de Marketing (que inclui vendas): é responsável por comunicar os produtos ou serviços de uma empresa para seu mercado de modo a gerar pedidos de serviços e pro- dutos por consumidores (SLACK et al., 2006, p. 32); A Função Desenvolvimento de Produto/Serviço: é responsável por criar novos produtos e serviços ou modificá-los, de modo a gerar solicitações futuras de consumidores por pro- dutos e serviços conforme (SLACK et al., 2006, p. 32); A Função Produção: é responsável por satisfazeràs solicitações de consumidores por meio de produção e entrega de produtos e serviços (SLACK et al., 2006, p. 32). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 6 Em Técnicas de Administração da Produção, estaremos ampliando os nossos conhecimentos, es- tudando: o balanceamento das linhas produtivas, o desenvolvimento de novos produtos, a engenharia simultânea e reversa, as técnicas modernas de administração da produção, a administração de projetos (Program Evaluation and Review Technique – PERT/Critical Path Method – CPM), a manutenção industrial e os modelos de qualidade. Objetiva-se, aqui, ampliar as tarefas, problemas e decisões tomadas pelo gerente de produção/ operações, que direta ou indiretamente disponibilizam os diversos serviços e produtos dos quais todos nós despendemos. A seção “Técnicas Modernas de Administração da Produção” aborda as difundidas siglas MRP (Ma- terial Requirement Planning), MRP II (Manufacturing Resources Planning), ERP (Enterprise Resource Planning) e JIT (Just in Time). “Arranjo Físico e Fluxo” estabelece o posicionamento dos recursos de transformação. “Projeto e o Composto de Produtos” define a criação ou alteração de novos produtos e serviços. “Adminis- tração de Projetos” abrange os métodos PERT e CPM. “Manutenção Industrial” apresenta as formas pelas quais as organizações tentam evitar as falhas ao cuidar de suas instalações físicas. “Técnicas Japonesas” aborda a influência das técnicas japonesas na produção. “Qualidade” ressalta a importância da qualidade na produção, depois disso, as “Considerações Finais” fecham a apresentação dos conceitos das Técnicas de Administração da Produção; e, em “Referências”, acham-se listadas as fontes consultadas. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 7 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos da introdução sobre as técnicas da administração da produção, que aborda a máxima utilização dos recursos uti- lizados na transformação de bens ou serviços que atendam à satisfação, aos anseios e desejos dos clientes, sendo assim, vamos iniciar a discussão? Com base em Martins e Laugeni (2005), os acrônimos MRP, MRP II e ERP são bastante conhe- cidos dos profissionais que trabalham com os processos produtivos de bens ou serviços. O MRP, que pode ser traduzido por planejamento das necessidades de materiais, surgiu devido à neces- sidade de se planejar o atendimento à demanda pendente, ou seja, aquela que deriva da deman- da independente; a qual é uma consequência das necessidades da demanda de mercado e refere- -se fundamentalmente aos produtos acabados que são disponibilizados aos consumidores. Em outras palavras, conforme Corrêa, Gianesi e Caon (2008), é com base na decisão da produção de produtos acabados que iremos definir o que, quanto e quando produzir e comprar os diversos semiacabados, componentes e matérias-primas. O propósito do MRP é ajudar a produzir e com- prar apenas o necessário e somente no momento necessário, ou seja, no último momento possível, objetivando eliminar estoques, gerando uma sé- rie de “encontros marcados” entre componentes de um mesmo nível para operações de fabricação ou montagem. Já o MRP II, o qual pode ser traduzido como planejamento dos recursos de manufatura, é uma expansão do MRP, passando a considerar outros insumos além da necessidade dos materiais, como, por exemplo: mão de obra, equipamentos, TÉCNICAS MODERNAS - ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO1 instalações, entre outros. Devido ao acrônimo do Material Requirement Planning ser igual a do Ma- nufacturing Resources Planning, convencionou-se denominar o primeiro MRP e o segundo MRP II. Apesar de a sistemática de operação do MRP ser de simples compreensão, a sua operação é extre- mamente trabalhosa. Entre as inúmeras vantagens de um sistema MRP, destacamos as seguintes: Instrumento planejado: permite o plane- jamento de compras, de contratações e demissões de pessoal; necessidades de capital de giro, necessidades de equipa- mentos e demais insumos produtivos; Simulação: situações de diferentes cená- rios de demanda podem ser simuladas e ter seus efeitos analisados. É um excelen- te instrumento para tomada de decisões gerenciais; Custos: como o MRP baseia-se na explo- são dos produtos, levando ao conheci- mento detalhado de todos os seus com- ponentes, e, no caso do MRP II, de todos os demais insumos necessários à fabrica- ção, fica fácil o cálculo detalhado do cus- to de cada produto; Reduz a influência dos sistemas infor- mais: com a implantação do MRP, deixam de existir os sistemas informais (MAR- TINS; LAUGENI, 2005, p. 376). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 8 Figura 1 – Estrutura analítica ou árvore de estrutura do produto A. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 357). Baseando-se em Corrêa, Gianesi e Caon (2008), o MRP II é uma extensão do MRP e diferen- cia-se pelo tipo de decisão de planejamento que orienta. Enquanto o MRP orienta as decisões de o que, quanto e quando produzir e comprar, o MRP II inclui recursos, como: mão de obra, equipamen- tos, instalações, entre outros, ou seja, engloba também as decisões referentes a como produzir, conforme demonstrado na Figura 2. Figura 2 – Abrangência do MRP e do MRP II. Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2008, p. 134). Segundo Corrêa, Gianesi e Caon (2008, p. 133): O MRP II é mais do que apenas o MRP com cálculo de capacidade. Há uma lógi- ca estruturada de planejamento implícita no uso do MRP II, que prevê uma sequên- cia hierárquica de cálculos, verificações e decisões, objetivando a chegar a um pla- no de produção que seja viável, tanto em termos de disponibilidade de materiais como de capacidade produtiva. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 9 Figura 3 – Recursos considerados para o Produto A. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 376). O planejamento das necessidades de capa- cidade, do inglês Capacity Requirement Planning, usualmente conhecido como CRP, é feito a par- tir do MRP, objetivando calcular as necessidades de capacidade instaladas, ou seja, a utilização da mão de obra e equipamentos a fim de completar o previsto no programa mestre de produção – ou MPS (Master Production Sched) – (MARTINS; LAU- GENI, 2005). Em suma, apesar de os módulos MRP e CRP trabalharem de forma independente, o processo MRP/CRP é o “motor” do sistema MRP II, gerando o plano de produção do produto acabado e, con- sequentemente, o programa mestre de produção (CORRÊA; GIANESI; CAON, 2008). AtençãoAtenção A Tecnologia da Informação (TI) tornou-se uma ferramenta inerente à gestão das empresas. Com esse novo concei- to de gestão empresarial, surge a Gestão de Recursos de Informação (GRI), ou Information Resource Management, fundamentada em três componentes: • Informação, como sendo o modo organizado para apresentar e usar o conhecimento das pessoas para a ges- tão empresarial; • Sistemas de informação – SI, que criam um ambiente integrado e consistente capaz de tratar e fornecer infor- mações necessárias a todos os usuários; • Tecnologia da informação – TI, entendida como a adequada utilização das ferramentas de informática, comu- nicação e automação, juntamente com as técnicas de organização e gestão alinhadas com a estratégia de negócio para aumentar a competitividade da empresa. (MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 387). O ERP, denominado como “sistemas integra- dos de gestão” ou “sistemas para o planejamen- to dos recursos da corporação”, é um modelo de gestão corporativo baseado num sistema de in- formação, visando a promover a integraçãoentre os negócios da organização e fornecer elementos para as decisões estratégicas; e tem sido implan- tado em diversas empresas. Esse sistema também permite à empresa automatizar e integrar a maio- ria de seus processos e negócio, compartilhar dados e práticas em toda a empresa e produzir e acessar as informações em tempo real. A Figura 4 apresenta o aparecimento do ERP, o qual pode ser visto como uma evolução do MRP e MRP II (MAR- TINS; LAUGENI, 2005). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 10 Figura 4 – Evolução dos sistemas do MRP ao ERP. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 388). A seguir, apresentamos algumas das vanta- gens do ERP (MARTINS; LAUGENI, 2005): facilita o fluxo de informação, integran- do as diferentes funções, tais como: ma- nufatura, logística, financeiro, Recursos Humanos (RH), entre outros; apresenta uma base de dados que tra- balha em uma única plataforma; é capaz de entrar com a informação uma única vez, possibilitando que essa informação seja acessada por todos; possibilita à empresa automatizar e in- tegrar a maioria dos negócios; a visão do negócio é estruturada por processos e não mais como funções. A Figura 5 apresenta uma visão ampla do ERP. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 11 Figura 5 – Visão geral de um ERP. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 388). Saiba maisSaiba mais Atualmente, a cada 10 empresas brasileiras, sejam grandes, médias ou pequenas, 8 utilizam algum soft- ware para gerenciar as atividades e operações no dia a dia. O componente certo, no lugar certo e na hora certa e a eliminação do desperdício é uma filosofia gerencial desenvolvida pelo japonês Taii- chi Ono, na Toyota Motor Company. A saber: é o sistema JIT (MARTINS; LAUGENI, 2005). O JIT também pode ser entendido como a produção de bens e serviços exatamente no mo- mento em que são necessários, não antes, para que formem estoques, e não depois, para que seus clientes não tenham que esperar, adicionan- do a essas necessidades a qualidade e a eficiên- cia. Resumindo: o JIT visa a atender à demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios. Entre as muitas frases que descreve o JIT, destacamos as seguintes: • Manufatura enxuta; • Manufatura de fluxo contínuo; • Manufatura de alto valor agregado; • Produção sem estoque; • Guerra ao desperdício; • Manufatura veloz; • Manufatura de tempo de ciclo redu- zido (SLACK et al., 2006, p. 482). Além de buscar eliminar os desperdícios, re- duzir os custos, diminuir os estoques e melhorar a qualidade, o JIT visa a utilizar a capacidade ple- na dos colaboradores. Em uma filosofia em que a qualidade é vital, o colaborador tem a autoridade de parar a produção, caso identifique uma situa- ção fora da prevista; devendo o colaborador es- tar preparado para corrigir as eventuais falhas ou, então, solicitar ajuda aos demais companheiros (MARTINS; LAUGENI, 2005). Uma característica predominante do JIT é que ele difere da abordagem tradicional de ma- nufatura, conforme demonstrado na Figura 6. A abordagem tradicional utiliza-se de estoques in- termediários entre os estágios processuais, per- mitindo a independência entre os estágios e a busca da eficiência, protegendo cada parte da produção de possíveis distúrbios; enquanto que a abordagem do JIT possui uma visão antônima, Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 12 enxergando os estoques como um “manto Ne- gro”, impedindo a identificação dos problemas (SLACK et al., 2006). Figura 6 – (a) Fluxo tradicional e (b) JIT entre estágios. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 389). O JIT proporciona à empresa alcançar maio- res lucros e melhor retorno sobre o capital investi- do, mas deve estar apoiado em alguns elementos, a saber: • Programa mestre: no JIT, o programa mestre de produção tem horizontes de um a três meses, objetivando que os postos de trabalho e fornecedores externos, planejem seus trabalhos; • Kanban: o JIT usa um sistema sim- ples, denominado de kanban para retirar peças em processamento de uma estação de trabalho e puxá-las para a próxima estação do processo produtivo. • Tempos de preparação: o objetivo do JIT é produzir em lotes idéias de uma unidade, visando a redução dos tem- pos de preparação ao máximo; • Colaborador multifuncional: com ên- fase nas mudanças rápidas e meno- res lotes, o colaborador multifuncio- nal torna-se necessário, O JIT requer: maior habilidade e espírito de equipe e coordenação; • Layout: no JIT, o layout deve adequar- -se a não existência de almoxarifado e a necessidade de que o estoque es- teja no chão de fábrica entre as esta- ções de trabalho; • Qualidade: elemento obrigatório no sistema JIT; • Fornecedores: os fornecedores de- vem efetuar entregas freqüentes (várias vezes ao dia, caso necessário) diretamente na linha de produção (MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 404). O kanban, “marcador” em japonês (cartão, sinal, placa ou outro dispositivo), é um método visual utilizado para controlar as ordens de pro- dução em um processo sequencial e tem como objetivo assinalar a necessidade dos materiais e garantir o componente certo, no lugar certo e na hora certa (MARTINS; LAUGENI, 2005). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 13 Às vezes chamado “correia invisível”, o kan- ban controla a transferência do componente de um estágio para o outro da produção. A forma mais simples de sua utilização é de um cartão que avisa ao estágio fornecedor quanto à necessida- de de produção e envio do componente para o estágio cliente. O kanban também pode tomar outras formas e diferentes aplicações, tais como: kanban de movimentação ou transporte, kanban de produção e kanban do fornecedor (SLACK et al., 2006). CuriosidadeCuriosidade A seguir, no Quadro 1, descrevemos as diferenças entre o MRP e o JIT. Quadro 1 – Diferenças entre MRP e JIT. MRP JIT Adota uma filosofia de planejamento, cujo foco está na elaboração de um plano de suprimentos de materiais. Enfatiza a eliminação dos desperdícios e consequentemente o aumento do retorno do capital investido. Considera a produção de forma estática, praticamente imutável. O antônimo do MRP. Utiliza softwares cada vez mais sofisticados. Utilizam sistemas visuais de controle, basicamente cartões coloridos, tornando o uso de computadores praticamente desnecessário. Permite um plano mestre de demanda variável. Necessita de um programa mestre estabilizado em base da demanda diária. Produz melhores resultados para ambientes de fabricação sob encomenda ou em pequenos lotes, para os quais a produção, por natureza, não é repetitiva. Produz melhores resultados na produção repetitiva. Fonte: Martins e Laugeni (2005, p. 410). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 14 O fato é que tanto o MRP quanto o JIT pos- suem os seus benefícios próprios. A seguir, rela- cionamos as 10 premissas do JIT: 1. Jogue fora velhos e ultrapassados mé- todos de produção; 2. Pense em formas de fazê-lo funcionar – não por que ele não irá funcionar; 3. Trabalhe com as condições existentes – não procure desculpas; 4. Não espere a perfeição – 50% está muito bom no começo; 5. Corrija imediatamente os erros; 6. Não gaste muito dinheiro em melho- rias; 7. A sabedoria nasce das dificuldades; 8. Pergunte “por que”? Pelo menos cinco vezes até que encontre a verdadeira causa; 9. É melhor a sabedoria de dezpessoas do que o conhecimento de uma; 10. As melhorias são ilimitadas. (MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 411). Uma boa indicação de livro sobre JIT e kanban é: A máquina que mudou o mundo, de James P. Womack. MultimídiaMultimídia Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. 1.1 Resumo do Capítulo 1.2 Atividades Propostas Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos e funcionamento dos softwares de controle e gerencia- mento das operações diárias de uma organização e também dos conceitos do sistema JIT e kanban, que objetiva a eliminação de estoques, movimentos e paradas desnecessárias nas operações da produção. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. Defina Administração da Produção. 2. Defina o que é JIT e quem foi seu idealizador. 3. O que o kanban controla? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 15 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos o que é e quais os tipos de arranjo físico produtivo para cada tipo de operação e produto. Vamos iniciar a discussão? Tomando por base os estudos de Slack et al. (2006), o arranjo físico de uma produção ou operação, seja de bens ou serviços, determina o posicionamento dos recursos de transformação. Em outras palavras, o arranjo físico é aquilo que ARRANJO FÍSICO E FLUXO2 a maioria de nós observaria quando entrasse pela primeira vez em uma unidade de produção ou operação. Também determina como os recursos transformados, materiais, informação e clientes são processados pela operação. Lembrando que, no modelo de transformação, os inputs para a produção podem ser classificados em: recursos transformados e recursos de transformação. A Fi- gura 7 apresenta o papel do arranjo físico no mo- delo geral de projeto em produção. Figura 7 – Atividades de projeto em administração de produção. Fonte: Slack et al. (2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 16 Entre as várias razões que determinam as decisões de arranjo físico nos tipos de produção, destacamos as seguintes: • Mudança de arranjo físico é freqüen- temente uma atividade difícil e de lon- ga duração por causa das dimensões físicas dos recursos de transformação movidos. • O rearranjo físico de uma operação existente pode interromper seu fun- cionamento suave, levando à insatis- fação do cliente ou a perdas na pro- dução. • Se o arranjo físico está errado, pode ocasionar padrões de fluxo longos ou confusos, estoque de materiais, fi- las de clientes formando-se ao longo da operação, inconveniências para os clientes, tempos de processamento longos, operações inflexíveis, fluxos imprevisíveis e altos custos (SLACK et al., 2006, p. 201). Os tipos de processo, conforme ilustrados na Figura 8, são abordagens gerais para a organi- zação das atividades e processos de produção, os quais são (SLACK et al., 2006): processos de projeto: são os que en- volvem produtos discretos, bastante customizados, com baixo volume e alta variedade. Baixo grau de repetição: a maior parte dos trabalhos tende a ser única. Exemplo: construção de navios, atividades de construtoras, perfuração de poços de petróleo etc.; processos de jobbing: são os que en- volvem baixo volume e alta variedade, tendo como característica principal que AtençãoAtenção A decisão do projeto do arranjo físico da produ- ção deve estar alinhada aos objetivos estratégi- cos da produção. Um ponto de partida para a definição do arranjo físico é a seleção do tipo de processo, o qual é constantemente confundido com o arranjo físico. cada produto deve compartilhar os re- cursos da operação com outros produ- tos. Baixo grau de repetição – a maior parte dos trabalhos tende a ser única. Exemplo: serviços de técnicos especia- lizados (restauradores de móveis, alfaia- tes, gráfica etc.); processos de lotes ou bateladas: são aqueles que cada parte da operação tem períodos em que se está repetindo, enquanto o “lote” está sendo processa- do. Exemplo: produção de alimentos congelados, manufatura da maior parte das peças de conjuntos montados em massa, como carros e a maior parte das roupas; processos de produção em massa: são aqueles que produzem bens em alto volume e variedade relativamente estreita. Nas operações em massa, as diferentes variantes de um produto não afetam o processo básico de produção. Exemplo: fábrica de automóveis; maior parte dos fabricantes de bens duráveis; processos contínuos: são aqueles que produzem grande volume e bai- xa variedade e operam por períodos e tempo mais longos; muitas vezes estão associados a tecnologias relativamente inflexíveis, de capital intensivo e com fluxo altamente previsível. Exemplo: re- finarias de petróleo, siderúrgicas e algu- mas fábricas de papel. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 17 Figura 8 – A decisão de arranjo físico. Fonte: Slack et al. (2006). AtençãoAtenção O arranjo físico deve ser elaborado de modo a proporcionar a máxima produtividade, eliminan- do movimentações desnecessárias e fluxo em um único sentido para as operações. Após a seleção do tipo de processo, deve-se definir o tipo básico de arranjo físico, destacando que o arranjo físico é um conceito mais restrito, mas é a manifestação física de um tipo de proces- so. A relação entre tipos de processo e tipos bási- cos de arranjo físico não é totalmente determinís- tica. Um tipo de processo não necessariamente implica o tipo básico de arranjo físico. Conforme apresentado na Figura 9, cada tipo de processo pode adotar diferentes tipos básicos de arranjo físico (SLACK et al., 2006). Figura 9 – Arranjo físico versus tipo de processo. Fonte: Slack et al. (2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 18 Na prática, há basicamente apenas quatro tipos básicos de arranjo físico: • Arranjo físico posicional: (também conhecido como arranjo físico de po- sição fixa) é de certa forma, uma con- tradição em termos, já que os recursos transformados não se movem entre os recursos transformadores. Em vez de materiais, informações ou clientes fluírem por uma operação, quem so- fre o processamento fica estacionário, enquanto equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem-se na medida do necessário. A razão para isso pode ser que ou o produto ou o sujeito do serviço seja muito grande para ser movido de forma convenien- te, ou podem ser (ou estar em um estado) muito delicados para serem movidos, ou ainda pode objetar-se a ser movidos. Exemplos: construção de uma rodovia – produto é muito gran- de para ser movido; Manutenção de computador de grande porte – pro- duto muito grande e provavelmente também muito delicado para ser mo- vido e o cliente poderiam negar-se a trazê-lo para manutenção (SLACK et al., 2006, p. 202). • Arranjo físico por processo: é assim chamado porque as necessidades e conveniências dos recursos transfor- madores que constituem o processo na operação dominam a decisão sobre o arranjo físico. No arranjo por proces- so, processos similares (ou processos com necessidades similares) são lo- calizados juntos um do outro. A razão pode ser que seja conveniente para a operação mantê-los juntos, ou que dessa forma a utilização dos recursos transformadores seja beneficiada. Isso significa que, quando produtos, informações ou clientes fluírem pela operação, eles percorrerão um rotei- ro de processo a processo, de acordo com suas necessidades. Diferentes produtos ou clientes terão diferentes necessidades e, portanto, percorrerãodiferentes roteiros de operação. Por essa razão, o padrão de fluxo na ope- ração poderá ser bastante complexo. Exemplos: supermercado – alguns processos, como a área que dispõe de vegetais enlatados, oferecem maior facilidade na reposição dos produtos se mantidos agrupados; alguns se- tores, como o da comida congelada, necessitam de tecnologia similar de armazenagem, em gabinetes refri- gerados; outros como as áreas que dispõem de vegetais frescos, podem ser mantidos juntos, pois dessa forma podem tornar-se mais atraentes aos olhos do cliente manutenção (SLACK et al., 2006, p. 203). • Arranjo físico celular: é aquele em que os recursos transformados, entrando na operação, são pré-selecionados (ou pré-selecionam-se a si próprios) para movimentar-se para uma parte específica da operação (ou célula) nas quais todos os recursos transformado- res necessários a atender a suas neces- sidades imediatas de processamento se encontram. A célula em si pode ser arranjada segundo um arranjo físico por processo ou por produto. Depois de serem processados na célula, os recursos transformados podem pros- seguir para outra célula. De fato, o arranjo físico celular é uma tentativa de trazer alguma ordem para a com- plexidade de fluxo que caracteriza o arranjo físico por processo. Exemplo: algumas empresas manufatureiras de componentes de computador – a manufatura e a montagem de alguns tipos de pacas para computadores podem necessitar de alguma área dedicada à produção de peças para clientes em particular que tenham re- quisitos especiais como, por exemplo, níveis mais altos de qualidade manu- tenção (SLACK et al., 2006, p. 205). • Arranjo físico por produto: envolve localizar os recursos produtivos trans- formadores inteiramente segundo a melhor conveniência do recurso que está sendo transformado. Cada pro- duto, elemento de informação ou cliente segue um roteiro predefinido no qual a seqüência de atividades re- querida coincide com a seqüência, na qual os processos foram arranjados fi- sicamente. Esse é o motivo pelo qual, às vezes, esse tipo de arranjo físico é chamado de arranjo físico em ‘fluxo’ ou em ‘linha’. O fluxo de produtos, in- formações ou clientes é muito claro Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 19 e previsível no arranjo físico por pro- duto, o que faz dele um arranjo rela- tivamente fácil de controlar. De fato, em algumas operações de processa- mento de clientes, um arranjo físico por produto é adotado ao menos em parte para ajudar a controlar o fluxo de clientes ao longo da operação. Pre- dominantemente, entretanto, é a uni- formidade dos requisitos que leva a operação a escolher um arranjo físico por produto. Exemplo: montagem de automóveis – quase todas as variantes do mesmo modelo requerem a mes- ma seqüência de processos manuten- ção. (SLACK et al., 2006, p. 207). Para finalizar, após a definição do tipo bá- sico de arranjo físico, deve-se decidir o projeto detalhado, ou seja, o ato de operacionalizar os princípios gerais implícitos na escolha dos tipos básicos de arranjo físico. O projeto detalhado possui as seguintes saídas: • a localização física de todas as insta- lações, equipamentos, máquinas e pessoal que constituem os centros de trabalho da operação; • o espaço a ser alocado a cada centro de trabalho; • as tarefas que serão executadas por centro de trabalho. (SLACK et al., 2006, p. 216). Saiba maisSaiba mais Arranjo físico é comumente chamado layout nas organizações. Veja o exemplo em “Saiba mais”. CuriosidadeCuriosidade A decisão pelo arranjo deve atender às se- guintes necessidades da produção: • Segurança inerente – todos os proces- sos que podem representar perigo, tanto para a mão de obra como para os clientes, não devem ser acessíveis a pessoas não autorizadas. • Extensão do fluxo – o fluxo de mate- riais, informações ou clientes devem Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 20 ser canalizados pelo arranjo físico, de forma a atender aos objetivos da ope- ração. • Clareza de fluxo – todo o fluxo de ma- teriais e clientes deve ser sinalizado de forma clara e evidente para clientes e para mão de obra. Por exemplo, ope- rações de manufatura em geral têm corredores muito claramente defini- dos e marcados. • Conforto da mão de obra – a mão de obra deve ser alocada para locais dis- tantes de partes barulhentas ou desa- gradáveis da operação. O arranjo físico deve prover um ambiente de trabalho bem ventilado, iluminado e, quando possível, agradável. • Coordenação gerencial – supervisão e coordenação devem ser facilitadas pela localização da mão de obra e dis- positivos de comunicação. • Acesso – todas as máquinas, equi- pamentos e instalações devem estar acessíveis para permitir adequada lim- peza e manutenção. • Uso do espaço – todos os arranjos fí- sicos devem permitir uso adequado de espaço disponível da operação (in- cluindo o espaço cúbico, assim como o espaço de piso). Uma boa indicação de site sobre layout ou ar- ranjo físico é: www.leaninstitute.org.br. MultimídiaMultimídia • Flexibilidade de longo prazo – os ar- ranjos físicos devem ser mudados periodicamente à medida que as ne- cessidades da operação mudam. Um bom arranjo físico terá sido concebido com as potenciais necessidades futu- ras da operação em mente. (SLACK et al., 2006, p. 216). Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. 2.1 Resumo do Capítulo 2.2 Atividades Propostas Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos e tipos de arranjo físico de acordo com cada tipo de ope- ração ou produto. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. O que é arranjo físico? 2. Cite os tipos de arranjo físico. 3. O que é arranjo físico por processo? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 21 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos do momento do projeto e a composição dos produtos por meio da função do desenvolvimento de produtos e servi- ços. Vamos iniciar a discussão? Conforme abordamos em Administração da Produção, a Função Desenvolvimento de Produ- to/Serviço é responsável por criar novos produtos e serviços ou alterá-los, de modo a gerar solicita- O PROJETO E O COMPOSTO DE PRODUTOS3 ções futuras de consumidores por produtos e ser- viços. Geralmente, são os produtos e serviços que os clientes enxergam de uma empresa, daí a ne- cessidade do desenvolvimento contínuo de no- vos produtos e serviços. Normalmente, os geren- tes de produção não possuem responsabilidades diretas no projeto dos produtos e serviços, mas atuam indiretamente, fornecendo informações e sugestões. A Figura 10 apresenta o encaixe do projeto do produto e serviço na produção. Figura 10 – Atividades de projeto na gestão de operações. Fonte: Slack et al. (2006). Todo projeto de produtos e serviço tem seu início e final com foco no consumidor, conforme demonstrado na Figura 11. Sendo de responsabi- lidade da Função Marketing captar, compreender e identificar as necessidades e expectativas dos clientes, procurando possíveis oportunidades de mercado. Em contrapartida, é de responsabi- lidade do Desenvolvimento de Produto/Serviço analisar e criar as especificações dos produtos e serviços, conforme necessidades geradas pelo marketing. Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 22 AtençãoAtenção A criação da especificação envolve diferentes aspectos operacionais de uma empresa e é uti- lizada como uma informação de entrada para a produção. Em linhas gerais,todos os produtos e servi- ços têm três aspectos: • um conceito, que é o conjunto de be- nefícios esperado que o consumidor está comprando; • um pacote de produtos e serviços, que é o conjunto de ‘componentes’ que proporciona os benefícios defini- dos no conceito; • o processo, que define a relação entre os componentes dos produtos e servi- ço. (SLACK et al., 2006, p. 139). Figura 11 – O ciclo de realimentação cliente-marketing-projeto. Fonte: Slack et al. (2006). O projeto de produtos e serviços está divi- dido nas seguintes etapas: geração de conceitos, triagem, projeto preliminar, avaliação e melhoria, e prototipagem e projeto final, conforme sequên- cia demonstrada na Figura 12. Figura 12 – Etapas de projetos – do conceito à espe- cificação. Fonte: Slack et al. (2006). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 23 O conceito, que compreende um pacote de produtos, é o conjunto de benefícios esperados de um produto, ou seja, é o desígnio pleno do produto ou serviço como percebido da perspecti- va do consumidor (SLACK et al., 2006). O pacote de componentes de um produto, serviços ou processo é a “parte” do projeto, a qual é transformada em um projeto final. Por sua vez, a forma do processamento inerente ao projeto do produto ou serviço é o mecanismo que formata o conceito original. Assim, o “mecanismo” do proje- to é o processo pelo qual o projeto irá realizar o conceito. As ideias para o conceito de novos produ- tos ou serviços são oriundas de fontes internas e externas, conforme demonstrado na Figura 13 e descrito a seguir: • Idéias dos consumidores: existem vá- rias ferramentas de pesquisas de mer- cado para coletar dados de maneira formal e estruturada, incluindo ques- tionários e entrevistas. Ouvir os consu- midores de maneira menos estrutura- da, às vezes pode ser um meio melhor para gerar novas idéias. • Idéias das atividades dos concorren- tes: Uma nova idéia, traduzida em um conceito, pacote ou processo comer- cializável pode dar a uma operação uma vantagem no mercado, mesmo que seja somente temporária. Organi- zações concorrentes terão que decidir se seguem as ações do concorrente de um produto ou serviço similar ou se, alternativamente, decidir gerar uma idéia diferente, que possa reduzir ou mesmo reverter a liderança do con- corrente. Geração do conceito nada mais é do que: satisfa- zer os desejos e anseios do consumidor. CuriosidadeCuriosidade • Idéias dos funcionários: os colabora- dores de contato em uma organiza- ção de serviços ou pessoa de vendas em uma organização de manufatura que atende a cliente todos os dias, po- dem sugerir boas idéia sobre o que os clientes gostam ou não gostam. • Idéias de pesquisa e desenvolvimento: Pesquisa usualmente significa procu- rar desenvolver novos conhecimentos e idéias para resolver um problema ou aproveitar uma oportunidade. Desen- volvimento é o esforço para tentar uti- lizar e operacionalizar as idéias oriun- das da pesquisa. • Engenharia Reversa: A ‘engenharia reserva’ consiste em desmontar um produto para entender como uma or- ganização concorrente o fez, ou seja, é analisar exata a cuidadosamente um projeto de um concorrente e como o produto foi produzido pode ajudar identificar suas características-chaves. (SLACK et al., 2006, p. 144). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 24 Figura 13 – As ideias podem originar-se dentro e fora da organização. Fonte: Slack et al. (2006). Antes de começar o projeto preliminar, deve-se efetuar a triagem do conceito sob três aspectos: viabilidade, aceitabilidade e vulnerabi- lidade. A triagem deve ser submetida à análise de diversas funções, como, por exemplo: marketing, produção e financeiro, conforme demonstrado no Quadro 2. Quadro 2 – Questões de triagem das funções marketing, produção e financeiro. Fonte: Slack et al. (2006). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 25 O projeto preliminar tem de início uma pri- meira versão, com os seguintes pontos: • especificação dos produtos e serviços componentes do pacote; • definição dos processos para gerar o pacote (SLACK et al., 2006). Nessa etapa, deve-se definir a composição do produto ou serviço, ou seja, especificar a estru- tura do pacote de produto ou serviço, a saber: a ordem e as quantidades em que os componentes do pacote devem ser agrupados e a lista de mate- riais (SLACK et al., 2006). Exemplo A estrutura de um produto – em nosso exemplo, um telefone – demonstra como os com- ponentes se agregam para formar um produto ou serviço, conforme apresentado nas Figuras 14 e 15 e dos componentes relacionados a seguir: • Uma carcaça de fone; • Uma carcaça de base; • Um fone de ouvido; • Um microfone; • Um fio; • Um cabo elétrico de entrada; • Um circuito eletrônico; • Um plugue. (SLACK et al., 2006, p. 149). Figura 14 – Estrutura de produto para o telefone. Fonte: Slack et al. (2006). Figura 15 – Lista de materiais para telefone. Fonte: Slack et al. (2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 26 Após especificar os componentes do pa- cote, devemos definir os processos que reunirão os vários componentes para produzir o produto ou serviço final. Entre as diversas técnicas utili- zadas, apresentaremos duas: as que mostram o fluxo de materiais, pessoas ou informações por meio da operação produtiva; e as que identificam as diferentes atividades que ocorrem durante o processo. Para tanto, iremos estudar quatro tipos comuns de técnica de documentação de projeto (SLACK et al., 2006): 1. Diagrama de fluxo simples: os quais são utilizados para identificar os prin- cipais elementos de um processo, os quais usualmente, incluem símbolos que foram originados no diagrama de fluxos de computador e que identifi- cam as decisões chaves no processo e as implicações de cada decisão [veja o exemplo na Figura 16]. (p. 150). Figura 16 – Diagrama de fluxo de informação. Fonte: Slack et al. (2006). 2. Folhas de roteiro: as quais fornecem mais informações sobre as atividades envolvidas no processo, incluindo uma descrição da atividade e as ferra- mentas ou equipamentos necessários [veja o exemplo no Quadro 3]. (SLACK et al., 2006, p. 151). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 27 Quadro 3 – Folha de roteiro para telefone. Fonte: Slack et al. (2006). 3. Diagrama de fluxo de processo: esse tipo de diagrama, que documenta o fluxo e as diversas atividades, usa di- versos símbolos diferentes para iden- tificar os diferentes tipos de atividades [veja os exemplos no Quadro 4 e na Figura 17]. (SLACK et al., 2006, p. 151). Quadro 4 – Símbolos para diagrama de fluxo de processo. Fonte: Slack et al. (2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 28 Figura 17 – Diagrama de fluxo de processo. Fonte: Slack et al. (2006). 4. Estrutura de processamento do clien- te: é um método de diagramação que visa especificamente aos fluxos de clientes [vide exemplo da Figura 18]. Identificar algumas das atividades chaves que podem ocorrer durante o ‘processamento’ de clientes por meio da operação, incluindo: a seleção; o ponto de entrada; o tempo de respos- ta; o tempo de impacto; a prestação; o ponto de partida; e o acompanha- mento. (SLACK et al., 2006, p. 152).Figura 18 – Estrutura de processamento do cliente. Fonte: Slack et al. (2006). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 29 O objetivo dessa etapa da atividade de pro- jeto é avaliar o projeto preliminar, verificando se pode ser melhorado antes que o produto ou ser- viço seja testado no mercado. Há diversas técni- cas que podem ser empregadas nessa etapa para avaliar e melhorar o projeto preliminar, como, por exemplo: Desdobramento da Função Qualidade (Quality Function Deployment – QFD), Engenharia Uma boa indicação de site sobre gerenciamento de projetos é: www.pmi.org. MultimídiaMultimídia de Valor (Value Engineering – VE) e Métodos de Ta- guchi (SLACK et al., 2006). Finalizando, temos a última etapa, a qual tem como objetivo transformar o projeto me- lhorado em um protótipo, a fim de que o mesmo possa ser testado. Protótipo de produtos pode incluir modelos em cartão/papelão ou argila e si- mulações em computador. Já em relação aos ser- viços, o protótipo pode compreender simulações em computador ou a simulação real do serviço em uma escala piloto (SLACK et al., 2006). Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. 3.1 Resumo do Capítulo 3.2 Atividades Propostas Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos para elaboração e concepção de projetos e desenho de fluxos de processos de acordo com a viabilidade, aceitabilidade e vulnerabilidade. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 1. Qual é a responsabilidade da função Marketing em projetos? 2. Quais são os critérios de avaliação para as funções Marketing, Produção e Financeiro? 3. Quais são os símbolos e significados para o diagrama de processos? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 31 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos da administra- ção do projeto utilizando as técnicas de diagrama de rede e monitoramento do caminho crítico das atividades que antecipam a finalização do proje- to. Vamos iniciar a discussão? Para fins de administração de projetos, es- taremos abordando o método do caminho crí- tico, utilizado para o planejamento e o controle de projetos, com dois métodos distintos: PERT e CPM. Atualmente, existem softwares que efetuam todos os cálculos e lógicas apresentados neste tópico, tais como o Microsoft Project (MS Project) (MARTINS; LAUGENI, 2005). No Diagrama de Rede, cada atividade pos- sui um início e um fim, que são pontos no tem- po. Esses pontos no tempo são conhecidos como eventos. As atividades são representadas por se- tas e os eventos – ponto inicial e final – por círcu- los (chamados também nós). A seta aponta para o círculo que representa o evento final, para dar a ideia de progressão no tempo. As atividades são representadas por número ou letra e os círculos são numerados em ordem crescente, da esquerda para a direita (MOREIRA, 2006). ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS4 O exemplo a seguir e as Figuras 19 e 20 apresentam a construção de um Diagrama de Rede (MOREIRA, 2006). Exemplo A decisão de oferecer o jantar pode ser considerada a primeira atividade no projeto “oferecer um jantar”. O anfitrião, tendo decidido positivamente pelo jantar, irá, agora, comprar os ingredientes e fazer uma lista cuidadosa dos con- vidados. Essas duas atividades podem ocorrer ao mesmo tempo, embora ambas só possam ter iní- cio após a decisão de oferecer o jantar. Uma vez elaborada a lista de convidados, é possível enviar os convites. Por outro lado, uma vez comprados os ingredientes, é possível preparar o jantar. Uma vez preparado o jantar, pode-se deixar a casa em ordem para a recepção. Segue-se a recepção aos convidados, que deve obrigatoriamente ocorrer após a emissão dos convites e após se deixar a casa em ordem. Finalmente, recepcionados os convidados, pode-se servir o jantar e dar por en- cerrado o projeto. AtençãoAtenção Os termos PERT e CPM são acrônimos de Program Evaluation and Review Technique e Critical Path Method, respectivamente. As siglas significam: • PERT: Técnica de Avaliação e Revisão de Pro- gramas ou TARP (probabilístico); • CPM: Método do Caminho Crítico (determi- nístico) (MOREIRA, 2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 32 Figura 19 – Atividades envolvidas no projeto “oferecer um jantar”. Fonte: Slack et al. (2006). O Diagrama de Rede da Figura 20 corres- ponde ao exemplo anterior e à Figura 19. Ele apre- senta todas as relações de precedência, quando lido da esquerda para direita. Figura 20 – Diagrama de Rede para o projeto “oferecer um jantar”. Fonte: Slack et al. (2006). AtençãoAtenção No diagrama de rede, é importante definir cada atividade com seu tempo e sua dependência por outra atividade, objetivando a conclusão no pra- zo. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 33 Denominações do Diagrama de Rede Caminho: é qualquer sequência de ati- vidades, que leve do nó inicial ao nó fi- nal. Duração de um caminho: é a soma das durações de todas as atividades que o compõem. Caminho crítico: é o caminho com a maior duração e que governa o tempo de término do projeto, o tempo de tér- mino de um projeto é igual à duração de seu caminho crítico. Qualquer atraso nesse caminho automaticamente de- terminará um atraso no projeto. Atividades críticas: são as atividades do caminho crítico. Nenhuma dessas atividades pode atrasar sem que o pro- jeto também atrase. Numa linguagem típica, dizemos que essas atividades não têm folga ou, equivalentemente, que sua folga é zero. No exemplo da Figura 20, distinguimos dois caminhos, contendo as seguintes atividades: Caminho 1: A B D F G H; Caminho 2: A C E G H. Inicialmente, a construção de diagramas de rede para um projeto envolve a especificação de todas as atividades que compõem o projeto. Há diferentes regras básicas para se indicar as rela- ções entres as atividades. Convencionalmente, os fundamentos para a construção de um Diagrama de Rede são (MOREIRA, 2006): 1. cada atividade é representada por uma única seta, cujo comprimento não pre- cisa guardar relação com a duração da atividade; 2. a direção da seta indica as progressões no tempo, como se vê na Figura 21. Figura 21 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (1). Fonte: Slack et al. (2006). Assim, a atividade W começa no nó 5 e ter- mina no nó 6 (lembre-se de que os nós represen- tam os pontos no tempo). Se uma atividade começa em um evento (nó), ela só pode iniciar depois que todas as ati- vidades terminando naquele evento tenham sido completadas. Figura 22 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (2). Fonte: Slack et al. (2006). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 34 A Figura 22 mostra que a atividade M só pode se iniciar depois que se completem as ativi- dades J, K e L. Figura 23 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (3). Fonte: Slack et al. (2006). Na Figura 23, as atividades K, L e M não po- dem se iniciar (nenhuma delas) antes que a ativi- dade J se complete. Figura 24 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (4). Fonte: Slack et al. (2006). Na configuração da Figura 24, tanto a ativi- dade M quanto a atividade N não podem iniciar antes que sejam concluídas as atividades J, K e L. 1. Asatividades são identificadas, princi- palmente nos programas de computa- dor, por seus nós inicial e final, devida- mente numerados da esquerda para a direita. Dessa forma, é impróprio que duas atividades tenham os mesmos nós inicial e final. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 35 Figura 25 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (5). Fonte: Slack et al. (2006). Saiba maisSaiba mais Por meio da utilização do diagrama de rede, é possível determinar o caminho crítico para a conclusão do pro- jeto, devido ao tempo e dependência de cada etapa. A representação da Figura 26 está incorreta para efeitos práticos, pois mostra que a atividade C só pode começar depois que tanto a atividade A quanto B tenham sido concluídas. A represen- tação é inconveniente, pois A e B têm os mes- mos nós inicial e final. Figura 26 – Configuração para construção de Diagrama de Rede (6). Fonte: Slack et al. (2006). Conforme a Figura 26, tal situação é corrigi- da criando uma atividade fantasma, com duração zero e sem influência real no diagrama de rede. A atividade fantasma serve para auxiliar na indi- vidualização das atividades. Ou seja, a criação da atividade fantasma C” resolve o problema. Note-se que C depende diretamente de A e de C”, que por sua vez não pode se iniciar antes que B esteja concluída. Logo, indiretamente fica estabelecida a relação de dependência entre C e B. Após a construção do Diagrama de Rede, precisaremos definir a duração de cada atividade para determinar o caminho crítico, calcular a du- ração do projeto e a folga de cada atividade em particular. No COM, cada atividade tem uma só medida (determinística) de tempo. Enquanto que o PERT é empregado em projetos cujas atividades têm certa imprecisão na duração, usualmente são feitas três estimativas de tempo para cada ativi- dade: • Estimativa OTIMISTA (a): é uma estima- tiva de tempo mínimo que uma ativi- dade pode tomar. É obtida supondo- -se condições totalmente favoráveis na execução da atividade • Estimativa MAIS PROVÁVEL (m): é uma estimativa do tempo normal que uma atividade deve tomar. É o resultado que ocorreria mais freqüentemente se a atividade fosse feita várias vezes. • Estimativa PESSIMISTA (b): é uma es- timativa de tempo máximo que uma atividade pode durar. Só ocorre em condições totalmente adversas. (MO- REIRA, 2006, p. 437). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 36 Os tempos de atividades são distribuídos segundo uma distribuição beta, onde a estima- tiva MAIS PROVÁVEL m é a moda. A distribuição pode ser inclinada para a direita, para a esquerda ou centrada, dependendo da relação entre a, m e b (MOREIRA, 2006): b – m > m – a (direita); b – m = m – a (centrada); b – m < m – a (esquerda). Figura 27 – Distribuição beta. Fonte: Moreira (2006). As equações para o cálculo da duração das atividades e desvio-padrão são as seguintes (MO- REIRA, 2006): ti = 1/6 (a + 4m + b) (Equação 4.1); σi = (b – a)/6 (Equação 4.2). Exemplo Dadas as atividades que compõem certo projeto, suas durações e relações de precedência, vamos construir o diagrama de rede correspon- dente e calcular, para cada atividade, a duração esperada e o desvio-padrão (MOREIRA, 2006). Tabela 1 – Atividades do projeto (exemplo). Fonte: Slack et al. (2006). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 37 Solução O diagrama de rede é simples, dado o pe- queno número de atividades: Figura 28 – Diagrama de Rede (exemplo). Fonte: Slack et al. (2006). As durações esperadas e os desvios-padrão podem ser calculados com as Equações 5.1 e 5.2 respectivamente, onde a é a duração otimista, m a mais provável e b a pessimista. Para a atividade J, por exemplo, temos: ti = 1/6 (4 + 4x6 + 10) = 6,3 dias; σi = (10 – 4)/6 = 1 dia. Os resultados para todas as atividades estão na Tabela 2. Tabela 2 – Resultado das atividades do projeto (exemplo). Fonte: Slack et al. (2006). O desenvolvimento de um projeto pode possuir centenas ou milhares de atividades, fato que inviabiliza o cálculo manual do caminho crí- tico. Daí a necessidade da utilização de softwares, conforme já mencionamos. A forma mecânica dos cálculos envolve quatro regras fundamentais: • DATA MAIS CEDO DE INÍCIO (DCI): é a data mais próxima em que uma ativi- dade pode começar, assumindo que todas as atividades predecessores co- meçam tão cedo como possível; • DATA MAIS CEDO DE TÉRMINO (DCT): é a data mais próxima em que uma ati- vidade pode terminar; • DATA MAIS TARDE DE INÍCIO (DTI): é a data mais atrasada em que uma ativi- dade pode começar, sem que atrase o projeto; • DATA MAIS TARDE DE TÉRMINO (DTT): é a última data em que a atividade pode terminar, sem que atrase o pro- jeto. (MOREIRA, 2006, p. 439). Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 38 Objetiva-se com o conhecimento de tais ati- vidades a determinação do caminho crítico e de várias grandezas importantes. Para fins de cálcu- CÔMPUTO DE DTI E DTT III. Regra para cálculo DTI IV. Regra de cálculos de DTT A Data Mais Tarde de Início de uma atividade pode ser calculada como: DTI = DTT – t (t = duração da atividade). A Data Mais Tarde de Término de uma atividade que entra em um nó é igual à menor das DTI das atividades que deixam o nó. CÔMPUTO DE DCI E DCT I. Regra para cálculo DCT II. Regra de cálculos de DCI A Data Mais Cedo de Término de uma atividade pode ser calculada como: DCT = DCI + t (t = duração da atividade). A Data Mais Cedo de Início de uma atividade que deixa um determinado nó é igual à maior das Datas Mais Cedo de Término dentre todas as atividades que chegam ao nó. Finalizando, iremos determinar as folgas das atividades, que são definidas pelo tempo que a atividade pode se atrasar sem, com isso, com- prometer a data de término de um projeto. Exis- tem duas regras para calcular a folga de uma ati- vidade (MOREIRA, 2006): Folga = DTI – DCI; Folga = DTT – DCT. Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. 4.1 Resumo do Capítulo 4.2 Atividades Propostas Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos para administrar e controlar projetos com ênfase em dia- grama de redes e monitoramento do caminho crítico para garantir a entrega do projeto sem atrasos. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? los, são definidas as seguintes regras (MOREIRA, 2006): 1. O que é o diagrama de redes? 2. O que é o caminho crítico do diagrama de redes? 3. Cite as regras que auxiliam na determinação do caminho crítico. Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 39 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos da administra- ção das estratégias da área de manutenção, ob- jetivando a máxima disponibilidade e confiabili- dade dos equipamentos, evitando as quebras e realizando um eficiente plano de manutenção. Vamos iniciar a discussão? MANUTENÇÃO INDUSTRIAL5 Segundo Slack et al. (2006, p. 643), “manu- tenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as organizações tentam evitar as falhas ao cuidar de suas instalações físicas.” A manutenção é fundamental nas empre- sas em que as instalações físicas são determinan- tes na produção de bens e serviços. AtençãoAtenção Alguns fatoresimportantes para a produção cuidar sistematicamente de suas instalações: • Segurança melhorada: instalações bem mantidas têm menor probabilidade de se comportar de forma não previsível ou não padronizada, ou falhar totalmente, e todas podem apresentar riscos para o pessoal; • Confiabilidade aumentada: conduz a menos tempo perdido de conserto das instalações, menos interrupções de atividades normais de produção, menos variação de taxa de produto gerado; • Qualidade maior: equipamentos mal mantidos têm maior probabilidade de desempenho abaixo do padrão e causar problemas de qualidade; • Custos de operações mais baixos: muitos elementos de tecnologia de processo funcionam mais eficientemente quando recebem manutenção regularmente; • Tempo de vida mais longo: cuidado regular, limpeza ou lubrificação podem prolongar a vida efetiva das instala- ções, reduzindo os pequenos problemas na operação, cujo efeito cumulativo causa desgaste ou deterioração; • Valor final mais alto: instalações bem mantidas são geralmente mais fáceis de vender no mercado de segunda mão. (SLACK et al., 2006, p. 644). Há três tipos de abordagem da manuten- ção das instalações físicas: manutenção corretiva, preventiva e preditiva (SLACK et al., 2006). Manutenção Corretiva, como o próprio nome diz, significa deixar o equipamento traba- lhar até quebrar (ou falhar) e, depois, corrigir o problema. Ela não é necessariamente uma manu- tenção de emergência, pois entra em ação quan- do há quebra ou quando o equipamento começa a operar com desempenho deficiente. Em linhas gerais, a Manutenção Corretiva significa restaurar ou corrigir o funcionamento da máquina. Porém, é preciso estar atento, uma quebra inesperada pode gerar altos custos para a empresa (SLACK et al., 2006). Manutenção Preventiva é a manutenção realizada com a intenção de reduzir ou evitar a quebra ou a queda no desempenho do equipa- mento. Para isso, utiliza-se um plano antecipado com intervalos de tempo definidos. Aqui, os cui- dados preventivos servem para evitar quebras ou falhas (SLACK et al., 2006). A Manutenção Preditiva é aquela que visa a realizar ajustes no maquinário ou no equipa- Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 40 mento apenas quando eles precisarem, porém sem deixá-los quebrar ou falhar. Com um acom- panhamento direto e constante, é possível prever falhas, saber quando será necessário fazer uma in- tervenção e, claro, entrar em ação. A manutenção preditiva pode ser feita apenas em equipamentos que permitem a existência de acompanhamento, como as serras, por exemplo. Por isso, muitos pro- fissionais que trabalham diretamente com manu- tenção chegam até a tratá-la como uma manu- tenção planejada (SLACK et al., 2006). Há, também, a Manutenção Produtiva Total (MTP), que é a manutenção realizada por todos os empregados, por meio de atividades de pequenos grupos que visam ao controle comple- to dos equipamentos e tem sua origem na sigla inglesa TPM (Total Productive Maintenance). No Ja- pão, terra natal da MTP, ela é encarada como uma extensão natural da organização fabril. Ela é uma evolução da manutenção corretiva para manu- tenção preventiva. A MTP tem como base alguns princípios de trabalho em equipe e empowerment (autonomia), bem como uma abordagem de me- lhoria contínua para prevenir quebras. Também enxerga a manutenção como um assunto de toda a empresa, para a qual todas as pessoas podem contribuir de alguma forma. A MPT, que visa acima de tudo ao estabele- cimento de boas práticas de manutenção da pro- dução, objetiva cinco metas: 1. melhorar a eficácia do equipamento; 2. realizar manutenção autônoma; 3. planejar manutenção; 4. treinar todo pessoal em habilidades relevantes de manutenção; 5. conseguir gerir os equipamentos logo no início. O Quadro 5 apresenta os papéis e responsa- bilidades na MPT. Saiba maisSaiba mais A MPT surgiu em 1971, na Nippon Denso, empresa do grupo Toyota. Quadro 5 – Os papéis e responsabilidades de operação e de manutenção produtiva. Pessoal de manutenção Pessoal de operação Papéis Para desenvolver: • ações preventivas; • manutenção corretiva. Para assumir: • domínio das instalações; • cuidado como as instalações. Responsabilidades Treinar operadores; Planejar a prática de manutenção; Solução de problemas; Avaliar a prática operacional. Operação correta; Manutenção preventiva de rotina; Manutenção preditiva de rotina; Detecção de problemas. Fonte: Slack et al. (2006). Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 41 Saiba maisSaiba mais CuriosidadeCuriosidade Estágio 4: TPM - Manutenção Produtiva Total Estágio 3: Manutenção do Sistema de Produção Estágio 2: Manutenção Preventiva Estágio 1: Manutenção Corretiva 4 3 2 1 Para saber mais sobre a MPT, acesse o site do Instituto Japonês de Manutenção Preventiva: www.jipm.org.jp. MultimídiaMultimídia Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 42 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos dos tipos de manutenção, a corretiva, preventiva, preditiva e sobre a MPT. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? 5.1 Resumo do Capítulo 5.2 Atividades Propostas 1. O que é Manutenção Corretiva? 2. O que é Manutenção Preventiva? 3. O que é MPT? Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 43 TÉCNICAS JAPONESAS6 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos da maneira ja- ponesa de administrar, ou seja, abordaremos as técnicas japonesas que mudaram os conceitos de produtividade por meio da melhora significativa da qualidade. Vamos iniciar a discussão? É praticamente impossível encontrar uma fábrica japonesa suja e desorganizada, fato que era corriqueiro no Japão derrotado pós-guerra. Foi no final da década de 1960 que nasceu o mo- vimento 5S como parte do esforço empreendido para reconstruir o país, contribuindo, assim, em conjunto com outros métodos e técnicas, para o reconhecimento da poderosa inscrição made in Japan (ISNARD MARSHALL et al., 2003). AtençãoAtenção O 5S é uma filosofia voltada à mobilização dos colaboradores, por meio da implementação de mudanças no am- biente de trabalho, incluindo a eliminação de desperdício, arrumação de salas e limpeza. O método é chamado 5S porque, em japonês, as 5 palavras que designam cada fase de implantação começam com o som da letra ‘S’, a saber: 1. Seire – organização/utilização/descarte; 2. Seiton – arrumação/ordenação; 3. Seisou – limpeza/higiene; 4. Seiketsu – padronização; 5. Shitsuke – disciplina. (ISNARD MARSHALL et al., 2003, p. 116). CuriosidadeCuriosidade Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 44 O objetivo principal do 5S é mudar a ma- neira de pensar dos colaboradores para que pro- curem ter um comportamento melhor em toda a vida, seja profissional ou familiar, incentivando a capacidade criativa de cada colaborador da em- presa. As metodologias das atividades estão divi- didas em: sensibilização e perpetuação, que pos- suem duas fases, a saber: • Na Primeira Fase, a aplicação da filo- sofia tem início fixando cartazes com o objetivo de sensibilizar os colabo- radores, é interessante criar um sím- bolo para a campanha, uma figura que transmita segurança, simpatia e que consolide tudo o que se espera do programa; em seguida, estrutura- -se todo plano de ação, que envolva o treinamento a todos os colaborado- res. A próxima etapa é determinar o ‘dia da limpeza’ ou a ‘semanada limpe- za’, na qual todos os colaboradores são mobilizados à organização, utilização, descarte, arrumação, ordenação e lim- peza. (ISNARD MARSHALL et al., 2003, p. 117). • Em uma Segunda Fase, começa a per- petuação do processo, a fim de tornar a prática do 5S uma constante no dia- -a-dia do colaborador. É nessa etapa que são criadas as comissões, para de- finir as condições ideais de trabalho, os grupos de auditoria do 5S, os quais irão estabelecer a pontuação corres- pondente aos itens planejado versus realizado. (ISNARD MARSHALL et al., 2003, p. 118). Os resultados esperados no programa 5S são: • Eliminação de estoques intermediá- rios; • Eliminação de documentos sem utili- zação; • Melhoria nas comunicações internas; • Melhoria nos controles e na organiza- ção dos documentos; • Maior aproveitamento dos espaços; • Melhoria do layout; • Maior conforto e comodidade; • Melhoria do aspecto visual da área; • Mais limpeza em todos os ambientes; • Padronização dos procedimentos; • Maior participação dos colaboradores; • Maior envolvimento e empowerment; • Economia de tempo e de esforços; • Melhoria geral do ambiente de traba- lho. (ISNARD MARSHALL et al., 2003, p. 119). Segundo Martins e Laugeni (2005, p. 465), “o termo Kaizen é formado a partir de KAI, que sig- nifica modificar, e ZEN, que significa para melhor.” Kaizen (literalmente “melhoria contínua”) é uma palavra de origem japonesa com o signifi- cado de melhoria contínua, gradual, na vida em geral (pessoal, familiar, social e no trabalho). Para o kaizen, é sempre possível fazer melhor, nenhum dia deve passar sem que alguma melhoria tenha sido implantada, seja ela na estrutura da empresa ou no indivíduo. Sua metodologia traz resultados concretos, tanto qualitativamente quanto quan- titativamente, em um curto espaço de tempo e a um baixo custo (o que, consequentemente, au- menta a lucratividade), apoiados na sinergia ge- rada por uma equipe reunida para alcançar metas estabelecidas pela direção da empresa (MARTINS; LAUGENI, 2005). Usado como uma filosofia gerencial, o kai- zen pode ser aplicado de maneira segmentada nas organizações: • kaizen de projeto: desenvolver novos conceitos para novos produtos; • kaizen de planejamento: desenvolver um sistema de planejamento, quer para a produção, para finanças ou marketing; • kaizen de produção: desenvolver ações que visem eliminar desperdí- cios no chão-de-fábrica e melhorar o conforto e segurança no trabalho. (MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 466). AtençãoAtenção O 5S é o trabalho base para a preparação e im- plantação da manutenção produtiva total. Técnicas de Administração da Produção Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 45 O kaizen é mais amplo que o conceito da gestão da qualidade total, pois além de abordar diversas técnicas, é uma filosofia que objetiva a melhoria contínua dos gerentes e operários em todos os aspectos da vida. As técnicas abordadas no kaizen são: gestão da qualidade total; melhoria contínua da quali- dade; JIT; 5S; TPM; poka-yoke; projeto de novos produtos; zero defeito; kanban; círculos da quali- dade; parcerias cliente-fornecedor; Single Minute Exchange of Die (SMED); e orientação aos consu- midores e grupos autônomos (MARTINS; LAUGE- NI, 2005). Martins e Laugeni (2005) define que poka- -yoke significa “a prova de erros”. O ideal é que todo produto seja projetado de forma a eliminar qualquer possibilidade de defeito. Essa ferramen- ta também pode ser estendida a serviços, objeti- vando projetar sistemas a prova de erro. Esse sistema foi desenvolvido por Shigeo Shingo, em 1961, período que contempla o con- ceito do Sistema Toyota de Produção. Podemos considerar o poka-yoke como uma metodologia, a qual, na época, foi desenvolvida em função dos problemas que envolviam os erros humanos (es- quecimento, distração, erros propositais ou pre- meditados) e também em função de problemas nos equipamentos (desgaste, quebras, desregu- lagens, material etc.). Para obter mais informações e curiosidades so- bre 5S e kaizen, acesse o site: www.5s.com.br. MultimídiaMultimídia Nas empresas, essa metodologia faz parte ou tem responsabilidade nas áreas que atuam com métodos e processos, ou nas áreas de enge- nharia. Esse sistema hoje traz resultados não so- mente aos processos e à correção de erros, mas também é desenvolvido de forma a dar segu- rança aos usuários de equipamentos, por meio de dispositivos que impedem o funcionamento da máquina em função de um perigo iminente (prensas, injetoras etc.). Os modelos de dispositivo vão de simples aplicações, como um checklist, desenhos orien- tadores, até modelos mais desenvolvidos, como sensores ópticos, eletrônicos e magnéticos. Caro(a) aluno(a), Finalizamos este capítulo aqui, agora fare- mos um breve resumo para seu melhor entendi- mento. 6.1 Resumo do Capítulo Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, estudamos os conceitos das Técnicas Japonesas de Qualidade Total e as ferramen- tas neles aplicadas. Vamos, agora, avaliar a sua aprendizagem? Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 46 1. O que é 5S? 2. Quais são os 5 Ss e seus significados? 3. O que é kaizen? 6.2 Atividades Propostas Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 47 QUALIDADE7 Caro(a) aluno(a), Neste capítulo, trataremos os conceitos de Gestão da Qualidade Total, Sistemas de Gestão da Qualidade e as Ferramentas da Qualidade. Vamos iniciar a discussão? A partir da década de 1970, o conceito de qualidade torna-se um diferencial na competi- tividade das empresas. As indústrias japonesas, orientadas pelo norte-americano W. E. Deming, tornam-se altamente competitivas, principalmen- te no seguimento automotivo, inibindo a venda de veículos dos demais fabricantes mundiais. Atualmente, é impossível manter-se no mercado sem qualidade, uma vez que a qualidade deixou de ser um diferencial e passou a ser uma obriga- ção. Entre as muitas definições de qualidade, des- tacamos as seguintes: • Transcendental: entende-se qualidade como sendo constituída de padrões elevadíssimos, mundialmente reco- nhecidos; • Focada no produto: a qualidade é constituída de variáveis e atributos que podem ser medidos e controlados e determinada e percebida pelo cliente, para fins de controle devemos considerar os seguintes elementos: carac- terísticas operacionais principais, características operacionais adicionais, confiabilidade, conformidade, durabili- dade, assistência técnica, estética e qualidade percebida; • Focada no usuário: segundo Juran, ‘a qualidade é a adequação ao uso’, mas existem enormes dificuldades na conceituação de termos como: uso, satisfação, durabilidade ou mesmo na identificação clara de usuário/cliente do produto; • Focada na fabricação: segundo P. Crosby a ‘qualidade é a adequação às normas e às especificações’; • Focada no valor: Feigenbaum entende que, para o consumidor, a qualidade é uma questão de o produto ser adequado ao uso e ao preço. (MARTINS; LAUGENI, 2005, p. 498). Saiba maisSaiba mais A qualidade impacta diretamente a produtividade da produção, pelo fato de que os produtos com qualida- de são produzidos com os menores custos, menos re- trabalho e melhor percepção pelo cliente. Wagner Teixeira dos Santos e Rogério Carlos Tavares Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br 48 O conceito adotado para custo da qualida- de é mesmo enfocado por diversos especialistas, a saber: “os custos decorrentes da falta de quali- dade”, os quais são classificados como: de preven- ção, de avaliação e de falhas internas e externas. Objetivando amenizar os custos da qualidade, as organizações podem adotar a implantação de um programa de custos da
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