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NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com AULA 2 -TGP - DATA 05/10/16 STJ Vimos na aula pretérita a competência do Supremo Tribunal Federal. Na ordem constitucional do tratamento da matéria, o STJ. Mas a gente só compreende o STJ se recorrer a alguns subsídios históricos porque o STJ é um tribunal muito recente, foi criado com a Constituição que hoje está aniversariando (05 de outubro). Então vamos ver aqui as duas situações, após a Constituição e antes, para a gente compreender bem isso. Hoje nós temos em termos de justiça comum, vamos abstrair por enquanto as chamadas jurisdições especializadas, em termos de justiça comum que são ordinárias a gente tem no ápice o STF, como instância imediatamente anterior o STJ, que é o segundo grau de jurisdição em matéria não constitucional dos TRFs, e dos TJs tanto dos Estados Membros como do Distrito Federal. E os TRFs, por sua vez, é o segundo grau de jurisdição dos Juízos Federais. Os TJs são duplo grau de jurisdição dos Juízos de Direito, essa é a situação que temos hoje. Na ordem constitucional pretérita (antes da Constituição) não era assim, nós tínhamos o STF e tínhamos um único Tribunal de Justiça Federal, tínhamos o antigo Tribunal Federal de Recursos e os Juízes Federais. Na Justiça do Estado não houve modificação – TJ dos Estados e TJ do Distrito Federal e Territórios, e em primeiro grau de jurisdição os juízes de Direito. Não tinha o STJ, as atribuições do STJ, que nós vamos começar a estudar, eram do STF também. Então o STF tinha a competência que nós estudamos e mais a que vamos estudar do STJ. Após a Constituição de 1988: NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com Antes da Constituição de 1988: O STJ é o tribunal de cúpula para rever as decisões em matéria não constitucional da justiça comum a exemplo do que existe na justiça especializada, (Ex.: no TST, no TRTs e Juízos do Trabalho). Então esta instância (STJ) era tudo assumido pelo STF, é claro que não se demandava tanto como se demanda hoje, mas o Supremo já vinha assoberbado há muito tempo. Essa explicação histórica é extremamente importante para valorizar mais o trabalho do Supremo e o trabalho do STJ. O STJ como o STF ou como qualquer tribunal tem competência originária e competência recursal, então vamos começar a ver a competência originária do STJ, não é pouca coisa, o art. 105. É importante lembrar, não é de nossa matéria, é só pra gente se situar, o STF todos sabem que é formado por 11 ministros, o STJ é bem maior, é três vezes o STF em número de ministros, são 33 ministros. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: (Isto é, em 1º GRAU de jurisdição). a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais; Se vocês entrarem no site do STJ e souberem o nome de um desembargador do TJ, que tem vários, que estão sendo acusados de crimes, a competência é do STJ, nos crimes comuns. Não sei se foi na semana passada ou na retrasada em que a ministra do STJ expediu ordem não sei se foi de prisão provisória ou de condução coercitiva de desembargadores do Ceará para depor em juízo ou na polícia federal por crimes que eles já foram acusados, já tem denúncia ou tem só o inquérito NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com policial, não sei, mas é da competência do STJ de crime comum, a história é que eles estariam vendendo sentenças. A competência aqui é por PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, fulano se aposentou dessas atribuições, o processo sai do STJ e vai ou para a Justiça Estadual (Juiz de Direito) ou Juízo Federal, enquanto está na função a competência é originária do STJ. b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; Quando essas ações, só essas, questionarem atos administrativos praticados por estas autoridades, a competência originária (quer dizer, o processo já começa no STJ) é do STJ, no 1º grau de jurisdição. E a decisão do STJ cabe recurso? Cabe para o STF, naquelas hipóteses de recurso ordinário, quando for mandado de segurança denegada a ordem, e se não for essa hipótese, se a ordem for concessiva só cabe recurso para o STF se a decisão do STJ ferir a constituição, como nós vimos na aula passada. c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; Os HABEAS CORPUS, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a”. É obvio, se as pessoas da alínea “a” têm PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, se elas vão manejar um habeas corpus naqueles crimes na competência do STJ é obvio que o habeas corpus tem que ser no STJ, por simetria é a mesma razão. Essa ressalva, exceção, não tem sentido porque essa matéria da justiça eleitoral não vai para a justiça comum. Vai para a justiça eleitoral, a questão é saber qual o órgão da justiça eleitoral. Principiologicamente já estava excluído, mas o excesso de informação não prejudica. A previsão da alínea “b” vai ser uma constante em todos os tribunais, já vimos no STF e agora vamos ver quando é que o STJ julga conflito de competência a depender quais são os órgãos judicantes em conflito. d) os conflitos de competência entre quaisquer tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, "o", bem como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre juízes vinculados a tribunais diversos; Essa ressalva ai é ressalvando a matéria do STF, nem era preciso ressalvar, porque se já é da competência do STF, outro não vai invadir. Mas a competência do STF é muito simples da gente compreender. Quando é que o STF julga conflito de competência ou conflito de jurisdição? É quando um NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com dos sujeitos em conflito, um dos órgãos em conflito é tribunal superior, havendo um tribunal superior e até um tribunal de menor hierarquia, como tem um tribunal superior no meio só quem pode julgar o conflito é o STF. Aqui não, na alínea “d”, os dois tribunais são de escalão mais abaixo, bem como, entre tribunal e juízes a ele não vinculados. Vamos imaginar uma situação: conflito entre TRT e o Juiz do Estado, se tem juiz não vinculado à tribunal, nem pode julgar o TST, nem pode julgar o TJ, então vai logo para o STJ. Ou então, entre TRT e TRE, dois tribunais regionais, quem vai julgar o conflito é o STJ. E a outra possibilidade, a outra previsão é entre juízes vinculados a tribunais diversos, então o conflito entre o Juízo do Trabalho e o Juízo de Direito, nem pode julgar o TRT, nem pode julgar o TJ, como são vinculados a tribunaisdistintos quem vai julgar é o STJ. Da mesma maneira que o Juiz de Direito de Alagoas e o Juiz de Direito de Sergipe são vinculados a tribunais distintos, então quem vai julgar é o STJ. Não tem novidade na alínea “e” porque aprendemos isso no STF e aqui é a matéria que ocorre no STJ. e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus julgados; Dos processos que tenham terminado no STJ, feito COISA JULGADO no STJ, então a REVISÃO CRIMINAL e a AÇÃO RESCISÓRIA são de competência do STJ ou então era um processo da própria COMPETÊNCIA ORIGINARIA do STJ, dá no mesmo, quem vai julgar a AÇÃO RESCISÓRIA ou a REVISÃO CRIMINAL será o STJ. Essa alínea “f” tem no STF e aqui no STJ tem o seu equivalente. f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões; O Ministro da Justiça achando que é “o tampa” decide matéria que é de competência do STJ, quem teve o interesse lesado pela decisão do Ministro da Justiça, (podia ser do TCU por exemplo, ou do Senado), vai reclamar perante o órgão que teve a competência usurpada, não é perante o usurpador, vai mover uma AÇÃO DE RECLAMAÇÃO que é DESCONSTUTIVA para anular aquele ato administrativo, para desconstituir aquele ato que prejudicou alguém ou prejudicou por invasão da competência do STJ. Tem isso no STF, vimos isso na aula passada. Alínea “g” é novidade para nós porque até então só sabíamos o que era conflito de competência e conflito de jurisdição. Aqui é conflito de ATRIBUIÇÃO ADMINISTRATIVA, duas autoridades administrativas aqui mencionadas estão dizendo que são competentes para praticar aquele ato ou não são competentes para administrar aquele ato administrativo, e essa autoridade administrativa pode ser até do judiciário. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com g) os conflitos de atribuições entre autoridades administrativas e judiciárias da União, ou entre autoridades judiciárias de um Estado e administrativas de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da União; Plenamente possível, por exemplo, o governador do Distrito Federal praticar um ato ou não praticar um ato e dizer que quem é competente é o Presidente da República, e o Presidente da República dizer que não é ele competente para praticar tal ato. E aí a população vai ficar desassistida? Não, o STJ vai ser instado (provocado) por quem tiver interesse para dizer quem é o competente para aquela atividade administrativa. É conflito de atribuição da instância administrativa. Aqui pode até ser em instância judicial, mas no exercício de atividade administrativa. Alínea “h” nós vamos ver o mandado de injunção em vários tribunais a depender apenas qual é a autoridade ou órgão que está em omissão regulamentar. h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; Vejam essas exceções já estão todas diluídas na constituição, o excesso não prejudica. O último acréscimo de competência ao STJ (alínea “i”) foi feito na emenda constitucional nº 45 e essa alínea aí na nova ordem constitucional era da competência originária do STF e foi revogado este inciso do STF e foi introduzido aqui (no STJ). i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) A homologação de sentença estrangeira. O que é isso? Alguém tem uma sentença condenatória para ser executado no Brasil, mesmo que seja originária da justiça portuguesa, que a gente entende tudo, como é um ato de soberania estrangeira não se pode pegar e executá-la no Brasil. Vamos admitir, algum brasileiro mora na Cidade do Porto e responde a um processo civil condenatório, é condenado, transitou em julgado, ele morava lá e quando estava próximo de transitar em julgado ele mudou-se para o Brasil, foi morar em Goiana e trabalhar na montadora de Goiana. O processo transitou em julgado, a execução vai ser no Brasil. Há uma prática, um costume do direito internacional que é previsto e disciplinado na nossa Constituição, que é preciso passar pelo crivo do STJ, então o STJ deve homologar a sentença estrangeira. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com O STJ não vai REJULGAR a matéria, já está julgada, o STJ vai fazer o seguinte exame, se o teor da decisão agride os princípios basilares que formam os objetivos da República Federativa do Brasil. Se não agredir, se estiver consoante, o STJ homologa. Isso no novo código de processo civil chama de AÇÃO DE HOMOLOGAÇÃO. Então o credor ajuíza essa ação de homologação no STJ, o STJ manda uma CARTA DE ORDEM ao Juiz Federal de Goiana para intimar o brasileiro que mora em Goiana para ele comparecer ao STJ e contestar, se quiser, a ação de homologação. Nessa ação de homologação, ele só vai poder alegar uma matéria que a decisão agride os princípios basilares informativos objetivos da República Federativa do Brasil. Terminou o julgamento que é simples, homologou, homologar significa nacionalizar, o STJ abrasileirar, atribui efeitos jurídicos internos a decisão oriunda do país soberano. Aí homologada a sentença estrangeira, o credor vai promover em Goiana a execução do julgado. Tudo isso acontece via Itamaraty, o Itamaraty manda para o STJ. E a outra hipótese prevista nesta mesma alínea “i” é concessão de exequatur as cartas rogatórias. Quando um juiz de um lugar pede que o juiz de outro lugar pratique um ato processual isso vai por carta precatória, mas quando envolve países soberanos a tradição, o nome no direito internacional é CARTA ROGATÓRIA. É assim, Justiça Rogante - Justiça de Moçambique, Justiça Rogada - Justiça Brasileira. Vamos imaginar, em Moçambique está arrolado um processo civil-penal em curso e foi arrolada uma testemunha que inicialmente morava lá e mudou-se para o Brasil. Fica muito caro para as partes levarem a testemunha para Moçambique, então vem uma carta rogatória solicitando a ouvida daquela testemunha para o foro do domicilio da testemunha, mas antes passa pelo STJ. O STJ não vai nacionalizar a sentença porque não há julgado ainda. O STJ vai examinar (analisar) se o ATO ROGADO, se a ouvida da testemunha está coerente ou não, se agride ou não os princípios basilares da República Federativa do Brasil em matéria de direito processual. Se estiver tudo ok, o STJ dá o EXEQUATUR. Palavra latina extremamente utilizada no direito internacional que significa o EXECUTE-SE, CUMPRA-SE, ATENDA-SE. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com Ai o STJ vai dar a CARTA ROGATÓRIA ao interessado para que ele encaminhe, leve para Goiana, para que o Juiz Federal de Goiana possa intimar o fulano, que mora na zona rural, a comparecer ao fórum e ser ouvido. Depois de ouvido, o Juiz de Goiana devolve a carta para o STJ. O STJ via Itamaraty devolve a carta ao PAÍS ROGANTE. Isso tudo demora, tem tradução juramentada, se vem da Inglaterra, de um país de língua inglesa, é feito por um tradutor juramentado e confirmado pelo consulado de lá, o cônsul atesta que a tradução está correta, aí vem para cá para o STJ em vernáculo, tem um setor no STJ que cuida disso. TUDO ISSO É COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOSTJ. E QUAL É A COMPETÊNCIA RECURSAL DO STJ? A exemplo do STF, têm duas espécies recursais que são manejadas para provocar o STJ. Uma espécie chamada RECURSO ORDINÁRIO e outra espécie chamada RECURSO ESPECIAL. O ORDINÁRIO, o STJ funciona como se fosse o Tribunal de Justiça, comum, é como se fosse o Tribunal de Justiça de PE revendo a decisão praticada pelo Juiz de Direito da comarca de Olinda, sem tirar nem pôr. Mero Tribunal de Justiça, 2º GRAU de jurisdição. Em que situações? Muito limitadas, em três situações. Compete ao STJ, julgar, em RECURSO ORDINÁRIO. É uma espécie recursal, a gente já viu outro recurso com este mesmo nome, mas com outro objetivo na competência do STJ. Agora vem um recurso com mesmo nome, RO, não é Rondônia não!!!, é RECURSO ORDINÁRIO. Agora é RECURSO ORDINÁRIO para atacar outro tipo de decisão. E quem faz estágio na Justiça do Trabalho, sabe que quando o Juiz do Trabalho decide uma sentença e se quer impugna-la perante o TRT, não é como no processo civil ou no processo penal que se chama apelação. Na Justiça do Trabalho também chama-se recurso ordinário trabalhista. Vocês vão aprender isso em processo do trabalho, já no próximo semestre. Então vamos ver quais são as situações de admissibilidade de RECURSO ORDINÁRIO para o STJ. Art. 105.Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II - julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; Isso, então só para esta espécie recursal: NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com HC denegado por TRFs ou TJs em única instância. Isto é, o HC foi da competência originária de um TRF ou da competência originária de um TJ e a decisão foi denegatória, quando cabe recurso ordinário para o STJ. Ou então, em única ou última instancia. O processo começou, o HABEAS CORPUS do Juízo de Direito de Serra Talhada concedido ou negado é relevante foi para o TJ, última instância, última imediatamente anterior ao STJ. O TJ denegou, cabe recurso ordinário ao STJ. Se a decisão for concessória não cabe recurso ordinário ao STJ. O que pode caber, se a decisão concessória violou a Constituição é recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. Mas concessória não cabe recurso ordinário para o STJ, porque a Constituição restringe só para Habeas Corpus que tenha sido DENEGADA A ORDEM PRETENDIDA, preventiva ou repressiva, a Constituição não faz distinção. Da mesma maneira vem a regra abaixo: b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Muito parecido, apenas ao invés de ser HC é MS. Denegado em única instância, não tem última, é só mandado de segurança da competência originárias desses tribunais. Por que isso? A razão é muito plausível, como o mandato de segurança é para tutelar a liberdade de locomoção, um bem extremamente importante, o legislador é mais tolerante, ELE PERMITE MAIS UM GRAU DE JURISDIÇÃO. Tudo isso para mostrar o valor que o direito brasileiro atribui a liberdade humana. E por fim em termos de COMPETÊNCIA RECURSAL ORDINÁRIA. c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; Vamos imaginar, Olga estudou direito internacional e gostou muito, aí apareceu um estágio na ONU em Nova York, para ela passar 6 meses, prorrogável por mais 6 meses. Vem embora porque terminou o estágio, quando Olga chega em casa e faz as contas dos salários, Ver que a ONU deixou de lhe pagar 20 dias de estágio. Estava com tanta saudade de Recife, que nem fez as contas, aqui se deu conta que a ONU falta lhe pagar 20 dias de estágio. Olga diz: Vou demandar a ONU daqui do Brasil. Vou ajuizar uma AÇÃO DE COBRANÇA CONDENATÓRIA contra a ONU. A sentença dessa decisão cabe recurso, quem perder, para o STJ. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com E sabe quem julga essa matéria? Não é difícil de compreender, É a Justiça Federal. Então, Olga que mora em Caruaru ou em Serra Talhada vai ajuizar no seu domicilio (tem Justiça Federal em Serra Talhada!!!). E o recurso da decisão do Juiz de Serra Talhada, RECURSO ORDINÁRIO, cabe ao STJ. Vamos ver essa previsão na competência da Justiça Federal no art. 109, em 1º GRAU de jurisdição, inciso II: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; E a REVISÃO vai para o STJ. Veja, na aula passada, nós vimos uma situação em que o 1º grau de jurisdição é o Juízo Federal e o segundo grau de jurisdição é o Supremo Tribunal Federal. Eu até brinquei, disse olha, vocês pensam que o TRF fica enciumado se o recurso subir direto para o STF sem passar pelo TRF???. De jeito nenhum!!! Tem caso que sobe direto. E agora estamos vendo outro caso em que o Juízo Federal em 1º grau de jurisdição e o duplo grau dela não é o TRF, é o STJ. A gente não pode generalizar, dizer que toda decisão do Juízo Federal será revista pelo TRF, essa é a regra geral, mas tem exceções. E por que é que nas provas se pergunta mais as exceções? Porque quem sabe a exceção sabe a regra geral. Agora quem sabe a regra geral nem sempre sabe a exceção. Então está aí a competência ORIGINÁRIA E RECURSAL pela via ORDINÁRIA do STJ. Vamos ver agora o inciso III. Que é esta matéria que está no inciso III que justificou a criação do STJ. O STJ é ÓRGÃO ÁPICE DA JUSTIÇA COMUM. Tudo que nós estudamos e o que nós vamos estudar agora, na ordem constitucional pretérita, quem fazia era o STF. Então foi criado o STJ para ele ter uma função parecida com o STF, SER O GUARDIÃO, mas NÃO DA CONSTITUIÇÃO, NÃO DA NORMA CONSTITUCIONAL, mas da LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL ORDINÁRIA EDITADA PELA UNIÃO. Isto é, ele (STJ) vai zelar pela unidade de interpretação e aplicação da ordem jurídica infraconstitucional em matéria de direito comum editado pela União. O que é matéria de Direito Comum? O que não é Direito Eleitoral, o que não é Direito do Trabalho e o que não é Direito Penal Militar. Então vou fazer uma analogia: Ao STF cabe precipuamente a guarda da CF, e o STJ, vai fazer precipuamente, apesar de não usar o adverbio, a guarda da legislação, vai ser o GUARDIÃO DE COMO APLICAR CORRETAMENTE A NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL EDITADA PELA UNIÃO em matéria não penal militar, não trabalhista e não eleitoral, isto é, Direito Comum. Depois dessa explicação, vamos ver o inciso III do art. 105, compete ao STJ, Julgar, em recurso especial (esta é a espécie recursal, não é apelação, nem recurso extraordinário, chama-se recurso especial, no jargão forense a sigla é REsp.) III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; Alinea “a” não fala em constitucional. Contrariar quer dizer agredir tratado internacional incorporado a legislação brasileira ou contrariarlei federal ou negar vigência a um e a outro. b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; Quando a decisão recorrida destes tribunais julgar válido ato de governo local, Estadual, Municipal ou do Distrito Federal contestado em face de lei federal. Alinea “c” quando a decisão recorrida der a lei federal interpretação divergente da que lhe aja atribuído outro tribunal. c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. Essa matéria do inciso III, é responsável por mais de 90% de labor do STJ, e dentro destes 90%, o da alínea “c” é maioria esmagadora. Que é muito provável que o tribunal a respeito de aplicar o artigo tal do código penal não dê a mesma interpretação que outro tribunal, não é preciso a interpretação ser oposta contrária, basta que seja divergente. Direito não é uma ciência exata, então um tribunal pode interpretar diferentemente do outro. Então vejam estas alíneas revelam esta função do STJ de zelar pela unidade de interpretação e aplicação da legislação infraconstitucional de direito comum editada pela União. Então esta é que é a função do STJ, através do recurso especial. ALGUÉM NÃO ENTENDEU OU TEM ALGUMA DÚVIDA??? Aluno: Professor eu gostaria apenas que o Senhor desse um exemplo no caso da alínea “c”, do inciso III. É o mais frequente, vamos imaginar: Há uma cidade aqui no limite entre PE e PB, perto de Goiana. Fisicamente a cidade é a mesma, urbanamente falando, mas integra dois Estados. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com Do lado de PE, tenho o Juízo de Direito da Comarca de Itambé. Do lado da PB, tenho o Juízo de Direito da Comarca de Pedra de Fogo. A cidade é a mesma, mas têm dois Juízos de Direito (PE e PB), Não é como Petrolina e Juazeiro que o rio divide. Petrolina e Juazeiro são duas cidades completamente distintas, com costumes diferente, a culinária é totalmente diferente. Mas aqui não, é uma mesma cidade só que num determinado momento o sentido do paralelepípedo muda, um está horizontal e o outro vertical. Têm dois fóruns, dois Ministérios Públicos, duas paróquias, duas igrejas matriz, uma pertencente à diocese de Nazaré da Mata outra a arquidiocese da PB, etc, etc... Advogado que mora na cidade advoga lá e cá, aí ele obtém uma demanda lá que ele ajuizou, teve sucesso, houve recurso para o TJPE, o TJPE decidiu no sentido “X”, ai a notícia se espalha, Dr. Fulano ganhou uma ação que vai receber uma bolada do Estado, ai pessoas em situações idênticas procuram o mesmo advogado. E o advogado usa do mesmo precedente (decisão “X”) para persuadir o juiz de direito de Pedra de Fogo a decidir do mesmo jeito. Ai o juiz de Pedra de Fogo decide em sentido divergente de “X”. Recorre para o TJPB, e confirma a decisão diferente de “X”. Então quem perdeu o processo aqui vai usar esta decisão “X” como paradigma. Vai dizer, olhe STJ, o senhor não é responsável, não tem como zelar pela unidade de interpretação? O caso é o mesmo, aqui foi dada esta interpretação, ai eu quero esta mesma interpretação, esta é que está correta, ai você vai engrossar esse caldo, vai citar doutrina, jurisprudência, direito comparado, apresentar através de um REsp (recurso especial) ao STJ. Se o STJ reformar esta decisão, muito bem, fica tudo igual. Agora o STJ pode dizer não, vamos confirmar a decisão, essa aqui é a que está correta e não interfere nesta daqui. Não há contradição jurídica entre esta decisão e aquela, versam sobre pessoas diferentes, o fato é o mesmo. Aqui já transitou em julgado, o que pode acontecer é ela ainda estar no prazo da rescisória (ação rescisória), se o STJ consagrou esta decisão aqui, vamos tentar uma rescisória para modificar a decisão “X”. Isso fica mais difícil, se esse for o motivo para o cabimento da ação rescisória. Se não, sobrevivem as duas decisões distintamente. Nestes casos aqui fica fácil perceber porque o advogado está nesta expectativa, mas, às vezes, você não sabe dessa situação. Você perdeu aqui, em outro caso diferente do anterior, aí você vai procurar na jurisprudência uma decisão diferente desta daí para apresentar ao STJ como paradigma. Aluno: Mas o fato tem que ser o mesmo!!! Professor: Sim, o fato tem que ser o mesmo, mas as vezes o fato é o mesmo e se dá uma interpretação diferente. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com Sabe onde isso é muito comum? Em júri popular. Um determinado julgamento absorve e um outro condena. Agora, hoje com a internet para você encontrar uma decisão, todos os tribunais com as decisões indexadas, você sabendo procurar, usar os conceitos corretos, você acha. Agora, quando eu me formei não tinha STJ nem internet para achar uma decisão, você se internava numa biblioteca e pegava as revistas da jurisprudência pelo índice com uma lupa ou uma régua procurava uma por uma. Essa é a situação mais recorrente dessas alíneas todinhas, é a mais factível, dar uma interpretação divergente, aí tem os requisitos: você tem que apresentar a decisão. Então, estão aí as competências originária e recursal do STJ. Vamos começar a ver a competência dos TRFs que na ordem constitucional de tratamento da matéria é a seguinte: começa pelo art. 106. Art. 106. São órgãos da Justiça Federal: I - os Tribunais Regionais Federais; A constituição não previu quantos TRFs deveriam existir, ela previu os tribunais, mas a criação foi mais ou menos um ano depois, em 1989, os tribunais foram criados (cinco tribunais) e uma decisão do STJ decidiu onde estes tribunais iriam ficar, um deles ficou aqui na nossa cidade. II - os Juízes Federais. Quando se fala em Justiça Federal não se quer dizer justiças mantidas pela União somente, porque tem outros órgãos que são mantidos pela União que não estão aí, como a Justiça Eleitoral, a Justiça do Trabalho, o STJ, o STF. Quando ele quer dizer Órgão da Justiça Federal é neste contexto, neste significado aqui da Justiça Federal comum, não justiça mantida pela União. Porque eu tenho aqui o TJDF e Território que é mantido pela União, mas não é Justiça Federal. E outra coisa que precisa ser dita é que o legislador no art. 106 - são órgãos da Justiça Federal os TRFs e os Juízes Federais. Os JUÍZES NÃO SÃO ÓRGÃOS, JUIZ É A PESSOA QUE TITULARIZA O ÓRGÃO, se isso estivesse certo, só quem poderia ser juiz seria pessoa do sexo masculino. É uma impropriedade de linguagem, que a gente não pode exigir do legislador constituinte que use um vernáculo castiço. NOVINHOS DO DIREITO NOVINHOS DO DIREITO Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com Então como a gente supera isso? Com teoria. O órgão a rigor seria Juízo Federal que pode ser titularizado por juiz ou por juíza. Pois bem, então sobreveio em 1989 uma lei que criou 5 tribunais (TRFs), mais adiante podem ser criados outros, mas permanecem os 5. O nosso tribunal sediado no Cais do Apolo tem uma jurisdição na seguinte base territorial CE, RN, PB, PE, AL e SE. Agora, o nome é horroroso! Não se submete ao exame de estética da linguagem – Tribunal Regional Federal da 5ª Região, Regional da Região, horroroso isso!!! É um estupro para os ouvidos!!! Essas coisas são difíceis de mudar. Como poderia ser? Tribunal Federal da 5ª Região, disse tudo! ou então, Tribunal de Justiça da 5ª Região. Quem fez a revisão da Constituição foi um grande professor de português, já falecido, Celso Luft, ele anotou tudo isso, mas ninguém quis mudar. Só maisum exemplo, o TRF da 4ª Região engloba os 03 estados do Sul: PR, SC e RS, sediado em Porto Alegre. Daí porque as decisões da Lava Jata, o segundo grau de jurisdição é o TRF da 4ª Região, sediado em Porto Alegre. Então, os TRFs, eles como qualquer tribunal têm COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA e COMPETÊNCIA RECURSAL, não poderia deixar de ser, a razão de ser dele por excelência é ser INSTÂNCIA REVISORA, mas por razões de PRERROGATIVA DE FUNÇÃO, algumas matérias de maior repercussão já começam na COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA do TRF. O TRF, este que a gente está estudando fica no Cais do Apolo, aquele prédio horroroso, hoje acho que a prefeitura não daria autorização para sua construção, um prédio daquele, numa área histórica, um prédio com linhas pretensamente modernas, um horror!!! E depois é o seguinte, nas duas extremidades tem duas salas que não tem nada, tem colunas, chamadas de salas das colunas, não tem nada, a gente pensa logo que o engenheiro e o arquiteto passaram filando, a gente pensa logo mal. Pois bem, qual a competência originária do TRF? Está dito ai no art. 108. A composição deste tribunal varia, o nosso é o menor, 15 juízes. O TRF de São Paulo tem mais de 50 juízes. O TRF do Rio de Janeiro, mais de 30 juízes. O nosso é o menor. Devido ao movimento forense vai se criando cargos, aumentando o tribunal. NOVINHOS DO DIREITO
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