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FONTES DA OBRIGAÇÕES

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18
 
UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
 
VANIA APARECIDA DA SILVA VELES
Caxias do Sul
2017
TRABALHO ACADÊMICO SOBRE FONTES DAS OBRIGAÇÕES APRESENTADO COMO REQUISITO DE PESQUISA DA DISCIPLINADE DIREITO CIVIL –OBRIGAÇÕES I.
Trabalho apresentado como requisito de pesquisa na disciplina de Direito Civil- Obrigações I, na Universidade de Caxias do Sul, ministrada pela Prof. Me. Michele Amaral Dill.
Caxias do Sul
2017
SUMÁRIO
SUMÁRIO	2
1	INTRODUÇÃO	4
2	DIREITO CIVIL – CONCEITO DEFINIÇÃO E FONTES DAS OBRIGAÇÕES	5
2.1	CONCEITOS DAS OBRIGAÇÕES	8
3	FIGURAS DO DIRETO OBRIGACIONAL	13
3.1	ARRAS OU SINAL	13
3.2	MORA	 13
3.3	VÍCIOS REDIBITÓRIOS	13
3.4	EVICÇÃO	 13
3.5	COMPRA E VENDA	13
3.6	LOCAÇÃO	 13
3.7	MÚTUO	 13
3.9	DEPÓSITO 	14
3.10	MANDATO 	14
3.11	FIANÇA	 14
4	EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES	15
5.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	16
6.	REFERÊNCIAS	17
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem como objetivo estudar, bem como analisar as fontes das obrigações no âmbito do Direito Civil, bem como conceitos, doutrinas e também a busca pela jurisprudência com intuito de compreender como nasce a obrigação, bem como a relação jurídica estabelecida entre devedor e credor, cujo objeto consiste em prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa. Os direitos obrigacionais são diferentes dos direitos reais; os titulares deste exercem um poder imediato sobre determinada coisa. Os titulares daqueles não, porque a responsabilidade é pessoal.
Ampliar o conhecimento das fontes das obrigações, da procedência original daquelas normas que regulam as obrigações, conceituando e definindo o que seja obrigação, com suas acepções e divergências doutrinárias, para situar o leitor no contexto ao qual este exposto se designa. Em seguida, estuda-se o vocábulo "fontes do direito" para se inferir o conceito básico iniciador da matéria.
direito civil – CONCEITO DEFINIÇÃO E fontes das obrigações
A obrigação se identifica com deveres morais, sociais, religiosos e jurídicos. Nesse sentido, o significado de obrigação, posto na sociedade de um modo geral, aquele significado que todos conhecem, é o de um compromisso, dever, imposição, tarefa. Cabe-se ainda mais significados, pois o termo obrigação é usado em vários sentidos. A palavra vem do Latim obligatio. 
Para nos delimitarmos à acepção jurídica da obligatio, faz-se necessário explanar a diferença entre significados na seara jurídica. No sentido amplo jurídico, a obrigação encontra-se como a diferença natural do direito. O notável jurista Washington de Barros Monteiro afirma que Direito e obrigação constitui os dois lados da mesma moeda, sendo as obrigações a sombra que o Direito projeta.[1: Barros Monteiro,Washington de. Curso de Direito Civil. Vol.4.25a Ed. 1991 Editora Saraiva, São Paulo.]
As obrigações provêm dos contratos, das declarações unilaterais de vontade e dos atos ilícitos.
Assim, no sentido estrito, a obrigação é o vínculo de direito pelo qual alguém (sujeito passivo) se propõe a dar, fazer ou não fazer coisa (objeto), em favor de outrem (sujeito ativo). Data Vênia, o referido conceito de classificação do mestre Sílvio Rodrigues esbarra no tecnicismo ao informar, dentro do conceito de obrigação, bastante complexo, seus elementos constitutivos conectados por uma situação lógica. Nesse ínterim, faremos uma pequena alusão ao conceito de obrigações no Direito Romano e depois retornaremos a discutir a celeuma das discussões doutrinárias.[2: Rodrigues, Sílvio. Direito Civil, vol.2. 30a Ed.2002 Editora Saraiva, São Paulo.]
Atualmente, a doutrina concede à Washington de Barros Monteiro a melhor definição:[3: Barros Monteiro,Washington de. Ob. Cit.]
“Obrigação é a relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através de seu patrimônio". 
Para prender o conceito em uma ideia geral, a fim de resumir e abreviá-lo, podemos, com todo o exposto, afirmar que a obrigação é o direito do credor contra o devedor, tendo por objeto determinada prestação, ou ainda, afirmar que ela é uma relação jurídica em virtude da qual uma ou mais pessoas determinadas devem, em favor de outra ou outras, uma prestação de caráter patrimonial.[4: Barros Monteiro,Washington de. Ob. Cit.][5: Wald, Arnoldo. Obrigações e Contratos.10a Ed. 1992. Editora Saraiva, São Paulo.]
A mais sedutora das classificações das fontes, por sua simplicidade, a vontade humana e a lei, é a mais controvertida. Como diz Orlando Gomes, quando se indaga a fonte de uma obrigação procura-se conhecer o fato jurídico ao qual a lei atribui efeito de suscitá-la; é que entre a lei, esquema geral e abstrato, e a obrigação, relação singular entre pessoa, medeia sempre um fato, considerado idôneo pelo ordenamento jurídico para determinar o dever de prestar[6: Gomes, Orlando.Obrigações. Rio de Janeiro: Forense, 1998, p. 25.]
Fontes das Obrigações no Direito Romano
As fontes do direito são os meios pelos quais se formam ou se estabelecem as normas jurídicas.
As obrigações nascem dos contratos e dos delitos. O delito é a fonte mais antiga, mas o contrato foi quem agiu primeiro em relação às obrigações. O Contrato é a fonte mais comum para a obrigação. Posteriormente, o delito foi considerado fonte da obrigação.
No Direito Romano, a responsabilidade penal dos delitos foi a primeira a surgir, seguindo-lhe o dever de indenizar o dano causado por quem violou a lei civil. A primeira figura que aparece, portanto, como fonte das obrigações é o delito. Conhece o Direito Romano, ao lado dos delitos públicos, cuja pena é imposta em favor da coletividade, os denominados delitos privados, como o furto, o roubo, a injúria e o dano, em que a pena é imposta em favor da vítima, respondendo o causador pelo prejuízo, pela sua culpa, mesmo quando levíssima.
Posteriormente, conhece-se a criação das obrigações pelos contratos. Encontramos, assim, a primeira afirmação de Gaio de acordo com a qual a obrigação surge do contrato ou do delito. Torna-se necessário esclarecer que, numa primeira fase do direito romano, o contrato não significa o acordo bilateral de vontade, podendo ocorrer independentemente de qualquer declaração das partes interessadas.
Ainda no Direito Romano, todavia, verificou-se que os delitos e os contratos não abrangiam todas as fontes de obrigações, podendo surgir da gestão de negócios alheios não previamente convencionada, da tutela e de outras causas. Houve várias figuras que não foram enquadradas como decorrentes das fontes do delito ou do contrato, como, já mencionados, a gestão de negócios, a tutela e a curatela.
 Fonte das Obrigações no Direito Moderno
O código de 1916 reconhecia, expressamente, três fontes de obrigações: o contrato, a declaração unilateral da vontade e o ato ilícito. Já o atual código mantém a mesma orientação, mencionando os contratos, os atos unilaterais e o ato ilícito, trazendo disposições expressas a respeito do enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886) e do abuso de direito (art.187), equiparando-os ao ato ilícito.Washington de Barros Monteiro aponta que existem outras relações obrigacionais e que não derivam dessas fontes ora citada. Por exemplo, o risco profissional (o operário, vitimado por acidente de trabalho, tem direito à competente indenização; adstringe-se o empregador a ressarci-lo independentemente de qualquer consideração em torno da culpa). O risco profissional vem a ser o risco inerente a determinada atividade, sem que se leve em conta a culpa do patrão, ou do empregado.
Claro que se torna relevante o papel da lei nas fontes das obrigações, pois um contrato, por exemplo, só é contrato e assume seus efeitos de obrigação porque a lei assim o determina. As obrigações que nascem das declarações unilaterais da vontade são igualmente obrigações que derivam da lei, sua eficácia vem do poder legislativo. Assim também quanto às obrigações oriundas dos atos ilícitos, é a lei que impõe ao culpado o dever de ressarcir o dano causado.
A lei, no caso, é uma fonte autônoma. Ainda acerca da lei, ela sempre foi fonte imediata das obrigações, representando a fonte suprema, primordial, pois é ela que impõe ao devedor o mister de fornecer sua prestação e comina sanção para o caso de inadimplemento.
Os autores, como vimos, divergem doutrinariamente: Pothier, jurista francês, aceita a equidade como fonte de obrigação. Já Arnoldo Wald não considera a declaração unilateral da vontade uma fonte obrigacional.
Caio Mário da Silva Pereira menciona que há obrigações que decorrem exclusivamente da lei e lembra os deveres políticos e a obrigação alimentar. Lembra, porém, esse autor que tais institutos não se constituem verdadeiras obrigações no sentido técnico e são apenas deveres jurídicos. Por outro lado, Sílvio Rodrigues entende que há obrigações decorrentes imediatamente da lei (obrigação de reparar o dano ou alimentares), nos casos de responsabilidade decorrente da teoria do risco.[7:  Pereira, Caio Mário da Silva.Fontes das Obrigações. 7 ed. Rio de Janeiro. Editora Forense,1986.]
No anteprojeto de Código Brasileiro das Obrigações, disciplinou-se o assunto, prevendo sucessivamente, a declaração unilateral de vontade, a promessa de recompensa, o contrato, a gestão de negócios, o enriquecimento ilícito e a reparação civil. No anteprojeto do Prof. Caio Mário da Silva Pereira, a obrigação resulta do negócio jurídico, do fato ilícito ou por determinação especial da Lei.
O Código Civil de 2002 não explicita o que considera fontes das obrigações, no livro próprio (arts. 233 a 420, optando por disciplinar diretamente as modalidades (obrigações de dar, de fazer, de não fazer, alternativas, divisíveis, solidárias), que não são, propriamente, espécies de fontes, mas modos de ser das variadas obrigações.
O Código Civil brasileiro regula determinadas obrigações, a saber, o contrato, a responsabilidade civil por danos imputáveis (doravante, por conveniência didática, apenas denominada responsabilidade civil), os atos unilaterais e os títulos de créditos. Não são fontes, mas espécies ou tipos abertos de obrigações. Outras espécies podem ser consideradas, desde que se enquadrem nas modalidades gerais. Por outro lado, o Livro III da Parte Geral do Código Civil (arts. 104 a 232), destinado aos fatos jurídicos, fornece os requisitos mais gerais de identificação das obrigações civis.
CONCEITOS das obrigações
I – OS CONTRATOS (obrigações contratuais): É a convenção estabelecida entre duas ou mais pessoas, em virtude do qual uma delas obriga a outra a dar, fazer, ou abster-se de algo. São também denominados convenção, ajuste, pacto, etc;
Em princípio, os particulares têm a faculdade de contratar da maneira que bem entendem, mas o limite dessa liberdade é a ordem pública, a moral e o direito.
 O contrato é uma espécie de negócio jurídico, uma vez firmados, passam a estabelecer uma relação de crédito.
    As espécies de contratos, previstas no Código Civil, não esgotam a ampla possibilidade criativa de outras, pelas partes contratantes, em virtude do princípio do auto regramento da vontade e da regra de tutela da atipicidade (art.425), estejam ou não disciplinadas em leis especiais. Ou seja, podem as partes criar novas espécies de contratos, não previstos em lei, desde que observem as normas gerais, inclusive os princípios da função social, da boa-fé e da equivalência material.
 A doutrina cogitou das relações contratuais de fato, em virtude da falta de consciência da declaração de vontade ou mesmo de sua desnecessidade.
 Exemplo de repercussão favorável dessa doutrina na jurisprudência brasileira é a Súmula n. 130 do STJ, cujo enunciado estabelece que “a empresa responde, perante o cliente, pela reparação de dano ou furto de veículos ocorridos em seu estabelecimento”. Não se trata aí de relação contratual presumida ou implícita de depósito de coisas, mas de incidência de dever autônomo de prestação de segurança e reparação derivado de conduta social típica, independentemente da vontade da empresa (loja, supermercado, shopping center) ou do detentor do veículo. O STJ avançou no sentido de imputar responsabilidade até mesmo a órgãos públicos, a exemplo dos estacionamentos de universidades públicas[9], ainda que não haja relação de consumo de serviço, pela ausência de remuneração atual ou potencial, requisito exigido pelo § 2º do art. 3º do CDC . Senão vejamos:
RESPONSABILIDADE CIVIL. FURTO DE VEÍCULO EM ESTACIONAMENTO DE UNIVERSIDADE PÚBLICA. 1. O Poder Público deve assumir a guarda e responsabilidade do veículo quando este ingressa em área de estacionamento pertencente a estabelecimento público. 2. "Em tal hipótese, a responsabilidade por dano causado ao proprietário do bem colocado sob sua guarda, não se funda no art. 37, § 6º, da Constituição, mostrando-se inadequado falar-se em responsabilidade objetiva, como, aliás, decidiu o Colendo Supremo Tribunal Federal, mas de responsabilidade subjetiva". Precedente do STF. 3. Recurso especial improvido. (STJ, REsp. n. 615.282/PR, 2004).(GRIFEI)
II- ATOS UNILATERAIS (obrigações unilaterais): São obrigações emanadas de manifestações de vontade de uma parte e não discriminam desde logo a pessoa do credor, que só surgirá após a constituição da obrigação.
Ainda, |Segundo Maria Helena Diniz, ressalta que ato unilateral de vontade é uma das fontes das obrigações resultantes da vontade de uma só pessoa, formando-se a partir do instante em que o agente se manifesta com a intenção de se obrigar, independentemente da existência ou não de uma relação creditória, que poderá surgir posteriormente. Não haverá liberdade para se estabelecerem obrigações, que só se constituirão nos casos preordenados em lei.[8: DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro, Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais, ed. 15º, v. 3, São Paulo: Saraiva, 2000.]
A obrigação já existe sem a necessidade de outra pessoa, não necessitando de pelo menos dois indivíduos como é no contrato. Formados por manifestação de uma vontade, como testamento e a promessa de recompensa.
    As espécies de contratos, previstas no Código Civil, não esgotam a ampla possibilidade criativa de outras, pelas partes contratantes, em virtude do princípio do auto regramento da vontade e da regra de tutela da atipicidade (art. 425), estejam ou não disciplinadas em leis especiais. Ou seja, podem as partes criar novas espécies de contratos, não previstos em lei, desde que observem as normas gerais, inclusive os princípios da função social, da boa-fé e da equivalência material.
Ex.: A promessa de recompensa (arts. 854 a 860 do CC), gestão de negócios (arts. 861 a 875 do CC), pagamento indevido (arts. 876 a 883 do CC), enriquecimento sem causa (arts.884 a 886 do CC).
Nesse diapasão, vejamos ementa de apelação civil em contrato de locação:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. CONTRATO DE LOCAÇÃO. EXTINÇÃO PREMATURA. ATO DE VONTADE UNILATERAL DO LOCATÁRIO. CONFISSÃO. INADIMPLEMENTO DE ALUGUÉIS, IPTU, AGUÁ E LUZ. COMPROVAÇÃO. DANOS MATERIAS NO IMÓVEL LOCADO. EXISTENCIA DE PROVAS. AUSENCIA DE VISTORIA FINAL POR ESQUIVA DOLOCATÁRIO. FATO não IMPEDITIVO DO DIREITO DA AUTORA À INDENIZACAO. BOA-FÉ OBJETIVA E VENIRE CONTRA FACTUM PROPRIUM. PROCEDENCIA DO PEDIDO CONDENATÓRIO. RECURSO DESPROVIDO. I - Ao autor da ação incumbe fazer prova acerca dos fatos alegados como fundamento do invocado direito, assim como ao réu, a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos daquele direito. II - Demonstrado, por confissão, a extinção prematura do contrato de locação por prazo determinado, por ato unilateral de vontade do locatário, este está obrigado ao pagamento da multa rescisória contratualmente prevista. III - Comprovado o inadimplemento do locatário, quanto às obrigações pecuniárias, principal e acessórias, por ele livremente assumidas em contrato, e ausente a prova dos fatos impeditivos alegados, a procedência do pedido condenatório é medida que se impõe. IV - Da mesma forma, demonstrado o descumprimento da obrigação de restituição do imóvel locado em perfeito estado de conservação e uso, tal como recebido no inicio da locação, o locador tem direito a ser indenizado pelos danos materiais respectivos. V - Em observância ao principio da boa-fé objetiva e à vedação do venire contra factum proprium, a esquiva do locatário em participar de vistoria final do imóvel locado torna legítimo o direito do locador ao reembolso dos valores por ele gastos no reparo dos danos materiais causados ao bem por aquele.
(TJ-MG - AC: 10701110111831001 MG, Relator: Leite Praça, Data de Julgamento: 20/02/2014, Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 07/03/2014).
Nos contratos, a obrigação nasce a partir do momento em que for verificado o encontro de vontades entre as partes negociantes. Nas declarações unilaterais de vontade ou atos unilaterais, a obrigação nasce da simples declaração de uma única parte, formando-se no instante em que o agente se manifesta com a intenção de assumir um dever obrigacional. Emitida a declaração de vontade, esta se torna plenamente exigível ao chegar ao conhecimento a quem foi direcionada. O Código Civil em vigor consagra expressamente os seguintes atos unilaterais como fontes obrigacionais:
1)    promessa de recompensa (arts. 854 a 860 do CC);
2)    gestão de negócios (arts. 861 a 875 do CC);
3)    pagamento indevido (arts. 876 a 883 do CC);
4)    enriquecimento sem causa (arts. 884 a 886 do CC).”
A PROMESSA DE PAGAMENTO
Prevê o art. 854 do Código Civil que “aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a recompensar, ou gratificar a quem preencha certa condição ou desempenhe certo serviço, contrai obrigação de cumprir o prometido”.
A pessoa que cumprir a tarefa prevista na declaração, executando o serviço ou satisfazendo a condição, ainda que não esteja movida pelo interesse da promessa, poderá exigir a recompensa estipulada (CC, art. 855). Esse dispositivo valoriza a eticidade e a boa-fé objetiva.
A GESTÃO DE NEGÓCIOS
A gestão de negócios consiste em uma atuação sem poderes, na medida em que alguém atua sem ter recebido expressamente a incumbência. Há, em verdade, um quase contrato.
Configura-se quando uma pessoa, sem autorização do interessado, intervém na administração de negócio alheio, dirigindo-o segundo o interesse e a vontade presumível de seu dono.
O PAGAMENTO INDEVIDO
 Dispõe o Código Civil que “todo aquele que recebeu o que não lhe era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição” (CC, art. 876).
O Código Civil de 2002 trata o pagamento indevido como fonte obrigacional, indo além do Código de 1916, que tratava o instituto como efeito das obrigações.
O ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
O Código Civil de 2002 veda expressamente o enriquecimento sem causa (CC, arts. 884 a 886). Essa inovação importante, está baseada no princípio da eticidade, visando ao equilíbrio patrimonial e à pacificação social.
Determina o art. 884 do Código Civil de 2002 que “aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários”. “Se o enriquecimento tiver por objeto coisa determinada, quem a recebeu é obrigado a restituí-la, e, se a coisa não mais subsistir, a restituição se fará pelo valor do bem na época em que foi exigido.”
Não se admite qualquer conduta baseada na especulação, no locupletamento sem razão. Desse modo, o enriquecimento sem causa constitui fonte obrigacional, ao mesmo tempo em que a sua vedação decorre dos princípios da função social das obrigações e da boa-fé objetiva.
III – OS ATOS ILÍCITOS (obrigações extracontratuais): Quando alguém produz lesões corporais em outrem está obrigado a pagar uma indenização civil. Art. 159 CCB. Ao praticar o ato ilícito (ação ou omissão culposa ou dolosa do agente), e causando dano a vítima, surge a obrigação de reparar o dano causado. Definição no art. 186, complementado pelo art. 927 CC, posto que é a partir dele que gera à pessoa que o suportou o direito de invocar a responsabilidade civil para que seja indenizada naquele dano que sofreu.
art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. 
 Para Maria Helena Diniz, a conduta é primeira forma da expressão do ato ilícito, e é exteriorizada, conforme se vê na definição descrita no art. 186 do CC/2002 da seguinte forma: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência”. Por conta disso, é o requisito necessário para que seja dada início à análise da responsabilidade civil.[9: Maria Helena Diniz. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil (2005, p. 43).]
“A ação, elemento constitutivo da responsabilidade, vem a ser o ato humano, comissivo ou omissivo, ilícito ou licito, voluntario e objetivamente imputável do próprio agente ou de terceiros, ou o fato de animal ou coisa inanimada, que cause dano a outrem, gerando o dever de satisfazer os direitos do lesado.”
Ainda, vejamos o que diz a jurisprudência:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA. ACIDENTE DE TRÂNSITO. RECURSO DA SEGURADORA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. APÓLICE QUE PREVÊ COBERTURA POR DANOS CORPORAIS DE TERCEIRO. EXPRESSÃO QUE ABRANGE DANO ESTÉTICO E MORAL. 1. A jurisprudência assente do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que nos contratos de seguro que preveem cobertura para danos corporais abrangem tanto os danos materiais, como os estéticos e morais. 2. Não havendo exclusão expressa de cobertura para danos morais ou estéticos, deve-se entender que o termo "danos corporais" compreende todas as modalidades de dano. 3. Os valores arbitrados a título de danos estéticos e danos morais, respectivamente, a importância de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e de R$ 10.000,00 (dez mil reais) mostram-se razoáveis diante das circunstâncias do caso concreto. 4. Apelação Não Provida. Decisão Unânime.
(TJ-PE - APL: 3601876 PE, Relator: Stênio José de Sousa Neiva Coêlho, Data de Julgamento: 10/03/2015, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: 17/03/2015)
FIGURAS DO DIRETO OBRIGACIONAL
Arras Ou Sinal 
É a quantia em dinheiro, ou outra coisa fungível, entregue por um a outro contratante, a fim de assegurar o pontual cumprimento da obrigação. Firma a presunção de acordo final e torna obrigatório o contrato.
 Mora 
É o retardamento na execução da obrigação. Incorre em mora o devedor que não efetua ou que não cumpre a prestação pelo modo a que se obrigara. E o credor que se recusa a recebê-la, nas mesmas condições, também incorre em mora. A consequência da mora é a responsabilidade pelas perdas e danos.
 Vícios Redibitórios 
São defeitos da coisa que a tornam imprópria ao fim a que se destina ou lhe diminuem o valor, de tal forma que o contrato não se teria realizado se esses defeitos fossem conhecidos. redibição é a devolução da coisa.
Evicção
 Éa garantia jurídica resultante da perda, por força de decisão judicial, da coisa alienada.
 Compra E Venda 
 É o contrato pelo qual um dos contraentes se obriga a transferir o domínio de coisa certa e outro a pagar-lhe certo preço em dinheiro. Seus elementos são a coisa, o preço e o consentimento. Figuras: pacto comissório e reserva de domínio.
Locação 
 É o contrato pelo qual uma das partes, mediante remuneração que a outra se obriga a pagar, se compromete a fornecer-lhe o uso e gozo de uma coisa, a prestação de um serviço ou a execução de um trabalho determinado.
Mútuo 
 É o empréstimo de coisa fungível.
 Comodato 
 É o empréstimo de coisa infungível.
Depósito 
É o contrato pelo qual uma das partes recebe de outra uma coisa móvel, obriga-se a guardá-la temporariamente para futura restituição.
 Mandato 
Verifica-se quando alguém recebe de outrem poder para, em seu nome, praticar atos ou administrar interesses. A procuração é o instrumento do mandato.
Fiança 
Dá-se quando uma pessoa se obriga por outra, para com seu credor, a satisfazer a obrigação, caso o devedor não a cumpra. Existe solidariedade entre os fiadores.
EXTINÇÃO DAS OBRIGAÇÕES
As obrigações extinguem-se pelo pagamento espontâneo, quando efetuado por iniciativa do devedor, ou compulsório, quando por intermédio de execução forçada, judicial. Sem pagamento, ocorre a extinção das obrigações pela prescrição, pela impossibilidade de execução, por lei ou pela modificação da natureza da obrigação.
considerações finais
A partir de todo exposto, observa-se que os atos unilaterais são uma legítima fonte de direitos obrigacionais ao lado dos contratos, tanto que foram regulamentados de forma extenuante pelo Código Civil de 2002.
Embora a maior parte do direito obrigacional seja proveniente de contratos, de atos ilícitos e da própria lei, não se pode deixar de verificar a importância dos atos unilaterais como fonte própria de direitos obrigacionais, em razão do que podem ser exigidos judicialmente.
Referências
BARROS MONTEIRO,Washington de. Curso de Direito Civil. Vol.4.25a Ed. 1991 Editora Saraiva, São Paulo.
RODRIGUES, Sílvio. Direito Civil, vol.2. 30a Ed.2002 Editora Saraiva, São Paulo.
WALD, Arnoldo. Obrigações e Contratos.10a Ed. 1992. Editora Saraiva, São Paulo.
PEREIRA, Caio Mário da Silva.Fontes das Obrigações. 7 ed. Rio de Janeiro. Editora Forense,1986.
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro: Responsabilidade Civil. 19 ed. São Paulo : Saraiva, 2005.
DINIZ, Maria Helena. Curso De Direito Civil Brasileiro, Teoria das Obrigações Contratuais e Extracontratuais, ed. 15º, v. 3, São Paulo: Saraiva, 2000.
FARIAS, Cristiano Chaves de. ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: Obrigações. V. 2. 8. ed. rev., ampl. e atual. – Salvador: Editora Juspodivm, 2014.

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