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TRANSCRIÇÕES TGP - PROF UBIRATAN MAURICIO

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NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
TGP – AULA DO DIA 19/10/2016 
(Continuando competência da justiça federal) 
Inciso VI – crimes contra a organização do trabalho e 
crimes contra o sistema financeiro. 
Por conta deste preceito que instalou-se um processo chamado “Lava Jato”. 
Inciso VII – os habeas corpus em matéria criminal de sua 
competência. 
- Se os crimes são de competência da justiça federal, os habeas corpus relacionados 
à discussão desses processos, a competência só pode ser da justiça federal. 
- Mandado de segurança ou habeas data impetrado contra autoridade ou ato federal, 
com exceção dos casos de competência dos tribunais. 
 Esta exceção não faz sentido, pois se é de competência dos tribunais, não tem 
porque ir para a justiça federal. 
 Mandado de segurança só é manejado contra ato de autoridade federal. Não 
pode haver mandado de segurança contra uma empresa privada, um banco 
privado, uma pessoa física. O mandado de segurança é contra quem exerce 
ato de autoridade. Ex: o presidente da comissão de licitação da secretaria de 
educação. O chefe da tesouraria da universidade federal de Pernambuco, ou 
seu reitor. Sempre contra ato de autoridade. O que pode ocorrer é que em 
numa atividade pública federal, a autoridade seja um sujeito de direito privado, 
a uma pessoa jurídica, e o responsável por essa pessoa jurídica pode ser 
demandado relativamente à delegação. 
Por exemplo: A atividade administrativa é delegada. Se eu tenho uma rodovia, no 
plano estadual, que o oferecimento de serviço e a conservação, o estado faz uma 
licitação e o vencedor tem um contrato, por delegação, daquela atividade 
administrativa. No plano federal, o mais frequente é o ensino superior. O governo 
federal não dá conta porque não consegue, ou porque não quer dar conta, então 
ele delega para particulares. Estabelecimentos de ensino particular. Quando o 
ensino é formal, precisa de um autorização governamental, que é a delegação. O 
responsável pelo estabelecimento de ensino pode ser sujeito passivo de um 
mandado de segurança. É comum, em época de vestibular, a Unicap ou outras 
universidades particulares, serem demandadas em juízo. A demanda é contra o 
reitor da universidade. Hoje é uma pessoa que ocupa esse cargo, amanhã será 
outra. 
Ex: Em termos de ensino é muito frequente o caso quando uma pessoa, sem ter 
concluído o ensino médio, faz um vestibular e passa em um curso disputado. Ele 
sabe que se for se matricular, não tem a ficha 19, então ele entra preventivamente 
com um mandado de segurança contra o reitor, pedindo um provimento 
condenatório de uma obrigação de fazer, que a universidade seja obrigada a 
matriculá-lo. Se ele tem razão ou não é outra história, mas isso pode ser manejado 
NOVINHOS DO DIREITO
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Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
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por mandado de segurança na justiça federal. Da mesma maneira, se alguém 
quiser questionar que deseja fazer duas disciplinar que sejam pré-requisito, como 
civil 6 e civil 7, no mesmo semestre. O aluno irá demandar isso na justiça federal. - 
Agora, se não tiver a ver com o ensino, se for um acidente e a universidade não 
quer pagar indenização, aí isso não tem a ver com o ensino, seria ajuizado na 
justiça do trabalho, mas as questões relativas ao ensino serão demandadas na 
justiça federal. 
Yuri Soberano pergunta: Por questão de curiosidade, isso não seria um ato interna 
corporis, não? 
Bira: Não, interna corporis seria, por exemplo, revisão de prova. A questão de 
legalidade da admissão na universidade é demanda da justiça federal. Tem disciplina 
legal para questionar essa questão dos pré-requisitos. Tanto é assim que, na época 
em que eu me formei (Eu = Bira), o diploma da universidade eu não recebi assim que 
me formei. Eu fiz uma procuração pra uma tia minha receber meu diploma e ela veio 
receber na universidade. Ela achou estranho porque no diploma tinha um símbolo da 
Unicap e um símbolo federal. Falava em república federativa do Brasil, ministério da 
educação. Então minha tia disse “eu não sabia que a católica tinha sido estatizada”. 
Não, é uma atividade delegada. Hoje no diploma, só sai “universidade católica”, sem 
nenhuma referência à delegação, mas ela existe. 
Inciso IX – crimes cometidos a bordo de navios ou 
aeronaves. Ressalvada a competência da Justiça Militar. 
 Claro, se é uma aeronave militar, o crime acontecido vai ser julgado na Justiça 
Militar. Mas, fora disso, a bordo de navio ou aeronave, mesmo que seja uma 
viagem interna, de Recife para São Paulo, se ocorrer qualquer lesão, crime 
contra a honra, a competência é da justiça federal. Por quê? Porque a união se 
obrigou, perante o conselho das nações, zelar pela segurança nos transportes 
aéreos e aquáticos. Toda vez que acontece um crime em um avião ou navio, 
quem recebe o navio ou avião é a polícia federal, porque vai para a justiça 
federal. 
Pergunta de Valery: é um juiz militar ou um superior que julga? 
Bira: não, é um Auditor Militar, esse é o nome técnico do Juiz Militar. Mas é juiz 
concursado, este nome é pela tradição histórica. Inclusive para ser juiz, se for um 
militar que passou no concurso, ele tem que se desligar do exército primeiro para 
assumir. Veremos isso em aulas mais adiantes. 
Essa questão de crimes a bordo de navios, o conceito de navios não é qualquer 
embarcação, tem a ver com a profundidade do calado. Calado é a parte que fica 
submersa na embarcação. O código de navegação considera como navio quando o 
calado tem x metros, se não é uma mera embarcação. Pode ser, por exemplo, que um 
iate seja uma mera embarcação e pode ser que ele seja considerado navio. Depende 
da profundidade do seu calado. 
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Ex: Teve um iate de um sheik árabe ancorado no rio de janeiro, e cabiam não sei 
quantos navios dentro. Era um iate, mas pelas leis de navegação era considerado um 
navio. 
Inciso X – crimes de ingresso ou permanência irregular 
de estrangeiro. 
 Pelo estatuto do estrangeiro, uma lei brasileira, dependendo dos tratados 
internacionais, pode ser que um estrangeiro precise de visto para ingressar no 
Brasil. Mas para a argentina ou vice versa, só a carteira de identidade já 
autoriza a entrar no país. Se alguém for surpreendido sem visto, quando ele é 
obrigatório, é um crime catalogado no estatuto do estrangeiro. Ou então ele 
tem o visto, mas venceu, então essa permanência é irregular e criminosa. O 
crime vai ser julgado pela justiça federal. Se envolver estrangeiro em matéria 
penal, vai ser pela justiça federal. 
 
 A execução de carta rogatória após o exequatur - Quando um órgão 
jurisdicional pede a outro órgão jurisdicional do mesmo país que pratique um 
ato processual, faça uma citação, ouça testemunha, etc., vai por carta 
precatória. Quando vem de país estrangeiro, o termo é Carta Rogatória. E a 
carta rogatória precisa passar pelo crivo do STJ, pra ver se ele dá o exequatur. 
É o “cumpra-se”, o “execute-se”. Quando dá o exequatur, envia para a justiça 
federal para que execute. Cumprida a carta rogatória, o juiz federal devolve ao 
STJ para ele devolver pela mala diplomática ao país rogante. Da mesma 
maneira, a execução de sentença estrangeira após a homologação. Já vimos 
isso na competência originária do STJ, é preciso que o STJ nacionalize a 
sentença estrangeira, para só depois se pleitear o cumprimento do julgado 
estrangeiro na justiça federal do domicílio do executado. 
 
 Causas referentes à nacionalidade – vocês jádevem ter visto em direito 
constitucional quais são os dados que são levados em conta pelo legislador 
para disciplinar a aquisição da nacionalidade. São basicamente dois princípios, 
o do jus sanguinis e o do jus solis. Pelo princípio do jus solis se dá em geral a 
aquisição da nacionalidade. Nascido no Brasil, brasileiro é. Não é preciso que 
seja filho de brasileiro. Pelo princípio do jus sanguinis, é a ascendência e a 
ancestralidade que conta. Na Itália, nascido de pai ou mãe italiano tem 
nacionalidade italiana. Essas são as regras gerais, mas às vezes tem situações 
que mesclam um princípio com o outro. Filho de brasileiro, nascido do 
estrangeiro, quando um dos seus pais está a serviço do Brasil, brasileiro é. E é 
considerado “a serviço do país”, se a pessoa está trabalhando para o país. A 
lei estabelece que quando essa pessoa que nasceu lá, registrada no consulado 
brasileiro, adquire a maioridade e vem morar no Brasil, até certo tempo após 
sua chegada (acho que são dois anos) ele pode optar pela nacionalidade 
brasileira. Se ele quer continuar sendo brasileiro ou não. Se não, ele vai ser 
estrangeiro pelo princípio do jus solis lá onde ele nasceu. 
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- Qualquer causa que vise apreciar uma questão dessas em juízo, ao argumento de 
que a nacionalidade pede que lhe deem fraude, é na justiça federal. 
Ex: Já li um caso numa revista que fulano veio muito novo para o Brasil, mas era filho 
de italiano. Se estabeleceu com os pais na zona rural de Santa Catarina. Cresceu lá, 
era conhecido por todos, quando chegou à idade adulta começou a namorar uma 
brasileira e queria ser brasileiro. E, por amizade ou suborno, o responsável pelo 
cartório do registro fez seu registro como se ele tivesse nascido lá. Em posse desse 
documento, ele tirou identidade e casou com a brasileira. Só que o casamento não 
deu certo e a mulher contou ao ministério público. O ministério público fez duas ações, 
uma criminal por falsidade ideológica contra ele e o dono do cartório, e uma ação civil 
na justiça federal para anular a nacionalidade brasileira que foi obtida diante de 
falsificação documental. Por que a criminal? Porque foi para tirar título de eleitor, que é 
documento federal, aí foi em detrimento de interesse da união (por ter documento 
federal no meio). O juiz do processo cível mandou esperar o resultado do processo 
criminal, porque se ele for condenatório aí já estava resolvida a questão da falsidade 
documental no cível, e foi isso que aconteceu. 
Inciso XI – disputa dos direitos indígenas. 
Aqui é disputa civil, direito coletivo, não é a disputa de um índio contra o outro. O 
conflito é entre uma tribo indígena com outra tribo ou uma tribo com um particular, mas 
trata-se de direito coletivo. 
Ex: Eu já vi na justiça federal o seguinte, no município de pesqueira tem uma tribo 
indígena, e eles invadiram uma propriedade rural, ao argumento de que aquela terra 
era uma antiga aldeia que pertencia a eles e foi “surrupiada” pelos brancos, e os índios 
foram buscar de volta. O fazendeiro saiu e quando estava voltando, os índios não 
deixaram ele entrar ao argumento de que a terra era dos índios. O que restou ao 
cidadão foi promover uma ação de reintegração de posse contra a tribo indígena, e 
esta é na justiça federal. Aquele caso dos adolescentes que atearam fogo num 
mendigo em Brasília, e na verdade era um índio, o processo foi para o júri do distrito 
federal, porque não era contra uma tribo indígena, pois os adolescentes queriam 
exercer apenas a maldade, não foi direcionada a uma comunidade indígena, eles 
teriam feito o mesmo com qualquer pessoa. Qualquer conflito que envolva 
comunidades indígenas coletivamente consideradas, será da competência da justiça 
federal. 
Competência da justiça do trabalho: 
Com a justiça do trabalho o legislador constituinte adota uma metodologia diferente do 
que temos estudado até agora, pois até agora o legislador constituinte diz qual é a 
competência originária e a competência recursal. Com a justiça do trabalho, a 
metodologia foi outra. Prevê-se, no artigo 111 CF, os órgãos da justiça do trabalho: 
TST, TRT’s e Juízes Do Trabalho. A metodologia que estamos vendo até gora, diria 
qual a competência originaria e recursal de cada um, e o silêncio, o que sobrar por 
exclusão, seria entendido como competência dos juízes do trabalho. Mas não foi 
assim que o legislador procedeu. 
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Ele estabeleceu a competência de toda a justiça do trabalho. E remeteu ao legislador 
infraconstitucional a competência de fazer a repartição, o que cabe ao TST e o que 
cabe ao TRT. - A gente só compreende essa competência com alguns dados 
históricos. A justiça do trabalho sempre foi jurisdição civil especializada. E sempre 
julgou dissídios trabalhistas. O que é dissídio trabalhista? É a lide trabalhista, que é 
um conflito entre empregado e empregador sobre a aplicação do direito material do 
trabalho, na CLT ou em legislação extravagante. Então a competência da justiça do 
trabalho sempre foi muito reduzida, era só para julgar conflitos não penais versando 
sobre questões trabalhistas, em torno da aplicação ou não do direito material 
trabalhista. Por ocasião da constituinte, houve um movimento forte de uma expressão 
do empresariado brasileiro, para extinguir a justiça do trabalho, mas o tiro saiu pela 
culatra, pois ao invés de sua eliminação houve o crescimento da justiça do trabalho e 
a ampliação da sua competência. Então hoje a justiça do trabalho não é 
exclusivamente laboral, ela é preponderantemente laboral, porque julga direito civil, 
administrativo, tributário, etc. Houve um alargamento da sua competência. 
O art. 114, CF diz qual é a competência da justiça do trabalho, e o art. 113 diz: 
Art. 113, CF. - “A lei disporá sobre a constituição, 
investidura, jurisdição, competência, garantias e 
condições de exercício dos órgãos da Justiça Do 
Trabalho.” 
O que nos interessa é: a lei disporá sobre a competência da justiça do trabalho. Que 
lei é essa? Primeiro, o regimento interno do TST. Depois, o regimento interno de cada 
TRT. A própria CLT, na parte de processo, e algumas leis extravagantes. Agora a 
gente tem que saber qual é a competência da justiça do trabalho, que começa no art. 
114, CF. 
A norma estabelece: 
Art 114 CF – compete à justiça do trabalho (como um 
todo) processar e julgar: 
I – As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos 
os entes de direito público externo e da administração 
pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios. 
 A constituição anterior dizia que era para julgar dissídios trabalhistas, mas hoje 
isto é uma das espécies do gênero da relação de trabalho. A relação de 
trabalho é um conceito muito mais abrangente, inclusive dissídios trabalhistas 
que é entre empregado e empregador. Então, nós vemos que a união litiga na 
justiça federal, e suas autarquias e empresas públicas, mas irão para a justiça 
do trabalho se o conflito envolver relação de trabalho. Um dissídio com a 
universidade federal de Pernambuco de um empregado Celetista seu, vai para 
a justiça do trabalho. 
 
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 Agora, essa expressão “relação do trabalho” é mais abrangente, e alguns 
legisladores quiseram incluir aí também as relações de trabalho estatutárias, 
regidas pelo direito administrativo e, numa interpretação literal,comportaria. 
Porque quem trabalha para a união, o estado, o município, e é regido pelo 
estatuto do servidor público, é uma relação de trabalho. Só que a matéria 
chegou ao Supremo, que interpretou que a justiça do trabalho não foi feita 
para julgar relações de trabalhos pautadas pelo direito administrativo, essas 
continuam na justiça comum, estadual ou federal, a depender se o vínculo é 
municipal ou estadual (justiça estadual), ou se é um vínculo federal (justiça 
federal). 
 
 *no roteiro das aulas tem algumas jurisprudências em relação a isso, lá 
pela folha 15*O contrato de empreitada, por exemplo, antes da norma 
constitucional, o conflito era resolvido na justiça estadual, porque era o conflito 
entre o tomador de serviço entre o prestador de serviço, não era trabalhista, 
era regido pelo código civil. Só que hoje, entende-se que é relação de trabalho 
e é julgado pela justiça do trabalho. Se o empreiteiro for pessoa física, é para a 
justiça do trabalho. 
 Também o contrato de trabalho do estagiário é baseado numa lei especial. 
Não é pela CLT. O conflito que surja decorrente desta relação de trabalho, 
como quem presta o serviço é uma pessoa física, isso é matéria que vai para a 
justiça do trabalho. Antes era na justiça estadual. 
 Uma situação peculiar, mas recorrente. Imagine que você é advogado de uma 
usina, e além do seu salário, você recebe salário in natura na forma de 
habitação, você mora numa residência na usina (salário pode ser pago 
também in natura, mas não só desta forma. Você deve receber das duas 
formas – dinheiro e outra coisa – ou só em dinheiro, não pode ser só in 
natura). Aí uma pessoa teve o contrato acabado, e a partir desse momento 
que ele não devolve a moradia à usina, a sua posse deixa de ser legal, passa 
a ser ilícita. Normalmente a empresa dá um prazo permitido para a pessoa se 
mudar. Se passar o prazo e não devolver, a empresa move uma ação de 
reintegração de posse na justiça do trabalho, pois é uma demanda dependente 
de uma relação de trabalho que se extinguiu e a pessoa não devolveu a posse 
dessa residência. 
 Esses casos já nos fazem compreender melhor este inciso I. 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
 A jurisprudência esclarece que aqui é greve para empregados regidos pela 
CLT. Se for pelo estatuto do servidor público, a greve vai para a justiça 
estadual ou para a justiça federal. 
III - as ações sobre representação sindical, entre 
sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre 
sindicatos e empregadores; 
 Essa demanda não é de direito do trabalho, é de direito civil puro. Isso 
antigamente ia muito para a justiça estadual, mas o legislador constituinte 
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compreendeu que o juiz de trabalho, pela sua experiência, tem mais 
capacidade para compreender isto. Não é uma briga entre o empregado do 
sindicato com o sindicato, são ações sobre representação sindical. Quem 
representa, o sindicato A ou o sindicato B? 
 
 No início da década de 80, houve uma demanda famosa aqui no Recife que a 
Unicap fez parte. Quem trabalha em empresa privada e tem carteira assinada, 
sabe que todo mês de março o empregado paga uma porcentagem para o 
sindicato, que é retido do salário, e passado para o sindicato correspondente. 
O que aconteceu na Unicap foi que após ter descontado do salário dos seus 
empregados, recebeu uma carta de um novo sindicato afirmando que era pra 
ser recolhido para este sindicato B, e não para o A. Recolhia sempre para o A, 
mas aí o B surgiu afirmando ser dele agora esta porcentagem do salário. 
Quando algo deste tipo ocorre, você quer pagar, mas não sabe a quem, você 
vai demandar essas entidades em juízo para que a justiça defina quem é o 
credor verdadeiro, e foi o que a universidade fez, na justiça do estado. Ela 
promoveu uma ação contra os dois sindicatos A e B para que a justiça 
decidisse qual era o correto, mas com uma medida cautelar incidental de 
depósito, fazendo depósito em juízo para entender que a universidade estava 
de boa fé, que queria pagar, mas não sabia a quem. Hoje isto é matéria do 
direito do trabalho: quem é o representante sindical desta categoria? Está no 
inciso III. O juiz do trabalho tem mais experiência para averiguar isto. 
 
Ex: Um exemplo sobre este tipo de depósito judicial, que foge da justiça do 
trabalho (apenas um exemplo aleatório). Uma pessoa que morava em Olinda 
recebeu duas cobranças de IPTU, uma de recife e uma de paulista. Havia um 
problema que um município dizia que era competência do outro. Orientei a 
entrar com uma ação de consignação em pagamento, para que o juiz 
determine um perito para dizer onde a residência está situada. Além disso, ele 
entra com uma medica cautelar para depositar em juízo. Neste caso, como há 
duas cobranças, você deposita em juízo o maior dos dois valores, para o juiz 
entender que você está agindo de boa fé. 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas 
data , quando o ato questionado envolver matéria sujeita 
à sua jurisdição; 
 Aqui a novidade que a constituição introduziu foi com o habeas corpus, os 
outros sempre foram assim. Habeas corpus na justiça do trabalho? Mas ela 
não é justiça civil? A justiça do trabalho também julga crime? Chegou o STF. E 
este decidiu em 2007, apenas em liminar, até hoje não apreciou o mérito 
(sabedoria do supremo, pois é situação nova que precisa de amadurecimento 
da doutrina para que se tenha respaldo teórico). 
 Há prisões no direito brasileiro que tem natureza civil. Por exemplo, fora da 
justiça do trabalho, o descumprimento de pensão alimentícia enseja prisão. 
Para discutir se a prisão é legal ou não, pode pedir um habeas corpus. Na 
justiça do trabalho, é em relação à prisão do depositário infiel. Quando é 
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penhorado um bem móvel, o juiz nomeia alguém de sua confiança depositário 
daquele bem, para conservá-lo até a data do leilão. 
Ex: foi penhorado um tapete, e o juiz do trabalho nomeou depositário fiel o 
dono de uma galeria de arte, só que o fulano, ao invés de conservar, enrolou e 
jogou no sótão. No dia do leilão, o tapete estava ruído de barata, ou seja, não 
honrou o mandato judicial de zelo. Essa infidelidade mandatária pode ser 
causa de prisão civil. O juiz do trabalho decidiu pela prisão, foi preso o fulano. 
Para discutir se essa prisão subsiste, isto é por habeas corpus de tema 
correspondente. Se foi o juiz do trabalho que decidiu prender, é ele que decide 
o habeas corpus também. 
V- os conflitos de competência entre órgãos com 
jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, 
I,o. 
 (Esta ressalva do artigo é a competência do STF) O juiz do trabalho de Nazaré 
da mata diz que é incompetente para julgar um processo trabalhista e manda 
para outra comarca, a de carpina. Este juiz diz a mesma coisa. Quem decide é 
o TRT desta região. Se for entre o juiz de palmares e o de Maceió, quem vai 
julgar é o TST. 
VI - as ações de indenização por dano moral ou 
patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
 Este inciso também fala de direito civil. Não tem nada a ver com direito 
material do trabalho, e esta matéria antigamente era na justiça estadual. Ex: 
vejam... no ambiente de trabalho, um colega assediou a sua colega. Um 
superior hierárquico delega atribuições, cobra atribuições, não é? E um dia 
uma subordinada vai receber alguma atribuição ou prestar conta, e percebe 
que o chefe lhe endereça olhares e gestos não profissionais. Quando as 
coisas ficam claras, se ela for uma pessoa educada,ela vai tirar o corpo fora, 
mas uma coisa dessa não passa desapercebida pelos colegas, e sempre tem 
um “satanászinho” que vai com a língua nos dentes. Quando começa a 
“fofoca”, uma pessoa decente vai cobrar uma indenização. Se chegar em 
juízo, como aconteceu no ambiente de trabalho, por força da relação de 
subordinação hierárquica, esta demanda não é contra a empresa, é 
contra a pessoa física do superior que é um safado, mas como aconteceu 
na empresa, o legislador tirou da justiça estadual e colocou na justiça do 
trabalho. Pode ser que a pessoa não se sinta assediada, se sinta premiada, 
faz até inveja as outras colegas. Eu dei meu exemplo partindo da decência, 
mas pode ser que haja uma situação diferente. 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas 
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização 
das relações de trabalho; 
 Quem é que fiscaliza o cumprimento da legislação trabalhista nas empresas? 
O ministério do trabalho, o fiscal do trabalho, que hoje é chamado de auditor 
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do trabalho. É a união quem faz a fiscalização. Esta matéria era da 
competência da justiça federal, mas uma emenda passou para a justiça do 
trabalho, porque o direito material usado era o direito do trabalho. Então veja, 
quando uma empresa é autuada e sofre fiscalização do trabalho que culmina 
com auto de infração, a empresa sendo acusada, sendo constatado que 
infringiu legislação trabalhista, há uma penalidade. Esta penalidade é 
pecuniária, uma multa. Se a empresa não aceita e move uma ação anulatória 
da acusação, para anular este ato administrativo autuador ou autuante. A 
demanda é ajuizada contra a união, pois o ministério do trabalho não tem 
autonomia, não é uma pessoa “separada”, por isso que é contra a união. 
Então o constituinte passou isso para a justiça do trabalho, mesmo parecendo 
ser justiça federal. Na hora que a justiça federal perdeu esta competência, os 
processos que estavam na justiça do federal foram enviados para a justiça do 
trabalho. 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais 
previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, 
decorrentes das sentenças que proferir; 
 Este inciso é direito tributário puro. Por exemplo, Valery trabalha com carteira 
assinada, e todo mês tem uma parte do seu salário retido para uma 
contribuição dele para a previdência social. A sua empresa adiciona a 
contribuição salarial dela. Então, quando Valery pediu demissão, percebeu que 
uma verba trabalhista não estava sendo paga corretamente. Ele vai à justiça 
do trabalho e a juíza determina uma obrigação de pagar, de a empresa pagar 
para ele. Às vezes, o trâmite, de um tribunal para o outro, atingia a 
decadência, porque precisava ser julgado em outro local, já que essa 
demanda antigamente era da justiça federal. A solução foi passar esta matéria 
para a justiça do trabalho, então houve uma emenda que decidiu isso. Quando 
transita em julgado a sentença condenatória trabalhista, começam duas 
execuções. A execução de Valery contra a empresa e a execução fiscal, 
contra a mesma empresa, só que fiscal. A primeira é trabalhista, a segunda é 
fiscal. Quando estudamos a jurisdição com a sua característica de inércia na 
execução, vemos que a exceção é justamente essa, o juiz pode executar de 
ofício nesse caso. Com isso, as empresas têm que pagar a contribuição 
previdenciária incidente sobre a condenação trabalhista. 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de 
trabalho, na forma da lei. 
 Este aqui foi um cheque em branco que o legislador constituinte deu ao 
legislador ordinário. Na hora que quiser aumentar a competência da justiça do 
trabalho, é só editar uma norma. A justiça do trabalho ficou supervalorizada na 
nova constituição, bem respeitada e ampla. Nenhum órgão jurisdicional tem 
uma regra dessas, um cheque em branco para o legislador infraconstitucional, 
para que ele aumente a competência por lei ordinária. Isto é só na justiça do 
trabalho. 
NOVINHOS DO DIREITO
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Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
Para terminar a aula, vamos olhar no roteiro de aula o tópico 11.5: ontologia 
jurisdicional. Jurisdição não mais exclusivamente laboral. A jurisdição da justiça do 
trabalho não é mais celetista hoje, ela é prevalentemente de direito material do 
trabalho, mas ainda decide algumas causas de civil, administrativo, tributário e penal. 
Esta parte de penal é em relação ao habeas corpus, pois o supremo deferindo medida 
cautelar numa ADIn (o número está no roteiro), não atribui a justiça do trabalho 
competência para julgar ações penais. 
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