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BARREIRAS AO COMÉRCIO INTERNACIONAL
Dauane da Fonseca, Jaqueline Rodrigues, Julia Wartha
Bacharelado em Relações Internacionais
 Disciplina de Fundamentos do Comércio Internacional
Resumo
Ao escrever este artigo, buscamos conceituar as barreiras tarifárias e não tarifárias ao comércio internacional, visando explorar exemplos práticos, hipotéticos ou não, e relacioná-los às consequências oriundas da implantação destes tipos de barreira. É essencial lembrar que tais barreiras não são apenas postas em prática por motivos econômicos, motivos estes estabelecidos tanto pelo mercado interno quanto externo, mas também que possuem forte ligação com os trâmites políticos existentes entre todos os países que comercializam entre si. Relacionando este assunto ao Brasil, procuramos ao final estabelecer razões pelas quais certas barreiras nos são impostas ou o porquê de impormos também barreiras a certos países.
Abstract
	This article aims to characterize the tariff and non-tariff barriers to trade, intending to explore practical examples, hypothetical or not, and relate them to consequences originated from these barriers’ implementation. It is absolutely important to remember that such barriers to trade are not put into practice only due to economic reasons, established by both internal and external markets, but also, that they carry an enduring connection to these countries political agenda. Relating this topic to Brazil, it is our objective to compose reasons why certain barriers are imposed on us or the purposes which motivate us to impose barriers on specific countries as well.
1.Visão Geral
	Com as Grandes Navegações e suas descobertas, a busca pela riqueza se tornou um objetivo. A descoberta do Brasil em 1500, por exemplo, foi uma grande vantagem para os portugueses, que se aproveitaram da ingenuidade dos povos autóctones que aqui residiam e acabaram usufruindo de nossas riquezas naturais. Até hoje, o fato de um país ser colonizador ou colonizado pesa na economia internacional e em nossas vidas. 
O comércio internacional foi se estabelecendo de uma maneira cada vez mais formal e respeitosa no sistema internacional, principalmente depois da Paz de Westphalia em 1648, quando foi reconhecido o conceito de soberania Estatal,previsto hoje no Direito Internacional. Os países, desta forma, possuem total controle de produtos que se encontram em seu território, podendo escolher o que e com quem comercializar, visando o seu próprio benefício econômico ou político. Levando isto em consideração, é de comum entendimento que os países estimulem o crescimento de sua economia ao mesmo tempo em que exportam e importam, assim tendo que aderir a um protecionismo específico a certos produtos e nichos de mercado, sempre dando a devida atenção aos produtores nacionais e ao mercado interno como um todo. É então que se fazem necessárias as barreiras tarifárias e não tarifárias: estas são uma maneira de controlar a entrada e saída de produtos, dificultando esta movimentação em detrimento das necessidades do mercado interno.
Vale ressaltar que tais barreiras são muitas vezes modificadas ou anuladas dependendo dos blocos econômicos e organizações internacionais dos quais um país faz parte. 
2. Barreiras Tarifárias
	 São barreiras formuladas pelo governo por meio de leis, cujoconjunto é conhecido por valoração aduaneira, que regularizam o comércio exterior. As barreiras variam de acordo com cada produto, podendo influenciar tanto na importação como na exportação deste, tendo efeitos também sobre a sua produção e consumo.
	De acordo com Gilvan Brogini, o Imposto de Importação é um tributo federal, e deve se adequar aos compromissos internacionais de que o Brasil participa, como o MERCOSUL e a OMC. Isso vale para todos os países participantes de determinados blocos econômicos e organizações internacionais.O imposto de importação incide sobre a entrada de produtos estrangeiros em território nacional. Existem três tipos de tarifas: a específica, a ad valorem e a mista (combinada).
	A tarifa específica é “determinada pelas características físicas do produto, pelas suas quantidades, peso, medidas, etc., não se levando em conta o valor declarado da mercadoria”(RATTI, 2007 – p. 367). Pode-se ter como exemplo unidades monetárias por kg, litro, dúzia, etc. (R$ 1,00 por kg). (COLLE,2008). Segundo o MDIC, em 2001, os principais produtos de exportação do Brasil sujeitos a tarifas específicas pelo Japão eram o óleo de soja, com uma tarifa de 20,7 ienes por quilograma, açúcar, com a tarifa de 10 ienes a 41,5 ienes porquilograma e álcool etílico, com a tarifa de 44,8 ienes por litro, para os itens 2207.10.210 e 2207.10.290. 
Já a tarifa ad valorem, segundo o MERCOSUL, é uma tributação que se faz de acordo com o valor da mercadoria importada – geralmente sob a forma de porcentagem - e não por suas características físicas. Por exemplo, uma tarifa ad valorem de 10% sobre o valor de um produto com custo de R$ 1.000,00 em importações requer um pagamento de R$ 100,00. (COLLE, 2008). Segundo o MDIC, Em 2001, A União Europeia impunha aos produtos brasileiros uma alíquota de 8% para calçados e de 6,5% para o couro. 
A tarifa que incorpora ambas as tributações citadas acima é conhecida por mista ou combinada, então, o produto “A” pagará um direito de base de R$ 5,00 por quilo e mais 2% de tarifa ad valorem. (Hartung citado por TORRES, 2002). Como pode-se ver na tabela 1, em 2001 a Alemanha impunha à carne bovina brasileira uma alíquota de 12,8% e um imposto de 141,4 a 304,1 euros a cada 100 quilogramas, enquanto a carne de frango sofria a mesma alíquota, porém um imposto de 26,2 a 32,5 euros a cada 100 quilogramas. 
TABELA 1– Exemplos de barreiras tarifárias impostas pela Alemanha (União Europeia) aos produtos brasileiros (2001):
	Produtos
	Tarifa ad valorem
	Tarifa Específica
	Carnes e miudezas, comestíveis em geral
	Varia entre 5,1% e 15,4%.
As carnes bovina e de frango estão sujeitas a uma alíquota de 12,8%.
	Oscila entre 12,9 e 304,1 euros a cada 100kg líquidos importados.
	Café, chá, mate e especiarias
	A maioria dos produtos está livre dessa tarifa.
	Não há incidência de tarifas específicas.
	Minérios, escórias e cinzas
	Todos os produtos estão livres dessa tarifa.
	Todos os produtos estão livres dessa tarifa.
	Obras de pedra, gesso, cimento, amianto etc.
	Varia entre 1,7% a 3,7%, mas há produtos do grupo livres da tarifa.
	Todos os produtos estão livres dessa tarifa.
	Madeira, carvão vegetal e obras de madeira
	Varia entre 2% a 10%.
	Todos os produtos estão livres dessa tarifa.
	Artefatos têxteis confeccionados 
	Oscila de 2,7% a 12,4%.
	Não há imposição dessa tarifa.
	Preparações alimentícias diversas
	Oscila de 5,1% a 17,3%.
	Oscila entre 6,9 e 78,3 euros por 100 kg líquidos importados.
	Fumo e seus sucedâneos manufaturados
	Varia entre 10% e 74,9%.
	Oscila entre 22 e 56 euros por 100 kg líquidos importados.
Fonte: CARDOSO, 2004.
	O Imposto de Exportação também é considerado uma barreira tarifária. Segundo Brogini, é um tributo de competência federal, e tem como critério material a exportação de produtos nacionais ou estrangeiros. A base de cálculo é o preço normal que o produto alcançaria em uma venda em condições de livre concorrência no mercado internacional. O IE, quando aplicado, poderá ser de, no máximo, 150%. Nas exportações de Cigarros contendo fumo (tabaco) para à América do Sul e América Central, inclusive o Caribe, por exemplo, a alíquota de exportação é de 150%. Já para as peles em bruto de equídeos e ovídeos exportadas a qualquer país, existe uma alíquota de 9% (CNI).
	As quotas/cotas tarifárias sujeitam as importações a uma tarifa geralmente reduzida (tarifa intra quota) até uma quantidade previamente fixada e a uma tarifa em geral bastante elevada (tarifa extra quota), quando aquela quantidade é ultrapassada. Assim, uma quota tarifária baseia-se em três instrumentos: quota, tarifas intra e extra quota (KUME et al, 2006). Utilizamos como exemplo o casoda Quota Hilton, que foi criada pela cadeia de Hotéis Hilton para proporcionar um produto de alta qualidade a seus hóspedes. Assim, especificou cortes e a quantidade de carne bovina de que necessitava anualmente e credenciou alguns países produtores para fornecê-la.  “A quota Hilton é constituída por cortes especiais, refrigerados ou congelados, do quarto traseiro de novilhos precoces (20 a 24 meses de idade), que devem estar em concordância com a norma 936/97 elaborada pela União Europeia.”(ALVES,2012)A cota é de 65,25 mil toneladas. O ano-cota vai de julho a junho do ano seguinte, e apenas os países fornecedores credenciados podem exportar o produto, sendo eles Argentina, Austrália, Brasil, Uruguai, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá e Paraguai. A taxa de importação é de 20%, com tarifa extra quota em 12,8% mais 300 euros para cada cem quilos de produto.
3. Barreiras Não-Tarifárias
Denominam-se barreiras não tarifárias aquelas que não se referem ao pagamento de tributos sobre a importação/exportação.
O papel das tarifas no comércio internacional tem declinado nos tempos atuais. Uma das principais razões para isso é a introdução de organizações internacionais como a OMC (Organização Mundial do Comércio) no ambiente internacional. Tais organizações dificultam a imposição de tarifas sobre bens importados, e podem reduzir a probabilidade de retaliações. Destarte, os países começaram a fazer uso das barreiras não tarifárias. Organizações como a OMC tentam reduzir as distorções de produção e consumo criadas pelas tarifas, pois tais distorções são o resultado pelo qual os produtos domésticos têm inflacionado, e os consumidores têm procurado um número menor de bens por causa do preço maior.
Dentre as barreiras não tarifárias, existem quotas não tarifárias, barreiras técnicas, barreiras ambientais, medidas sanitárias e fitossanitárias, subsídios e medidas compensatórias, medidas antidumping, medidas de salvaguarda definitiva e provisória, restrições cambiais, proibições estatais, barreiras burocráticas, licenças automáticas, licenças não automáticas e inspeções.
As quotas não tarifárias são de uma restrição relativa à quantidade de determinado produto que pode ser importada. Está fortemente relacionada às licenças de importação. Podemos citar como exemplo a quantidade permitida a ser trazida por um turista de souvenires dos Estados Unidos – somente 10 se estes forem todos iguais ou 20 se forem diferentes.
As barreiras técnicas são o mecanismo usado com fins protecionistas, geralmente observadas pelo Inmetro. Utilizam-se normas ou regulamentos técnicos não transparentes ou não embasados em normas internacionalmente aceitas ou, ainda, decorrentes da adoção de procedimentos de avaliação da conformidade não transparentes e/ou demasiadamente dispendiosos, bem como de inspeções excessivamente rigorosas (INMETRO). Dizem respeito à terminologia, símbolos, embalagens, marcas e etiquetas aplicadas aos produtos ou aos seus processos e métodos de produção, como por exemplo: práticas de higiene na produção de determinada carne a ser importada para determinado país, os requisitos para o abate do animal ou de embalagens e rótulos.Segundo o Manual para Exportação de móveis para os Estados Unidos, publicado pelo Inmetro, nesse país é exigida uma etiqueta especial para colchonetes, móveis, sacos de dormir e brinquedos. A lei das “etiquetas uniformes” exige que as etiquetas descrevam os materiais de enchimento do artigo, assim como o percentual destes materiais de enchimento por peso. Também deve ter a seguinte especificação: “SOB PENA DE LEI, ESTA ETIQUETA NÃO PODE SER REMOVIDA, EXCETO PELO CONSUMIDOR” quando utilizada para cama e móveis. Essa lei varia para cada estado, sendo que em alguns também é necessário mostrar um número de registro que identifique a fábrica que produziu esses produtos. 
As barreiras ambientais são impostas por cada Estado, sempre que a importação de determinado produto cause ou tenha o potencial de causar dano à vida e à saúde das pessoas e dos animais, assim como dos vegetais, afetando com isso o interesse comum da humanidade. (JOSLIN; SILVEIRA, 2010). “Os Estados Unidos restringem as importações de atum e camarão com base em regulamentos de caráter essencialmente ecológico. Adicionalmente, as exportações brasileiras de gasolina para os Estados Unidos foram seriamente prejudicadas com a aplicação discriminatória de uma norma de caráter ambiental.” (FILHO; COELHO, 2002)
Subsídio é a concessão de um benefício, em função de a) haver no país exportador qualquer forma de sustentação de renda ou de preços que, direta ou indiretamente, contribua para aumentar exportações ou reduzir importações de qualquer produto ou; b) haja contribuição financeira por um governo ou órgão público no interior do território de um país (MDIC).As medidas compensatórias procuram neutralizar os efeitos negativos à produção doméstica de produtos subsidiados, como por exemplo, o fato de que os sindicalistas dos setores de tubos de alumínio, autopeças e instrumentos musicais buscarem garantias do governo para combater a entrada desenfreada de produtos importados no Brasil e evitar demissões nas indústrias em 2012.
As medidas antidumping são barreiras que buscam anular os danos sofridos por determinada indústria por causa do dumping (venda de produto ao exterior a um preço menor do que se encontra no seu mercado interno, visando eliminar concorrências). O exemplo usado é o da Acesita, com os produtos planos de aço inoxidável laminados a frio (publicado no diário oficial no dia 26/05/00), pela qual sofreram medidas antidumping a África do Sul, Espanha, França, o Japão e o México.
As medidas de salvaguarda buscam oferecer uma proteção temporária a determinado setor prejudicado, para que este possa ajustar-se às novas condições de concorrência (por importação). Isto é feito barrando-se a importação do produto concorrente durante este período. As medidas de salvaguarda provisória são aplicadas em situações críticas, quando qualquer prorrogação possa vir a causar algum prejuízo grave e de difícil reparação, devendo ser aplicadas na forma de elevação do imposto de importação. Como exemplo,a investigação contra a entrada de tecidos denim chineses (utilizados no jeans) solicitada pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), porém negada pelo país. As medidas de salvaguarda definitiva, por sua vez, são aplicadas se necessário, para prevenir ou reparar o prejuízo grave e facilitar o ajustamento da indústria doméstica, devendo ser aplicadas em forma de elevação do imposto de importação ou restrições quantitativas.Como exemplo desta medida, citamos a medida de salvaguarda imposta pelos Estados Unidos, às importações de tubos de carbono provenientes da Coreia do Sul em 2003.
	As restrições cambiais, como o nome já diz, referem-se à moeda. Em 2012, A Argentina determinou restrições maiores à compra de dólares, fazendo com que as passagens aéreas e pacotes vendidos por agências de turismo passassem a ser taxadas com um imposto de 20%, causando também uma paralisação no mercado imobiliário do país. O dólar é a moeda mais utilizada na hora de fechar um contrato de compra e venda de casas no país, e com essas restrições as vendas de residências novas e usadas em Buenos Aires despencaram 25% em abril na comparação com igual mês do ano passado. A queda é uma má notícia para uma economia que deverá desacelerar abruptamente neste ano, depois de crescer 8,9% no ano passado.
As proibições estatais são regras impostas pelos governos quando um determinado país não quer importar ou exportar de um determinado país ou região, normalmente devido ao descumprimento de alguma exigência sanitária, como ocorreu em 2012, quando a Rússia proibiu a importação de suínos vivos, assim como de gado bovino, ovino e caprino da União Europeia, sob a alegação de múltiplos surtos da doença provocada pelo vírus Schmallenberg e do alastramento de outra doença viral, que é a febre catarral maligna. Ambos os vírus são altamente perigosos para a pecuária.Mais tarde, a proibição foi também alargada às rações protéicas para animais. 
Com a crescente exigência de consumidores por alimentos saudáveis de alta qualidade, e com a grande preocupação com a sanidade animal e vegetal, foram criados os acordos sanitários e fitossanitários, que estabelecem ações para inspeção dos produtos derivados de plantas e animais. As barreiras sanitárias visam proteger a vida e a saúde humana e animal contra riscos oriundos de toxinas, doenças, pestes, contaminantes e agrotóxicos, enquanto as fitossanitárias visam proteger as plantas e os vegetais de doenças e pestes que possam entrar em um país pela importação. Países livres da febre aftosa, como Canadá, Estados Unidos e México, restringiam em 2003 a importação de carne dos países que não tinham sido capazes de erradicar totalmente a doença de seus territórios, como o Brasil e Paraguai. Os Estados Unidos, por exemplo, importavam somente carne industrializada do Brasil. Embora o princípio de regionalização seja aceito pelos EUA, em 2003 ainda não estava autorizada a importação de carne resfriada da região brasileira declarada como “livre sanitário de febre aftosa sem vacinação” (circuito sul). Apesar de terem o mesmo status, Rio Grande do Sul e Santa Catarina em 2003 ainda não haviam obtido autorização para exportar carne in natura para os EUA, enquanto a Argentina e o Uruguai já detinham uma cota de exportação desde final de 1997. 
As barreiras burocráticas consistem no crescimento de questões burocráticas como papéis, documentos e permissões. Isso acaba gerando altos custos para a entrada ou saída de produtos, o que dificulta a exportação/importação. No Brasil, por exemplo, o Grupo Pão de açúcar precisou pressionar o Ministério da Saúde durante um ano até conseguir autorização para importar sabão em pó. O Órgão exigia que a empresa provasse que tinha instalações adequadas para vender esse produto.
Uma licença automática é concedida a uma empresa pelo governo, e permite que essa empresa importe certos tipos de bens para o país. Por exemplo, poderia haver uma restrição ao queijo importado, e licenças seriam concedidas a certas empresas, permitindo-as importar esse produto. Isso cria uma restrição na competição, e aumenta os preços aos consumidores. Segundo dados da MDIC, na China, os produtos sujeitos a licenças automáticas são principalmente os metais comuns e suas manufaturas, material de transporte, maquinaria, plásticos e borrachas, materiais têxteis e suas manufaturas e os instrumentos de precisão. “As solicitações de licença automática de importação devem ser apresentadas às entidades autorizadas pelo MOFCOM. Se o conteúdo e a forma de solicitação estão corretos, a licença automática se outorga, na medida do possível, de maneira imediata ou em prazo não superior a 10 dias”.
Uma licença não-automática é um mecanismo de comércio exterior que concede ao país a permissão para avaliar com maior rigor a entrada de determinado produto, o que pode retardar sua entrada no país importador. É usada para administrar restrições ao comércio como, por exemplo, de quantidade, quando justificada no contexto jurídico do comércio internacional. A Argentina revogou recentemente licenças não automáticas de 17 produtos que exigiam certificado de autorização para a entrada de produtos no mercado argentino, entre eles papel, brinquedos, bolas, calçado, motos, pneus para bicicletas, pneus para automóveis, parafusos, autopeças, produtos metalúrgicos e têxteis (PALACIOS, 2013).
As Inspeções consistem em empregar empresas privadas para verificar os pormenores da exportação/importação de produtos, tais qual a quantidade, preço e qualidade da mercadoria em questão. Têm a finalidade de proteger os interesses financeiros nacionais, como por exemplo, prevenir a fuga de capital, fraudes comerciais e o descumprimento dos direitos de aduana. Segundo o MDIC, a China possui uma Lei sobre a Quarentena de Entrada e Saída de Fauna e Flora, onde qualquer animal, planta ou subprodutos que entrem ou saiam do país, ou que estejam em trânsito pelo território chinês, têm que se submeter à inspeção de quarentena (45 dias no caso de animais grandes e médios importados para reprodução e 30 dias para os demais animais importados). 
4. Benefícios e impactos do uso de barreiras
	Os benefícios do uso de barreiras tarifárias e não tarifárias não são equilibrados. Sendo uma tarifa muitas vezes um imposto, o governo terá maior lucro ao importar produtos diversos. As empresas domésticas se beneficiam, já que a concorrência de um produto muitas vezes de maior qualidade e também mais barato, fica mais fraca por causa das barreiras que dificultam sua venda. Já para consumidores, infelizmente, preços mais altos na importação significam preços de venda mais altos. Vê-se aí, que tarifas tendem então a ser a favor do produtor e contra o consumidor.
	Os efeitos gerais e específicos do uso destas barreiras, tanto sobre os consumidores e produtores, quanto sobre o governo, variam conforme o tempo passa. Em curto prazo, preços maiores de produtos podem reduzir o consumo individual e empresarial, e durante esse período, o mercado interno irá lucrar enquanto o governo recebe mais em impostos. Em longo prazo, por outro lado, pode vir a ocorrer um declínio na eficiência dos produtores nacionais pela falta de concorrência, e uma redução nos lucros devido ao surgimento de produtos substitutos. Para o governo, o efeito em longo prazo será de um aumento na demanda por serviços públicos e produtos nacionais, já que o aumento de preço dos importados deixará uma quantidade menor de poder aquisitivo ao final do mês.
	Relacionando brevemente as barreiras comerciais impostas pelo Brasil, destacam-se as barreiras relacionadas à área agrícola e à exportação de laranjas, citando como parceiro comercial nesse quesito os Estados Unidos. Já em se tratando das barreiras que foram e são importas ao Brasil, citam-se as barreiras impostas aos produtos brasileiros pelo governo de Cristina Kirchner. 
	O país, enquanto governo de Dilma Rousseff, tem sido criticado desde 2011 pelas suas medidas protecionistas em vários nichos da comercialização. Entende-se que o governo aplica tais medidas visando elevar as tarifas, o que é oposto da intenção dos países enquanto querendo facilitar as negociações. Sobre isso, escreveu-se em um site relacionado à agricultura: “O Brasil foi o país onde as importações mais cresceram no mundo em 2010 -acima de 40%. A valorização do real e o crescimento do mercado doméstico têm sido os principais fatores desse avanço. Em resposta, o governo brasileiro adotou uma série de barreiras contra as importações em alguns setores, além de incentivar a produção local com regras de licitação pública favorecendo empresas nacionais.” (Rural BR Agricultura)
Referências Bibliográficas
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BROGINI, Gilvan. Tributação e Benefícios Fiscais no Comércio Exterior. 2ª Edição. Curitiba: Ibpex, 2010.
CARDOSO, Alaor Sílvio. Vantagens comparativas das exportações brasileiras para a Alemanha. Brasília:Universitas, 2004.
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