Buscar

Diagnostico Citologico em MV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO 
EM MEDICINA VETERINÁRIA 
RAIMUNDO ALBERTO TOSTES 
Universidade do Oeste Paulista 
Hospital Veterinário 
Serviço de Anatomia Patológica 
1. ASPECTOS GERAIS 
A utilização do diagnóstico citológico baseado na morfologia das células isoladas dos seus 
tecidos de origem remonta ao século XIX, antes mesmo da invenção dos cortes de tecido em 
micrótomo. Stanley, em 1833, já utilizava técnicas de punção aspirativa para o diagnóstico de 
doenças infecciosas, bem como Ronkitansky e Done já obtinham amostras de lesões para 
exame microscópico com raspado da superfície do tecido lesionado. A introdução do 
micrótomo, como instrumento para cortes mais delgados (em m ), por volta de 1850, o 
surgimento de colorações de boa qualidade, como a hematoxilina em 1860, mais a inclusão em 
parafina, em 1869, aliados à publicação de Die Cellular-Pathologie, em 1858, por Rudolf 
Virchow, firmaram definitivamente o diagnóstico histológico como prática de rotina para os 
patologistas (Hajdu, 1977). 
A citologia aspirativa por agulha fina, como concebemos hoje, foi introduzida na prática médica 
por Martin e Ellis, em 1925, no "New York Memorial Hospital". Retomada após a Segunda 
Guerra Mundial na Holanda, por Lopez-Cardoso, e na Suécia, por Soderstrom, a citologia 
aspirativa passou a ser usada comumente no resto da Europa e depois em todo o mundo, com 
aperfeiçoamentos cada vez maiores na qualidade dos esfregaços e na adaptação de corantes 
como Giemsa, Romanovsky, e Papanicolau (Frable, 1989). 
A primeira referência a respeito da utilização da citologia na prática veterinária é de Cole e 
Evans que, estudando o ciclo estral em cadelas, na década de 30, incluíram a citologia vaginal 
como recurso diagnóstico (Cole e Evans apud Roszel, 1977). 
A citologia como recurso diagnóstico é simples, rápida, segura, eficaz, e de baixo custo. Além 
disso, pode ser usada com diferentes técnicas, a punção aspirativa, por exemplo, é uma 
técnica viável em sítios inacessíveis para a exfoliação, tampouco é invasiva como a biópsia 
cirúrgica (Suen, 1990). Ao longo dos anos, alguns recursos foram incorporados à prática da 
citologia, como punções guiadas por ultrassom ou tomografia computadorizada, análise em 
microscopia eletrônica do material colhido, utilização de citometria de fluxo, e imunocitoquímica 
(Koss et al., 1984; Lever et al., 1985; Frable, 1989). A tabela 1 resume as vantagens e 
desvantagens do uso da citologia: 
Tabela 1 - Vantagens e Desvantagens da Citologia como Recurso Diagnóstico* : 
Vantagens Desvantagens 
1. É viável economicamente; 
2. As amostras são obtidas por 
técnicas pouco invasivas; 
3. É rápida, com resultados 
disponíveis em 30 min. ou menos; 
4. Pode ser repetida, na maioria dos 
casos, sem afetar o animal; 
5. Oferece bons resultados quando o 
1. É uma técnica limitada no 
diagnóstico de neoplasias cuja 
histogênese precisa deve ser 
definida; 
2. Complicações podem advir da 
punção em órgãos parenquimatosos: 
sangramento, infecção; 
3. Requer experiência na leitura dos 
resultados; 
material é representativo; 
6. É útil na triagem de lesões de 
acordo com a origem do processo: 
inflamatório, degenerativo, 
neoplásico. 
7. Pode ser usada intrao-
operativamente; 
8. Oferece material para outros 
exames: microbiológico, 
imunocitoquímica. 
4. Dor (?). 
*Adaptado de Suen, 1990 e Morrisson e DeNicola, 1993. 
2. TÉCNICA E MATERIAL NECESSÁRIO AO EXAME CITOLÓGICO 
A obtenção do material para exame citológico é variada. Em reprodução, o material 
normalmente é colhido com "swab", lesões cutâneas podem ser exfoliadas ou puncionadas, 
amostras de lesões presentes no trato respiratório normalmente são obtidas por lavado 
traqueal, "imprints" podem facilmente ser realizados em lesões observadas à necrópsia. Mas, a 
maioria das amostras obtidas para exame citológico em animais domésticos, assim como no 
homem, é obtida mediante punção aspirativa por agulha fina (Perman, 1979). 
Uma discussão frequentemente ocorre nos hospitais, tanto na área médica como veterinária, 
no que se refere a quem deve ser atribuída a responsabilidade de fazer as punções: aos 
clínicos ou aos patologistas? Os patologistas argumentam que a visualização macroscópica 
das lesões é extremamente importante na avaliação da lesão, e os clínicos contra-argumentam 
que nem sempre é possível contar com um patologista no momento de realizar as punções, o 
que é particularmente verdadeiro nos lugares distantes dos campi universitários, onde 
normalmente estão instalados os ambulatórios onde são realizadas as punções. Entretanto, 
isso não é de modo algum um empecilho à realização da punção, de modo que os clínicos de 
locais afastados deveriam ser instruídos sobre como realizar por si as punções e remeter as 
lâminas a um patologista especializado; nos locais onde exista o ambulatório de citologia é 
conveniente a presença do patologista no momento da punção, passo inicial na definição do 
diagnóstico (Japko, 1986). 
A técnica de punção consiste basicamente nos seguintes passos: 1) delimitar e fixar a área 
manualmente; 2) puncionar a área delimitada, com uma agulha hipodérmica de 30x7 ou 
30x8mm e uma seringa descartável acoplada a um manete (fig. 1), em sentidos diferentes; a 
pressão negativa exercida pela aspiração é suficiente para desprender material da lesão; 3) 
após a punção a agulha é destacada da seringa, é repuxado o êmbolo, novamente acoplada a 
seringa a agulha para então ser despejado o material em lâminas de vidro, normalmente três 
lâminas por punção, e distribuídos na lâminas com ajuda de uma outra lâmina no formato de 
"squashes" (Perman, 1979; Koss et al., 1984; Suen, 1990). 
 
 
 
Fig. 1. Técnica de punção aspirativa por agulha fina: uma agulha de 30x7 ou 30x8mm acoplada 
a uma seringa é introduzida na massa e é aplicada uma pressão negativa (A); a agulha é 
movimentada em direções diferentes dentro da massa para obter uma amostra representativa 
(B); a pressão negativa é desfeita, a agulha é retirada e destacada da seringa (C). A seguir (D 
a F) são feitos esfregaços imediatamente (de Ménard et al., 1986). 
Zajdela et al. (1987) obtiveram bons resultados com o emprego da punção por capilaridade, 
essa variante consiste na introdução da agulha somente, desprezando a aspiração 
proporcionada pela seringa, entretanto esta técnica torna-se inviável em lesões de natureza 
cística ou fibrosa. 
Após a realização dos "squashes" as lâminas deverão ser fixadas, estando a escolha do fixador 
diretamente relacionada à escolha do corante, ou seja, corantes como Papanicolau e HE 
requerem fixação úmida imediata, à base de álcool, enquanto corantes como Giemsa e 
Romanovski requerem secagem das lâminas ao ar para posterior fixação em metanol 
(Sachdeva e Kline, 1981). 
Há uma grande variedade de fixadores e corantes utilizados em citologia e um dos corantes 
que prescindem de preparação prévia é o "ki" Diff-Quickâ , variante do corante de Wright, muito 
útil para utilização em locais onde a rotina seja pequena o suficiente para tornar inviável a 
montagem de uma bateria de corante (Rebar, 1979). 
Recomenda-se às punções de órgãos parenquimatosos a utilização de recursos de diagnóstico 
por imagem (Raio X, Ultrassom, etc.), desde que disponíveis; massas na cavidade abdominal 
ou torácica devem ser completamente delimitadas e caracterizadas em relação à anatomia 
topográfica local no momento da punção, bem como devem ser considerados todos os fatores 
adversos, como por exemplo alteração no tempo de coagulação (Frost, 1991). 
É essencial que sejam repassadas ao patologista responsável pela leitura das lâminas todas as 
informações clínicas relevantes, assim como todos os exames antecedentes. 
3. RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO 
Talvez a maior expressão do uso da citologia seja a eficiência dos resultados comparada como seu baixo custo. Lever et al. (1985) enfatizam que a citologia, em determinados casos, 
dispensa, o ingresso do paciente no hospital, evita biópsias preliminares e poupa tempo e 
despesas com o processamento histológico; o mesmo raciocínio se aplica aos hospitais 
veterinários. Contudo, segundo Hall-Craggs e Lees (1987), resultados negativos, referindo-se 
especificamente a neoplasias, tem valor preditivo muito pobre e devem ser desconsiderados 
pelo clínico e acrescentam que alguns achados devem ser vistos com extrema cautela, e 
justificam que neoplasias vasculares (como os hemangiomas, por exemplo) produzem somente 
aspirados de aspecto hemorrágico, neoplasias que induzem reação desmoplásica podem 
simular lesões fibróticas, e tumores necróticos podem destacar somente debris e células 
inflamatórias. Portanto, clínico e patologista devem avaliar o tipo de lesão apontado pela 
citologia e se há necessidade de proceder imediatamente à biópsia. Entretanto, Morrisson e 
DeNicola (1993) sugerem citologia e histopatologia como procedimentos distintos que não 
precisam necessariamente ser complementares ou, ao contrário, excludentes e sim adotados 
conforme o caso: a visualização de detalhes citoplasmáticos e nucleares (grânulos, nucléolo), 
por exemplo, é melhor no exame citológico, ao passo que a definição de margem cirúrgica é 
mais indicada pela biópsia. 
Sintetizando, podemos concluir que a rotina de citologia pode e deve, sempre que possível, 
incluir a confirmação histológica a posteriori, tanto para garantir um controle de qualidade maior 
na rotina como para proporcionar ao patologista bases para a formulação de novos critérios de 
avaliação citológica (Suen, 1990). 
4. CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CITOLÓGICA 
Alguns cuidados básicos devem ser tomados para a obtenção de esfregaços de boa qualidade, 
como evitar a presença de sangue em excesso e verificar se a quantidade de material não 
tornou o esfregaço espesso demais. 
Há uma grande variação de critérios para avaliação citológica, mas de forma genérica 
podemos definir um bom esfregaço como aquele que possui espessura delgada, arquitetura 
celular a mais preservada possível, penetração do corante e distribuição do material na lâmina 
uniformes (Koss et al., 1984; Frost, 1991). 
Segundo Suen (1990) e Frost (1991), a sequência de exame da lâmina principia pelo menor 
aumento onde devem ser observadas: 
1. a celularidade, ou seja, o aspecto quantitativo; 
2. a composição celular, ou seja, o aspecto qualitativo. 
 
Nos aumentos maiores devem ser observados: 
 
1. a morfologia individual das células; 
2. o arranjo das células; 
3. a composição de fundo ("background") esfregaço. 
Outros critérios mais específicos referem-se à caracterização de malignidade, incluindo o 
aspecto do núcleo e sua relação com o citoplasma, a perda de coesão entre as células, perda 
da polaridade nuclear, a frequência e o tipo de mitoses e a formação de estruturas que se 
aproximem do tecido de origem (ácinos, rosetas, trabéculas) (Koss et al., 1984; Ménard et al., 
1986; Wellman, 1990; Morrisson e DeNicola, 1993; Clinkenbeard e Cowell, 1994; Larkin, 
1994c). 
Lever et al. (1985) e Suen (1990) atribuem a ocorrência de falsos positivos ao diagnóstico 
baseado em poucas células e às falhas em reconhecer lesões reativas, degenerativas, e 
metaplásicas; já a ocorrência de falsos negativos envolve desde problemas técnicos (fixação 
ou colheita de material inadequada) até a inexperiência do patologista. 
5. CITOLOGIA APLICADA AO EXAME DO TRATO REPRODUTIVO MASCULINO E 
FEMININO. 
A citologia aplicada ao exame do trato reprodutivo é um capítulo à parte na história do 
diagnóstico citológico, sendo utilizada, hoje, como rotina na área de reprodução animal. A 
citologia vaginal tem sido comumente usada no monitoramento do ciclo estral de cadelas, 
sugerindo períodos ideais para para a cobertura ou inseminação artificial (Thrall e Olson, 
1989). Em algumas espécies como cães, gatos e coelhos, as alterações do ciclo estral são 
bem definidas no aspecto citológico, entretanto esta definição não é vista em bovinos, suínos, e 
equinos (Miroud e Noakes, 1990). 
A presença de infiltrado inflamatório polimorfonuclear pode ser usado como indicativo de 
anormalidade no sistema genital de cadelas (Allen, 1985), o que não pode ser confundido com 
alterações fisiológicas, como ocorre no diestro, onde a presença de neutrófilos é marcante 
(Thrall e Olson, 1989). 
Neoplasias podem comumente ser identificadas por exfoliado ou aspirado citológico em 
pequenos animais, incluindo basicamente o carcinoma de células escamosas e o tumor 
venéreo transmissível canino (TVT) (Roszel, 1977; Thrall e Olson, 1989). O TVT tem uma 
importância histórica das mais relevantes por ter sido o primeiro tumor a ser transmitido 
experimentalmente. Os estudos de Sticker, na virada do século, associaram seu nome, em 
definitivo, a este tumor, igualmente referido por condiloma canino, linfossarcoma venéreo, 
granuloma infeccioso, ou mesmo sarcoma de Sticker (Calvert, 1984). A citologia do TVT exibe 
alta celularidade, onde a presença de células esféricas, com cromatina nuclear grosseira, 
citoplasma abundante, e vacúolos intracitoplasmáticos são indicativos seguros para o 
diagnóstico (Thrall e Olson, 1989; Batamuzi e Kessi, 1993). 
No macho, a citologia é bastante útil no diagnóstico de afecções prostáticas em cães, a 
exemplo do que ocorre na área médica, onde as afecções prostáticas são extremamente 
importantes e onde a sensibilidade dos resultados chega a 91% (Casey e Silenieks, 1988). Nos 
cães, diferentes técnicas são aplicadas à obtenção do tecido prostático. Kay et al. (1989) 
sugerem que a colheita do fluido prostático com cateter é mais efetiva no diagnóstico citológico, 
oferecendo menores riscos de contaminação e com a possibilidade de fornecer material para 
exame microbiológico concomitantemente; o espectro de afecções prostáticas observado no 
exame citológico é variado, incluindo alterações inflamatórias, hiperplásicas e neoplásicas. 
6. CITOLOGIA DE DERRAMES CAVITÁRIOS 
A citologia aplicada ao exame dos derrames cavitários é praticamente uma atribuição dos 
laboratórios de patologia clínica. Os exames físicos, químicos, e citológicos dos derrames 
cavitários, permitem ao laboratório clínico classificá-los em transudatos, transudatos 
modificados e exsudatos, oferecendo base mais segura para o diagnóstico. A exata distinção 
da etiopatogenia da acumulação de determinado fluido e algumas características morfológicas 
do material examinado estabelecem uma cooperação entre laboratório clínico e patologia, isto 
é particularmente marcante em suspeitas de malignidade (Rebar, 1979; Wellman, 1990). Larkin 
(1994b) sustenta que abdominocentese e toracocentese são procedimentos seguros e simples 
tanto em grandes como pequenos animais e aponta a a utilidade da citologia na punção 
abdominal de equinos com cólica. 
7. CITOLOGIA NOS PROCESSOS INFECCIOSOS E PARASITÁRIOS 
No diagnóstico de um processo infeccioso ou parasitário a citologia pode ser utilizada de 
diversas formas. A escarificação da lesão para a realização de "imprints" é uma destas formas, 
sendo uma técnica comum no diagnóstico da Leishmaniose Tegumentar, por exemplo, mas 
que hoje já está sendo superado pela punção aspirativa por agulha fina, que é mais fácil de 
repetir e toma menos tempo na identificação do parasito; a presença marcante de formas 
amastigotas de Leishmania é vista no interior e fora de histiócitos (Al-Jitawi et al., 1995); 
entretanto, no continente americano, o comportamento deste parasito na Leishmaniose 
Tegumentar causada pela Leishmania (V.) braziliensis é bem diferente, não exibindo formas 
amastigotas em grande número, o que torna a pesquisa por formas de Leishmania, em material 
obtido por punção aspirativa, tarefa difícil a patologistas (ou mesmo parasitologistas) pouco 
experientes.O exame citológico de órgãos parenquimatosos é extremamente útil na identificação de 
agentes infecciosos. Neer (1996) aponta a punção aspirativa do baço como uma das formas de 
identificação de Hepatozoon canis. Em cães, também é comum a pesquisa de corpúsculos de 
inclusão na Cinomose e na Hepatite Infecciosa Canina; na primeira, o sítio de eleição é a 
conjuntiva, embora nos estágios mais avançados da doença o diagnóstico seja frequentemente 
falso-negativo, e na segunda o sítio de eleição é o fígado, onde os corpúsculos de inclusão 
basofílicos são encontrados no núcleo dos hepatócitos (Perman et al., 1979). 
Em felinos, o diagnóstico citológico de colangite ou colangiohepatite pode ser feito quando a 
natureza do infiltrado é bem característica: linfocítica (lesão não supurativa) quando o 
predomínio é de linfócitos, ou neutrofílica (lesão supurativa) quando predominam os neutrófilos 
(Meyer e French, 1989). Kristensen et al. (1989) alerta para a existência de reações mistas nas 
hepatopatias em cães e gatos (colestáticas e inflamatórias, por exemplo) que devem ser 
avaliadas criteriosamente, com o diagnóstico prevalecendo sobre a lesão mais evidente. 
Larkin (1994c) sugere a utilização do lavado nasal ou traqueobronquial para o diagnóstico 
citológico de afecções do trato respiratório em pequenos e grandes animais, onde as lesões, 
em sua maior parte segundo ele, são de natureza inflamatória (infecção bacteriana primária ou 
secundária, e infecção fúngica). 
O tipo de infiltrado inflamatório, segundo Cowell e Tyler (1989), é um indicativo importante 
dentro do diagnóstico diferencial, e classificam o processo como supurativo se mais de 85% do 
infiltrado inflamatório for de neutrófilos, se o predomínio for de macrófagos com raros 
neutrófilos o processo é considerado granulomatoso, em presença de macrófagos como 
numerosos neutrófilos o processo é considerado piogranulomatoso, e no predomínio de 
eosinófilos o indicativo é de um possível processo parasitário, alérgico, ou fúngico. 
Outra fonte valiosa na pesquisa de um agente infeccioso são os linfonodos. As linfadenopatias 
mesmo na ausência de alterações de volume e consistência exibem uma celularidade 
marcante, ao exame citológico; hiperplasia nodal reativa ocorre em diversos processos 
infecciosos, tanto localizados como sistêmicos, e quando acompanhada de infiltrado 
inflamatório pode indicar a natureza do processo (Rebar, 1979b; Rogers et al.,1993). 
8. CITOLOGIA APLICADA AO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS 
O diagnóstico citológico de neoplasias, desde a sua introdução na citologia moderna por Martin 
e Ellis (1930), tem evoluído consideravelmente. Em pacientes humanos, a eficiência 
diagnóstica da citologia, em casos de neoplasia, evoluiu de 60% para até 95% de sensibilidade 
(Lever et al., 1985; Frable, 1989; Frost, 1991; Suen, 1991). Em veterinária, a concordância 
diagnóstica observada entre citologia e histopatologia, em casos de neoplasia, varia de 69 a 
97% (Griffiths et al., 1985; Ménard et al., 1986; Larkin, 1994b). Harvey (1996) afirma que a 
citologia, embora não firme o diagnóstico definitivo sempre, pode distinguir lesões neoplásicas 
de não-neoplásicas e, na maioria dos casos, categorizar as lesões neoplásicas como epiteliais, 
mesenquimais, ou hematopoiéticas. Rogers et al. (1996) acrescentam que a citologia é 
importante também intra-operativamente, tanto no exame inicial de massas suspeitas como na 
avaliação da representatividade de uma biópsia cirúrgica; por extensão, este procedimento 
pode auxiliar na avaliação da margem cirúrgica de forma superior ao exame macroscópico 
isolado. 
A notificação de neoplasias em pequenos animais deve-se, em grande parte, à convivência 
destes animais com seus proprietários por toda a vida, além do aspecto afetivo envolvido, 
observando-se uma diversidade notável de neoplasias (WHO, 1974 e 1976). Em animais de 
produção, mais especificamente bovinos, cujo enfoque é absolutamente diferente, a notificação 
de neoplasias encontra obstáculos tanto na escassez de informações clínicas como também 
pelo fato destes animais irem para o abate antes do período médio de surgimento de 
neoplasias, ou seja, aos 8 anos de idade (Scott e Anderson, 1992). Dentre as neoplasias mais 
comumente diagnosticadas e descritas em bovinos estão as neoplasias cutâneas (Scott e 
Anderson, 1992), entretanto não é frequente a rotina diagnóstica histo/citológica das neoplasias 
bovinas. 
Owen (1991) ressalta os efeitos da idade e predisposição de sexo e raça à maior ocorrência de 
neoplasias em cães. Dados evidenciam que cães desenvolvem cancer mais frequentemente 
que a população humana (360 casos/ 100.000 cães vs. 272/100.000 pessoas) (Dorn e Priester 
apud Owen, 1991); estudos epidemiológicos em cães portadores de tumores de mama 
(Zaninovic e Simcic, 1991) e linfomas (Greenlee et al., 1990) corroboram essa hipótese. 
Assim, diversas técnicas não invasivas passaram a ser utilizadas em medicina veterinária no 
diagnóstico de neoplasias, quase que exclusivamente em pequenos animais, algumas destas 
técnicas tem seu uso limitado ou mesmo inacessível em função de seu custo elevado (Rogers 
et al., 1993). Somado a isto, houve um notável crescimento na oncologia cirúrgica, em 
pequenos animais, incorporando a citologia como recurso diagnóstico, e houve o surgimento 
de novas abordagens terapêuticas de animais portadores de câncer (Harvey, 1996). Outro fator 
importante em oncologia foi o avanço na compreensão do comportamento biológico dos 
tumores, impulsionado pelos estudos com carcinogênese experimental nas últimas décadas 
(MacEwen, 1990). 
Os critérios citológicos de malignidade, conforme assinalam Clinkenbeard e Cowell (1994), 
denotam variações no tamanho e forma das células que diferem da população normal do tecido 
puncionado ou, no caso de lesões benignas, exibem discreta variação, de modo que o 
pleomorfismo celular acentuado é o critério mais frequente observado em neoplasias malignas. 
8.1. Tumores de Células Redondas 
Neste grupo, comumente denominado de Tumores de Células Distintas ("discrete cell tumors") 
ou Tumores de Células Redondas ("round cell tumors"), estão incluídos: o melanoma, o 
mastocitoma, o histiocitoma, o plasmocitoma, os linfomas cutâneos, e o tumor venéreo 
transmissível (Rebar, 1979; Cowell e Tyler, 1989; Wellman, 1990). Estas neoplasias exfoliam 
bem em preparados citológicos e apresentam citoplasma bem definido, à exceção dos 
linfomas, e tendem a assumir um aspecto comumente descrito como "debulhado", devido à sua 
dispersão na lâmina, o que deve-se à frágil adesão de uma célula à outra (Wellman, 1990). A 
denominação de Tumores de Células Distintas é uma referência à semelhança cito/histológica 
observada nestes tumores, embora isto não se aplique ao melanoma, que diverge neste 
aspecto. 
Algumas características peculiares distinguem estes tumores entre si: granulações 
metacromáticas no mastocitoma, vesiculações intracitoplasmáticas no TVT, pigmentação 
escura e núcleos exuberantes no melanoma, e os distinguem de outras neoplasias de pele 
como os carcinomas (Wellman, 1990; Batamuzi e Kessi, 1993; Rogers, 1996). 
8.2. Tumores Epiteliais Superficiais 
Neoplasias de pele de origem epitelial são comuns nos animais domésticos, especialmente em 
cães, espécie na qual é baseada a classificação dos tumores de pele pela O.M.S. (WHO, 
1974), e incluem basicamente os carcinomas de células escamosas, carcinomas de células 
basais, os adenomas e adenocarcinomas de glândulas e estruturas anexas da pele. O 
melanoma, histologicamente, é incluído neste grupo, mas, citologicamente, é classificado como 
um "tumor de células redondas" (Wellman, 1990). 
Os carcinomas, no exame citológico, normalmente exibem uma celularidade regular, mas não 
debulham facilmente como os "tumores de células redondas", o mais frequente é a formação 
de pequenos grupos de células de ovaisa esféricas com citoplasma bem evidente, 
contrastando com os sarcomas que exibem baixíssima celularidade, não formam grupos ou 
ninhos de células e a forma das células varia de fusiforme a estrelada (Ménard et al., 1986; 
Cowell e Tyler, 1989; Clinkenbeard e Cowell, 1994). 
As células epiteliais são grandes, com uma quantidade de citoplasma moderada ou mesmo 
abundante e, geralmente, apresentam núcleos arredondados; podem ser malignas ou benignas 
e de origem glandular ou não glandular, as de origem glandular normalmente exibem 
vacuolizações citoplasmáticas e a formação de ácinos (Clinkenbeard e Cowell, 1994; Larkin, 
1994a). 
Os tumores epiteliais comumente vistos na rotina de citologia são o carcinoma de células 
escamosas, em maior frequência em felinos e bovinos, o papiloma, o adenoma sebáceo e o 
adenoma de células hepatóides em cães (Cowell e Tyler, 1989; Wellman, 1990). 
8.3. Tumores de Partes Moles 
Os tumores de partes moles incluem um amplo grupo de neoplasias, essencialmente 
sarcomas, embora eventualmente alguns carcinomas superficiais apareçam neste grupo; 
neoplasias linfóides e hematopoiéticas são excluídas desta designação (Graham e O’Keefe, 
1993). Os sarcomas de partes moles surgem do mesoderma e são virtualmente encontrados 
em qualquer sítio do corpo, a sua classificação histológica é feita de acordo com o tecido de 
origem, quando essa diferenciação inexiste ou é incerta, a referência adequada é "sarcoma 
indiferenciado" (Pulley e Stannard, 1990; Graham e O’Keefe, 1993). 
As apresentações clínicas são bastante variadas, incluindo lesões provocadas pelo próprio 
tumor (hematúria nos leimiossarcomas de bexiga, ascite nos fibrossarcomas metastáticos do 
fígado, hemoperitônio nos hemangiossarcomas esplênicos) até síndromes paraneoplásicas 
desencadeadas pela liberação de fatores circulantes como o Fator de Necrose Tumoral (TNF - 
"Tumoral Factor Necrosis") e as Interleucinas (IL) (MacEwen, 1990; Owen, 1991; Graham e 
O'Keefe, 1993). 
Neoplasias de natureza fibrótica como os leiomiomas e fibromas e suas contrapartes malignas, 
leiomiossarcoma e fibrossarcoma, assim como o sarcóide equino, são muito difíceis de 
diagnosticar no exame citológico. Reforçando o conceito de que o diagnóstico citológico dos 
sarcomas de partes moles é difícil, e em certos casos um diagnóstico citológico falso-positivo 
pode traduzir-se numa grave perda para o animal, como nas suspeitas de osteossarcomas. A 
confirmação do diagnóstico recomenda geralmente a amputação do membro afetado, de 
maneira que o patologista em muitos casos desta natureza, não pode prescindir da biópsia 
para firmar o diagnóstico definitivo (Graham e O’Keefe, 1993; Larkin, 1994a). 
8.4. Neoplasias Hematopoiéticas 
O diagnóstico citológico acompanhou a evolução das classificações dos linfomas humanos. Os 
linfomas constituem 5 a 7% de todas as neoplasias de cães, índice comparável somente ao 
observado em felinos. A ocorrência dos linfomas, em felinos, está associada à Leucemia Felina 
(FeLV), assim como em bovinos à Leucose Enzoótica Bovina (Larkin, 1994a). 
A classificação dos linfomas não-Hodgkin, na área médica, sofreu no mínimo quatro grandes 
transformações nos últimos anos, com as classificações de Rappaport, em 1967, Lukes-
Collins, em 1971, Kiel, em 1981, e Working Formulation, em 1986, todas incorporadas à prática 
veterinária (Greenlee et al., 1990; Sequeira e Franco, 1992). A mais recente classificação, 
Euro-Americana, denominada "R.E.A.L. Classification", data de 1994, não havendo, até o 
presente, publicação na literatura veterinária indexada referenciando a utilização desta 
classificação. 
Cães e suínos tem sido úteis como modelos de estudo dos linfomas; em caninos tem sido 
observados os aspectos morfológicos (citológicos e histológicos), fenotípicos e clínicos (Carter 
et al. 1986; Greenlee et al., 1990; Larkin, 1994a). O aspecto citológico dos linfomas é similar 
nos animais domésticos, exceto aves, e toma de empréstimo as classificações de linfomas 
humanos, de modo que em citopatologia veterinária abrange três graus: baixo, intermediário, e 
alto grau (Carter et al., 1986; Suen, 1990; Wellman, 1990). 
A classificação citológica dos linfomas não-Hodgkin, adaptada da "Working Formulation", é 
mostrada na Tabela 2: 
Tabela 2- Classificação Citológica de Linfomas Não-Hodgkin
a
 
Baixo Grau 
 
Pequenos Linfócitos 
 
Células Peq. Clivadas 
¦ 
 
Misto Peq. e Gdes Células 
¦ 
 
Gdes. Células 
¦ 
 
Clivado e Não-Clivado 
¦ 
¦ 
Imunoblástico 
¦ 
 
Células Peq. Não-Clivadas 
¦ 
 
Burkitt 
 
Não Burkitt 
Alto Grau 
 
Linfoblástico (Células Convolutas) 
_________________________________________________________________ 
a
 Terminologia adapatada da "Working Formulation". O padrão de crescimento (folicular ou 
difuso) não é caracterizado na citologia aspirativa por agulha fina. (Adaptado de Suen, 1990). 
Nas leucemias, a avaliação citológica da medula óssea é igualmente importante, embora nos 
casos mais avançados seja difícil distinguir os linfomas em fase de leucemização das 
leucemias em atividade periférica (Raskin e Krehbiel, 1988). 
8.5. Neoplasias de Glândula Mamária 
Nos ruminantes, a ênfase dada à patologia da glândula mamária está intimamente relacionada 
às mastites, já em pequenos animais o foco de atenção maior na glândula mamária são as 
neoplasias, que são extremamente comuns em cães, compreendendo de 25 a 50% do total de 
tumores observados nesta espécie (Ferguson, 1985; Zaninovic e Simcic, 1991), e em felinos 
correspondem a pouco mais de 10% do número total de neoplasias (Hayes e Mooney, 1985). 
As neoplasias de glândula mamária raramente são vistas em outras espécies, além de cães e 
gatos. Somente os tumores de mama destas duas espécies são classificados segundo a 
Classificação Internacional de Tumores dos Animais Domésticos da O.M.S. (WHO, 1974). 
A citologia dos tumores de mama em cães e gatos geralmente oferece um bom subsídio ao 
clínico e ao cirurgião ao assinalar a natureza de uma lesão suspeita, se benigna ou maligna, ou 
mesmo apontar a presença de alguns componentes que juntos sugerem uma certa 
diferenciação, como por exemplo a presença de grupos de células lembrando ácinos ou papilas 
conjuntamente com células mioepiteliais, além dos critérios já mencionados de malignidade, 
dão indícios marcantes de que possa tratar-se de uma neoplasia maligna da glândula mamária, 
no caso um adenocarcinoma. Em cães é possível haver tumores em diferentes graus de 
diferenciação celular, na mesma cadeia mamária (Ferguson, 1985), o que não é visto em 
felinos (Hayes e Mooney, 1985). Entretanto, Ferguson (1985) alerta sobre um cuidado básico 
que deve ser tomado na avaliação citológica dos tumores de mama, devido ao fato destes 
tumores não serem compostos de uma massa sólida e homogênea, tornando-se difícil 
assegurar, em alguns casos, que as células identificadas no esfregaço sejam da área mais 
agressiva do tumor, assim resultados negativos ou mesmo sugestivos de uma lesão 
proliferativa benigna não excluem uma possível amostra insuficiente ou mesmo não 
representativa da lesão. 
8.6. Graduação e Estadiamento de Neoplasias 
A graduação de uma neoplasia é uma tentativa de estimar sua agressividade ou o seu nível de 
malignidade, baseado na diferenciação citológica das células tumorais e no número de mitoses 
presentes, já o estadiamento das neoplasias baseia-se no tamanho da lesão primária, a 
extensão da sua disseminação para linfonodos regionais, e a presença ou ausência de 
metástases (Owen apud Rogers, 1993). 
A graduação de uma neoplasia é feita histologicamente, em alguns casos essa graduação 
pode ser baseada no exame citológico, como são os casos do mastocitoma (Rogers, 1996) e 
do linfoma (Carter et al., 1986). 
Um sistema para o estadiamento clínico dos tumores em animaisdomésticos foi desenvolvido 
pela Organização Mundial de Saúde em cooperação com Sociedade Veterinária do Câncer 
(Veterinary Cancer Society - VCS), em 1980. Este sistema (Sistema TNM) é baseado na 
extensão do tumor primário (T), no acometimento dos linfonodos regionais (N), e na presença 
ou ausência de metástases (M), a adição de números a estes três componentes indica a 
extensão da neoplasia. O sistema TNM é muito útil clinicamente, com o prognóstico e a 
abordagem terapêutica variando de acordo com a extensão da doença (Rogers, 1993). A 
citologia pode ser utilizada no estadiamento de tumores pela facilidade na punção dos 
linfonodos e órgãos parenquimatosos sem requerer sedação ou anestesia local. 
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O diagnóstico citológico, tanto na área médica como veterinária, ainda tem muitos desafios 
para o presente e para o futuro e o principal deles é conseguir a sua aceitação como um 
recurso seguro, acessível e confiável. Talvez essa tríade seja a responsável pela grande 
aceitação do diagnóstico citológico em oncologia, onde o ônus reside não só no aspecto 
financeiro, mas na abordagem do paciente, que normalmente é bastante invasiva. É notável 
também a evolução nos critérios de análise citológica, denotando que ainda há muitos detalhes 
morfológicos a serem percebidos e devidamente incorporados à rotina. 
Em medicina veterinária a aplicação da citologia tem se restringido, na maior parte dos casos, 
aos pequenos animais, ao passo que a facilidade na tomada de amostras para o exame 
citológico proporciona um valioso auxílio aos veterinários trabalhando a campo. Contudo, a 
dificuldade também existe nos meios acadêmicos, onde não existe ainda nenhum programa de 
treinamento voltado para citopatologia, bem como não há, na maioria dos hospitais veterinários 
do país, ambulatórios de punção. 
Alguns caminhos apontam para a utilização cada vez maior da citologia, devido a preservação 
da célula (que pode ser vista íntegra, praticamente sem estroma , numa condição mais 
satisfatória que no exame histológico), incluindo análise ultra-estrutural, morfometria, 
imunocitoquímica, e análise de DNA. Pelo presente, uma história clínica completa, radiografias 
detalhadas, exames laboratoriais, acompanhamento cirúrgico efetivo e a boa cooperação do 
proprietário são fatores que harmonicamente ajudam na definição do diagnóstico citológico. 
De qualquer forma, o diagnóstico citológico sofreu uma extraordinária evolução ao longo da 
sua utilização, superando frustrações e constantes recomeços, justificando a frase de Sir 
Peters (citado por Steven Hajdu): "A célula é a mais importante invenção da natureza e deve 
maravilhar continuamente qualquer indivíduo de bom senso". 
As referências bibliográficas deste texto podem ser solicitadas diretamente ao autor. 
http://www.saudeanimal.com/hvvb/caninos/tostes.htm

Outros materiais