Buscar

A Imagem Da Cidade Kevin Lynch

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 95 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Um livro que se dirige ao arquitecto, 
ao urbanista, 
ao habitante da cidade. 
Que s ignifica realmente a forma da cidade 
para quem vive nela? 
Que pode fazer 0 urbanista 
para tomar mais viva 
e memoravel a imagem da cidade? 
ISBN 
9 
1S 
i I KEVIN LYNCH \., 
z 
>c 
2 c.A IMAGEM > u. DACIDADE ~ 
edic.:oes 70 
Tilull) original Iile IlIIlIge 0/ ,lit' {{I\' 
IYnO b} til...: \ l a"~'Khll~l·t" Ifl,litul<.: 1)1 Ttd1l1co lo.g) and Iltt: Pr\!~lJl:nl 
ilnd I-eliow ... {II lIar\'~lrd (\'lh:~c 
ISBN 'J72--l--l-0J71.J -J 
Direim ... rc~ef\al..!ll ... r:.tr.t Indo"> n .. ral""", tk lingu:.i Iwrtugu~, ... a 
pur l-:UII,,'\)":" 70, I.J;J 
ED[~6ES 70, l.DA 
RULI Luci:IOO Cordeiro. I~J - 2.n E ... q.~ - IOti9-157 LisDoa I Portugal 
Tel.' ~ I 319(]~ .. !O 
E,'c ~ I 3190~JI.) 
E~t<.l ubr,1 i.!"ld prutq:;ula pcla ki. N:i.ll p0lk ..,er reproJu/iJa. 
ntJ 101.10 ou ~'m parte. qU:llquer que ~cjJ. 0 modo ullliwdo. 
inc!uindo fl)tl'copia c xeroc6pi.,. scm pre\ ia autDrl7a<Jiio du Editor. 
QU;llqu...:r [r<m ... ~re""au;t lei dm Dircitl)S do Autl)T 'cr;). ras,h..::l 
de pn.x:c<.liment(, .ludlClaL 
KEVIN LYNCH 
c.A IMAGEM 
DACIDADE 
73 
~~'O(,,-;;rr;;,.: ';' '00 ,'JE 0' '11',0 1 .. . '.J. y".1 ~",.' r. ... . : ..• . '," '0 I. r G" - , li r c v. l, i<" t LULTli'; " .. _- .- _ ,'; BIBLIOTECA DA UNIT! I egistroNr.2: . . .... ,S'.'i5..l.(;> .. , •. 
Data: ... 0 ... .J .. Ll ." ..... . WO.L 
PREFAclO 
ESle [ivra debru(Q-se sabre 0 aspecro das cidades e 
sobre a possihi/idade de mudallfQ e a imporrlincia desse 
llspecfo. A paisa gem urbana Ii, para a/bn de Olaws coi-
sas, algo para sef apreciado, lembrado e cowemplado. 
Dar forma visual a uma cidade e um problema especial 
de design, um problema ramhem receme. 
No decurso da analise deSle novo problema. 0 livro 
debm(a-se sabre Ires cidades americQIIQs: Boston, Jer-
sey City e l.ns Angele.'i. Sugere um meloda. mraves do 
qual poderemos come{ar a ocuparmo-flos da forma vi-
sual a eseala urbana . e a/erece alguns prindpios de de-
sign urbano. 
o trabalho que 0 livro implicou fai levado a cabo 
sob a direC(;ao do professor Gyorgy Kepes e sob a minha 
propria direc~ilO, no Cemro de ESlUdos Urbanos e Re· 
gionais do [flsriruro Tecnologico de Massachusells. Fai 
generosameme subsidiado durame varios mlOS pe/a Fun · 
da~ao Rockefeller. 0 livro em si, sendo publica do como 
urn volume das series para estudos urbanos do Centro 
Conjunto de Esrudos Urbanos do InsritulO Teenologico e 
da Ulli\-'ersidade Harvard de Massachusetts, e urn empre· 
endimenta que nasceu da pesquisa urbana levada a cabo 
por eSIaS duas instj(Ui~iie5. 
Como acamece com qualquer trabalho imelecwal, 0 
(ollteudo deriva de muitas fames, diJfceis de trar;ar. Di· 
~ersos associados na pesquisa conrribuiram direcrameme 
9 
para 0 de.\envol\'lfnento de'lle esrudo: David Crane, Ber-
nard Frieden. Wilham Afonso, Frank Hotchkiss, Richard 
Dober e Mary Ellen Peters (agora Sr .(J Alonso) . Estou 
muiro graro a todos eles . 
Urn llOme deveria figurar nll primeira pdgulQ, jun-
ramellfe com 0 meu, se com eSle facIO mio 0 tornasse 
ropon.wivel por atglwws das fraquezas deSle livro . Esse 
nome e 0 de GJorgy K epes. 0 desenvof\'imemo detalhado 
e os eswdos ConcrelOS sao mellS, mas os conceitos subja-
celltes joram delineados em muiws trocas de opmiiio com 
() professor Kepes. Nao conseguiria dlstingulr as minhas 
Ideias dOl' dele . Para mim, estes foram bOils Gnos de as-
sociarao . 
10 
Kevin Linch 
M.l.T. 
Dezembro de 1959 
l. A IMAGEM DO MEIO AMBIENTE 
Contemplar cidades pode ser especial mente agrada-
vel, par mais vulgar que 0 panorama possa ser. Tal como 
uma obra arquitecl6nica, la cidade e uma constru~ao no 
espa90, mas uma constru9ao ern grande escala, algo ape-
nas perceptlvel no decurso de longos perfodos de tempo .\ 
o design de uma cidade e, assim, uma arte temporal. mas 
rararnente pode usar as sequencias controladas e limitadas 
de outras artes temporais como, par exernplo, a musica. 
Em ocasioes diferentes e para pessoas diferentes, as se-
quencias sao invertidas. interrornpidas, abandonadas, 
anuladas. [sto acontece a todo 0 passo. 
A cada instante existe mais do que a vista a1can~a, 
mais do que 0 ouvido pode ouvir, uma cornposi~ao ou 
urn cenario a espera de ser analisadoJ Nada se conhece 
ern si proprio, mas em rela~ao ao seu meio ambiente, a 
cadeia precedente de acontecimentos, a recorda9ao de 
experiencias passadas. Se colocassemos a Rua Washing-
ton no campo de urn agricultor, esta poderia asseme-
lhar-se a uma rua de comercio no cora~ao de Boston: pa-
receria, contudo. completamente diferente. Todo 0 cida-
dao possui numerosas rela~6es com algumas partes da 
sua cidade e a sua imagem esta impregnada de mem6rias 
e significa(Joes. 
as elementos m6veis de uma cidade, especial mente 
as pessoas e as suas actJvidades. sao tao importantes 
como as suas partes ffsicas e im6veis ! N 300 somos apenas 
" 
observadore~ deste espectciculo. mas sim uma parte activa 
dele, partlclpando com os Ou(ro~ num mesmo palco . Na 
maior parte das vezes, a nossa percep~ao da cidade nao e 
integra. mas ~Im ba~[anle parcial. fragmentaria. envoi vi-
da noutra~ referenCias . Quase todo~ os senudos estao 
cnvolvldos e a imagem e 0 compo~to resuhante de todos 
eles. 
A cidadenao e apenas urn ObJCClO perceptivel (e tal-
vez apreciado) por milh6es de pessoa~ das mais variadas 
cla~~es sociais e pelos mal~ vaflados tipos de personali -
dades, mas e 0 produto de muitos con~trutores que cons-
tantemente modificam a eslrutura por razoes pani<.'ulare.., . 
Se, por urn lado. podem manter-se as linha s gerais exle-
riorc), por outro. ha uma constante mudan~a no porOle-
nor. Apenas parcial mente e possivel controlar 0 seu cres-
cimento e a sua forma, Nao eXlste um resultado final, 
mas somente uma continua s uces~ao de fases } Assirn. nao 
podemos admirar-nos pelo facto de a arle de dar forma as 
cidades. visando urn prazer estctico, e~tar bastanlc distan-
tc da arquitectura. da musica ou da literarura. Pode apro-
veitar delas grandes contributos, mas mio pode imita-Ias. 
Numa cidade. urn meio ambiente bela e agradavel c 
algo raro . imposslvel, diriam mesmo muitos. Nenhurna 
cidade americana. maior do que uma aldeia, e uniforme e 
qualilativameme agradavel. embora ern algumas cidades 
Se encontrem partes aprazfveis . Nao e, portanto, de admi-
rar 0 facto de a maior parte dos americanos nao se aper-
ceber do que pode significar viver em tal ambiente . Estes 
tern a consciencia dos tra~os feios do mundo em que vi-
vern e preocupam-se com a sujidade, a furno, 0 l:alor. a 
aglomera~ao. 0 caos e, no entanto, com a monotonia 
tam bern . Mas dificilmente se apercebem do valor poten-
cial de arredores harrnoniosos, urn mundo que apenas 
viram nurn rapido relance, na qualidade de turistas ou em 
breve visita de ferias. Nao se apercebem do que uma es-
trutura pode significar em tefmos de salisfa~ao diaria , de 
abrigo para a sua existencia, ou como urn prolongamento 
do sentido ou riqueza do rnundo. 
Legibilidade 
Este IIvro ocupar-se-a da qualidade do ambiente VI-
sual da cidade americana. estudando a imagem mental 
que os cidadaos lern dela. Concentrar-se-a especialmente 
numa quaJidade visual particular: la aparente clareza au 
" legibilidade') da paisagem citadina~ Corn iSlO, preten-
12 
demos dcsignar a facilidade Co m a qual as partes podem 
~er reconhecidas e organizada~ numa estrutura coercOle. 
Tal como esta pagiOa impressa, sendo legfvel. pode ser 
compreendlda visual~ente CO~10 uma estrutura d,e slmb?-
los reconhedveis. a~slm lambem uma ·cldade leglvel sen a 
aquela cujas freguesias: ~ In ai'l d,e dehrnitas;ao ou vias sao 
facilmenle identlflcavels e pas:"'lvels de agrupa mento ern 
e\trutura~ globais .. 
ESle Iivro defended a lese de que a leglblildade e 
crucial na eslrutura cltadina;anahsa-Ia-a em pormenor e 
tcntani. mO"itrar como e..,te conceito pode. hoje em dia, ser 
usado quando se recon~troem as noss~s cidades. Ta~ 
como 0 nosso lei tar depressa percebera, este eSlUda e 
uma explora~ao preliminar . uma primeira palavra.e nao a 
ultima uma Icntativa de alrair a[en~6e'5 e sugenr como ide ia~ 'podem ~er desenvolvidas e postas a prova. 0 l~m 
desle livra sera cspeculativo e. par vezes. urn poueo .If-
rc~ponsavel : ao mcsmo tempo experimen~al e prctenslO-
,0. Este primeiro capitulo desenvolvera alguma, das 
ideias basicas.; nos capilUlos seguintes estas serao ap!Jca-
das a varias cidades americanas e discutir-se-ao as suas 
consequencias no design urbano. . 
Embora a clareza ou legib ilidade nao sCJa de modo 
algum a unica caracterfstica importa~{e .d.e uma cida?e 
bela, a sua relevancia adquire urn significado especial 
quando se observarn arredores na escala urbana d~ tama-
nho, tempo e complexidade. Para compreende: ISlQ te· 
mos de considerar a c idade naD como algo em 51 mcsmo, 
mas a cidade objecta da percep~ao dos seus habitanlcs . . 
Estruturar e identificar 0 meio ambiente e uma acll-
vidade vital de todo 0 animal move!. Sao muitas as cspe· 
cies de orientac;ao usadas : a sensaC;ao visual da. cor, da 
forma. do movimento ou polariza~30 da Iuz. aSSlm como 
outros sentidos, lais como a cheiro, 0 ouvido, 0 lacto. :: 
cinestesia. a noc;ao da gravidade, e talvez as. de c~mp?s 
magneticos ou electricos. Estas lecnicas d~ onentac;ao sa~ 
descritas desde 0 voo polar de uma andonnha do mar ate 
ao percurso de uma lapa na microtopografia de u~a rocha 
e a sua importftncia e sublinhada numa vasta !Jleratur.a 
10.20.31 59 Os psicologos eSludaram tambem esta capacI-
dade humana, se bern que 0 tenham feito de mane ira vaga 
au em condic;6es experimentais limitadas I. 5. 8. n. 31. 63.65. 76.8.1 
Exceptuando alguns perseverantes puz;./es,. pa~ece. h~Je 
em dia, pouco provavel que exista algum « lnstlflto ~ ml_s-
tico de orientac;ao. Existe sim urn usa e uma organlz~~ao 
solid os de orienta~6es sensoriais definidas fomecldas 
pelo meio ambiente. Esta organiza~ao e fundamental a 
13 
eficlencia e a pr6pria sobrevive ncia da vida matora . 
Para a maior parte das pessoas da cidade moderna, 
perder·se total mente dentro dela e. talvez, uma experien. 
cia rara . So~o.s apoia~os pela presen-;a de Qutros e par 
planas e~peclals de onentaIY30: mapas, nomes de ruas 
,inais de rota. cartazes de autocarros. Mas permitarno~ 
que 0 dissabor da desonenta~fio sueeda uma vez e a sen-
saC;ao de ansledade e ate de terror que 0 acampanha reve. 
lam-nos como tudo isto est;} Jig ado ao nosso equilibria e 
b.em-~star. A. propria palavra .. perdido», na nossa lingua, 
slgnl flca multo mais do que a inceneza geograJica, acu· 
mulam-se nela cargas de extrema desventura . 
. No processo de oriemaC;ao, 0 elo estratcgico e a 
tmagem do meio ambiente. a imagem mental generaliza· 
da do mundo exterior que 0 indivfduo retem. Esta ima-
gem e 0 produto da percepC;ao imediata e da mem6ria da 
experiencla pass ada e ela csta habituada a interpretar in · 
formac;6es e a comandar acc;6es. A necessidade de con he-
cer e estruturar 0 nosso meio e tao importante e tao enrai-
zada no passado que esta imagem tern uma grande rele· 
vancia pnitica e emocional no Indivfduo. 
Sem duvida a imagem clara pcrrnite ao indivfduo 
deslotar- se facilmente e depressa: encontrar a casa de urn 
amigo. urn polfcia ou uma Joja de botoes . Mas 0 rneio 
amb~en te organizado pode fazer mais do que iS10: pode 
s ~rvlr como estrutura envoi vente de referencia, urn orga-
nlzador de actividade, cren~a ou conhecimento. Por 
exemplo. baseando-nos no entendimento estrutural de 
Manhatlan , e posslvel ordenar uma quanlidade substan-
cial de faetos e fantasias ace rca do mundo em que vive· 
mos . Tal como qua lquer born trabalho de organiza~ao, 
uma tal estrutura da ao indivfduo uma possibilidade de 
escolha e urn ponto de partida para a aquisi~ao de infer-
ma~ao posterior. Uma imagem clara do meio ambiente e 
assim, urna base util para 0 crescimento do indivfdua. ' 
. Uma. estrutura f1sica viva e integral, capaz de pradu-
Zlr uma Imagem clara, desempenha tambem urn papel 
social. Pade fornecer a materia-prima para os sfmbolos e 
memorias colectivas da comunica~ao entre grupos. Urna 
paisagem impression ante foi a base sobre a qual muilas 
raeas primitiva~ erigiram os seus mitos secialmente im· 
port antes. Lembrancas comu ns da cidade natal foram 
muita~ vezes 0 primeiro e 0 mais facH ponto de contacto 
entre soldados solitarios durante a guerra. 
. A imag.em .de urn born ambiente da, a quem a pos-
SUI, urn senudo Imp0rlante de seguran~a emocional. Pede 
e~labelecer uma relaCao harmoniosa entre si e 0 mundo 
14 
exterior. 1sto e 0 inverso do meda que deriva da desorien-
ta~ao; significa que a doce sentido do lar e mais fOrle 
quando alar e nao s6 familiar mas lambcm di stintivo . 
Na realidade , urn melD ambiente caracteristico e le-
glvel nao oferece apenas segurans:a mas tarnbem intensi-
fica a profundidade e a intensidade da experiencia huma-
na. Embora a vida no caos exterior da cidade moderna 
esteja longe de ser impossIvei. a mesma aceao dhhia 
poderia adquirir urn novo signi ficado quando levada a 
cabo numa estrutura mai s viva. A cidade e potencial men-
Ie 0 sfmbolo poderoso de uma sociedade complexa . Se 
for bern desenvolvida do ponto de vista aptico. pode rer 
urn forte significado expressivo. 
Pode argumentar·se contra a importincia de legibili-
dade fis ica, pode dizer·se que 0 cerebro humane e mara-
vilhosamente adapuivel, que, com alguma expcrienc ia, sc 
pode aprender a encontrar 0 caminho atraves das imedia-
c;oes mais caoticas e an6nimas. Exi slem imensos cxem-
plos dc navega<;ao exacta sem a ajuda de uma rota, em 
cxtens6es imensas de mar, areia. gelo ou atrav!!!:! da labi -
rfntica selva. 
Contudo. ate 0 mar tern 0 Sol. as estre las, os ventos, 
as correntes, as aves. as suas cores, sem as quais a navc-
ga~ao se tornaria imposslvel nao havendo urn outro auxf-
lio. 0 facto de habeis profissionais tercm podido navegar 
atraves dos arquipelagos da Polinesia. e isto s6 depois de 
intensivo lreino. indica as dificuldades impostas por este 
meio ambiente particular. Mesmo as expedic;6es mai s 
minuciosamente preparadas foram acompanhadas de cs-
forc;os e ansiedade. 
Neste nosso mundo. podemos dizer que quase todos 
as minima mente atentas aprendem a navegar em Jersey 
City, se bern que a custa de alguns esfon;os e incertezas. 
AJem disso, faltam os va lores positivos de arredores legf-
veis: a satisfac;ao emocional, 0 trabalho de enquadramen-
to para a comunica~ao ou organiza~ao conceptual, a nova 
profundidade que pode trazer para a expericncia diaria. 
Estes sao apenas prazeres de que sentimo~ a falta, mesmo 
nao sendo 0 nossa ambiente citadino de tal modo desor-
denado que imponha urn esfor~o intoleravel aqueles que 
com ele eSlaO familiarizados. 
Temos de admitir que ha algum valor na mistifica-
C;3.0, no labirinto ou surpresa no meio ambieme: muilm. 
de n6s divertimo-nos na sala dos espelhos e ha urn certo 
encanto nas ruas s inuosas de BO~lOn. Comudo. estes fac-
tos verificam-se sob duas condi~6es. Primeiramente. nao 
deve existir 0 perigo de se perder a forma basica, a orien-
15 
v. 
Apendice A 
Jersey City e 
analistJda flO 
Cap 11 
Es/l'S pOIH05 
,(IO iJuslraJo.1 
mail' adlOnre 
flO Apendire A 
ta~ao. OU de nao cncontrar uma saida. A surpree;a deve 
Dcorrer num trabalho de organlZae;ao absoluta; as confu. 
soee; devem traduzir·se em pequenas areas nurn todo visf· 
vel. Para alcm dislO. a labirinlo au mislerio deve encerrar 
em si alguma forma que pode ser anal i'iada e, a seu tern· 
po. apreendida. 0 caos completo sem Insinuae;oes de re. 
lac;oes nunea pode .ser agrada ... eL 
Mas eslas segundas ilac;oes apontam para uma im ·ponante apreeia\ao. 0 proprio observador deveria de· 
sernpen har urn papel activo na pereep)ao do mundo e par-
ricipar eriati vamente no desenvolvimento da ~ua imagem. 
Ele deveria ser capaz de transformar essa irnagem. ade-
quando·a a necessidades em tran sforma~ao . Urn ambienle 
es truturado em pormenore~ exactos e definidos pode ini -
bir novos modelos de aetividade. Urna paisagem cuja 
rocha en cerra uma Icnda pode tornar difkil a cria\ao de 
novas lendas . Embora esta opiniao possa nao parecer 
uma impressao CTftica no nossn caos citadino con tempo-
raneo. aponta para 0 facto de que 0 que procuramos mio e 
uma ordem definitiva mas aberta. capaz de urn desenvol-
vimento posterior contInuo. 
Consrruindo a imagem 
As imagens do meio ambiente sao a resultado de urn 
processo bilateral entre 0 observador e 0 meio, 0 meio 
ambiente sugere distin~6es e relac;oes, e 0 observador -
com grande adapta~ao e it luz dos sellS objectiv~s pro-
prios - selecciona. organiza e data de sentido aquilo que 
ve, A imagem. agora assim desenvolvida. limita e da 
enfase ao que e viSlO, enquanto a pr6pria imagem e posta 
it prova contra a capacidade de regi sto perceptual , num 
proce ssa de eonstante interacC;ao. Assim, a imagem de 
uma dada realidade pode variar significativamente entre 
diferentes observadores. 
A coere-neia da imagem pode surgir de varios mo-
dos_ No objecto real pode existir poueo a ordenar a ll a 
observar e, no entanto, a sua Figura mental pode ter ga· 
nho idemidade e organiza9"ao atraves de uma longa fami-
liaridade. Urn indlviduo pod era facllmente encontrar ob-
jectos onde. para outros, aparenternente, apenas existe 
uma mesa de trabalho completamente desarrumada. Por 
outro lado. urn objecto que e vista peJa prirneira vez pode 
ser identificado e descrito. nao porque e familiar. mas 
16 
porqu e condiz com urn eo;tere6t ipo Ja conhec ldo pelo ob-
servador. Urn ameneano pode sempre Identlficar a loja 
da esquma. por male; mdlstlnta que ela seJa para urn ho-
mem do.., boe;ques. Mals uma vez. urn novo obJecto pode 
pareccr ler uma fOrle estrulU ra ou identtdade devido a~ 
suas caracterbtJca') ffslcas que InSlnuam au determlnam a 
\Ud propna estrulUra . Deste modo. 0 mar au uma manta-
nha multo aha podem prender a aten~aa de alguem vindo 
ua~ planicles do IntenoL mesrno sendo esse alguem tao 
novo ou tao Ingenua que nao tenha uma deslgna~ao para 
aquele.., fen6menos. 
Como rnanlpuladore<., do meio amblente f1\ico. as 
pJanificadores da cidade eSlao em primeiro lugar interes-
... ado.., no age me cxterno. na Imerac~ao que produl a Ima-
gem de\lC melO ambiente. Amblentes diferentes lmpedem 
ou faclluam 0 processo de const rll~ao da unagem. Qual-
4uer forma dada. urn va~o bonito ou urn peda~o de barro. 
(erfio uma grande ou pequena probabilidade de 'evoc~.ir 
uma imagem definida em ob\crvadorcs variadosl Possi-
\Clmenlc. e~ta probabllidade pode ser estabelecida cada 
\ez corn mais precisao. se formos agrupanda os observa-
dore~ cm classes tao homogeneas quanta posslvel, se-
gundo ldade. scxo. cullura , ocupa)3o, temperamento au 
r<lIll1handade. Cada indivfduo cria e suste nta a sua pr6-
pria Irnagem. mas parece haver uma concordia substan-
clal entre membro.') do rnesmo grupo. Sao estas imagens 
de grupo. mostrando 0 consenso entre urn numero signi-
ficatlvo de membros, que interessam aos planeadores de 
cldades aspirante~ a urn modelo de arnbiente que muitos 
pos.sam desfrutar. 
E asslm que elite eSlUdo lenl a tendencia de passar 
por Clln3 de divergencias individuais, interessantes para 
urn psicologo 0 prirneiro conJunto de assumos sera aqui-
10 a que poderemos chamar as I<<lrnagens publicas", as 
figuras memais comuns que urn grande numero de habi -
tantes de uma cidade possui: /areas de acordo. cujo apare-
cimenlO pode ser verificado na interac\3o de uma reah-
dade ffsica unica, uma cultura com urn e urna natureza 
psicologica basica_ 1 
Os sistemas de orienta\ao que tern sido us ados va-
riam grande mente pelo mundo fora, mudando de cultura 
para cultura. de paisagem para pai sagem. 0 Apendice A 
da exemplos de rnuiros deles: os sistemas direccionais 
abstractos e fixos. as sistemas m6veis e aqueles que sao 
dlTlgldos a pessoa, 30 lar au ao mar. 0 mundo pode estar 
nrganizado em volta de urn sistema de pontos focai s. es-
tar dlvidldo em regioes denominadas au estar ligado por 
17 
rotas acordadao:, bites metod os sao !fio varlado~ e as In-
dlca~6es potenclais de que alguenl pode ..,ervlr~sc para 
dlferenciar 0 seu mundo parecem ')cr de tal forma lnume* 
ravci.." que lanf)'am informa~ao c3')u31 accrca dos mcio\ 
que, hoje em dia. usarnos para localizar () nm • ..,o mundo 
cuadino. ~a sua maior parte. e\leS exemplos parccem 
Imitar. de uma forma suficientemente cUriosa. os lipos 
formals dc elemento'i de Imagem n{)~ quais podcmo~ dl* 
vidlr convenlcnternente a imagem da cldade. Via, dclimi* 
ta~ao de Icrras. fronteira. nodulo e fregue"ia. ESle~ c!c* 
menlO') \crao definldo ... e di~culido\ no CapilUlo III. 
ESlfUlura (' fdel1lic/ade 
Uma imagcm do mcio ambiente pode ')cr anal!sada 
em lreS componenlc:-,: ldentidadc. C')trulura e significado. 
Scra uti1 imagina*las num plano ab':>lraclo. com () om de 
as anaii5ar. pais. na rt.:ahdade. c.'o.ta~ tres componemc.'o. 
aparecem juntas. Uma imagem viavcl requer. em primei* 
ro lugar, a identificat;ao de um objecto. 0 que implica a 
sua dislinqao de OUlra~ coisas. 0 seu reconhecimenlO 
como uma entidade scpanivel. FalamO!:! de Identidade. 
mas nao no sentido de igualdade com out ra coisa qual* 
quer, ma~ signifi cando individualidade ou particularida-
de. Em segundo lugar. a imagem tern de incluir a relat;ao 
eSlrutural au espacial do objeclo com 0 observador e com 
os outro~ objeclOs. Em ultimo lugar, este objeclO tem de 
ler para a observador um significado quer pnitico quer 
emocional. bto ~ignifica que exi,le ramhem lima rela\,flO. 
mas uma rela~ao diferente da espacial au e~trutural. 
Assim. uma imagem propria para criar uma ~aida 
requer 0 conheCimen to de porta como uma entidade dis-
linta. de uma rclaqao espacial com 0 observador. eo seu 
significado como urn buraco atra\es do qual ~e pode sair . 
ESles tres elemento~ nao podem, de facto. separar*se. 0 
reconhecimento visual de uma porta esta intimamcnte 
Jigado com 0 seu significado como porta. E. contudo. 
po')sfvel analisar a porta em {ermos da ~ua identidade de 
forma e claridade de posi~ao. consideradas como se eS[as 
fossem anteriores ao seu ~ignlficado. 
L'm [al empreendimento pode !-.er inutil em relar;ao 
dO e:,[Udu de uma porta. ma~ nao em rela'Yao ao e!-.Iudo do 
meio ambiente. Para comer;ar. a questao do significado. 
na cldade. e bastante complicada. I magens de grupo de 
signific@.do sao. ne~te nf\el. pravavelmente meno~ con-
~is[cntes do que a~ percepo;;:oes de entidade e de relar;6es . 
18 
Para alem dislO. 0 significado nao e tao facilmenle in* 
fluenciado por mampula<;ao ffsica como estas outras duas 
com ponentes 0 sao; se 0 nosso fito e construir cidades 
para 0 prazer de urn vasto numero de pessoas com ante* 
cedentes ricamenle variados - e cidades que tambem se 
possam adaptar a prop6sitos futuros -, podemos ate 
concentrar-nos na clareza da imagem e permllir ao Slgnl* 
ficado que se desenvolva scm ser par nos direcramente 
guiado. A imagem do horizome de Manhattan pode ser 
urn exemplo de vitalidade, poder. decadencia, misteno. 
aglomerayao. grandeza ou 0 que quer que seja. mas. em 
qualquer dos casas. aquela figura distinta cri~taliza e rc* 
for~a 0 sig nificado. Os significados individuais de uma 
cidade sao tao variados, mcsmo quando a .!-.ua forma pode 
ser facilmente comunidivel, que parece passlvel separar a 
forma do sign ificado. pelo menos nos prirn.eiroll es~ados 
de analise. Este cstudo conccntrar-se-a. por ISlO. na lden-
tidade e eSlrutura das imagens da c idade . 
,Se umaimagem deve ler um valor para a orienra'YflO 
no espa~o vivo. tern de ter diversas qualidadcs , Tern de 
scr ~ uficiente , verdadcira num senti do pragmiitico, pcrmi-
tindo ao individuo operar dentra do seu arnbiente de 
acordo com urn limite desejavel. 0 mapa. quer exacto ou 
nao , deve ser suficientemente born para que conduza uma 
pes so a a casa. Deve scr suficientemcme claro e bern intc* 
grade para que poupe 0 csfon;o mental : deve ser legive!. 
Dcveria ser segura, com urn excedente de indica90es para 
que as iniciativas propri as sejam po" ... fveis e 0 risco de 
insucesso nao seja dernasiado grande. Se uma luz imer* 
mircnte for 0 unico ~inal de uma !-.ilUa~aO critica. uma 
falta de energia pode causar um desaslre . A imagem de* 
veda, de prefen!ncia. possibilitar urn fim em aberto. 
adaptavel a mudan\a. permitlndo ao indivfduo conlinuar 
a investigar e a organizar a realidade : deveriam exist ir 
espa~os em branco onde ele poderia prolongar 0 plano 
por si proprio . Em ultimo lugar. deveria, em certa medi* 
da. ser comunicavel 3 outros individuos. A importancia 
relativa destes criterios para uma boa imagem sera varia-
vel segundo as pessoas e a!-. diferentes situa<;oes: uma 
apreciarii urn sistema economico e ~uficienre, outra urn 
sistema em aberto e comunica.\'el~ 
Imaginabilidade 
Uma 'vez que colocamo~ 0 enfa!-.e no rneio ambiente 
ffsico como a varichel independentc. esre estudo pracura-
19 
rei qualldadcc; Fi~lcas que c~tao relaclOnada~ com or., atri-
butos da Idenudade e e5trutura da Imagem mental. Isto 
leva a definic;ao daqullo a que podemos chamar Imagina-
lnlidade, aquela qualidade de urn obJecto Fisico que Ihc 
da uma grande probabilidade de c\.ocar uma imagem for-
te num dado observador, E essa forma. cor. di"iposi9ao, 
que facillta a produC;ao de imagens mentai~ 'dvamente 
idcntlficada l:;' poderosamente estruturadas e altamente 
utels no meio ambiente.1Tambem pode ser chamada lef!.i-
hril(/ade ou talvcz l'i,'l/hrhdade em sentldo figurado. onde 
0\ obJecto~ <"e podem !laO apena" Ver, mas tarnbem 5ao 
apresentado5> de uma forma definida e InteO'~a ao<., no~~O) 
sent idor., . 
H5. meio scc ulo. Stern tll,,<.,cna\l.I \obrc C"ite atnbuLO 
de um obJecro artf<.,l\co e chamava- Ihe llparellCIU 74. 
Enquanto a anc nao se bmita a eo;w. ele achava que uma 
das suas funr;oes bM,icas era "cnar Imagen!-. que atr<tvcs 
de clareza e harmonia de forma preenchem a necessidade 
de um aspecto vivamente compreensi\e1 " Segundo ele. 
este era urn passo essencial em dlrec~ao it expre ... <"ao do 
significado interior. 
Uma cidade altamenrc imaginavel (aparente. leglvel 
au vbfvel), neste sentido particular. pareceria muilo bem 
formada, dislinta, notavel: como que convidaria os olhos 
e os ouvidos a uma maior aten~ao e particlpa(fao. 0 do-
mfnio estetico de tal ambiente nao 56 se simplificaria 
cerna tambem aumentaria e ~e tornaria malS profunda. 
Uma tal cidade poderia ser comprcendida para alt!m do 
tempo como urn modele de grande continuidade. corn 
numerosas partes distintas inrerligada~ claramente . 0 
observador perceptivo e familiar poderia recolher novo~ 
lITIpactes esteticos sem an iquilar a sua imagem basica. E 
cada novo impacte seria uma referencia a muito~ elemen-
tos previos. 0 observador seria bern orientado e poder-
-se-ia mover facilmente. Seria urn born conhecedor do 
seu arnbiente. A cidade de Veneza pode ser urn exernplo 
de lal ambiente altamente complexo. Nos Estados Cni-
dos. somos tentados a citar partes de Manhattan. Sao 
Francisco, Boston ou talvez a bafa de Chicago. 
Estas sao caracteriza~6es que decorrern da~ nossa ") 
defini~6es. 0 conceito de Imagmabilidade nao tern, ne-
cessariamente. conota~6es com alga de fixo. limirada, 
preclso. umficada au ordenado regularmente. embora 
possa. par vezes. ter estas qualidades . Tambem nao sig-
nifica visfvel. 6bvio. evidente au claro. 0 meio ambiente 
e fortemente complexo se 0 tentarmos estruturar no seu 
todo. enquanto a imagem evidenre depressa can~a e ape-
20 
na~ pode apontar para poucas caracteristicas do mundo 
VIVO. 
A Imaginabilidade da forma de uma cidade sera 0 
centro do estudo que se segue. Existem outras qualidades 
ba;lcas num meio ambiente que ;e deseja belo: significa-
do de capacldade de expressao, prazer estetico, ritmo. 
e..,tfmulo. escolha. A nossa concentrac;ao na imaginabill-
dade nao nega a 5ua Importancia: apenas nos empenha-
mos a considerar a necessidade de identidade e eslrulura 
no nos~o mundo da percepc;ao e i1ustrar a importancJa 
c'!'pecJaI de~ta qualidade para 0 comp lexo e mutavel melO 
ambiente citadino. 
Uma vez que 0 desenvolvimento da imagem e urn 
processo duplo entre observador C observado. c passlvel 
reforc;ar a imagem quer atraves de projeclos slmb6licas, 
quer atraves do exerdcio con tinuo do receptor, quer atra-
vc'!' da remodula~ao do ambienle de cada urn , Pade for-
necer-se ao contemplador urn diagrama simb61i co da 
forma como 0 mundo se harmoni za: urn mapa ou um con-
junto de inslru~6es escritas. Enquanto ele puder ajus-
tar-se ao diagrama, possui indica~6es para as relac;6es dos 
objectas. Podcr-5e-a ate instalar uma maquina que indica 
as direcc;6es, como ultimamente foi feito em Nova lor-
que. 49 Se. por um lado, tals projectos sao muito uteis no 
fornecimento de infarma~6es condcnsadas nas interliga-
~6es, par outro lado, sao tambem precarias, uma vez 
que, se 0 projecto se perde, falha a orienta~ao e a proprio 
projeclo tern constanrcmente de referir-se e ser adapt ado 
it realidade. as casos de injuria cerebral anotados no 
Apendice A ilustram a ansiedade e 0 esfor~o que assistem 
a uma confian~a total em lais meios: e ainda algo mais : 
falta a experiencia completa da inrerliga~ao, profundida-
de completa de uma imagem viva. 
Tambem pOde treinar-se 0 observador. Brown nola 
que sujeitos de olhos vendados, aDs quais foi pedido para 
andarem atraves de urn labirinto. pareceu-lhes este. de 
infcio, urn problema irresoluvel. Repetindo a experiencia, 
alguma~ partes da estrutura. especialmenre a infcio e 0 
final. tornaram-se mal~ familiares e assumiram 0 caracter 
de local idades. Por fim, quando conseguiram atravessar 0 
lablrinto sem eITar, todo aquele sistema parecia ler-se 
lornado uma localidade. II De Sih a des creve 0 caso de 
urn rapaz que pdre\.:ld pos~uir uma orienta\,ao direccional 
,automatica··, mas que provou ter side treinado. desde a 
wa infancia (por uma mae que nao conseguia distinguir a 
dlrella e a esquerda). a reagir a noc;ao de -dado este do 
\ estibulo ou de "'ponta ~ul do armano da cozinha .. ., I 
21 
, 
.' I 
~ .. .. 
-
A expli c3\,3o de Shipton em rela~ao a descoberta oa 
\Ublda do monte E\.cre~te ilustra urn casa ~ignlfica tl vo de 
tal aprendizagcm Aproximando-se do monte Evercste 
par urn novo caminho. Shipton reconheceu imediatamen-
te os cumes e verlentes prin cl pal ~. que con hecla. mas VI"'-
to~ do lado norte. Mas 0 gui a sherpa que 0 acompa nhava. 
e para quem ambo) as lados cram ha multo conhec idos. 
nunea se tloha apercebldo de particularidades semel han-
tes e saudou esta descoberta com surprcsa e satbfae;ao. 
Kilpatri ck descreve 0 processo da aprend lzagem da 
pcrcep~ao, fon;ando urn observador atraves de estimul os 
novos que dClxaram de eMar adaptados as imagen\ pre-
vias. 41 Comc\a por forma s hlpol!! ti ca::-.. que expllcam os 
novos estimulos conceplu almente, e nquanto pcrsbtc a 
il usao da~ fo rmas antigas. A experiencia pessoal da maior 
parte de n6~ po rei a prova es ta pers iste ncia numa image m 
ilus6ria, muito depoi\ da sua inadequa~ao eSlar conccp-
tualmente aceitc . Olhando a se lva, apc na o; ve mos a luz do 
Sol nas folhas verdes. ma s urn ruide alenador diz-nes 
que urn animal se encontra ali escondido. Entao. oob\er-
vador aprendc <l interpre tar a cena di stin guindo indica-
~6es fornecidas e rcpensando slnai s pft!vios.0 animal 
escondido pode agora ser caplado pela reflexao dos seus 
a lhos. Por fim. alraves de uma e xpcri cncia repetida . todo 
o modelo de percep~ao e mudado e 0 observador ja nao 
necessita de proc urar conscientemente informaf;6es ou 
ligar novas informa~6es a uma velha estrutura. Ele co n-
seg uiu uma imagem que sera operaci onai numa nova s i-
luac;ao. parecendo natural e ceria. Logo. subllamente. 0 
animal aparece por entre as fol has lao claro como 0 dia. 
Do mesmo modo , lemos de aprender a ver as forma s 
ocultas na vasta area das nossas cidades. Nao estamos 
habiwados a organizar e a i maginar urn meio ambiente 
artific ial em tao larga escala: no entanlO. as nossa:;, ac ti -
vidades coagem-nos a tal. Curt Sachs dj urn exemplo da 
incapacidade de efectuar liga<;6es acima de urn certo ni-
\'el. t.4 A voz e 0 som dos tambores dos fndios norte-amc-
rica nos seguem ritmos comple tamente diferentes. sendo 
aquela percebida inde pendentemente deste ultimo. Procu-
rando uma analogi a musical malS pe rto de n6~. Cun 
Sachs rnenciona as cerim6nias da igreja, onde nao pen-
samos em coordenar a coro denlro do ediffcio com as 
S100S na torre. 
~as no:,sas vasta" areas ci tadlnas nao fazemos a Ji-
ga~ao do coro com os sinos. tal como 0 gUla sherpa \'e-
mos apena:::; as ... crtentes do monte E\ e rcste e nao OJ mon-
tanha Aumentar e aprofundar a nossa percep~ao do melO 
22 
.Lmhlcnlc ... end contlnuilf um de..,envo lvlIllento bI016l!ll'O e 
nJilural. que 101 1I0\ \enlidth de COntaell) ao\ dl"'al~tc ..... c 
do ...... cnlldo .... I.h ... tante .... a .... comunll'a~6e\ \lrnb6l1c3s A 
n\1 ...... a Ie ... " na<.,eIJ-..,c no fileto de que podemos de~en\ol-
vcr a nO';"il I m~gern do melQ ambicntc opera ndo \ohre a 
lorma fblea externa, alrave'" de urn processo de aprendi-
/i.Jgcm Int~rno_ i\a rcalJdadc. a cornplcxidade do no\..,o 
mcio for~' a-fl{h u proceder de\l\! modo. Ko Capitulo IV 
di,cullr-\c-;,l c\)mo 1 .... [0 polle 'ier feito. 
o homcm pflll1l ti\'o era for<;ado a melhorar 0 "'cu 
mcio dmbientc adaptando a ... ua percepr;ao a paisagem 
C\P'IIcntc Podi~1 efcctuar tran~forma",6e~ de menor impor-
tancia com tumulo .... foguc lra <., OU "inai\ na.'! a f\ ore ~, rna ... 
a'i tran,forma\'oe ... 'lo ubqanc lai ... para uma c lareza ou inte r-
Ilga\,50 "1 ... uaIS es tavam limilada ... a locais para con s (ru~ao 
de Cit..,a .... ou reclnto, rc li gio\o"> 56 civi llza~6e5. podero\as 
podem comc\"ar a aCluar no .'!eu mc io ambientc de urn 
modo s lgndu:an tc. Ape na ... rcccnleme nte ,e tornou possi-
\cl a con..,ciente remodela\'ao em larg <l escala de meios 
~Imb i e nt e ... ff..,ICO:" e. po r i<;'1O, 0 prob lema da imagi nablli -
uade ambicntal e novo. Do ponto de vi sta tecnico. e pos-
... i\el cria r pai\age n\ nOva,> num cuno e~pa~o de tempo , 
como . po r excmplo. O~ diqu~s ho lande~e s. Aqui , os de-
\cn hadores e nc(lntram-~e ja ocupados corn a queslao de 
como pode rao formar 0 panorama total de modo a que se 
lome fa c il para 0 abse rvador humano identificar as partes 
c es truturar 0 lodo. 30 
Es tarnos a conslruir rapidamente uma unidade fun -
(ional . a regiao da grande c idade. mas lemos, contudo , 
t3.mbem de compreendcr que e~ta unidade deveria ter a 
... ua imagem correspondente . Susanne Langer poe 0 pro-
blema na sua definif;30 breve de arquitec lura : ", E 0 meio 
ambiente no total tornado visfvel." 4 ~ 
23 
II. TRES CIDADES 
Para percebcr 0 papel da imagcm do meio ambiente 
na no~sa vida citadina . foi necessaria examinar algumas 
areas da cidade e falar com os seus habitantes. Tive mos 
lambem de desenvolver e par a prova a ide ia de imagi na-
bilidadc e descobri r q uais as formas criadoras de imagens 
fortes, atravc~ de uma compara~ao destas imagens com a 
realidade visual: assim, pretendemos ainda sugerir prin-
cfpios de design urbano. 0 traba lho foi feito na convic-
93,0 de que a analise da forma existente e os seus efeitos 
no cidadao e uma das pedras mestras do design urbano. 
Algumas tecnicas uleis para 0 reconhecimento da area. 
bern como entrevi:-,tas feilas a cidadaos. scrao desenvol-
vidas mais tarde, como uma continua~ao do assumo. Tal 
como num pequeno e~tudo pilato. a inten\ao fo i, essen-
cialmente, desenvolver ideias e metodos, mais do que 
provar factos de um modo concludente e determinante. 
Por isto. analisaram-se as areas centrais de tres cida-
des american as: Boston em Massachusetts. Jersey City, 
em New Jersey. e Lo!>. Angele~ na Calif6rnia. A cidade 
de Boston e (mica no que diz respeito aos seus aspectos 
entre outras cidade~ americanas. !>.endo Igualmente inte-
res~ante na llua forma e na riqueza em problemas locais . 
E~~olhcmu!'l Jer~e~ Cit) pcla aparente aU!'l~n(ld de forma 
que nela reina. par aquilo que parecia ser, a prirneira vis-
ta. a ... ua extrema infenondade no que respeita a imagina-
bihdaJe . Los Angele~. pelo contrario. e uma cidade nova 
em propor~6es completamentc diferentes . pO!o.sulndo uma 
25 
Para Jewlhl'\ 
\pl'fldlce B 
an.jUltcctura ern forma de grade na '\ua <ln~a cl:ntra l r.1ll 
Wdo () Ca'lo. tOlllamo", como excmplo uma Inna ec:::ntri.ll 
de. aproxlmadamente .. dUi!'" milha'l t: rnCI<I de cOlllpriml:ll-
to e uma mJlha e mela de largura I:.m cad a UIlW dC'Ila" 
cldade\ le\arnm a cabo Juas anaIJ..,c ... ba ... ica\ 
I. Urn reconheclOlcnlO 'ii t'-lCmallco do tcrrCll o de 
cada area lUI ft:llo J pe por urn ob"enador cxperllncnlu-
do, que anota\i.I num mapa a prc ... en<;a de variado ... ele-
menlo\. a \ua \i\lhilJdaLie. a ~ua tOfl'l:a ou rraque/<l como 
H~agem. <t'l ... ua ... rela~·oe ... Incoerenle" C Outra ... Intcrhga-
~oc .... E ... te ob ... avador lil t:..tI11bem rcgi ... tando todo\ 0'1 la-
do ... pOSllivO'i e nt.!gutlVO\ na e!,.[rutura da imagcm poten-
cIal A~ opini6c ... cram \ubjectlvas e ba ... e~Hla ... na aparen-
Cia Imediata clc\te ... elemcmo\ no terrcno 
2. A uma pequena parte dos rc sidcnlc\ nu cldade foi 
:cl la uma enlrevi'::lta Com 0 rim de cvocar a ... "'U3' propria.'. 
Imag~n: do aJllbl~nte fi~ i co. De\ta cmre"i"ta fi.lli am parte 
dc~cn~'oe\. locaI17a~6e\, e!"boqos e rcaItLa~'6es de VltI-
ge n.", im~gi~:.i.ria~ . O~ entrevir.aactos cram pe<.,\oi.l\ que ha 
m~Jto <III VIVlam ou trabalhavam, cuja"l residencia~ e 10-
C_al \ de trabalho C~lavalll <..Iiqribufdm pcb 70na em que\-
ta o. 
As~im, foram cntrcvistada~ aproximadamente trima 
pes~oas em Boston, e quinze tantO em Jersey City como 
em Los Angelc~. Em Boston, as analises basicas foram 
complementadas por testes de reco nhecimcmo fotOgrMi-
co, par d.esloca~oes feitas na zona e pur numerosas per-
guntas feltas a tran,\euntes acerca da direc~ao a tamar ao 
procurar um camin ho . Adicionalmente rai feilO um reco-
nhecimento detalhado dos elementos caractcrfsticos do 
cenario de Boston. 
Todos estes metodos sao descritos e analisados no 
Apendice B. A quantidade reduzida de e ntrevis tad os e a 
sua ma-vonlade para com as c lasses profissionalizadas 
dirigentcs, impedem-nos de afirmar que conseguimos 
uma verdadeira ,. imagem publica ». Mas 0 material e rico 
e m sugestoes e tern coerencia interna suficieme para indi~ 
car que existem realmente solidas imagens de grupo, pelo 
me~os em parte. passiveis de ser descobertas por estes 
melQs. As analises de uma determinada area deixaram 
antever, de uma forma bastante nitida, as imagens de 
grupo derivadas das entrevistas, indicando. assim, 0 pa-
pel das propfla~ farmas fislcas. 
Sem duvida que as c:onccntra<;oes de vias ou de lo-
cals de trabalho tendiam a produzir esta consistencia de 
imagem de grupo, uma vez que aprese nta\ am OS me~mos 
elementos a vista de muitos indivfduos . Associa~6e.s de 
26 
clt~goria ou Lit! hl ... [\'ma. vlnJa ... dt' fonte ... n{to \"i~Ual\. 
rdon;<lvalll mal'" c ... ta (.:on\i...,t~m,;ia. 
i\.b\ n.io pod~m ... ub ... i'itlr duvida ... quanta ao facto de 
yut! a Itlrma dil meio amblcnte teve um papelimportant!.;;-
"'lnlO na cria\'ao da IInagt:tn A .... cOl ncldencla~ na.., descfl-
IJ1c ..... J \ 1\ aCldadc e alt: a con fu ... ao onde a fallllltaridadc 
r\llkrlJ, aparentcmente. apontar par<1 um conhecimento. 
c ... darecem ludo 1\\0. E ne\ta relar;ao entre a IInagem e a 
lorma ti ... ICil 4UC ... e centra () no\'::IO Intere ... ~c 
Apareccram dlft!rcn<;a ... dl ... llnta, na imaginabilidade 
LiC'Ila ... 1fe ... i:idadc<;., emhora 0\ cntrev l ~tado ... tcnham todos 
fciw uma e ... pecie de adapla~ao eficiente ao ... eu melO 
.Jmhlcntc Alguns tra<,:m, - e ... pac;o abenD. vegeta~ao. 
... t:ntldo de de ... loca~fto em vafla~ via.s, contrar.,te\ visuais 
parcccm ter uma importancia particular na paisagem 
clwd ina 
A maJOr parte do que ne .... te livro )e ... egue dcnvJ das 
lnforma~6e~ obtidm, pe la comparac;ao des tas imagens de 
grupo com a realidadc visual e da~ especula~6c ... dal re-
... uitantc). 0 ... conceitos de imag inabi lidade e de tipos de 
ekmcn tu .... que scrao discutido~ no Capitulo III. advem. 
em grande parle. da anali5e deste material, ou foram nela 
aprofunoados c dcsenvolvido~. Enquanlo dcixamos a dis-
cu':.sao a ex actidao ou fraqucza destes l11etodo~ para 0 
Apc.ndice B. c importante compreender qual a base em 
que 0 trabalho a5senta. 
Boston 
A area escolhida para estudo, em Boston, roi a da 
peninsula central. incluindo a linha da A venida Massa-
chusetts. Esta e uma area com caracterfsticas bastante 
raras nas cidades american as devido it sua idade, historia 
e, de certo modo. ao seu sabor europeu. Nela estao in-
clufdos tanto 0 centro comercial da cidade como bastantes 
bairros habitacionai~. com uma popula~ao que habita 
casa~ bern pobres e outra pertencente a cla~se privilegiada. 
A figura I e uma vista geml desta regiao, a Figura 2 e 0 
seu mapa esbo~o e a Figura 3 e uma representa~ao es-
quematica dos seu~ elementos mais visiveis. tal como se 
encontram ao examinarmos 0 terreno. 
Para quase todos os entrevistados. esta pane de Bos-
ton caracteriza- ~e par bairros dife rentes e vias sinuosas e 
confusas. E uma parte suja. com edfficios de tijolos ver-
melhos, represent ada peJo espa<;o aberto do parque publi-
co de Boston e a Statc Hou'iie com a ... ua cupula dourada; 
27 
Fig . J, pag. 28 
Fig. 2, pag . 29 
Fig. 3. pag. 79 
a vista do no Chdrk~. do lado de Cambridge. fal rambem 
p£trte de~la caracrcnz3<;ao. A malOr parte do':> cntrevi~ta. 
do,; <lcrescenrou que e urn local antigo, hi':>ronco. chelD 
de edificios ga"'lo~ e, no enranto. comendo algumas eSlru. 
tura:'! nOvas per entre a.., vclha'). A':> sua, ruas e~treJ[as 
estao aplnhada ... de gente e carro~ e nao .se enContra urn 
lugar para cMacionar; mas e~i ... tem grande", contra"'tes en. 
Ire as larga~ ruas principal'" e as estrclta~ ruas larerais, 0 
centro desta area e uma peninsula rodeada lie agua. Jun. 
ramen Ie com 0 Boston Common. 0 no Charlc ... e a State 
How:.e, exbtem vanos outros elementos de destaquc: 
Beacon Hill. a A\.cnJda Commonwealth, a Rua Washing-
ton, centro de comercio e cspcclaculos, 0 Cople)' Square. 
a Back Bay. 0 Largo de Louisbourg. a Ponta i'\one. n 
Bairro do Mercado e a Avenlda Atlantic. confinando Com () cais. 
OUlrO\ importantes factorc~ caraclerizam tambcrn .1 
cidade de Bo..,ton: tern falta de C.sp;:u;m. aberlo", OU de re. 
creio: e uma cldade ",indi\idual .. pequena ou de tam~lnho 
medio; tem area.., va.sta~ de CO~lUmes diversol,; c marcadJ 
pelas suas Janelas saliente\. veda~6e\ de ferro e fachada\ 
de pcdra caManha. 
filf 1 -.4 pelllll.lu{a de /lfJ.\wn, L'/srrl da pane 1l0rTli 
!Ii 
\.I(/(Ju<c.'.h0t;o cia penunula de BOHon 
CRUZ,,· ELBI 
'" 
LIMITE '11:.r-1U BAIRRO M .... RCASlE 
Elcmenlo de maJOr imponancI3 _mmlO 
Elemento de menor ImpornincI3 o • 
29 
f,~ .J As pal'-.agcn ... fa,;onla ... eT<Jnl. g:cralmt:.n l ~. i.ll1 ucla" 
que Inciulam uma arca dqu<itica nu um e"'p<l~'u ancrto ~J 
di'it:l.Ilcla. A \, 1 ... la anrangendn as margen<. do fl O Charle ... 
fOl d iver"'<l\ H'lC ... ~itada e hnu\c quem mcnciona ... <.,e a 
"1'-ta do no a(~ Pif..:kney. 11 panorama d~ uma c(ll1na em 
Bnghton ou n de Bm ton. \hla do pono 
Lma outra vjqa fa"Ortla era ada ... luze., da cldatlc de 
nl'i!t.!. yuer de penn qua de longe, l1ua ntlo Bo..,ton pareee 
ganhar a ViV<lCldadc que normalmentc lh c falt a 
BO'iton tern ullla c ... trutura que C. n.a malOr P<Jrtc da ... 
vue .... compreendida por loda<., a ... pc"",o<.t"l 0 flO Charle:--.. 
com a, 'i ua<; pomc ~. torn a- ... e um ponto lmporta mc. ao 
qu.d a ... rua~ da Back Bil). a RUil Beacon e a A vcntda 
Commonwealth ... ao paralela'i. £ ... Ia" rua ... rartem da Avc-
nida Ma..,.., achu.,ett \. perpendI cu lar 410 flO, e \ce.uem em 
Fl it. '. pm: 31 dlreq'flO ao 8 0.., [On Common c ao., ja rdin" publico, Ao 
lado dc ... lc conjunto de ru<.t ... da Back Ba). csUi 0 Coplc) 
Square. no qual dc""cmboca a AvcnidCl Huntington . 
Na parte mais baixH do Common estao a~ Rua~ Tre-
mont e \Va<,hlngton. \cndo uma paratcla a Dutra C lntcrli-
gada ... par diversa~ pequenas ru<:l .... A Rua Tremont Cl.,len-
de -~c ate ao Largo Scoll ay e Je')tc crULamento ou no ... ai a 
Rua Cambridge. que ...,c c\lenlk at~ urn outru nl) ni.! ro-
tunda da Rua Charie ... : e...,ta fecha . por ..,ua vcz. lOdo c ... tc 
enquadramcnto. rcgre ~.-:. ando ao rio _ De ... tc modo . Beacon 
Hill fica circunva lada. Scm long~ do rio aparece-no.-:. uma 
ou tra grande marginal. a Avcnlda Atlantic. e 0 porto. que 
apena~ pode scr li gado com wda 0 rc ~tanle de um modo 
especial. Embora muito~ tenham uma concep~'ao de Bo'-.-
ton como sendo uma penfn sula. pouens foram capazes de 
FiX .:I - B O,llOn \hla de lima dcu marfU!IIJ do no 
.III 
., 
Bolton 'I'If' /odo.\ uJ/lhecem 
con..,cgUlr uma liga~ao vi s- ual entre 0 rio e 0 porto . Bm,-
ton parcce. de certo modo , ser uma cidude "unilateral "'. 
Illas lal facto mostra-se imprecl~O e errado a mcdida que 
no.., afaMamos da margem do rio . 
Se 0 nOSSa esbo<;O for represen tativo , qualqucr natu-
ral de 8m.ton pode dizcr-vos tudo isto acerca da sua ci-
dade. Do mcsmo modo. cle mio podera descrevcr oulros 
aspec tos. tais como a ~irea triangular entre a Back Bay e a 
paOla ~ul da cidade. terra de ninguem a sui da Esta~ao 
Norte. a forma como a Rua Boylston descmboca na Rua 
Tremont, ou qual a es-t rutura das ruas no bairro finan -
ceiro. 
Como ja citamos, urn dos bairro~ mais IOteressantes 
nao e. geralmenlc. «encontrado ; a regiao triangular en-
Ire a Back Bay e a ponta suI. Esta era uma area em bran-
co no mapa. para (Odos os entrevistados, ate mesmo para 
aqueles que af nasceram e cresceram. E uma area de 
grande tamanho. contando com alguns elementos conhe-
cidos. como a Igreja da Ciencia Crista, mas a matriz. na 
qual estes eiemenlOs poderiam aparecer. nao esta prescn-
te nem tern um nome . Encontramos duas razoes que. pre-
sumlvelmente, conlribuem para 0 «desaparecimento" des-
ta area: a primeira seria 0 facIO de, em redor dela. se 
encontrarem os carris do caminho-de-ferro, como que 
querendo bloquea-la : a segunda parece ser a existencia de 
uma excJusao conceitual devida a impressao generalizada 
de que as ruas da Back Bay e da ponta sui da cidade sao 
paralelas . 
31 
Ao contrano disto, 0 Bo<;ton Common e. para mult(l 
genIe. a centro da sua imagem da c idade e. juntamente 
com Beacon Hill. a no Charle~ e a Avenida Common-
wealth, e muitas vezes citado como senda urna das parte~ 
da cldade particu larmente marcante. Com frequenci a, 
fazendo as suas excurs6es pela cidade, muitos desviam-'ic 
do ~eu rumo para poderem parar nestes locais. 0 parque e 
inconfundfvel: uma grande a rea verde, livre, rodcia 0 
baiITo mais activo de Bosran. urn lugar ri co em assoc la-
~6es acesslve J a lOdos. ES(;l localizado de modo a revelar 
a margem de lre!<' bairros: Beacon Hill , Bac k Bay e 0 
halITO comercial da cidade: e. pari1ilO. urn ndeleo a partir 
do qu al lodos padem aumentar as seus conheci mento~ 
dos arredores. Para alem dlsto. e tambem allamente mar-
cado par e lementos exi stentes dentro do pr6prio bairro: a 
pequen a pra~a do metropol itano, a fonte. 0 Frog Pond. 0 
coreto. 0 cemiterio , a .. Iago do~ c isnes ". etc. 
Aa mesmo tempo , es te espa90 abcrto tern uma forma 
muito diffcil de reter na mem6ria: uma figura de c inco 
ladas com cinco angulos rectos. Uma vez que e muito 
grande e de lal forma planeado que e posslvel entrever os 
seus lados, e frequente que os transeuntes se percam den-
Ira dele. ao tentarem alravessa-Io . E vista que duas das 
vias com ele confinantes, as Ruas Boyl ston e Tremont. 
sao de grande importancia para a cidade , esta dificuldade 
lorna-se absoluta. Aqui , eSlas duas ruas cruzam-se nurn 
angula quase recto, mas. a grande distancia, parecem ser 
paraJelas , vindas de uma linha de base comum: a Avenida 
Massachusetts. Tambem a actividade comercial do centro 
faz uma viragem de noventa graus oeste cruzameoto 
Boyl ston-Tremont ; enfraquece neste ponto para, depois . 
mais adiante, tornar a aparecer na parte superio r da rua 
Boyls ton . Tudo isto contribui para uma ambiguidade 
de forma no cora9iio da cidade. para uma falta de orien-
ta~ao. 
Boston e uma cidade de baiITos muito divers ificados 
e, geralmentc , quando nos encontramos no centro, po-
demos apenas oriemar-nos atraves do aspecto geral da 
area ci rcundante . ~uma das partes verifica-se a caso in-
vulgar de urn mosaico continuo de tais areas diferentes : a 
sequen cia Back Bay-Common-Beacon Hill-Centro Co-
mercial. Aqui. a orien tac;ao nunca se torna urn problema 
No entanto. esta tematica viva eSla tipicamente associada 
a urna falta de fo rma au a urn conjunto confuso. Se se 
pudesse dotar as bairros de Boston de uma clareza estru-
tUfa l e tambem de urn caracter diferenciador. estes seri am 
grandernente real~ados . Nesta falha, Boston e. inciden-
32 
F'8. 6 - 0 Common de Boston 
talmente, ba~tante dife rente da maior parte das ci dades 
ame rica na.;;, onde areas formalmente ordenadas tern pou-
ca cxpre~sao. 
Enquanto O~ bairros tendem a possuir uma clareza. 0 
",i~lema das ruas em Boslon e, geralmente, confuso. No 
entanto. a funs:flO de circular e tao importante que as ruas 
'30 ainda dominantes na imagem total. tal como roi pro-
"ado noutra\ cidades. Nao existe uma ordem basica nes-
ta, ruas. \e exceptuarmos a preponderancla historicamen-
te candicionada de raias principais correndo da base da 
peninsula para 0 Interior. Atmves do grande centro da 
cidade, e mais facil a deslocac;ao para ou de este e oeste 
Ja A venida Massachusetts do que a desloca~ao em angu-
los rectos. nesta direcc;ao. Neste sentido . a cidade tern 
uma nature7a de tal e.specie que esr3 reflectida nos per-
curso~ mentais que acompanham as diversas excurs6es 
imagmanas Contudo. a e~trutura das ruas e excepcio-
nalmente dificil e as complicar;6es dai provenientes for-
necem muito material para a analise sistematica das vias 
no Capitulo III A dificuldade causada polo cruzamenlO 
de nflventa grau .. da'\ Rua'\ Tremom e Bfl;iston. vi"'ta", 
l.nmo paralela~. ja foi por n6s mencionada A rede nor-
mal da Back. Ba) , uma caracterfstica banal na maior parte 
Ja'i cidades americana .... rc\ este-se de urn aspecto e"ipe-
·tal em Bo:-.lOn. em \irtude do ~eu C('Intraste com 0 resto 
a e,lrUlUra 
33 
fig 7 ~ \ Cel/frol Arten 
Fr,l!,. X - Proh/enw \ IUS IItle/gnn dt' 8 0\1(11/ 
f~h~ ctt JliNon.I~,a" 
n!"r)""~.", d~~l",a 
fr",ne"~ !r~,iI ou .",,,ntt 
pt'nl" lie "m! .. ~" 
lai!J J~ fdd~j" 
.rc~ ~~, Ilea dU ~ 'em 
,'Jr~d"r 
rua ,merr<,mphi,il 
~Jl,bl~uhh,je de j,'rma 
tdll~ ~~ 1~lcr·rcl~ .. d, 
",fu" .. ~i" ~"'''''l!ua 
de';;Un\l~Uhl~Jc 
_pua~ auto-cstrada:-. atra\ c"sam a area central: Stor-
ro\~ Drh c e Central Artery. Sao ambas comlderada\ 
ambigu<lmentc. como barrelra~ em rela~;Jo ao mo\imento 
ern rua.., mai.'.! annga" ou como anefl<l\ de cOlllunica\,ao. 
34 
quando algucrn ..,c Imaglfli.l gUli.lndo ncla ... Cada a ... pccto 
tern uma f<ter.:: cnmplctamente dlfercnlc. qu<tndo ... c pen\a 
nd Central Arter) e ... tando \1tu • .HJo nurn ponto Inferior. 
c ... ta C uma paredc maci<;a. plneaua de verde, dparccendo 
fri.lgmcntanamente i.l4ui e all Encarando-~ como uma 
\1.1. cia lemnra uma flta chcia de "'Jnai ... que ... c crgut!, 
.dunda. rntiopla. Dc um mouo cuno\o. amha.., c\ta .... t: .... -
traJa .... e..,tilo fora da cldaue para a popula<;fto. e.,tabt:lt:-
Lcndo-r"e ulflcilmenre uma rela<;.:io nJnl cia .... cmbora c ... 
la'" alravc~\cm Bn~ton. Exi\tt: tambem uma tran,il;flo 
.:{)nlu~a a tazer em cada Inrcn.:ambio 510rro", Dri"c. 
contudo, relaciona-~c directamcnte com 0 riO Charle ... e. 
liga- ... c, a~r"lm. a e .... trutura gcral da t:idade A Central Ar· 
rery. por outro lado. atravc,:>'a Inexplicavelmente 0 centro 
t: eorta a oncntac;ao ligada a ponta norte c corta a Rua 
Hanover Para aiem di\w. foi, por veIe .... confundlda 
com a sequencia Cau\cway-Allantic-Commcrcial, poi\ . 
cmbora r"c [rale de duar" arteria ... ba,lantc difcrcntc\. am 
ba.., podcm r"cr, de um modo 10gl(0 , con..,iderada\ cornn 
prolongamerHO\ de Stormw Drive. 
Bcm it manclra de Bo<;,\ol1, parte ... i.;;olada\ da c<"(rutu-
ra de via.., (cm, por VelCr". fortc cxprc\ .... ao. Mao;. e\te r"i .... -
lerna altamcnte irregular e compo~to por element()~ i~olJ.­
uO"'. ligados apena\ urn it urn ou, por vezcl). complela-
mente de'>ligadm •. E. dificil dcscnhar lal ..,i\tema ou ima-
gina-lo eom'-o um todo e. normalmcntc. tern de ser anal i-
sado atrave ... da concentra~ao na ~e4ucn(,lJ da~ articula-
\6e~. E~ta\ articula90cs. au nos. sao. par 1\10, muito 
impanante ... em Boston e muitas regi6e~ bastante in~igni­
ficantc~, como. par exemp lo. Park Square. serao chama-
das pelo nome do cruzamento que e 0 seu foeo organi-
zador. 
A Figura 8 C urn dos modo~ de resumir esta analise 
da irnagem de Boston. urn sumario que pode ser 0 pri-
rneiro passo na prcpara<;ao de urn plano. E uma cornpila-
~ao gnifica daquilo que parece ser 0 conjunto das grandes 
dificuldades na imagem da cidade: confusoes. ponlo!o. flu -
tuanles. fromeiras mal delineadat:.. i!o.olamentos. quebras 
na continuidade. amblguidade!o.. ramifica<;oes. faha de 
simbolos ou diferenciac;ao. Ligado com a apresenta\,ao da 
ton;a e potenclaiIdade da lI11agem. e ... te gnifIco corre!l-
ponde a fase de analise do fundamento para construc;ao 
de urn plano. numi:l pequena escala. Tal como uma anal i-
~e de fundamento nac determina urn plano. mas eo! 0 ali-
cerce sabre 0 qual deci ... 6es cnati\'as podcm ser feilas. 
35 
Fig. 8. paR. H 
Flrl, 9. pdg 37 
FiJ{ /0 pdf!, 3 7 
Lma VeL que e elabor<ldo nurn nivel de anali ... e mal ... 
comprt.!ensiva. contem, aS~lm, uma oportunidade de 
malOr IOlerprela<;ao do que diagramas antenore~ 
Jerse) ell} fica situ ada em New Jersey, entre \Je· 
wark e New York City. e e uma area nos arredore~ de 
amba~. com urna pequena aC1I\ Idade propna. Atra\es~a­
da por multas \iias-ferreas e auto-cstradao,. tern mals i.1 
aparencia de urn lugar de pas~agem do que de rc!-.idencia 
Esui. dividida em vizlnhanr;as etnica~ e de classe e conada 
pela~ muralha~ das Palisades. Aquila que poderia ter ~Idu 
o ~eu cemro comerclal. fOi o,ufocado pela criac;ao artifi-
cial de Journal Square na parte mais alta da cidade: Jer-
sey City nao tern. a~sirn. urn unlco cenlro. mas Slm qua-
lro ou cinco. A frequente falta de forma do seu e'pal'o e il 
heterogeneidade da estrutura, que marcam a area afectada 
de qualquer cidade americana. acrC"'centa-se a confu.",ao 
completa de urn sistema de artcnas descoordenado A 
monotonia. a sujidade e a cheiro da grande cidade sao 
dorn inanles no inicio. Isto. sem duvida, e a ap reclac;ao de 
alguem vlndo de fora. Foi interessante constatar como 
aquele~ que ali tern vivido formarama sua imagern, 
A estrutura visual de Jersey City, tal como ela deriva 
do conhecimento do terreno, foi desenhada ern igual es-
cala e usando os mesrnos sfmboios, como no caso de 
Boston, A cidade tern urn poueo mais de forma e e,trUlll-
ra do que urn estranho pade irnaglnar. como de certo tern 
de ter se a querernos como uma cidade habitavel. Mas 
tern rnuito poueo mais de forma e p05sui muito menos 
elementos reconhecidos do que a me~ma area de Boston, 
Grande parte destes e desmembrada por fortes hrnites 0 
essencial desta estrutura e Journal Square. urn dos maio-
res centros comerciai", (atravessado pela Iinha do Hudson 
Boulevard) De Hud,on Boulevard depende a Bergen 
Section e 0 importante West Side Park Em direec;ao a 
este. tres arterias pao;,sam por cima da margem dos roehe-
uoo,. para virem a convergir na parte baixa: Newark. 
~1ontgomery e Communipaw-Grand, No terreno rochoso 
aguc-~e 0 Cen,tro ~1edll':o, Tudo pMa na barrelTa ~aml­
nho-de-ferro-mdustria-doca da area de Hud~on, Este e 0 
modelo principal e. exceptuando tah ez uma. dua\ au tres 
ruas que de~eem d colina. ele e conhectdo pela grande 
maioria das pessoas, 
36 
Fir!, 9 - Jer.\l'\ Cir.\' \'Wa do /cull} ,lui 
Fig . 10 - A forma \'i,wal de hrH'.\ Cil' como ela t' \'i!.ta f/O 
ICrrl'f1O 
I 
I 
I 
I 
I 
I 
I 
I " 
I 
I 
I 
I , 
, 
I , 
, 
:/ 
I 
1---
I 
I , 
I 
I 
I 
'-
"--}----/--I-I--_" 
VIA 
ElemenlO de maior Importincla, _ 
Elemenlo de menor lmponilncia 
37 
\ 
CRLZA- ELE~ 
LIMITE MENTO BAIRRO ~1ARCANTE 
=m o 
o • 
Il L: 374/ 
f'o '\ /f)/) . If): 
I I! II pal! 3Y 
'\ fait.! de L"unhn ~ IHHorli.l a pnn1clra \"1,«1. quando 
comparamo\ (1 Clln'Cnl.,O de clemcntol.,. julgado ... como 
marl·ante ... rein" h<.Lbitantel., de Jl!rl.,c..'} City, LOrn n dwgra-
mi.l de Bm.ton 0 mapa de kr ... c) City e ... ta qua ... e \ilzio; 
Journal Square tern for~a tm 'II devido (10 ... eu Inlen'll\-!) 
comcrclo e a aCt!\ Idade.., rCl.:reati\,J"'. ma~ 0 I.,CU tnifcgo C 
o cao ... e ... pacIJ[ onglnam Lonfu..,ao C IncerteZa Hud.-..on 
Boulcv<.Ird parer..:e Faler I.:oncorrencia a Journal Square~ 0 
We ... t Side Par" fic.! proximo. 0 unu.:o parquc na <'Idade. 
~Onl.,lanlCl1lcntl! (Ilado (.;umo uma reglan demarcada. um 
rele\o nJ e ... lrUlura geral Bergcn Section rC\elil- ... e cv .. en-
(lalmCnlc como uma area de clas ... c 0 Centro Medico de 
Nc\.\ Jcr ... c) C IOconfundfvcl \I ... ualmcntc. enwendo-sc 
grandc c hranco no clmo do ... mchcdo''). um gigantc CJ-
... ualmentc ... ltuado. 
Pouco mail., pode ... cr citado como l11an.:ante com al-
glllll<l unanimJdaue. a nao SCI' a vl,ta imprCS'ilOnantc dc 
~ew York Cit) na linha do horil0nll!. it di'itftncia. 0':1 
outro ... Jiagramas (Omplelam a imagcm cla cidacle . adi-
l:lOnando particularmcnte u.') tab nt:ccs~idadc!. pralica::o.. a~ 
grandcs aru!ria ..... em primeiro lugar as de trMego mai~ 
intcn ... o. qlle ... ao. rela ... ua (lntinuidadc. exccp)·6c'i .... e 
comiuerarmn" a grande parte da.., ruas de Jcr ... ey Cit)'. H<.i 
lima e ... ca"se7 de bairro ... e fronteira ... br.:m rcconhecfvcl'" e 
lima falla de ponlO<., ('cntrais ou nodulo ... l:onhecidos por 
wcto'!. ~ade eJ comuJo, marcada pda prc!.cn'Ya de 
\ario~ limltes l! obsljculo~ I ... oladore~. a!. Ijnha~ de COm-
bolO e a ... dUIO-Cl:.lradas aerea~. a ... Pali ... ade!->. a ... duas co~­
til-. mantima ... 
@ ... _~nc!.o ~ Qc,:>cnh..Q~ ~ d, cntrevisr3':1 individuai ... , 
tornQ.u-~c cvidentc qut.: nenhum do~ Jti'lej='rogado'i ttnha 
uma imagem clara da cldade em que tern vivido tantos 
anm O!. mapas cram. normalmemc, fragmentados. com 
grande ... area ... em branco, conccntrando- ... c qUJ!.c ~empre 
em pcquena ... regioc':l re<iiidenclaG,j A Imponencia do rio 
parcce ser urn forte elemento l!.olaJor e. normal mente. o~ 
mapil<ii rnO'itrayam a pane elevada da cidadc como mar-
cante l! a pane oai\i.t como ... enda urn elcmcnto fraeo. ou 
\oicc-\ef' .. a .... enda amba~ llgada~ por urn;:t ou dua~ rua~ 
puramente conceptuai .... A <lrea mai~ baix.a pareceu parti-
cularmcme Jiffcil de e~truturar. 
Quando <iiI! pedla uma ..:aracteri~tica geral da cidade. 
uma cta~ ob':lerva<;6e~ mai'l COlTIun.., era 0 facto de esta nao 
e.xl~tir como urn todo. nao po~~ulr um cenlro. mas. sim. 
aparecer como a coloca~ao de muito'i lugarejo ... A ques-
tim: Em que pen~a quando ou\e a, palavra<ii Jer':ie) 
Cil) ') . aparcnlemente tan .-..implc ... oe re~ponder. tOf-
38 
f'lI~ /1 - j(}l/mlll .\(/11£11"1 
Fig. I:! - 0 Celltro J1edlco de 1\'('11 la.le.\ 
39 
Fig. 13. pdg. 4/ 
nou-\)c de difkll reo.,poo.,la p .. lril 0\ .. eu:'! habllantc, Caui.1 
Vel mai ... 0\ Indivfduos repectum urn l\,iada de e\pt:uaJ • 
que a cldade era difieil th: \,mbolizar que nCto tlnha area.., 
dis[!nla\, Umi..l ... enhora achou quc..1 
E~ta C uma da .. ('01"4\ ffiJI" pcnma, J .. erc.I de Jersc\ (It~ 
Se algucm \-Ic ... ,e <.Ie lon~e .tte aqui. niW e'I"!lrJa ndlla em rela 
\al) ,ill qual eu pudc'!'<.,e Jizcr Oh TeO'. de \cr. c {50 hnnl((l 
A reo.,poMa mal~ comum a quc\tao do \Imbolo de 
Jer\ey City era !'cmpre reo.,pondida c!lando a \')..,ta de Nc\.\ 
York no horizonte. do outro ladn do rio. rna .... na realJda-
dc. nada que fizesse parte da cidade em ..,i. Aquilo que a:<. 
pes\oao., ..,cOliam acerca desra cldade. era 0 facIo de cia 
seT urn local na margem de alga Alguem ... e cxprimiu 
deste modo: as \eus dOl ...... imbolo.., "flo 0 horizonte de 
l"ew York e 0 Pulasky S~)",a), repre,en,"me de Ne-
wark Urn oulro deu enfase a sigmficaqao de ob ... taculo ... 
circundante~. para salr de t\eVv Jep..ey lemo:-. de pa ... l.,ar 
por baixo de Hud~on Boulc .... ard ou atrave ... do confu ... o n6 
de trMego Tonnclle, Seria diffcil exiglr uma IllCalizi.I\'ao 
basica e urn excerto de topografia mms prcci ... a\, mal" 
irnaglmivei~ do que Jersey Cit}, se sc pudes ... e con ... truir 
alga de novo. Ma~ a~ pessoas referiam~se ao meio ~ir­
cundanle usando, de preferencia, palavras como velho . 
',suja .• e «mon6tono,·. As rua ... foram constantcrnente 
descritas como sen do "cortadas» As entre\J~tas foram 
ricas em escassez de lnforrna~ao acerca do ambienlc em 
red or e denotaram uma quaJidade da imagem desta cidade 
mais conceptual do que perceptivelmente concrela_ Mals 
impressianante alOda, fai a tendencia para descrever 
usanda names de ruas e costumes. muito mais frequen-
temente do que imagens visuais. Tomemos como exem-
plo a seguinte passagem. descrevenda urn passelo numa 
area conhecida: 
Depois,de atravessar a auto-e~trada. hoi uma ponte em 
sentido ascendente Na rua gue se encontra por baixo da ponte 
ha uma companhia embaladora de curtumes. <;egulndo. depol.'> 
na a\'enida. na segunda esquina \"ee'm-se casa::. bancaflas do,," 
dais lados; e continuando, na esquina segumte e~ta uma loja de 
radiOS e outra de ferramentas. uma ao lado da outra. do lado 
direito, Do lado esquerdo. ame.., de atraves,ar a rua, ha uma 
mercearia e uma lavandaria Continua peJa Rua 7 e la esta urn 
bar a sua frente na esquma do lado esquerdo, uma IOJ3 de le-
gumes no lado dire ito - uma loja de bebldas do lado direito da 
estrada e no e~querdo uma merceafla. A pr6xima rua e it Rua 6 
e nela nada eXlSle a nao ser de novo 0 cammho-de-ferro. Se 
40 
'J~",Jr ppr tl,\.\ll J.I \1,1 krr(';.J, en onlr.I-"(' n<l ru,J ,egulnlt:. e <l 
RJ " [)lI ~t:u 1,Ido dlr~'lhl \e· .. t.: urn ~Jr. ha uma tlnmtla de 
I (111n t n,)\.I, J,l Ulrll 1.IUll dJ rUJ ,\ .. UJ Jln:H,t. urn hJr a 
,!urn'!'t \ Ru.1 -l quandn .. to! cht:gil a C' .. t<l rua a c"qulnJ do 
,tJ Jneltll. t: .. I.t um tl..'rrr.'nn .. lIO lunlll dP lcrrt:no t: .. la urn 
JI U' bdll l.i1relll) C .. I.l urn arm:.flC'11l ljUr.' \ cnde I..:Jrne pm dtd 
I' l C dn .. ell IJO ulrr.'llP .• 1(r;;l\ e ..... andl! I.!nl ! rentr.' Jl Jrm.lll.'nl 
111.1 \Idrr.'rra .\ prtnlmJ i:..l Ru.t l I".hef:;.t J (,\lil rUJ e \t.:: 
1.1 dro.:!.IrtJ d dlrl..'lli.l.uma iOJJ ljllC \cnde ul!'.ljUi: a .. Uil IrcnlC', 
If 1l.1~ J. c ... qucrd;.t t.::\(J UnlJ nll!r ... ".tna. COl Ire-nh: dJ mcr;,;cJ' 
lil. ~u" ~ .. qucrJa. I.'\(..! um bar -\ .. Uil dlrell.! • ..lnll.· .. l.k a(rJ\-c~ 
"ru" e .. ta om.! I(I)J. (,"Je ',,1(1 \cndrdo .. Jrtl~ll" dnmc .. II\:(I~ 
Jt'pl1r" na Ruo.! 1i<J um t.t1h("l, um m(:rI.:.IJIl lit' carne dl. IJd\1 
ljtll.',dl'_ t: .\ In:ntc do laJll do.; la. um Il.'rreno IIHC. ljut' e 
,.J'l .:nm e<;'lal'lnn,!ml'nltl. dll .. ~u (ado drrl'llo c,IJ uma ill)J 
t: ruuPd~ e \lutra dl.! do .. ·c ..... 1 dlrcH;.\ 
E a ...... lm pm Jtanl~ Em toda C~I,l de!:.(,;n~jo. tcmo ... 
,Ir\!na~ um"l ou dUil':o imagen:.. \i':ouai ... : ulna ponte a ... ccn-
delltc c talvez a pa~~agcm ... ubtcrf<lnea do canllnho-de-
taro Quando chl.'ga iln Pi.m-lue Hamilton. e ... ta pe:...,oa 
pi.1rcl:e vcr 0 ... eu meio amblentc e. enlflO. atra\c" do\ ... cu ... 
lllho ... , \ l:-"'C , nurn rclan~e, 0 lllTIllado c .... pa~o aberto com 
(l ... eu corelo redondo c central e th banco ... circundanle~ 
r- ti: 13 Uma nw e11l J('nn Cil\ 
41 
'\CCl'l.'<.l Ja 1ll0nOIOnl,-1 t1a ccna fi .... iGI loram felta"! 
lllultJ'" oh .... cr\'J"·{)c ... : 
r· yu.l~e t~Ucll pur h\Ja a panc t· llloJl:-. nu mcnn .... ..tpe 
n,l~ \UI~aflJ.IJC', r..tr.1 t11lm hln c pm \tlC". e r.l1 Jlcil "!~lhl!rnl{1~ 
yUclJ oJ .1\ CnlJiJ ('rll que ~I, ... {..trt.llnll"" dC' piJ .... ..,ciJr. poryue ~ao qua 
"I.' IOUiJ" "cn"'Lvdmcnh.' I~U,tI" n,lo,-1 iJ" dlfl.'fCnnLl 
('nnll) pllI,it.:nLl rc(;tlnhl'LCf ,I '\\ c:na1il F'lln.r qUiJntlo la 
... hcj;OJ·>,I.· ) 
PcliJ pliJLiJ rnJkOJlI\..t In nome. c il unH.:a forma Je recl1-
nhcl'l'f qUoJlyuer LIlI"OJ nt'"t,1 LIJiJtle \;,It) eXI"!e algo de ddcren. 
(I.' iljlcniJ.., Ulll hlol.:o tic ap.lrI.Jmcnhh a c"!qllm.t. t' luJu' 
Eu .tLhn que cm:onlr.Jmn.., \emprc () nt)<,\O I.:arnlnho. 
QUilndn ... e yuer, de cnconlrJ· .... c L, pM \ !.!Ie"!. (ln ju ~o. poJcm 
pcrJcr+\c itl~lln" flllnuhl.., a pnKUf;J, rna.., ell achn que, norm;:rl+ 
mente, <,c Lhcgd IlnI.k .... C quer (:hcgdr 
Nc..,te mew amblcnle rclmivamente Inc.lI stln[o h<i uma 
cQnfian~a. nao ..,6 n<l~ localinlqoes a que estamo~ acostu+ 
mado.., ma.., tamhem na.., diferenqa\ de hilbitos que se po-
dem ob~ervar. A<:-. placas da ... rua~. o~ grandes rec-lames 
em Journal Square e as fabrica~ sao os aspec[Q~ marcan-
tes . Qualquer espa(,:o p'll~agl ... tico aber[Q, [al como Os 
parques Hamilton ou Van Vorst, au. c",pecialmente, 0 
We~t Side Park. e salvaguardado. Em dua~ acasi6es, 
houve quem llsas..,e pequenas triangulos de erva na inter-
secqao de algumas ruas como aspectos marcantes. Uma 
senhora faiau em dar uma volta de carro, are urn pequeno 
parque, ao domingo. para poder estar a contemplar a pai-
sagem I sentada no seu carro . 0 facto de 0 Centro i\1edico 
ter urn pequeno espa~o de terre no cultivado, a sua frente. 
parece ser uma caracterbtica tao impon3me como a sua 
grande e \olumosa silhueta, na linha do horizonte. 
o Imaginabilidade, evidenternente fraca deste meio 
ambleme, retlectiu+se na imagem que ate os se~habitan­
tes mais antigos possuem e foi manifestada com insatis-
fa9<:10, pobreza de oriema~ao e incapacidade de descrever 
ou diferenciar as suas partes. No entanto. mesmo urn tal 
conjunto de arreJore~, aparcmememe caotico, tem, no 
fundo. uma estrutura e as pessoas aproveitam+na e elabo+ 
ram-na, concentrando+se nas rnais pequenas pi sras . bern 
como des\iando a sua aten9ao da aparencia ffsica para 
out ros aspectos. 
42 
A are .. cil.! Los Angcle ... , no cora~'ao de uma grande 
n:!:!IJo metropolitana. apreo;;entJ. um a ... pecto difcrente. 
1;.1010 de "lev .. Jt:r('t:) cornu de Bo~lon E ... ta rcgiflO, corn-
par.hei em tamanho a de..,ws dua~ cidatle .... contem poueD 
mai ... d(l quI.! 0':1 balrrO\ comerclal .... do centro e 0\ ... eu .... 
• lrrcdufi.~..,. A ... pc\soa ... conheclam J lona. nao dcvldo ao 
I,u.:to de ai rnorarcm, ma\ por Iii ... c cncontrar 0 ... eu local 
Jr.:: lrabalho. quer num e.,cntono quer numa l0.li.l A figura 
14 J.pre~entd. como J<1 \ai ('c.:ntlo huh ItO, (1 rcconheClmen- fll! f.J 
tn do terrcno. 
k\;o r.:-ora<;Jo da mctr6po lc. Lo\ Angclc"! ,oire 0 pC"'O 
Ja actl\o- ldJdt:, com I!randc<:-. edlffclO~, \up0'atal11c.:ntc rnar-
t,:<lnte .... , e com uma '-e ... trutura hihica: a ('ua redc de ruas 
qua:-.e rcgularJ: No entanto. um numcro de facton.: ... ac:ua 
oe modo a ohter cnrno re ... ultaJo uma Irnagcm mCnl)~ ntU + 
ua r.:: lhfcrcntc da de BO~lon If.rn primclfO Jugal'. e.,ta a 
dc ... centraliza,ao cia rcgJ,io n.1ctropolitana. onde a area l 
,.:cntral c, ainda. pm tortr.::\ l a, 0 centro da cidadc. rna... f'~ 
1..'\I,tcm Dutro", cernc ... b,hico .... , para 0., qual~ a ... pe(,\oa.V (3 
FI" I.J .-\ forma l"isllal de /.0\ /lII(!('/£'~. (omo (' 111/(/ f/o/er- ~ 
" )~;..... 
r'-lellO \ 
I , 
I • 
(lH /. \-
, , \'111 \11'10 
r 
-
~ 0 
0 
43 
. '. 
tu.\.\ 
H \IRIHJ \p.Re 0\' H: 
0 
• 
I
i:: ~; 
" :-1 , 
~, 
, " 
r .~' t. 
~ : 3 f: 1 
" --! 
, '~ I 
~," 
, - I 
':1 
I 
-
I'll,: /5 \11(;'1 If \ 1'1 ITO .In Irldo "('\/f 
LestJl) orientada~ A area central tern uma JOlen\J actJ\i-
ui.ldl.! <.:onlen.:lal e mullo~ habllante~ pas\am ~~rn parJ 13 ... e 
ue~locarcm. Em ~egundo lugar. it propria rcJc da e~(rutu­
ra to! uma matriz. dentro da qual lai~ elem(;nto~ nao podcm 
ser ~ernpre localilados com confianr;a. Em terceiro lugar. 
as actividade~ centrai!o. estendem-se espacialmente e ~5.Q 
dcs\liada~. 0 que contribui para a dissolur;ao do seu im-
pacle. A reconstru(Jao frequente impede a identificar;ao 
que se constr6i num processo historico. as proprios ele-
mentos, apesar de (e algumas vezes. devldo aJ frequentes 
tentativas de lhe.s conferir uma aparencia vistosa. apre-
sentam-sc frcquentemente sem uma fachada. no que diz 
respeito a sua forma. No entanto, nao estamos, neste 
caso, contemplando mais uma ca6tica Jersey City. mas 
sim 0 centro de uma grande mctropole, bastanle activo e 
ordenado ecologicamente,.J 
Fit!, /5 A fOlografta aerea da-no.., uma ideia ue;.,te ct!nariu Se 
dcscui.darmo"t a 1l1en\flo mmucio..,a em reia~ao a tlpv~ de 
projecto~ ou ao panorama diqante. ~erj dificil disllnguir 
c;.,te de quuJquer centro de outra') cidade" do" E ... tado~ Un!-
do~. \'eriflca~~e 0 me ... mo amontoar de Q.rande~ conSlrU-
~'6e~ branca". unde e"ttao m"taiado" e.:;critorios. a mesma 
yuanlidade enorme Je \ ia ... de tran ... i£O e parque" de esta-
t;lonJml.!nto. ContuJl.l. lh nldPi.l" ue Imagem sao mUllo 
mai\ den"o') do que aqucJc') de Jerse\ Cit" 
A e~truturO:! e')')encial de\ta imag~em e~ 0 ponto central 
Per ... hing Square. que ficO:! na (una do L formado pela\ 
JUil ... grande ... rua~ Cl1merClah. a Broad\\ a) e i.I RUJ 7 TuJo 
44 
1,111 I.:on<.,lltul .1 OlJtril gt!r .. d de umJ rt!tle (,k \ Id'" Ol.! ~om~­
nILa~;Jn r-.;o tIm lia Bn'arJv.J~. cncontra- ... e a arca do Cl\ IC 
Center e. para alem dele. \) <.:rUlill11cnto 't:'nllmentalmente 
IlIpnnante tid' Rui.t, PlllIJ ~ Ohera Paralela a Broaliwa~. 
"la i.t Rua Spring. Ion;.! tlnancelra, t:. pCrll) Jela. S~ld 
Ro\,. I rUJ pnnclpaJ I 
.\ \\t!ntda Hnll\\.\t)\ld c i.t do Porto podcm .... er aceltc ... 
llnll~ ;'1' JU;'h frnnh::'lra, uo L. fechando. a ...... im. 0 ... "tell'" 
Jill' lado ... li\re, A ima~em geral ¢ nnta\el peln ,eu "allO 
.1 c'te Oi.!' Rua ... \Iain nu Lo ... Angcle ... e a ... ul d<1 RU<1 7. Cl)m 
l·\I.'~P,.:i.o lIa tal retl~ que ,t! rcpele. A area cen,tral local!-
ld· ... C num \i.lcUn_ E ... te l:~ntrl) em torma de l ~ ... i.llplcado 
1l1rtUlli.1mente pm a ... pccw ... Olarcantc ....... ~nuo 0"1 mal'" Im- FI~ 43 P"~ 163 
p,mantt!" 0' Hlllt'l\ Sti.ltler c Bittmore t:'. illnlli.l cO(rc ou-
1ft" 0 eJltll'IO RlChfielJ. J BlbholCCJ !'tuntClpal. 0' ilf-
m~l/cn ... Rl,bln,on e Bullnd,r". () rederal San; ~utluing. (l 
audUtlflo da hlarm6n lca, City Hall. e 0 Union Dt:pot Ma ... 
apt!na"t dOl"t ponto\relc\ ante~ foram de.,cflw, em pormc-
nm- 0 felO euificlo Richfield. prelo e dourild(l, e {} elmo. 
em forma de plramide. da Camara ~1unicipal 
Para alem da arca do CiVIC Centt!r, nao eXl~tem au· 
Ira;., ~ ignificatlvas. excepluando algumas pequenas c 11-
ncares, reduzidas a lados de ruas. tais como as zonas 
FIx· /6 - 0 Ci\'/t Cemu 
45 
("om~rna i .. dJ RUil 7 C dil Ilroadw<1). ,I'> firma .. de tran'l-
rurte.:. na Ru tt 6. l) b;'llrro 111li.IIH:e.:lro uu Ru<.! Spring e r.;k.id 
Fa: 1tJ. p/il: -/'i Rm .... na 1\1<lIn Street A.., re..,rante.., ..,;10 rcl<1tJ\i.lm~ntc fra-
("a'l: BlIn"er Hill. Lillie Tnk.:n . 0 Cine Centl"r t! mai., 
forte pel ...... lIa rlln~'~o ()bvia. pclo ..,ell tamanho. abertUf<l 
e",pi.H.:ial, cdificio:-- no\ lh C 0 ......... ell.., cOlltmno.., tlcfinitivo\. 
Sfto pOlleo., aquele., a 411CIl1 pa..,,,a dc..,pert:ehido. Bunker 
Hill nan C ullla imagcJ11 IflO marcante. apc~Jr ti<.J'> :--lIa'l 
conota~o~, hi ... t6rica'l. c apena ... POlICth cnn,iueram ljUl" 
Ilao:-.c "lIua no l'cntm da cidalk. Dc lacto, t! ... urpreenden-
te como 0 cora,·ao da cida(h:. tenoo de: Ilh:luir c'te a .... pec-
[0 topogratico de tao granJe JmportalKJa. 0 centro acti\·u 
de uma cidade. cnllsegllc con,enar Bunker Hill como 
parte intef'r~rntc de ,i. 
Pershing Square e. scm dll\ida. 0 elemen to mal~ 
importanrc: um espa~o aberiD. de~enhado in.,olitarnente 
dentro do cora~ao da cldade. refon;ado pelo seu usa 
como foro politico ao ar livre e local dc descanso para 
idosos . Juntamente Com 0 cruzamento Pl aza-Ohera (eslc 
tam bern urn espar;o abcno). Per~hing Square foi 0 ele-
mento mai5J nllidarnente descriro, com 0 ~eu r(;l\·ado 
«imaculado ... rodcado. em primeiro JugaL por bananei-
ras. depois por uma fila de ,elhinho> ,entada, em solidos 
bancos de pedra. ern 'legulda pm rua., agitaua~ c. final-
46 
mente, pcla\ fila ... cmolvente.., de edlflcios no centro da 
I.."IJade Embnra notado. nem ... cmpre foi apreciado como 
'Iendo agradd\el Por excmplo. houve quem mOslra.,se 
n::ceio tla genIc itlo:-.a e ex.l:t~ntnca que nele "'Ie detem; frc-
-lut!ntcmente obtlvemo..., uma re)po~ta com urn canicter 
~mot1vo. cau ... ada peln modo como algun ... estao limllado~ 
;1' paredes clrcumlante'l e ala:-.tada:-. Ja relva central. 
rambem toram tecitia ... comparm;6e.: ... dc.,favonlveis com 0 
anterior flal\CL clegantc) aspecto do largo: urn pequeno 
nO .... tjuc com alguns banco ... e carninho ... A rcha. colocada 
.\{1 centro, nao e apena:-. ralao de rc,r.,enllmento peln facIO 
de nao pouer ')cr dc\frutada pelo ... utenles do largo. rna ... 
lamb~m por tornar lI11pm, ... fveIS aD, pe6e'l ° caminhar 
.ltravc, de Pershing Square, como a maioria 0 dc,cJavu 
filler. Contudo. c':.ta e uma Irnagem altamentc iucnllfica-
\~1. rdon;ada pela prc.,en<;a de urn elclllcnto marcante, a 
Illas\a vcrmclha e castanha do Hotel Biltmore. que no~ 
orien ta eficientcmcntc em diretS·ao 1.10 largo. 
Por toda J "ua irnport~tncia na IInagcm da cluade. 
Per"h lng Square parece pairar urn poueo . E urn bloeo 
afastado das dua ... ruas-chavc. a Broadway e a Rua 7, e 
muitos nao tinham a certeza da sua Im.:aliza<;ao prccisa. 
embora nao tives~em duvidas accrca da slIa localizac;ao 
geral Alguns tentaram percorrcr mentalmcntc. com as 
,cu~ olhare ~. o~ e~pa~os lal erai~ do largo, ~I medlda que 
pa,,,avam nas ruas de mcnor relevo. bto parece-nos li ga-
do com a sua posic;ao "fora do centro·. e tam bern com 0 
facto de alguns individuos terem lendencia para confundir 
Jiversas ruas, tal como abaixo anotamos. 
A Broadway foi. talvez. a unlca rua que nlnguem 
confundiu. Na qualidade de rua principal. na sua origem, 
c possuindo a maior concentra~ao comercial do centro da 
ci dade, e marcada peJa multidao em ambos os seus pas-
,e ios, pela sua extensiio de comercio continuo. pelos pa-
vJlh6es das suas casas de espectaculos e pelos carros na 
\"Ia (quando noutras ruas apenas circulam autocarros). 
Ernbora acedessemos em considerar a Broadway como 0 
corac;iio da cidadc (se alga assim se pode considerar), naD 
e. cDmudo, urn cent ro de comercio para a malOr parte 
destes individuos da c lasse media. as seus passeios estao 
cheio~ de rninoria~ etnicas e grupos de pequeno rendi-
menlO ccon6mico . cujo~ balrro~ re;,idenciab ;-.e situam 
em redor da zona central. 05 entrevistados consideram-na 
como urn foco estranho, tomando atitudc~ di ... ersa~ de 
reJei<;ao. curio~idade e medo. Apressararn-se a de~crever 
a diferen~a basica entre a multidao da Broadwa} e da Rua 7, 
47 
;;, 
I~! J <b ." 
. ;'"'j... 
: "" -
I'>:} . ,I 
I : '> ( i f 
! I - . 
I , 
.. 1 . 
FIg. 18. PaR 48 
que e urn I..:cntro de comcrclO .... c nao para uma ellie, pelo 
meno':. para uma cla ...... e media 
Ij)e urn modo geral. e Jificil difercnciar <.I" rua~ a.., ... I-
nalada ... com urn numcrn uma ... da\ Dutra ... , excepto <.I ... 
Rua, 6. 7 e I E'ta confu'ao fOI grande mente notada nas 
entrevlsta ... as. ruas longltudlnal~ e a~ ... malada~ com um 
nome onglnam tambem confu..,6e~. ma.., em menor escala 
AIgun5 mostraram uma tcnderlCla para confundlr varia ... 
uc\tas rUJ) fla dlreq:ao norte· ... ul. e ... pct:laimente a'i RUiJS 
flov.. Hope. Grand e Oli\e. luda ... ela ... correndo em dl-
rec,ao a Bunker HilLJ 
Embora 'ie PO")\f\ c{mfundir uma ou Dutra rua no cen-
tro da cidade. pOUCO'i tem dlficuJuade em manter 0 ,ell 
cammho e encontrar a 'iua direc,;'ao, Para <.,alvagunrdur a 
difercnciac;ao direcclonal. parcel: haver \uficlente) ponto.., 
que, de lad a 0 lado. no.., podem \crvlr como ponto\ de 
referencia: 0 Hotel Statler na Rua 7. a blbliolcea na Rua 
Hope. Bunker Hill na Rua Grand. para alem d;'to. dl<-
pomo~ ainda da diferen9a de eo ... tumc\ ou da propria In· 
tensidade de transcuntcl:.. tal como acontece ao longo da 
BroadwaY.We facto. lOdas a~ rua') e~lao vl~ualmente fe-
chadas. apesar da .. grade,. regular cxistcnle no centro. 
l.,eJa de\'ido it topografia. as. auto-estradas ou a uma Irre-
gularidade na propria rcdc.} 
48 
Do outro lado da auto-e~trada de HolI) wood est~ urn 
dos elementos marcanles: 0 cruzamemo da.., Ruas Plaza e 
Ohera Este fOi sernpre muito nitidamente descnlo: a sua [-II:, Jf) 
forma. arvores. banco". pc")soa<;, telhas. as ruas empe-
JrJdas (hoje em dla. na realidade. pavimenladas com ujo-
101.0 ellpa<;o c<.,trcHO. as mercadona\ para venda e, mfa-
IJ\:elmente. 0 cheiro a vela ... e a ar;uear cristalizado. Este 
pequeno POnto nao e apena\ al.,slnalaveJ visual mente .. mas 
~ lamhem 0 tinico ponto de abrigo verdadclramentc hl'-to-
rico na cidade e parece gerar uma liga~ao muito forte 
entre 1.,1 C oc:, cidadJ.oc:, Nesta mesrna area. entre 0 Union 
Depot..: 0 Ci\ ie Center. fOI. eontudo. para quase todo~ 0'" 
ndl' ... fdul)\. bastantc difieil orientarem-..,c Senllam-se 
abandonaum '. pela grade e nao IInham a certeza onde, 
na zona amorfa. iam de .. emhocar a.., ruas, A Rua Alame-
ua I,;ondul-nos lr;H,'oclramente para a csqucrda. em vel 
!.Ie ... eguir paralctamentc a.., ruas na direc<;ao norte-'wl. 
A cnormc clareza da area do Civic Cenler parece ter 
apag<ldo a redc original c c:,uh ... titufdo 0 poueo que hA de 
novo, A uuw-cslrada e uma barreira extinta. Quando se F;~ 20. pag. 50 
de~locavam do Union Depot para 0 Hotel Slallcr, a maior 
parte do ... indivfduo\ saudava 0 aparecimento da Rua I. 
quase .. em pre com uma expre~sao de nftido content a-
I11cnto. 
Fig 19 - A Pla:,a (' (/ uurada para (l Rua Oln'rtl 
49 
Quando lhe~ fOJ pedldo para descreverem a cidade 
como urn todo. as pc\.,oa:;, U<:.3ram alguma ... fra5e~ on de 
frcqut:ntementc cram u~ada~ palavras como c':.tendida·. 
,< c)pa~o ... a ". ,·di~rorme ..... descentralizada .. Los Angeles 
pareee ser dlficil de coneeptualizar ou de enearar como 
um todo LOla e.xtensfio sem fim. que pode ter agradavcl'" 
conotal)oe ... de espal)o. em volta de obser\'a~6es au asso-
cia~6es de cansac;o e dc\orientac;ao.

Outros materiais