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José Espínola da Silva Neto Radiações Ionizantes – Histopatologia 1- Definição: É uma forma de energia potente o suficiente para deslocar elétrons, causando instabilidade eletrônica. Ex: Raios X, Raios gama, partícula beta, partícula alfa, nêutrons de alta energia, etc O que se modifica entre os tipos de raios ionizantes descritos acima é a quantidade de energia e o poder de penetração. 2- Efeitos da radiação: A nível celular: Efeito direto – São os danos eletrônicos que ela causa ao desequilibrar eletronicamente as fitas de DNA. Efeitos indiretos – São os efeitos da radiação na água, formando as espécies reativas de oxigênio, e fazendo com que elas desequilibrem os elétrons alheios a si, nas moléculas adjacentes. Sabe-se que a radiação produz efeitos a curto, médio e longo prazo. Estes efeitos dependem da: a) Taxa de distribuição - O efeito da radiação é cumulativo, porém tudo depende do intervalo entre a irradiação ao corpo e a regeneração celular dele. Se a regeneração tiver se completado, o efeito cumulativo não funciona. b) Tamanho do campo irradiado - Cada parte do tecido pode ser submetido a determinada quantidade de radiação. Doses maiores podem levar à lesão tecidual permanente, ou até ser letal. c) Tipo de tecido irradiado - Os tecidos com maior proliferação tecidual como a pele ou as gônadas são mais sensíveis à radiação, visto que ela afeta mais consistentemente às células em divisão celular. d) Efeitos produzidos no Oxigênio - Tecidos em hipóxia são menos sujeitos às ações de radiação, visto que quanto maior a quantidade de água, maior é a radiólise – quebra da agua em EROS (Espécies reativas de Oxigênio) – e com ela as lesões indiretas da radiação, que são produzidas pela instabilidade dos EROS. e) Dano vascular - Esse tipo de dano causa diretamente o estreitamento dos vasos sanguíneos, por meio da atrofia e fibrose destes. Efeitos estocásticos X Efeitos determinísticos Os Estocásticos se referem aos efeitos que aquele que está exposto à radiação pode apresentar. Ele é baseado na incerteza, visto que se supõe que haverá uma maior chance de dano de acordo com a quantidade de exposição. Ex: câncer Os Determinísticos se referem aos que aquele que se expõe a determinada dose de radiação irá apresentar. Tal nomenclatura é baseada na certeza, visto que se sabe que há um limiar onde o corpo será lesionado certeiramente. Ex: Queimaduras Efeitos da irradiação de corpo inteiro Se a irradiação for baixa, em geral a sintomatologia é pouca ou nenhuma. Já em casos mais evidentes de irradiação, geralmente a pessoa desenvolve a Síndrome da radiação, que envolve sintomatologias, em progressão, dos sistemas: Hematopoiético, Gastrintestinal e Nervoso Central. O sistema Hematopoiético: - Juntamente com o linfoide, são os mais sensíveis de todos à radiação, e os que causam a sintomatologia de forma mais rápida. - A radiação mata, diretamente, os linfócitos presentes em qualquer parte do corpo. Ela ainda encolhe os órgãos de defesa e gânglios. - Além disso, as células presentes na medula óssea também são lesadas, podendo levar ao paciente a progredir a um quadro de anemia José Espínola da Silva Neto aplasica, com o comprometimento de linhagens inteiras das células produzidas por ela. Lembrando que as plaquetas sendo afetadas levam a distúrbios na hemostasia primária. - Merece atenção o comportamento dos granulócitos, visto que eles aumentam periodicamente e depois declinam. O gastrintestinal geralmente cursa com lesões mucosas, ulcerações e fibroses. O SNC é um dos últimos a serem lesados, exceto no caso de gestação, onde todo o feto é extremamente vulnerável por sua concentração de células em mitose. !! Fibrose: - Geralmente ela é induzida por uma reação inflamatória que é resultado da morte celular do campo irradiado. - Seguindo a ordem lógica seria que a radiação causa os efeitos diretos e indiretos e aí mata a célula por necrose. Depois disso, o tecido restante pode responder com inflamação e tal, aí essa inflamação se torna fibrose dps. Também pode ser que a radiação induza à ativação fibroblástica. # Radiação e Dano no DNA # - Estão na literatura várias formas de causar danos a partir da radiação, mas os principais são 3: 1. Dano à fita simples de DNA 2. Quebra em fitas simples e duplas 3. Quebra das ligações cruzadas DNA - proteína - O pior mesmo vai ser quando tiver a quebra da fita dupla (DSB), visto que ela acarreta a participação da célula afetada num mecanismo de reparação - que atrapalha e tenta resolver mas n resolve - se chama “recombinação não homóloga (NHEJ)”. - Isso acaba q fode tudo, pq quando as células passam por esse NHEJ e não sofrem as paradas de checagem naturais do ciclo celular, elas estão com DNA mal formado, muitas vezes com translocações, aberrações nucleares grosseiras, etc. - Existe ainda outra hipótese que diz que as células com a DSB que passam pela NHEJ liberam fatores de crescimento pra lascar com o resto do tecido. Morfologia As células que são sobreviventes à passagem da energia radioativa, são, em sua maioria, aleijadas, com várias anomalias (alterações cromossômicas, etc). Aspectos mais evidentes: • TUMEFAÇÃO • CONDENSAÇÃO NUCLEAR • AGRUPAMENTO DE CROMATINA • APOPTOSE • TUSULFAÇÃO CITOPLASMÁTICA • DISTORÇÃO MITOCONDRIAL • DEGENERAÇÃO DO RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO • GIGANTÓCITOS • PLEOMORFISMO CELULAR • ESTREITAMENTO VASCULAR • FIBROSES EXTENSAS • AUMENTO DO COLÁGENO Radiodermite É uma alteração da pele irradiada, e assim como qualquer outro tipo de lesão, ela vai depender da dose e da área do corpo irradiada. Após a irradiação, a epiderme fica mais delgada e, além disso, radiação induz a degeneração completa das glândulas sebáceas, folículo piloso, assim como altera a morfologia das fibras colágenas na região da derme. Na ordem cronológica, fibras aumentam da quantidade de colágeno tipo III nas datas de 9 e 13 dias após a irradiação, diferindo da lesão encontrado em outras feridas. Ela é classificada em graus quanto à severidade: Dermatite grau 1 – se manifesta por eritema, as vezes podendo variar até esbranquiçado, associados à descamação seca da pele. José Espínola da Silva Neto Sintomas associados são o prurido e a alopecia. Dermatite grau 2 – Caracterizada por dor, eritema e edema, as vezes progredindo para a descamação úmida da pele (fica similar a uma assadura). Dermatite grau 3 ou 4 – Há a descamação úmida, podendo evoluir para necrose e ulceração
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