Buscar

FINALIDADES E FUNÇÕES DO ESTADO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

FINALIDADES E FUNÇÕES DO ESTADO
A respeito da finalidade e funções do Estado, assunto a ser desconsiderado neste resumo, esbarra-se na seguinte questão: "O Estado é o fim ou o meio"? É uma indagação simples em relação ao Estado, que nos leva a pensar o por quê e o para quê.
Diante da leitura efetuada nota-se que o Estado é forma natural e necessária da sociedade humana, porém, resta-nos saber se ele é "um bem ou um mal". Pode-se ter a certeza de que o Estado e tudo o que se refere a ele, é um fato complexo, e só será bem compreendido se analisado sob os aspectos. É claro que por conseqüência das duas guerras mundiais, a concepção de finalidade e das funções do Estado sofreram mudanças e/ou transformações.
Apesar disso tudo, há uma possibilidade de se sistematizar os estudos da finalidade do mesmo.
Num primeiro aspecto, é preciso estabelecer algumas diferenças entre fins objetivos e subjetivos do Estado. É, também, de extrema importância não confundir, ou melhor a finalidade e as funções.
Assim, nota-se que os fins, ou a finalidade do Estado, é o objetivo que ele deseja atingir quando exerce o poder não se modifica, seu fim é sempre o mesmo (bem público). Enquanto que as funções do Estado, a competência, o que cabe a ele, em suas atividades, no que diz respeito aos assuntos e às pessoas sobre os quais ele exerce o seu poder. Essas atribuições podem variar conforme a época e o lugar.
Com caráter geral estabelece diferenças entre os fins objetivos e os fins subjetivos do Estado.
Os fins objetivos prendem-se a questão sobre o papel representado pelo Estado no desenvolvimento da história da humanidade. Para uns existem os fins comuns a todos os Estados de todos os tempos (os fins universais).
Várias doutrinas provem desta identificação de fins objetivos, colocando o entendimento do Estado com um fim em si mesmo, e gerando, assim, várias teorias como a organicista. As chamadas doutrinas mecanicistas, de fundo materialista sustentam que a vida social é uma sucessão de acontecimentos. Tendo em vista essa visão alguns autores sustentam a existência de fins particulares objetivos, sendo assim, cada Estado teria seus fins particulares, resultando de circunstâncias em que eles surgiram e se desenvolveram e que são variantes de sua história. É bom lembrar que todas essas visões, que aceitam as missões históricas dos Estados, confundem os fins com interesses desses Estados.
FINS SUBJETIVOS:
Diante desse ponto o que interessa realmente é o encontro da relação entre os Estados e os fins individuais.
O Estado, até então, é uma unidade conseguida pelo desejo de realização de inúmeros fins particulares. A vida do Estado é movida por uma série de ações humanas sempre determinadas por um fim e, assim, os fins do Estado deverão ser a síntese dos fins individuais. De acordo com as análise feitas pelo texto, as instituições do Estado não são poderes cegos da natureza, mas nascem e se transformam por influência da vontade humana e em vista de fins a atingir.
Segundo o ponto de vista do relacionamento do Estado com os indivíduos, há outra ordem de teorias, propõe fins expansivos, fins limitados e fins relativos.
Os fins expansivos se enquadram todas as teorias que preconizam o seu crescimento, a tal ponto que se acaba anulando o indivíduo. Essas teorias, que estão na base dos Estados totalitários, são de duas espécies: - utilitárias, quando indicam como bem supremo o máximo desenvolvimentos material, mesmo que isso se obtenha com o sacrifício da liberdade e de outros valores fundamentais da pessoa humana. A idéia do Estado do bem-estar é uma das expressões dessa linha de pensamento, sustentando que a consecução de uma situação material bem favorável dará aos homens plena satisfação, desaparecendo todas as necessidades. Alguns adeptos identificam o fim do Estado com o "bem-comum" e éticas: outras teorias, também favoráveis aos fins expansivos, rejeitam o utilitarismo e preconizam a absoluta supremacia de fins éticos, sendo este o fundamento da idéia do Estado Ético.
Já os fins limitados, reduzem ao mínimo as atividades do Estado, dando a ele posição de mero vigilante da ordem social, ou seja, não é o Estado que tomas as iniciativas. Entre os adeptos, dão ao Estado função exclusiva, de preservação da segurança (Estado-polícia), para mostrar que este somente protege a segurança social dos indivíduos, ou proteger a liberdade individual, dando sentido amplo à palavra liberdade (Estado-liberal), inspirado em John Locke e ao liberalismo econômico de Adam Smith. Já, seguindo linhas de Hobles e Rousseau, deriva as teorias contratualistas, especificando como Estado de Diretito, onde cada individúo é titular de direitos naturais, onde nasceram sociedade e Estado, e a criação de um governo aplicando os direitos, interessando a obediência aos preceitos que são formalmente jurídicos, porém, verificando distorções ao tempo que os dirigentes do Estado que declaram como direito aquilo que lhes convém e atuam segundo esse mesmo direito.
Aos fins relativos os adeptos não se consideram ecléticos, trata-se de uma nova posição onde nasce a necessidade de uma nova atitude reciprocamente entre Estado e indivíduos, onde a idéia de solidadriedade (teoria solidarista), ressalta que elementos produtores da cultura geral de um povo residem nos indivíduos e na sociedade, não no Estado, embora este produza efeitos sociais. Assim, conservar, ordenar e ajudar são as categorias a que se pode reduzir a vida do Estado. De acordo com as formas de solidarismo não se assegura a todos a igualdade jurídica, é indispensável garantir a igualdade de todos os indivíduos nas condições iniciais da vida social.
Outra classificação das finalidades do Estado distingue-se entre fins exclusivos e fins concorrentes. São também de grande importância social, porém, não possuem exclusividade. Obtém-se variações, e alguns denominam os fins essenciais e os fins complementares ou integrativos.
Em síntese verifica-se que o Estado, como sociedade política, tem um fim geral, constituindo-se em meio para que os indivíduos e as demais sociedades possam atingir seus respectivos fins particulares.
Concluindo, o fim do Estado é o bem comum, o conjunto de todas as condições de vida social que consistem e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana.
Quando se menciona a questão do poder, esbarra-se em diversas teorias. Porém, um tema central sustenta que o Estado não "tem" um poder mas "é" um poder. Conceitua-se o Estado como a institucionalização do poder, é o poder e por isso seus atos obrigam; mas é um poder abstrato, e por isso não é afetado pelas modificações que atingem seus agentes. Dizer então que, no Estado, o poder se reveste de características, faz-se saber que seu modo de fixar-se no grupo lhe dá uma originalidade que repercute na situação dos governantes e sua finalidade o liberta das arbitrariedade das vontades individuais; seu exercício obedece as regras que limitam seu perigo. O poder, então, é mais do que essencial para o Estado, é uma nota característica.
O Estado é uma sociedade, e não existe sem poder, daí, é necessário distinguir e qualificar o poder de império e soberania.
É preciso caracterizar esse poder do Estado, mostrando a distinção dos demais poderes. Uma característica citada é a "dominação", peculiar do poder estatal e, segundo Jellinek, há duas espécies de poder: o dominante e o não-dominante. Este último é o que se encontra em todas as sociedades, e a característica principal é que não dispõe de força para obrigar com seus próprios meios a execução de suas ordens. Enquanto que o poder dominante pode apresentar-se de maneira originária e irresistível. É originária porque o Estado Moderno se afirma a si mesmo como o princípio originária dos submetidos. E é, também, irresistível por ser um poder dominante. Dominar significa mandar de modo incondicionado e poder exercer coação para que se cumpram as ordens dadas.
Conclui-se que a observação de que num Estado plenamente desenvolvido, ou numa situação normal, o poderdominante deverá ter o caráter de poder jurídico. Chega-se à conclusão final de que é o conceito de poder do Estado, já que se acha contido no conceito de ordem jurídica, e, sendo assim, não há razão para autonomia de poder.
Contudo, enquanto um lado caracteriza-se o poder do Estado como poder político, uma outra diretriz qualifica-o como poder jurídico. A mais alta expressão é a de Hans kelsen e por esse caminho o Estado foi concebido como uma ordem da conduta humana, uma ordenação de homens, para ser visto como os próprios homens que coexistem, submetidos a certa regulação.
Dessa forma, o Estado foi deslocado do plano normativo para o do natural e causal, surgindo uma conceituação que permite falar em elementos constitutivos, Kelsen também reconhece que é predominante, demonstrando a permanente presença do jurídico nos três elementos constitutivos: o território, o povo e o poder (autoridade). E, ainda, relacionado ao poder, o mesmo designa como poder de Império o poder do Estado, submetendo os homens, ligando a sua conduta a um dever jurídico. Porém, o poder do Estado acaba sendo visto como um poder juridicamente qualificado, concluindo, assim, que este chamado poder do Estado, não é senão o direito do Estado, pois possui caráter fítico. Por tal motivo, encontra-se na base da vida social uma ordem jurídica, o verdadeiro sentido de poder ou dominação estatal não é o de que os homens estão submetidos a outros, mas, sim, de que todos os homens estão submetidos às normas.
Trata-se, também, em poder coativo do Estado, isto é, as normas estatais determinando certos comportamentos, prescrevem a coação para o caso de desobediência, isto porque são normas jurídicas, ou seja, é uma ordem estatal objetiva, pois tem validade objetiva, independendo dos homens que constituem o Estado.
Por fim, Kelsen ainda demonstra que há um poder irresistível, em sentido estritamente jurídico no poder do Estado. É irresistível e onipotente, pois pode aceitar todos os conteúdos imagináveis, limitando suas possibilidades na determinação do seu próprio conteúdo. O texto indica a obra "teoria pura do Direito", de Hans Kelsen, para entender a explicação baseada numa norma fundamental hipotética, onde o caráter jurídico só pode ser suposto uma vez que não foi posta por ninguém. É uma base de evidente fragilidade, deixando insustentável a afirmação de que o poder do Estado é total é exclusivamente jurídico.
Assim como não podemos admitir o poder do Estado estritamente político, não há como sustentar que seja exclusivamente jurídico. É demonstrado por Miguel Reale, posições sobre o assunto nos mais diversos estágios de cultura, entre poder e Direito. Qualquer sociedade humana revela a presença de uma ordem jurídica e de um poder, portanto, organizar-se é constituir um poder. Não há poder que não seja jurídico, ou seja, não há poder insuscetível de qualificação jurídica.
Assim, o poder jurídico ao relacionar-se com uma graduação de juridicidade, representado pela força ordenadamente exercida com um meio para atingir certos fins e com uma força empregada exclusivamente como um meio de realização do Direito e segundo as normas jurídicas. Finalizando, mesmo que o poder se apresente como mera aparência de poder político, ele já participa da natureza jurídica. E quando tiver atingido o grau máximo de juricidade, ele continuará a ser poder político, capaz de agir com plena eficácia e independência para a consecução de objetivos não jurídicos.

Outros materiais