Buscar

TRANSCRIÇÕES TGP - PROF UBIRATAN MAURICIO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
Aula 06 26/10/2016 – TGP 
 
11.8 Justiça Estadual 
Está prevista na Constituição, no art. 92, a seguinte disposição: 
Art. 92. São órgãos do Poder Judiciário: 
VII - os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios. 
 Porém, na repartição de competência, os Órgãos da Justiça Estadual 
são mantidos por cada Unidade da Federação. Em que pese ser competência 
de cada Estado, o legislador constituinte estabeleceu regras para isso porque o 
legislador constituinte residual tem uma margem de liberdade muito pequena 
para disciplinar o funcionamento do seu Poder Judiciário. Ex: o processo 
seletivo para admissão à magistratura da Paraíba é o mesmo de Pernambuco. 
Isso porque esse assunto é disposto na Constituição Federal. 
11.8.1 No artigo 125 da CF, o legislador constituinte inseriu a seguinte norma 
para regular a conduta dos legisladores residuais: 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, 
observados os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
 Esses princípios referem-se a tudo aquilo contido na Constituição 
referente às disposições gerais do Poder Judiciário, isto é, do art. 93 ao art. 
100. Nesses artigos contêm as regras de funcionamento do Poder Judiciário 
que não podem ser deixadas de lado na Constituição de cada Estado Membro, 
mesmo nosso país adotando o modelo Federativo, em que cada unidade da 
Federação tem competências próprias. 
11.8.2 É possível reproduzir o que foi dito no item anterior ao observar o Art. 44 
da Constituição de Pernambuco. 
Art. 44. São órgãos do Poder Judiciário do Estado: 
 I - o Tribunal de Justiça do Estado; 
 II - os Tribunais do Júri; 
 III - o Conselho de Justiça Militar; 
 IV - os Juízes de Direito; 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
 V - outros Juízos e Tribunais instituídos por Lei. 
 O último inciso é um permissivo constitucional para criar, quando for 
conveniente, por exemplo, um Juízo Militar. 
11.8.3 Competências do Tribunal de Justiça do Estado 
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, 
observados os princípios estabelecidos nesta 
Constituição. 
§ 1º A competência dos tribunais será definida na 
Constituição do Estado, sendo a lei de organização 
judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça. 
 Se pegarmos todas as Constituições Estaduais, veremos que elas 
adotam a mesma metodologia do constituinte Federal. 
11.8.3.1 Competências originárias 
 Art. 61. Compete ao Tribunal de Justiça: 
 I - processar e julgar originariamente: 
 
 Antes de ler as alíneas, é bom que haja uma comparação com o que já 
foi visto em relação à competência originária do STF e do STJ porque o que 
vamos ter aqui é o tratamento simétrico, adaptado à realidade Estadual. Então, 
se na CF tinha “quem julga o Governador pelos crimes comuns é o STJ”, então 
vai ter aqui, por simetria, “quem julga o vice”, “mandado de segurança contra 
ato praticado pelo ato de Governador” etc. 
a) o Vice-Governador, os Secretários de Estado, os 
Prefeitos, os Juízes Estaduais, os membros do 
Ministério Público, o Procurador Geral do Estado, 
o Defensor Público Geral, o Chefe Geral da 
Polícia Civil; o Comandante Geral da Polícia 
Militar; o Comandante Geral do Corpo de 
Bombeiros Militar, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, ressalvada a competência da 
Justiça da União; 
 
 As autoridades equivalentes a estas, no plano federal, quando elas são 
acusadas desses ilícitos, ou a competência por prerrogativa de função é do 
STF ou do STJ. Dessa forma, no plano estadual, a competência é do TJ. 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
 
 A ressalva feita no final não tem sentido, ela é desnecessária. Isso 
porque, se há crime eleitoral, vai para a Justiça Eleitoral; se é crime militar 
federal, vai para o STM; se é crime da competência Estadual, é preciso ver se 
vai para o TRF ou Juiz Federal. Dessa forma, mesmo que não houvesse essa 
ressalva, essa matéria já estaria ressalvada pela própria natureza das 
atribuições dos outros órgãos. 
 
 Os prefeitos só estão presentes porque o legislador residual quis repetir 
a norma constitucional. Foi visto na aula anterior que os prefeitos têm 
prerrogativa de função. Quando eles são acusados de crime, eles sempre são 
julgados pelo TJ. Então, se o prefeito é acusado por crime eleitoral, ele vai ser 
julgado pelo Tribunal de Justiça Eleitoral, que é o TRE. Se ele é acusado de 
furtar um bem afetado ao patrimônio da Aeronáutica, ele vai ser julgado pelo 
STM. Então, da mesma maneira, se ele é acusado de furtar um bem 
pertencente ao INSS, ele vai ser julgado por um Tribunal Federal de Justiça 
comum, que é o TRF. Se ele é acusado de bater na mulher dele, ele vai ser 
julgado pelo TJ. 
b) os Deputados Estaduais, nos crimes comuns, 
ressalvada a competência da Justiça da União; 
 
 Os Deputados Federais são julgados pelo STF nos crimes comuns. 
Então, por assimetria, os Deputados Estaduais são julgados pelo TJ nos crimes 
comuns que não forem de competência Federal. Se o Deputado Estadual 
praticar um crime, por exemplo, em detrimento da Caixa Econômica, ele será 
julgado pelo TRF por simetria com a CF e não com a Constituição do Estado. 
Isso porque tem uma regra na Constituição que afirma que aos Deputados 
Estaduais aplica-se, no que compete, o mesmo regime dos Deputados 
Federais. 
c) os conflitos de competência entre órgãos da 
Justiça Estadual, inclusive entre órgãos do 
próprio Tribunal; 
 Todo Tribunal tem competência para julgar conflito de competência 
quando são dois juízes de direito vinculados ao mesmo Tribunal. Até se for um 
conflito entre juiz de Direito e uma câmara cível ou câmara penal do próprio 
Tribunal quem vai julgar é o próprio Tribunal. 
d) os conflitos de atribuições entre autoridades 
judiciárias e administrativas, quando forem 
interessados o Governador, o Prefeito da Capital, a 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
Mesa da Assembleia Legislativa, o Tribunal de 
Contas e o Procurador-Geral da Justiça; 
e) os conflitos de atribuições entre autoridades 
administrativas do Estado e dos Municípios, não 
compreendidos na alínea anterior; 
 As duas alíneas anteriores são do mesmo diapasão. Foi visto que na 
competência do STJ há algo muito aproximado disso, apenas quando havia 
conflito de atribuições entre integrantes do Poder Judiciário e integrantes do 
Poder Executivo. Aqui não é conflito de competência, sim conflito de atribuição 
administrativa. 
 As alíneas f, g, h e i tratam de mandado de segurança, habeas corpus, 
habeas data e mandado de injunção. Tanto o STJ quando o STF, por 
prerrogativa de função, julgam essa matéria a depender de quem é a 
autoridade impetrada. 
f) os mandados de Segurança e os habeas data 
contra atos do próprio Tribunal, inclusive do seu 
Presidente, do Conselho da Magistratura, do 
Corregedor-Geral da Justiça, do Governador, da 
Mesa da Assembleia Legislativa, do Tribunal de 
Contas, inclusive do seu Presidente, do Procurador-
Geral da Justiça, do Conselho Superior do Ministério 
Público, do Prefeito e da Mesa da Câmara de 
Vereadores da Capital;Falemos sobre o último. O prefeito da capital de Pernambuco comete um 
ato passível de controle por mandado de segurança. Então, fulano impetra 
mandado de segurança contra autoridade que está no exercício da função de 
prefeito da cidade do Recife. Como é prefeito da capital, será competência 
originária do TJ. Se for prefeito de Olinda, aí já é competência do juiz de direito 
da comarca de Olinda. Da mesma forma, a mesa da câmara de vereadores da 
capital. 
g) os mandados de segurança e os habeas data 
contra atos dos Secretários de Estado, do Chefe da 
Polícia Civil, dos Comandantes da Polícia Militar e 
do Corpo de Bombeiros Militar, dos Juízes de Direito 
e do Conselho de Justiça Militar; 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração de 
norma regulamentadora for atribuição do Poder 
Legislativo ou Executivo, estadual ou municipal, do 
Tribunal de Contas ou do próprio Tribunal de Justiça, 
desde que a falta dessa norma torne inviável o 
exercício dos direitos e liberdades constitucionais e 
das prerrogativas inerentes à nacionalidade e à 
cidadania; 
 Observem que mandado de injunção foi visto no STF, STJ e TRF, a 
depender de quem é a autoridade de omissão de editar a norma. Dessa forma, 
quando uma das autoridades omissivas for uma das mencionadas acima, a 
competência é do TJ. 
i) o habeas corpus, quando o coator ou o paciente 
for autoridade, inclusive judiciária, cujos atos estejam 
sujeitos diretamente à jurisdição do Tribunal, ou 
quando se trate de crime sujeito originariamente à 
sua jurisdição; 
 Aqui não há nenhuma novidade. É preciso fazer essa associação com os 
outros Tribunais para que possa ser compreendido por que motivo é desse 
jeito. 
j) a representação para assegurar a observância dos 
princípios indicados nesta Constituição; 
 Isso também foi visto tanto no STJ como no STF. A regra não poderia 
deixar de ser semelhante no plano local. 
 Nós só tínhamos, na ordem constitucional pretérita, controle de 
constitucionalidade concentrado objetivo no STF, a antes chamada ADIN. 
Dessa forma, só havia essa espécie de controle caso uma norma confrontasse 
a Constituição da República. Com o advento da CF/88, foi mantida a ADIN, 
agora chamada de ADI, e depois uma EC previu a competência ao STF da 
ADC. Porém, a CF/88, em seu parágrafo segundo do art. 125, trouxe a 
seguinte autorização: 
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de 
representação de inconstitucionalidade de leis ou 
atos normativos estaduais ou municipais em face da 
Constituição Estadual, vedada a atribuição da 
legitimação para agir a um único órgão. 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
 Temos aqui a autorização dada pelo legislador constituinte para instituir 
um equivalente do quantum estadual para confrontar a legislação local, isto é, 
municipal ou estadual, com a Constituição Estadual. O nosso legislador 
constituinte residual introduziu na competência originária do nosso Tribunal a 
alínea l: 
l) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo estadual ou municipal, em face desta 
Constituição, ou de lei ou ato normativo municipal 
em face da Lei Orgânica respectiva; 
 Dessa maneira, hoje o controle de constitucionalidade é feito tanto pelo 
STF quanto pelo TJ, cada um na sua área. O STF é o guardião da CF e o TJ, 
por assimetria, é o guardião da Constituição Estadual. A decisão desta ação, 
chamada de representação de constitucionalidade, só pode postular a 
inconstitucionalidade. A constitucionalidade pode ser a resposta ao pedido de 
representação de inconstitucionalidade julgado como improcedente. A eficácia 
do julgado aqui é universal. 
m) a reclamação para preservação de sua 
competência e garantia da autoridade de suas 
decisões; 
Imaginemos que o Tribunal de Contas do Estado se usurpe da 
competência do TJ em determinada matéria. Quem foi prejudicado por esse 
abuso de poder não reclama perante o usurpador, e sim perante o usurpado, 
como se fosse uma medida desconstitutiva do ato que causou o prejuízo por 
incompetência de quem o praticou. Isso tem regra idêntica no STF e no TJ. 
n) a representação para garantia do livre exercício 
do Poder Judiciário Estadual, quando este se achar 
impedido ou coato, encaminhando a requisição ao 
Supremo Tribunal Federal para fins de intervenção 
da União; 
 Ao estudarmos Direito Constitucional foi visto o Estado Federal. Uma 
das violações ao pacto federativo é quando o Governador do Estado se recusa 
a cumprir uma decisão judicial. Se isso ocorre, está na CF que é causa de 
intervenção Federal do Estado. Isto é, o Presidente da República destitui ou 
afasta o Governador e nomeia um interventor para praticar o ato que o 
Governador se recusou a cumprir. Isso não é automático. Se você tem uma 
decisão judicial ao seu favor e o Governador não cumpre, você entra com uma 
representação contra o governador no judiciário. O Tribunal vai ouvir o 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
Governador, através da procuradoria, até ouvi-lo pessoalmente alegando as 
razões; depois há réplica da representação e o Tribunal não decide, ele 
encaminha o processo ao STF. Este julgará se a recusa do Governador foi 
escusável ou inescusável. 
Pergunta de Tiago: “professor, isso só ocorre se ele estiver impedido, certo?” 
R: sim. Isto é um caso de ele estar impedido para o exercício de suas funções. 
Dessa forma, o cumprimento da decisão judicial foi desobedecido, então esse 
Tribunal está impedido de prestar jurisdição. O tribunal decidiu, mas sua 
decisão não foi efetiva porque o Governador não quer cumprir. Dessa forma, o 
STF vai julgar esta representação, decidindo se estão presentes os 
pressupostos para o Presidente da República intervir no Estado. Isso é 
algo de altíssima gravidade, sendo parecido com o impeachment, porém a 
decisão é isoladamente do Presidente da República, respaldada na decisão do 
STF. 
 No plano estadual há umas situações equivalentes. Atualmente, há um 
município pernambucano em intervenção estadual, que é Gravatá. A decisão 
do ato administrativo do Governador, aqui, está respaldada numa decisão 
administrativa do TJ. A CF diz que a intervenção pode se limitar a um 
afastamento temporário apenas para a prática do ato recusado pelo 
Governador. Outros atos não, ele é afastado mesmo administrativamente por 
decisão monocrática do chefe do executivo Federal respaldada na autorização 
do STF. 
 O afastamento poderá ser permanente ou temporariamente, a depender 
da natureza do ilícito que ele tenha praticado. Se for um ato que possa ser 
cumprido por outra pessoa e, após isso, exaurir-se, a autoridade será afastada 
apenas temporariamente. 
 A decisão será do chefe do Poder Executivo, respaldada nos 
pressupostos de intervenção representados pelo Judiciário. 
 
 
 
 
 
o) as revisões criminais e as ações rescisórias de 
seus julgados ou de juízes sujeitos à sua jurisdição. 
No plano Federal, é uma decisão do Presidente da República respaldada 
numa representação do STF. 
 No plano Estadual, é uma decisão do Governador respaldada numa 
representação do TJ. 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.comTodo Tribunal possui essa competência, não seria diferente com o nosso. 
p) a execução de sentença proferida nas causas de 
sua competência originária, facultada a delegação 
de atos do processo a juiz de primeiro grau; 
11.8.3.2 Competências recursais do TJ. 
Art. 61. Compete ao Tribunal de Justiça: 
II - julgar em grau de recurso: 
a) as causas, inclusive mandados de segurança, 
habeas corpus e habeas data, decididas pelos 
Juízes de Direito; 
b) os recursos de despacho do Presidente do 
Tribunal e do Relator em feitos de sua 
competência; 
 
 Quando o presidente do TJ decide monocraticamente um processo 
caberá recurso para o Pleno do Tribunal. 
 
c) os recursos contra ato do Conselho da 
Magistratura; 
 
 Aqui não é matéria jurisdicional, é matéria administrativa. O Conselho da 
Magistratura é um Órgão que administra a magistratura no Estado. Dessa 
forma, o juiz quer férias, então ele pleiteia ao Conselho da Magistratura. O juiz 
quer interromper férias, então ele pleiteia ao Conselho da Magistratura. Este é 
um colegiado formado, geralmente, por desembargadores mais antigos. Então, 
quando esse colegiado, através de seu presidente, decide, indeferindo a 
pretensão do juiz, ele recorre para o Tribunal. Mas esse recurso é 
administrativo. 
d) as demais causas sujeitas por lei à sua 
competência; 
 Isso aqui é uma abertura para a lei estadual, por proposta do Tribunal, 
aumentar e aumentar a competência. 
 
11.8.4 Tribunais do Júri 
 Os próximos órgãos que a Constituição prevê, logo após os Tribunais de 
Justiça, são os Tribunais do Júri. Estes são órgãos distintos do juízo. Na 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
comarca tem um órgão perene, que é o juízo de direito. Se for de uma pequena 
comarca, é de vara única, ex: juiz de Direito da comarca de Itapssuma. Em 
Caruaru já é diferente, pois há o juízo de Direito da primeira Vara Cível de 
Caruaru, da segunda Vara Penal de Caruaru... Dessa forma, o juiz de direito 
pode ser único para a comarca toda ou pode ser através das Varas que 
constituem o juízo. 
 Ao lado do juiz de Direito a Constituição Federal prevê que os crimes 
dolosos contra a vida não serão julgados pelo juízo de Direito, mas pelo 
Tribunal do Júri. Há a Comarca, a qual é a base territorial do exercício da 
jurisdição desses dois Órgãos. A Constituição Federal, em seu art. 5º, XXXVIII, 
dispõe que: 
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
 d) a competência para o julgamento dos crimes 
dolosos contra a vida; 
 A lei que organiza o júri é o CPP, que diz como o júri funciona. A 
competência do júri abrange apenas o julgamento de crimes dolosos contra a 
vida. Os crimes culposos não se encaixam aqui, pois eles vão ser julgados 
pelos Juízos de Direito. Porém, pode ocorrer a denúncia de crime doloso e na 
sessão do júri o júri desclassifica o crime de doloso para culposo. Dessa forma, 
quem decide se é doloso ou culposo é o júri. Caso fique decidido que é 
culposo, o crime será julgado pelo juízo de direito. 
 Por que motivo foi criado o júri? R: o júri foi criado por Roma, no apogeu 
da civilização romana. Roma era tão adiantada culturalmente que 
compreendeu que o crime de homicídio não deveria ser julgado a partir de um 
critério técnico, nem ser julgado pelo juiz, e sim julgado pelos semelhantes do 
acusado e da vítima. O fundamento atual para a utilização do júri é a soberania 
popular. Dessa forma, é o povo quem decide o conflito. O juiz não se mete 
nisso. 
 Como isso é feito? R: o CPP determina que o juiz da vara do júri ou juiz 
da vara penal arrole e publique tantas pessoas da comarca, dotadas de 
credibilidade e respeito, para quando houver júri haver o sorteio dentre elas 
para figurar quem vai ficar entre os sete do Conselho de Sentença. O juiz 
publica a relação de nomes e se alguém impugnar um dos indicados 
afirmando, por exemplo, “fulano não tem cacife para estar aí”, entenda-se 
cacife como respeito e dignidade, então o juiz impugna. Cabe até recurso 
dessa impugnação. Formada a lista, tantos dias antes do dia do júri, o CPP diz 
que, numa cessão pública, com a presença do MP e da OAB, o juiz sorteia 21 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
pessoas e expede mandados de intimação e o Oficial de Justiça vai à casa de 
cada um para que os 21 estejam presentes no dia da sessão marcada. A 
sessão começa com o sorteio entre os 21 dos 7 que farão parte do júri. O papel 
do juiz é apenas dosar a pena depois que o júri der a sentença. 
 XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a 
organização que lhe der a lei, assegurados: 
 a) a plenitude de defesa; 
 b) o sigilo das votações; 
 c) a soberania dos veredictos; 
 É interessante que todo julgamento do Poder Judiciário é motivado. 
Porém, o júri não é motivado. Cada integrante do conselho de sentença não diz 
por que motivo votou no sentido A ou B. 
 Se a resposta após votação da pergunta “Foi o acusado quem matou 
fulano?” for de negativa da autoria, o acusado é inocentado. Porém, sendo 
positiva, o juiz fará outra rodada de perguntas para saber se o acusado agiu 
com dolo. Se o júri respondeu que “não”, o juiz então afirma que o júri 
desclassificou a acusação de homicídio doloso para homicídio culposo. Sendo 
a resposta “sim”, começará outra rodada de perguntas para cada atenuante ou 
agravante mencionada pela acusação. Depois disso tudo, sendo o caso de 
condenação, o juiz vai fazer a dosimetria da pena. Mas quem decide não é o 
juiz, é a soberania popular. 
11.8.6 Juízos de Direito 
 O juízo de Direito da comarca tem suas competências averiguadas por 
exclusão. É preciso saber todas as outras competências existentes de outros 
Órgãos. Dessa forma, os Juízes de Direito tem competência residual. A 
pesquisa a ser feita é basicamente assim: “a demanda X é de competência 
originária do STF?” “Não”; “é do STJ?” “não”; “é da competência de alguma 
Justiça especializada?” “não”; “é do TRF?” “não”; “é do Juízo Federal comum?” 
“não”; “é do TJ?” “não”; então a resposta seguinte é SIM. Essa demanda X é da 
competência originária do Juízo de Direito. É preciso ter certeza e, para tanto, é 
preciso seguir esse caminho. 
 Em algumas comarcas, no 1° de jurisdição, além do Juízo de Direito, 
pode haver também os Juizados Especiais. Dessa forma, os Juízos de Direito 
são como “clínicos gerais”. Essa matéria que ele julga, uma parte dela será de 
competência do juizado, caso haja o juizado. Se não tiver, é tudo para o Juízo 
de Direito da comarca. 
NOVINHOS DO DIREITO
NOVINHOS DO DIREITO
Apostila feita pelos novinhos do Direito com base nas aulas dos professores da UNICAP 
E-mail: direitonoite2015.1@gmail.com 
 
 
 
11.8.3.1 Natureza orgânica 
a) O Juízo de Direito é um Órgão sempre, pelo menos até agora, singular, 
titularizado pelo juiz ou pela juíza. 
b) Recentemente houve uma novidade. A lei 12.694/12 autoriza a formação de 
um colegiado do juízo de Direito nas circunstâncias de determinadas matérias 
penais, como quando a acusação é de crime praticado por organização 
criminosa. Isso ocorre porque a experiência tem demonstrado que quando se 
trata de organização criminosa eles querem matar o juiz. Isso ocorreu muito 
com máfias italianas. Então, muito recentemente, sobreveio essa lei que trata 
dessa e de outras matérias, permitindo a formação de um juízo de Direito 
colegiado. 
 Isso ocorre da seguintemaneira: havendo denúncia de crime imputado 
por organização criminosa, o juiz, antes de receber a denúncia, achando que 
não é prudente ele julgar o feito sozinho, pede que o Tribunal constitua um 
colegiado formado por ele + dois. Pode ser das Varas ou das Comarcas 
vizinhas. Todos os atos do processo serão assinados por três juízes. Parte da 
ideia de que é mais difícil eliminar três juízes do que um apenas. Isso ocorre 
para que haja uma maior proteção à vida e à integridade do juiz. 
NOVINHOS DO DIREITO

Outros materiais