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LINDB comentada com exercícios

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Assuntos da Rodada 
DIREITO CIVIL: 1 Lei de introdução às normas do direito brasileiro. 1.1 Vigência, 
aplicação, interpretação e integração das leis. 1.2 Conflito das leis no tempo. 1.3 
Eficácia da lei no espaço. 2 Pessoas naturais. 2.1 Existência. 2.2 Personalidade. 2.3 
Capacidade. 2.4 Nome. 2.5 Estado. 2.6 Domicílio. 2.7 Direitos da personalidade. 3 
Pessoas jurídicas. 3.1 Disposições gerais. 3.2 Constituição. 3.3 Domicílio. 3.4 
Associações e fundações. 4 Bens públicos. 5 Negócio jurídico. 5.1 Disposições gerais. 
5.2 Invalidade. 6 Prescrição. 6.1 Disposições gerais. 7 Decadência. 8 Atos ilícitos. 9 
Contratos. 9.1 Contratos em geral. 9.2 Preliminares e formação dos contratos. 9.3 
Transmissão das obrigações. 9.4 Adimplemento das obrigações. 9.5 Responsabilidade 
civil. 
 
 
 
 
 
 
Rodada #1 
Direito Civil 
 
Professora Elisa Pinheiro 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
2 
a. Teoria em Tópicos 
 
1. Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro. 
A Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro está contida no Decreto-Lei 
4.657/1942. 
Com efeito, trata-se de uma “norma de sobre direito”, pois versa sobre 
importantes diretrizes para a aplicação das normas, sendo que o seu conteúdo se 
irradia sobre todo o ordenamento pátrio. 
Na Lei de introdução às normas de Direito Brasileiro é possível encontrar a 
maioria das regras sobre Direito Internacional Privado do país. 
Notadamente, a LINDB contém regras sobre institutos jurídicos de caráter 
privado, da seara do Direito Civil, tais como: personalidade, capacidade, direitos de 
família, direito sucessório, direito das obrigações, etc. É por conta dessa vinculação ao 
direito privado que, no passado, utilizou-se a denominação de Lei de Introdução ao 
Código Civil Brasileiro. 
ATENÇÃO: A Lei 12.376/2010 alterou apenas a nomenclatura LICC para LINDB, 
restando intocáveis os artigos do Decreto Lei nº 4.657/42. 
Tal alteração veio de maneira acertada, pois em que pese a LINDB encontrar-se 
anexa ao Código Civil, não o compõe, uma vez que se trata de legislação autônoma. 
Logo, rege todos os ramos do direito, salvo naquilo que for regulado de forma 
diferente na legislação específica. 
 
2. Funções da LINDB. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
3 
A LINDB tem por funções regulamentar: 
a) O início da obrigatoriedade da lei; 
b) O tempo de obrigatoriedade da lei; 
c) A eficácia global da ordem jurídica, não admitindo a ignorância da lei vigente; 
d) Os mecanismos de integração das normas, quando houver lacunas; 
e) Os critérios de hermenêutica jurídica; 
f) O direito intertemporal; 
g) O direito internacional privado brasileiro; e 
h) Os atos civis praticados, no estrangeiro, pelas autoridades consulares 
brasileiras. 
Vejamos a estrutura e funções da LINDB: 
Artigos Funções 
1º e 2º Vigência normativa 
3º Obrigatoriedade das normas 
4º Integração normativa 
5º Interpretação normativa 
6º Aplicação das normas no tempo 
7º a 19 Aplicação da lei no espaço 
 
3. Vigência da lei. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
4 
3.1. Conceito. 
A vigência diz respeito a um critério puramente temporal. Refere-se ao 
período de validade da norma. Ou em outras palavras: é o lapso temporal que vai do 
momento em que ela passa a ter força vinculante até a data em que é revogada ou em 
que se esgota o prazo prescrito para sua duração. 
3.2. Início da Vigência da Lei. 
Para que uma lei seja criada, são necessárias três fases. Vejamos: 
 
A fase de elaboração ou de iniciativa tem sua competência normatizada no 
art. 61, caput da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CRFB/88). 
Já a fase de promulgação equivale à autenticação da lei, à declaração de sua 
existência obedecido o processo legislativo. Através da promulgação, a autoridade 
atesta a existência da lei. 
Por fim, a fase de publicação é quando se tem o início da vigência da lei. A lei 
somente começa a vigorar com sua publicação no Diário Oficial. Após a fase de 
publicação, ninguém poderá alegar que não cumpriu a lei porque não a conhecia (art. 
3º da LINDB). 
3.3. Quando a lei começa a vigorar no Brasil e no exterior. 
 Conforme o art. 1° da Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro, a lei 
começa a vigorar em todo o país 45 dias depois de oficialmente publicada, salvo 
disposição em contrário. Logo, a sua obrigatoriedade não se inicia no dia da 
publicação, salvo se ela própria dispuser nesse sentido. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
5 
 Quando a lei brasileira é admitida no exterior, a sua obrigatoriedade tem início 
somente 3 meses depois de oficialmente publicada. 
PEGADINHA! 
Quando as provas cobram o conteúdo do § 1º do art. 1º da LINDB, elas tendem a 
nos “pregar algumas peças”, algumas pegadinhas. E como é essa “pegadinha”? 
Bem assim: 
Caso 01: 
Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, 
se inicia 90 dias depois de oficialmente publicada. 
Repararam? O examinador costuma trocar o prazo de “três meses” por “90 
dias”. Se cair isso, a alternativa está errada! 
Caso 02: 
Nos Estados estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, sempre admitida, 
se inicia três meses depois de oficialmente publicada. 
Perceberam? Trocaram a expressão “quando” (porque pode acontecer de a lei 
brasileira não ser admitida no Estado estrangeiro) por “sempre”. Se cair isso, a 
alternativa está errada! 
Estes são os casos mais comuns, mas devemos ficar atentos às originalidades 
das bancas examinadoras. 
3.4. Vacatio Legis. 
 O intervalo (45 dias ou três meses ou outro previsto em lei) entre a data da 
publicação da lei e a sua entrada em vigor denomina-se vacatio legis. Inclusive, durante 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
6 
este intervalo (vacatio legis), a lei não produzirá efeitos, devendo incidir a lei anterior no 
sistema legislativo. 
 Vejamos o gráfico abaixo para entendermos melhor: 
edição publicação vigência 
 
 vacatio legis obrigatoriedade 
 sem obrigatoriedade da nova lei 
 da lei nova 
 
vigora a lei antiga 
 
3.5. Nova Publicação de Texto Legal. 
Se, ao longo desse tempo de espera, sobrevierem correções ao texto de lei, a 
contagem do prazo é reiniciada. 
Já qualquer modificação, após o início de vigência, implicará em uma lei nova, 
salvo quando se tratar apenas de correção de erros de digitação. 
Assim, a respeito dos §§ 3º e 4º do art. 1º da LINDB devemos ficar atentos a 
alguns aspectos, conforme tabela abaixo: 
Antes de a lei entrar em vigor (durante 
a vacatio legis) – § 3º 
Depois de a lei entrar em vigor (após a 
vacatio legis) – § 4º 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
7 
A correção se destina a erros materiais ou 
falhas de ortografias. 
A correção também se destina a erros 
materiais ou falhas de ortografias. 
Neste caso o novo prazo para vacatio legis 
começará a correr da nova publicação 
Como a lei já se encontra em vigor, esta 
lei corrigida, será considerada lei nova. 
O novo prazo somente correrá para a 
parte corrigida ou emendada da lei. Ou 
seja, apenas os artigos alterados e 
republicados terão seu prazo de vigência 
contados da nova publicação 
Os direitos adquiridos durante a vigência 
da lei com incorreções, têm de ser 
resguardados pelo fato de a lei ter 
adquirido força obrigatória. Logo, não 
serão atingidos pela publicação do texto 
corrigido. 
PEGADINHA! 
As bancas amam pegadinhas quando se trata dos parágrafos acima. Então 
vejamos algumas das situações mais comuns: 
Caso 01: 
Se, depois de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seutexto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a 
correr da nova publicação. Errada! 
Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a 
correr da nova publicação. Certa! 
Caso 02: 
As correções a texto de lei já em vigor não se consideram lei nova. Errada! 
As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Certa! 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
8 
Caso 03: 
As correções a texto de lei durante a vacatio legis consideram-se lei nova. 
Errada! 
As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. Certa! 
3.6. Contagem do Prazo. 
O art. 8º, § 1º da Lei Complementar 95/98 é quem regular a forma de contagem 
do prazo de vacatio legis. 
Art. 8º, § 1º da LC 95/98 - A contagem do prazo para entrada em vigor das 
leis que estabeleçam período de vacância far-se-á com a inclusão da data 
da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia 
subsequente à sua consumação integral. 
Ou seja, a contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam 
período de vacância é feita incluindo-se o dia da publicação e o último dia na contagem 
do prazo. 
Exemplo: Lei publicada no dia 02 de abril. Prazo de vacância de 10 dias. 
No caso, o prazo de vacância inclui o dia 02 de abril e vai até o dia 11 de 
abril (porque são 10 dias de vacância). Mas a lei somente entrará em vigor no dia 
seguinte (12 de abril). 
 
4. Aplicação da lei no tempo. 
 Regra geral, quando uma lei entra em vigor, ela não tem prazo de vigência, salvo 
a exceção das leis temporárias. Desse modo, prevalece o princípio da continuidade das 
leis em nosso ordenamento jurídico. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
9 
 Assim, a lei deixa de alcançar os fatos supervenientes, entretanto, continua a 
alcançar os efeitos dos atos praticados durante o seu período de vigência, salvo 
disposição em contrário e desde que não afronte direito adquirido, ao ato jurídico 
perfeito e à coisa julgada, conforme o inciso XXXVI do artigo 5º da CF e o § 1.º, do art. 6º 
da LINDB. 
4.1. Direito adquirido. 
 O direito adquirido consiste no direito material ou imaterial incorporado ao 
patrimônio do titular. Já a expectativa implica na mera esperança de se adquirir um 
direito caso venha a realizar-se um acontecimento futuro, que lhe dará efetividade. 
4.2. Ato jurídico perfeito. 
 De outro lado, o ato jurídico perfeito traduz-se naquele consumado nos termos 
da lei vigente ao tempo em que se efetuou. Por exemplo: um contrato que já foi 
celebrado, mas que ainda continua produzindo efeitos. 
4.3. Coisa julgada. 
 Por sua vez, a coisa julgada, com fulcro no § 3.º, art. 6º da LINDB, consiste na 
decisão judicial prolatada, da qual não cabe mais recurso. 
4.4. Revogação 
4.4.1. Conceito de Revogação e Generalidades. 
A revogação é o fenômeno pelo qual uma lei perde a sua vigência. Ou seja, 
revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua obrigatoriedade. 
Assim, quando dizemos que a lei continuará a ter vigor até que outra lei a 
modifique ou a revogue, queremos enaltecer o caráter permanente da lei (em 
razão do princípio da continuidade das leis). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
10 
Mas a esta regra do princípio da continuidade tem exceção, que são os casos 
das leis temporárias, cuja vigência tem prazo certo. 
E aqui duas considerações de extrema importância: 
a) A lei não perde a sua eficácia pelo desuso (não uso); e 
b) O costume não tem força para revogar a lei. 
4.4.2. Espécies de Revogação. 
A revogação da lei é o gênero que poderá ter as seguintes espécies a depender 
da classificação: 
 
A derrogação é a revogação parcial de uma lei. Ou seja, somente uma parte da 
lei é revogada e o restante continua em vigor. 
A ab-rogação é a revogação total de uma lei. Ou seja, toda a lei é suprimida. 
Logo, todos os dispositivos daquela lei não serão mais usados e nem válidos. 
 Atenção ao quadro esquemático: 
Derrogação Ab-rogação 
Revogação parcial. Revogação total. 
Por sua vez, a revogação expressa ocorre quando a nova lei declara que a 
antiga lei será total ou parcialmente extinta (art. 2º, § 1º, primeira parte). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
11 
E a revogação tácita ocorre quando a nova lei não contém declaração no 
sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova legislação se mostra 
incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que tratava a lei anterior 
(art. 2º, § 1º, última parte). 
 
4.5. Repristinação. 
 A repristinação consiste na restauração da lei revogada pelo fato da lei 
revogadora ter perdido sua vigência. E, como regra (há exceção), a repristinação não 
é admitida em nosso sistema jurídico. 
Assim, salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a 
lei revogadora perdido a vigência (art. 2º, § 3º, LINDB). 
Exemplo 01: 
Lei 2 revoga Lei 1. 
Posteriormente Lei 3 revoga Lei 2. 
A Lei 1 não irá se restaurar pelo fato da Lei 2 que a revogou, também ter sido 
revogada. 
Esta é a regra! 
Exemplo 02: 
Lei 2 revoga Lei 1. 
Posteriormente Lei 3 revoga Lei 2. 
E a Lei 3 expressamente declarar que a Lei 1 irá se restaurar. 
Esta é a exceção, mas é possível! 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
12 
4.6. Ultratividade das normas. 
 Admite-se, excepcionalmente, o fenômeno da ultratividade da norma, a qual 
continuará a proteger atos pretéritos, mesmo após ser revogada. 
Por exemplo: o art. 144 do CTN que determina que o lançamento se reportará à 
data do fato gerador, regulando-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
 
5. Aplicação da lei no espaço. 
5.1. Normas do país em que for domiciliada a pessoa. 
 Nos termos do art. 7.º da LINDB, serão aplicadas as normas do país em que for 
domiciliada a pessoa, no que concerne ao começo e fim da personalidade, inclusive 
quanto ao nome, à capacidade e aos direitos de família. 
5.2. Princípio da territorialidade moderada/temperada. 
 O Brasil adotou, quanto à vigência da lei no espaço, o princípio da 
territorialidade moderada/temperada. Portanto, não é absoluta a regra de aplicação 
da lei nacional, uma vez que, admite-se que, em certas circunstâncias especiais, a lei 
estrangeira tenha eficácia dentro do nosso território, sem que isso comprometa a 
soberania do país. 
5.3. Casamento celebrado no Brasil. 
 Quanto ao casamento celebrado no Brasil devem ser aplicadas as regras quanto 
aos impedimentos matrimoniais conforme o art. 1.521 do CC. No mesmo sentido, 
temos o art. 7.º, § 1.º, da LINDB. 
Conforme art. 1.521, CC, não podem casar: 
a) Os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil; 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
13 
b) Os afins em linha reta; 
c) O adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; 
d) Os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; 
e) O adotado com o filho do adotante; 
f) As pessoas casadas; e 
g) O cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
 Quanto ao casamento entre estrangeiros, esse poderá ser celebrado no Brasil, 
perante autoridades diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes (art. 
7.º, § 2.º, da LINDB). 
 Por fim, se os nubentes tiverem domicílios diversos, deverão ser aplicadas as 
regras - quanto à invalidade do casamento - do primeiro domicílio conjugal (art. 7.º, § 
3.º, da LINDB). 
5.4. Regras patrimoniais sobre o regime de bens do casamento. 
 Quantoàs regras patrimoniais sobre o regime de bens do casamento, deverá 
ser aplicada a lei do local em que os cônjuges tenham domicílio. No entanto, em caso 
de divergência quanto aos domicílios, prevalecerá o primeiro domicílio conjugal (art. 
7.º, § 4.º, da LINDB). 
 Nos termos do art. 7.º, § 5.º, da LINDB, para o estrangeiro casado que se 
naturalizar como brasileiro permite-se (no momento da sua naturalização e mediante 
autorização expressa do cônjuge) o requerimento ao Poder Judiciário para a adoção do 
regime da comunhão parcial de bens, desde que sejam respeitados os direitos de 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
14 
terceiros anteriores à alteração, bem como seja feito o registro no cartório das pessoas 
naturais (art. 7.º, § 5.º, da Lei de Introdução). 
5.5. Divórcio celebrado no exterior e ambos os cônjuges sejam brasileiros. 
 Em relação ao divórcio celebrado no exterior em que um ou ambos os cônjuges 
sejam brasileiros, haverá reconhecimento no Brasil após 1 ano da data da sentença 
(salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo), caso em que a 
homologação produzirá efeito imediato, desde que sejam obedecidas as condições 
estabelecidas para a eficácia das sentenças estrangeiras no país. 
5.6. Matrimônio de brasileiros que estão no exterior. 
 Quanto ao matrimônio de brasileiros que estão no exterior, são competentes as 
autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de 
Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos 
de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado (art. 18 da Lei de 
Introdução). 
 Nessa esteira, as autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a 
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, caso não tenham filhos 
menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, 
devendo constar da respectiva escritura pública as disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à 
retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado 
quando se deu o casamento. 
 Com efeito, será indispensável a assistência de advogado, devidamente 
constituído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com ambas as 
partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua advogado próprio, não se 
fazendo necessário que a assinatura do advogado conste da escritura pública. 
5.7. Bens. 
 Em relação aos bens, o art. 8º da Lei de Introdução prevê que deve ser aplicada 
a norma do local em que esses se situam. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
15 
 Em caso de bens móveis transportados, deverá ser aplicada a norma do 
domicílio do seu proprietário. Quanto ao penhor, será aplicada a norma do domicílio 
que tiver a pessoa em cuja posse se encontre a coisa empenhada. 
5.8. Local que rege as obrigações. 
 Conforme o art. 9º da LINDB, as obrigações serão regidas pelas leis do local em 
que foram constituídas. 
5.9. Organizações destinadas a fins de interesse coletivo. 
 Nos termos do art. 11 da Lei de Introdução, as organizações destinadas a fins de 
interesse coletivo, como as sociedades e as fundações, devem obedecer à lei do Estado 
onde foram criadas. 
5.10. Contrato celebrado no exterior e destinado a produzir efeitos em nosso 
país. 
 No que diz respeito ao contrato celebrado no exterior e destinado a produzir 
efeitos em nosso país, serão admitidas as peculiaridades da lei estrangeira quanto aos 
fatores externos, requisitos extrínsecos do ato. 
5.11. Sucessão por morte ou por ausência. 
 No que concerne à sucessão por morte ou por ausência, serão aplicadas as 
normas do país do último domicílio do de cujus. 
 As regras de vocação hereditária para suceder bens de estrangeiro situados no 
Brasil serão as nacionais. 
Por sua vez, a sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada 
pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
5.12. Réu for domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação. 
 O art. 12 da Lei de Introdução assegura a competência da justiça brasileira, 
quando o réu for domiciliado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação; 
garantindo, ainda, a competência da autoridade pátria em casos de ações relativas a 
imóveis situados no Brasil. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
16 
5.13. Prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro. 
 Nos termos do art. 13 da Lei de Introdução, a prova dos fatos ocorridos em país 
estrangeiro deve ser regida pela lei que nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de 
produzir-se. No entanto, não serão admitidas, pelos tribunais brasileiros, as provas 
que a lei brasileira desconheça. 
5.14. Sentenças proferidas no estrangeiro. 
 Nos termos do art. 15 da Lei de Introdução, as sentenças proferidas no 
estrangeiro serão executadas no Brasil se forem preenchidos os seguintes requisitos: 
a) Haver sido proferida por juiz competente; 
b) Terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado a revelia; 
c) Ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a 
execução no lugar em que foi proferida; 
d) Estar traduzida por intérprete autorizado; e 
e) Ter sido homologada pelo Superior Tribunal de Justiça. 
 O art. 515, VIII, do Código de Processo Civil enquadrou a sentença estrangeira 
homologada pelo Superior Tribunal de Justiça como título executivo judicial. 
 Nos termos da alínea i, do inciso I do art. 105 da CF, compete ao Superior 
Tribunal de Justiça a homologação de sentenças estrangeiras, bem como a concessão 
de exequatur às cartas rogatórias. 
 Notadamente, esse juízo de delibação consiste em um controle para examinar o 
cumprimento daqueles requisitos mencionados, como também o respeito à ordem 
pública e à soberania nacional, para então imprimir eficácia à decisão estrangeira no 
território brasileiro, sem que haja reexame do mérito da questão (art.17 da LINDB). 
 
6. Interpretação da lei. 
6.1. Conceito. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
17 
 Quando o juiz aplica a norma ao caso concreto (subsunção), normalmente, ele 
faz um exercício de interpretação das leis para efetuar o silogismo jurídico. Nessa 
esteira, interpretar significa descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica. 
6.2. Métodos de interpretação. 
 
A interpretação autêntica ou legislativa é a realizada pelo próprio legislador 
através de lei interpretativa. No caso, o legislador reconhece a obscuridade ou 
ambiguidade da norma e vota uma nova lei que se destinada a esclarecer a sua 
intenção. 
A interpretação jurisprudencial ou judicial é a interpretação fixada pelos 
Tribunais. 
A interpretação doutrinária é a interpretação feita pelos estudiosos do direito 
através de seus livros (doutrinas). 
A interpretação gramatical consiste na busca do sentido literal ou textual da 
norma constitucional. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
18 
A interpretação lógica ou racional utiliza raciocínios lógicos ou dedutíveis para 
a análise da norma. É o método que atende ao espírito da lei, uma vez que procura 
apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador, 
A interpretação sistemática se relaciona com a interpretação lógica, e, por tal 
motivo, muitos juristas preferem denominá-la como interpretação lógico-sistemática. 
Segundo esse método de interpretação, uma lei não existe isoladamente, logo deve 
ser interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma categoria do direito. 
A interpretação históricabaseia-se na busca dos antecedentes remotos e 
imediatos que interferiram no processo de interpretação de uma determinada lei, ou 
seja, baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, na pesquisa do processo 
legislativo, com o intuito de descobrir o seu exato significado. 
A interpretação sociológica ou teleológica busca conciliar o sentido da norma 
às novas exigências sociais. 
A interpretação declarativa é a interpretação que declara o exato alcance da 
norma, ou seja, o texto legal corresponde ao pensamento do legislador. 
A interpretação extensiva ou ampliativa amplia o sentido e o alcance 
apresentado pela expressão literal da norma jurídica. 
A interpretação restritiva restringe o sentido e o alcance apresentado pela 
expressão literal da norma jurídica. 
 
7. Integração das normas jurídicas. 
7.1. Conceitos. 
 É cediço que o legislador não consegue prever todas as situações que ocorrerão 
no presente e no futuro da sociedade, ainda mais porque vivemos em uma geração de 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
19 
constantes mudanças. Essa realidade cambiante gera situações não previstas de modo 
específico pelo legislador (lacunas) e que reclamam solução por parte do juiz. 
 Segundo Karl Engish: “As lacunas do direito são deficiências do direito positivo, 
ou seja, as falhas de conteúdo de regulamentação jurídica para determinadas 
situações de fato em que é de se esperar essa regulamentação, sendo que tais falhas, 
postulam e admitem, a sua remoção através de uma decisão judicial que integre a 
norma jurídica.” (ENGISH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 6ª ed. Lisboa: 
Calouste Gulbendian, 1983. p.286). 
 Assim, integrar significa preencher as lacunas da lei. E tem por objetivo 
fornecer uma resposta jurídica para aquele que procura o judiciário. 
7.2. Classificação das lacunas. 
 As lacunas podem ser: 
a) Lacuna normativa - ausência de norma prevista para determinado caso 
concreto; 
b) Lacuna ontológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto, 
desprovida de eficácia social; 
c) Lacuna axiológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto, 
considerada insatisfatória ou injusta; e 
d) Lacuna de conflito ou antinomia - choque de duas ou mais normas válidas, sem 
que se possa dizer qual delas será aplicada em face de um determinado caso 
concreto. 
7.3. Mecanismos destinados a suprir as lacunas legais. 
7.3.1. Conceitos e generalidades. 
 Como o magistrado não pode se esquivar de proferir decisão sob o pretexto de 
que a lei é omissa, ele terá que se valer dos mecanismos da plenitude do sistema 
jurídico (destinados a supriras lacunas da lei) que são (art. 4º da LINDB): a analogia; os 
costumes; e os princípios gerais de direito. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
20 
Vejamos o quadro esquemático: 
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO 
Analogia 
Costumes 
Princípios Gerais do Direito 
 
TOME NOTA: Quando da utilização dos mecanismos de integração do 
ordenamento jurídico, deve-se observar a ordem proposta, qual seja: analogia, 
costumes e princípios gerais do direito. 
Para decorar tal ordem, basta lembrar que estão em ordem crescente alfabética: 
1º analogia, 2º costume e 3º princípios gerais do direito. 
7.3.2. Analogia. 
 A analogia demanda o preenchimento dos seguintes requisitos: ausência de lei 
para disciplinar a hipótese do caso concreto; semelhança entre a relação não 
contemplada por lei e a outra regulada; e identidade de fundamentos lógicos e 
jurídicos entre as duas situações. 
 Ademais, a analogia pode ser dividida em: 
a) Analogia legis; e 
b) Analogia juris. 
 A analogia legis está pautada na aplicação de uma norma existente, destinada a 
reger caso semelhante ao previsto. Portanto, a sua fonte é uma norma jurídica isolada, 
que é aplicada para casos similares. 
 Já a analogia juris está baseada em um conjunto de normas, para que sejam 
obtidos elementos que permitam a sua aplicação ao caso em juízo não previsto. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
21 
 É imperioso destacar que a analogia não se confunde com a interpretação 
extensiva. A primeira consiste no recurso a outra norma do sistema jurídico, em 
virtude da inexistência de norma adequada à solução do caso concreto. Porém, implica 
na extensão da esfera de aplicação da mesma norma a situações não expressamente 
previstas, mas que foram compreendidas pelo seu alcance interpretativo. 
7.3.2. Costume. 
 O costume também é um método de integração. Trata-se da prática reiterada, 
pública, e geral de determinado ato com a convicção de sua obrigatoriedade. 
 Os costumes podem ser classificados em relação à lei em três espécies: 
a) Costumes “secundum legem” – aqueles que se acham expressamente referidos 
nas leis, como nas hipóteses dos arts. 596 e 615 do CC; 
b) Costumes “praeterl egem” – aqueles que visam suprir a lei, nos casos omissos, 
como no caso do art. 4º da Lei de introdução às normas do Direito Brasileiro; e 
c) Costumes “contra legem” – aqueles que se opõem à lei. Nesse trilho, é válido 
ressaltar que o costume que afronta a lei, não a revoga ou a modifica. 
7.3.3. Princípios gerais de direito. 
 Já os princípios gerais de direito são mandamentos que se encontram na 
consciência dos povos e que são universalmente aceitas, ainda que não sejam escritas. 
Nessa linha, tais possuem tríplice função: 
a) Informadora – inspiram o legislador e servem de fundamento para o 
ordenamento jurídico; 
b) Normativa – atuam como fonte supletiva (integrativa), em caso de lacuna da lei; 
e 
c) Interpretadora – ajudam o aplicador do Direito a desvendar o sentido e o 
alcance da norma. 
 Finalmente, é de bom alvitre ainda mencionar que alguns princípios gerais do 
direito estão previstos nas leis, como o art. 3º da Lei de Introdução que assevera que 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
22 
“ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece”. No mesmo sentido, 
podemos citar os art. 186, 1.216, 1.220, 1.255, etc. 
 
8. Antinomia. 
8.1. Conceitos. 
 A antinomia (lacunas de colisão) é o fenômeno baseado na presença de duas 
normas conflitantes válidas e emanado de autoridade competente, sem que se possa 
dizer qual delas merecerá aplicação, em determinado caso concreto. 
8.2. Critérios para a solução dos choques entre as normas jurídicas. 
 Para a solução dos choques entre as normas jurídicas, devem-se adotar os 
seguintes critérios: 
a) Critério cronológico – a norma posterior deve prevalecer sobre norma anterior; 
b) Critério da especialidade - a norma especial deve prevalecer sobre norma 
geral; e 
c) Critério hierárquico - a norma superior deve prevalecer sobre norma inferior. 
8.3. Antinomia de 1º grau e 2º grau. 
 A resolução da antinomia tem por fito garantir a segurança na aplicação das 
normas jurídicas, para que seja resguardada a coerência do ordenamento. 
Portanto, a solução dos choques entre as normas jurídicas não tem o condão de 
atingir os campos da validade e da vigência da lei. 
8.3.1. Antinomia de 1º grau. 
 A antinomia de 1.º grau é o choque de normas que envolvem somente um dos 
metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
Casos de antinomia de 1º grau: 
a) Na hipótese de colisão entre norma posterior e norma anterior, valerá a norma 
posterior, com base no critério cronológico; 
b) Em caso de norma especial em confronto com norma geral, prevalecerá a 
norma especial, com fulcro no critério da especialidade; e 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
23 
c) Na situação de choque entre norma superior e norma inferior, valerá a norma 
superior, por força do critério hierárquico. 
8.3.2. Antinomia de 2º grau. 
 A antinomiade 2.º grau é a colisão de normas válidas que envolvem dois dos 
metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
Casos de antinomias de 2º grau: 
a) Na hipótese de choque entre uma norma especial anterior e outra geral 
posterior, prevalecerá a norma especial anterior, com espeque no critério da 
especialidade; 
b) Na situação de colisão de norma superior anterior e outra inferior posterior, 
valerá a norma superior anterior, com base no critério hierárquico; e 
c) Em caso de conflito entre uma norma geral superior e outra norma especial e 
inferior, não existe um metacritério. 
8.4. Espécies de antinomia. 
 Para a solução de conflitos entre dois dispositivos, é essencial a diferenciação 
entre antinomia real e antinomia aparente, porque reclamam do interprete solução 
distinta. 
 A antinomia pode ser aparente, quando a hipótese que pode ser solucionada de 
acordo com os metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
 A antinomia real, situação que não pode será dissolvida conforme os 
metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
 Sobre o conflito entre uma norma geral superior e outra norma especial e 
inferior, Maria Helena Diniz afirma: “No conflito entre o critério hierárquico e o de 
especialidade, havendo uma norma superior-geral e outra norma inferior especial, não 
será possível estabelecer uma metarregra geral, preferindo o critério hierárquico ao da 
especialidade ou vice-versa, sem contrariar a adaptabilidade do direito.” (DINIZ, Maria 
Helena. Lei de Introdução ao Código Civil interpretada. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 
87). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
24 
 
9. Obrigatoriedade das Leis. 
O art. 3º da LINDB nos apresenta o princípio da obrigatoriedade da lei. Trata-
se da máxima: nemine excusat ignorantia legis. O que significa que uma vez em vigor, 
todas as pessoas sem distinção devem obedecer à lei (inclusive os incapazes), 
pois ela se dirige a todos. Aqui temos a presunção no sentido de que o conhecimento 
da lei decorre de sua publicação. Daí a importância da vacatio legis para a eficiente 
divulgação do novo diploma legal. 
Contudo, “constata-se que o princípio da obrigatoriedade das leis não pode ser 
visto como um preceito absoluto, havendo claro abrandamento no Código Civil de 
2002. Isso porque o art. 139, III, da codificação em vigor admite a existência de erro 
substancial quando a falsa noção estiver relacionada com um erro de direito (error 
iuris), desde que este seja única causa para a celebração de um negócio jurídico e que 
não haja desobediência à lei. Alerte-se, em complemento, que a Lei de Contravenções 
Penais já previa o erro de direito como justificativa para o descumprimento da norma 
(art. 8.º).”, (Flávio Tartuce. Manual de Direito Civil: Volume único. Editora Método. 4ª 
Edição. 2014), (grifo nosso). 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
25 
b. Mapas Mentais 
 
 
 
 
 
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c. Revisão 1 
 
QUESTÃO 01 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade 
moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de 
território brasileiro. 
 
QUESTÃO 02 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, 
a lei revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência. 
 
QUESTÃO 03 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de 
vontade, de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperatividade 
das leis denominadas cogentes. 
 
QUESTÃO 04 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não 
com sua publicação em órgão oficial. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
30 
QUESTÃO 05 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar 
ou revogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral 
da lei, ou pela ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial. 
 
QUESTÃO 06 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Para ser aplicada, a norma deverá estar vigente e, por isso, uma vez que ela seja 
revogada, não será permitida a sua ultratividade. 
 
QUESTÃO 07 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Tendo o ordenamento brasileiro optado pela adoção, quanto à eficácia espacial da lei, 
do sistema da territorialidade moderada, é possível a aplicação da lei brasileira dentro 
do território nacional e, excepcionalmente, fora, e vedada a aplicação de lei estrangeira 
nos limites do Brasil. 
 
QUESTÃO 08 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Quando a sucessão incidir sobre bens de estrangeiro residente, em vida, fora do 
território nacional, aplicar-se-á a lei do país de domicílio do defunto, quando esta for 
mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros, ainda que todos os bens estejam 
localizados no Brasil. 
 
QUESTÃO 09– 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
31 
Não havendo disposição em contrário, o início da vigência de uma lei coincidirá com a 
data da sua publicação. 
 
QUESTÃO 10 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor ocorrer tão somente para 
correção de falhas de grafia constantes de seu texto, o prazo da vacatio legis não 
sofrerá interrupção e deverá ser contado da data da primeira publicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
32 
d. Revisão 2 
 
QUESTÃO 11 – 2016 – CESPE - TRE-PI - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. 
O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos casos não compreendidos em 
seu dispositivo, vale-se da 
a) interpretação teleológica. 
b) socialidade da lei. 
c) interpretação extensiva. 
d) analogia. 
 e) interpretação sistemática. 
 
QUESTÃO 12 – 2016 – CESPE - TJ-DFT – JUIZ. 
A respeito da hermenêutica e da aplicação do direito, assinale a opção correta. 
a) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, à 
solução do conflito é essencial a diferenciação entre antinomia real e antinomia 
aparente, porque reclamam do interprete solução distinta. 
b) Os tradicionais critérios hierárquico, cronológico e da especialização são adequados 
à solução de confronto caracterizado como antinomia real, ainda que ocorra entre 
princípios jurídicos. 
c) A técnica da subsunção é suficiente e adequada à hipótese que envolve a 
denominada eficácia horizontal de direitos fundamentais nas relações privadas. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
33 
d) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, o 
conflito deve ser resolvido pelos critérios da hierarquia e(ou) da sucessividade no 
tempo. 
e) A aplicação do princípio da especialidade, em conflito aparente de normas, afeta a 
validade ou a vigência da leigeral. 
 
QUESTÃO 13 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for 
revogada, a lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico 
denominado de ultratividade da lei. 
 
QUESTÃO 14 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua 
vigência, for aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência. 
 
QUESTÃO 15 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Denomina-se vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da 
publicação da lei e a data da sua revogação. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
34 
QUESTÃO 16 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há 
revogação expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei 
anterior que pretende revogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que 
houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular a 
matéria tratada pela anterior. 
 
QUESTÃO 17 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo indeterminado 
e vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico brasileiro não 
reconhece norma com vigência temporária. 
 
QUESTÃO 18 – 2015 – CESPE - TRE-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. 
Com base no disposto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a 
opção correta. 
a) No tocante aos regramentos do direito de família, adota-se o critério jus sanguinis 
na referida lei. 
b) A sucessão de bens de estrangeiros situados no território brasileiro é disciplinada 
pela lei brasileira em favor do cônjuge ou dos filhos brasileiros, mesmo se a lei do país 
de origem do de cujus for-lhes mais favorável. 
c) Ao confronto entre uma lei especial e outra lei geral e posterior dá-se o nome de 
antinomia de segundo grau. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
35 
d) Ocorre lacuna ontológica na lei quando existe texto legal para a solução do caso 
concreto, mas esse texto contraria os princípios que regem a própria justiça. 
e) O juiz poderá decidir por equidade, mesmo sem previsão legal. 
 
QUESTÃO 19 – 2014 – CESPE - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO. 
Considerando as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a 
posição doutrinária a respeito da interpretação dessas normas, assinale a opção 
correta. 
a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores 
dedicadas à mesma matéria. 
b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita. 
c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpretação 
realizada pelos próprios tribunais. 
d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito 
material depende de expressa previsão legal. 
e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular a 
sucessão de seus bens localizados no Brasil. 
 
QUESTÃO 20 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
Há direito adquirido quando já tiverem sido praticados todos os atos ou realizados 
todos os fatos exigidos pela lei para a obtenção do direito pretendido. Nesse contexto, 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
36 
é correto afirmar que nem todo direito adquirido surge de uma relação jurídica, a 
exemplo do direito de apropriar-se de coisa sem dono. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
37 
e. Revisão 3 
 
QUESTÃO 21 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar de ser 
aplicada. 
 
QUESTÃO 22 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
Na situação em que uma lei anterior e especial esteja em confronto com outra lei geral 
posterior, tem-se uma antinomia de primeiro grau, perfeitamente solucionável com as 
regras previstas na LINDB. 
 
QUESTÃO 23 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
A proibição de desconhecimento da lei imposta pela LINDB é absoluta. 
 
QUESTÃO 24 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma situação 
concreta, mas que contraria os princípios e os axiomas norteadores da própria ideia 
de justiça. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
38 
 
QUESTÃO 25 – 2013 – CESPE - TJ-RN – JUIZ. 
Consoante a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção 
correta. 
a) A lei posterior somente revoga a anterior quando expressamente o declare, 
podendo a revogação ser total (ab- rogação) ou parcial (derrogação). 
b) As regras de aplicação da lei no espaço estabelecem que deve ser aplicada a lei 
brasileira quando a obrigação resultante de contrato tenha de ser cumprida no Brasil, 
ainda que o domicílio do proponente seja em outro país. 
c) Na sucessão por morte ou por ausência de estrangeiro, a lei do domicílio do 
herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder, independentemente do lugar 
do domicílio do falecido ou ausente. 
d) A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei brasileira quanto ao 
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a 
lei brasileira desconheça. 
e) A referida lei prevê, como métodos de integração das normas, em ordem 
preferencial e taxativa, a analogia, os costumes, os princípios gerais de direito e a 
equidade. 
 
QUESTÃO 26 – 2013 – CESPE – BACEN – PROCURADOR. 
A interpretação segundo a qual o juiz procura alcançar o sentido da lei em 
consonância com as demais normas que inspiram determinado ramo de direito é 
denominada. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
39 
a) histórica. 
b) lógica. 
c) sistemática. 
d) teleológica. 
e) analógica. 
 
QUESTÃO 27 – 2013 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Caso não encontre nenhuma norma aplicável ao caso posto em juízo, o juiz deverá 
utilizar a interpretação sistemática. 
 
QUESTÃO 28 – 2013 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Não é dado ao legislador, para suprir alguma ambiguidade da norma, interpretar a lei 
depois de publicada no órgão oficial. 
 
QUESTÃO 29 – 2013 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Como regra, não se admite a restauração da lei revogada pelo fato de a lei revogadora 
ter perdido a sua vigência. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
40 
QUESTÃO 30 – 2013 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Se, durante a vacatio legis, ocorrer nova publicação do texto legal apenas para 
correção de erro ortográfico, o prazo da obrigatoriedade não será alterado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
41 
f. Normas comentadas 
 
LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO – LINDB. 
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros,a obrigatoriedade da lei brasileira, quando 
admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada. (Vide Lei nº 2.807, de 
1956) 
(Extrema atenção para a diferenciação desses prazos, pois a regra é: 
1. 45 dias – a lei começa a vigorar no Brasil; 
2. 3 meses –a lei começa a vigorar nos Estados estrangeiros – quando admitida). 
§ 3o Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, 
destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a 
correr da nova publicação. 
§ 4o As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Art. 2o Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que 
outra a modifique ou revogue. (Vide Lei nº 3.991, de 1961) 
§ 1o A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, 
quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que 
tratava a lei anterior. 
§ 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já 
existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
42 
§ 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a 
lei revogadora perdido a vigência. 
(Lembrando que não existe repristinação tácita). 
Art. 3o Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece. 
Art. 4o Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
(Quando da utilização dos mecanismos de integração do ordenamento jurídico, deve-se 
observar a ordem proposta, qual seja: analogia, costumes e princípios gerais do direito. 
Para decorar tal ordem, basta lembrar que estão em ordem crescente alfabética: 1º 
analogia, 2º costume e 3º princípios gerais do direito.) 
 Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico 
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. (Redação dada pela Lei nº 3.238, de 
1957) 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao 
tempo em que se efetuou. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém 
por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, 
ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. (Incluído pela Lei nº 
3.238, de 1957) 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não 
caiba recurso. (Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957) 
Art. 7o A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre 
o começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
43 
§ 1o Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira 
quanto aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração. 
§ 2o O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades 
diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes. (Redação dada pela Lei 
nº 3.238, de 1957) 
§ 3o Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de invalidade do 
matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal. 
§ 4o O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que 
tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal. 
§ 5º - O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante 
expressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do decreto de 
naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de comunhão parcial de 
bens, respeitados os direitos de terceiros e dada esta adoção ao competente 
registro. (Redação dada pela Lei nº 6.515, de 1977) 
§ 6º O divórcio realizado no estrangeiro, se um ou ambos os cônjuges forem 
brasileiros, só será reconhecido no Brasil depois de 1 (um) ano da data da sentença, 
salvo se houver sido antecedida de separação judicial por igual prazo, caso em que a 
homologação produzirá efeito imediato, obedecidas as condições estabelecidas para a 
eficácia das sentenças estrangeiras no país. O Superior Tribunal de Justiça, na forma de 
seu regimento interno, poderá reexaminar, a requerimento do interessado, decisões já 
proferidas em pedidos de homologação de sentenças estrangeiras de divórcio de 
brasileiros, a fim de que passem a produzir todos os efeitos legais. (Redação dada 
pela Lei nº 12.036, de 2009). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
44 
§ 7o Salvo o caso de abandono, o domicílio do chefe da família estende-se 
ao outro cônjuge e aos filhos não emancipados, e o do tutor ou curador aos incapazes 
sob sua guarda. 
§ 8o Quando a pessoa não tiver domicílio, considerar-se-á domiciliada no 
lugar de sua residência ou naquele em que se encontre. 
Art. 9o Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que 
se constituírem. 
§ 1o Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo de 
forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da lei estrangeira 
quanto aos requisitos extrínsecos do ato. 
§ 2o A obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em 
que residir o proponente. 
Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que 
domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação 
dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela 
lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de 
cujus. (Redação dada pela Lei nº 9.047, de 1995) 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para 
suceder. 
Art. 13. A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que 
nele vigorar, quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais 
brasileiros provas que a lei brasileira desconheça. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
45 
Art. 17. As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer 
declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania 
nacional, a ordem pública e os bons costumes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
46 
g. Gabarito 
 
1 2 3 4 5 
CERTA ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA 
6 7 8 9 10 
ERRADA ERRADA CERTA ERRADA ERRADA 
11 12 13 14 15 
D A ERRADA ERRADA ERRADA 
16 17 18 19 20 
CERTA ERRADA C E CERTA 
21 22 23 24 25 
ERRADA ERRADA ERRADA ERRADA C 
26 27 28 29 30 
C ERRADA ERRADA CERTA ERRADA 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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h. Breves comentários às questões 
 
QUESTÃO 01 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Quanto à eficácia da lei no espaço, no Brasil se adota o princípio da territorialidade 
moderada, que permite, em alguns casos, que lei estrangeira seja aplicada dentro de 
território brasileiro. 
O Brasil adotou, quanto à vigência da lei no espaço, o princípio da territorialidade 
moderada/temperada. Portanto, não é absoluta a regra de aplicação da lei nacional. Uma 
vez que, admite-se que, em certas circunstâncias especiais, a lei estrangeira tenha eficácia 
dentro do nosso território, sem que isso comprometa a soberania do país. 
Exemplo desta exceção é o art. 7º, da LINDB segundo o qual serão aplicadas as normas do 
país em que for domiciliada a pessoa, no que concerne ao começo e fim da 
personalidade, inclusive quanto ao nome, à capacidade e aos direitos de família. 
Resposta: CERTO.QUESTÃO 02 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
De acordo com a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), em regra, 
a lei revogada é restaurada quando a lei revogadora perde a vigência. 
Erra a questão ao afirmar que a regra e a repristinação (restauração) da lei revogada, pois 
conforme art. 2º § 3º, LINDB: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
48 
restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. Lembrem-se: a regra é a não 
repristinação. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 03 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Por ser o direito civil ramo do direito privado, impera o princípio da autonomia de 
vontade, de forma que as partes podem, de comum acordo, afastar a imperatividade 
das leis denominadas cogentes. 
As normas cogentes são de ordem pública, exatamente por isso as partes não podem 
afastá-las. 
Por outro lado, temos As leis dispositivas que são aquelas que não determinam, bem como 
não proíbem de forma absoluta determinada conduta, mas têm o condão de permitir uma 
ação ou abstenção, ou de suprir uma declaração de vontade não manifestada. 
Conquanto seja reconhecido o princípio da autonomia de vontade na seara do Direito Civil, 
as partes não podem, de comum acordo, afastar a imperatividade das leis cogentes. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 04 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
A lei entra em vigor somente depois de transcorrido o prazo da vacatio legis, e não com 
sua publicação em órgão oficial. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Em regra, realmente, a lei entra em vigor após a sua vacatio. Entretanto, a vacatio não é 
obrigatória, e não existindo, a lei entrará em vigor assim que for oficialmente publicada. 
Conforme art. 1º, LINDB: Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 
quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 05 – 2016 – CESPE - TRT - 8ª REGIÃO (PA E AP) - ANALISTA JUDICIÁRIO - 
ÁREA JUDICIÁRIA – ADAPTADA. 
Dado o princípio da continuidade, a lei terá vigência enquanto outra não a modificar 
ou revogar, podendo a revogação ocorrer pela derrogação, que é a supressão integral 
da lei, ou pela ab-rogação, quando a supressão é apenas parcial. 
A questão troca os conceitos. 
Assim: 
a) Ab-rogação é a revogação total, absoluta; e 
b) Derrogação é a revogação parcial. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 06 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Para ser aplicada, a norma deverá estar vigente e, por isso, uma vez que ela seja 
revogada, não será permitida a sua ultratividade. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Na verdade a ultratividade da lei ocorrerá quando a lei é aplicada a fatos que ocorreram 
após a perda da sua vigência, ou seja, após a sua revogação. Então erra a questão a 
afirmar que a ultratividade não será permitida quando a lei tiver sido revogada. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 07 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Tendo o ordenamento brasileiro optado pela adoção, quanto à eficácia espacial da lei, 
do sistema da territorialidade moderada, é possível a aplicação da lei brasileira dentro 
do território nacional e, excepcionalmente, fora, e vedada a aplicação de lei estrangeira 
nos limites do Brasil. 
Erra a questão ao afirmar que é vedada a aplicação de lei estrangeira nos limites do Brasil, 
pois, em regra é permitida a aplicação da lei estrangeira nos limites do território brasileiro 
e dentro das nossas regras. Entretanto não será possível a aplicação da lei estrangeira nos 
limites do Brasil quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons 
costumes, conforme entendimento do art. 17, LINDB. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 08 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Quando a sucessão incidir sobre bens de estrangeiro residente, em vida, fora do 
território nacional, aplicar-se-á a lei do país de domicílio do defunto, quando esta for 
mais favorável ao cônjuge e aos filhos brasileiros, ainda que todos os bens estejam 
localizados no Brasil. 
Questão em conformidade com os §§ 1º e 2º, art. 10, LINDB que aduzem: 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Art. 10. A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado 
o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. 
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regulada pela lei 
brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente, sempre que não lhes seja mais favorável a lei pessoal do de cujus. 
§ 2o A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder. 
Resposta: CERTO. 
 
QUESTÃO 09– 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Não havendo disposição em contrário, o início da vigência de uma lei coincidirá com a 
data da sua publicação. 
Item errado, pois conforme art. 1º, LINDB, salvo disposição contrária, a lei começa a 
vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 10 – 2016 – CESPE - TJ-AM - JUIZ SUBSTITUTO – ADAPTADA. 
Quando a republicação de lei que ainda não entrou em vigor ocorrer tão somente para 
correção de falhas de grafia constantes de seu texto, o prazo da vacatio legis não 
sofrerá interrupção e deverá ser contado da data da primeira publicação. 
Conforme art. 1º. § 3º, LINDB, se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de 
seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará 
a correr da nova publicação, e não da primeira publicação. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 11 – 2016 – CESPE - TRE-PI - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. 
O aplicador do direito, ao estender o preceito legal aos casos não compreendidos em 
seu dispositivo, vale-se da 
a) interpretação teleológica. 
Item errado, pois a interpretação sociológica ou teleológica visa adaptar o sentido ou 
finalidade da norma às novas exigências sociais. 
b) socialidade da lei. 
Item errado, pois conforme Carlos Roberto Gonçalves, o princípio da socialidade, acolhido 
pelo novo Código Civil, reflete a prevalência dos valores coletivos sobre os individuais. 
c) interpretação extensiva. 
Item errado, pois na interpretação extensiva ou ampliativa, o intérprete entende que o 
alcance da lei é mais amplo do que indica o seu texto, abrangendo, assim, implicitamente 
outras situações. 
d) analogia. 
Item correto, pois a analogia consiste na aplicação, a um caso não previsto na lei, de uma 
norma tipificada de disposição prevista para um fato análogo, ou até mesmo de um 
conjunto de normas e princípios do ordenamento jurídico que regulam temas conexos. 
Ademais, é imperioso destacar que a analogia não se confunde com a interpretação 
extensiva. A primeira consiste no recurso a outra norma do sistema jurídico, em virtude da 
inexistência de norma adequada à solução do caso concreto. Porém, implica na extensão 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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da esfera de aplicação da mesma norma a situações não expressamente previstas, mas que 
foram compreendidas pelo seu alcance interpretativo. 
e) interpretação sistemática. 
Item errado, pois a interpretação sistemática analisa a norma com base no sistema do qual 
ela faz parte. 
Resposta: D. 
 
QUESTÃO 12 – 2016 – CESPE - TJ-DFT – JUIZ. 
A respeito da hermenêutica e da aplicação do direito, assinale a opção correta.a) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, à 
solução do conflito é essencial a diferenciação entre antinomia real e antinomia 
aparente, porque reclamam do interprete solução distinta. 
Item correto, pois a antinomia (lacunas de colisão) é o fenômeno baseado na presença de 
duas normas conflitantes válidas e emanado de autoridade competente, sem que se possa 
dizer qual delas merecerá aplicação, em determinado caso concreto. 
Assim, para a solução dos choques entre as normas jurídicas, deve-se adotar os seguintes 
critérios: 
a) Critério cronológico – a norma posterior deve prevalecer sobre norma anterior; 
b) Critério da especialidade - a norma especial deve prevalecer sobre norma geral; e 
c) Critério hierárquico - a norma superior deve prevalecer sobre norma inferior. 
Então, a antinomia real é a situação que não pode será resolvida conforme os metacritérios 
(cronológico, especialidade, hierárquico). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
54 
Por sua vez, a antinomia aparente ocorre quando a hipótese que pode ser solucionada de 
acordo com os metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
b) Os tradicionais critérios hierárquico, cronológico e da especialização são adequados 
à solução de confronto caracterizado como antinomia real, ainda que ocorra entre 
princípios jurídicos. 
Item errado, pois a antinomia real não pode ser resolvida por meio dos metracriterios 
(cronológico, especialidade e hierárquico). Já a antinomia aparente sim pode ser resolvida 
por esses metacritérios. 
c) A técnica da subsunção é suficiente e adequada à hipótese que envolve a 
denominada eficácia horizontal de direitos fundamentais nas relações privadas. 
Item errado, pois a subsunção implica na adequação entre o suporte fático e a norma 
abstrata. Por sua vez, a ponderação “pode ser descrita como uma técnica de decisão 
própria para casos difíceis, em relação aos quais o raciocínio tradicional da subsunção não 
é adequado. 
Vejam: a subsunção, diferentemente da ponderação, não tem instrumentos para produzir 
uma conclusão que seja capaz de considerar todos os elementos normativos pertinentes; 
sua lógica tentará isolar uma única norma para o caso. 
Assim, A técnica da subsunção não é suficiente e adequada às situações que envolvam a 
denominada eficácia horizontal de direitos fundamentais nas relações privadas, uma vez 
que nesses casos a eficácia horizontal de direitos fundamentais, utiliza-se a técnica 
da ponderação de interesses, em decorrência da “colisão” de direitos fundamentais. 
d) Diante da existência de antinomia entre dois dispositivos de uma mesma lei, o 
conflito deve ser resolvido pelos critérios da hierarquia e(ou) da sucessividade no 
tempo. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Item errado, pois o conflito não será resolvido diante dos critérios da hierárquica e da 
sucessividade, que é o critério cronológico. Na verdade, a própria alternativa diz que temos 
conflito entre dois dispositivos de uma mesma lei, sendo, assim temos uma antinomia real, 
que não se utiliza dos metacritérios. Logo, a antinomia será resolvida através da analogia, 
dos costumes e dos princípios gerais do direito, conforme art. 4º, lei de introdução às 
normas do direito brasileiro. 
e) A aplicação do princípio da especialidade, em conflito aparente de normas, afeta a 
validade ou a vigência da lei geral. 
Item errado, pois na verdade não afeta, até mesmo porque o próprio art. 2º, §2º da LINDB 
diz que A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, 
não revoga nem modifica a lei anterior. Ou seja, é plenamente possível a coexistência de 
normas de caráter geral com normas de caráter especial quando tratarem da mesma 
matéria. 
Resposta: A. 
 
QUESTÃO 13 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Sempre que uma lei for revogada por outra lei, e a lei revogadora também for 
revogada, a lei inicialmente revogada volta a ter vigência, em um instituto jurídico 
denominado de ultratividade da lei. 
Em regra a lei inicialmente revogada não se restaura, ou seja, em regra não se admite a 
repristinação, salvo nas hipóteses expressamente admitidas. Por outro lado, Admite-se, 
excepcionalmente, o fenômeno da ultratividade da norma, no qual continuará a proteger 
os atos pretéritos, mesmo após ser revogada. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
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Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 14 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Haverá repristinação quando uma norma revogada, mesmo tendo perdido a sua 
vigência, for aplicada para reger situações ocorridas à época de sua vigência. 
O conceito aqui não é de repristinação e sim de ultratividade. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 15 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Denomina-se vacatio legis o espaço de tempo compreendido entre a data da 
publicação da lei e a data da sua revogação. 
A vacatio legis é intervalo de tempo entre a publicação da lei e o início de vigência (e não a 
data da sua revogação). 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 16 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Uma norma jurídica pode ser expressa ou tacitamente revogada. Diz-se que há 
revogação expressa quando a lei nova declarar, em seu texto, o conteúdo da lei 
anterior que pretende revogar, enquanto que a revogação tácita ocorre sempre que 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
57 
houver incompatibilidade entre a lei nova e a antiga, pelo fato de a lei nova regular a 
matéria tratada pela anterior. 
Quanto à forma de execução a revogação se classifica em expressa ou tácita. A revogação 
expressa ocorre quando a nova lei declara que a antiga lei será total ou parcialmente 
extinta (art. 2º, § 1º, primeira parte). Por sua vez, a revogação tácita ocorre quando a nova 
lei não contém declaração no sentido de revogar a lei antiga, mas isto ocorre porque a nova 
legislação se mostra incompatível com a antiga ou regula por inteiro a matéria de que 
tratava a lei anterior (art. 2º, § 1º, última parte). 
Resposta: CERTO. 
 
QUESTÃO 17 – 2015 – CESPE - TRE-RS - ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – 
ADAPTADA. 
Segundo a legislação vigente, a norma jurídica tem vigência por tempo indeterminado 
e vigora até que seja revogada por outra lei. O ordenamento jurídico brasileiro não 
reconhece norma com vigência temporária. 
Erra a questão ao afirmar que o ordenamento jurídico brasileiro não reconhece norma 
com vigência temporária, pois reconhece sim. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 18 – 2015 – CESPE - TRE-MT - ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA. 
Com base no disposto na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a 
opção correta. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
58 
a) No tocante aos regramentos do direito de família, adota-se o critério jus sanguinis 
na referida lei. 
Item errado, pois adota-se o critério da lei do país do domicílio da pessoa, conforme art. 7º, 
LINDB. 
b) A sucessão de bens de estrangeiros situados no território brasileiro é disciplinada 
pela lei brasileira em favor do cônjuge ou dos filhos brasileiros, mesmo se a lei do país 
de origem do de cujus for-lhes mais favorável. 
Item errado, pois na verdade, a sucessão de bens de estrangeiros situados no território 
brasileiro será disciplinada pela lei brasileira em favor do cônjuge ou dos filhos brasileiros 
sempre que não lhes seja mais favorável a lei do país de origem do de cujus, conforme 
art. 10, § 1º, LINDB. 
c) Ao confronto entre uma lei especial e outra lei geral e posterior dá-se o nome de 
antinomia de segundo grau. 
Item correto,pois a antinomia de 2.º grau é a colisão de normas válidas que envolvem dois 
dos metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
d) Ocorre lacuna ontológica na lei quando existe texto legal para a solução do caso 
concreto, mas esse texto contraria os princípios que regem a própria justiça. 
Item errado, pois teremos a lacuna ontológica quando apesar de existir texto legal pra a 
solução do caso concreto, esse texto legal não contém eficácia social. Logo a Lacuna 
ontológica é a presença de norma para o caso concreto, entretanto, desprovida de eficácia 
social. 
e) O juiz poderá decidir por equidade, mesmo sem previsão legal. 
Item errado, pois o juiz somente decidirá por equidade se houver previsão legal. 
Resposta: C. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
59 
 
QUESTÃO 19 – 2014 – CESPE - TJ-DFT - JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO. 
Considerando as disposições da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a 
posição doutrinária a respeito da interpretação dessas normas, assinale a opção 
correta. 
a) Uma lei nova que estabeleça disposições gerais revoga leis especiais anteriores 
dedicadas à mesma matéria. 
Item errado, pois conforme art. 2º, § 2o A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou 
especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
b) No ordenamento jurídico brasileiro, admite-se a repristinação tácita. 
Item errado, pois em regra não se admite a repristinação, mas quando admitida, deve ser 
expressa a sua aceitação. 
c) Entre as fontes de interpretação das normas, considera-se autêntica a interpretação 
realizada pelos próprios tribunais. 
Item errado, pois na verdade a interpretação autêntica ou interpretação legislativa é a feita 
pelo próprio legislador. A interpretação jurisprudencial é a que é realizada pelos tribunais. 
d) A utilização dos costumes como método de integração das normas de direito 
material depende de expressa previsão legal. 
Item errado, pois não há a necessidade de previsão legal para se aplicar os costumes, pois 
este é a prática reiterada, pública, e geral de determinado ato com a convicção de sua 
obrigatoriedade. Assim, o costume é uma das formas de integração das normas jurídicas, 
logo, uma fonte supletiva e prevista no art. 4o que reza que quando a lei for omissa, o juiz 
decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
60 
e) A lei do país de origem do falecido estrangeiro poderá ser utilizada para regular a 
sucessão de seus bens localizados no Brasil. 
Item correto, pois conforme art. 10, § 1º, LINDB, A sucessão de bens de estrangeiros será 
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, ou de quem os 
represente. Todavia, será aplicada a lei pessoal do de cujus estrangeiro, quando esta for 
mais favorável que a lei brasileira. Então, não aplica-se simplesmente a lei estrangeira, mas 
apenas quando mais favorável. 
Resposta: E. 
 
QUESTÃO 20 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
Há direito adquirido quando já tiverem sido praticados todos os atos ou realizados 
todos os fatos exigidos pela lei para a obtenção do direito pretendido. Nesse contexto, 
é correto afirmar que nem todo direito adquirido surge de uma relação jurídica, a 
exemplo do direito de apropriar-se de coisa sem dono. 
O próprio Art. 6º, § 2º da LINDB conceitua o direito adquirido ao afirmar que Consideram-se 
adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como 
aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida 
inalterável, a arbítrio de outrem. Assim, em resumo, O direito adquirido consiste no direito 
material ou imaterial incorporado ao patrimônio do titular. 
Resposta: CERTO. 
 
QUESTÃO 21 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
61 
O sistema jurídico brasileiro admite que, devido ao desuso, uma lei possa deixar de ser 
aplicada. 
Conforme Adhemar Maciel: “O sistema jurídico brasileiro não admite que possa uma lei 
perecer pelo desuso, porquanto assentado no princípio da supremacia da lei escrita (fonte 
principal do Direito). Sua obrigatoriedade só termina com sua revogação por outra lei. 
Noutros termos, significa que não pode ter existência jurídica o costume contra legem. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 22 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
Na situação em que uma lei anterior e especial esteja em confronto com outra lei geral 
posterior, tem-se uma antinomia de primeiro grau, perfeitamente solucionável com as 
regras previstas na LINDB. 
A lacuna de conflito ou antinomia ocorre quando há o choque de duas ou mais normas 
válidas, sem que se possa dizer qual delas será aplicada em face de um determinado caso 
concreto. Neste sentido, devemos nos lembrar que temos 3 critérios para a solução do 
conflito: 
a) Cronológico – onde a norma posterior prevalece sobre norma anterior; e 
b) Hierarquia – onde a norma superior prevalece sobre a norma inferior. 
Ainda, temos a: 
a) A antinomia de 1.º grau é o choque de normas que envolvem somente um dos 
metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
b) A antinomia de 2.º grau é a colisão de normas válidas que envolvem dois dos 
metacritérios (cronológico, especialidade, hierárquico). 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
62 
Vejam que nosso conflito e entre norma especial anterior e norma geral posterior. Nesta 
situação, prevalecerá o critério da especialidade, onde a norma especial prevalece sobre 
norma geral. Detalhe: pouco importa se a norma especial é anterior à norma geral. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 23 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
A proibição de desconhecimento da lei imposta pela LINDB é absoluta. 
Em regra, conforme art. 3o LINDB, ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece. Mas esse princípio não é absoluto, pois podemos ter, por exemplo, 
desconhecimento das leis estrangeiras, municipais (inclusive para quem reside em 
municípios distintos, como vai ter ciência das leis locais de outra cidade?). 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 24 – 2014 – CESPE - PGE-PI - PROCURADOR DO ESTADO SUBSTITUTO – 
ADAPTADA. 
A lacuna ontológica ocorre quando existe texto legal que soluciona uma situação 
concreta, mas que contraria os princípios e os axiomas norteadores da própria ideia 
de justiça. 
A questão nos apresenta o conceito de lacuna axiológica e não ontológica. Logo: 
a) Lacuna ontológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto, desprovida 
de eficácia social; e 
 
DIREITO CIVIL 
 
 
 
 
63 
b) Lacuna axiológica - presença de norma para o caso concreto, entretanto, 
considerada insatisfatória ou injusta. 
Resposta: ERRADO. 
 
QUESTÃO 25 – 2013 – CESPE - TJ-RN – JUIZ. 
Consoante a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale a opção 
correta. 
a) A lei posterior somente revoga a anterior quando expressamente o declare, 
podendo a revogação ser total (ab- rogação) ou parcial (derrogação). 
Item errado, pois conforme Art. 2º, § 1o A lei posterior revoga a anterior quando: 
a) Expressamente o declare, 
b) Quando seja com ela incompatível ou 
c) Quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
b) As regras de aplicação da lei no espaço estabelecem que deve ser aplicada a lei 
brasileira quando a obrigação resultante de contrato tenha de ser cumprida no Brasil, 
ainda que o domicílio do proponente seja em outro país. 
Item errado, pois conforme art. 9º, § 2o

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