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Estudo Radiologico do Tórax

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Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
1 
 
www.medresumos.com.br 
 
 
ESTUDO RADIOLÓGICO DO TÓRAX 
 
 A radiografia do tórax serve como um registro da presença ou ausência de doença na data em que foi feito, e 
exames de seguimento podem determinar a progressão ou o desenvolvimento da doença. Por outro lado, o exame 
radiográfico do tórax não deve tomar o lugar do exame físico de rotina e de história clínica, mesmo demonstrando lesões 
que não podem ser encontradas de nenhuma outra maneira. 
 
 
RADIOGRAFIA DO TÓRAX 
 O exame radiográfico padrão do tórax varia em diferentes 
instituições, mas deve consistir pelo menos numa tomada póstero-
anterior (PA) e, possivelmente, numa projeção lateral (em Perfil). 
Ambas devem ser realizadas durante a inspiração profunda (em 
apneia respiratória), estando o paciente na posição ereta. Imagens 
realizadas durante a expiração são difíceis de interpretar porque 
durante a expiração as bases pulmonares apresentam-se 
borradas e a sombra cardíaca aumenta em tamanho. Em PA, o 
paciente deve por as mãos na cintura fazendo um arco com os 
membros superiores, de modo que as escápulas sejam desviadas 
do campo pulmonar. 
Para pacientes que não conseguem ficar em pé 
encostados no filme radiográfico, ou mesmo crianças incapazes 
de se posicionar para uma radiografia em PA, esta é substituída 
por uma tomada anteroposterior (AP) e, neste caso, as estruturas 
mediastinais (como o coração) aparecerão maiores do que em 
tomadas PA justamente devido a sua posição mais anteriorizada. 
O decúbito lateral com raios-X horizontais (incidência 
de Laurell) pode ser utilizado em casos de suspeita de derrame 
pleural. Na imagem formada, observa-se um achado radiológico 
denominada de mancha hidroaérea concentrada na parte do tórax 
mais baixa no decúbito por ação da gravidade. Com isso, na 
suspeita de um eventual derrame pleural, posiciona-se o paciente 
no decúbito correspondente ao lado do derrame em suspeita. Em 
casos de pneumotórax, faz-se o inverso: suspeitando-se de um 
pneumotórax do lado esquerdo, põe-se o paciente em decúbito 
lateral direito, fazendo com que o ar, por densidade, suba para o 
nível mais superior do tórax. 
Pode-se utilizar a incidência ápico-lordódica para retirar 
a clavícula do campo de visão do ápice pulmonar. Essa incidência 
adicional é importante quando se observa uma massa tumoral no 
ápice pulmonar em PA encoberta pela clavícula. 
As radiografias do tórax são obtidas a uma distancia tubo-
chapa de pelo menos 1,80 m, para reduzir um mínimo as 
distorções por divergência e magnificação, sendo obtidas à 
inspiração plena (isto é, apneia respiratória). Esta apneia é 
satisfatória quando se observa cerca de 8 arcos costais 
posteriores ou 6 anteriores. Caso contrário, falsas imagens podem 
ser obtidas. 
Muitos radiologistas preferem uma técnica de alta voltagem (120 a 150 kVp), o que possibilita boa penetração e 
visualização das estruturas retrocardíacas e mediastinais, mas podem, contudo, queimar o filme e trazer imagens 
escurecidas (muito penetradas). Caso contrário, isto é, em baixas voltagens, tem-se imagens pouco penetradas. A 
penetração ideal para a imagem é aquela que permite a visualização dos corpos vertebrais posteriormente à área 
cardíaca. 
O paciente deve ficar bem centralizado e praticamente imóvel. Do ponto de 
vista técnico, a centralização do paciente é avaliada de acordo com a simetria das 
distâncias bilaterais entre as extremidades mediais das clavículas e os processos 
espinhosos das vértebras adjacentes. Essas estruturas devem estar equidistantes uma 
das outras. 
Arlindo Ugulino Netto. 
RADIOLOGIA 2016 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
2 
 
www.medresumos.com.br 
 
ROTEIRO PARA ANÁLISE 
 A ordem através da qual se avalia as estruturas torácicas não é importante, contanto que todas as estruturas 
sejam avaliadas. O que importa é seguir uma rotina, pois de outra forma, anormalidades importantes podem passar 
despercebidas. Um roteiro para o exame de radiografias frontais e laterais do tórax é apresentado a seguir: 
 Checar a identificação do paciente. 
 Estruturas ósseas: checar a integridade 
das costelas, clavículas, coluna, esterno 
e articulação escapulo-umeral. Deve-se 
examinar ainda os tecidos moles 
adjacentes. Nas mulheres, cheque a 
presença de ambas as mamas. Após 
uma mastectomia, a sombra da mama 
não mais se define. A redução do 
volume de tecidos moles leva a uma 
radiotransparência maior deste lado do 
tórax, fato que não deve ser confundido 
com doença pulmonar. 
 Parede torácica e partes moles da 
parede torácica. 
 Mediastino: a borda superior direita do 
mediastino geralmente é reta ou 
levemente curvada enquanto se dirige para baixo para fundir-se com a borda direita do coração. A borda 
superior esquerda do mediastino é mal definida acima do arco aórtico. O contorno do mediastino e do coração 
deve ser claramente observado, exceto onde o coração encontra-se em contato com o diafragma. 
 Vias aéreas, Pulmões e pleura: as únicas estruturas que podem ser identificadas nos pulmões normais são os 
vasos sanguíneos, as fissuras interlobares e as paredes de certos brônquios maiores que podem ser observados 
de topo. As fissuras somente podem ser observadas quando estão alinhadas com o feixe de raio-X; elas são 
compostas de duas camadas de pleura. Geralmente, é visível somente a fissura horizontal (fissura menor) na 
projeção frontal, dirigindo-se do hilo direito para a sexta costela na axila. As fissuras formam os limites dos lobos, 
assim, o conhecimento de suas posições é essencial para uma apreciação na anatomia lobular. Deve-se 
procurar opacificações ou translucências pulmonares anormais. 
 Diafragma: deve-se traçar e delimitar o diafragma. As superfícies superiores do diafragma devem estar 
claramente visíveis de um ângulo costofrênico até o outro, exceto onde o coração e o mediastino estão em 
contato com o diafragma. Numa radiografia inspiratória de boa qualidade, a cúpula do hemidiafragma direito 
encontra-se ao nível da terminação anterior da sexta costela, estando o hemidiafragma direito mais de 2,5 cm 
mais alto que o esquerdo devido as suas relações com o fígado. Geralmente, a borda anterior do hemidiafragma 
esquerdo pode ser perdida devido ao sinal de silhueta (ver OBS
1
), uma vez que o diafragma e o coração 
apresentam a mesma densidade radiológica, praticamente. 
 Observar os “cantos” da radiografia, em que não há estruturas torácicas, a procura de qualquer outro artefato. 
 
OBS
1
: O sinal da silhueta é um fenômeno radiológico que acontece quando duas estruturas de mesma densidade se 
sobrepõem uma sobre a outra, fazendo com que seus contornos apareçam com demarcação imprecisa. Será melhor 
discutido mais adiante, ainda neste capítulo. 
 
AVALIAÇÃO RADIOGRÁFICA DO MEDIASTINO 
 O contorno do mediastino e do coração deve ser claramente observado, exceto onde o coração encontra-se em 
contato com o diafragma. 
É necessário avaliar ainda as divisões do mediastino e seus conteúdos: 
 Mediastino superior: arco aórtico, grandes vasos, linfonodos, esôfago, traqueia; 
 Mediastino posterior: aorta descendente, estruturas ósseas adjacentes, medula, raízes nervosas, gânglios e 
nervos, veias ázigos e hemiázigos, esôfago, linfonodos; 
 Mediastino anterior: aorta ascendente, timo, gordura e linfonodos; 
 Mediastino médio: coração, grandes vasos, traqueia e brônquios fontes e linfonodos. 
 
Uma completa avaliação do mediastino em uma incidência em PA, deve constar a observação do Índice 
cardiotorácico (ICT, ver OBS² e OBS
3
). A avaliação da área cardíaca em perfil consiste na visualização do contato da 
margem cardíaca anterior (representada pelo ventrículo direito, porção mais anterior do coração) que não pode exceder 
os 3 cm, de modo que um espaço retroesternal livre (apresentando apenas ar) deve existir. 
Os vasos mediastinais que devem ser observados incluem: tronco arterial braquiocefálico D, artéria carótidacomum E, artéria subclávia E; aorta ascendente, arco aórtico, aorta descendente; tronco da artéria pulmonar; artérias 
pulmonares D, E e seus respectivos ramos; veias braquiocefálicas D e E; veias ázigos e hemiázigos; veia cava superior; 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
3 
 
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veias pulmonares. Os principais componentes do hilo pulmonar são as artérias pulmonares: a artéria pulmonar 
esquerda, na radiografia, aparece como se fosse uma continuação do tronco pulmonar, enquanto que a artéria pulmonar 
direita se assemelha, de fato, a um ramo da artéria pulmonar esquerda. Além disso, a artéria pulmonar esquerda é um 
pouco mais alta que a artéria pulmonar direita. 
 
 
OBS
2
: Com base em parâmetros físicos, sabe-se que os raios-X são divergentes a partir da fonte radioativa. Desta 
forma, a depender do posicionamento do objeto, as dimensões reais das estruturas a serem radiográficas poderão sofrer 
diferentes distorções. 
 
O esquema acima mostra a diferença da imagem radiografada gerada a depender do posicionamento do objeto. Como 
os raios-X são divergentes a partir da fonte radioativa e se propagam em linha reta, é sempre necessário posicionar o 
objeto a ser estudado o mais próximo possível do filme, como em (a). Desta forma, a imagem radiografada será 
representada por dimensões mais fieis e fidedignas com relação às do objeto. Entretanto, se aproximarmos o objeto da 
fonte radioativa, como em (b), ocorrerá uma magnificação da imagem. Este detalhe pode ser importante quando 
avaliamos o mediastino nas incidências em AP e PA. 
 
 
OBS
3
: Índice cardiotorácico: é uma medida dimensional que 
avalia as proporções entre a área cardíaca e a parte do tórax que a 
contém. Consiste na razão entre o maior diâmetro cardíaco (DC) 
sobre o diâmetro interno do tórax (DT, a partir da borda interna das 
costelas), isto é: ICT=DC/DT. Em adultos, o ICT deve ser até 0,5 
(≤0,5) e para crianças, até 0,6 (≤0,6, pois nessa faixa etária, a 
incidência anteroposterior pode ser utilizada e a área cardíaca 
aparece ligeiramente maior). O ICT poderá está diminuído, mas 
sem representar alguma patologia importante, nas incidências em 
AP, uma vez que o coração está mais distante do filme e, por 
motivos vistos na OBS
2
, a imagem cardíaca (e, portanto, o DC) 
estará aumentada. 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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 Os sítios linfonodais do mediastino também devem 
ser avaliados: mediastinal superior; paratraqueal superior 
(D e E); pré-vascular e retrotraqueal (D e E); paratraqueal 
inferior; sub-aórtico e para-aórtico (D e E); subcarinal (ou 
infracarinal), paraesofágico (D e E), linfonodos do ligamento 
pulmonar; linfonodos hilares, interlobares, lobares, 
segmentares e subsegmentares. Radiograficamente, dentre 
todos esses sítios, a visualização só é eficaz até os 
linfonodos hilares (representado pelo número 10 na figura 
ao lado). 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIAS AÉREAS – TRAQUEIA E BRÔNQUIOS 
 Como sabemos, a traqueia é um tubo musculocartilaginoso 
localizado anteriormente ao esôfago e, em nível da sínfise manúbrio-
esternal (ângulo de Louis), a traqueia se bifurca em brônquios principais 
(ou fontes) direito e esquerdo, de modo que o brônquio direito se 
assemelha radiograficamente com uma continuação da traqueia 
enquanto que o esquerdo se assemelha a um ramo deste brônquio (note 
que acontece o inverso com as artérias pulmonares). Cada brônquio se 
divide de acordo com a quantidade de lobos de cada pulmão 
correspondente: o brônquio direito apresenta três ramos (brônquios 
superior, médio e inferior) e o esquerdo, dois ramos (brônquio superior e 
inferior). 
 Os pulmões são dois órgãos de parênquima esponjoso repletos 
de ar (e, portanto, são hipocaptantes, apresentando-se escurecidos). O 
pulmão direito apresenta três lobos: superior, médio e inferior; e duas 
fissuras: fissura horizontal (menor) e fissura oblíqua (maior). O pulmão 
esquerdo apresenta dois lobos: superior e inferior; e uma fissura, a 
fissura oblíqua (maior). 
 Geralmente, apenas a fissura horizontal (cisura menor) é visível 
na projeção frontal, dirigindo-se do hilo direito para a sexta costela na 
axila. Não existe equivalente para a fissura horizontal à esquerda. 
As fissuras oblíquas (cisuras principais ou maiores) são visíveis somente na incidência em perfil. As fissuras, 
como sabemos, formam os limites dos lobos, assim, o conhecimento de suas posições é essencial para uma apreciação 
da anatomia lobar. Em casos de derrame pleural, as fissuras podem tornar-se mais evidentes ou espessadas. 
 Os lobos pulmonares são divididos ainda em 
segmentos menores: 
 LSE: ápico-posterior, anterior, lingular superior, 
lingular inferior. 
 LIE: basal ântero-medial, basal lateral, basal 
posterior, superior (apical). 
 LSD: apical, posterior, anterior. 
 LM: lateral, medial. 
 LID: basal anterior, basal lateral, basal 
posterior, basal medial, superior (apical). 
 
 
OBS
3
: Vale lembrar a presença da língula no lobo 
superior do pulmão esquerdo, apresentando-se sobre 
o ventrículo esquerdo. 
 
 
IMAGENS ADICIONAIS – RADIOGRAFIA DE TÓRAX NORMAL 
Em resumo, alguns elementos de referência devem ser levados em consideração para a avaliação de uma 
imagem radiográfica, independente do segmento corporal a ser estudado. É importante, antes de mais nada, reconhecer 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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a orientação da imagem no papel radiográfico: como se nós tivéssemos capturando uma foto de um indivíduo de frente, 
todas as estruturas anatômicas estudadas devem ser analisadas como se o paciente estivesse de frente para o 
observador. A partir daí, devemos seguir, pelo menos, três passos fundamentais para análise da lâmina. 
1. Primeiro passo: conferir a identificação do paciente, pelo nome e/ou número do prontuário. A identificação 
deverá estar impressa e legível na radiografia, sem superpor estruturas importantes do exame radiográfico. 
2. Segundo passo: julgar a qualidade técnica da imagem. Uma radiografia realizada com técnica perfeita é 
caracterizada pelas seguintes características: dose de radiação adequada; boa inspiração; alinhamento 
adequado. 
3. Terceiro passo: neste instante, o examinador deve seguir um roteiro propedêutico para observar, de maneira 
sequencial e objetiva, todos os aspectos anatômicos da imagem torácica radiografada. A ordem com a qual se 
avalia as estruturas não é importante; o que importa é seguir uma rotina, pois de outra forma, anormalidades 
importantes podem passar despercebidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
OBS
4
: A broncografia é um exame não mais utilizado com o advento da tomografia que consistia na visualização das 
vias aéreas do paciente por meio do uso de bário como contraste. O bário, introduzido na via aérea do paciente, 
delimitava os brônquios e suas divisões segmentares. 
 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 
 A tomografia computadorizada (TC) de tórax é o método de eleição para estudo das patologias torácicas; tendo 
uma grande vantagem sobre os demais exames no que diz respeito a nitidez de visualização tridimensional das mais 
variadas patologias, permitindo assim fazer diagnósticos muito seguros, bem como programar estratégias terapêuticas e 
por fim mapear anatomia cirúrgica do paciente. 
Em resumo, existem muitas indicações para a TC em doenças pulmonares: 
 Demonstração da presença e da extensão de massas mediastinais e de outras anormalidades mediastinais. A 
TC é amplamente utilizada para demonstrar linfonodos aumentados em tamanho quando se faz o estadiamento 
de pacientes com doença neoplásica, particularmente no câncer de pulmão e no linfoma. Uma das vantagens da 
TC é que ela é capaz de distinguir estruturas vasculares de não-vasculares, por exemplo, um aneurisma de uma 
massa sólida. Da mesma forma, a TC permiteque se reconheça o tecido adiposo, o que é útil no diagnóstico de 
tumores com tecido adiposo ou para a exclusão de anormalidades significativas quando o mediastino encontra-
se aumentado em tamanho meramente devido a excesso de deposição lipídica. 
 Demonstração da forma de uma massa intrapulmonar ou pleural ou para detecção de calcificação de uma 
massa, quando a interpretação de radiografias do tórax é difícil. 
 Localização de uma massa anteriormente à biopsia. 
 Demonstração da presença de doença quando a radiografia do tórax é normal em casos nos quais suspeita-se 
de uma anormalidade intratorácica por outros motivos, por exemplo, na detecção de metástases pulmonares ou 
de tumores tímicos em pacientes com miastenia grave. 
 Documentação da presença, extensão e gravidade de bronquiectasias. 
 Diagnósticos e avaliação de doença pulmonar difusa. 
 Diagnóstico de embolia pulmonar utilizando a técnica conhecida como angiografia pulmonar por TC. 
 
TÉCNICA 
 Um exame de rotina consiste de cortes contíguos. Meio de contraste intravenoso é administrado em muitos 
casos, particularmente quando o propósito do exame é visualizar o mediastino ou hilos. As imagens normais são obtidas 
de ambos os pulmões e com janela mediastinal. Caso a TC tenha sido realizada para observar lesões ósseas, são 
usados parâmetros ósseos. 
 Cortes mais finos podem ser utilizados para produzir imagens com resolução espacial maior quando se utiliza a 
assim chamada TC de alta resolução (HRCT, High Resolution TC). Os cortes mais finos são frequentemente obtidos 
com 1 cm de intervalo poupando o paciente da radiação. 
 
IMAGENS TOMOGRÁFICAS DO TÓRAX 
Recomenda-se que utilize o corte tomográfico obtido ao nível do arco da aorta como plano básico de referência 
na interpretação. Esse corte é de uma anatomia simples, além de ser de muito fácil reconhecimento. Identificando-se o 
arco aórtico, o observador segue as estruturas em sentido cranial, até o estreito superior do tórax e, depois, voltando ao 
nível da mesma, segue em direção caudal, até a transição tóraco-abdominal. Será descrita a anatomia seccional do 
mediastino, em dez cortes tomográficos, numerados de TC1 a TC10, conforme a sequência da análise proposta. 
 
TC1. Secção axial (transversal) no plano do centro da croça (arco) da aorta: 
 
 Arco da Aorta. 
 V. Cava Superior. 
 Esôfago. 
 Traqueia. 
 Trígono Tímico. 
 Quando existem Linfonodos Paraórticos (6). 
 Quando existem Paratraqueais (4L e 4R). 
 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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TC2. Secção axial (transversal) no plano da porção horizontal da V. braquiocefálica E: 
 
 Veia Braquiocefálica Esquerda. 
 Veia Braquiocefálica Direita. 
 Tronco Arterial Braquiocefálica. 
 Artéria Carótida Direita. 
 
 Artéria Subclávia Esquerda. 
 Traqueia. 
 Esôfago. 
 Quando existem Linfonodos Paratraqueais altos 
(2R e 2L). 
 
 
TC3. Secção axial (transversal) ao nível da incisura jugular do esterno: 
 
 
 
 Artéria Carótida Comum Direita. 
 Artéria Subclávia Direita. 
 Veias Braquiocefálicas Direitas e Esquerda. 
 Artéria Carótida Comum Esquerda e Subclávia 
Esquerda. 
 Linfonodos Pré e Para Traqueais Altos caso 
existam. 
 Clavículas, Manúbrio e Primeiras Costelas. 
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TC4. Secção axial (transversal) ao nível da janela aórtico-pulmonar: 
 
 
 Aorta Ascendente e Descendente. 
 Às vezes Ligamento Arterioso calcificado. 
 Veia Cava Superior. 
 Às vezes, podemos observar a croça da Ázigos. 
 Linfonodos Subaórticos e Paratraqueais Baixos. 
 
 
 O corte TC4 não é continuação cranial de TC3, sendo uma secção mais inferior do que o corte inicial (TC1). A 
partir de TC4, os cortes são mais caudais quando comparados ao nível TC1. Trata-se do último corte em que a traqueia 
ainda é vista como uma estrutura única: a partir dos próximos, já será possível observar os brônquios fontes. 
 
TC5. Secção axial (transversal) ao nível da artéria pulmonar esquerda: 
 
 Artéria Pulmonar Esquerda. 
 Carina. 
 Aorta Ascendente e Descendente. 
 Veia Cava Superior. 
 Linfonodos Subcarinais quando presentes. 
 
 
 O TC5 é considerado um corte mais caudal em relação ao TC4. Na imagem tomográfica, continua a observar a 
aorta descendente, ascendente, veia cava superior. A traqueia, nesse nível, está bifurcando-se em brônquios fontes 
principais direito e esquerdo, em nível da Carina da Traqueia. Neste instante, a Veia cava superior apresenta uma 
pequena mudança conformacional semelhante à uma “pequena orelha”, chegando próximo ao átrio direito. Por ser um 
corte mais inferior em relação ao corte TC4, já é possível observar o tronco da artéria pulmonar, formando a artéria 
pulmonar esquerda (neste instante, está cavalgando em cima do brônquio fonte esquerdo). 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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TC6. Secção axial (transversal) ao nível da artéria pulmonar direita: 
 
 Aorta Ascendente e Descendente. 
 Veia Cava Superior. 
 Brônquio Fonte Direito e Esquerdo 
 Tronco da Artéria Pulmonar, Artéria Pulmonar 
Direita e Esquerda. 
 
 
 
TC7. Secção axial (transversal) ao nível da válvula aórtica: 
 
 Aorta Descendente. 
 Ventrículo Direito. 
 Átrio Direito. 
 Aorta. 
 Átrio Esquerdo e veias pulmonares 
 
 
 A partir do corte em TC7, observam-se as mudanças reais das estruturas anatômicas. Na imagem, observa-se o 
início do ventrículo direito. Observa-se ainda a estrutura mais posterior do coração, que é formada pela conjunção de 4 
vasos pulmonares, átrio esquerdo. Nas TC com contraste, o átrio esquerdo assemelha-se a uma borboleta. Neste nível, 
não é mais possível observar brônquios ou traqueia. 
 
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TC8. Secção axial (transversal) ao nível das veias pulmonares inferiores: 
 
 Aorta 
 Átrio Direito. 
 Ventrículo Direito. 
 Ventrículo Esquerdo. 
 Átrio Esquerdo. 
 Veias Pulmonares Inferiores 
 
TC9. Secção axial (transversal) ao nível das válvulas tricúspide e mitral: 
 
 Aorta descendente 
 Átrio Direito. 
 Átrio Esquerdo. 
 Ventrículo Direito. 
 Ventrículo Esquerdo 
 
 
TC10. Secção axial (transversal) ao nível da transição tóraco-abdominal: 
 
 
 Diafragma 
 Fígado. 
 Aorta. 
 Veia Cava Inferior 
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ACHADOS RADIOLÓGICOS DAS DOENÇAS PULMONARES 
 Quando está se observando um exame torácico anormal, a primeira pergunta a ser feita é: “Onde está a 
anormalidade?” e “Qual a sua extensão?”, para que somente então possa ser feita a seguinte pergunta: “Do que se 
trata?”. O primeiro passo é examinar todos os exames disponíveis. 
De uma forma geral, quando o pulmão é agredido, ele passa a expressar achados radiológicos específicos, 
geralmente, na forma de opacidades. A localização, a forma e a extensão da opacidade, associada aos achados clínicos 
do paciente, auxiliam no diagnóstico das doenças pulmonares. 
Didaticamente, o pulmão é dividido para estudo radiológico em partes componentes intersticiais e alveolares. 
São nesses dois componentes que devem ser avaliadas possíveis opacidades radiográficas. Muitas doenças podem 
gerar opacidades mistas, mas, na maioria das vezes, um desses componentes é predominante. 
 A informação fornecida por raios-X de tórax depende muito do contraste entre o ar radiotransparente nos 
pulmões comparado com a opacidade do coração, vasos sanguíneos, mediastino e diafragma. Uma lesão intratorácica 
que toca o limite do coração, aorta ou diafragma oblitera este limite na radiografia torácica. Este sinal é conhecido como 
o sinal da silhueta. O sinal da silhueta é um sinal valioso para localizar doenças a partir de radiografias do tórax, e 
possui duas aplicações clínicas: (1) muitas vezes é possível localizar uma sombra observando quais limites foram 
perdidos,como por exemplo, perda do limite cardíaco quer dizer que o sombreamento situa-se na metade torácica 
anterior; (2) o sinal da silhueta torna possível o diagnóstico de distúrbios como consolidação ou colabamento pulmonar. 
 Além do sinal da silhueta, temos ainda o sinal do bronco-grama aéreo (ou aéreo-broncograma) que significa 
uma opacidade do parênquima pulmonar sugestiva de consolidação alveolar. Um determinado lobo pulmonar aparece 
parcialmente radiopaco, exceto nas áreas que contém ar. 
 
 Opacidades esféricas (massas e nódulos pulmonares): nódulos são lesões bem delimitadas com diâmetro 
menor que 3 cm; ao passo em que massas são lesões pulmonares com diâmetro maior ou igual a 3 cm. Quando 
se fala em nódulos ou massas, devemos determinar a natureza da lesão quanto a sua origem: pulmonares ou 
extrapulmonares (pleurais, estruturas ósseas, parede torácica, etc.). Para localizar a lesão e determinar se a 
mesma é intra ou extra-pulmonar, devemos avaliar três critérios: 
 Observar os contornos e o epicentro da lesão. Se os contornos da 
lesão não estiverem bem delimitados, seu epicentro localiza-se fora 
do parênquima pulmonar e, portanto, trata-se de uma lesão 
extrapulmonar (na figura, B e C). Se o centro da lesão estiver dentro 
do pulmão, fala a favor de lesão intrapulmonar (A). 
 Observar o maior eixo da lesão: quando o maior eixo não está em 
contato com estruturas fora do pulmão, sugere-se lesão 
extrapulmonar. Quando o maior eixo localiza-se dentro do 
parênquima, sugerimos ser uma lesão pulmonar. 
 Observar os ângulos da lesão. Nas lesões intrapulmonares, os 
ângulos tendem a ser agudos. No caso de massas 
extrapulmonares, encontramos ângulos obtusos. 
 
Ex
1
: 
 
 
 Nódulo pulmonar solitário: são classificados nódulos pulmonares lesões bem localizadas com menos 
de 3 cm de diâmetro. As causas mais usuais de um nódulo pulmonar solitário (no geral, tem em torno de 
1 cm) são: carcinoma brônquico; tumor benigno de pulmão; granuloma infeccioso; metástases; abscessos 
pulmonares; pneumonia esférica (raramente). Com exceção do abscesso pulmonar e da pneumonia 
esférica, as lesões previamente listadas causam sintomas, sendo a massa expansiva inicialmente notada 
em uma radiografia simples de tórax de rotina. Devem ser avaliados os seguintes parâmetros: tamanho, 
volume, presença de calcificação, regularidade das bordas, forma da opacidade, envolvimento da parede 
Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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torácica adjacente, cavitação, etc. O tamanho é sempre importante, pois nódulos com cerca de 3 cm sem 
calcificação podem sugerir um tumor maligno, sendo indicado para a biópsia. Se o nódulo apresentar 
cerca de 1 cm, é aconselhável apenas o acompanhamento do paciente, com a repetição do exame após 
um ano. A presença de gordura no nódulo (indicada pela tomografia) indica uma lesão, geralmente, 
benigna. 
 Nódulos pulmonares múltiplos: múltiplas opacidades esféricas bem definidas nos pulmões 
representam o diagnóstico de metástase. Ocasionalmente, este padrão é observado em abscessos, 
outras neoplasias ou com granulomas causados por infecção fúngica, tuberculose ou distúrbios 
vasculares colagenosos. 
 Massa pulmonar: lesão pulmonar maior ou igual a 3 cm. Embora possa haver massas benignas, este 
tipo de lesão está geralmente associado à malignidade. A conduta no tratamento dessas lesões é menos 
conservadora, por se tratar de quadros mais avançados, mesmo benigno ou maligno. 
 
 
 
 
 Metástases pulmonares: apresentam-se na forma de múltiplos nódulos pulmonares, 
pequenos e difusos. As metástases pulmonares acontecem principalmente por 
disseminação hematogênica. Geralmente afetam várias regiões do pulmão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Derrame pleural: a coleção de grandes volumes de líquido (transudato, exsudato, pus ou sangue) dentro do 
espaço virtual da pleura (que é ocupado, normalmente, por uma pequena quantidade de líquido para 
lubrificação), caracteriza um derrame pleural. Este líquido é radiopaco nas imagens radiográficas. Como 
sabemos, a pleura é constituída de dois folhetos (o parietal e o visceral) que recobrem, inclusive, as fissuras 
(que também podem colecionar líquido). Por esta razão, podemos visualizar as fissuras pleurais e identificar se é 
no pulmão E ou D (derrame fissural). É comum a opacidade obliterando os recessos pleurais (costofrênicos e 
cardiofrênico). O líquido tende a se 
depositar nos espaços inferiores a 
favor da gravidade, formando uma 
parábola (de Damoiseau). O sinal da 
silhueta pode ocorrer no derrame 
pleural, principalmente quando o 
líquido sobrepõe-se à área cardíaca. 
Na figura ao lado, observamos que o 
contorno cardíaco direito está borrado 
(ou pouco definido) devido à 
sobreposição do líquido do derrame 
sobre esta região cardíaca (sinal da 
silhueta: estruturas de mesma 
densidade radiológica, uma em 
contato com a outra). 
 
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 Pneumonia: é uma síndrome de consolidação pulmonar ou infiltrado pulmonar. Radiologicamente, observamos 
um lobo pulmonar parcialmente opaco, exceto pelo ar contido nos brônquios (sinal de bronco-grama aéreo). 
Se o paciente apresentar febre, leucograma alterado e tosse (há menos de 4 a 5 dias) associada, suspeitamos 
de pneumonia. Devemos tomar nota ainda que pneumonias virais apresentam achados radiológicos mais 
difusos, ao passo em que pneumonias bacterianas apresentam sinais radiológicos mais localizados (geralmente 
nas bases pulmonares). 
 
 
 Atelectasia pulmonar: as causas comuns de colabamento (perda do volume aéreo de um lobo ou de todo 
pulmão) são: obstrução brônquica; pneumotórax ou derrame pleural. O que ocorre é a perda do ar contido 
dentro dos alvéolos, o que faz com que a porção colabada perca a sua radiotransparência. Contudo, 
diferentemente das pneumonias, a região acometida torna-se radiopaca em decorrência de uma perda 
volumétrica, e não de uma condensação pulmonar. O sinal de bronco-grama aéreo pode aparecer. 
 O colabamento causado por obstrução brônquica ocorre porque o ar não consegue chegar ao pulmão 
em quantidade suficiente para repor o ar absorvido pelos alvéolos. O resultado final é o colabamento 
lobar (ou pulmonar). Os sinais de colabamento lobar são: deslocamento de estruturas; sombreamento 
do lobo colabado; sinal de silhueta (indicando qual lobo está colabado: o colabamento dos lobos 
anteriormente localizados (superior e médio) oblitera porções dos limites do mediastino e do coração, 
enquanto o colabamento dos lobos inferiores obscurece os limites do diafragma adjacente e da aorta 
descendente. As causas mais comuns de colabamento lobar são: lesões da parede brônquica; oclusão 
intraluminal (rolhas de muco, corpos estranhos); invasão ou compressão por uma massa adjacente. 
Quando um lobo colaba, o lobo ou os lobos não-obstruídos do lado colabado são submetidos à 
expansão compensatória. A fissura deslocada é vista como um limite bem definido junto a um lobo sem 
ar em uma outra incidência. O mediastino e o diafragma podem mover-se em direção ao lado colabado. 
Com o colabamento de todo um pulmão, todo o hemitórax encontra-se opacificado e existe um 
deslocamento substancial do mediastino e traqueia. Ocorre ainda uma diminuição dos espaços 
intercostais. A opacificidade da atelectasia é bem mais definida do que os achados na pneumonia, além 
de apresentarem sinais clínicos diferentes: na atelectasia, não ocorre febre ou leucocitose. 
 A presença de ar ou líquido na cavidade pleural permite que o pulmão colabe, como ocorre na 
associação com pneumotórax ou efusão pleural. No pneumotórax, o diagnóstico é óbvio mas se existe 
um grande derrame pleural com colabamento pulmonar, o diagnóstico do colabamento em uma 
radiografia de tórax pode ser difícil. 
 Atelectasia linear (discoide ou laminares) é uma forma de colabamento que não é secundária a uma 
obstrução brônquica. Deve-se à hipoventilação, cuja causa mais comumé a dor pós-cirúrgica ou pós-
traumática. O resultado é uma faixa ou disco orientado horizontalmente. 
 
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OBS
5
: Diferenças radiológicas entre pneumonia e atelectasia. 
Pneumonia Atelectasia 
 Sinal da silhueta 
 Opacidade alveolar 
 Volume normal ou aumentado 
 Não há desvio, se houver, é para o lado 
contrário à lesão 
 O centro de sua opacidade não é voltado para o 
hilo 
 Broncograma aéreo (mais comum) 
 
 Perda de volume 
 Desvio das estruturas mediastinais para o mesmo 
lado da lesão 
 Bem definida, com angulo definido e margem 
definida 
 Ápice do triangulo voltado para o hilo e a base para a 
periferia. 
 Há algo impedindo a entrada de ar nos alvéolos 
 O ápice de sua opacidade volta-se para o hilo; 
 Broncograma aéreo 
 
 
OBS
6
: Devemos diferenciar também características radiológicas dos achados da atelectasia pulmonar e do derrame 
pleural: enquanto que no primeiro as estruturas mediastinais são deslocadas para a área ipsilateral do acometimento 
pulmonar, no derrame pleural as estruturas do mediastino são empurradas ou comprimidas para o lado contralateral à 
coleção de líquido na pleura. 
 
 Edema pulmonar: pode ser cardiogênico (por insuficiência cardíaca esquerda) ou não-cardiogênico (causado 
por afogamento, por exemplo). Os alvéolos ficam repletos de líquidos, perdendo a sua radiotranslucidez. 
 No caso de um edema pulmonar cardiogênico, por se tratar de um distúrbio sistêmico relacionado a uma 
insuficiência ventricular esquerda (principalmente), este compartimento cardíaco pode mostrar-se 
aumentado na radiografia e a aorta alongada. Devemos, então, associar a uma clínica repleta de sinais 
de insuficiência cardíaca congestiva: cansaço (astenia), angina, dispneia (principalmente ao decúbito), 
etc. Diferentemente da pneumonia bacteriana (que afeta mais os lobos, individualmente), o edema 
geralmente ocorre bilateralmente. Diferentemente dos edemas pulmonares não-cardiogênicos, os 
edemas por ICC evoluem cronicamente, de forma que o líquido em estase ocupe primeiramente o 
interstício e, depois, os vasos linfáticos pulmonares para, só depois de extravasar estes vasos, alcançar 
os alvéolos. Enquanto o líquido ocupa o interstício, o paciente pode apresentar-se assintomático (é o 
chamado edema pulmonar precoce, cujo principal achado da radiografia são as linhas B de Kerley; ver 
OBS
7
). Edemas pulmonares mais avançados apresentam um padrão radiológico semelhante a asas de 
borboleta (ou morcego). O edema pulmonar pode ser tratado com o uso de diuréticos (se os rins 
estiverem em perfeito funcionamento). O uso de diuréticos de ação rápida faz diminuir a opacidade 
pulmonar em menos de 1 hora (o que não acontece na pneumonia ou no derrame). 
 O edema pulmonar por afogamento é uma modalidade mais aguda, diferentemente do edema pulmonar 
cardiogênico. A diferenciação de um achado radiológico de afogamento de qualquer outra suspeita 
clínica se faz por meio de uma história clínica básica. No exame radiográfico, não encontra-se aumento 
da área cardíaca e nem distensão da aorta. 
 
 
OBS
7
: Linhas septais. Os septos pulmonares são planos de tecido conjuntivo contendo vasos linfáticos. Normalmente 
são invisíveis. Somente septos pulmonares espessados podem ser vistos em uma radiografia de tórax. Existem duas 
causas importantes para as linhas: edema pulmonar e linfangite carcinomatosa. Existem dois tipos de linhas septais: 
 Linhas A de Kerley: irradiam em direção ao hilo nas regiões média e superior. Estas linhas são muito mais finas 
que os vasos sanguíneos adjacentes e não atingem a borda do pulmão. São linhas mais centrais. 
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 Linhas B de Kerley: são horizontais, com comprimento maior do que 2 cm e melhor observadas na periferia do 
pulmão. Diferente dos vasos sanguíneos, elas muitas vezes atingem a borda do pulmão. Aparecem com o 
acúmulo de líquido nos septos interlobulares. 
 Linhas C de Kerley: são linhas mistas, isto é, centrais e periféricas. 
 
 
 Opacidades pulmonares em recém-nascidos: dois quadros clínicos caracterizam a opacidade pulmonar em 
recém-nascidos: síndrome da membrana hialina (acontece com pacientes infantis pré-termo) e a síndrome por 
aspiração de mecônio (acontece com pacientes recém-nascidos com mais de 38 semanas de gestação). Se não 
tivermos dados clínicos para diferenciar os dois achados radiológicos, devemos procurar proporções anatômicas 
radiológicas que nos proporcione a ideia do tempo de vida da criança. No Brasil, a doença da membrana hialina 
é mais frequente do que a síndrome por aspiração de mecônio, uma vez que, no nosso país, o parto cesariano 
ainda é bastante utilizado, dificultando a prevalência de partos pós-termo. Países mais desenvolvidos, como a 
Holanda, onde o parto normal é mais utilizado que o cesariano, as incidências se invertem, de forma que a 
síndrome de aspiração do mecônio é mais prevalente. 
 Síndrome da membrana hialina (Síndrome da Dificuldade Respiratória – SDR): a SDR é observada 
principalmente em lactantes com menos de 36 semanas de idade gestacional que pesam menos de 2500 g. 
A SDR é consequente à imaturidade anatômica pulmonar e a uma deficiência de surfactante (produzidos 
pelos pneumócitos do tipo II), que diminuiria a tensão superficial e facilitaria a expansão e a estabilidade dos 
alvéolos. Diferentemente da síndrome por aspiração de mecônio, a SDR desenvolve-se em pacientes 
infantis pré-termo (geralmente, menos de 32 semanas de gestação). 
 Síndrome por aspiração de mecônio: acontece com recém-nascidos, sendo consequente ao sofrimento 
fetal, com a passagem do mecônio para o líquido amniótico. A aspiração ocorre intrauterinamente. Um dos 
achados mais importantes radiográficos mais consistentes é a hiperinsuflação, causada pelo 
aprisionamento de ar que ocorre devido à oclusão parcial das vias aéreas. É notável sinal de broncograma 
aéreo difuso bilateralmente. Outros achados são opacidades nodulares que constituem atelectasia ou 
consolidação. Para diferenciá-la da síndrome da membrana hialina, lembremos que a síndrome por 
aspiração de mecônio acontece em recém-nascidos pós-termo (nascido com mais de 38 semanas de 
gestação), geralmente por causa de partos demorados e mal assistidos. Pode ser tratada clinicamente, com 
o uso associado de corticoides (para estimular o amadurecimento pulmonar) e surfactante pulmonar. 
 
 
 
OBS
8
: É necessário relembrar a presença do timo no mediastino anterior durante a infância (até cerca de 2 anos de 
idade). A presença deste órgão em exames radiográficos de crianças pode confundir um intérprete, de forma que a 
imagem possa assemelhar-se a uma massa mediastinal. Os radiologistas costumam referir a presença do timo como o 
sinal da vela do barco. Para diferenciar o timo de uma massa verdadeira, opta-se pela ultrassonografia, avaliando a 
consistência mais mole deste órgão, diferentemente de algumas massas. 
 
 Tuberculose pulmonar: Esta doença pulmonar é dividida em formas primária e pós-primária, mesmo que estas 
divisões não estejam claramente separadas. Tuberculose primária é o resultado da primo-infecção com o 
Mycobacterium tuberculosis e geralmente aparece na infância. Tuberculose pós-primária, a forma usual em 
adultos, acredita-se ser a reinfecção, tendo o paciente desenvolvido imunidade relativa após a infecção primária. 
Tuberculose (e infecções micobacterianas atípicas) é observada com frequência considerável em pacientes com 
AIDS. Dependendo da forma de disseminação da doença, a tuberculose pode apresentar padrões radiológicos 
diversificados. Contudo, no geral, apresenta-se como uma opacidade (quase sempre localizada nos ápices 
pulmonares ou nos segmentos superiores dos lobos inferiores), apresentando uma cavidade ao centro 
(cavitação ou caverna da tuberculose). A opacidade é do tipo mista (alveolar e intersticial).Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● RADIOLOGIA 
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 Tuberculose primária: desenvolve-se uma área de consolidação (conhecida como foco de Gohn) na 
periferia do pulmão – geralmente em regiões média ou superior. A consolidação muitas vezes é 
acompanhada de linfonodos hílares ou mediastinais visivelmente aumentados em tamanho (esta 
combinação de consolidação pulmonar e linfadenopatia é conhecida como complexo primário). A maioria 
dos pacientes apresenta poucos ou nenhum sintoma, enquanto que o restante cursa com febre, tosse e mal-
estar. Disseminação da tuberculose primária – e seus respectivos achados – pode ocorrer: 
o Disseminação via árvore brônquica, levando à broncopneumonia tuberculosa (tuberculose 
endobrônquica), que radiologicamente aparece como consolidação em manchas ou lobar; 
frequentemente envolve mais de um lobo, podendo ser bilateral e com cavitações. 
o Disseminação via corrente sanguínea, resultando em tuberculose miliar, na qual existem inúmeros 
pequenos nódulos nos pulmões (menores que 0,3 cm), de mesmo tamanho e uniformemente 
distribuídos (assemelhando-se a uma metástase). Em geral, são micronódulos bem definidos, mas 
em casos graves, tornam-se relativamente confluentes. Um derrame pleural pode estar presente. 
Nos EUA, esses achados induzem ao diagnóstico de cistoplasmose. 
 Tuberculose pós-primária: geralmente, está presente com tosse, hemoptise, perda de peso, sudorese 
noturna e mal-estar. Ocasionalmente, a doença é descoberta em raios-X de tórax de rotina. Geralmente, a 
tuberculose pós-primária é confinada às porções póstero-superiores dos pulmões, denominadas de 
segmentos apical e posterior dos lobos superiores e segmento apical dos lobos inferiores. As lesões iniciais 
são múltiplas pequenas áreas de consolidação e frequentemente são bilaterais. A doença pode tomar a 
forma de broncopneumonia de lobo inferior ou médio (diferindo dessa por meio da clínica, uma vez que a 
tosse do tuberculoso dura mais do que semanas). Com o progredir da doença, as consolidações aumentam 
de tamanho e formam-se cavitações (as cavidades são vistas como espaços aéreos arredondados ou 
translúcidos, completamente circundados por opacidades pulmonares). Com a cura, pode ocorrer a 
formação de fibrose pulmonar, frequentemente com calcificações. Derrames pleurais são frequentes. 
 
 
 
 Hemorragia pulmonar: a presença de sangue dentro dos alvéolos pode ocorrer em doenças vasculares ou 
secundária a uma contusão (trauma) pulmonar, sendo este último mais frequente. A opacidade associada a uma 
história de trauma nos guia ao 
diagnóstico de hemorragia pulmonar. 
Hemorragia alveolar traumática 
localizada e edema podem ser 
observados caso uma fratura de 
costela seja ou não identificada. A 
opacidade pulmonar resultante é 
indistinguível de outras formas de 
consolidação pulmonar (como a 
própria tuberculose), sendo a relação 
com o traumatismo importante para o 
estabelecimento do diagnóstico. 
Diferenciando da atelectasia, na 
hemorragia não temos perda de 
volume pulmonar. 
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 Embolia (tromboembolismo) pulmonar: a embolia pulmonar é causada pela obstrução vascular pulmonar por 
algum êmbolo sistêmico que alcançou a pequena circulação, diminuindo a perfusão pulmonar. O raio-X 
aparentemente normal é a característica radiológica deste acometimento pulmonar. Isto é, associando sintomas 
pulmonares (cansaço, dor torácica e dispneia), fatores predisponentes (fratura, cirurgia prévia, uso de 
anticoncepcionais, retenção prolongada ao leito, etc.) e achados radiológicos aparentemente normais nos 
sugerem ao diagnóstico de embolia pulmonar. Contudo, em casos mais avançados, podemos encontrar 
opacidade na área de isquemia designada como West Mark (em alusão à pequena população do oeste 
americano, comparando à pobreza vascular da região). Quando a embolia desenvolve uma isquemia pulmonar, 
podemos encontrar uma área triangular de opacidade bem definida, com base voltada para a pleura parietal e 
ápice voltado para o hilo pulmonar (triângulo de Hampton). Contudo, por se tratar de um exame de baixa 
sensibilidade para esta patologia, o mais comum é encontrar uma imagem de raios-X normal. Por isso, o exame 
padrão ouro para diagnóstico da embolia pulmonar é a angiografia pulmonar (com o uso de contraste iodado 
para localizar a área de obstrução). A tomografia computadorizada, entretanto, é um exame menos invasivo (em 
que se utiliza quantidades menores de contraste), que mostra, muitas vezes, a falha de perfusão vascular da 
área trombótica. A TC consiste, portanto, em método pouco invasivo de excelente sensibilidade e especificidade 
para o diagnóstico do tromboembolismo pulmonar. 
 
 
 
OBS
9
: Especificidade determina a capacidade que um exame tem de diagnosticar uma dada doença. A sensibilidade 
determina a capacidade que o exame tem de detectar uma doença pré-estabelecida em uma amostragem doente com 
diagnóstico já conhecido. 
 
 Características radiológicas da mastectomia: deve-se avaliar a sombra 
mamária de um lado e a ausência da mesma do outro lado, devendo o 
radiologista notar e notificar o fato (que na verdade, durante análise clínica, já 
deveria ter sido avaliado) e procurar qualquer outra alteração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pneumotórax: consiste no acúmulo de ar dentro do espaço pleural. Pode ser um pneumotórax iatrogênico 
(secundário a uma ventilação mecânica), traumático (secundário a uma laceração dos folhetos pleurais), 
enfisemas, certas formas de fibrose pulmonar, pneumonia por Pneumocystis carinii, metástases (raramente). O 
diagnóstico do pneumotórax depende do reconhecimento de duas características: (1) uma linha separando com 
ar a borda do pulmão da parede torácica, mediastino ou diafragma; (2) ausência de sombras vasculares fora 
desta linha. A falta de sombras vasculares é evidência insuficiente para firmar um diagnóstico, uma vez que 
podem existir poucos ou nenhum vaso visível em bolhas enfisematosas. A não ser que o pneumotórax seja 
muito grande, pode não haver aumento apreciável na densidade do pulmão subjacente. 
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 Pneumotórax sutil: observa-se apenas uma pequena linha que determina o limite da pleura visceral, sem a 
presença de vasos, demonstrando o colabamento pulmonar. O tratamento do pneumotórax sutil é 
conservador, apenas com o acompanhamento do doente e aguardar que o ar seja reabsorvido pelos 
capilares pulmonares. 
 Pneumotórax hipertensivo: o ar entra por alguma abertura e, de forma valvular, não consegue sair, de forma 
que cada vez que o paciente respirar, mais ar entra e desloca as estruturas para o lado oposto. Observa-se 
o colabamento pulmonar. Trata-se de uma urgência médica, que descompensa rápido, comprime coração e 
as estruturas mediastinais. É necessário, portanto, drenar este ar, caso contrário, o paciente vai a óbito. 
 
 
 Hidropneumotórax: líquido na cavidade pleural, seja devido a derrame pleural, sangue (principal, formando 
hemopneumotórax) ou pus (piopneumotórax). Assume forma diferente na presença de um pneumotórax. A 
característica diagnóstica principal é o nível hidroaéreo. 
 
 
 Enfisema pulmonar: é um tipo de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) caracterizada por 
hiperinsuflação pulmonar. Radiologicamente é 
caracterizado por uma expansão torácica no eixo 
vertical. A hiperinsuflação pulmonar é perceptível a 
partir da contagem dos arcos costais (mais que 8 
ou 9 posteriores; mais que 6 anteriores). Contudo, 
as principais características radiológicas do 
enfisema são: diafragma mais plano e rebaixado; 
espaços intercostais aumentados. Em caso de 
dúvida, radiografa o paciente em inspiração 
profunda e em expiração intensa: o enfisematoso 
(ou o asmático profundo) não consegue expelir 
adequadamente o ar, e a radiografia quase não se 
altera (devido ao aprisionamento aéreo). O 
asmático crônico,durante uma crise grave, pode 
apresentar o mesmo padrão radiológico. 
 
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OBS
10
: São causas do aumento generalizado da radiotransparência dos pulmões: enfisema pulmonar, pneumotórax 
volumoso. São causas do aumento localizado da radiotransparência pulmonar: enfisema compensatório, pneumotórax, 
redução dos tecidos moles da parede torácica (por exemplo, mastectomia) e aprisionamento de ar devido à obstrução 
central. 
OBS
11
: A opacificação total de um hemitórax pode ocorrer por meio dos seguintes quadros: 
 Derrame pleural volumoso: opacificação do hemitórax com compressão das estruturas mediastinais para o lado 
contralateral; 
 Atelectasia pulmonar: opacificação do hemitórax com desvio das estruturas mediastinais para o mesmo lado da 
lesão devido à perda do volume pulmonar deste lado. O pulmão oposto fica vicariante e hiperexpandido para 
tentar suprir o colabado. 
 Pneumonia extensa: pode causar uma opacificação de todo um hemitórax, mas sem desvio das estruturas 
mediastinais devido a manutenção do volume pulmonar. 
 
 
 Fibrose pulmonar: caracterizada por espessamento de septos interlobulares. Geralmente, é predominante nas 
bases e, quando a fibrose avança, passa a ocupar o ápice. 
 
 
 Trauma pulmonar: observa-se, geralmente, fraturas de costela associadas a hemotórax, hemorragia e 
opacidade pulmonar. 
 
 
 Adenomagalia hilar bilateral: o aumento do tamanho hilar pode acontecer por aumento de tamanho dos 
linfonodos hílares (que não são identificados, normalmente) unilateralmente (por metástases, linfomas malignos 
e infecções como tuberculose e histoplasmose) ou bilateralmente (por sarcoidose, linfoma maligno, tuberculose 
e doenças fúngicas). Neoplasias, como carcinoma broncopulmonar primário, podem apresentar-se na forma de 
uma massa hilar. 
 
 
ACHADOS RADIOLÓGICOS NAS DOENÇAS MEDIASTINAIS 
 
 Massas mediastinais: é necessário avaliar a natureza da massa através de tomografia computadorizada para 
uma melhor especificidade. Com isso, notifica-se o local do desenvolvimento da massa: massa mediastinal 
anterior (os “quatro Ts” da massa mediastinal anterior são: massas tímicas, massas de tireoide, teratoma e o 
“terrível linfoma”); massa mediastinal média (geralmente, são massas esofágicas ou cistos de duplicação 
brônquica); massa mediastinal posterior (geralmente, são massas neurogênicas de origem nas cadeias 
ganglionares posteriores, como da bainha dos nervos periféricos ou Schwannoma). 
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 Radiografias do tórax para massas mediastinais: 
o Massas tireoideas intratorácicas (bócios) são a causa mais frequente de uma massa mediastinal 
superior. A massa estende-se do mediastino superior para o pescoço e comprime a traqueia. 
o Linfoadenopatia é a próxima causa mais frequente de um alargamento mediastinal. 
o Tumores neurogênicos são, de longe, a causa mais comum de massas mediastinais posteriores. 
Deformidades das costelas adjacentes e da coluna torácica devido à pressão, muitas vezes, são 
visíveis. 
o Massa mediastinal devido à hérnia de hiato geralmente é fácil de diagnosticar em radiografias 
porque muitas vezes contém ar e pode apresentar um nível líquido. 
 Tomografia computadorizada de massas mediastinais: é o melhor método para avaliar anormalidades 
mediastinais quando os problemas permanecem sem resposta a partir das radiografias torácicas. 
 
 
 
 
 
 
 Derrame pericárdico: coleção de líquido dentre os folhetos do pericárdio. Este achado aumenta o índice 
cardiotorácico em que necessariamente haja um aumento da área cardíaca, mas apenas por expansão do 
pericárdio. Neste caso, a aorta permanece com suas características radiológicas normais (e não alongada, como 
acontece na hipertrofia cardíaca), sem inversão da trama vascular nem edema pulmonar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 Pneumomediastino: acontece geralmente por condições traumáticas ou por barotrauma. Desde que o ar não 
tenha entrado no mediastino a partir do pescoço, parede torácica adjacente ou retroperitônio, ar no mediastino 
indica uma rotura do esôfago ou vazamento de ar a partir dos brônquios para o mediastino ou pulmão. O ar que 
se acumula dentro do mediastino, na medida em que se expande, cresce e disseca as estruturas e os folhetos 
mediastinais. 
 
 
 
 Hérnia diafragmática: hérnia significa a saída de uma víscera da cavidade que a contém para outra que não a 
habitual. No caso deste tipo de hérnia, vísceras abdominais atravessam pontos frágeis do diafragma e ganham a 
cavidade torácica. Pode ser congênita ou secundária a um trauma (ou mesmo aumento súbito da pressão 
abdominal). A hérnia é bastante clara quando se observa estruturas emparedadas repletas de gás. Para 
confirmar, o paciente deve ingerir contraste para uma segunda verificação.

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