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15- A Alta Idade Média

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História Antiga e Medieval 
Aula 15 
Os direitos desta obra foram cedidos à Universidade Nove de Julho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este material é parte integrante da disciplina, oferecida pela UNINOVE. 
O acesso às atividades, conteúdos multimídia e interativo, encontros virtuais, fóruns de 
discussão e a comunicação com o professor devem ser feitos diretamente no ambiente 
virtual de aprendizagem UNINOVE. 
 
 
Uso consciente do papel. 
Cause boa impressão, imprima menos. 
 
Aula 15: A Alta Idade Média: a Cristandade invadida 
 
Objetivo: Apresentar uma visão de conjunto das invasões e migrações durante a 
Alta Idade Média na Europa ocidental (séculos V-X). 
 
 
A Alta Idade Média 
 
Com o objetivo de elaborar uma percepção sintética das principais 
características da Alta Idade Média na Europa ocidental utilizaremos esta noção de 
periodização em seu sentido mais amplo (séculos V – X) para permitir a observação 
dos processos multisseculares (longa duração) que estiveram presentes na 
constituição das principais características deste segmento da História medieval. 
 
Invasões e Migrações 
 
Um importante aspecto da Alta Idade Média é o fato notável que neste 
período os territórios da então nascente cristandade foram assediados por vagas 
sucessivas de invasões de distintas origens e objetivos. 
Vejamos agora uma síntese destes movimentos. 
 
 I. As invasões germânicas 
 
A partir do início do século III é possível perceber os primeiros sinais da crise 
das instituições romanas que levarão à falência de todo Império. A base da crise era 
primordialmente econômica, na medida em que estava vinculada com os problemas 
com o modo de produção escravista. Neste contexto, a expansão territorial do 
Império estanca e inicia-se um período de guerras defensivas que tinham como 
único objetivo preservar a integridade das fronteiras existentes. Com o fim das 
guerras ofensivas e o início das campanhas defensivas crescem as despesas com a 
manutenção das legiões e o Estado romano assiste a instalação de grandes 
problemas fiscais e financeiros. 
 
Uma das medidas para providenciar a defesa das fronteiras a leste do Império 
foi o assentamento pacífico e organizado pelo Estado romano de colonos de origem 
germânica em seu território, com o compromisso de prestarem auxílio militar quando 
requerido. Este processo ordenado de assentamento foi interrompido a partir do 
século IV por dois motivos principais, Internamente, a crise financeira, administrativa 
e política do Império Romano havia se aprofundado, comprometendo as iniciativas 
estatais. Do ponto de vista externo também os povos germânicos que habitam há 
séculos a fronteira leste do Império Romano também sofreram ataques provocados 
pela expansão dos hunos. O resultado deste quadro foi o rompimento desordenado 
das defesas, permitindo a incursão pacífica ou bélica de grandes ondas de grupos 
germânicos e mesmo de hunos para dentro do Império Romano. 
Este processo caótico de mobilização de grandes contingentes populacionais 
toma amplas dimensões durante todo o século V, quando a cidade de Roma é 
tomada e saqueada. 
Aqueles povos que penetraram no território romano lutavam pelas melhores 
terras, buscando constituir assentamentos, processo que levará à formação dos 
reinos chamados “bárbaros” durante o século VI, redesenhando o mapa político da 
Cristandade ocidental. 
O segundo mapa abaixo é ele próprio um documento histórico. Trata-se da 
representação dos reinos bárbaros até o reinado de Clóvis, rei dos francos que foi 
batizado cristão no ano 496. Esta imagem foi publicada no Atlas Classique (Paris: 
Colin, 1894), editado pelo geógrafo e historiador Paul Vidal de La Blanche (1845–
1918), uma das influências presentes na formação da primeira geração do 
movimento dos Annales. 
 
 
 
 
 
 
 
* O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência 
para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado. 
 
 
II. A expansão islâmica 
 
No início do século VII, quando os novos reinos “bárbaros” ensaiavam 
alcançar alguma estabilidade política e econômica, surge uma segunda onda de 
ameaças: a expansão islâmica. Após os desdobramentos em torno da atuação do 
profeta Maomé na península arábica, os islamitas empreendem uma expansão 
territorial que se estende por todo norte da África, desafiando a soberania exercida 
ali até então pelo Império Bizantino. 
No primeiro quarto do século VIII a expansão se projetou para a península 
ibérica, tomando de assalto o território que até então pertencera ao reino visigótico. 
Esta nova vaga invasora colocava novos problemas para a Cristandade. Além 
da subtração de territórios e riquezas, trazia consigo ainda uma séria ameaça ao 
frágil elemento que fornecia uma identidade cultural àquela colcha de retalhos em 
que se constituíra o mapa político da Europa. A expansão islâmica colocava em 
risco a crença cristã e suas instituições. 
Diante destes acontecimentos, redesenharam-se as aspirações dos líderes 
políticos e militares. Se até então as pretensões apontavam na direção do 
restabelecimento do Império Romano sob a soberania de um dos chefes bárbaros, 
tratava-se agora de preservar a integridade territorial e ideológica da Cristandade. 
Neste sentido, as disputas internas foram atenuadas, surgindo uma união de 
esforços no sentido de contribuir militarmente para a defesa da Igreja e do 
patrimônio dos reinos bárbaros. 
O historiador belga Henri Pirenne (1862–1935) notabilizou-se por elaborar 
uma explicação da História da Europa medieval a partir do confronto provocado pela 
expansão islâmica. Na obra póstuma “Maomé e Carlos Magno”, Pirenne argumenta 
que o fechamento do Mar Mediterrâneo ao franco comércio entre oriente e ocidente 
produziu a interiorização da economia européia, dando origem à economia de tipo 
feudal. Do ponto de vista político, as articulações militares para a defesa da 
Cristandade acabaram por fortalecer o reino dos francos, possibilitando o 
fortalecimento da linhagem dos carolíngios, cuja máxima expressão foi Carlos 
Magno, contribuindo assim para a consolidação do Império Carolíngio no decorrer 
do século VIII. 
 
Efetivamente, foi Carlos Martel, avô de Carlos Magno, que deteve o avanço 
islâmico que se insinuava ainda mais para o interior da Europa, com a vitória cristã 
na Batalha de Poitiers (732). 
As teses de Pirenne sofreram muitas revisões críticas durante o século XX e 
foram abandonadas em grande parte. Do ponto de vista econômico, por exemplo, 
sabemos que as restrições ao comércio no Mar Mediterrâneo não produziram um 
desaparecimento total do comércio medieval. A historiografia ressaltou que o 
dinamismo comercial e artesanal transferiu-se do Mediterrâneo para as regiões do 
norte da Europa, principalmente após o século IX. Este é um importante traço da 
economia medieval que a distinguirá de suas heranças romanas. Enquanto o mundo 
romano era eminentemente mediterrâneo, o mundo feudal se estruturará nas 
regiões ligadas pelo Mar do Norte e do Mar Báltico, fato que pode ser verificado pela 
grande quantidade de cidades portuárias que desempenharam importantes funções 
neste setor econômico, como Colônia e Hamburgo, por exemplo. 
 
 
 
 
* O QR Code é um código de barras que armazena links às páginas da web. Utilize o leitor de QR Code de sua preferência 
para acessar esses links de um celular, tablet ou outro dispositivo com o plugin Flash instalado.III. As incursões normandas 
 
Após os esforços em rechaçar o avanço islâmico e no contexto da expansão 
do Império Carolíngio durante o século VIII, a Europa é assediada novamente por 
uma nova onda de ameaças. Trata das incursões dos povos normandos, também 
chamados Vikings, durante o século IX. Estas incursões tinham como objetivo 
saquear localidades litorâneas, por via marítima ou fluvial, não caracterizando deste 
modo uma tentativa de domínio territorial permanente. 
Apesar de terem provocado o horror em muitas populações e exigido um novo 
esforço na organização da defesa dos territórios da Cristandade, a historiografia 
mais recente tem chamado a atenção para os efeitos benéficos produzidos nas 
atividades comerciais e artesanais por estes eventos. Assim, os saques e a pirataria 
tenderiam, em longo prazo, a dar origem a estabelecimentos comerciais e artesanais 
regulares, reforçando aquela tendência de deslocamento da vitalidade econômica 
durante o período da Baixa Idade Média para as rotas mais ao norte do continente. 
 
 
 
A Cristandade invadida: um balanço 
 
Vamos apontar agora alguns efeitos mais significativos deste contexto 
histórico. 
 A crescente demanda pela atividade militar valorizou substancialmente a 
nobreza guerreira, definindo-a como um dos pilares da sociedade medieval. 
 A defesa da identidade cristã sedimentou o caráter ideológico, institucional e 
político da Igreja na sociedade medieval, consolidando o caráter “universal” 
desta instituição no contexto da pluralidade política da conformação dos 
reinos bárbaros. 
 Do ponto de vista demográfico é notável como a população da Cristandade 
neste período sofre uma retração significativa, embora recebendo 
constantemente novos contingentes populacionais dentro de suas fronteiras. 
 A mortalidade produzida pelos combates foi superada pelas mortes causadas 
pela penúria econômica crônica e generalizada, causada pela 
desorganização do sistema produtivo e da necessidade de priorizar os 
recursos para as ações de defesa. 
 Há o importante deslocamento do eixo econômico do sul para o norte, do Mar 
Mediterrâneo em direção às cidades próximas ao Mar Báltico e Mar do Norte. 
 É importante ressaltar que as reais experiências de privação material e 
violências (física e simbólica) constantes contribuíram para a elaboração de 
muitos aspectos da mentalidade medieval, principalmente na valorização da 
espiritualidade e das relações ambivalentes com os bens materiais. 
 
Eis o conteúdo proposto para esta aula. Acesse agora a plataforma AVA para 
aprofundar seus estudos e trocar informações com os colegas e com o professor. 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
FRANCO JR., Hilário. A Idade Média: nascimento do ocidente. São Paulo: 
Brasiliense, 2001. 
GUERRAS, Maria S. Os povos bárbaros, São Paulo: Ática, 1991. 
HEERS, Jacques. História Medieval, São Paulo: DIFEL, 1981. 
MELLO, José Roberto. O império de Carlos Magno. São Paulo: Ática, 1989. 
MENDONCA, Sônia R. O mundo carolíngio. São Paulo: Brasiliense, 1985.

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