Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Síndrome do desconforto respiratório (SDR) Definição Quadro de dificuldade respiratória, quase exclusivo do RN prematuro, devido ao déficit do surfactante, junto com a imaturidade pulmonar. Principal causa de óbito neonatal Etiologia Bebês prematuros - 60 a 80% dos que nascem abaixo de 28 semanas - 15 a 30% daqueles entre 32 e 36 semanas Asfixia Perinatal Peso inferior a 1500g Mãe Diabética Hemorragia Materna Deslocamento de Placenta Gestação Múltiplas Epidemiologia 437/1011 43,22% foi a doença presente e sexo masculino. (CLARK,2005) 50% de óbitos no período neonatal é por distúrbios respiratórios, sendo que 80% é pela SDR. (DINIZ, 2001) Maturação dos Pulmões O desenvolvimento pulmonar tem início na fase embrionária e se estende até os 8 anos de idade pós-natal. Embrionária Pseudoglandular Canalicular Saco terminal Alveolar Maturação dos Pulmões Fase embrionária: de 0 a 6 semanas A partir de 4 semanas de gestação, há um broto que dará origem a laringe e traqueia, dividindo-se em dois brônquios fontes: direito e esquerdo. Maturação dos Pulmões Fase Pseudoglandular : da 6ª a 16ª semana Ocorre o surgimento das vias aéreas inferiores. Por volta da 16ª semana, todos os principais elementos da porção condutora dos pulmões já estão formados. Maturação dos Pulmões Estágio Canalicular (16ª a 26ª semana) Aparecimento da superfície da troca gasosa, através de surgimento de bronquíolos respiratórios, ducto alveolar e alvéolo. Diferenciação dos peneumócitos tipo I e II. Maturação dos Pulmões Estágio de Saco terminal (26ª semana ao nascimento) Achatamento das células epiteliais , formação do saco terminal no ácino e aumento da vascularização. Ocorre o contato entre as células epiteliais e endoteliais que estabelece a barreira hematoaérea, que possibilita as trocas gasosas adequadas para a sobrevivência do feto no caso de nascimento prematuro. Maturação dos Pulmões Estágio Alveolar (32ª semana aos 8 anos de idade) Aparecimento dos alvéolos verdadeiros, aumento da superfície alveolar e vascular. O desenvolvimento alveolar está bem avançado até os 3 anos de idade, mas novos alvéolos são adicionados até aproximadamente 8 anos. Fisiopatologia Deficiência do surfactante Aumento da pressão para abrir o alvéolo Instabilidade alveolar No pulmão prematuro Atividade inadequada do surfactante Aumento da tensão superficial Instabilidade alveolar no final da expiração Diminuição do volume pulmonar Diminuição da complacência Fisiopatologia Hipoxemia Relação ventilação-perfusão “ É a razão existente entre a quantidade de ventilação e a quantidade de sangue que chega a esse pulmão.” Valores normais: 0,8 < 1 Shunt Fisiopatologia Deficiência surfactante Inflamação pulmonar e lesão epitelial na via aérea Edema pulmonar Aumento da resistência em vias aéreas Inflamação e lesão Acumulação de neutrófilos no pulmão Presença de citocinas Lesão do endotélio vascular Lesão do epitélio das vias aéreas Atelectasia Fisiopatologia Edema pulmonar Inflamação e lesão pulmonar Redução na absorção de fluidos pulmonares Relação com canais de sódio nas células epiteliais Aumento da idade gestacional aumenta a expressão desses canais Débito urinário baixo Aumento da retenção do fluido Imaturidade renal contribui para a retenção de líquido Fisiopatologia Inativação do surfactante Além da menor produção do surfactante, o surfactante existente sofre ação de fatores que contribuem para sua inativação Mecônio e sangue no alvéolo Edema rico em proteínas e produtos inflamatórios Converte o surfactante em sua forma inativa Manifestações Clínicas Condições clínicas associadas à ocorrência da SDR: Causas pulmonares: Pneumonia Aspiração Embolia gordurosa Quase afogamento; Causas extra-pulmonares: Sepse Choque circulatório Politrauma Pancreatite Overdose de drogas Queimaduras; Manifestações Clínicas Dispnéia Taquipnéia É comum o uso da musculatura acessória da respiração que pode ser notada pela inspeção e/ou palpação; Respiração paradoxal; Tosse seca e dor torácica podem aparecer; Na ausculta pulmonar, crepitações bilaterais (estertores); Manifestações Clínicas Com a hipoxemia grave: Cianose Taquicardia Sinais de vasoconstrição periférica; Alterações do SNC: agitação, instabilidade motora, podendo evoluir para rebaixamento da consciência; Diagnóstico Boletim de Silverman-Andersen Fonte: Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria (2017, p. 1278) Diagnóstico História (prematuridade e imaturidade pulmonar); Exame Físico (desconforto respiratório nas primeiras 3h de vida, batimento da asa do nariz, gemido expiratório, taquipneia, bradpneia (prematuros extremos), retrações intercostal e xifóide, apneia); Complacência pulmonar reduzida; CRF diminuída e trabalho expiratório aumentada; Gasometria arterial (hipoxemia importante associada à hipercapnia, inicialmente acidose respiratório e posteriormente, mista); Radiografia de tórax. Diagnóstico Diagnóstico A. Logo após o nascimento. Fonte: Fundamentos de radiologia: diagnóstico por imagem (2012, p.1152) B. Após o tratamento com surfactante endotraqueal. Tratamento Reanimação adequada visando minimizar lesões pulmonares Admissão em UTI Neonatal Manutenção da temperatura do bebê entre 36,5 e 37,5°C Suporte ventilatório CPAP Nasal Ventilação Mecânica Surfactante exógeno Bibliografia Emergências pediátricas / organizadores Eduardo Jorge da Fonseca Lima, Carla Adriane Fonseca Leal de Araújo, Hegla Virginia Florêncio de Melo Prado.- Rio de Janeiro: MedBook, 2011. 912p. Fundamentos de radiologia: diagnóstico por imagem / editores William E. Brant, Clyde A. Helms; [tradução Fernando Diniz Mundim...et al.; revisão técnica Henrique Manoel Lederman].- [Reimpr.].- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. 4v.: il. Tratado de pediatria : Sociedade Brasileira de Pediatria / [organizadores Dennis Alexander Rabelo Burns... [et al.]].- 4. ed.- Barueri, SP : Manole, 2017. DINIZ, E. M. A. Doenças das membranas hialinas. In: ROZOV, T. Doenças pulmonares em pediatria, São Paulo: Atheneu, 2001. Clark RH. The epidemiology of respiratory failure in neonates born at an estimated gestational age of 34 weeks or more. J Perinatol. 2005;25:251-7.
Compartilhar