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DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS ICMS-RJ
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
www.pontodosconcursos.com.br 1
Aula Demonstrativa do curso de Direito Constitucional para Sefaz-
RJ: Poder constituinte e Modificação da Constituição. Princípios
Constitucionais. 
Caro amigo, 
Saiu o tão aguardado edital para Fiscal de Rendas da Secretaria de
Estado de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro (SEFAZ-RJ). 
Aliás, estamos numa época de bonança para os concurseiros da área
fiscal... Num curto espaço de tempo tivemos: ICMS-RJ, ISS-RJ, ICMS-
DF e agora ICMS-RJ. E ainda teremos pela frente ISS-BH, ISS-SP... (me
esqueci de mais algum?). 
É um ótimo momento para entrar num cargo público excelente! E deixar
de dedicar aos estudos para poder se concentrar exclusivamente no
trabalho, dispondo de respeito e recebendo uma remuneração
condizente com a importância das atividades desempenhadas. 
Acho que é o que todos querem: poder desempenhar uma função
relevante e ainda dispor de uma remuneração digna, boas condições de
trabalho e estabilidade que garanta sua autonomia. 
Assim, meu papel aqui é simplesmente tentar encurtar o caminho que o
liga ao alcance desse sonho. Nesse caso, no que se refere ao Direito
Constitucional. 
Provavelmente você ainda não me conhece... Eu me chamo Frederico
Dias. Sou natural de Belo Horizonte e ocupo atualmente o cargo de
Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União,
tendo obtido o 9° lugar no concurso de 2008. Antes disso, tive a grata
satisfação de ter alcançado o 1° lugar nacional no concurso de Analista
de Finanças e Controle da Controladoria Geral da União - AFC-CGU,
também no ano de 2008. 
Deixe-me falar um pouco deste curso. 
Nessa reta final, você precisa treinar a resolução de questões como
forma de aprofundamento e revisão dos principais aspectos do Direito
Constitucional. E observar o que tem sido mais frequentemente cobrado
em concursos anteriores. 
Como todo curso de questões comentadas, este aqui é mais próprio para
o candidato que já conhece os conceitos básicos de Direito
Constitucional, que já teve um primeiro contato com a matéria. 
Diante disso, o objetivo deste curso é dar ao aluno a condição de acertar
tanto as questões que versam sobre a doutrina, quanto aquelas que
tratam da literalidade da Constituição e também da jurisprudência
atualizada do Supremo Tribunal Federal. Em suma, prepará-lo para a
guerra! 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS ICMS-RJ
PROFESSOR: FREDERICO DIAS 
www.pontodosconcursos.com.br 2
Feita essa apresentação, vejamos o conteúdo programático do curso
(baseado no edital). 
Aula 0 - Poder constituinte e Modificação da Constituição. Princípios
Constitucionais. 
Aula 1 – Teoria do Direito Constitucional. (Conceitos de teoria do Estado. Princípios
do Estado Democrático de Direito. Conceito de Constituição. Regras materialmente
constitucionais e formalmente constitucionais. Tipos de Constituição. Hermenêutica
constitucional. O Direito Constitucional e os demais ramos do direito.) 
Aula 2 – Direitos e Garantias Fundamentais. 
Aula 3 - Organização político-administrativa. (Federalismo no Brasil. Repartição de
rendas. Repartição de competências. Competências constitucionais: União, Estados,
Distrito Federal e Municípios. Intervenção nos estados e municípios.) 
Aula 4 – Organização dos Poderes – parte 1. (Separação de poderes. Sistemas de
governo. Poder Legislativo, Processo legislativo.) 
Aula 5 – Organização dos Poderes – parte 2. (Poder Executivo e Poder Judiciário.
Ministério Público. Defesa do Estado e as instituições democráticas.) 
Aula 6 – Controle de constitucionalidade. (Controle judiciário difuso e concentrado.
Ação declaratória de constitucionalidade. Ação direta de inconstitucionalidade.) 
Aula 7 - Princípios gerais da atividade econômica e financeira. Orçamento e
Finanças Públicas. Constituição do Estado do Rio de Janeiro. 
Visto o conteúdo, vale a pena mencionar três aspectos relevantes sobre
este curso. 
O primeiro é que nosso curso não abordará os temas “Administração
Pública” e nem “Sistema Tributário Nacional”, pois esses assuntos são
mais propriamente abordados em Direito Administrativo e Direito
Tributário. 
Outro esclarecimento diz respeito à forma das questões. Embora
saibamos que a FGV trabalha com questões do tipo múltipla escolha (e
não do tipo “certo” ou “errado”), tenho optado por trabalhar
frequentemente com comentários a itens (assertiva isolada). Por quê?
Questões meramente didáticas... 
Veja que essa forma de comentar as questões otimiza (e muito!) o seu
aprendizado, pois você é forçado a dar importância a todas as assertivas
(nas questões de múltipla escolha, muitas vezes o candidato se
preocupa apenas em “acertar a questão”, marcando o enunciado certo,
sem dar importância aos demais!). Ademais, com a divisão em item
(assertiva), o comentário passa a vir logo em seguida do enunciado, e
com isso você não perde o raciocínio. 
Então, algumas questões serão comentadas na forma tradicional (A - B -
C - D - E). Entretanto, a maioria das questões será comentada em forma
de assertivas. 
Por fim, um comentário importante se faz necessário. Seu concurso é
para a FGV. Então, evidentemente, comentarei diversas questões dessa 
 
 
 
 
 
 
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banca. Entretanto, não teremos como fazer todo o curso apenas com
questões dessa banca, para que não restem lacunas no aprendizado. 
Nesse sentido, as aulas também terão questões de outras bancas.
Vamos iniciar nosso curso já hoje com dois assuntos muito interessantes: 
Poder Constituinte (incluindo a modificação da Constituição) e Princípios
Constitucionais. 
Boa aula! 
1) (FGV/INSPETOR/POLÍCIA CIVIL/RJ/2008) O Poder Constituinte
Originário tem por características ser: 
(A) incondicionado e irrestrito. 
(B) permanente e limitado. 
(C) primário e condicionado. 
(D) autônomo e restrito. 
(E) ilimitado e transitório. 
O Poder Constituinte é o poder de elaborar ou atualizar uma 
Constituição. Segundo a doutrina é a manifestação soberana da
suprema vontade política de um povo social e juridicamente organizado. 
Como se sabe, o Poder Constituinte segmenta-se em originário e
derivado. 
O poder constituinte originário é o poder de elaborar uma Constituição.
Podemos dizer que ele se manifesta em dois momentos distintos: na
formação de um novo Estado (quando é elaborada a primeira
Constituição), ou, em um Estado já existente, quando ocorre uma ruptura
da ordem jurídica, sendo uma Constituição substituída por outra nova. 
O poder constituinte originário tem por características ser um poder
político, inicial, autônomo, incondicionado e permanente. Guarde a
distinção entre esses conceitos. 
É um poder político (e não jurídico), porque antecede o Direito. 
É um poder inicial porque a sua obra (a Constituição) é a base da ordem
jurídica. 
É um poder autônomo ou ilimitado porque não está limitado pelo direito
anterior, isto é, não tem que respeitar os limites estabelecidos pelo direito
positivo antecessor, podendo, até mesmo, desrespeitar direito adquirido
e cláusulas pétreas existentes no regime anterior. 
É incondicionado porque não está sujeito a qualquer forma prefixada
para manifestar sua vontade. Enfim, o poder constituinte originário não
tem que obedecer a qualquer forma ou procedimento pré-determinado
para realizar a sua obra de elaboração de uma nova Constituição. 
 
 
 
 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL EM EXERCÍCIOS P/ FISCAL DE RENDAS ICMS-RJ
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Ademais, o poder constituinte originário é permanente porque não
desaparece, não se esgota com a realização de sua obra, isto é, com a
elaboração da nova Constituição. Elaboradaa nova Constituição, o poder
constituinte permanece latente, podendo manifestar-se posteriormente,
mediante uma nova Assembléia Constituinte ou um novo ato
revolucionário. 
Pois bem, vistos esses conceitos podemos observar que o gabarito é
letra “a”. Afinal, o Poder Constituinte não está condicionado a nenhuma
regra pré-estabelecida, e nem sofre restrição alguma. 
Gabarito: “a” 
2) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) Norma aprovada pelo
poder constituinte derivado está sujeita ao controle judicial de
constitucionalidade. 
Controle de constitucionalidade é assunto para uma de nossas aulas
posteriores. Por enquanto, basta você saber que se trata de um
procedimento de verificação da conformidade de atos normativos frente à
Constituição. Guarde esse conceito enquanto falo um pouco sobre o
poder constituinte derivado. 
O poder constituinte derivado (secundário, instituído, constituído, ou
de segundo grau) está previsto no texto da própria Constituição,
resultando da vontade do poder constituinte originário. Vale dizer, ele é
“derivado” do poder constituinte originário, pois foi criado por este poder,
deriva desse poder. 
O poder constituinte derivado tem por características ser um poder
jurídico, derivado, subordinado e condicionado. 
É um poder jurídico (ao contrário do originário, que é político), pois
integra o direito positivo, isto é, está presente no texto da própria
Constituição. 
É derivado porque retira sua força do poder constituinte originário. 
É subordinado porque se encontra limitado pelas normas expressas e
implícitas presentes na Constituição Federal, normas essas que não
poderá contrariar, sob pena de inconstitucionalidade de sua conduta. 
É condicionado porque seu exercício deve obedecer fielmente às regras
previamente estabelecidas no texto da Constituição Federal. 
Em suma, ao contrário do poder constituinte originário, o poder
constituinte derivado sofre sim limitações, procedimentais e materiais. 
Assim, as normas produzidas por ele estarão sujeitas à verificação de
conformidade frente a essas limitações. O que acontece se uma norma
produzida pelo poder constituinte derivado desrespeita alguma limitação?
Ela será declarada inconstitucional. Daí dizermos que há controle de
constitucionalidade sobre a obra do poder constituinte derivado (por 
 
 
 
 
 
 
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exemplo, as normas constitucionais decorrentes de emenda
constitucional). Por isso, a questão está correta. 
Agora, raciocine comigo utilizado o mesmo pensamento para o poder
constituinte originário. Se não há limites para o poder constituinte
originário, não há como se verificar sua conformidade (conformidade com
o quê?). Assim, podemos dizer que as normas produzidas pelo poder
constituinte originário não estão sujeitas a controle de
constitucionalidade. 
Item certo. 
Observe agora que não foi só a FGV que cobrou esse tipo de questão... 
3) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo
poder constituinte originário são passíveis de controle concentrado e
difuso de constitucionalidade. 
O poder constituinte originário é autônomo, ilimitado, não deve respeito à
ordem jurídica anterior. Como é um poder pré-jurídico, não há normas
jurídicas anteriores a serem respeitadas. Nesse sentido, não há que se
falar em controle de constitucionalidade de normas originárias. 
Item errado. 
4) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O
titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo,
promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove
a sua alteração. 
O poder constituinte é o poder de elaborar ou atualizar uma Constituição.
Mas de quem é a titularidade do poder constituinte? 
Bem, antigamente, considerava-se que era Deus (que exercia o poder
por meio do monarca). Depois, falou-se que era a nação. 
Mas, modernamente, é pacífico o entendimento de que o titular do poder
constituinte é o povo. Isso é importante, pois bastante cobrado pelas
bancas: 
Titular do Poder Constituinte → POVO 
Como se vê, a questão está errada, já que o titular do Poder Constituinte
é o povo, e não seus representantes. 
Item errado. 
5) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) O procedimento que
deve ser adotado para a reforma do texto constitucional está
necessariamente previsto na própria Constituição. 
É isso mesmo. O poder constituinte derivado é aquele que promove a
alteração da Constituição. Mas, quais são as condições e regras
segundo as quais isso ocorre? 
 
 
 
 
 
 
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Bem, essas regras são estabelecidas pelo poder constituinte originário,
que, ao instituir o poder constituinte derivado, insere na Constituição
como se dará o exercício deste último. Essas regras podem ser
denominadas como limitações formais ao poder de reforma, conceito que
será mais bem desenvolvido logo à frente. 
Item certo. 
6) (CESPE/AUFC/TCU/2009) Da mesma forma que o poder
constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta
de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto
direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os
direitos e garantias individuais. 
Como vimos, o poder constituinte segmenta-se em originário e derivado,
sendo que o primeiro é político, inicial, autônomo e incondicionado.
Enquanto isso, o poder constituinte derivado está sim sujeito a
limitações. 
Mas o poder constituinte derivado não se restringe exatamente ao que a
questão chamou de poder de reforma. 
Na verdade, você tem de saber que o poder constituinte derivado
segmenta-se em: poder constituinte reformador e poder constituinte
decorrente. 
O poder constituinte derivado reformador é o competente para
modificar o texto da Constituição Federal, respeitando-se o
regramento estabelecido pela própria Constituição. Na Constituição
Federal de 1988, ele é exercido pelo Congresso Nacional, na forma do
artigo 60 da Constituição (processo de emenda) e do art. 3º do Ato das
Disposições Constitucionais Transitórias – ADCT (processo de revisão
constitucional). Alguns autores classificam esta última espécie de poder
constituinte derivado revisor. Fique tranquilo, pois esse assunto (a
diferença entre esses procedimentos) será mais bem detalhado logo a
seguir. 
O poder constituinte derivado decorrente é a competência que têm os
estados-membros, em virtude de sua autonomia político-administrativa,
de elaborar suas próprias Constituições. Mesmo nesse caso, o exercício
do poder constituinte derivado está sujeito a diversas limitações. 
Em suma, a questão está errada, na medida em que o poder constituinte
derivado reformador se sujeita a diversas limitações, tanto de ordem
formal quanto de ordem material. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
7) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O
poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado
na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível
de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. 
As normas constitucionais inseridas por emenda (atuação do poder
constituinte derivado reformador) estão sim sujeitas a controle de
constitucionalidade. Por outro lado, não estão sujeitas a controle de
constitucionalidade aquelas normas originárias da CF/88. Guarde isso! 
Item errado. 
8) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No tocante ao poder
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, demodo
que o referido poder se revela ilimitado, apresentando natureza pré-
jurídica. 
Na hora da prova, o concurseiro já começa suar frio só de ver uma
questão que fala em “corrente positivista...”. Com essa expressão, a
maioria já abandona a questão e pula para a próxima. Não se assuste,
pois isso é muito simples! 
O Brasil adotou a corrente positivista. Para o positivismo, o poder
constituinte originário não sofre limitações, uma vez que a ordem jurídica
nasce com ele, não antes dele. Ou seja, não há normas jurídicas
anteriores a estabelecer limites para sua atuação. Daí o fato de ser 
 
 
 
 
 
 
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classificado como um poder ilimitado, e político ou pré-jurídico, ao
contrário do poder constituinte derivado, classificado como limitado e
jurídico. 
Numa visão oposta, a corrente jusnaturalista defendia a existência de
normas de direito natural limitando a atuação do poder constituinte
originário, não foi o que prevaleceu no Brasil. 
Item certo. 
9) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA / STJ /
2008) O poder constituinte derivado decorrente consiste na
possibilidade que os estados-membros têm, em virtude de sua
autonomia político-administrativa, de se autoorganizarem por meio
das respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as
regras estabelecidas pela CF. 
De fato, o poder constituinte derivado decorrente é a competência que
têm os estados-membros, em virtude de sua autonomia político-
administrativa, de elaborar suas próprias Constituições. Mesmo nesse
caso, o exercício do poder constituinte derivado está sujeito a diversas
limitações estabelecidas pela CF/88. 
Item certo. 
Agora compare essa questão do CESPE acima que esta abaixo, da FGV. 
10) (FGV/Juiz de Direito Substituto de Carreira/TJ/PA/2008) O Poder
Constituinte Estadual é denominado de "derivado decorrente", pois
consiste na possibilidade que os Estadosmembros têm de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais,
sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela
Constituição Federal. 
Viu como essas questões, apesar de serem de bancas diferentes
(CESPE e FGV) e de cargos diferentes (analista e juiz), são bastante
similares. 
Daí a importância de se resolverem questões de concursos antes da
prova. Por isso, que entendo pertinente complementar a aula com
questões de outras bancas para que a quantidade de exercícios
resolvidos seja maior. 
A assertiva está correta, pois de fato, o poder constituinte derivado
decorrente consiste na competência de auto-organização dos estados-
membros, por meio da qual eles elaboram suas próprias Constituições. 
Item certo. 
11) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) O poder
constituinte derivado tem como características ser condicionado,
secundário e autônomo. 
 
 
 
 
 
 
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O poder constituinte derivado é um poder limitado, condicionado e
subordinado e secundário. Ou seja, ele não é autônomo. 
Item errado. 
12) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) Poder
constituinte decorrente é um poder constituído pelo poder
constituinte originário para o fim de reformar a Constituição,
emendando-a. 
A assertiva mistura os conceitos de poder constituinte derivado
reformador e poder constituinte derivado decorrente. A assertiva
está errada, pois a reforma da Constituição se dá por meio do exercício
do poder constituinte derivado reformador. 
Item errado. 
13) (CESPE/TÉCNICO DE NÍVEL SUPERIOR/MDS/2008) O poder
constituinte decorrente subordina-se às limitações que o órgão
investido de funções constituintes primárias ou originárias
estabeleceu no texto da CF. 
O poder constituinte decorrente é derivado, condicionado e está sujeito
às limitações estabelecidas pelo poder constituinte originário. Inclusive,
essa necessidade de respeito às normas da Carta Cidadã está expressa
no art. 25 da CF/88: “Os Estados organizam-se e regem-se pelas
Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta
Constituição”. 
Item certo. 
14) (CESPE/DELEGADO DE POLÍCIA CIVIL
SUBSTITUTO/PCRN/2009) O poder constituinte de reforma não é
inicial, nem incondicionado nem ilimitado, no entanto, não está
subordinado ao poder constituinte originário. 
O poder constituinte derivado reformador está sim subordinado ao poder
constituinte originário, especialmente por meio das regras estabelecidas
por esse último e expressas na Constituição. 
Item errado. 
15) (CESPE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO DO TCU/2007) O
poder de reforma inclui tanto o poder de emenda como o poder de
revisão do texto constitucional. 
Como comentado, o poder de reforma inclui tanto o poder de emenda
constitucional (CF, art. 60), quanto o poder de revisão (ADCT, art. 3°). 
Item certo. 
16) (ESAF/AFC/CGU/2003) A distinção doutrinária, entre revisão e
reforma constitucional, materializou-se na CF/88, uma vez que o
atual texto constitucional brasileiro diferencia tais processos, ao 
 
 
 
 
 
 
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estabelecer entre eles distinções quanto à forma de reunião do
Congresso Nacional e quanto ao quorum de deliberação. 
Vamos revisar isso aí... 
A Constituição é alterada por mutação, revisão e emenda constitucional. 
A mutação constitucional é o fenômeno que se verifica nas
Constituições ao serem modificadas de forma silenciosa, contínua, sem
alteração textual. É isso mesmo, trata-se de um processo informal e
espontâneo de alteração da interpretação constitucional, em que se
muda o conteúdo de determinado dispositivo, sem mudança no teor da
norma. 
É o que acontece quando o Supremo Tribunal Federal muda seu
entendimento sobre certo dispositivo constitucional, por decorrência da
própria evolução de usos e costumes. Pode-se relacionar esse fenômeno
ao conceito de poder constituinte difuso. 
Já a revisão constitucional e o processo de emenda são processos
formais de mudança nas Constituições. 
A revisão constitucional está prevista no art. 3° do ADCT e consistiu
em um procedimento simplificado, que ocorreu apenas uma vez:
cinco anos após a promulgação da CF/88. As emendas foram
aprovadas por maioria absoluta de votos em sessão unicameral do
Congresso Nacional. Ademais, o texto foi promulgado pela Mesa do
Congresso Nacional. Este procedimento é caracterizado por alguns
autores como conseqüência da ação do poder constituinte derivado
revisor. 
Já o procedimento de emenda constitucional (CF, art. 60) tem outras
características. As propostas de emenda constitucional são discutidas e
votadas em cada Casa (reunião bicameral) do Congresso Nacional, em
dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três
quintos dos votos dos respectivos membros. As emendas são
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal. Observe como é um processo bem mais rígido que o de
revisão. 
Há ainda algumas importantes diferenças entre os procedimentos de
revisão e emenda: 
I) enquanto o processo de revisão foi único e não pode ser criado outro,
o processo de emenda é permanente (exceto naquelas ocasiões
excepcionais que resultam nas limitações circunstanciais (CF, art. 60, §
1°). 
II) enquanto o processo de revisão não pode ser adotado pelos estados-
membros, o de emenda é de observância obrigatória por eles. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Assim, a questão está correta, pois, de fato, entre o procedimento de
reforma (emenda) e o de revisãohá diferenças na forma de reunião do
Congresso (unicameral na revisão e bicameral no processo de emenda)
e no que se refere ao quorum de deliberação (maioria absoluta na
revisão e três quintos no processo de emenda). 
Item certo. 
17) (FGV/PROCURADOR/TCM/RJ/2008) Mutação constitucional é o
processo formal de alteração do texto constitucional. 
Como vimos, a mutação constitucional consiste na mudança da
Constituição de forma silenciosa e sem alteração textual. Nesse sentido,
trata-se de processo informal, em que se muda o conteúdo de
determinado dispositivo, sem mudança no teor literal da norma. 
Assim, a assertiva está incorreta, pois a mutação constitucional não
consiste em mudança formal no texto constitucional. 
Item errado. 
18) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) A modificação do texto da Constituição por
emendas constitui exercício do Poder Constituinte originário. 
Uma questão como essa você não pode errar. Como você sabe, a
modificação do texto da Constituição por emendas constitui exercício do
poder constituinte derivado. 
Item errado. 
Revisão Constitucional
(ADCT, art. 3º) 
Emenda Constitucional
(CF, art. 60) 
Procedimento simplificado (maioria
absoluta, em sessão unicameral) 
Procedimento único (cinco anos após a
promulgação da CF/88) 
Procedimento vedado aos estados-
membros 
Não pode ser criado outro por meio de
emenda (limitação material implícita) 
As Emendas Constitucionais de Revisão
(ECR) foram promulgadas pela Mesa do
Congresso Nacional 
Procedimento árduo (2 turnos, com
aprovação de 3/5 de cada Casa) 
Procedimento permanente (a CF/88
sempre poderá ser alterada por emenda) 
Observância obrigatória pelos estados-
membros 
Não pode ser modificado por meio de
emenda (limitação material implícita) 
As Emendas Constitucionais (EC) são
promulgadas pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal 
 
 
 
 
 
 
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19) (FGV/FISCAL DE RENDAS/MS/2006) A respeito da "mutação
constitucional", é correto afirmar que: 
(a) é a alteração da Constituição por meio de emendas. 
(b) é o mesmo que revisão constitucional. 
(c) são as alterações informais feitas na substância da Constituição,
especialmente por meio da interpretação judicial. 
(d) não tem lugar em nosso sistema jurídico, em razão de a Carta
Política ser escrita e rígida. 
(e) só ocorre por meio do poder constituinte originário. 
As alternativas “a” e “b” estão erradas, pois a mutação constitucional não
se confunde com a alteração da Constituição por meio de emendas ou
com o processo de revisão. Estas últimas configuram processos de
alteração formal da Constituição, ao contrário da mutação (que é
informal). 
A alternativa “c” está correta. De fato, na mutação constitucional a
mudança na interpretação de determinado dispositivo gera alterações
informais no conteúdo da norma sem que haja mudança formal no texto
constitucional. 
A alternativa “d” está errada, pois a todo momento a nossa Constituição é
alterada por meio de mutação constitucional a partir das interpretações
que são dadas aos seus dispositivos. Especialmente por meio de
atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). É o que ocorre quando, por
exemplo, o STF muda seu entendimento sobre determinado assunto de
interesse constitucional. 
A alternativa “e” está errada, uma vez que não é necessária a atuação do
poder constituinte originário para a ocorrência do fenômeno da mutação
constitucional. Afinal, as manifestações do poder constituinte originário
ocorrem na criação de um novo Estado ou na mudança de Constituição
em um Estado existente, como ocorreu em 1988 no Brasil. 
Gabarito: "c" 
20) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010)
Previsto pelo constituinte originário, o poder constituinte derivado
decorrente encontra limitações apenas nas cláusulas pétreas. 
As limitações ao poder constituinte derivado são tanto de ordem formal
(procedimental), quanto de ordem material. Portanto, o poder constituinte
derivado encontra limitações não só nas cláusulas pétreas. 
Podemos classificar essas limitações em quatro grupos: 
a) temporais - quando a Constituição estabelece um período durante o
qual o seu texto não pode ser modificado. É importante ter em mente que 
 
 
 
 
 
 
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não temos limitações desta natureza na Constituição Federal de
1988; 
b) circunstanciais - quando a Constituição veda a sua modificação
durante certas circunstâncias excepcionais, em ocasiões extraordinárias
(a CF/88 prevê limitações circunstanciais, ao proibir a aprovação de
emendas durante a vigência de estado de defesa, estado de sítio e
intervenção federal – art. 60, § 1º); 
c) processuais ou formais - quando a Constituição estabelece
determinado procedimento para o processo legislativo de sua
modificação (CF, art. 60, incisos I, II e III e §§ 2º, 3º e 5º); e 
d) materiais – quando há certas restrições para o tratamento de
determinadas matérias (enumeradas ou não). 
Na Constituição Federal de 1988, temos limitações materiais expressas
ou explícitas e limitações materiais implícitas ou tácitas. 
As limitações materiais expressas ou explícitas estão previstas no § 4º
do art. 60 da Constituição, e são as chamadas “cláusulas pétreas
expressas”, comentadas no enunciado da questão. Ou seja, trata-se de
temas importantes da nossa República que não podem ser abolidos por
emenda. 
As limitações materiais implícitas ou tácitas são aquelas que impedem
a alteração da titularidade do poder constituinte originário, a alteração da
titularidade do poder constituinte derivado e alterações ao procedimento
estabelecido na Constituição para a modificação do seu texto. Como o
nome já enuncia, elas não decorrem de norma expressa da Constituição,
mas sim de desenvolvimento doutrinário e jurisprudencial. 
Sintetizando: 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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21) (FUNIVERSA/CONSULTOR JURÍDICO/APEX/2006) Configura-se
uma limitação circunstancial ao poder derivado não ser possível a
emenda à Constituição Federal durante o Estado de Sítio. 
De fato, a vedação de emenda constitucional no período de Estado de
Sítio configura limitação circunstancial ao poder constituinte derivado. 
Item certo. 
Veja que a questão da FGV abaixo foi no mesmo estilo... 
22) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) As chamadas
cláusulas pétreas da Constituição estabelecem limitações materiais
ao poder constituinte derivado. 
Exato. As cláusulas pétreas (previstas no art. 60, § 4° da CF/88) são
limitações materiais ao poder constituinte derivado. 
Nesse sentido, não será objeto de deliberação a proposta de emenda
tendente a abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Item certo. 
23) (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) De acordo
com a doutrina constitucionalista, a Constituição Federal traz duas
grandes espécies de limitações ao Poder de reformá-la, as
limitações expressas e as implícitas. 
De fato, a Constituição estabelece não só as limitações expressas ou
explícitas (ao longo do art. 60 da CF/88), mas também as limitações
implícitas (ou tácitas). Essas limitações implícitas são aquelas que
impedem a alteração da titularidade do poder constituinte originário, a
alteração da titularidade do poder constituinte derivado e alterações ao
procedimento estabelecido na Constituição para a modificação do seu
texto. 
Item certo. 
24) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) A CF pode ser alterada,a
qualquer momento, por intermédio do chamado poder constituinte
derivado reformador e também pelo derivado revisor. 
Como vimos, o poder constituinte derivado reformador é o competente
para modificar o texto da Constituição Federal, seja por meio do
processo de emenda constitucional ou por meio do processo de revisão
constitucional. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, a assertiva está errada ao afirmar que a CF/88 poderá ser
alterada em qualquer momento pelo poder reformador e pelo poder
revisor. Primeiro, porque há limitações circunstanciais que impedem a
alteração da Constituição na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio (CF, art. 60, § 1°). Ademais, a revisão
constitucional foi restringida a um processo único, com data pré-fixada
(cinco anos contados da promulgação da Constituição Federal, nos
termos do art. 3° do ADCT). 
Item errado. 
25) (CESPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE/SE/2010)
Sendo poder de índole democrática, autônomo e juridicamente
ilimitado, o poder constituinte originário tem como forma única de
expressão a assembleia nacional constituinte. 
O poder constituinte originário não se expressa apenas de forma
democrática. Na realidade, é um poder de índole democrática quando a
forma de expressão consiste na assembléia nacional constituinte (ou
convenção). 
Entretanto, o poder constituinte originário também atua na declaração
unilateral de um agente golpista ou revolucionário, sem a participação do
povo, forma de expressão denominada de outorga. 
Item errado. 
26) (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) Vários
doutrinadores publicistas salientam ser implicitamente irreformável a
norma constitucional que prevê as limitações expressas. 
De fato, uma das limitações implícitas desenvolvidas pela doutrina e
jurisprudência é exatamente aquela que impede alterações do
procedimento estabelecido na Constituição para a modificação do seu
texto. E esse procedimento é uma das limitações formais (expressas) ao
Poder de reforma. 
Item certo. 
27) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) A
revisão constitucional prevista por uma Assembléia Nacional
Constituinte, possibilita ao poder constituinte derivado a alteração do
texto constitucional, com menor rigor formal e sem as limitações
expressas e implícitas originalmente definidas no texto
constitucional. 
Há diversas diferenças entre os procedimentos de revisão e o de
emenda. Todavia, você não pode esquecer que os dois procedimentos
estão sujeito às limitações materiais expressas e implícitas impostas pelo
ordenamento constitucional ao poder constituinte derivado. 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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28) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/STN/2008) Não
existe tratamento jurídico diferenciado entre emenda, reforma e
revisão constitucional. 
Bem, para parte da doutrina, a reforma é gênero (poder constituinte
reformador), que se subdivide em duas espécies de procedimentos:
revisão constitucional (ADCT, art. 3º) e emenda constitucional (art. 60). 
Ou, em outras palavras: na Constituição Federal de 1988, o poder
constituinte reformador (reforma constitucional) ora se materializa pelo
procedimento de revisão (ADCT, art. 3º), ora pelo procedimento de
emenda (art. 60). 
De qualquer forma, nem sempre as bancas fazem essa distinção,
utilizando as expressões “reforma” e “emenda” como sinônimas. 
Item errado. 
29) (ESAF/AUDITOR FISCAL DO TRABALHO/MTE/2010) As limitações
expressas circunstanciais formam um núcleo intangível da
Constituição Federal, denominado tradicionalmente por “cláusulas
pétreas”. 
As limitações circunstanciais não são as cláusulas pétreas. Ocorrem
quando a Constituição veda a sua modificação durante certas
circunstâncias excepcionais, em ocasiões extraordinárias (a CF/88 prevê
limitações circunstanciais, ao proibir a aprovação de emendas durante a
vigência de estado de defesa, estado de sítio e intervenção federal – art.
60, § 1º). 
As cláusulas pétreas constituem limitações materiais ao poder de
reforma. 
Item errado. 
30) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) A aprovação de uma
emenda constitucional depende dos votos favoráveis de 3/5 dos
membros de cada Casa do Congresso Nacional, obtidos em dois
turnos de votação em cada uma delas. 
O art. 60 da Constituição apresenta as regras relativas ao processo de
reforma da Constituição por meio de emendas constitucionais. 
Assim, nos termos do art. 60, § 2° da CF/88, a proposta de emenda
constitucional será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. 
Item certo. 
31) (FGV/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-AP/2010) Podem propor emenda à
Constituição: (i) o Presidente da República; (ii) um terço, no mínimo,
dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; (iii)
o Presidente do Supremo Tribunal Federal; e (iv) mais da metade 
 
 
 
 
 
 
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das Assembléias Legislativas das unidades da Federação,
manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros. 
O art. 60 da CF/88 estabelece quem pode propor emenda constitucional.
Assim, trata-se de competência: 
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal; 
II - do Presidente da República; 
III - de mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros. 
Assim, pode se observar que o presidente do STF não é competente
para propor emenda constitucional. 
Item errado. 
32) (FGV/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-AP/2010) A Constituição não
poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado
de defesa ou de estado de sítio. 
De fato, a Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio (CF, art.
60, § 1°). Trata-se das chamadas limitações circunstanciais ao poder
de reforma. 
Item certo. 
33) (FGV/AUDITOR FISCAL/SEFAZ-AP/2010) Determinados temas
previstos na própria Constituição não podem ser objeto de proposta
de emenda constitucional que os pretenda abolir. 
De fato, a Constituição estabelece temas que não podem sofrer emendas
constitucionais tendentes a aboli-los. Nos termos do § 4º do art. 60 da
CF/88, não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a
abolir: 
I - a forma federativa de Estado; 
II - o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III - a separação dos Poderes; 
IV - os direitos e garantias individuais. 
Trata-se das chamadas limitações materiais ao poder de reforma.
Item certo. 
34) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) Acerca do poder constituinte
instituído, é correto afirmar que, a partir da vigente Constituição da
República, ele poderá ser exercido no âmbito: 
 
 
 
 
 
 
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(A) da União, exclusivamente. 
(B) da União, dos Estados e do Distrito Federal, exclusivamente. 
(C) da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
(D) dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
exclusivamente. 
(E) dos Municípios, exclusivamente. 
Muito estranha essa questão... 
O poder constituinte instituído (ou derivado) pode ser exercido no âmbito
da União (por meio do derivado reformador) e dos estados-membros (por
meio do derivado decorrente). 
Segundo Alexandre de Moraes, o poderconstituinte derivado decorrente 
“consiste na possibilidade que os estados-membros têm, em
virtude de sua autonomia político-administrativa, de se auto-
organizarem por meio de suas respectivas constituições estaduais,
sempre respeitando as regras limitativas estabelecidas pela
Constituição Federal”. 
Assim, para o festejado doutrinador, o poder constituinte derivado
decorrente estaria relacionado apenas aos estados-membros. 
De forma expressa, também o professor Pedro Lenza posiciona-se no
mesmo sentido, entendendo que o poder constituinte derivado
decorrente 
“é apenas o poder que os Estados-membros, por meio das
Assembléias Legislativas, têm de elaborar suas Constituições
Estaduais (...). Essa particularidade, portanto, não se estende aos
outros entes que ocupam uma posição peculiar.” 
Vale comentar ainda que também o prof. Leo Van Holthe e os
professores Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino não relacionam o poder
constituinte derivado decorrente aos municípios. 
Apesar disso, a FGV considerou que o poder constituinte derivado
poderá ser exercido também pelos municípios. Assim, considerou como
correta a letra “c”. 
Gabarito: “c” 
A partir de agora comentarei algo sobre os chamados princípios
constitucionais. 
Antes de tudo, devemos saber que os princípios constitucionais dividem-
se em: (i) princípios político-constitucionais e (ii) princípios jurídico-
constitucionais. 
Os princípios político-constitucionais relacionam-se às decisões
políticas fundamentais (traduzem opções políticas fundamentais 
 
 
 
 
 
 
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conformadoras da Constituição). Podemos considerar que são os
princípios constitucionais fundamentais, positivados em normas-
princípios. É o caso dos princípios fundamentais, que compõem os
arts. 1° ao 4° da CF/88 e que veremos logo a seguir. 
Assim, no caso da Constituição Federal de 1988 (arts. 1° ao 4°), os
princípios fundamentais consistem nos valores máximos, diretrizes e os
fins mais gerais orientadores de toda a nossa ordem constitucional.
Eles é que definirão e caracterizarão o Estado, por isso, serão a matriz
da qual decorrem todas as demais normas constitucionais. 
Daí serem considerados normas-síntese ou normas-matriz, pois todas
as demais normas constitucionais consistem no desenvolvimento desses
princípios e confluem neles. 
Já os princípios jurídico-constitucionais são os princípios gerais
informadores da ordem jurídica nacional. Podem ser considerados
desdobramentos dos princípios fundamentais. Por exemplo: o
princípio da legalidade, o princípio da supremacia da Constituição, o
princípio do devido processo legal, do contraditório, do juiz natural etc.
Esses princípios são vistos especialmente quando estudamos os direitos
e garantias fundamentais. 
Essa classificação não é normalmente abordada pela FGV, que costuma
centrar sua análise no conhecimento literal dos princípios fundamentais.
Mas veja que a banca abordou esse assunto em prova recente. 
35) (ESAF/ANALISTA TECNICO/SUSEP/2010) Não há distinção entre
os princípios constitucionais fundamentais e os princípios gerais do
direito constitucional. 
Há sim distinção entre princípios fundamentais (político-constitucionais) e
princípios gerais (jurídico-constitucionais). 
I) Princípios político-constitucionais → São os princípios fundamentais,
matriz ou síntese das demais normas constitucionais, que decorrem dele. 
II) Princípios jurídico-constitucionais → São os denominados princípios gerais
do direito constitucional e decorrem dos princípios fundamentais, como
princípios derivados. 
Item errado. 
36) (ESAF/ANALISTA TECNICO/SUSEP/2010) Os princípios jurídico-
constitucionais não são princípios constitucionais gerais, todavia não
se constituem em meros desdobramentos dos princípios
fundamentais. 
Digamos que a questão está duas vezes errada. Como vimos, os
princípios jurídicos constitucionais são os chamados princípios gerais. E
eles são desdobramentos (decorrem ou derivam) dos princípios
fundamentais. 
Item errado. 
 
 
 
 
 
 
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(FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) Relativamente aos
princípios fundamentais, julgue os seguintes itens. 
A questão aborda os princípios fundamentais. Antes de entrar na
análise de cada um dos itens, vale fazer um breve comentário sobre
esses princípios. Esses princípios constituem os valores máximos,
diretrizes e os fins mais gerais orientadores da nossa ordem
constitucional. 
Eles estão apresentados logo no início da Constituição Federal de 1988
(arts. 1° ao 4°). Assim, podemos dizer que o Título I da CF/88 apresenta
as características mais essenciais do nosso Estado. 
Vejamos item a item da questão. 
37) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) A República
Federativa do Brasil é formada pela união dissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal. 
Logo de início, já no caput do art. 1°, a Constituição já estabelece a
forma de Estado (Federação) e a forma de Governo (República), além de
enunciar nosso regime político como sendo um Estado democrático de
Direito. 
Art. 1º - A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos
Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de
Direito (...) 
Ao longo do nosso curso desenvolveremos melhor os conceitos de
República e Federação ao estudar a Organização político-administrativa
do Estado. De qualquer forma, uma das características da Federação é a
ausência de capacidade de secessão dos entes federados. 
Nesse sentido, a República Federativa do Brasil constitui-se na união
indissolúvel, na medida em que essa organização do poder estatal no
território não poderá ser dissolvida por meio da separação dos entes
formadores da Federação. Logo, a assertiva está incorreta. 
Item errado. 
38) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) A República
Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de Direito. 
Como visto, no próprio caput do art. 1°, a República Federativa é
classificada com um Estado Democrático de Direito. 
O Estado de Direito, por si só, é um conceito tipicamente liberal e se
relaciona com a primazia da lei, divisão de poderes e garantia de direitos
fundamentais. 
Entretanto, o individualismo e a abstenção do Estado geraram injustiças
sociais, o que resultou na superação do Estado de Direito. Nesse
momento, ganhou força o conceito de Estado Social de Direito, em que o 
 
 
 
 
 
 
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“social” refere-se à correção do individualismo clássico liberal pela
afirmação de direitos sociais. 
Entretanto, nem sempre o Estado de Direito (seja liberal seja social) se
revela como democrático. Assim, podemos considerar que o Estado
Democrático agrega o componente da soberania popular, impondo a
participação efetiva e operante do povo na coisa pública (o que não se
exaure na simples formação de instâncias representativas). 
Já o Estado Democrático de Direito pode ser entendido como uma
evolução desses conceitos. Segundo o prof. José Afonso da o
Estado Democrático de Direito reúne os princípios do Estado
Democrático e do Estado de Direito, mas não como simples reunião
formal dos respectivos elementos, na medida em que revela um
conceito novo que os supera. Nesse sentido, incorpora uma vertente de
transformação da realidade, superação das desigualdades e realização
da justiça social. 
Item certo. 
39) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) Constitui objetivo
fundamental da República Federativa do Brasil construir uma
sociedade livre, justa e solidária. 
Entre os princípiosfundamentais, você precisa saber diferenciar: 
I – os fundamentos (CF, art. 1°); 
II – os objetivos fundamentais (CF, art. 3°); e 
III – os princípios que regem as relações internacionais (CF, art. 4°). 
Fique tranquilo, pois não é difícil distingui-los. Treinaremos bastante isso
nesta aula. 
Pois bem, a questão versa especificamente sobre os objetivos
fundamentais. 
Os objetivos fundamentais estão expressos no art. 3° da CF/88 e
visam assegurar a igualdade material aos brasileiros, possibilitando
iguais oportunidades a fim de concretizar a democracia econômica,
social e cultural e tornar efetivo o fundamento da dignidade da pessoa
humana. Observe que são quatro os objetivos e todos eles começam
com um verbo. 
 
 
 
 
 
 
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Observe como se trata de programas para o futuro, diretrizes a serem
alcançadas de forma a tornar mais justa a sociedade brasileira. 
Assim, um dos objetivos fundamentais é, de fato, construir uma
sociedade livre, justa e solidária (CF, art. 3°, I). 
Item certo. 
40) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) São Poderes da
União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário. 
Trata-se da separação dos poderes, outro importante princípio
constitucional (enunciado no art. 2° da Constituição Federal). 
Art. 2º - São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o
Executivo e o Judiciário. 
Ou seja, esse artigo assegura o princípio da separação dos poderes
(ou divisão funcional do Poder), que consiste na repartição das
funções estatais (executiva, legislativa e judiciária) entre três órgãos
distintos. Com isso, evita-se a concentração de todo o poder nas mãos
de uma única pessoa. Encontra respaldo naquela ideia antiga de que o
poder corrompe-se quando não encontra limites. 
Podemos dizer que essa teoria representa uma forma de controle
recíproco, em que um poder controlaria as atividades do outro, a fim de
se evitarem desvios e excessos. Esse sistema de controles recíprocos é
denominado pela doutrina como sistema de freios e contrapesos. 
Prosseguindo, vamos relembrar quais são as funções típicas de cada
um dos poderes estatais: 
a) Poder executivo → Administração 
b) Poder Legislativo → Elaboração de leis e fiscalização 
c) Poder Judiciário → Jurisdição 
Esse assunto será detalhado de forma aprofundada ao estudarmos a 
organização dos poderes (em aula posterior). No momento, lembre-se
apenas que o princípio da separação de poderes não é rígido, de forma 
Objetivos
fundamentais da 
República
Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. 
 
 
 
 
 
 
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que todos os Poderes da República exercem predominantemente
funções típicas, mas, também, funções atípicas. 
Em aula futura, falaremos um pouco mais sobre esse assunto.
Item certo. 
41) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) Todo o poder
emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição. 
A assertiva reproduz o parágrafo único do art. 1° da CF/88, que
caracteriza nosso regime político como democrático, em que prevalece
a soberania popular. 
Nesse sentido, a Constituição estabelece que todo o poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos da Constituição. 
Um detalhe importante: observe que, na nossa democracia, o poder é
exercido não só por meio de representantes (eleitos pelo povo), como
também diretamente (como disposto no art. 14 da CF/88, são exemplos
o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular). 
Item certo. 
42) (FGV/FISCAL DE RENDAS/SEFAZ/RJ/2008) Não é(são)
fundamento(s) da República Federativa do Brasil: 
(a) pluralismo político. 
(b) dignidade da pessoa humana. 
(c) valores sociais da livre iniciativa. 
(d) divisão dos Poderes do Estado. 
(e) valores sociais do trabalho. 
São bem simples as questões sobre os princípios fundamentais, pois, em
regra, não cobram mais do que a divisão entre fundamentos, objetivos e
princípios que regem o Brasil nas suas relações internacionais. 
“- Professor, precisa decorar? 
- Claro que não! Basta você memorizá-los (...rs).” 
A questão pede os fundamentos, previstos no art. 1° da CF/88. Esses
fundamentos podem ser considerados os alicerces, as vigas mestras da
nossa república. Observe o esquema que chama sua atenção para as
principais informações do art. 1°, incluindo os 5 fundamentos. 
Sintetizando: 
 
 
 
 
 
 
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Pois bem, são cinco os fundamentos. E eles podem ser memorizados por
meio do mnemônico: so-ci-di-va-plu. Sabemos bem que é ridículo... mas
o importante é marcar a letra correta na hora da prova, não é?...rs 
Assim, a letra “d” é o gabarito, pois a divisão dos Poderes, apesar de
previsto como um dos princípios, não configura um fundamento. 
Gabarito: “d” 
43) (ESAF/ATRFB/2010) A República Federativa do Brasil não adota
nas suas relações internacionais o princípio da igualdade entre os
Estados. 
Além dos fundamentos e dos objetivos fundamentais, restam ainda os 10
princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (CF,
art. 4°), que podem ser subdivididos em 3 grupos: 
1 – Princípios ligados à independência nacional: 
- Independência nacional (inc. I) 
- Autrminação dos povos (inc. III) 
- Não-Intervenção (inc. IV) 
- Igualdade entre os Estados (inc. V) 
- Cooperação dos povos para o progresso da humanidade (inc. IX)
2 – Princípios ligados à pessoa humana: 
- Prevalência dos direitos humanos (inc. II) 
- Concessão de asilo político (inc. X)
3 – Princípios ligados à paz: 
- Defesa da paz (inc. VI) 
I – soberania 
II – cidadania 
IV – valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa 
Estado Democrático de Direito 
Forma de governo e forma de Estado Regime político 
formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal 
tem como fundamentos 
República Federativa do Brasil 
III – dignidade da pessoa humana 
III – pluralismo político 
 
 
 
 
 
 
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- Solução pacífica dos conflitos (inc. VII) 
- Repúdio ao terrorismo e ao racismo (inc. VIII) 
Assim, o princípio da igualdade entre os Estados é princípio que rege o 
Brasil em suas relações internacionais (CF, art. 4°, V). 
Item errado. 
44) (FGV/CONTADOR/TCE/PI/2002) O princípio da separação de
Poderes assegurado pela Constituição brasileira tem como cláusula
parâmetro a independência entre os Poderes, que significa, inclusive
na sua interpretação e aplicação, que 
(A) os órgãos do governo atuam de modo inteiramente
discricionário. 
(B) todos os membros do Poder Judiciário são nomeados pelo
próprio Poder, em razão de sua autonomia administrativa. 
(C) os Poderes não sofrem qualquer tipo de controle uns pelo
outros. 
(D) a permanência nos órgãos de um dos Poderes políticos não
depende da confiança nem da vontade dos outros. 
(E) um Poder não pode atuar sem a concordância, autorização ou
colaboração do outro. 
Ótima questão para que você possa verificar se aprendeu o “espírito” do
princípio da separação dos poderes.Lembre-se que nossa Constituição
não tem uma separação rígida entre os poderes. Afinal, entre eles há
uma relação de independência e harmonia, nos termos do art. 2° da
CF/88. 
Nesse sentido, a relação entre os poderes não pode ser pensada sem
ter-se em mente aquela ideia de freios e contrapesos, de controle
recíproco entre os poderes. Vejamos as assertivas. 
A letra “a” está errada, pois o princípio da separação dos poderes não
tem como pressuposto uma atuação inteiramente discricionária dos
poderes. 
A letra “b” está errada. Você não precisa ter estudado direito
constitucional para acertar essa alternativa. Quem indicou o novo
ministro do Supremo? A presidente Dilma, certo? 
Pois é, não nega a separação dos poderes a indicação de membros do
Judiciário pelo Poder Executivo, como é o caso dos Ministros do STF
(que são nomeados pelo Presidente da República após a aprovação por
maioria absoluta do Senado, nos termos do parágrafo único do art. 101
da CF/88). Ou seja, a nomeação de um dos membros do Judiciário,
depende dos outros dois poderes. Isso caracteriza bem a harmonia entre
os poderes, nos termos do preconizado pela Constituição no art. 2°. 
 
 
 
 
 
 
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A letra “c” está errada, pois os poderes são mutuamente controlados uns
pelos outros. Acho que com exemplos eu posso deixar isso mais claro. 
Veja o caso do controle de constitucionalidade. Trata-se de controle
judiciário da atividade legislativa. Outro exemplo: julgamento do
Presidente da República pelo Senado Federal no caso de crimes de
responsabilidade (CF, art. 52, I) e pelo STF nas infrações penais comuns
(CF, art. 102, I, “b”). São todos exemplos de controles recíprocos entre
os poderes. 
A letra “d” está correta e representa bem o princípio da separação dos
poderes. Se a permanência de um parlamentar em seu cargo
dependesse do Presidente da República, por exemplo, estaria afetada a
independência entre os poderes. 
A letra “e” está errada, afinal, um poder atua com independência em
relação ao outro, sem necessidade de autorização do outro. 
Gabarito: “d” 
45) (FGV/JUIZ/TJ/PA/2005) O poder do povo pode ser exercido pelo
plebiscito ou por referendo autorizado pelo Chefe do Executivo da
União. 
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição. Assim, o poder é
exercido não só por meio de representantes (eleitos pelo povo), como
também diretamente (como disposto no art. 14 da CF/88, são exemplos o
plebiscito, o referendo e a iniciativa popular). 
A assertiva está incorreta, pois o referendo não precisa ser autorizado
pelo Presidente da República. Na realidade, compete ao Congresso
Nacional autorizar referendo (CF, art. 49, XV). 
Item errado. 
46) (FGV/AUDITOR/TCM/PA/2008) A Constituição da República, em
seu art. 1º, determina que a República Federativa do Brasil, formada
pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito
Federal, tem como fundamento(s): 
(A) os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
(B) a garantia do desenvolvimento nacional. 
(C) a erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das
desigualdades sociais e regionais. 
(D) a prevalência dos direitos humanos. 
(E) a promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça,
sexo ou qualquer outra forma de discriminação. 
Para relembrar os fundamentos, você pode ter apoio naquele famoso
mnemônico SO – CI – DI – VA – PLU. 
 
 
 
 
 
 
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Assim, a letra “a” está correta. De fato, os valores sociais do trabalho e
da livre iniciativa são um dos fundamentos da República Federativa do
Brasil (CF, art. 1°, IV). 
A alternativa “b” está errada, pois garantir o desenvolvimento nacional é
um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil (CF,
art. 3°, II), e não um dos fundamentos. 
A alternativa “c” está errada, pois erradicar a pobreza e a marginalização
e reduzir as desigualdades sociais e regionais são objetivos
fundamentais da República Federativa Brasil (CF, art. 3°, III), e não um
dos fundamentos. 
A alternativa “d” está errada, pois a prevalência dos direitos humanos
está previsto no art. 4°, II como um dos princípios que regem o Brasil
em suas relações internacionais (e não um dos fundamentos). 
A alternativa “e” está errada, pois promover o bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação é um objetivo fundamental (CF, art. 3°, IV), e não um
dos fundamentos. 
Gabarito: “a” 
47) (FGV/ANALISTA DE PROCESSOS/MEC/2008) Assinale a opção
que reune todos os fundamentos da República Federativa do Brasil,
tal como previstos no art. 1º da Constituição de 1988. 
(A) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a
cooperação entre os povos para o progresso da humanidade. 
(B) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a
autrminação dos povos. 
(C) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a
concessão de asilo político. 
(D) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; a
solução pacífica dos conflitos. 
(E) a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político. 
O candidato deve marcar a alternativa que apresente exclusivamente os
fundamentos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1° da
CF/88. Quem sabia o mnemônico SO – CI – DI – VA – PLU acertou... 
A alternativa “a” está errada, pois a cooperação dos povos para o
progresso da humanidade é um dos princípios que regem o Brasil em
suas relações internacionais (CF, art. 4°, IX). 
A alternativa “b” está errada, pois a autrminação dos povos é um
dos princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (CF,
art. 4°, III). 
 
 
 
 
 
 
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A alternativa “c” está errada, pois a concessão de asilo político é um dos
princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (CF, art.
4°, X). 
A alternativa “d” está errada, pois a solução pacífica dos conflitos é um
dos princípios que regem o Brasil em suas relações internacionais (CF,
art. 4°, VII). 
A alternativa “e” está correta, pois apresenta corretamente os
fundamentos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1°. 
Gabarito: “e” 
48) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE E
ADMINISTRAÇÃO/ TCE/ RN/ 2009) De acordo com a CF, são
fundamentos da República Federativa do Brasil a soberania, a
dignidade da pessoa humana e a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação. 
A questão está errada, pois a promoção do bem de todos, sem
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas
de discriminação não é fundamento (CF, art. 1°). Na verdade, trata-se
de um dos objetivos fundamentais (CF, art. 3°). 
Item errado. 
49) (CESPE / ANALISTA JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA / STJ
/ 2008) O princípio democrático é compreendido como um princípio
normativo multiforme. De um lado, surge como um processo de
democratização, entendido como processo de aprofundamento
democrático da ordem política, econômica, social e cultural. De
outro, revela a sua total contradição, pois associa conceitos da teoria
representativa (com órgãos representativos) e a democracia
participativa, a qual se esgota com as eleições diretas. 
Interessantíssima essa questão! 
Ao apresentar os fundamentos da nossa República, logo no caput do seu
art. 1°, a Constituição já estabelece a forma de Estado (Federação)e a
forma de Governo (República), além de enunciar nosso regime político
como sendo um Estado democrático de Direito. 
Assim, veja que nosso regime político é democrático, em que prevalece
a soberania popular. 
Nos termos do parágrafo único do art. 1° da CF/88, todo poder emana do
povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. 
Entretanto, não se pode dizer que a democracia participativa se esgota
com as eleições diretas. A soberania popular é exercida não só pelo
sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, como também por meio 
 
 
 
 
 
 
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de: (i) plebiscito; (ii) referendo; e (iii) iniciativa popular de projetos de lei
(CF, art. 14). 
Item errado. 
50) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Construir uma
sociedade livre, justa e solidária é um dos fundamentos da
República Federativa do Brasil. 
Atenção! As questões mais comuns sobre esse assunto tentam
confundir fundamentos, objetivos e princípios que regem as relações
internacionais da República Federativa do Brasil. 
Não caia nessa. Apresentei os fundamentos anteriormente (so-ci-di-va-
plu) e não se encontram neles construir uma sociedade livre, justa e
solidária. Em realidade, esse é um dos objetivos fundamentais da nossa
República, expressos no art. 3° da CF/88. 
Item errado. 
51) (ESAF/AFRFB/2009) Constitui objetivo fundamental da República
Federativa do Brasil, segundo preceitua o artigo 3° da Constituição
Federal da República/88, o respeito aos valores sociais do trabalho
e da livre iniciativa. 
Os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa constituem
fundamento da República Federativa do Brasil e não um objetivo
fundamental (CF, art. 1º). Daí o erro da assertiva. 
Item errado. 
52) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A cooperação entre
os povos para o progresso da humanidade constitui objetivo
fundamental da República Federativa do Brasil. 
A cooperação entre os povos para o progresso da humanidade constitui
um dos princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas suas
relações internacionais (CF, art. 4°, IX). 
Item errado. 
53) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) O repúdio ao
terrorismo e ao racismo é princípio que rege a República Federativa
do Brasil nas suas relações internacionais. 
Segundo o art. 4°, VIII, o repúdio ao terrorismo e ao racismo é um dos
princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas suas
relações internacionais. 
Item certo. 
54) (FGV/Serviços Notariais e Registros/TJ/2005) Assinale a alternativa
que apresente corretamente os fundamentos da República
Federativa do Brasil. 
 
 
 
 
 
 
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(A) soberania, cidadania, direito de resposta, acesso à informação e
valores sociais do trabalho e da livre iniciativa. 
(B) soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. 
(C) soberania, cidadania, prevalência dos direitos humanos, acesso
à informação e pluralismo político. 
(D) soberania, cidadania, bem-estar social, valores sociais do
trabalho e da livre iniciativa e pluralismo político. 
(E) soberania, cidadania, autonomia, independência e dignidade da
pessoa humana. 
O candidato deve marcar a alternativa que apresente exclusivamente os
fundamentos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1° da
CF/88. 
A alternativa “a” está errada, pois direito de resposta e acesso à
informação não são fundamentos. 
A alternativa “b” está correta, pois apresenta corretamente os
fundamentos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1° da
CF/88. 
A alternativa “c” está errada, pois prevalência dos direitos humanos e
acesso à informação não são fundamentos. 
A alternativa “d” está errada, pois bem-estar social não é um dos
fundamentos. 
A alternativa “e” está errada, pois autonomia e independência não são
fundamentos. 
Gabarito: “b” 
55) (ESAF/ATRFB/2010) Todo o poder emana do povo, que o exerce
apenas por meio de representantes eleitos, nos termos da
Constituição Federal. 
O povo exerce o poder não só por meio de seus representantes, mas
também diretamente, mediante plebiscito, referendo e iniciativa popular
(CF, art. 1°, parágrafo único c/c art. 14). 
Item errado. 
56) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) Promover o bem de
todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação é princípio que rege a
República Federativa do Brasil nas suas relações internacionais. 
A questão traz um dos objetivos fundamentais da República Federativa
do Brasil, expressos no art. 3°. Ou seja, mais uma vez, o erro está em
tentar confundir o candidato misturando fundamentos, objetivos 
 
 
 
 
 
 
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fundamentais e princípios que regem o Brasil nas relações
internacionais. 
Os dez princípios fundamentais orientadores das relações do Brasil na
ordem internacional estão expressos no art. 4° da CF/88. Trata-se de
princípios que reforçam o reconhecimento da soberania elemento de
igualdade dos Estados e o ser humano como cerne da atenção da
República brasileira. 
Item errado. 
57) (ESAF/ATA/MINISTÉRIO DA FAZENDA/2009) A República
Federativa do Brasil buscará a integração econômica, geográfica,
política e educacional dos povos da América Latina. 
Ao lado dos princípios que regerão a República Federativa do Brasil nas
suas relações internacionais, a CF/88 apresenta um objetivo a ser
perseguido pelo Brasil no plano internacional. Com efeito, segundo o
parágrafo único do art. 4°, a República Federativa do Brasil buscará a
integração econômica, política, social e cultural dos povos da América
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações. 
Ou seja, a questão cobrou a literalidade do parágrafo único do art. 4°. 
Item errado. 
58) (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) A
dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da
livre iniciativa, bem como a construção de sociedade livre, justa e
solidária, figuram entre os fundamentos da República Federativa do
Brasil. 
Fundamentos? SO–CI–DI–VA–PLU!!! 
A construção de sociedade livre, justa e solidária é um dos objetivos
fundamentais da República Federativa do Brasil (não é um 
fundamento). 
Item errado. 
59) (CESPE/ANALISTA DE INFRAESTRUTURA/MPOG/2010) Em suas
relações internacionais, a República Federativa do Brasil rege-se,
entre outros princípios, pelo da igualdade entre os estados, da não
intervenção e da vedação à concessão de asilo político. 
Como vimos acima, a concessão de asilo político é um dos princípios
que regem a República Federativa do Brasil em suas relações
internacionais. Os demais princípios estão corretos (art. 4º da CF/88). 
É interessante observar que a concessão de asilo político não impede a
extradição de estrangeiros no Brasil (extradição é o ato de um Estado
que entrega a outro Estado um indivíduo acusado de cometimento de
crime). Falaremos mais sobre esse assunto em outra aula. 
 
 
 
 
 
 
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Item errado. 
60) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE/TCE RN/2009)
Entre os objetivos da República Federativa do Brasil, destaca-se a
valorização social do trabalho e da livre iniciativa, pois, por meio do
trabalho, o homem garante sua subsistência e o consequente
crescimento do país. 
Nesta questão, valorização social do trabalho e da livre iniciativa é um
fundamento(não é um objetivo fundamental). 
Item errado. 
61) (CESPE/TÉCNICO JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRATIVA/TRT 17ª
REGIÃO/2009) De acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF),
todo o poder emana do povo, que o exerce exclusivamente por meio
de representantes eleitos diretamente. 
A soberania popular consiste num dos principais valores da nossa
República. Você poderia resolver a questão se tivesse memorizado o art.
1°, parágrafo único da CF/88. 
Ou então, você poderia observar também que o povo exerce seu poder
não apenas por meio dos seus representantes, mas também
diretamente. 
Item errado. 
62) (CESPE/ASSESSOR TÉCNICO DE CONTROLE/TCE RN/2009)
Constituem princípios que regem a República Federativa do Brasil
em suas relações internacionais, entre outros, a prevalência dos
direitos humanos, da garantia do desenvolvimento nacional e da
autrminação dos povos. 
Garantir o desenvolvimento nacional é objetivo fundamental (e não
princípio que rege o Brasil em suas relações internacionais). 
Item errado. 
63) (CESPE/ANALISTA/DIREITO/INCA/2010) A livre iniciativa está entre
os fundamentos da República Federativa do Brasil inseridos na CF,
o que denota a opção do constituinte originário por uma economia
de mercado capitalista. 
Exato. Ao enunciar a livre iniciativa como um dos fundamentos, a
Constituição caracteriza nosso regime econômico necessariamente como
capitalista. Veja que esse fundamento aparece ligado ao do trabalho.
Assim, assegura-se uma relação harmoniosa entre capital e trabalho,
reconhecendo o valor social desse último. 
Um detalhe interessante é que, no art. 170, ao enunciar os princípios
gerais da atividade econômica, o espírito da Constituição é o mesmo.
Segundo esse artigo, a ordem econômica será fundada na valorização 
 
 
 
 
 
 
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do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. 
Item certo. 
64) (CESPE/TFCE/TCU/2009) Apesar de a CF estabelecer que todo o
poder emana do povo, não há previsão, no texto constitucional, de
seu exercício diretamente pelo povo, mas por meio de
representantes eleitos. 
Como comentado, a soberania popular é exercida não só por meio de
representantes eleitos, tanto no Poder Executivo, quanto no Parlamento.
Em verdade, o poder é exercido pelo povo por meio de sufrágio
universal, voto direto e secreto, plebiscito, referendo e iniciativa popular
de projetos de lei. 
Item errado. 
65) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/TJ/RJ/2008) A expressão “Estado
Democrático de Direito”, contida no art. 1.º da CF, representa a
necessidade de se providenciar mecanismos de apuração e de
efetivação da vontade do povo nas decisões políticas fundamentais
do Estado, conciliando uma democracia representativa, pluralista e
livre, com uma democracia participativa efetiva. 
Como vimos, a Constituição define a República Federativa do Brasil
como um Estado Democrático de Direito. 
Veja que o conceito de Estado de Direito relaciona-se com limitações ao
poder desse Estado, na medida em que se submete às leis. 
Estado de direito → Submissão às leis (o Estado estabelece limites a
si próprio) 
Quanto à noção de Estado Democrático de Direito traz em si conteúdo
democrático para essas leis (há voto e participação popular). 
Agora, veja que interessante! O restante da questão refere-se à
combinação de democracia representativa (poder exercido por meio de
representantes) e democracia participativa (direta). E é isso que está
consignado logo no parágrafo único do art. 1°. 
Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição. 
Muito bonito tudo isso, não é? 
Item certo. 
66) (CESPE/TFCE/TCU/2007) O pluralismo político que fundamenta a
República Federativa do Brasil é conceito relacionado
exclusivamente ao pluralismo partidário. 
O fundamento do pluralismo político relaciona-se não só ao âmbito
eleitoral-partidário, mas a todas as manifestações políticas que ocorrem 
 
 
 
 
 
 
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na sociedade. Podemos relacionar esse fundamento ao respeito às
diversas correntes de pensamento, à liberdade de expressão, à noção de
uma sociedade conflitiva, da existência interesses contraditórios e
antagônicos, diferentes opiniões e negociações decorrentes de sistema
político composto por multiplicidade de grupos. 
Item errado. 
É isso aí! Parece-me que esses comentários foram suficientes para você
ter uma noção de como serão as aulas deste curso de Direito
Constitucional em exercícios para o concurso de Fiscal de Rendas da
Secretaria de Estado de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro. 
Bom, como o seu tempo é curto, devo destacar que, na medida do
possível, optarei por adotar comentários sucintos. Assim, sem deixar
passar o que é mais importante, tentarei ser breve e comentar uma
quantidade maior de exercícios. Exceção feita àquelas vezes em que
utilizarei uma questão para revisar brevemente determinado ponto da
matéria. 
Um grande abraço e bons estudos! 
Frederico Dias 
 
 
 
 
 
 
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Questões comentadas nesta aula 
1) (FGV/INSPETOR/POLÍCIA CIVIL/RJ/2008) O Poder Constituinte
Originário tem por características ser: 
(A) incondicionado e irrestrito. 
(B) permanente e limitado. 
(C) primário e condicionado. 
(D) autônomo e restrito. 
(E) ilimitado e transitório. 
2) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) Norma aprovada pelo
poder constituinte derivado está sujeita ao controle judicial de
constitucionalidade. 
3) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) As normas produzidas pelo
poder constituinte originário são passíveis de controle concentrado e
difuso de constitucionalidade. 
4) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O
titular do poder constituinte é aquele que, em nome do povo,
promove a instituição de um novo regime constitucional ou promove
a sua alteração. 
5) (FGV/OFICIAL DE CARTÓRIO/SSP/RJ/2008) O procedimento que
deve ser adotado para a reforma do texto constitucional está
necessariamente previsto na própria Constituição. 
6) (CESPE/AUFC/TCU/2009) Da mesma forma que o poder
constituinte originário, o poder de reforma não está submetido a
qualquer limitação de ordem formal ou material, sendo que a CF
apenas estabelece que não será objeto de deliberação a proposta
de emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado, o voto
direto, secreto, universal e periódico, a separação de poderes e os
direitos e garantias individuais. 
7) (ESAF/ANALISTA CONTÁBIL-FINANCEIRO/SEFAZ-CE/2006) O
poder emanado do constituinte derivado reformador, que é fundado
na possibilidade de alteração do texto constitucional, não é passível
de controle de constitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal. 
8) (CESPE/PROCURADOR/TCE-ES/2009) No tocante ao poder
constituinte originário, o Brasil adotou a corrente positivista, de
modo que o referido poder se revela ilimitado, apresentando
natureza pré-jurídica. 
9) (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA / STJ /
2008) O poder constituinte derivado decorrente consiste na
possibilidade que os estados-membros têm, em virtude de sua
autonomia político-administrativa, de se autoorganizarem por meio 
 
 
 
 
 
 
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das respectivas constituições estaduais, sempre respeitando as
regras estabelecidas pela CF. 
10) (FGV/Juiz de Direito Substituto de Carreira/TJ/PA/2008)

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