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Aula 6 - Direito Civil II - Contratos - Vício Redibitório e Evicção

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Direito Civil II – Contratos
Professor João Guilherme Assafim
Aula 6 – Vício Redibitório e Evicção
VÍCIO REDIBITÓRIO 
Vício oculto e/ou defeito grave, que afeta a destinação do bem, ocorrendo ao tempo da transmissão, independentemente de culpa.
As obrigações do vendedor em um contrato de compra e venda não terminam com a entrega da coisa. O Alienante deve garantir ao adquirente que este possa usar a coisa conforme sua natureza e destinação.
O Conceito legal de vício redibitório está previsto no artigo 441 do Código Civil, garantia esta que decorre da própria natureza do contrato, somente podendo ocorrer nos contratos comutativos, pois o adquirente conhecer desde o inicio da formação contratual o estado de conservação e destinação do bem objeto da venda.
Assim sendo, presume-se que o negócio não seria realizado se o comprador já tivesse ciência dos vícios e/ou defeitos existentes na coisa.
OBS: artigo 443 do Código Civil determina a aplicação do Princípio do Equilíbrio das Relações Negociais. Caso o vendedor tenha ciência do vício e não informou ao comprador, além da modalidade de garantia, o referido comprador poderá exigir o pagamento de perdas e danos.
Segundo a Doutrina, os efeitos do vício redibitório são as ações judiciais. A Ação Redibitória põe fim ao contrato. Com a resolução da venda, o vendedor terá que devolver o valor pago ao comprador, acrescidos de juros legais. Já a Ação Quanti Minoris (também citada por parte da Doutrina como Ação Estimatória), tem o objetivo de obter do vendedor o abatimento proporcional do preço da coisa, com base no valor estimado do vício existente no imóvel.
Nos casos de propositura de ações judiciais, o vendedor geralmente alega: i) que o vício era de conhecimento prévio do comprador (Leia-se: vício aparente); ii) que o defeito teria ocorrido após a transferência, esgotado os prazos previstos em lei; e/ou iii) renúncia da garantia por parte do comprador.
Os prazos do Vício Redibitório estão previstos no artigo 445 do Código Civil, quais sejam, 30 (trinta) dias para bens móveis e de 1 (um) ano para bens imóveis, podendo ainda ocorrer a chamada dupla contagem de prazo (leia-se: a partir da ciência do vício, após o prazo inicial. 180 dias para bens móveis e mais 1 ano para bens imóveis a partir da ciência do vício). 
Já nos casos de relações de consumo, existe previsão dos artigos 12 e seguintes e 18 e seguintes do Código de Defesa do Consumidor, podendo ainda ser aplicado o artigo 26 (quando da não existência de garantia contratual – 30 dias para produtos e serviços não duráveis e 90 dias para produtos e serviços duráveis).
Artigos de Vício Redibitório do Código Civil
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
EVICÇÃO
De acordo com a transferência da coisa, existe um conjunto de garantias que obriga o alienante, por força de lei. Tais garantias estão presentes tanto na compra e venda como nas transferências de posse e propriedade.
Na evicção, o dever da garantia refere-se a eventual perda da coisa, total ou parcial, cuja causa seja anterior ao ato de transferência, com o objetivo de sanar os vícios de direito.
Assim sendo, podemos conceituar evicção como a perda de um título oneroso de propriedade, por força de decisão judicial ou administrativa. O conceito legal de evicção está previsto no artigo 447 do Código Civil.
Tal garantia se aplica a todos os contratos onerosos. Quem transmite uma coisa por título oneroso está obrigado a garantir a legitimidade do direito que transfere. 
Deve ser garantido ao adquirente que seu título é “bom” o suficiente que ninguém terá o direito sobre o contrato, se caso alegar melhor direito.
Pra que ocorra esta garantia, é necessário que exista uma turbação de direito com relação à propriedade ou posse do adquirente, e que esse terceiro invoque título anterior ou contemporâneo ao negócio que atribuiu ao adquirente.
Requisitos:
1) indispensável a perturbação do direito, fundada na causa jurídica (turbação ou esbulho possessório).
2) a pretensão ou defesa em juízo por um terceiro, que possa culminar na perda de propriedade ou da posse.
3) na evicção é examinado um suposto vício/defeito no título do alienante, quando do negócio o defeito já existe (laudo pericial)
4) análise das linhas dominiais. Basta que o título de uma linha dominial seja em período anterior ou concomitante ao outro título de linha dominial. 
5) necessidade de decisão judicial que confirmem os efeitos da evicção no título de domínio.
É necessário “chamar” ao processo todos os alienantes primitivos, para que possa verificar a quem irá recair os efeitos da evicção (artigo 456 do C.C. e artigo 70, I do CPC e, NCPC Art. 125, I, a partir de 18.03.2016). 
Poderá ocorrer a exclusão desta modalidade de garantia, se as partes assim concordarem, tendo como fundamento legal o artigo 448 do Código Civil. A cláusula que dispensa a garantia não é considerada absoluta.
Nos casos de evicção total, o Evicto terá direito a restituição integral do valor, acrescidos de juros legais, indenização dos frutos, despesas do contrato e custas judiciais e honorários advocatícios.
Nos casos de evicção parcial, o evicto terá direito a rescisão do contrato, ou se preferir poderá optar pela restituição de parte do valor, sendo calculado de forma proporcional ao desfalque ocorrido por força da evicção. 
Artigos de Evicção no Código Civil
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu,e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas ao que sofreu a evicção, serão pagas pelo alienante.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Art. 456. Para poder exercitar o direito que da evicção lhe resulta, o adquirente notificará do litígio o alienante imediato, ou qualquer dos anteriores, quando e como lhe determinarem as leis do processo. 
Parágrafo único. Não atendendo o alienante à denunciação da lide, e sendo manifesta a procedência da evicção, pode o adquirente deixar de oferecer contestação, ou usar de recursos.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.

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