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Resumo: Embargos de Declaração

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Os embargos de declaração são cabíveis quando se afirmar que há, na decisão, obscuridade, contradição ou omissão ou erro material. Nos termos do art. 93, IX, da Constituição Federal, todo pronunciamento judicial há de ser devidamente fundamentado, sob pena de nulidade. A omissão, a contradição, a obscuridade e o erro material são vícios que subtraem da decisão a devida fundamentação.
Todos os pronunciamentos judiciais devem ser devidamente fundamentados, é dizer, devem estar livres de qualquer omissão, obscuridade, contradição ou erro material. O CPC prevê os embargos de declaração em seu art. 1.022, adotando a ampla embargabilidade, na medida em que permite a apresentação de embargos de declaração contra qualquer decisão.
Os casos previstos para manifestação dos embargos declaratórios são específicos, de modo que somente são admissíveis quando se apontar a existência de erro material, obscuridade, contradição ou omissão em questão (ponto controvertido) sobre a qual deveria o juiz ou o tribunal pronunciar-se necessariamente. Cabe ao embargante, nas suas razões, alegar a existência de omissão, obscuridade, contradição ou erro material. A simples alegação já é suficiente para que os embargos sejam conhecidos.
O pronunciamento judicial pode conter inexatidões materiais ou erros de cálculo. Tais inexatidões ou erros são denominados de erro material. Quando isso ocorre, o juiz pode, de ofício ou a requerimento da parte, alterar sua decisão para corrigir as inexatidões (art. 494, CPC). A alteração da decisão para corrigir erros de cálculo ou inexatidões materiais
não implica a possibilidade de o juiz proferir nova decisão ou proceder a um
rejulgamento da causa. 
Há erro material, quando o que está escrito na decisão não corresponde à intenção do juiz, desde que isso seja perceptível por qualquer homem média, assim como a petição inicial, a decisão judicial deve ter coerência. Se da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão, será inepta a petição inicial (art. 330, § 10, III, CPC). Da mesma forma, não é devidamente fundamentada a decisão que contenha contradição. Isso porque toda e qualquer decisão deve conter coerência interna, sendo congruente.
Os embargos de declaração não são cabíveis para corrigir uma contradição entre a decisão e alguma prova, argumento ou elemento contido em outras peças constantes dos autos do processo. Não cabem, em outras palavras, embargos de declaração para eliminação de contradição externa.
Considera-se omissa a decisão que não se manifestar: a) sobre um pedido de tutela jurisdicional; b) sobre fundamentos e argumentos relevantes lançados pelas partes (art. 489, §1°, IV); c) sobre questões apreciáveis de ofício pelo magistrado, tenham ou não tenham sido suscitadas pela parte. A decisão deve apreciar as questões, ou seja, os pontos controvertidos. A petição inicial apresenta pontos de fato e pontos de direito. Quando o réu impugna, cada ponto torna-se uma questão. Há, portanto, pontos controvertidos de fato
e pontos controvertidos de direito. São, em outras palavras, questões de fato e questões de direito. Ao juiz cabe examinar tais questões.
Os embargos de declaração constituem instrumento destinado a provocar o tribunal a exercer seu dever de autorreferência. Nos termos do inciso I do parágrafo único do art. 1.022 do CPC, considera-se omissa a decisão que "deixe de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento". Se o tribunal julga determinado caso, mas não dialoga com precedente firmado em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência, seja para aplicá-lo ao caso, seja para realizar a distinção, não terá cumprido o dever de autorreferência. Há, então, uma omissão, a ser suprida por embargos de,declaração.
Os embargos de declaração são cabíveis e devem ser acolhidos para que a omissão seja suprida. O tribunal deve suprir a omissão para referir-se ao precedente e com ele dialogar.
A presunção de omissão a que alude o inciso 1 do parágrafo único do art. 1.022 do CPC não se refere apenas à hipótese de descumprimento pelo tribunal do dever de autorreferência. Em outras palavras, há omissão quando o tribunal não menciona nem dialoga com seus próprios precedentes, mas também há omissão quando os juizos a ele vinculados não aplicam. Há omissão em qualquer decisão, quando ausente a manifestação sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento.
O inciso 1 do parágrafo único do art. 1.022 deve ser interpretado em conjunto com o disposto no art. 927 do CPC. Segundo este último dispositivo, os juízes e tribunais observarão, não apenas os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de julgamento de casos repetitivos, mas também as decisões do STF em controle concentrado de constitucionalidade, os enunciados de súmula vinculante, os enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ, em matéria infraconstitucional e, bem ainda, a orientação do plenário ou do órgão especial do tribunal ao qual estejam vinculados. A falta de menção a qualquer um desses precedentes caracteriza a omissão apta a justificar a oposição de embargos de declaração.
Se o órgão jurisdicional, ao proferir sua decisão, deparar-se com um conflito de normas, deverá solucioná-lo nos seus fundamentos, demonstrando a razão pela qual há de prevalecer uma norma em detrimento de outra. Se não o fizer, haverá omissão, a ser sanada por embargos de declaração. Cabe a interpretação analógica, nesse ponto, da regra de presunção legal absoluta de omissão prevista no inciso II do parágrafo único do art. 1.022, CPC.
A decisão é obscura quando for ininteligível, quer porque mal-redigida, quer porque escrita à mão com letra ilegível', quer porque escrita com passagens em língua estrangeira ou dialeto incompreensível. Um dos requisitos da decisão judicial é a clareza; quando esse requisito não é atendido, cabem embargos de declaração para buscar esse esclarecimento.
A obscuridade é a qualidade do texto de difícil ou impossível compreensão. Decisão obscura é violação a dever de cooperação, a que está obrigado o órgão julgador por força do art. 6° do CPC. Não atende ao dever de esclarecimento, o órgão jurisdicional que profere decisão obscura. Os embargos de declaração constituem recurso de fundamentação vinculada, somente sendo cabível se o embargante alegar a existência de uma omissão, obscuridade, contradição e/ou erro material.
A prolação de decisão ultra ou extra petita equipara-se à decisão que incorre em erro material. Daí serem cabíveis embargos de declaração. O Superior Tribunal de Justiça entende cabíveis embargos de declaração para
corrigir decisão extra ou ultra petita
.As hipóteses de cabimento dos embargos de declaração estão previstas no
art. 1.022 do CPC. Os embargos são cabíveis contra qualquer decisão judicial, independentemente do procedimento adotado.
Os embargos de declaração sempre foram tratados, legalmente, como um recurso a ser intentado apenas contra sentença ou acórdão. Com o tempo, passaram a ser igualmente admitidos contra decisão interlocutória.
Os embargos de declaração cabem de qualquer pronunciamento judicial, mesmo quando a lei o qualifique como irrecorrível.
Os embargos são cabíveis, inclusive, contra decisão que julga anteriores embargos
de declaração. Em duas hipóteses, cabe novos embargos de declaração: (a) quando o vício alegado nos anteriores embargos persiste, sem ter sido corrigido; (b) quando da decisão que julga os anteriores embargos surgem novos vícios.
O processo administrativo, da mesma forma que o judicial, deve sujeitar-se ao devido processo legal, garantindo-se às partes o contraditório e a ampla defesa (CF/88, art. 50, LV). A exigência de decisão fundamentada é um corolário do contraditório e do próprio devido processo legal. Uma decisão administrativa que seja omissa, obscura, contraditória ou incorra em erro material nãoé uma decisão devidamente fundamentada, não se respeitando o contraditório e, de resto, o devido processo legal.
O instrumento adequado para suprir uma omissão, esclarecer uma obscuridade, eliminar uma contradição ou corrigir um erro material é o recurso de embargos de declaração. Tal recurso deve ser admitido no âmbito do processo administrativo, por força das garantias constitucionais do processo, igualmente aplicáveis ao processo administrativo.
O art. 1.023 do CPC dispensa, expressamente, o preparo para a oposição dos
embargos de declaração. Aliás, o STF entende que as custas judiciais ostentam a natureza de tributo, mais especificamente de taxa, servindo para remunerar o serviço judicial.
(não há preparo, pois) nos embargos de declaração: não recebem autuação nem geram nova autuação para o processo, sendo dirigidos ao mesmo órgão julgador. Não há fato gerador para o pagamento de custas, sendo desnecessário o preparo.
Os embargos de declaração devem ser opostos no prazo de cinco dias, a contar da intimação da decisão embargada.
Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, têm prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juizo ou tribunal, independentemente de requerimento (art. 229, CPC).
A ausência de embargos de declaração acarreta preclusão para que se possa fazer uso desse tipo de recurso. A alegação da omissão, da contradição, da obscuridade ou do erro material contido na decisão pode ser feita em outro recurso, a depender da configuração de seu efeito devolutivo. No agravo de instrumento e na apelação, tais vícios podem ser alegados, mesmo que não tenha havido embargos de declaração. Esses recursos ostentam
efeito devolutivo de argumentação livre, sem qualquer vinculação.
O efeito devolutivo da apelação - e, de resto, do agravo de instrumento segue a disciplina do art. 1.013 do CPC, cujo § 30 traça as diretrizes do chamado efeito devolutivo de argumentação livre, permitindo ao tribunal que complemente a análise feita pelo juizo inferior. O inciso III do §30 do art. 1.013, aliás, expressamente prevê a possibilidade de a apelação pedir a integração da decisão omissa, o que confirma o que se defende neste item. Já no recurso especial e no recurso extraordinário, é necessário haver pré-
-questionamento.
Os embargos de declaração devem ser opostos por petição escrita, dirigida ao próprio órgão prolator da decisão embargada, contendo o pedido de complementação do julgado, a fim de que seja suprida a omissão, eliminada a contradição, esclarecida a obscuridade e/ou corrigido o erro material.
Os embargos de declaração devem ser apreciados e julgados pelo mesmo órgão que proferiu a decisão embargada. Ao apreciar os embargos, o órgão julgador deverá julgá-los em decisão que tenha a mesma natureza do ato judicial embargado.
A competência para julgar os embargos (tanto para o exame de admissibilidade como para o de mérito) é do mesmo juizo ou jurisdicional que proferiu a decisão embargada.
A competência para julgar os embargos de declaração não se dirige à pessoa do juiz. É irrelevante que o juiz que proferiu a decisão embargada não esteja mais em exercício no juizo competente. Os embargos serão julgados pelo mesmo juizo que proferiu a decisão embargada, embora o juiz possa não ser o mesmo.
Se a decisão embargada é um acórdão, é o colegiado que deve decidir os embargos de declaração; se a decisão embargada tiver sido proferida por um membro do tribunal, os embargos de declaração serão julgados em decisão unipessoal.
Do §3° do art. 1.024 do CPC se extrai uma regra de fungibilidade entre os embargos de declaração e o agravo interno. Por ser um recurso, os embargos de declaração produzem o efeito devolutivo, impedindo que se opere a preclusão quanto à decisão embargada.
Nos termos do art. 1.022 do CPC, cabem embargos de declaração quando, na decisão embargada, houver omissão, obscuridade, contradição ou erro material. Daí se afirmar que os embargos produzem efeito devolutivo de argumentação vinculada, somente podendo o embargante alega omissão, obscuridade, contradição e/ou erro material, não se lhe permitindo valer-se de outros argumentos tendentes a obter a alteração do julgado.
A oposição dos embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos cabíveis contra a mesma decisão (art. 1.026, CPC).
O Superior Tribunal de Justiça, ao apreciar o REsp 444.162-GO, entendeu que os embargos de declaração interrompem o prazo para a interposição de outros recursos, por qualquer das partes, inclusive para a oposição de embargos de declaração contra a decisão originariamente embargada.
Os embargos de declaração, no processo eleitoral, apenas suspendiam o prazo para outros recursos. O art. 1.067 do CPC modificou o art. 275 do Código Eleitoral, reformulando toda a disciplina dos embargos de declaração no processo eleitoral. Ainda que protelatórios, os embargos interrompem o prazo para a interposição de recurso.
Os embargos de declaração, segundo dispõe o art. 1.026 do CPC, não possuem efeito suspensivo. Tal dispositivo ajusta-se à regra geral do art. 995 do mesmo CPC, segundo a qual os recursos não têm efeito suspensivo, a não ser quando houver disposição legal ou decisão judicial em sentido contrário. o efeito suspensivo automático resulta da mera recorribilidade do ato, não decorrendo da interposição do recurso nem de sua aceitação ou
de seu recebimento pelo juiz ou tribunal. A apelação tem, em regra, efeito suspensivo automático (art. 1.012, CPC), mas há casos em que não tem (art. 1.012, § 10,
CPC).
No caso em que a apelação tenha, porém, efeito suspensivo, não há como permitir que a sentença produza efeitos, nem que se instaure o seu cumprimento provisório.
A simples oposição de embargos de declaração não tem o condão de afastar o efeito suspensivo automático estabelecido por lei. Isso porque, não custa repetir, o efeito suspensivo automático não decorre da interposição do recurso, mas da mera recorribilidade do ato: a sentença, nos casos em que a apelação tem efeito suspensivo, já é proferida com sua eficácia sobrestado.
Os embargos de declaração não poderiam ter como consequência a alteração da decisão. Seus objetivos seriam: a) aclarar a decisão obscura; b) eliminar a contradição; c) suprir a omissão; d) corrigir erro material.
A finalidade dos embargos é, efetivamente, suprir uma omissão, eliminar uma contradição, esclarecer uma obscuridade ou corrigir um erro material.
A modificação será consequência da correção do vício a que os embargos visaram. os embargos de declaração devem ser julgados pelo juiz em 5 (cinco) dias; sendo opostos em tribunal, o relator os apresentará em mesa na sessão subsequente, proferindo voto (CPC, art. 1.024). Não há previsão de contrarrazões. Quando os embargos puderem ter efeito modificativo, é necessário observar o contraditório, com a intimação da parte embargada para apresentar contrarrazões.
Os embargos de declaração são cabíveis contra todo ato judicial, podendo ser opostos por qualquer das partes. Uma vez opostos, os embargos interrompem o prazo para a interposição de recurso (CPC, art. 1.026). 
Opostos os embargos de declaração, o prazo para esse recurso, interposto pela parte contrária, estará interrompido. julgados os embargos, a parte terá renovado o prazo para recorrer. Não poderá, contudo, fazê-lo, pois já operada a preclusão consumativa. Não havendo, todavia, modificação no julgamento dos embargos de declaração, a parte que já recorreu não pode aditar ou renovar seu recurso.
Os embargos de declaração seguem a regra geral: apenas se intempestivos ou manifestamente incabíveis não produzem efeitos. Ou seja: caso os embargos de declaração não sejam conhecidos em razão da intempestividade ou do manifesto descabimento, nenhum dos efeitos dos embargos de declaração será produzido, o que significa dizer, por exemplo, que eles não terão impedido o trânsito em julgado.
Opostos tempestivamente os embargos de declaração, fica interrompido o prazopara a interposição do recurso. Por causa disso, os embargos de declaração revelam-se como o recurso mais propenso a estimular o intuito de procrastinação
Os embargos de declaração não se tornam inadmissíveis por serem protelatórios. O caráter protelatório não impede sejam os embargos conhecidos e julgados, nem afasta o efeito interruptivo produzido com seu ajuizamento. Os embargos de declaração, ainda que protelatórios, interrompem o prazo para a interposição do recurso cabível no caso.
Sendo os embargos de declaração manifestamente protelatórios, deve-se aplicar a o § 2° do art. 1.026 do CPC, impondo-se a multa ali prevista. A imposição da multa não depende de provocação da parte, devendo ser imposta de ofício pelo juiz ou tribunal.
A multa deve ser fixada sobre o valor atualizado da causa. Se, porém, o valor da causa for irrisório ou simbólico, não haverá efetividade na multa, não servindo para reprimir a conduta protelatória ou abusiva. Nesse caso, há de ser aplicado o disposto no art. 81, § 2°, do CPC, devendo a multa ser fixada em até dez vezes o salário mínimo. A multa imposta à parte que opõe embargos de declaração manifestamente protelatórios está prevista no § 2° do art. 1.026, e não no art. 81 do CPC.
Caso o embargante seja beneficiário da justiça gratuita ou a Fazenda Pública, não deixam de ser condenados. Condenado ao pagamento da multa de 10% (dez por cento) na reiteração de embargos protelatórios, o beneficiário da gratuidade ou a Fazenda Pública não se submetem à exigência de depositar o respectivo valor para que possa interpor qualquer outro recurso.
No caso da Fazenda Pública, qualquer condenação judicial em pecúnia há de ser paga por precatório após o trânsito em julgado da decisão condenatória (CF/88, art. 100, § 10). Ainda que se trate de pequeno valor, o precatório estará dispensado, mas o pagamento somente poderá ser feito após o trânsito em julgado (CF/88, art. 100, § 30). Ora, se o pagamento somente pode ser feito após o trânsito em julgado, não é possível haver o depósito prévio para que o recurso seja interposto.
Quanto ao beneficiário da gratuidade, não se compatibiliza com a garantia constitucional que lhe é oferecida exigir-lhe um depósito prévio para interpor recurso, ainda que decorrente de uma sanção destinada a reprimir uma conduta processual ímproba. Exigir o depósito equivale a esgarçar-lhe a garantia constitucional de gratuidade e cercear-lhe o direito de acesso à justiça, devendo ser executado posteriormente, se houver recursos, para o pagamento da multa a quem fora condenado.
O § 30 do art. 1.026 apenas prevê uma reiteração de embargos de declaração, que, se também protelatórios, podem gerar aplicação de multa de até 10% do valor da causa
O art. 275 do Código Eleitoral foi alterado pelo art. 1.067 do CPC. No processo
eleitoral, os embargos de declaração, oponíveis no prazo de três dias, são admissíveis
nas hipóteses previstas no CPC.
Se os embargos de declaração foram manifestamente protelatórios, o embargante será condenado na multa de até dois salários-mínimos. Enquanto no processo civil a multa é de até dois por cento do valor atualizado da causa, no processo eleitoral é de até dois salários-mínimos.
No processo eleitoral, não se admitem terceiros embargos de declaração depois de terem sido opostos dois protelatórios. 
Há pré-questionamento quando a matéria foi efetivamente examinada no acórdão ou na decisão que julgou a causa em última ou única instância. Não é necessário que haja expressa menção ao número do artigo ou do dispositivo legal; basta que a matéria contida no dispositivo tenha sido objeto de debate e julgamento pela decisão. para que caiba o recurso especial ou extraordinário, é preciso que a matéria tenha sido examinada no acórdão recorrido. Em outras palavras, é preciso que haja pré-questionamento.
Os tribunais devem observar a ordem cronológica de conclusão para proferir sentenças e acórdãos (art. 12, CPC). Tal regra, que concretiza os princípios da igualdade, da impessoalidade e da duração razoável do processo, comporta exceções relacionadas no § 2° do próprio art. 12. .
 O art. 138 do CPC prevê a intervenção do amicus curiae. O juiz ou tribunal, considerando a relevância da matéria posta em discussão, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, de ofício ou a requerimento, admitir a manifestação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, para contribuir com o debate e influenciar no convencimento do órgão julgador, contribuindo para a uma decisão de melhor qualidade. O amicus curiae contribui para o debate e para o reforço da fundamentação da decisão a ser proferida no caso.
O reconhecimento de inconstitucionalidade incidenter tantum nos embargos de declaração poderá ocorrer desde que se relacione com questão a respeito da qual seja omisso o acórdão ou a sentença embargada. Em outras palavras, quando houver omissão sobre determinada matéria, ainda não terá havido julgamento acerca de tal questão, sendo possível haver, então, o pedido de instauração do incidente.

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