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historia moderna ensaio

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Julia Summers		Prof. Antonio Edmilson Martins Rodrigues
História Moderna II (G2 Avaliação)
1. Ciência, religião e filosofia no século do Barroco
Esse tema deve ser trabalhado tendo como horizonte o recorte de relações ou de personagens que possibilitem estabelecer as combinações indicadas pelo tema.
O século do Barroco pode ser definido como um movimento que é coincidente com as origens da modernidade na sociedade (Lahiji, 2016, p. 1). Os historiadores, por motivos de facilidade, dividem o período barroco em três seções; o início Barroco (c. 1590 – c. 1625), o Alto Barroco (c. 1625 – c. 1660) e o fim Barroco (c. 1660 – c.1725) (West, 1996) . No passado, o uso da palavra barroco como adjetivo tem vindo frequentemente com uma conotação negativa, especialmente em comparação com o Renascimento, e acadêmicos como Miroslav e John Hanak creditam a criação dessa associação desfavorável para historiadores do Renascimento, como Jacob Burckhardt (Hanak, 1970, p. 315). No entanto, nos últimos anos, muitos historiadores tentaram redefinir o período barroco para mostrar sua importância no desenvolvimento da modernidade, como Helen Hills (2011). Além disso, o período Barroco normalmente tem um foco nos aspectos culturais da época com John Martin afirmando que muitos escritores aplicaram o termo "Barroco" à arte na Europa (e em outros lugares) durante o período de 1590 - 1725 (Martin, 1989, p. 307). No entanto, quando consideramos as decorrências deste período que incluem a consciência da modernidade (Rodrigues, 2017) e o desejo de homem para aprofundar sua compreensão existencial (Hanak, 1970, p. 316), é claro que o século do Barroco deve ser associado com mais do que apenas arte. Neste ensaio gostaria de me concentrar nos temas de ciência, religião e filosofia no período Barroco, incluindo os importantes eventos, personagens e desenvolvimentos associados, e as relações que existem entre esses assuntos. [1: Este termo pode ser usado de forma sinônima com o movimento ‘Rococo’.]
	O renascimento europeu definiu as bases do homem e o começo dos seus questionamentos. No entanto, foi durante o período barroco que eles começaram a descobrir e aceitar as respostas. Os historiadores Ofer Gal e Raz Chen-Morris argumentam que a Nova Ciência é um fenômeno barroco (Gal & Chen-Morris, 2013, p. 9), e é claro que houve a produção de muitas revoluções científicas durante essa época (Rodrigues, 2017). O aumento da circulação do conhecimento significava que os cientistas poderiam acumular a pesquisa dos outros e relacioná-la em conjunto com suas próprias ideias e com outros campos de estudo (Cunningham, et al., 2016, p. 535). Uma comunidade científica internacional foi formada e isso permitiu que o progresso dentro dos domínios da descoberta científica acontecesse muito mais rapidamente (Cunningham & Reich, 2009, p. 535). Por exemplo, o Royal Society of London for Improving Natural Knowledge foi formado em 1660 em Londres, Inglaterra (The Royal Society, 2017) e do mesmo modo a Académie des Sciences de Paris, França foi criado em 1666 (Académie des Sciences, 2017). [2: Royal Society of London for the Improvement of Natural Knowledge é uma instituição destinada à promoção do conhecimento científico inglês. Foi fundada em 28 de novembro de 1660.][3: Académie des Sciences é uma academia científica fundada por Luís XIV de França em 1666 com o objetivo de promover a investigação científica francesa.]
	Uma das personagens mais importantes no surgimento do desenvolvimento científico no período barroco foi Galileu Galilei (Feldhay, 2012, p. 293). Galileu foi um homem de descoberta e invenção (Rodrigues, 2017), mudou o mundo científico durante o período barroco de duas maneiras. Em primeiro lugar, como astrônomo, ele usou seu telescópio para provar que a teoria de Copérnico era certa e, em segundo lugar, ele foi o fundador da física moderna. Embora ele seja mais conhecido por seu trabalho na astronomia, pode-se argumentar que suas descobertas no campo da física eram muito mais importantes (Cunningham, et al., 2016, p. 534). Por exemplo, em 1638, Galileu publicou suas principais obras de mecânica, incluindo experimentos de aceleração, fricção, inércia e queda de corpos. Ele corrigiu muitos dos erros de Aristóteles que constituíram a base para o pensamento anterior e, portanto, ele mudou muito o conceito de física moderna (Cleveland & Morris, 2013, p. 356). 
	A publicação do De Revolutionibus Orbium Coelestium de Copérnico em 1543 inaugurou a revolta no pensamento astronômico e cosmológico que chamamos de Revolução Copernicana (Kuhn, 1957, p. 134). Portanto, quando Galileu provou a teoria do heliocentrismo de Copérnico, enfrentou a Igreja como o principal oponente, especialmente os Jesuítas (Cunningham, et al., 2016, p. 535) (Rodrigues, 2017). A Igreja adotou a visão ptolomaica de que a Terra estava no centro do Universo; esta teoria funcionou bem com os ensinamentos da Bíblia (Cunningham, et al., 2016, p. 535). As descobertas e produções textuais de Galileu provocaram questões polemicas sobre a Igreja; apresentava problemas cruciais para o cristianismo contemporâneo: se a Terra girava ao redor do sol, onde estavam Deus e o Céu? (Fitzpatrick, 2006, p. 11). A população europeia começou a mudar de opinião (Rodrigues, 2017); embora os líderes religiosos denunciassem a teoria, as ideias dos europeus sobre seu lugar no universo começaram a mudar (Fitzpatrick, 2006, p. 11). Quando Galileu publicamente anunciou suas ideias, a Igreja proibiu-as e apresentou um caso de heresia contra ele. Mesmo com a mudança das crenças religiosas, a Igreja ainda tinha muito poder e poderia impedir a divulgação de ideias (Cunningham, et al., 2016, p. 535). Galileu foi julgado e condenado pela Inquisição Católica Romana em 1633 por seu apoio ao heliocentrismo (Finocchiaro, 1989, p. 1). Curiosamente, o Vaticano só levantou esse édito da Inquisição de Galileu 300 anos depois em 1992 (Thomsett, 2011, p. 12). O exemplo de Galileu e a Igreja mostra a combinação estreita entre a ciência e a religião durante o período barroco.
Galileu é mais conhecido por suas teorias científicas, no entanto, ele também deve ser creditado por uma variedade de invenções diferentes, como seu telescópio, o relógio de pêndulo e um termômetro básico (Williams, 2016). Aceita-se por muitos acadêmicos que a ideia de indústria foi criada no período barroco (Rodrigues, 2017). Essa revolução industrial, gerada pela criação de ‘máquina’ pode ser visto pela quantidade de invenções nessa época (Rodrigues, 2017). Algumas invenções notáveis incluem a criação de um método para a transfusão de sangue por Jean Baptiste Dennis (1625), a máquina de adição de Blaise Pascal (1642), a máquina de cálculo de Gottfried Wilhelm Leibniz (1671) e o telescópio reflexivo de Issac Newton (1688) (About, Inc., 2006).[4: Issac Newton contribuiu muito para a ciência durante o período barroco. Ele realizou uma série de experiências, descobrindo que a luz branca é composta por diferentes cores que podem ser separadas por um prisma, esta formulou sua primeira lei de gravitação universal (1665-1666) e inventou a primeira forma de cálculo (Cleveland & Morris, 2013, p. 356) .]
	Johannes Kepler (1571-1630) era um matemático, astrônomo e astrólogo durante o período barroco (Voelkel, 2001, pp. 10, 129). Como Galileu, ele também fez muitas contribuições para a comunidade científica na época. O primeiro trabalho astronômico de Kepler, O Mistério Cosmográfico, 1596 (Mysterium Cosmographicum em Latin) foi a primeira defesa publicada no sistema copernicano. Embora a Igreja tenha rejeitado este modelo geométrico, Kepler tentou explicá-lo usando Deus como uma característica importante, ele o apresentou como ‘o plano geométrico de Deus’ (Rodrigues, 2017). No entanto, as descobertas em que Kepler é mais conhecido são as 3 leis do movimento planetário (Rodrigues, 2017). Em 1609 Kepler formulou suas duas primeiras leis do movimento planetário: as órbitas elípticas dos planetas e a alteração da velocidade planetária de acordocom a distância do Sol (Cleveland & Morris, 2013, p. 356). 10 anos depois, em 1619, ele criou sua terceira lei de movimento planetário que envolve um cálculo para determinar a distância de um planeta do Sol (Tivel, 2012, p. 150). Ele também publicou uma defesa do sistema heliocêntrico00 de Copérnico (Cleveland & Morris, 2013, p. 356). Em 1623, Kepler completou as Tabelas Rudolfinas, no entanto, elas não foram publicadas até 1627. Como Galileu, as descobertas científicas de Kepler causaram tensões com a Igreja Católica. Em 1625, os agentes da Contrarreforma Católica colocaram a maior parte da biblioteca Kepler sob o selo. Kepler mudou-se para Ulm, onde organizou a impressão das tabelas às suas custas (Casper, 2012, pp. 308-328). Kepler é um exemplo da combinação entre a ciência e a religião durante esse período (Rodrigues, 2017).[5: As Tabelas Rudolfinas (Latin: Tabulae Rudolphinae) consistem em um catálogo de estrelas e tabelas planetárias publicadas por Johannes Kepler em 1627. Ele também usou alguns dados observacionais coletados por Tycho Brahe (1546-1601).]
	 
	A religião continuou a desempenhar um papel central na vida dos europeus, embora já não fosse dominada pela Igreja Católica (Fitzpatrick, 2006, p. 12). É importante lembrar que por mais que maioria dos cientistas não rejeitaram completamente Deus, eles o viram como o criador que colocou o mundo em movimento com explicações racionais para os acontecimentos de quase tudo na terra (Cunningham, et al., 2016, p. 535). Por exemplo, ao contrário de ciências físicas, o estudo das ciências naturais (ou biológicas) não envolvem questões de teologia ou filosofia, mas o crescente interesse em encontrar explicações racionais para fenômenos naturais levou a uma mudança nas visões da religião (Cunningham, et al., 2016, p. 535). [6: As ciências físicas incluem física, astronomia, química, geologia, metalurgia (McGinn, 2012, p. 142).][7: As ciências naturais (ou biológicas) incluem zoologia, botânica, genética, paleontologia, biologia molecular, fisiologia (McGinn, 2012, p. 142).]
Durante essa época, o avanço no processo de conhecimento do mundo pelo homem, fez com que eles começassem a ‘perder a fé em Deus’ e a crer que estavam se tornando o próprio "Ser divino". (Rodrigues, 2017). Houve uma mudança importante como resultado das tensões entre crença e autoridade que contribuiu para o período do Iluminismo, que se seguiu. Os estados europeus experimentaram a hostilidade devido à Reforma Protestante, sua contraparte católica e, como resultado, o estabelecimento de monarquias ‘absolutas’ (Bödeker, et al., 2008). No entanto, o sociólogo Norbert Elias diz que mesmo Luís XIV que foi frequentemente apresentado como "exemplo máximo de soberano absoluto, irrestrito e onipotente” num exame mais detido aparece como um indivíduo que, em virtude de sua posição como rei, fazia parte de uma rede muito específica de interdependências” (Elias, 1969, p. 29). O Elias concluiu que os monarcas não conseguiram exercer de forma alguma um poder “absoluto” pelo fato de que seria incorreto dizer que seu poder e ações não tinham limite (Elias, 1969, p. 46). Isso mostra que mesmo os líderes dos países estavam tentando alterar o papel da religião como sendo o poder "absoluto", no entanto suas tentativas não foram completamente bem-sucedidas.[8: O iluminismo (ou Século das Luzes) foi um movimento cultural da elite intelectual europeia do século XVIII que procurou mobilizar o poder da razão, para reformar a sociedade e o conhecimento herdado da tradição medieval. Muitas pessoas ][9: Luís XIV (1638 - 1715), apelidado de "o Grande" e "Rei Sol", foi o Rei da França e Navarra de 1643 até à sua morte. O seu reinado foi na era do absolutismo europeu.]
Para entender a situação teológica no período barroco, é importante contextualizar a agitação religiosa em toda a Europa tanto antes quanto durante essa época. A Europa foi destruída por décadas de guerra quando católicos e protestantes lutaram pelo controle político (Fitzpatrick, 2006, p. 11). A razão para o início dos conflitos foi intrinsecamente relacionada com a Reforma iniciada por Martinho Lutero em 31 de outubro de 1517. Essas guerras incluem Guerra dos Camponeses (1524–1525), Segunda Guerra de Kappel na Suíça (1531), Guerra de Esmalcalda (1546–1547), Guerra dos Oitenta Anos (1568–1648), Guerras religiosas na França (1562–1598), Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) e Guerras dos Três Reinos (1639–1651). Nesse parágrafo eu vou enfocar sobre a Guerra dos Trinta Anos; foi “um dos mais violentos conflitos militares da história da humanidade, que deixou 8 milhões de mortos e mudou a face da Europa” (Alves, 2016). As hostilidades entre católicos e protestantes e assuntos constitucionais germânicos gradativamente se transformou numa luta europeia. Santo imperador romano, Fernando II tentou impor o catolicismo romano em todos os seus domínios (ele era muito menos tolerante do que seu predecessor Rudolf II). Os estados protestantes do Norte, irritados com a violação de seus direitos de escolha que tinham sido concedidos na Paz de Augsburg, se uniram para formar a União Protestante (Wilson, 2010). Quando a guerra finalmente terminou, com a negociação de Paz de Vestfália em 1648; não ocorreu o início da paz para a Europa, pois ainda haveria o conflito das Guerras dos Três Reinos. [10: A Reforma (ou Reforma Protestante / Reforma Europeia) foi um cisma da Igreja Católica Romana iniciada por Martin Luther e continuada por John Calvin, Huldrych Zwingli e outros Reformadores Protestantes adiantados na Europa do século 16.]
	René Descartes (1595 – 1650) estava nas fileiras como observador do Exército da Liga Católica durante a Guerra dos Trinta Anos. Ele foi um filósofo, matemático e cientista francês que muitas vezes foi chamado como fundador da filosofia ocidental moderna (Russell, 2008, pp. 557, 560). Suas obras ofereceram muitas ideias modernas que ao contrário de outros filósofos, não dependeu das ideias daqueles anteriores a ele para a fundação de seu próprio trabalho (Russell, 2008, p. 557). Descartes considerou-se como católico devoto (Rodis-Lewis, 1999, p. 207) (Oppy & Trakakis, 2014, p. 107), e ele afirmou que grande parte de seu trabalho filosófico foi desenvolvido na tentativa de defender a Deus e provar a existência dele. No entanto, recebeu críticas intensas de outros filósofos religiosos, incluindo Blaise Pascal e Martin Schoock; Schoock acusou Descartes de ser ateu, mesmo que Descartes tenha feito críticas aos ateus em seu trabalho. O filósofo francês Pierre Baile desaprovou o trabalho de Descartes dizendo que ele precisava conhecer a Bíblia com mais profundidade (Denery II, 2015, p. 94). Em 1663, sofreu o mesmo destino que muitos acadêmicos no período barroco e seus livros foram proibidos pela Igreja Católica (Mendler, 2014, p. 16). Descartes é um bom exemplo da complexa combinação entre a filosofia e a religião (teologia). [11: Pierre Baile, ou Bayle (1647 – 1706), foi um filósofo e escritor francês mais conhecido por seu trabalho sobre o Dicionário Histórico e Crítico (1697). Ele também é conhecido por sua conversão do calvinismo ao catolicismo, e depois seu retorno ao calvinismo 17 meses depois.]
	Para continuar esse tema da relação entre religião e filosofia, o professor inglês de filosofia Nicholas Jolley afirmou que a filosofia teve um papel importante ao desempenhar infraestrutura para a teologia cristã (Jolley, 2003, p. 363). Ele declarou que as controvérsias teológicas da época criaram novos problemas que exigiam soluções filosóficas (Jolley, 2003, p. 363). É importante considerar que talvez tenha sido a Igreja que não aceitou as descobertas filosóficas, enquanto muitos seguidores da religião conseguiram aceitar uma coexistência tanto de Deus quanto da filosofia em suas crenças. Hanak concorda com essa ideia, alegando que o ‘homem’ está disposto a retornar o trono do universo a Deus, desde que ele possa manter os ganhos que seu próprio conhecimento (Hanak, 1970, p. 316). Jolley chega para afirmar queos conservadores e os radicais estavam frequentemente envolvidos na pesquisa comum, pois ambos procuravam uma relação positiva e prática entre a teologia e a "Nova Filosofia" (Jolley, 2003, p. 363). Portanto, é claro que, apesar dos embates, até certo ponto, a religião e a filosofia poderiam coexistir e, em alguns casos, precisavam da influência mútua para progredir.
	Os filósofos começaram a fazer perguntas muito antes do período barroco, ou mesmo do Renascimento, como Thomas Aquinas (1225-1274) (Cunningham, et al., 2016, p. 533). Muitas dessas questões foram revisadas durante o período barroco devido ás diversas abordagens ao explicar os mistérios conceituais do mundo. Por exemplo, as descobertas de Aquinas se relacionam mais à generalização abstrata, enquanto as revelações barrocas (p. ex. de Galileu) refletiram as demonstrações objetivas (Cunningham, et al., 2016, p. 534). O homem queria aprofundar sua consciência existencial, buscando uma síntese do "duplo homem"; o entendimento corpóreo e filosófico (Hanak, 1970, pp. 316, 318). Quase todos os filósofos do século XVII também estiveram envolvidos no campo das ciências físicas ou naturais (p. ex. Galileu Galilei, René Desartes, Thomas Hobbes e John Locke); essa consolidação de estudo ajudou a filosofia e a ciência a combinar-se naturalmente. Descartes é frequentemente considerado o primeiro pensador a enfatizar o uso da razão, um conceito principal da filosofia, para desenvolver as ciências naturais (Grosholz, 2001). Do mesmo modo, argumenta que havia o uso de ‘mathematição’ (inglês: mathematisation) que transforma a matemática em principal ferramenta da ciência natural (Gal & Chen-Morris, 2013, p. 12). 
A diferença fundamental entre como a maioria de acadêmicos veem a ‘ciência’ e a filosofia é que muitas vezes pensam na filosofia como a interpretação de novas ideias e teorias e ciência como a descoberta de uma ideia e continuação deste para um propósito objetivo (Daddorio, 2017, p. 11). Levando em consideração sua diferença fundamental, ainda é muito aparente que as sobreposições entre os dois temas não sejam apenas possíveis, mas ne verdade muito comuns. Os dois estão frequentemente ligados ao discutir os progressos realizados na sociedade a partir da educação e na busca de um ideal universal (Rodrigues, 2017).
Uma personagem importante no campo de filosofia foi John Locke (1632-1704), um filósofo e médico inglês. Ele teve um interesse muito grande nas ciências experimentais, no entanto, os seus trabalhos filosóficos foram mais influentes na sociedade e contribuíram muito para o movimento filosófico e intelectual o Iluminismo (Hourly History, 2006). A atitude objetiva em relação à confiança que o acompanhava no papel libertador da razão eram as características do Iluminismo (Fiero, 1995, p. 100). Em particular, o seu ensaio “Ensaio sobre o entendimento humano” de 1690 (inglês: Essay on Human Understanding) foi muito importante porque discutiu muitas questões filosóficas (Bensaude-Vincent, 2016). Locke tentou com sucesso libertar a natureza humana do controle da autoridade divina. Os seres humanos estavam sendo vistos como indivíduos que deram suas contribuições de ideias, personalidades e experiências (Cunningham, et al., 2016, p. 538). Locke trabalhou diretamente na ciência da filosofia (The Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2013), e é um exemplo perfeito de como as duas disciplinas poderiam trabalhar harmoniosamente juntas.
Em conclusão, é evidente que todos os três temas; a ciência, a religião e a filosofia desenvolveram um papel fundamental durante o período barroco. Naturalmente, devido à proximidade do estudo de cada um desses temas, muitas vezes se encontravam incorporados. Essa combinação às vezes refletiu a relação harmoniosa entre certos assuntos, e outras vezes refletiu as crenças e interpretações opostas à eles. Mais importante ainda, cada tema avançou para criar uma variedade de novos conceitos dos quais muitos ainda são prevalentes na sociedade hoje e formam a base do nosso conhecimento moderno. Esta evolução não teria sido tão extensa se não fosse pelos personagens importantes e as relações formadas entre cada tema, sendo conflituoso ou agradável.

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