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AAH Ficha 1

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Ficha 1 
Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 1
 
Delegação da Beira 
Curso de Química 
Anatomia Animal e Humana 
 
1. Anatomia Animal e Humana 
No seu conceito mais amplo, a Anatomia é a ciência que estuda, macro e 
microscopicamente, a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 
Um excelente e amplo conceito de Anatomia foi proposto em 1981 pela American 
Association of Anatomists: anatomia é a análise da estrutura biológica, sua correlação 
com a função e com as modulações de estrutura em resposta a factores temporais, 
genéticos e ambientais. Tem como metas principais a compreensão dos princípios 
arquitectónicos da construção dos organismos vivos, a descoberta da base estrutural do 
funcionamento das várias partes e a compreensão dos mecanismos formativos envolvidos 
no desenvolvimento destas. A amplitude da anatomia compreende, em termos temporais, 
desde o estudo das mudanças a longo prazo da estrutura, no curso de evolução, passando 
pelas das mudanças de duração intermediária em desenvolvimento, crescimento e 
envelhecimento; até as mudanças de curto prazo, associadas com fases diferentes de 
actividade funcional normal. Em termos do tamanho da estrutura estudada vai desde todo 
um sistema biológico, passando por organismos inteiros e/ou seus órgãos até as organelos 
celulares e macromoléculas. 
A palavra Anatomia é derivada do grego anatome (ana = através de; tome = corte). 
Dissecação deriva do latim (dis = separar; secare = cortar) e é equivalente 
etimologicamente a anatomia. Contudo, actualmente, Anatomia é a ciência, enquanto 
dissecar é um dos métodos desta ciência. 
Seu estudo tem uma longa e interessante história, desde os primórdios da civilização 
humana. Inicialmente limitada ao observável a olho nu e pela manipulação dos corpos, 
expandiu-se, ao longo do tempo, graças a aquisição de tecnologias inovadoras. 
Actualmente, a Anatomia pode ser subdividida em três grandes grupos: Anatomia 
macroscópica, Anatomia microscópica e Anatomia do desenvolvimento. 
Ficha 1 
Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 2
A Anatomia Macroscópica é o estudo das estruturas observáveis a olho nu, utilizando 
ou não recursos tecnológicos os mais variáveis possíveis, enquanto a Anatomia 
Microscópica é aquela relacionada com as estruturas corporais invisíveis a olho nu e 
requer o uso de instrumental para ampliação, como lupas, microscópios ópticos e 
electrónicos. Este grupo é dividido em Citologia (estudo da célula) e Histologia (estudo 
dos tecidos e de como estes se organizam para a formação de órgãos). 
A Anatomia do desenvolvimento estuda o desenvolvimento do indivíduo a partir do ovo 
fertilizado até a forma adulta. Ela engloba a Embriologia que é o estudo do 
desenvolvimento até o nascimento. Embora não sejam estanques, a complexidade destes 
grupos torna necessária a existência de estudos específicos. 
1.1. Generalidades de anatomia comparada 
A anatomia comparada é o estudo comparativo da forma e estrutura de diferentes 
organismos, de modo a estabelecer relações de parentesco entre eles. 
Os dados anatómicos que evidenciam as relações de parentesco entre as diferentes 
espécies de seres vivos são a existência de órgãos homólogos, análogos e vestigiais. 
Órgãos Homólogos - São órgãos que apresentam o mesmo padrão anatómico, a mesma 
origem embrionária, podendo em diferentes seres vivos desempenhar funções diferentes. 
Estes órgãos têm, em diferentes organismos, a mesma organização estrutural, a mesma 
posição relativa, o que reflecte que divergiram do mesmo antepassado (ancestral 
comum). Isto pode ser observado na figura, a qual mostra membros de diferentes seres 
vivos apresentando todos eles o mesmo padrão anatómico, constituído pelos mesmos 
ossos, evidenciado na figura pelas cores e que, no entanto, desempenham funções 
diferentes, dependendo do animal a que pertencem. Traduzem, assim, adaptações de um 
grupo de organismos a ambientes variados. Reflectem, por isso, uma evolução 
divergente: estruturas originalmente semelhantes diferenciaram-se para realizar funções 
diferentes. 
Exemplo: Membros anteriores dos vertebrados. 
Ficha 1 
Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 3
 
Órgãos análogos - Órgãos que têm diferente padrão anatómico, diferente origem 
embrionária, desempenhando em diferentes seres vivos a mesma função. Estes órgãos 
têm, em diferentes organismos, diferente organização estrutural, diferentes posições 
relativas, o que reflecte que evoluíram de antepassados diferentes. Este facto ode ser 
observado na figura ao lado, a qual mostra asas de diferentes insectos, que são 
completamente diferentes mas ambas têm a mesma função: permitir o voo aos seres que 
as possuem. São provas de adaptação de organismos diferentes a um mesmo ambiente. 
Reflectem, por isso, uma evolução convergente. 
Exemplo: Asas dos insectos e asas das aves. 
 
Órgãos vestigiais - Órgãos que foram de grande utilidade num passado mas que no 
presente têm uma função reduzida ou inexistente no organismo em que se encontram, 
podendo, no entanto, desempenhar um papel importante noutros seres. Como exemplo 
disso temos o apêndice. No Homem é apenas um órgão vestigial no qual não tem função. 
Contudo, nos animais herbívoros, o apêndice é bastante desenvolvido nele vivendo 
microorganismos responsáveis pela digestão da celulose, principal fonte de energia. O 
ambiente actuou nestes órgãos no sentido regressivo, privilegiando os indivíduos que iam 
surgindo com esses órgãos cada vez mais reduzidos. 
Ficha 1 
Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 4
1.1.1. Evolução histórica 
Em termos evolucionistas, foram designadas as estruturas análogas e homólogas, ambas 
reflectem o processo evolutivo, com base na genética e na adaptação às alterações no 
habitat. 
As espécies que apresentam estruturas homólogas, apresentam um sistema anatómico 
morfologicamente idêntico, relacionado com o que existe num ancestral comum. A sua 
função e até o aspecto são diferentes, por exemplo existe homologia entre os membros 
anteriores das seguintes espécies: Homem, morcego, baleia e cavalo, isto porque todos os 
seus membros anteriores são constituídos pelos seguintes ossos: úmero, rádio, ulna, 
carpo, metacarpo e falange. É de notar, que a função exercida pela mesma estrutura em 
espécies diferentes tem também funções diferentes. 
As estruturas análogas apresentam a mesma função, em espécies diferentes que não 
apresentam um ancestral comum. Por exemplo, se para um mesmo habitat for vantajoso 
ter asas, em termos evolutivos, animais alados vão estar mais aptos a viver nesse habitat, 
quer sejam aves ou insectos. 
As estruturas/órgãos vestigiais têm uma elevada importância para a teoria da evolução 
porque são exemplos de órgãos que foram funcionais (na espécie ancestral), mas que pela 
evolução se tornaram não funcionais. Isto, em algumas espécies porque noutras 
continuam a existir, tornando-se estruturas vestigiais, exemplo disso são os membros 
vestigiais das cobras e as asas nas aves que não voam. 
1.1.2. Fossilização; dados anatómicos directos e indirectos 
Fósseis são restos ou vestígios de seres que viveram no passado. Um fóssil se forma 
quando os restos mortais de um organismo ficam a salvo tanto da acção dos agentes 
decompositores como das intempéries naturais (vento, sol directo, chuvas, etc.). As 
condições mais favoráveis à fossilização ocorrem quando o corpo de um animal ou de 
uma planta é sepultado no fundo de um lago e rapidamente coberto por sedimentos. 
Dependendo da acidez e dos minerais presentes no sedimento, podem ocorrer diferentes 
processos de fossilização. A permineralização, por exemplo, é o preenchimentodos poros 
Ficha 1 
Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 5
microscópicos do corpo de um ser por minerais. Já a substituição consiste na lenta troca 
das substâncias orgânicas do cadáver por minerais, transformando-o em pedra. 
Os fósseis são considerados evidências da evolução porque mostram que o nosso mundo 
já foi habitado por seres diferentes dos atuais e que teriam sido ancestrais das formas de 
vida modernas. 
Depois de conhecer um pouco mais sobre a história da evolução humana, pode surgir a 
curiosidade sobre como os pesquisadores determinam a antiguidade de um hominídeo 
fóssil? Actualmente existem vários métodos de datação que permitem cobrir eventos 
desde 100 anos atrás até bilhões de anos. Os paleontólogos dedicados aos estudos da 
evolução humana voltam seus interesses para, principalmente, os últimos 10 milhões de 
anos. Os pesquisadores podem utilizar métodos directos ou indirectos. 
Os métodos directos aplicam as técnicas de datação aos objectos em si; nos indirectos, a 
idade dos fósseis é calculada datando-se algo associado a eles. 
Essas técnicas podem ser classificadas também como técnicas de datação relativa ou 
técnicas de datação absoluta. As técnicas de datação relativa são aquelas que fornecem 
informações sobre o sítio estudado, através de referência ao que é sabido de outros sítios 
ou outras fontes de informação, como a correlação faunística. A correlação faunística se 
fundamenta no conhecimento dos principais eventos da história da vida na Terra, que foi 
registrada por fósseis de populações que apareceram ou surgiram durante o processo 
evolutivo. Entre as espécies mais importantes para os estudiosos da evolução humana 
destacam-se os elefantes, porcos e cavalos. Os registros fósseis dessas espécies são bem 
conhecidos, por isso, se um hominídeo fóssil é descoberto em camadas sedimentares que 
também são encontrados fósseis de porcos que viveram há 2 milhões de anos e 1,6 
milhões de anos, presume-se que esse seja o período que a espécie de hominídeo tenha 
vivido. 
As técnicas de datação absoluta fornecem informações através de algum tipo de 
mensuração física da antiguidade do material paleontológico. Algumas destas técnicas 
dependem da actividade de radioisótopos. Os elementos radioactivos desintegram 
podendo se tornar em isótopo não radiactivo de outros átomos. Essa propriedade é 
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Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 6
denominada de decaimento radioactivo. A velocidade de desintegração de vários 
elementos radiactivos foi determinada pelos físicos. Com o conhecimento da velocidade 
de desintegração é possível calcular a idade de um fóssil determinando quanto essa rocha 
tem de elemento radioactivo e quanto ela tem de elemento não radiactivo. 
A técnica radiométrica mais importante da paleontologia é a datação por radio-potássio 
(potássio/argónio). O potássio-40 é um isótopo radioactivo do potássio que decai para o 
argônio-40, um gás inerte. O cálculo da idade de um fóssil de hominídeo ou de artefacto é 
determinado pelas medidas da concentração de potássio e do argônio-40 acumulado em 
minerais ricos em potássio, encontrados no sítio estudado. 
1.1.3. Diferença do crescimento corporal 
A ciência contemporânea embora costumeiramente tenha dividido o desenvolvimento 
nos períodos pré-natal (antes do nascimento) e pós-natal (após o nascimento) admite, que 
a anatomia do desenvolvimento é o campo da embriologia relacionado às mudanças 
sofridas por células, tecidos, órgãos e o corpo como um todo, a partir de uma célula 
germinativa de cada genitor, as quais resultarão em um indivíduo adulto. No período pré-
natal vários eventos biológicos vão caracterizar diferentes estágios de desenvolvimento 
embrionário que ocorre até o quinquagésimo sexto dia, seguido pelo período fetal que 
termina quando o feto está fora do corpo da mãe. As mudanças que ocorrem após o 
nascimento frequentemente são entendidas como os seguintes períodos: lactância (até um 
ano), infância, puberdade, adolescência e idade adulta. 
O que um organismo chega a ser no curso do seu desenvolvimento é resultante da acção 
de dois factores: a herança genética e o ambiente. Nos animais vivíparos, como é o caso 
dos seres humanos, durante o desenvolvimento embrionário, um órgão especializado 
(placenta) é elaborado tanto pelos tecidos embrionários como pelos tecidos maternos, e 
tem por objectivo transferir a nutrição e o oxigénio da mãe ao embrião e ao feto, e os 
produtos finais do metabolismo do feto para a mãe. 
Actualmente sabe-se que as características especiais de cada indivíduo, como o tipo de 
cabelo e a cor dos olhos, depende da constituição genética de cada pessoa. Os avanços 
científicos nos últimos 150 anos fizeram com que o significado da embriologia, fetologia 
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Elaborado por: Luís Morais Macaripe / UP – Delegação da Beira 2017 7
e teratologia alcançassem grande importância nas Ciências da Saúde, o conhecimento que 
os médicos e todos os outros profissionais da área da saúde têm do desenvolvimento 
normal e das causas de anomalias é importante para diminuir o índice de mortalidade 
embrionária e fetal. 
O conhecimento do desenvolvimento estrutural e funcional é essencial para compreender 
as mudanças fisiológicas que ocorrem no período neonatal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia 
ADAMS, J.C. Manual de fracturas e lesões articulares, artes médicas. São Paulo, 1980. 
CARNEIRO, J. Histologia básica. 8ed.,Rio de Janeiro, 1999. 
DIB, C.Z e MITRORIGO, G.F. Primeiros socorros, um texto programado. São Paulo, 1978. 
JACOB,W.S. Anatomia e fisiologia humana.5ed.,Rio de Janeiro, 1982. 
JÚNIOR, A. A. Elementos de anatomia e fisiologia humana. 4.ed.,São Paulo, 1982. 
MASSEDA,L. Lesões musculares. Lisboa, 1989. 
PINA, E.J.A. Anatomia humana da locomoção, 1999. 
PTRÉNTURE, R. F. Introdução à anatomia humana. Lisboa, 1991. 
ROMER, A. S. e PARSONS, T. S. Anatomia comparada dos vertebrados. São Paulo Atheneu Editora, 
1985.

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