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TEORIA GERAL CONSTITUCIONAL E DIREITOS HUMANOS NOTA DE AULA 11 Profª Marlene Pinheiro Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 02): Direito Internacional dos Direitos Humanos: o São compostos por direitos civis, políticos, econômicos, sociais e coletivos e foram primeiramente consolidados nas legislações nacionais, antes de se tornarem matéria do direito internacional. É a construção de uma nova lógica ao Direito, pautada em um sistema de valores éticos e morais, no qual a pessoa humana seja o fim e não um meio. o Diversas fontes históricas, sendo as principais o Direito Humanitário, a Liga das Nações e a Organização Internacional do Trabalho; o A tutela dos direitos humanos deve ser o objetivo maior dos Estados. O ser humano deve ser protegido contra as arbitrariedades do Estado; o A síntese da evolução das dimensões/gerações dos Direitos Humanos forma a base positiva deste Direito; o Apesar de os direitos humanos serem universais, pode haver especificidades regionais; o Há um consenso universal em compasso de outros consensos. Privilegia uma visão abstrata e ocidental; o Possui dois mecanismos de proteção: global e regional; o Os direitos humanos não devem igualar, mas, assegurar a individualidade de cada um e do grupo social ao qual pertence; o Proteção Global: ONU; o Proteção Regional: Sistema Interamericano (1948), Sistema Europeu (1950), Sistema Africano (1981), Sistema Árabe (1994), Convenção de Bangkok (1993); o Sistema internacional marcado pela relativização da soberania dos Estados. A ratificação de Tratados Internacionais obriga os Estados a aceitarem julgamentos e condenações por tribunais internacionais de direitos humanos; o Mesmo assim, a aplicação das normas subordina-se ao exercício soberano e ao desejo do Estado de participar dos consensos internacionais, vontade expressa em declarações, pactos e convenções internacionais; o A soberania é exercida no momento da ratificação dos documentos internacionais e a aceitação das jurisdições supranacionais com competência para julgar o Estado; o Âmbito pessoal de aplicação – a legitimatio ad causam - o direito de petição individual (titularidade dos indivíduos). O indivíduo possuir legitimidade ativa para denunciar uma violação de direitos humanos; o Aplicação do princípio da responsabilidade internacional: direito positivo sobre a responsabilidade internacional. É o princípio que obriga o Estado signatário a atualizar e harmonizar sua legislação interna. Ele deve criar mecanismos sancionadores e medidas preventivas para garantir o cumprimento dos compromissos assumidos; o As normas de proteção possibilitam reivindicação a qualquer tempo e em qualquer lugar, respeitando os limites de vinculação do Estado ao direito internacional; Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 03): Sistemas do Direito Internacional dos Direitos Humanos: o Há duas formas de Sistemas que são determinadas pelas suas áreas de abrangências; o Sistema de proteção Global ► Sistema da ONU; o Sistema de Proteção Regional: Sistema Interamericano, Sistema Europeu, Sistema Africano, Sistema Árabe; o Não há um consenso sobre um Sistema Regional Asiático, alegação de diferenças culturais, mas participam do Sistema Global. Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 04): ONU: o A Organização é criada através da Carta de São Francisco – 1945. Isto marca a fundação da ONU; o Estabelecimento de uma nova ordem mundial. Agora, os Estados (representados pelo Órgão Internacional) proíbem a guerra como meio legítimo de solução de conflitos; o A ONU, além de garantir a paz e a proteção dos Direitos Humanos, há a busca da justiça social e o desenvolvimento econômico; o Atualmente a ONU conta com 193 Estados membros da ONU; � Assembléia Geral da ONU: � Órgão deliberativo; � Reuniões ordinárias anuais; � Assunto importantes: 2/3 de aprovação; � Demais assuntos: maioria simples; � Passível de Sessão Extraordinária. o Secretariado das Nações Unidas: � Administrador da ONU; � Subdividido em Órgãos espalhados pelo mundo; � Secretário Geral das Nações Unidas: porta voz da ONU, cargo de 5 anos (renovável) – Ban Ki-moon / Coréia do Sul o Conselho de Segurança: � Responsável pela manutenção da paz e segurança mundial; � 15 países membros: 10 rotativos (2 anos); 5 permanentes (China, EUA, França, UK, Rússia) – poder de veto; � Votação das resoluções: unânime os 5 + pelo menos 4 dos rotativos. o Conselho Econômico e Social: � 54 estados eleitos pela Assembléia Geral; � Estudo e análise de assuntos internacionais de caráter econômico, social, cultura, educacional, sanitário. Também os DH e as Liberdades Fundamentais; o Corte Internacional de Justiça: � Principal Órgão Judiciário da ONU; � 15 Juízes de países distintos; � Apenas os Estados podem ser partes; � Funciona como Órgão consultivo também. o Conselho de Tutela: � Órgão responsável pela administração de territórios sob tutela da ONU em processo de transição para independência o Agências especializadas: serviços específicos com fins humanitários para o progresso da humanidade. Aqui coloco alguns exemplos mais conhecidos e atuantes: � AIEA: Agência Internacional de Energia Atômica; � FMI: Fundo Monetário Internacional; � WB: Banco Mundial (World Bank); � UNESCO: Organização para a Educação, Ciência e a Cultura; � OMS: Organização Mundial da Saúde. Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 05): Carta Internacional de Direitos Humanos – Declaração Universal dos Direitos Humanos: o Através da reunião da Comissão de Direitos Humanos em 1947 é criada a Carta Internacional de Direitos Humanos; o Nela há uma Declaração Universal de Direitos Humanos, um Tratado para pactuar a convergência dos interesses em comum dos Estados e, por fim, a definição dos mecanismos de implementação do novo sistema mundial de proteção; o Além da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a Carta abre caminhos para a viabilização dos Pactos Internacional de Direitos Civis e Políticos e, o de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. o Declaração Universal dos Direitos Humanos - Resolução 217 A (III) da ONU de 1948; o Respeito à dignidade e à integridade física e moral do ser humano; o Norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações; o NO BRASIL: A Constituição de 1967 não se harmonizou com a doutrina dos Direitos Humanos, pelas seguintes razões: restringiu a liberdade de opinião e expressão; deixou o direito de reunião a descoberto de garantias plenas; estendeu o foro militar aos civis, nas hipóteses de crimes contra a segurança interna (ou seta, segurança do próprio regime imperante); fez recuos no campo dos direitos sociais; manteve as punições, exclusões e marginalizações políticas decretadas sob a égide dos Atos Institucionais; o Tecnicamente, a Declaração Universal dos Direitos do Homem é uma recomendação, que a Assembléia Geral das Nações Unidas faz aos seus membros. Mesmo assim, trata-se de um Direito Positivo e Consuetudinário; o O Estatuto da Corte Internacional de Justiça, em seu art. 38, enumera como fontes do direito internacional, a par dos tratados ou convenções, também os costumes e os princípios gerais de direito. Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 06): Carta Internacional de Direitos Humanos – Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos: o Celebrado em 1966; o É adotado no auge da Guerra Fria, reconhecendo, entretanto, um conjunto de direitos mais abrangentesque a própria Declaração; o Entrada em vigor em 1976; o Em virtude da ditadura militar que governou o país por 21 anos, o Governo brasileiro só ratificou o Pacto quando seus principais aspectos já se encontravam garantidos na atual Constituição Federal, em seu título II, denominado "Dos Direitos e Garantias Fundamentais“; o Ratificação do Brasil em 1992 - Decreto Nº 592; Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos (Parte 07): Carta Internacional de Direitos Humanos – Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais: o Celebrado em 1966; o Principal instrumento internacional de proteção dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; o Entrada em vigor em 1976; o Ratificado pelo Brasil em 1992 – Decreto Nº 591; o Membros devem trabalhar para a concessão de direitos econômicos, sociais e culturais (DESC) para pessoas físicas, incluindo os direitos de trabalho e o direito à saúde, além do direito à educação e a um padrão de vida adequado; o Ainda não ratificado pelos EUA. Vertentes de proteção internacional dos Direitos Humanos - curiosidade: Diferenciações entre a Corte Internacional de Justiça e o Tribunal Penal Internacional: o A CIJ foi criada através da Cata da ONU de 1947; o A CIJ realiza o julgamento de casos entre Estados; o Empresas, Organizações, Indivíduos e etc. podem ser consultados, mas não podem ser partes; o Os Juízes da CIJ têm mandados de 09 anos; o O CIJ possui jurisdição consensual. Cada estado decide o grau de comprometimento com o CIJ, seja de uma forma perene (constante), ou parcial (de caso a caso); o A decisão proferida na CIJ é vinculante, obrigatória; o A Carta da ONU autoriza o Conselho de Segurança a imposição das decisões da CIJ; o Problema relacionado à independência total da CIJ: por conta de seu vínculo com o Conselho nacional de Segurança, o CIJ fica submetido ao poder de veto dos países membros; o Caso EUA e Nicarágua (1986): EUA perdeu decisão no CIJ e deveria pagar uma indenização à Nicarágua. Após não concordar com o veredicto, a CIJ remeteu o processo para ser aplicado pelo Conselho de Segurança. Tendo os EUA como membro cativo, este vetou a decisão e, ao mesmo tempo, limitou a jurisdição do CIJ de forma parcial (caso a caso) quando se tratar dos EUA. o O CIJ oferece consulta jurídica não limitada aos Estados. Não são vinculantes; o A primeira decisão da CIJ foi em 1947: UK e Albânia pelo direito de passagem pelo Canal de Corfu. Albânia foi obrigada a pagar uma indenização à UK; o A CIJ na América Latina: atualmente são 03 processos. Dois envolvendo a Nicarágua e a Colômbia sobre a exploração e fronteiras marítimas. E um caso envolvendo a Bolívia contra o Chile e o acesso ao mar. o O Brasil nunca foi parte na CIJ. Houve em 2010 um incidente com a Honduras (Zelaya); o Também em Haia, a TPI é uma Corte específica para julgar indivíduos que cometeram crimes de guerra, contra a humanidade, genocidas e que cometeram crimes de agressão; o Crime de Agressão: definição ainda em formação. Trata da agressão física ou psicológica de um indivíduo, grupo ou Estado contra outro Estado, Etnia e etc.; o Foi uma conseqüência do Tribunal Penal Internacional para julgar os crimes da Ex- Iugoslávia em 1993 e Ruanda (1994); o O TPI não é muito bem quisto pelos estados mais poderosos do mundo: � EUA – Assinou o Tratado, mas não ratificou. Depois, desistiu da homologação e, também, retirou sua assinatura. O país alega que não pode permitir instituição superior de julgamento penal para seus cidadãos. Além disso, os EUA obrigaram a ONU a dar imunidade aos soldados norte americanos que servissem à ONU (isso durou por pouco tempo – Princípio da Isonomia). Em contrapartida, os americanos firmaram vários tratados bilaterais de proteção aos seus soldados, para que esses não fossem enviados à Haia; � Rússia – Assinou, mas não ratificou; � Israel – mesma situação que os EUA; � China e Índia – nem assinaram, nem ratificaram; o O TPI tem uma promotoria, o CIJ não; o Os Tribunais de Ruanda e da Ex-Iugoslávia ainda estão em curso. Quando cessados, estes farão parte de algo chamado “Mecanismos Residuais”, e serão integrados ao TPI. Ficarão sob competência do TPI e não perderam sua validade jurídica
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