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2017Sistemasrepresentativospartidarioseeleitorais (1)

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Sistemas representativos, partidários e eleitorais
Aula de Ciência Política – 2017
Professora Janete Triches
Sufrágio e voto
Sufrágio vem do latim sufragium, que significa apoio, aprovação. 
É um direito que o cidadão tem de eleger, ser eleito e de participar da organização e da atividade do poder.
Este direito está previsto no artigo 1° da Constituição brasileira de 1988.
Sufrágio então é direito.
Voto é o exercício deste direito, deste poder.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;		II - a cidadania;
 III - a dignidade da pessoa humana;
 IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
 V - o pluralismo político.
 Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.
Sufrágio e voto
Sufrágio pode ser restrito ou universal, quanto a extensão:
Restrito: Por alguma razão, nem todos os eleitores tem este direito. O sufrágio restrito foi instituído pela democracia liberal no século XIX.
O sufrágio é restrito quando o poder de participação se confere unicamente aqueles que preenchem determinados requisitos de riqueza, instrução, nascimento, origem e outros.
Sufrágio e voto
Existem as seguintes modalidades de sufrágio restrito:
a) sufrágio censitário (riqueza);
b) sufrágio capacitário (grau de instrução);
c) sufrágio aristocrático ou privilegiado (classe social ou sexo);
d) sufrágio racial (raça). 
Sufrágio e voto
Sufrágio universal: aquele em que a faculdade de participação não fica adstrita às condições de riqueza, instrução, nascimento, raça ou sexo.
No sufrágio universal, o povo/eleitor pode eleger seus representantes aos cargos públicos eletivos dos Poderes Executivo e Legislativo.
A mudança para o sufrágio universal começa na Inglaterra do século XIX, com várias reformas eleitorais, e se consolida com a implantação do voto feminino. 
Restrições ao Sufrágio Universal:
a) Nacionalidade 
b) Residência ou domicílio eleitoral
c) Sexo (sufrágio feminino: EUA: 1869. BR: 1932 )
d) Idade (obrigatório / facultativo)
e) Capacidade física ou mental 
f) Grau de instrução (analfabetos)
g) Indignidade (penal/sentenças condenatórias, punição política)
h) Serviço militar (conscritos/recrutados)
i) Alistamento (título de eleitor)
Sufrágio público e sufrágio secreto
Sufrágio público é quando o eleitor declara abertamente sua opinião, exerce um ato de coragem cívica, demonstra fidelidade de convicções, firmeza de caráter, de seriedade e responsabilidade.
Sufrágio secreto é quando ninguém fica sabendo em quem o eleitor votou. É a máxima garantia de independência moral e material do eleitor, contra o peso das pressões políticas do governo, dos partidos, das igrejas, dos sindicatos, das empresas, etc. 
 Sufrágio igual e sufrágio plural
Sufrágio igual significa “um homem, um voto”.
Sufrágio plural é quando o eleitor pode acumular vários votos numa mesma circunscrição eleitoral ou votar mais de uma vez em distintas circunscrições ou colégios eleitorais. 
Sufrágio direto e sufrágio indireto
O sufrágio é direto quando os eleitores, sem intermediários fazem, de modo pessoal e imediato, a designação de representantes ou governantes.
O sufrágio é indireto quando recai a escolha sobre delegados ou intermediários, incumbidos de proceder à eleição definitiva. Neste caso, o eleitor elege o delegado, e este fará a escolha. 
Voto
O voto é o exercício do sufrágio na seara eleitoral. 
É a prática efetiva de um direito.
É o instrumento de manifestação da escolha do eleitor.
No Brasil, já tivemos voto de papel. Hoje, o voto é eletrônico. 
Características do voto:
Secreto ou público?
Secreto: O eleitor não diz para ninguém em quem votou. Cabine indefensável. 
Público: As pessoas ficam sabendo em quem o eleitor votou. Permite intimidações e perseguições políticas.
Características do voto:
Obrigatório ou facultativo?
Obrigatório: O eleitor deve comparecer às urnas no dia do pleito e escolher seus candidatos. Se faltar e não justificar sua ausência, poderá ser multado, impedido de fazer concurso público, pegar empréstimo bancário e até ter seu título de eleitor cancelado, entre outros.
Facultativo: É quando o eleitor não é obrigado a votar, ou seja, ele tem a faculdade de escolher se quer participar ou não do pleito. 
Características do voto:
Igual ou desigual?
Igual: Um homem um voto.
Desigual: O eleitor pode votar mais de uma vez ou seu voto tem um valor superior ao de alguns. 
Características do voto:
Direito ou indireto? 
Direito: É quando o eleitor escolhe ele mesmo seus representantes para os cargos no Legislativo ou Executivo.
Indireto: Acontece quando o eleitor elege outro eleitor, que agirá como seu delegado na escolha dos representantes. Ex.: Eleição presidencial nos EUA.
No Brasil, nosso voto é:
Direto: ninguém vota por nós!	
Secreto: ninguém precisa saber em quem a gente votou!	
Obrigatório: dos 18 aos 70 anos. É uma conquista!
Igual: todos tem o mesmo voto, independente de qualquer coisa! 
Universal: um ser humano, um voto!
Periódico: temos eleição a cada dois anos no país. Uma eleição é local (prefeito e vereador). A outra eleição é nacional (deputados estaduais, governador, deputados federais, senadores e presidente da República). 
Sistemas Eleitorais
Sistemas Eleitorais são técnicas usadas para transformar os votos dados pelo eleitor ao candidato em poder político aos partidos políticos. 
Cada técnica provoca um resultado no sistema partidário, na forma de governo, na estrutura parlamentar, etc.
Sistemas Eleitorais
Todo poder emana do povo (sufrágio). Ao exercer este direito, o povo vota escolhendo seus representantes.
Os representantes serão eleitos, ou não, a partir de sistemas eleitorais. 
Os sistemas eleitorais podem ser majoritário, proporcional ou distrital (puro ou misto).
Sistemas Eleitorais
O Sistema Majoritário surgiu na Inglaterra e é o mais antigo em vigor. 
Reparte-se o território eleitoral em tantas circunscrições eleitorais quantos são os lugares ou mandatos a preencher. 
Se a eleição é local, a circunscrição é o município. Se for estadual, é o Estado todo. Se é nacional, a circunscrição é o país, ou seja, eles serão votados em todos os estados que compõem aquela nação. 
Sistemas Eleitorais
O Sistema Majoritário é usado, no Brasil, na eleição dos cargos para o Poder Executivo: prefeito, governador e presidente da República. Eles são eleitos por maioria absoluta, em um ou dois turnos. 
O senador é eleito pelo sistema majoritário de maioria simples. 
Sistemas Eleitorais
O sistema majoritário pode ser de um turno só ou dois turnos.
Turno Único: Na eleição majoritária de turno único, está eleito na circunscrição o candidato que obtiver o maior número de votos. Aqui, a maioria simples ou relativa é suficiente para alguém se eleger. 
Sistemas Eleitorais
Dois Turnos: Se nenhum candidato obteve maioria absoluta ( mais da metade dos sufrágios expressos), se realiza um segundo turno ou eleição decisiva. Neste caso, os dois candidatos mais votados disputam novamente. Estará eleito aquele candidato que obtiver maior número de votos (maioria simples ou relativa). 
Vantagens do Sistema Majoritário:
- Governos estáveis;
- Evita a pulverização partidária;
- Permite determinar facilmente o número de candidatos eleitos;
- Cria entre os dois grandes partidos um eleitorado flutuante, que serve de fiel de balança para a vitória eleitoral necessária à formação da maioria parlamentar; 
Vantagens do Sistema Majoritário:
- Favorece a função democrática, quando faz com nitidez emergir das eleições um partido vitorioso apto a governar pela maioria parlamentar do que dispõe;
- Aproxima o eleitor do candidato, porque o eleitor vota na pessoa e em suas qualidades políticas, do que no partido
ou na ideologia;
- etc
Desvantagens do Sistema Majoritário:
- Ao repartir o país ou estado em circunscrições eleitorais, esta repartição pode ser manipulada ou patrocinada por grupos empenhados na obtenção de determinados resultados eleitorais; 
- Eventual falta de representatividade de um candidato eleito, em relação à totalidade do eleitorado (jogo de soma zero);
Desvantagens do Sistema Majoritário:
- Formação de currais eleitorais (vitória certa). Neste caso, a maioria não luta porque sabe que ganha. A minoria fica apática e indiferente porque sabe que não tem chance de ganhar;
- Neste sistema, pequenos partidos e minorias em geral nunca chegam ao governo ou acessam uma fatia do poder.
Sistemas Eleitorais
O Sistema Proporcional nasceu na Bélgica e desde a primeira metade do século XX, já era adotado por vários países como Suécia, Noruega, Dinamarca, Itália, Holanda, vários outros países europeus e latino-americanos. 
Há também o sistema misto, que adota o majoritário e o proporcional, como a Alemanha e Brasil.
Sistemas Eleitorais
A representação proporcional “tem por objeto assegurar às diversas opiniões (...) um número de lugares proporcional às suas respectivas forças”.
Nos países que adotam o sistema proporcional, não há corrente de opinião, por minoritária que seja, que não tenha possibilidade eventual de se representar no legislativo e assim concorrer, na medida de suas forças e de seu prestígio, para a formação da vontade oficial.
Sistemas Eleitorais
O Sistema Proporcional é usado, no Brasil, na eleição de vereador, deputado estadual e deputado federal. Neste caso, cada partido político elegerá o número de representantes de acordo com sua força eleitoral. 
Aqui, é fundamental determinar o quociente eleitoral e o quociente partidário. 
Vantagens do Sistema Proporcional:
- O sistema proporcional permite de modo adequado a representação dos grupos de interesses, porque todos estarão representados de acordo com sua força política (votos nas urnas);
- Sistema aberto e flexível, favorece e estimula a fundação de novos partidos políticos, acentuando assim o pluralismo político da democracia partidária, tornando a vida política mais dinâmica;
Vantagens do Sistema Proporcional:
- Como ele permite a manifestação da diferenciação dos grupos ideológicos, todos absorvidos pela atividade política ordinária, eles não precisam atuar na clandestinidade ou fazer pressão exterior;
- É um sistema que confere às minorias igual ensejo de representação de acordo com sua força quantitativa: mulheres, negros, índios, homosexuais (GLT), portadores de necessidades especiais, etc; 
Desvantagens do Sistema Proporcional:
- Este sistema proporciona uma grande multiplicidade de partidos, inclusive de aluguel;
- Excesso de partidos provoca fraqueza e instabilidade dos governos;
- Além da ameaça de esfacelamento e desintegração do sistema partidário, este sistema estimula alianças e coligações partidárias esdrúxulas, oportunistas, eleitoreiras. Ex.: Programas partidários ideológicos contrastantes;
Desvantagens do Sistema Proporcional:
- Exagera em demasia a importância das pequenas agremiações políticas, concedendo a grupos minoritários excessiva soma de influência em inteiro desacordo com a força numérica dos seus efetivos eleitorais. Ex.: Partidos insignificantes do ponto de vista eleitoral, se tornam donos do poder; 
 - etc
 
Quem são os candidatos eleitos?
Para saber quem foram os candidatos eleitos, emprega-se dois sistemas:
Quociente ou coeficiente eleitoral
Quociente fixo, número uniforme ou número único
Quem são os candidatos eleitos?
Quociente Eleitoral: Este sistema consiste na divisão do número de votos válidos na circunscrição pelo número de mandatos a serem preenchidos. Os partidos políticos elegerão tantos representantes quantas vezes a totalidade de seus sufrágios contenha o quociente eleitoral.
Ex.: 120 mil votos divididos por 12 cadeiras = 10.000 (= quociente eleitoral)
Quem são os candidatos eleitos?
Quociente partidário: Se divide pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda.
 
Partido A: 50 mil votos : 10.000 = 5 vagas (5 + votados)
Partido B: 30 mil votos : 10.000 = 3 vagas ( 3 + votados)
Partido C: 20 mil votos : 10.000 = 2 vagas ( 2 + votados)
Partido D: 10 mil votos : 10.000 = 1 vaga (1° + votado)
Partido E: 10 mil votos : 10.000 = 1 vaga (1° + votado)
Partido F: 9 mil votos : 10.000 = 0 vaga (não atingiram q.e)
Partido G: 7 mil votos : 10.000 = 0 vaga (não atingiram q.e)
O que fazer para não perder os votos que sobraram?
A das maiores sobras: Os lugares não preenchidos ficam com o partido político que tiver apresentado a maior sobra de votos não utilizados. Favorece os pequenos partidos.
 
A da maior média: Divide-se a quantidade de votos que cada partido obteve pelo número de cadeiras por ele já conseguidas, mais uma, atingindo-se assim uma certa média. O partido que obtiver a maior média, fica com o lugar a ser preenchido. Favorece os grandes partidos. É usada no Brasil.
  
Sistemas Eleitorais
Distrital puro: Pega-se o mapa político do Estado e o divide em distritos eleitorais na mesma proporção das vagas a serem preenchidas no Legislativo. Ex.: 40 vagas / 40 distritos. O candidato mais votado em cada distrito, está eleito. França adota este sistema.
Sistemas Eleitorais
Distrital misto: Metade das vagas é preenchida pelos distritos (20) e a outra metade (20) é preenchida pelas listas de candidatos feitas pelos partidos. 
As convenções partidárias estabelecerão a ordem dos nomes dos candidatos nas listas. Alemanha adota este sistema. 
Sistemas Representativos
Partido Único ou unipartidarismo: apenas um partido político funciona no país.
Sistema Bipartidário ou bipartidarismo: é quando dois partidos disputam a preferência do eleitorado. Exemplo: No Brasil, na última ditadura militar de 1964-1979, havia ARENA e MDB. 
Sistema Multipartidário ou Pluripartidário: quando existem vários partidos políticos no país disputando o poder político. Exemplo: Brasil a partir de 1980. 
Sistema partidário
Não há possibilidade de falar em sufrágio, voto, sistemas eleitorais, etc, sem falarmos em partido político.
Partido político é um “corpo intermediário (...) que se coloca entre o indivíduo isolado e o poder público”.
Partido político é o principal instrumento da democracia. Sem eles, não há democracia política.
Conceito de Partido Político
“Partido político é uma associação de cidadãos, chamados membros do partido, que se reúnem em torno de um mesmo ideal na condução do governo ou doutrina, visando alcançá-lo por meio de um plano de ação governamental ou programa, mediante o apoio da população, seja como militantes auxiliares na propaganda do partido, seja simplesmente como simpatizantes ou apoiadores morais, econômicos ou intelectuais, seja como eleitores, e que tem por função exprimir e organizar as vontades populares na busca do poder.” 
Conceito de Partido Político
Partido político “é um agrupamento livre e estável de pessoas, reunidas em razão de um conjunto de idéias compartilhadas, disposto a participar do jogo eleitoral com vistas à conquista do poder político para a implementação de políticas próprias” (LS).
“É um corpo de homens que servem para colocar seus esforços comuns a serviço do interesse nacional, sobre a base de um princípio ao qual todos ordem” (Edmund Burke).
“É uma reunião de homens que professam a mesma doutrina política” (Benjamin Constant). 
Histórico
Partidos Políticos existem desde a Antiguidade:
Em Roma, havia os patrícios e os plebeus.
Nas cidades medievais da Itália, encontra-se os guelfos e os guibelinos.
Na Inglaterra, registra-se os thories (conservadores) e os whigs (liberais).
Na França da Revolução Francesa (1789), os jacobinos e os girondinos.
Republicanos e democratas nos EUA.
Liberais e social-democratas na Europa.
Histórico
Importância dos partidos: século XIX (1850) para cá.
O reconhecimento constitucional
vai acontecer ao longo do século XX: Alemanha (1949), Itália (1947), França (1958), Portugal (1976) e Espanha (1978). 
Características dos Partidos Políticos
Os partidos políticos podem ser reconhecidos pelas suas características:
1)Vínculo ideológico expresso em um programa partidário;
2) Sua finalidade é conquistar o poder, visando à organização da sociedade e à busca de apoio para o governo. 
Caráter pluridimensional dos partidos políticos
A)Sociológico: resultado das forças sociais e luta de classes;
B) Psicológico: impulsos psíquicos para a dominação;
C) Político: busca de controle do governo para realizar determinados fins;
D) Jurídico: organismos de direito público ou privado, dependendo da definição legislativa adotada.
Os vínculos
Os partidos políticos têm vínculos internos com seus membros e externos com o corpo eleitoral e com o Estado.
A classificação dos Partidos Políticos
David Hume (XVIII) os classificava em:
A) facções pessoais: constituídos com base em relações pessoais entre seus membros ou
B) facções reais: organizados a partir de interesses, princípios ou afeições. 
A classificação dos Partidos Políticos
Já Max Weber os diferencia em:
A) Partidos de patronagem: onde se explicitam os interesses dos quadros representados em seu interior;
B) Partidos estamentais: representam interesses classistas;
C) Partidos ideológicos: refletem uma concepção de mundo.
A classificação dos Partidos Políticos
Maurice Duverger classifica os partidos de:
A) estrutura direta: quando são seus membros que aderem, sustentam e participam da organização partidária; ou
B) estrutura indireta: aqueles que não possuem adeptos do partido, mas adeptos de grupo de base.
A classificação dos Partidos Políticos
Quanto à 1) estrutura, Duverger diz que eles podem ser classificados como:
A) Partidos de quadros: seus membros são pessoas ilustres; ou
B) Partidos de massas: vinculados à democracia representativa e à universalização do sufrágio, buscando quantificar o número de partícipes.
A classificação dos Partidos Políticos
Quanto à 2) intensidade de participação: 
A) dedicação integral: como nos regimes totalitários; ou
B) especializados: com dedicação relativa por parte dos adeptos.
Pinto Ferreira os apresenta como:
A) de direita: de cunho conservador;
B) de centro: aqueles de alternam sua postura em face de circunstâncias específicas;
C) de esquerda: de perfil transformador.
A classificação dos Partidos Políticos
Os partidos políticos também podem ser identificados ideologicamente por meio de uma plataforma (um conjunto de idéias básicas e princípios constitutivos que orientam a atuação da agremiação) e um programa (declaração de compromisso para com os eleitores).
Partidos ideológicos são aqueles que tem esses elementos (plataforma e programa). E partidos não ideológicos é o oposto disso.
Mandato
O professor Paulo Bonavides ensina que a teoria política conhece duas formas principais de mandato (natureza):
Mandato representativo
Mandato Imperativo
Ao mandato se prende igualmente, duas doutrinas básicas da soberania:
Doutrina da Soberania Nacional
Doutrina da Soberania Popular
Mandato
Com a democracia liberal (doutrina da soberania nacional) o mandato foi rigorosamente representativo.
 
Com a democracia social (doutrina da soberania popular), permanece ele formal ou nominalmente representativo, mas no fundo, a matéria, a substância do mandato se alteram consideravelmente, e ele pode ser chamado de imperativo. 
1)Mandato representativo:
A teoria do mandato representativo têm suas origens na fase moderada da Revolução Francesa de 1789 e se mantêm com o liberalismo do século XIX.
A eleição não coincide obrigatória ou necessariamente com a representação. È apenas um entre diversos meios que a Constituição comporta para designar aqueles que terão a faculdade de exprimir a vontade nacional.
1) Mandato Representativo
 Mandante é a nação, soberana a vontade nacional, da qual o representante se faz intérprete, sem nenhum laço de sujeição ao eleitor.
Presume-se rigorosa conformidade ou coincidência da vontade representativa com a vontade nacional, de modo que o pensamento dos representantes será o legítimo pensamento da nação.
Traços característicos do mandato representativo:
Generalidade: O mandatário representa a nação mesma em seu conjunto, como instituição na qual o território, a população, o eleitorado e o partido político entram de forma geral;
Liberdade: O representante exerce o mandato com inteira autonomia de vontade, não podendo ser coagido nem ficar sujeito a qualquer pressão externa; 
Traços característicos do mandato representativo:
 Irrevogabilidade: Os eleitores não podem destituir o representante ou revogar o mandato antes de expirar o prazo legal de seus poderes, salvo casos muito graves.
Independência: Os atos do representante se acham a salvo de qualquer ratificação por parte do eleitor, presumindo-se que a vontade representativa seja a mesma da vontade nacional.
2) Mandato Imperativo
O mandato imperativo sujeita os atos do mandatário à vontade do mandante. 
Transforma o eleito em simples depositário da confiança do eleitor.
Equivale a um acordo de vontades ou a um contrato entre o eleito e o eleitor.
É o reconhecimento da supremacia permanente do corpo eleitoral.
2) Mandato Imperativo
 A medida que se observa o declínio do regime representativo de tradição liberal, mais se acentua, com a democracia contemporânea, o mandato imperativo. Ele é filho da soberania popular e do sufrágio universal na organização do poder político da democracia do século XX.
Referências Bibliográficas
BONAVIDES, Paulo. Ciência Política. 17ª ed., São Paulo: Malheiros Editores, 2010. 
DE CICCO, Claúdio & GONZAGA, Álvaro de Azevedo. Teoria Geral do Estado e Ciência Política. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. 
STRECK, Lênio Luiz & MORAIS, José Luiz Bolzan de. Ciência Política e Teoria do Estado. 6ª. ed., Porto Alegre: Livraria do Advogado Ed, 2008.

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