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livro parasitologia geral

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Parasitologia 
Geral
Adriana Coelho Soares 
Daniel Moreira de Avelar
Adriana Coelho Soares
Daniel Moreira de Avelar
Belo Horizonte
Fevereiro de 2017
PARASITOLOGIA GERAL
COPYRIGHT © 2017
GRUPO ĂNIMA EDUCAÇÃO
Todos os direitos reservados ao:
Grupo Ănima Educação
Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9.610/98. Nenhuma parte deste livro, sem prévia autorização 
por escrito da detentora dos direitos, poderá ser reproduzida ou transmitida, sejam quais forem os meios 
empregados: eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravações ou quaisquer outros.
Edição
Grupo Ănima Educação
Diretor
Rogério Salles Loureiro
Gerentes de Operações
Denise Elisabeth Himpel
Gislene Garcia Nora de Oliveira
Coordenadora de Produção
Carolina Alcântara de Araújo Lopes
Parecerista
Alessandra Novak Santos
Ilustração e Capa
Alexandre de Souza Paz Monsserrate
Equipe EaD
Conheça 
a Autora
Professora do Centro Universitário de Belo 
Horizonte (UNIBH), no Instituto de Ciências 
Biológicas e da Saúde. É graduada em 
licenciatura em Ciências Biológicas pela 
Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG). Fez mestrado na UFMG e doutorado 
sanduíche, no Reino Unido, na Escola de 
Medicina Tropical de Liverpool. Trabalha 
com ensino e pesquisa em Parasitologia 
e educação em saúde, assim como na 
orientação de trabalhos de conclusão de curso 
e na coordenação de projetos de extensão no 
UNIBH.
Conheça 
o Autor
Graduado em Ciências Biológicas pelo 
Centro Universitário Metodista Izabela 
Hendrix. Mestre e Doutor em Parasitologia 
pela Universidade Federal de Minas Gerais 
(UFMG). Tecnologista da Fundação Oswaldo 
Cruz - Centro de Pesquisas René Rachou, 
MG. Professor de Parasitologia e Zoologia do 
Centro Universitário UNA, MG.
Apresentação 
da disciplina
VÍDEO
NÍVEL DE ENSINO 
Graduação
CARGA HORÁRIA 
80h
Olá! Estamos iniciando a disciplina Parasitologia Geral. Mas 
será que você está iniciando o estudo da relação de parasitismo 
somente hoje? Estou certa de que você já conhece e já aprendeu 
muito sobre ela ao longo da sua vivência, inclusive na escola. E você 
vai ter certeza disso ao longo do nosso estudo. Só por essa nossa 
conversa inicial, você já vai se certificar disso, mas vai perceber 
também que, na sua graduação, o seu conhecimento prévio será 
aprofundado e muitas doenças novas você vai passar a conhecer 
também.
Quer uma prova simples de que o parasitismo faz parte da sua 
vivência, mas você faz as coisas tão automaticamente no dia a dia 
que nem percebe? Você já usou ou tem o hábito ou a necessidade 
de usar repelente? Pense...está vendo como você vivencia o 
parasitismo e nem o percebe?
Desse modo, o objetivo da disciplina Parasitologia Geral é conhecer 
os seres parasitos e os fatores que permeiam a relação destes com 
os seus hospedeiros, tendo como foco principal o ser humano, 
mas não nos esquecendo de que muitas doenças causadas pelos 
parasitos são zoonoses. Você vai adquirir conhecimentos gerais 
sobre as principais parasitoses causadas e/ou transmitidas por 
artrópodes, helmintos e protozoários. Entre estes conhecimentos, 
alguns fundamentais estão relacionados ao ciclo de vida do 
parasito, uma vez que a sobrevivência dele depende diretamente 
do hospedeiro. Sendo assim, parte da vida ou toda a vida desse 
patógeno se passa no nosso corpo! 
Como na relação de parasitismo o hospedeiro sai prejudicado, a 
disciplina o levará a analisar as ações patogênicas que o parasito 
emprega para obter suas vantagens sobre você, hospedeiro. A partir 
dessa interpretação, você compreenderá a patologia associada, os 
métodos de diagnóstico apropriados e os tratamentos disponíveis 
para cada parasitose hoje. O entendimento da relação do parasito 
com o hospedeiro e estes com o meio ambiente o levará a apontar 
e a relacionar os fatores ligados à epidemiologia das parasitoses 
endêmicas no país e os fatores que propiciam a emergência de 
doenças que você vai conhecer. A partir desses conhecimentos, 
você identificará facilmente as vias de infecção, os fatores de risco 
para se adquirir parasitoses e o mais importante, as medidas de 
profilaxia e a importância das ações de vigilância em saúde para o 
controle delas.
A disciplina está organizada em oito unidades. A primeira unidade 
aborda as bases, ou seja, os conhecimentos iniciais e fundamentais 
que você precisa ter bem claros para que tenha uma ótima 
compreensão e aproveitamento sobre todas as parasitoses que 
serão estudadas. As unidades dois e três trazem as doenças 
causadas por protozoários parasitos e, nas unidades quatro e cinco, 
as helmintoses, ou seja, as doenças causadas pelos vermes. Na 
unidade seis serão estudados os principais ácaros e insetos que 
causam doenças e/ou que transmitem patógenos. A unidade sete 
abordará exclusivamente os tipos de métodos diagnósticos com 
mais detalhamento e a unidade oito apresentará os aspectos gerais 
sobre algumas parasitoses emergentes no Brasil. 
Lembre-se de que você também tem uma rica bibliografia básica 
e complementar, indicada junto ao plano de ensino, com livre 
acesso para a sua consulta, proporcionando, assim, a expansão e o 
enriquecimento dos seus estudos.
Bem, acho que agora você já percebeu que teremos uma 
interessante e importante disciplina pela frente. Ainda não te 
convenci de que ela faz parte da sua vida? Então vamos ver agora... 
vou deixar alguns questionamentos para você relembrar ao longo 
dos seus estudos. Você perceberá que eles te encaminharão na sua 
busca pelos conhecimentos necessários para a compreensão dos 
fatos que fazem parte da sua vivência!
NÍVEL DE ENSINO 
Graduação
CARGA HORÁRIA 
80h
• Você já teve piolho quando era criança? E depois de adulto? 
Ficou livre deles? Por quê? 
• Será que há risco de “pegar” parasitoses no simples ato 
corriqueiro de tirar fotos tipo selfie?
• Os alimentos naturais fazem muito bem à saúde, como o 
açaí, por exemplo, mas tem gente que adoece “por causa 
deles”, ou até morre. Por quê? Será que você corre algum 
risco?
• Sabia que o ser humano já pode nascer parasitado? Podem 
haver sequelas graves, inclusive.
• Você sabe a importância de lavar as mãos, mas às vezes 
fica com preguiça? Para muitas doenças, esse importante 
cuidado tem efetividade, mas para várias outras não. Por 
quê?
• Será que usar preservativo só evita D.S.T. viral e bacteriana? 
O que isso tem a ver com os protozoários? 
• Você já saiu de uma consulta médica, mas não 
compreendeu o porquê da conduta ou foi capaz de perceber 
algo errado? 
• Você já foi ao médico por causa de dor abdominal 
persistente e/ou diarreia, ou conhece alguém que tenha ido 
e saiu de lá com um pedido de “E.P.F”? Você leu essa sigla 
na guia de exame e se perguntou sobre o que será “isso”, 
como fazê-lo, por que fazê-lo?
• Por que o médico não simplifica e pede logo um “E.L.I.S.A” 
para tudo? 
• Você é doador de sangue? Conhece o porquê de cada 
pergunta feita na entrevista? Ou você já se submeteu 
ou conhece alguém que teve que se submeter a uma 
transfusão sanguínea? Teve algum receio e sabe o porquê 
desse receio?
NÍVEL DE ENSINO 
Graduação
CARGA HORÁRIA 
80h
• Você curte praia ou cachoeira? Curte um sítio? Recebeu um 
convite para esse passeio? Vai ter coragem de entrar em 
qualquer água? Pensou logo em levar repelente? Olha ele 
aí de novo!
• Por falar nele, como se não bastasse a dengue, agora 
existem mais duas arboviroses emergentes para você se 
prevenir: zika, chikungunya. Por que não ficamos livres 
disso tudo logo? Por que tem sido tão difícil?
• Os mesmos comportamentos que você tem no dia a dia, na 
regiãoem que você mora, são também exercidos quando 
viaja para outras regiões do Brasil, mas, na volta, adoece. O 
que pode ter acontecido nesse meio tempo?
NÍVEL DE ENSINO 
Graduação
CARGA HORÁRIA 
80h
UNIDADE 1 003
Conceitos básicos em parasitologia 004
Introdução à parasitologia geral 005
Conceitos básicos em parasitologia 007
A relação parasito-hospedeiro 015
Adaptações para a vida parasitária 028
Aplicação de conceitos epidemiológicos na parasitologia 031
Respostas questões de fixação 040
UNIDADE 2 045
Protozoologia parasitária - Primeira parte 046
Introdução à protozoologia 047
Leishmaniose tegumentar (LT) e visceral (LV) 050
Doença de Chagas 072
Malária 085
Toxoplasmose 097
Respostas questões de fixação 113
UNIDADE 3 116
Protozoologia parasitária - Segunda parte 117
Amebíase 118
Giardíase 129
Coccidioses intestinais 145
Tricomoníase 164
Respostas questões de fixação 171
UNIDADE 4 174
Helmintologia parasitária – Primeira parte 175
Introdução à helmintologia: platelmintos e nematódeos 176
Esquistossomose mansônica e os moluscos vetores 179
Fasciolose 198
Teníase e cisticercose 204
Hidatidose 216
Outros cestódeos parasitos de humanos 225
Respostas questões de fixação 235
UNIDADE 5 238
Helmintologia parasitária- segunda parte 239
Ascaridíase 240
Tricuríase 250
Enterobíase 257
Ancilostomatídeos intestinais e larva migrans 264
Estrongiloidíase 279
Filariose linfática 291
Respostas atividades de fixação 299
UNIDADE 6 303
Artrópodes de importância na parasitologia 304
Introdução - características gerais dos artrópodes e suas importâncias 305
Respostas atividades de fixação 390
UNIDADE 7 392
Diagnóstico laboratorial das parasitoses 393
Diagnóstico parasitológico de sangue 395
Diagnóstico parasitológico de fezes 403
Diagnóstico imunológico 416
Diagnóstico molecular 428
Respostas atividades de fixação 435
UNIDADE 8 438
Parasitoses emergentes 439
Angiostrongiloses 440
Lagochilascariose 447
Babesiose 453
Amebas de vida livre potencialmente patogênicas 459
Respostas atividades de fixação 467
CONCLUSÃO DA DISCIPLINA 470
REFERÊNCIAS 474
Parasitoses emergentes
Conceitos básicos 
em parasitologia
• Conceitos 
básicos em 
parasitologia
• A relação 
parasito-
hospedeiro
• Adaptações 
para a vida 
parasitária
• Aplicação 
de conceitos 
epidemiológicos 
na parasitologia
• Respostas 
questões de 
fixação
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
005
Introdução à 
parasitologia geral
Parasitologia é a ciência que estuda uma relação ecológica 
entre dois seres vivos de espécies diferentes. Nesta relação de 
parasitismo, que é dita desarmônica, um dos seres vivos sai 
sempre prejudicado. Este ser é chamado de hospedeiro, enquanto 
o ser beneficiado é chamado de parasito. De acordo com Odum 
(2012), o inter-relacionamento entre os seres vivos é fundamental 
para a manutenção da “vida”, uma vez que nenhum ser vivo é capaz 
de sobreviver e reproduzir independentemente de outro. O inter-
relacionamento entre os seres vivos e entre estes e o ambiente são 
a base do estudo da Ecologia.
Então, seguindo essa linha de raciocínio, você perceberá que um 
vírus é considerado um ser parasito, assim como muitas bactérias 
e fungos. Estes são tratados na Microbiologia, uma vez que estão 
didaticamente separados de outros estudados na Parasitologia, que 
são pertencentes ao grupo dos artrópodes, dos helmintos (vermes) 
e dos protozoários. Essa relação de parasitismo, ocasionada pela 
associação dos humanos e outros vertebrados com artrópodes, 
helmintos e protozoários, é a que nós vamos tratar e conhecer mais 
a fundo a partir de agora. 
Além de vivenciarmos o parasitismo sem, às vezes, percebermos, nós já 
iniciamos o seu estudo desde a idade escolar, nas Ciências e na Biologia, 
quando estudamos a “lombriga”, a “xistose”.... E aí, alguns já vão logo 
pensando erroneamente que é difícil e, por isso, podem ter se perguntado: 
qual é a melhor forma de estudar parasitologia? Pense que os parasitos 
podem lhe causar uma doença. E você, certamente, já foi ao médico por 
alguma causa. Então, é só seguir a seguinte sequência lógica dos fatos 
para criar uma linha de raciocínio no estudo da parasitologia, que é 
interdisciplinar, considerando todos os seus aspectos:
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
006
Fonte: Elaborada pela autora.
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 1: A imagem é composta por um balão que simboliza um pensamento. 
Dentro dele há um fluxo de informações que esquematiza a linha de raciocínio necessária para se 
estudar a relação de parasitismo. Entre as palavras há uma seta azul, mostrando o sentido do fluxo, que 
é unidirecional. Para ter início à relação de parasitismo, inicialmente o indivíduo se expõe ao parasito. 
Este usa de seus mecanismos para penetrar no indivíduo, causando-lhe a infecção. Em seguida, o 
parasito iniciará seu ciclo biológico neste hospedeiro e, para nele sobreviver e obter suas vantagens, ele 
exercerá suas ações patogênicas, que causarão danos ao hospedeiro, resultando na patologia que será 
acompanhada, nos pacientes sintomáticos, de sinais e sintomas, caracterizando a doença. O paciente 
procura um atendimento médico, em que passará por exames clínicos e laboratoriais, para o diagnóstico 
de certeza, e a prescrição do tratamento adequado. O médico, por fim, deverá explicar ao paciente sobre 
a infecção que ele adquiriu, incluindo as medidas de profilaxia para que ele não adquira mais aquela 
parasitose.
Ainda nos dias de hoje, as doenças parasitárias apresentam grande 
importância para a saúde pública mundial. Por isso, a parasitologia 
apresenta abordagens em diferentes níveis, buscando compreender a 
biologia do parasito, o desenvolvimento das doenças e sua importância 
para a saúde pública, as técnicas diagnósticas, os tratamentos e as 
medidas profiláticas mais adequadas às diferentes parasitoses. E, para 
alcançar essa melhor compreensão da relação parasito-hospedeiro, os 
parasitologistas utilizam, cada vez mais, técnicas de alta complexidade, 
como a engenharia genética e a biologia molecular. Isso tem permitido 
o desenvolvimento de novas vacinas, medicamentos e estratégias de 
diagnóstico e controle na verdadeira batalha pela interrupção da cadeia de 
transmissão das doenças parasitárias.
FIGURA 1 - Sequência de raciocínio para o estudo e compreensão das doenças parasitárias
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
007
Antes de aprofundarmos na Parasitologia, notamos que ela é uma 
ciência interdisciplinar. Quer ver só? Vamos fazer uma reflexão: 
como os parasitos podem causar doenças, pense em uma consulta 
médica de um paciente que esteja infectado por um verme 
intestinal, como o Ascaris lumbricoides (lombriga). Imagine toda a 
cena. Primeiro o paciente sentiu, possivelmente, dor abdominal e 
teve diarreia. No consultório, o médico faz a anamnese, que é aquela 
entrevista inicial. Ele vai pesquisar diversos pontos e perguntar ao 
paciente quais são suas queixas, apalpar o abdome no exame físico, 
buscar por manchas esbranquiçadas na pele (definição do quadro 
clínico mediante o levantamento dos sintomas e sinais); os hábitos 
alimentares; a idade, o tipo de ocupação; os hábitos higiênicos 
e o local onde vive e frequenta; o saneamento etc. (levantamento 
de dados relacionados à epidemiologia da enteroparasitose). Em 
seguida, solicitará que o paciente faça exames laboratoriais, como o 
de fezes, no caso, para a confirmação da suspeita por ele levantada. 
Em casa, o paciente deverá obedecer a todos os cuidados para 
fazer a correta coleta da amostra e garantir o sucesso do exame. 
Tendo em mãos o laudo laboratorial com o resultado positivo para 
a infecção, o médico prescreverá o fármaco para matar o verme 
(tratamento) eainda deverá esclarecer ao paciente sobre qual 
agente infeccioso ele adquiriu (biologia parasitária), como adquiriu 
(via de infecção) e orientá-lo sobre quais medidas de profilaxia 
serão indispensáveis para evitar reinfecções (educação em saúde).
Você já pode perceber, então, quão importante e próximo de nós 
está o parasitismo? Você já teve curiosidade de ler um laudo médico 
ou um pedido de exame? Como é da área de saúde, já acessou o 
guia de doenças infecciosas e parasitárias do Ministério da Saúde 
por algum motivo? Percebeu a linguagem empregada? Somente 
por essa “conversa” inicial, já percebeu que a Parasitologia, assim 
como as outras disciplinas, emprega um vocabulário próprio para 
Conceitos básicos 
em parasitologia
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
008
a sua compreensão. Logo, para nosso maior aproveitamento 
e entendimento da relação de parasitismo, frequentemente 
empregaremos termos técnicos da nossa área da saúde. E é assim 
que todo profissional vai formando e ampliando o seu vocabulário. 
A interface entre a Parasitologia e outras disciplinas (Ecologia, 
Imunologia, Farmacologia, Patologia, Epidemiologia etc.) se faz 
necessária, assim como o conhecimento dos termos básicos 
utilizados nela, conforme apresentam Rey (2001) e Neves (2011):
• Agente etiológico: é o ser vivo causador ou responsável 
pela origem da doença.
• Agente infeccioso: parasitos (Ex: bactérias, fungos, 
protozoários, helmintos e vírus) capazes de produzir 
infecção ou doença infecciosa.
• Antroponose: doença exclusiva de humanos. Ex: filariose 
bancroftiana, Necatorose etc.
• Endoparasitos: parasitos que vivem dentro do corpo do 
hospedeiro. Ex: Taenia sp. e Schistosoma mansoni.
• Ectoparasitos: parasitos que vivem na superfície externa 
do corpo do hospedeiro. Ex: Pediculus sp. (piolho). 
• Endemia: prevalência usual de determinada doença, com 
relação a uma área, cidade, estado ou país. Representa 
o número esperado de casos em uma população, em 
determinado período de tempo. Ex: no ano de 2016, foi 
esperada uma média de 20 casos de leishmaniose visceral 
humana (LVH) em Belo Horizonte, Minas Gerais. Essa 
média de casos é baseada na série histórica de casos de 
LVH nessa cidade. 
• Epidemia: ocorrência muito elevada de determinada 
doença, com relação a uma área, cidade ou país. 
Representa o número muito acima do esperado de casos 
em uma população, em determinado período de tempo. Ex: 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
009
para o ano de 2016, foi esperada uma média de 20 casos 
de leishmaniose visceral humana (LVH) em Belo Horizonte, 
Minas Gerais. Caso ocorra um número muito acima de 20 
casos (Ex: 50 casos), pode ser considerada uma epidemia 
de LVH em Belo Horizonte.
• Epidemiologia: é o estudo da distribuição (por idade, sexo, 
geografia etc.) e dos fatores determinantes da frequência 
(tipo de patógeno, meio de transmissão, ambiente etc.) 
da doença. Em resumo: a epidemiologia estuda os fatores 
responsáveis pela existência ou aparecimento de uma 
doença. Exemplo: deve-se estudar, na epidemiologia da 
esquistossomose no Brasil, a idade, o sexo, a distribuição 
geográfica dos vetores e as condições dos seus criadouros, 
os hábitos dos brasileiros etc. 
• Fase aguda: é a fase da doença que surge logo após 
a infecção. Nesta fase, os sinais e sintomas clínicos 
costumam ser mais nítidos (febre alta, parasitemia elevada 
etc.). É um período de definição: o paciente se cura ou evolui 
para a fase crônica, ou morre.
• Fase crônica: é a fase que se segue à fase aguda, na qual o 
paciente apresenta sintomas mais discretos quando houver 
um certo equilíbrio entre o hospedeiro e o agente etiológico. 
Usualmente, a resposta imunológica é bem elevada.
• Hospedeiro: organismo que alberga o parasito. Ex: o ser 
humano é um dos hospedeiros vertebrados do Schistosoma 
mansoni.
• Hospedeiro definitivo: apresenta o parasito em sua fase 
de maturidade ou em fase de reprodução sexuada. Ex: os 
hospedeiros definitivos da Taenia saginata e do S. mansoni 
são os seres humanos.
• Hospedeiro intermediário: é aquele que apresenta o 
parasito em sua fase larvária ou quando o parasito se 
reproduz assexuadamente. Ex: os caramujos Biomphalaria 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
010
são os hospedeiros intermediários do S. mansoni; os 
seres humanos são os hospedeiros intermediários do 
Plasmodium, protozoário causador da malária.
• Hospedeiro paratênico ou de transporte: hospedeiro 
intermediário, no qual o parasito não sofre desenvolvimento 
ou reprodução, mas permanece viável até atingir novo 
hospedeiro para dar continuidade ao seu ciclo de vida. Ex: 
Hymenolepis nana em coleópteros (besouros).
• Parasito: ser vivo de menor porte, que vive associado a outro 
ser vivo de maior porte, à custa ou na dependência deste.
• Parasito facultativo: pode viver parasitando um hospedeiro, 
ou não. Ou seja, esse parasito é capaz de sobreviver em 
vida livre, sem depender de recursos de um hospedeiro. Ex: 
larvas de moscas da família Sarcophagidae, que podem 
se desenvolver alimentando-se de feridas necrosadas de 
pacientes (vida parasitária) ou alimentando de matéria 
orgânica (Ex: esterco) em decomposição (vida livre). 
• Parasito heteroxênico: possui um hospedeiro definitivo 
e um intermediário. Ex: S. mansoni e Plasmodium. Nos 
mosquitos fêmea do gênero Anopheles, o Plasmodium se 
reproduz sexuadamente e, no humano, esse protozoário 
tem reprodução assexuada.
• Parasito monoxênico: possui apenas o hospedeiro definitivo. 
Ex: os vermes Enterobius vermicularis e A. lumbricoides.
• Parasito obrigatório: é aquele que, obrigatoriamente, 
precisa do seu hospedeiro para nele realizar o ciclo de vida. 
Exemplos: Toxoplasma gondii, Plasmodium, S. mansoni, T. 
cruzi etc.
• Patogenia/patogênese: mecanismo com que o parasito 
provoca lesões no hospedeiro. Ex: o verme Schistosoma 
mansoni provoca lesões no organismo do hospedeiro por 
meio da ação patogênica de um antígeno que ele secreta 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
011
do seu ovo larvado. A ação desse antígeno provoca, como 
consequência, uma inflamação no hospedeiro.
• Patogenicidade: maior ou menor habilidade de um 
agente etiológico em provocar lesões. Ex: Leishmania 
infantum, causadora da leishmaniose visceral, tem maior 
patogenicidade que o A. lumbricoides.
• Patologia: doença.
• Período de incubação: é o intervalo de tempo entre 
a penetração do agente etiológico e o aparecimento 
dos primeiros sinais e/ou sintomas clínicos. Ex: na 
esquistossomose mansônica, desde a penetração de 
cercária, até o aparecimento de inflamação na pele 
(dermatite), decorrem 24 horas, aproximadamente.
• Período pré-patente: é o intervalo de tempo entre a 
penetração do agente etiológico e o aparecimento das suas 
primeiras formas detectáveis. Ex: na ascaridíase, o período 
entre ingestão de ovos com o agente infeccioso (larva em 
fase 3 do A. lumbricoides) até o aparecimento de ovos nas 
fezes (formas detectáveis) é de aproximadamente 60 dias. 
Logo, antes de mais ou menos 60 dias após a infecção, é 
improvável que o exame de fezes do paciente dê positivo, 
pois, nestes 60 dias, as larvas que eclodiram dos ovos 
ingeridos pelo paciente estão migrando pelo organismo 
dele até atingirem a luz do intestino delgado, onde se 
transformarão em vermes adultos e realizarão, por fim, a 
reprodução sexuada, gerando, então, os ovos que serão 
detectados pelo exame de fezes. 
• Prevalência: termo geral utilizado para caracterizar o 
número total de casos de uma doença ou qualquer outra 
ocorrência numa população e tempo definidos (casos 
antigos da doença somados aos casos novosadquiridos 
naquele período considerado). 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
012
• Profilaxia: conjunto de medidas que visam à prevenção, 
ao controle ou à erradicação de uma doença. As medidas 
profiláticas sempre dependem dos fatores epidemiológicos.
• Reservatório: qualquer local, planta, solo, animais e até o 
humano, onde vive e se multiplica um agente infeccioso, 
sendo vital para este a presença do reservatório para, a 
partir dele, ser transmitido para outros hospedeiros. Ex.: os 
cães são reservatórios da Leishmania infantum.
• Vetor: artrópode, molusco ou outro veículo que transmite o 
parasito entre dois hospedeiros. 
• Vetor biológico: quando o agente etiológico se multiplica ou 
se desenvolve no vetor. Ex: o Aedes aegypti é vetor biológico 
do vírus da dengue porque, dentro do inseto, o vírus se 
multiplica, potencializando sua capacidade de causar nova 
infecção quando o inseto picar e injetar saliva contaminada 
no humano.
• Vetor mecânico: quando o parasito não se multiplica 
nem se desenvolve no vetor. Este simplesmente serve de 
transporte ao parasito. Ex: mosca doméstica que deambula 
em locais contaminados por ovos de vermes, que são 
microscópicos, indo depositá-los sobre os alimentos.
• Zoonoses: doenças que são naturalmente transmitidas 
entre humanos e outros animais vertebrados. Podem se 
dividir em:
a. anfixenose: doença que circula indiferentemente entre 
humanos e animais. Ex: T. cruzi pode circular entre 
animais silvestres (gambás, roedores etc) e os seres 
humanos;
b. antropozoonose: doença primária de animais e que 
pode ser transmitida aos humanos. Ex: brucelose, em 
que os humanos são infectados acidentalmente, por 
ingestão de leite e seus derivados contaminados;
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
013
c. zooantroponose: doença primária do humano, seu 
principal reservatório, e que pode ser transmitida 
aos animais. Ex.: a esquistossomose mansônica no 
Brasil, em que os seres humanos são os principais 
hospedeiros, mas o verme se desenvolve em 
outros animais (alguns roedores, como hamster e 
camundongo, alguns primatas, marsupiais e bovinos).
Até aqui já vimos muitos conceitos. Vamos conferir se eles estão 
claros? Tente resolver a questão abaixo.
QUESTÃO 1 - A epidemiologia é a ciência que estuda a distribuição 
de doenças ou enfermidades, assim como a de seus determinantes na 
população humana. Alguns conceitos epidemiológicos são fundamentais 
para o estudo das doenças parasitárias. Considerando os conceitos 
descritos a seguir, podemos dizer que: 
I. Endemia: é a prevalência, abaixo do usual, de determinada doença, com 
relação a uma área, cidade, estado ou país. Representa um número de 
casos abaixo do esperado em uma população, em determinado período 
de tempo.
II. Epidemia: é a ocorrência muito elevada de determinada doença, com 
relação a uma área, cidade ou país. Representa o número muito acima 
do esperado de casos em uma população, em determinado período de 
tempo.
III. Período pré-patente: é o período que decorre entre a penetração do 
agente etiológico e o aparecimento das primeiras formas detectáveis 
do agente etiológico por meio de exames.
É CORRETO o que se afirma em:
a. I, II e III
b. apenas I e II
c. apenas I e III
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
014
d. apenas II e III
e. somente em III
O gabarito se encontra no final da unidade.
Apesar de profissionais de outras áreas aplicarem o termo “contaminação” 
indistintamente, o rico vocabulário da área da saúde faz a distinção entre 
este e “infecção” e “infestação”: O termo contaminação é usado quando 
há um agente infeccioso na superfície do corpo, ou em alimentos, fluidos, 
roupas, ou outros objetos, como a mão de uma pessoa, que não a lavou 
após utilizar o banheiro e pode estar contaminada por ovos de vermes. O 
termo infecção é aplicado quando há penetração e desenvolvimento ou 
multiplicação de um agente infeccioso dentro do corpo do humano ou de 
outro animal. Já o termo infestação é apropriado para situações em que 
haja o alojamento, o desenvolvimento ou a multiplicação de artrópodes 
(Ex: insetos, ácaros) na superfície do corpo, nas roupas ou numa área. 
Logo, podemos dizer que o couro cabeludo de uma criança está infestado 
de piolhos ou que o abatedouro clandestino está infestado de moscas.
Aqui merecemos fazer uma pausa para uma importante reflexão: é 
claro que você não vai e não tem que decorar todos esses conceitos. 
Há muitos mais que ainda veremos ao longo da disciplina e que 
você também pode conhecer nos livros indicados na bibliografia. 
Você poderá consultá-los sempre que for preciso, pois quanto mais 
se estuda e pratica, mais sedimentados eles se tornam. 
Você percebeu como é mais fácil compreender os termos usando 
exemplos e/ou situações nas quais podemos aplicá-los? É 
assim que devemos estudar Parasitologia, sempre pensando nos 
exemplos e seguindo a linha de raciocínio exemplificada na dica 
dada no início desta unidade. Seguindo um raciocínio e tomando 
exemplos, tudo passa a fazer sentido para nós, pois o aprendizado 
se torna significativo, ficando bem mais simples a compreensão. 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
015
Logo, mesmo que em alguma passagem da nossa disciplina você 
“não veja um exemplo claramente”, pense na aplicação daquele 
conhecimento. Combinado? Vamos continuar, então?
A relação 
parasito-hospedeiro
Para praticar a aplicação dos termos, leia o texto abaixo, que 
introduz o conteúdo que trata da relação parasito-hospedeiro. 
Um bom exemplo de doença que ilustra a relação de parasitismo é 
a ascaridíase. Na ascaridíase, o Ascaris lumbricoides exerce a ação 
patogênica espoliativa, pois ele espolia, ou seja, “rouba” os nutrientes 
presentes na luz do intestino delgado dos humanos, podendo, aliado 
a outros fatores, provocar desnutrição. Com essas informações, 
podemos afirmar que o A. lumbricoides é o parasito, enquanto os seres 
humanos são hospedeiros. Todo parasito possui seu ciclo biológico 
(ou ciclo de vida) (FIGURA 1), que corresponde às etapas necessárias 
para o seu completo desenvolvimento e para que ele alcance seu 
estágio reprodutivo. Comparativamente, é como o ciclo de vida de um 
ser humano, que compreende várias fases de desenvolvimento (ou 
formas evolutivas): existe a fase embrião, o desenvolvimento fetal, o 
bebê, a criança, depois o humano atinge a puberdade, a fase adulta 
e, por fim, como todo ser vivo, ao alcançar sua longevidade máxima, 
chegará à morte, cumprindo assim seu ciclo de vida. 
Repare que, em cada fase do ciclo biológico do humano, ele apresenta 
características morfológicas e fisiológicas diferentes, mas é sempre 
um ser humano (sempre espécie Homo sapiens, mesmo quando era 
um embrião). O mesmo corre com todo ser parasito. Mesmo que 
ele esteja na fase de embrião dentro do ovo, ou na fase de larva, ou 
o verme já na fase adulta, por exemplo, ele será sempre um verme 
daquela espécie definida. Logo, você foi um ser humano (H. sapiens) 
quando na fase de embrião e ainda o é na sua fase adulta. Esse 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
016
raciocínio é válido para todo ser vivo, independentemente da fase 
em que ele se encontra no seu ciclo biológico.
Diferentemente do ser humano, que é um animal de vida livre, 
para que o ciclo de vida do parasito se complete, ele necessita, 
obrigatoriamente, dos hospedeiros (exceto no caso dos 
parasitos facultativos). Alguns parasitos precisam apenas de um 
hospedeiro (ciclo biológico monoxênico (FIGURA 2)), enquanto 
outros necessitam de dois ou mais hospedeiros (ciclo biológico 
heteroxênico (FIGURA 3)) para completarem seu ciclo. Essestipos de ciclos biológicos podem ser observados respectivamente 
para o verme Ancylostoma duodenale (causador da ancilostomose 
intestinal), que necessita apenas de um ser humano para completar 
o seu ciclo biológico, que é monoxênico. Já no caso da Leishmania 
infantum (causadora da leishmaniose visceral), esta apresenta ciclo 
heteroxênico, usando cães e insetos flebotomíneos para neles se 
desenvolver e multiplicar. 
FIGURA 2 - Ciclo biológico do Ascaris lumbricoides
Fonte: NEVES, 2016. p. 297.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
017
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 2: A imagem representa o ciclo biológico do verme A. lumbricoides. Mostra 
as etapas do ciclo, que apresentam um sentido único, indicado por setas unidirecionais. O ciclo inicia-
se pela representação de um casal de vermes adultos que habitam a luz do intestino delgado do seu 
único hospedeiro, o ser humano, sendo, portanto, um verme de ciclo biológico monoxênico. A imagem 
mostra que, após a liberação dos ovos pela fêmea, estes sofrem uma evolução, no solo, até se tornarem 
infectantes para o humano. Após a ingestão do ovo larvado, a larva eclode e evolui neste único hospedeiro, 
sofrendo uma migração pelos sistemas digestório, circulatório, pulmonar e retornando ao digestório, onde 
a larva se transformará em verme adulto, fechando o ciclo monoxênico.
QUESTÃO 2 - Os parasitos obrigatórios necessitam de hospedeiros 
para realizarem seu ciclo biológico, podendo este ser de dois tipos: ciclo 
monoxênico e ciclo heteroxênico. Os hospedeiros desses parasitos podem 
ser tanto animais invertebrados quanto vertebrados, sendo que estes, 
a depender do tipo de ciclo, podem ser classificados como hospedeiros 
definitivos ou como hospedeiros intermediários. O ciclo biológico ou de 
vida dos parasitos corresponde à sequência natural das fases do seu 
desenvolvimento e de transmissão.
Assinale a alternativa que correponde à definição de ciclo heteroxênico.
a. Ciclo de vida de um parasito que exige um hospedeiro vertebrado.
b. Ciclo de vida de um parasito que exige um hospedeiro 
invertebrado.
c. Ciclo de vida do parasito que exige dois hospedeiros, sendo um 
definitivo e o outro intermediário.
d. Ciclo de vida que exige dois ou mais hospedeiros, sendo que o 
intermediário é sempre um animal invertebrado.
e. Ciclo de vida de um parasito que não exige um vetor biológico ou 
hospedeiro intermediário.
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Pulgas, moscas, carrapatos, flebotomíneos e triatomíneos 
(barbeiros) são exemplos de ectoparasitos capazes de causar 
infestações. Enquanto que A. lumbricoides, A. duodenale e L. 
infantum são endoparasitos, que são agentes etiológicos, portanto, 
de doenças infecciosas. 
Vamos ver se você compreendeu? Teste com este exercício.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
018
Os parasitos possuem grande capacidade de se adaptar a 
um determinado número de hospedeiros, o que influencia na 
sua facilidade em se dispersar por várias regiões geográficas. 
Considerando essa especificidade, os parasitos são divididos em: 
• eurixenos: quando possuem um grande número de 
espécies de hospedeiros naturais, como é o caso do 
Toxoplasma gondii (agente etiológico da toxoplasmose), que 
parasita aproximadamente 300 espécies de animais entre 
mamíferos e aves;
• estenoxenos: quando possuem um pequeno número de 
hospedeiros naturais, sendo normalmente apenas uma 
espécie de hospedeiro, como ocorre com o Plasmodium 
falciparum e o verme Wuchereria bancrofti (agente infeccioso 
causador da filariose linfática (“elefantíase”) no humano).
O protozoário causador da doença de Chagas, que apresenta 
ciclo heteroxênico, pode ser transmitido, entre seus vários tipos 
de hospedeiros mamíferos, por via oral (ingestão de alimentos 
contaminados com T. cruzi ), por via cutânea ou mucosa, a partir 
das formas infectantes presentes nas fezes e/ou urina de insetos 
triatomíneos, que são chamados popularmente de barbeiros. 
Observe o ciclo biológico desse parasito na FIGURA 3:
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
019
FIGURA 3 - Ciclo biológico do Trypanosoma cruzi
Fonte: Modificado de http://www.invivo.fiocruz.br/chagas/doen-ciclo-trypanosoma.html 
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 3: A imagem simboliza o ciclo biológico do T. cruzi , que é do tipo 
heteroxênico, pelo fato deste protozoário necessitar de dois hospedeiros para completar seu ciclo de 
vida. Na metade inferior da imagem está o ser humano e outros mamíferos, que são considerados os 
hospedeiros vertebrados, e está esquematizada a metamorfose do parasito. Setas unidirecionais mostram 
o sentido da metamorfose do protozoário no vertebrado. A forma tripomastigota infecta a célula do 
humano, onde se transformará em amastigota e se multiplicará. Antes de romper a célula do humano, cada 
amastigota se transformará em tripomastigota novamente e esta circulará no sangue e será ingerida pelo 
hospedeiro invertebrado (triatomíneo ou barbeiro) e vetor, representado na metade superior da imagem. 
Setas unidirecionais mostram que o vetor suga o sangue contendo a forma tripomastigota do parasito, 
que se transformará, no seu intestino, em epimastigota, que se multiplicará. Depois ela se transformará 
em tripomastigota infectante no final do intestino do vetor, saindo com suas fezes e urina para infectar o 
hospedeiro, completando o ciclo heteroxênico. 
Os mecanismos de transmissão das doenças parasitárias são 
definidos a partir da via de infecção, que é a porta de entrada do 
parasito no organismo do hospedeiro e pela forma de infecção, 
que identifica se o hospedeiro foi infectado com ou sem gasto 
energético pelo parasito (FIGURA 4). Conforme proposto por Rey 
(2001) e Neves (2011), as vias de infecção são classificadas em: 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
020
oral, cutânea, mucosa ou genital. Já a forma de infecção pode ser 
passiva (sem gasto energético) ou ativa (com gasto energético). 
Desse modo, os principais mecanismos de infecção das doenças 
parasitárias são passivo oral (ex: Trichuris trichiura), passivo cutâneo 
(ex: Plasmodium), ativo cutâneo (ex: T. cruzi ), ativo mucoso (ex: T. 
cruzi ) e passivo genital (ex: Trichomonas vaginalis). Outros termos 
podem ser utilizados para definir o mecanismo de transmissão: 
transplacentário, transfusional e por transplantação.
FIGURA 4 - Vias e formas de infecção utilizadas pelos parasitos
Fonte: AVELAR, 2016, p. 15.
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 4: A figura esquematiza, acima, as vias de infecção, que podem ser: oral, 
cutânea, mucosa ou genital. Abaixo, ela apresenta as formas de infecção, que pode ser passiva, quando 
não há gasto energético pelo parasito (oral, cutânea, mucosa, genital) ou ativa, quando há gasto energético 
pelo parasito.
O processo de infecção não depende exclusivamente da ação do 
parasito. Ele depende também da junção de fatores ligados ao 
hospedeiro e ao ambiente ao qual ele está exposto. Todos esses 
fatores unidos determinarão o risco de o indivíduo adquirir um 
agente infeccioso. Um exemplo bem claro, visto no Brasil, é quanto 
ao problema do deficitário serviço de saneamento básico, que atua 
como um fator de risco para se adquirir parasitos intestinais ou 
enteroparasitos, como pode ser visto no vídeo abaixo.
Videoaula
“Fatores de risco para parasitoses 
intestinais”
Autor: Daniel Avelar
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
021
Após completar o ciclo de desenvolvimento no seu hospedeiro, o 
parasito passará a ocupar um local específico no seu corpo, que 
será o seu habitat. Tomemos como exemplo o enteroparasito 
A. lumbricoides mais uma vez. Na fase adulta, ele habita a luz do 
intestino delgado, sendo encontrado nas porções do jejuno e 
íleo, principalmente. O habitat do parasito serásempre um local 
específico, local mais provável de encontro de determinado parasito 
no corpo do seu hospedeiro, devendo ser levado em consideração 
os diferentes habitats relacionados às diversas formas evolutivas 
apresentadas no ciclo biológico dos parasitos. Portanto, os 
parasitos não se localizam ao acaso em seus hospedeiros. Eles 
possuem habitats específicos, utilizando determinados segmentos 
anatômicos (intestino, sangue etc.) dos hospedeiros, que estão 
relacionados com o local em que irão obter abrigo, alimento e 
possibilidade de reprodução. 
Patogenia e doença
Para obterem suas vantagens desde o primeiro contato com o 
organismo dos seus hospedeiros, os parasitos exercem ações 
patogênicas que acarretam em prejuízos a eles. A patogenia 
corresponde aos mecanismos lesionais desenvolvidos no 
organismo do parasitado, associados às agressões provocadas 
pela reação imunológica do hospedeiro. Como nem sempre 
existem manifestações clínicas frente à uma infecção (infectados 
assintomáticos), a doença é considerada como um estado de 
“desequilíbrio” na relação parasito-hospedeiro, quando as lesões 
provocadas pelo parasito ultrapassam a capacidade de controle do 
hospedeiro, provocando sinais e sintomas, ou seja, provocando um 
quadro clínico. 
Retomemos a doença de Chagas como exemplo: após a infecção 
pelo T. cruzi , os humanos podem desenvolver ou não a doença. Na 
fase aguda da infecção, cerca de 90% dos indivíduos ou mais não 
apresentam qualquer sintomatologia. Mas também há casos de 
pessoas infectadas pelo T. cruzi , na fase crônica, que desenvolvem 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
022
uma ou mais formas clínicas, como a forma digestiva e/ou a 
insuficiência cardíaca com cardiomegalia (aumento do coração), 
que podem ser graves ou até letais. Por outro lado, a maioria (até 
70%) dos indivíduos se mantém completamente assintomática 
(não adoecem) mesmo décadas após a infecção, apresentando a 
chamada “forma indeterminada da doença de Chagas”.
Um princípio fundamental na relação parasito-hospedeiro é o de que os 
efeitos negativos tendem a ser quantitativamente pequenos quando a 
interação já é mais antiga, enquanto que as associações recentes estão 
mais sujeitas a desenvolver efeitos mais severos (ODUM, 2012). A seleção 
natural tende a levar a associação parasitária para o equilíbrio, já que a 
morte do hospedeiro é prejudicial para o parasito. Isso fica evidente nas 
interações estáveis (aquelas que vêm sendo mantidas há milhares de 
anos), em que há uma espoliação constante, mas insuficiente para lesar 
gravemente o hospedeiro.
São exemplos de relações parasitárias estáveis: T. cruzi , agente 
causador da Doença de Chagas, e o tatu, seu hospedeiro natural; e 
a menor taxa de adoecimento por malária em população residente 
em áreas de acentuada endemicidade. Entretanto, segundo Rey 
(2001) e Neves (2011), quando o ser humano se infecta pelo T. cruzi, 
ou quando moradores de áreas não endêmicas para a malária se 
infectam pelo Plasmodium, desenvolvem frequentemente essas 
doenças, até mesmo apresentando as formas clínicas mais graves.
Não se pode afirmar que uma pessoa desenvolveu uma doença 
devido a um fator, exclusivamente. Diversos fatores (ligados ao 
parasito, ao hospedeiro e até ao ambiente onde ele vive) interagem 
para determinar se a infecção de um hospedeiro será assintomática 
ou sintomática. Alguns desses fatores podem ser:
• inerentes ao parasito, como a genética da sua espécie/
cepa; virulência, carga parasitária, via de infecção, 
patogenicidade; 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
023
• inerentes ao hospedeiro, como a idade, estado nutricional, 
genética, o uso de certos fármacos e o estado do 
seu sistema imune, que determinará a capacidade de 
resistência imunológica.
Quer saber mais sobre a resposta do sistema imune humano frente 
à instalação de “corpos estranhos” no organismo? Sabia que há 
uma relação entre a gravidez e as helmintoses? Descubra mais na 
videoaula a seguir.
Videoaula
“Alterações imunológicas 
provocadas por parasitoses e sua 
relação com a gravidez”
Autor: Daniel Avelar
A patogenia exercida pelos parasitos sobre seus hospedeiros é 
extremamente variável, podendo ser determinada de forma direta 
(provocada pelo parasito e por substâncias por ele secretadas) ou 
de forma indireta (provocada pela resposta do sistema imunológico 
do hospedeiro frente ao parasitismo). Os mecanismos de ação 
patogênica, segundo Neves (2011), são classificados em:
• ação espoliativa: quando o parasito absorve nutrientes 
do hospedeiro. Ex: ação hematofágica (ingestão de 
sangue) por ancilostomídeos e fêmeas de mosquitos e de 
flebotomíneos;
• ação tóxica: provocada por metabólitos produzidos 
pelos parasitos. Ex: reações alérgicas provocadas pelos 
metabólitos de A. lumbricoides e Taenia, causando prurido;
• ação mecânica: quando os parasitos impedem o fluxo de 
alimento, bile ou absorção alimentar. Ex: enovelamento de 
A. lumbricoides na alça intestinal;
• ação irritativa: inflamação de tecidos. Ex: o verme W. 
bancrofti, que habita os vasos linfáticos, causando linfangite 
(inflamação dos linfáticos). 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
024
Um parasito pode exercer mais de um tipo de ação patogênica ao seu 
hospedeiro e essas ações patogênicas podem ser iguais ou diferentes 
em cada fase evolutiva em que o ele se encontra. É fundamental a 
compreensão dessas ações patogênicas, pois elas desencadearão, 
juntamente com fatores relacionados ao hospedeiro (ex: resposta do seu 
sistema imune frente aos antígenos do parasito), a patologia.
Veja mais exemplos de ações patogênicas dos parasitos sobre seus 
hospedeiros nos livros recomendados na bibliografia básica da 
disciplina e teste, abaixo, o quanto você está afiado (a), resolvendo 
esta questão.
• ação traumática: provocada principalmente pela migração 
de larvas de helmintos (embora vermes adultos e 
protozoários também possam provocá-la). Ex: migração de 
larvas de A. lumbricoides pelo pulmão.
• ação irritativa: quando o parasito, sem produzir lesões 
traumáticas, acaba irritando o local parasitado. Ex: ação 
das ventosas de Taenia sobre a mucosa intestinal.
• ação enzimática: quando as lesões são provocadas por 
enzimas produzidas pelos parasitos. Ex.: lesões cutâneas 
provocadas por enzimas secretadas pelas cercárias de S. 
mansoni na infecção via cutânea.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
025
QUESTÃO 3 - A patogenia corresponde aos mecanismos lesionais 
desenvolvidos no organismo parasitado, associados com as agressões 
provocadas pela reação imunológica do hospedeiro. Considerando que 
a ação patogênica dos parasitos é extremamente variável, podendo ser 
provocada de forma direta ou indireta, assinale a alternativa CORRETA.
a. A constipação é resultado da ação patogênica irritativa, exercida 
pela alta carga de vermes adultos de Ascaris lumbricoides 
presentes na luz do intestino delgado. 
b. O vetor do agente causador da doença de Chagas exerce, no 
humano, ação irritativa ao sugar o seu sangue.
c. A cercária, larva infectante do Schistosoma mansoni, libera 
substâncias na pele do humano para realizar a infecção deste, 
exercendo, para tanto, ação patogênica espoliativa.
d. O Plasmodium sp. exerce ação patogênica traumática, ao provocar 
a lise das hemácias do humano, após sofrer multiplicação no seu 
interior.
e. No interior do intestino delgado do humano, Ascaris lumbricoides 
exerce ação patogênica inflamatória ao ingerir os nutrientes 
provenientes da alimentação do hospedeiro.
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Na relação de parasitismo, os hospedeiros“não ficam esperando, 
de braços cruzados”, que os parasitos “façam o seu trabalho”. Nas 
interações com seus parasitos, os hospedeiros desenvolvem e põem 
em atividade estratégias que são extremamente complexas. Os 
vertebrados possuem sistemas imunes altamente especializados, 
que podem rapidamente responder à infecção, e ainda desenvolver 
memória imunológica. Já os invertebrados (ex: caramujo, 
hospedeiro intermediário do S. mansoni), embora não desenvolvam 
memória imunológica, possuem sistemas de reconhecimento de 
infecções capazes de destruir as partículas estranhas (antígenos). 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
026
Um dos mecanismos mais relevantes no estabelecimento de uma 
infecção parasitária é o modo de interação do parasito com o 
sistema imune do hospedeiro e a resposta imunológica gerada.
Tanto a resposta imunológica protetora, quanto a eliminação dos 
parasitos ficam prejudicadas devido à complexidade dos ciclos 
biológicos dos parasitos. Segundo Coelho-Castelo et al. (2009), 
os parasitos multicelulares (helmintos como o S. mansoni etc), 
apresentam superfícies espessas altamente resistentes ao ataque 
do sistema imune, enquanto que os parasitos unicelulares (como 
os protozoários Plasmodium, Leishmania etc), normalmente se 
desenvolvem no ambiente intracelular, dificultando a ação do 
sistema imune dos hospedeiros e provocando sucessivas infecções 
ou a cronicidade das doenças.
Entre os mecanismos de resposta imunológica, destacam-se a inata 
– composta por mecanismos de resistência que se comportam da 
mesma forma, independente do parasito e que não gera memória 
imunológica – e a adquirida ou adaptativa – caracterizada pela 
memória imunológica determinada pela participação do sistema 
linfocitário. Vale ressaltar que os dois mecanismos de memória 
imunológica (inata e adquirida) atuam de forma integrada.
São considerados mecanismos de resistência inata (inespecíficos):
• tegumento cutâneo: atua como barreira mecânica e 
química, impedindo ou dificultando a penetração de agentes 
parasitários, seja fisicamente, pela própria estrutura e 
presença de pelos, seja quimicamente, pela característica 
ácida da pele humana;
• mucosas: atuam principalmente como barreira química, 
pela grande variedade de produtos liberados nas cavidades 
mucosas, como ácido clorídrico, enzimas digestivas, 
mucina, sais biliares e suco pancreático, que atuam na 
degradação de grande número de microrganismos;
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
027
• células fagocíticas e células matadoras naturais (NK): 
especializadas na defesa do hospedeiro contra antígenos, 
sendo representadas por neutrófilos, eosinófilos, 
macrófagos e NK;
• resposta inflamatória: tem ação local, caracterizada 
por uma sequência de fenômenos irritativos, vasculares, 
exsudativos, degenerativo-necróticos e de reparo;
• sistema complemento: sistema enzimático, ativado pela 
ação de anticorpos das classes IgM e IgG, ou pela ação de 
substâncias químicas ativadoras.
Rey (2001) e Abbas et al. (2015) defendem que os mecanismos 
de resistência específicos se caracterizam pela ação de linfócitos 
T e B, com o desenvolvimento de memória imunológica, sendo 
fundamental para o controle das infecções parasitárias.
Embora se saiba que, no parasitismo, o parasito é beneficiado 
enquanto que o hospedeiro é prejudicado, existem, na literatura 
científica, discussões sobre potenciais benefícios do parasitismo 
para os hospedeiros. Veja mais sobre esse assunto na notícia 
abaixo:
Lombriga aumenta fertilidade das mulheres, diz estudo
Pesquisa de nove anos com 986 índias na Bolívia relacionou 
infecção permanente por Ascaris lumbricoides a aumento no número 
de filhos e menor intervalo entre gestações. 
Pesquisadores conduziram um estudo com cerca de 986 índias 
Tsimané, na Amazônia boliviana, que comprova a ligação da 
infecção por A. lumbricoides (lombriga) com um maior número de 
filhos por mulher. De acordo com o estudo feito na tribo Tsimané, 
onde 70% da população possui infecções de vermes parasitas, 
as mulheres infectadas tiveram, em média, dois filhos a mais do 
que as não infectadas; além disso, o espaço de tempo entre uma 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
028
gravidez e outra, e até a idade da primeira gravidez, também diminui 
consideravelmente nas índias infectadas. 
A teoria dos pesquisadores defende que a doença altera o sistema 
imunológico do organismo, de forma a facilitar a gravidez. Se essa 
conclusão for comprovada, novos medicamentos usados para 
infertilidade poderão ser desenvolvidos. 
Por outro lado, vermes nematódeos (vetores da ancilostomose, 
ou o famoso “amarelão”) causam o efeito contrário, estimulando 
a infertilidade e refletindo em até três filhos a menos, ao longo da 
vida fértil da mulher. Dentre as hipóteses levantadas para esse 
resultado, a anemia gerada por essa infecção é a mais provável de 
ser comprovada. 
Mais pesquisas sobre os sistemas imunológicos de mulheres 
infectadas por A. lumbricoides devem ser conduzidas para que 
se possa, de fato, começar a fabricação de novas drogas para 
tratamentos de fertilidade, como fertilizações in vitro.
Fonte: Adaptado de: LOMBRIGA aumenta fertilidade das mulheres, diz estudo. 
20 nov. 2015. In: Site “G1” Ciência e Saúde. Disponível em: <http://g1.globo.com/
ciencia-e-saude/noticia/2015/11/lombriga-aumenta-fertilidade-das-mulheres-diz-
estudo.html>. Acesso em: 26 jan. 2016.
Adaptações para a vida 
parasitária
Como foi visto anteriormente, o parasito exerce as ações 
patogênicas para obter suas vantagens, enquanto o hospedeiro 
tenta combatê-lo com a ação do seu sistema imune. Então, é 
travada a “batalha” entre o parasito e o hospedeiro, em prol da 
convivência de ambos, mediante o estabelecimento de um estado 
de equilíbrio na relação ecológica do parasitismo.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
029
Então, parasito e hospedeiro, ao longo de sua coevolução (evolução 
conjunta), foram desenvolvendo mecanismos para se adaptarem à 
convivência. Da mesma forma que os hospedeiros desenvolveram 
mecanismos imunes para tentar combater os parasitos, os 
parasitos também tiveram que desenvolver mecanismos para 
continuarem na situação de parasitismo que lhes é obrigatória.
Segundo Abbas (2015), ao longo da evolução, muitos parasitos 
desenvolveram mecanismos de escape do sistema imune, principalmente 
da resposta imune adaptativa. Esses mecanismos de escape envolvem: 
a supressão da resposta imune do hospedeiro, o alojamento em órgãos 
ou células que são inacessíveis ao ataque imune, a rápida troca de 
membrana externa corporal, a variação antigênica e a determinação de 
imunodeficiência no hospedeiro.
No escape do parasito ao sistema imune, o Plasmodium se aloja, em 
uma etapa do seu ciclo biológico, dentro das hemácias do humano. Isso 
porque, uma vez que as hemácias não expressam moléculas do complexo 
principal de histocompatibilidade (MHC) de classe I ou II, o protozoário fica, 
então, invisível às ações do sistema imune. O MHC é uma região genômica 
que expressa, na superfície das células, proteínas próprias do organismo e 
proteínas de organismos invasores (ex: parasitos).
Os parasitos desenvolveram especializações que os capacitaram a 
sobreviver mesmo sob a ação do sistema imune dos hospedeiros. 
E, segundo Rey (2001) e Neves (2011), o sucesso do parasitismo 
está diretamente relacionado a essas adaptações, que estão 
demonstradas a seguir:
• morfológicas: caracterizadas por degenerações (perda 
ou atrofia de órgãos locomotores, aparelho digestivo etc., 
como Taenia spp. que não possui tubo digestório) ou por 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
030
hipertrofia (encontradaprincipalmente em órgãos de 
fixação, resistência ou proteção e na reprodução, como 
nos ancilostomídeos machos, que apresentam bolsa 
copulatória, ou na alta capacidade de reprodução, presente 
em vários tipos de parasitos (Ex: a T. saginata adulta é 
hermafrodita). Após a fecundação, ocorre a involução das 
estruturas do seu sistema reprodutor masculino, para haver 
espaço suficiente, na proglote grávida, para comportar até 
26 ramificações uterinas hipertrofiadas, que comportam 
até 160 mil de ovos infectantes. (FIGURA 5)).
• biológicas: fisiologicamente, os parasitos possuem 
alta capacidade reprodutiva, com grande produção 
de ovos, cistos ou outras formas infectantes. Podem 
apresentar diversos tipos de reprodução (hermafroditismo, 
partenogênese, poliembrionia, esquizogonia etc.); 
capacidade de resistência às agressões do hospedeiro, 
como o escape ao sistema imune; e capacidade de 
tropismo, que favorece o encontro do seu hospedeiro ou 
sua propagação, reprodução e sobrevivência no ambiente 
(ex: larvas infectantes de certos helmintos, que migram 
no solo e se posicionam sobre as partículas mais altas e 
úmidas, facilitando sua penetração nos pés do humano que 
passa descalço).
Ao longo dos seus estudos, ao conhecer os parasitos, vá buscando 
identificar as adaptações para a vida parasitária que cada um desenvolveu. 
E é importante lembrar que cada parasito pode apresentar mais de 
uma adaptação. Tomando os vermes do gênero Taenia como exemplo, 
é possível notar adaptações variadas (ausência de aparelho digestivo, 
hermafroditismo, alta produção de ovos, hipertrofia uterina) perceptíveis 
nas suas proglotes, como pode ser visto na FIGURA 5. Confira nos livros 
da bibliografia da disciplina muito mais informações importantes.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
031
FIGURA 5 - Proglote grávida de Taenia saginata vista sob a lupa em menor (A) e maior 
aumento (B), com detalhe para um ovo de 30 µm apontado pela seta branca (B) no interior da 
ramificação uterina
Fonte: Elaborada pela autora.
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 5: A imagem mostra, do lado esquerdo, uma proglote grávida de Taenia 
saginata, vista sob a lupa, em menor aumento. No interior da proglote, há dezenas de ramificações 
uterinas. Do lado direito é mostrado, em maior aumento, os ramos uterinos, com detalhe para um ovo de 
T. saginata, com 30 µm de diâmetro, apontado por uma seta. As ramificações do útero, em uma proglote 
grávida de Taenia spp., são completamente preenchidas por milhares de ovos do verme. Na Taenia spp. 
então, é possível constatar exemplos de adaptações para a vida parasitária: adaptação morfológica, 
por degeneração, uma vez que o tubo digestório está ausente, e hipertrofia das ramificações uterinas; 
adaptação biológica, tendo em vista a alta produção de ovos, entre outras.
Aplicação de conceitos 
epidemiológicos na 
parasitologia
Ainda hoje, várias doenças parasitárias são responsáveis pelo 
adoecimento e/ou óbito de milhões de pessoas em todo o mundo. 
Sendo assim, a Epidemiologia, ciência que estuda a distribuição de 
doenças ou enfermidades, assim como a de seus determinantes 
na população humana tem, como objetivo principal, a promoção 
da saúde por meio da prevenção de doenças. Conforme Nelson 
e Williams (2014), a aplicação da epidemiologia no estudo das 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
032
doenças parasitárias envolve a avaliação dos fatores responsáveis 
pela infecção, aqueles que afetam a transmissão e os que estão 
associados com a manifestação clínica da doença.
A transmissão e a manutenção de uma doença na população 
humana são resultantes do processo interativo entre o agente, o 
hospedeiro e o meio ambiente em que vivem (FIGURA 6). O agente 
etiológico é o fator cuja presença é essencial para a ocorrência da 
doença; o hospedeiro é o organismo capaz de ser infectado por um 
agente, e o meio ambiente é o conjunto de fatores que interagem 
com o agente e o hospedeiro (BRASIL, 2010).
FIGURA 6 - Elementos básicos para o estabelecimento e a 
manutenção das parasitoses
Fonte: AVELAR, 2016, p. 22. (Adaptado).
AUDIODESCRIÇÃO DA FIGURA 6: A imagem é composta por um triângulo ao fundo, que agrupa três 
caixas que trazem os componentes que interagem e/ou interferem na relação de parasitismo, estando 
estes unidos por setas duplas: hospedeiro, agente etiológico e meio ambiente.
Os aspectos epidemiológicos de uma doença são de extrema 
importância para os profissionais de saúde pública ou 
epidemiologistas, já que essas informações são insumos para que 
desenvolvam metodologias para controlar ou prevenir a dispersão 
das infecções transmissíveis. Para isso, os epidemiologistas 
classificam as doenças infecciosas de acordo com os meios de 
transmissão e os reservatórios dos agentes infecciosos.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
033
As parasitoses podem ser transmitidas de diversos modos:
• por contato direto ou indireto;
• por ingestão de alimentos e água contaminados;
• pela inalação de ar contaminado;
• por vetores;
• por transmissão vertical, durante a gestação ou no parto.
Vamos praticar o que já foi aprendido até aqui? Teste os seus 
conhecimentos com esta atividade que ajudará na fixação do 
conteúdo.
QUESTÃO 4 - Para responder a essa questão, siga os passos abaixo:
a. Escolha uma das seguintes doenças parasitárias: 
esquistossomose mansônica ou malária. 
b. Identifique e descreva cada um dos itens, a seguir, no caso da 
doença que você escolheu:
1. agente etiológico; 
2. tipo de parasito (endoparasito ou ectoparasito); 
3. tipo(s) de hospedeiro(s) (definitivo, intermediário); 
4. tipo de ciclo biológico (monoxeno ou heteroxeno);
5. período de incubação;
6. habitat parasitário; 
7. forma de infecção; 
8. principal tipo de ação patogênica exercida pelo parasito; 
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
PARASITOLOGIA GERAL
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034
9. principais adaptações parasitárias presentes no parasito 
escolhido; 
10. principais medidas de prevenção/controle.
O gabarito se encontra no final da unidade.
Os organismos reservatórios dos agentes infecciosos podem 
ser classificados epidemiologicamente em quatro categorias: a) 
humanos; b) animais (nos casos das zoonoses); c) solo; d) água. 
Essa classificação permite desenvolver estratégias de prevenção, 
mesmo quando não se conhece as principais características 
biológicas do patógeno.
Um bom exemplo de reservatório foi a demonstração feita por John Snow 
(médico considerado o pai da epidemiologia moderna), em 1853, de que 
a água era o reservatório da cólera, mesmo sem ser conhecido o vibrião 
colérico, que somente foi descrito por Robert Koch, em 1884. (BRASIL, 
2010).
Vigilância epidemiológica aplicada às parasitoses
A situação epidemiológica das doenças transmissíveis tem 
apresentado mudanças significativas, observadas por meio dos 
padrões de morbimortalidade em todo o mundo. Nos últimos anos, 
no Brasil, houve um declínio nas taxas de mortalidade associadas 
às doenças infecciosas e parasitárias. Embora a morbidade 
também esteja diminuindo, seu ritmo de declínio é inferior ao 
apresentado pela mortalidade. Essa redução só vai acontecer, de 
fato, com a melhoria da qualidade da assistência médica associada 
ao encaminhamento e adoção de medidas de controle. E para que 
isso ocorra, são necessárias ações educativas promovidas pela 
Vigilância Epidemiológica (VE).
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
035
A VE é definida como:
um conjunto de ações que proporciona o 
conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer 
mudança nos fatores determinantes e condicionantes 
da saúde individual ou coletiva, com a finalidade de 
recomendar e adotar as medidas de prevenção e 
controle das doençasou agravos (BRASIL, 2005, p. 46).
São funções da VE:
• coleta e processamento de dados;
• análise e interpretação dos dados processados;
• investigação epidemiológica de casos e surtos;
• recomendação e promoção das medidas de controle apropriadas;
• avaliação da eficácia e da efetividade das medidas adotadas;
• divulgação de informações sobre as investigações;
• estabelecer e analisar os impactos das medidas de controle.
Nos estudos epidemiológicos, há conceitos importantes 
relacionados a características biológicas dos parasitos e seus 
hospedeiros, que devem ser aplicadas. Conforme Neves (2011), 
Rouquayrol e Gurgel (2013), esses conceitos são:
• infectividade: capacidade de um organismo causar a 
infecção em um hospedeiro susceptível;
• patogenicidade ou virulência: é a capacidade de um 
agente patogênico induzir a doença. Pode ser dividida em: 
alta patogenicidade e baixa patogenicidade;
• imunogenicidade: é a capacidade de um organismo 
produzir uma resposta imune após a infecção que o proteja 
contra a reinfecção;
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
036
• infecção inaparente e capacidade de atuar como 
reservatório: ocorre quando se consegue isolar o patógeno 
por cultivo, por exame direto, técnicas de DNA ou por 
técnicas imunológicas, mas o hospedeiro permanece 
assintomático.
A proporção de indivíduos infectados assintomáticos ou com um 
quadro clínico (doente) é uma medida da patogenicidade de um 
parasito. Infecções assintomáticas podem ser comuns em algumas 
doenças e ter papel fundamental em casos de epidemias.
As medidas utilizadas para quantificar a ocorrência de uma doença 
buscam estimar a carga ou a incidência da doença em uma 
população. Neves (2011), Rouquayrol e Gurgel (2013), apontam 
os principais aspectos considerados para quantificar as doenças 
parasitárias:
• prevalência: caracteriza o número total de casos de uma 
doença ou qualquer outra ocorrência em uma população e 
tempo definidos (casos antigos somados aos casos novos). 
Ex: no Brasil, em 1992, a prevalência de esquistossomose foi 
de 8 milhões de casos. Existem fatores que afetam a taxa 
de prevalência, causando seu aumento (doenças de longa 
duração, casos novos da doença, aumento de sobrevida, 
emigração de pessoas doentes, aperfeiçoamento das 
técnicas de diagnóstico); ou diminuição (doenças de curta 
duração, mortalidade, terapêutica eficaz, imigração de 
pessoas doentes);
• incidência: é a frequência com que uma doença ou fato 
ocorre num período de tempo definido e com relação à 
população (apenas os casos novos). Essa taxa estima o 
risco de adoecer;
• morbidade: expressa o número de pessoas doentes com 
relação à população;
PARASITOLOGIA GERAL
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037
• mortalidade: determina o número geral de óbitos em 
determinado período de tempo e com relação à população.
O estudo da relação de parasitismo deve ser realizado levando-se 
em consideração conceitos epidemiológicos, tais como os citados 
acima. Esses conceitos são aplicados com frequência pelas 
unidades de Vigilância Epidemiológica dos estados e municípios 
brasileiros. Essas unidades fazem, periodicamente, levantamentos 
estatísticos sobre os casos das doenças parasitárias, e enviam 
esses dados para o Ministério da Saúde. Esses dados são 
importantes para saber como está a real situação dessas doenças 
em nosso país, além de permitir o estabelecimento de medidas de 
controle das parasitoses. Esse controle das doenças envolve os 
seguintes tipos de medidas:
• prevenção primária: medidas que buscam impedir que o 
indivíduo adoeça, controlando os fatores de risco. Atua na 
fase pré-patogênica ou na fase em que o indivíduo está 
sadio ou susceptível. Ex: moradia adequada, saneamento 
ambiental, educação sanitária, alimentação adequada, 
imunização, equipamentos de proteção individual, controle 
de vetores etc.; 
• prevenção secundária: aplicáveis aos indivíduos que já 
estão sob a ação do parasito (infecção em fase clínica ou 
subclínica). A prevenção secundária visa impedir que a 
doença se desenvolva para estágios mais graves, deixando 
sequelas ou progredindo para o óbito. Ex: diagnóstico e 
tratamento precoces. 
• prevenção terciária: medidas destinadas à reabilitação, 
prevenindo a incapacidade. Essa prevenção é aplicada na 
fase em que esteja ocorrendo ou já ocorreu a doença. Ex: 
implante de marca-passo em pacientes chagásicos. 
Observação: as medidas de prevenção secundária e terciária 
podem ser aplicadas ao mesmo tempo.
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
038
Acompanhe a aplicação de vários termos, aproveitando para 
conhecer um pouco sobre a vigilância epidemiológica da malária, 
que é uma das principais protozooses transmitidas no território 
brasileiro, na videoaula a seguir.
Videoaula
“Vigilância epidemiológica 
da malária”
Autor: Daniel Avelar
Como visto, a região amazônica é caracterizada como a zona 
endêmica para a malária no território nacional. Apesar dos registros 
de casos autóctones (casos cuja transmissão ocorreu naquela 
região) ocorrerem principalmente na área endêmica, a transmissão 
da doença pode ocorrer fora dela e acarretar em problemas, caso 
a vigilância epidemiológica não entre rapidamente em ação. Veja 
esse exemplo bem-sucedido.
Em 2005, um fato chamou a atenção dos epidemiologistas brasileiros: 
foram relatados 11 casos autóctones de malária no município de Monte 
Alegre de Minas, em Minas Gerais, considerada como área não endêmica. 
Pesquisadores descobriram que a área de potencial exposição estava 
localizada às margens do rio Tejuco, local frequentado por garimpeiros que 
foram diagnosticados com Plasmodium vivax e P. falciparum. A investigação 
entomológica identificou na região os insetos Anopheles darlingi, A. 
albitarsis, A. triannulatus e A. parvus. Todos os casos foram diagnosticados 
e tratados (não houve óbito), o que acabou interrompendo a transmissão 
de malária na região. Esses casos foram relatados no artigo “Surto de 
malária em área não endêmica do Brasil, 2005” de autoria de Limongi et al., 
2008, na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical.
Considerando as informações do texto, veja que os agentes 
etiológicos responsáveis pelos casos de malária em Monte Alegre de 
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
039
Minas foram: Plasmodium vivax e P. falciparum. Os vetores envolvidos 
na transmissão da malária nessa região foram Anopheles darlingi, 
A. albitarsis, A. triannulatus e A. parvus. A vigilância epidemiológica 
atuou diagnosticando e tratando todos os casos positivos para 
malária, além de identificar os vetores que ocorrem na região. Essas 
ações foram importantes para evitar o óbito dos pacientes com 
malária, além de interromper a transmissão da doença na região.
Vamos agora fixar esse conteúdo praticando? Resolva a questão 
proposta.
QUESTÃO 5 - A vigilância epidemiológica visa à redução da 
transmissão ou mesmo à erradicação de doenças, como é o caso das 
parasitoses, por meio do estudo do padrão de transmissão, dos fatores de 
risco e da elaboração de medidas de profilaxia. Suponha que tenha sido 
detectado um caso suspeito de malária em um posto de saúde de Belo 
Horizonte. Faça uma descrição breve das três principais ações que devem 
ser tomadas pela vigilância epidemiológica no caso dessa suspeita, para 
que seja esclarecido e notificado. 
O gabarito se encontra no final da unidade.
ATIVIDADE 
DE FIXAÇÃO
Até aqui, você pôde revisar alguns dos conhecimentos que já trazia 
consigo e conheceu muito mais e de forma mais aprofundada. 
Esta unidade foi muito importante, pois você precisa desses 
conhecimentos para prosseguir. Por isso, a proposta agora éque 
façamos uma revisão. Siga a nossa videoaula!
Videoaula
“Resumo da unidade”
Autor: Adriana Coelho Soares
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
040
QUESTÃO 1 - A resposta certa é a letra d. Justificativa:
a. A alternativa está incorreta, porque o conceito de endemia está 
errado. Endemia é a prevalência usual de uma doença, ou seja, o 
número usual de casos esperados em uma população definida, 
em determinado período de tempo. Logo, considera-se endêmica 
a doença cuja incidência de casos em uma população permanece 
constante ao longo dos anos. 
b. A alternativa está incorreta, porque o conceito de endemia está 
errado e o de epidemia está certo. 
c. A alternativa está incorreta, porque o conceito de endemia está 
errado e o de período pré-patente está certo.
d. A alternativa está correta, porque ambos os conceitos 
apresentados estão corretos.
e. A alternativa está incorreta, porque tanto o conceito de período 
pré-patente, quanto o de epidemia estão corretos.
QUESTÃO 2 - A resposta certa é a letra c. Justificativa:
a. A alternativa está incorreta, porque há parasitos na Natureza 
que cumprem seu ciclo de vida exclusivamente em animais 
vertebrados, necessitando somente de um. É o caso do Ascaris 
lumbricoides, por exemplo, que necessita apenas do ser humano 
para completar seu ciclo de vida, que é monoxênico.
b. A alternativa está incorreta, porque há parasitos na Natureza 
que completam seu ciclo de vida exclusivamente em um animal 
invertebrado, não necessitando de mais do que um, sendo seu 
ciclo do tipo monoxênico.
c. A alternativa está correta, porque, no ciclo heteroxênico de um 
parasito, existe a participação de dois ou mais hospedeiros, 
sendo um deles o hospedeiro definitivo (no qual o parasito está 
na sua forma adulta ou reprodutiva final) e o outro é o hospedeiro 
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
041
intermediário (no qual o parasito está na sua fase jovem – ou 
imatura - ou onde ele se reproduz de forma assexuada) (Neves et 
al., 2016).
d. A alternativa está incorreta, porque, no ciclo heteroxênico, o 
hospedeiro intermediário pode ser tanto um animal vertebrado 
quanto invertebrado. No ciclo heteroxênico do Plasmodium sp., 
por exemplo, o hospedeiro intermediário é um animal vertebrado 
(humano), enquanto no ciclo da Taenia spp., ele é um animal 
vertebrado (porco ou boi). 
e. A alternativa está incorreta, porque o ciclo biológico heteroxênico 
é justamente aquele que exige um hospedeiro dito intermediário, 
que pode ser considerado um vetor biológico, pois nele o parasito 
normalmente desenvolve as formas infectantes.
QUESTÃO 3 - A resposta certa é a letra d. Justificativa:
a. A alternativa está errada, porque, quando há uma alta carga de 
vermes adultos de A. lumbricoides no intestino, a constipação 
é causada pela ação patogênica mecânica, pois reduz 
significativamente o fluxo de substâncias pelo órgão.
b. A alternativa está errada, porque os triatomíneos (barbeiros) são 
insetos hematófagos, portanto, picam o humano para obter seu 
alimento e, para isso, exercem ação patogênica espoliativa.
c. A alternativa está errada. A cercária é capaz de penetrar na 
pele intacta do hospedeiro definitivo, porque libera uma série de 
enzimas (ação enzimática) que vão romper a barreira da pele 
intacta, juntamente com a ação mecânica do batimento caudal.
d. A alternativa está correta, porque o Plasmodium sofre reprodução 
assexuada dentro das hemácias, deixando-as “abarrotadas” de 
parasitos. As hemácias, não suportando tantos parasitos, sofre 
uma lise, ou seja, o rompimento da sua membrana plasmática, 
sendo, assim, caracterizada a ação traumática.
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
042
e. A alternativa está errada, porque o verme espolia, pela sua boca, 
os nutrientes semidigeridos presentes na luz do intestino do 
humano. Através dessa ação espoliativa, o verme se mantém 
vivo por anos no seu habitat.
QUESTÃO 4 - Doença: Malária
1. agente etiológico: Plasmodium vivax, P. falciparum ou P. malariae 
2. tipo de parasito (endoparasito ou ectoparasito): endoparasito
3. tipos de hospedeiros (definitivo e intermediário): definitivo (fêmeas 
de mosquitos anofelinos) / intermediário: (seres humanos). 
4. tipo de ciclo biológico (monoxeno ou heteroxeno): heteroxeno.
5. período de incubação: para P. falciparum (8 a 12 dias), para P. vivax 
(13 a 17 dias) e para P. malariae (18 a 30 dias).
6. habitat parasitário: uma fase hepática e outra fase eritrocítica.
7. forma de infecção: via cutânea, pela picada de fêmeas de 
mosquitos anofelinos infectados pelo Plasmodium.
8. principal tipo de ação patogênica: traumática, pela lise 
(destruição) dos eritrócitos parasitados.
9. principais adaptações parasitárias presentes no parasito 
escolhido: adaptação reprodutiva, com grande produção de 
merozoítos a partir de reprodução assexuada. 
10. principais medidas de prevenção/controle: a) controle do vetor 
no domicílio ou peridomicílio (não é possível realizar controle 
químico em ambiente florestal); b) medidas educativas e 
saneamento básico, para evitar formação de criadouros dos 
mosquitos; c) medidas de proteção individual, como o uso 
de repelentes e mosquiteiros impregnados com inseticida; d) 
tratamento dos doentes.
Doença: Esquistossomose
1. agente etiológico: Schistosoma mansoni 
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
043
2. tipo de parasito (endoparasito ou ectoparasito): endoparasito
3. tipos de hospedeiros (definitivo e intermediário): definitivo 
(humano) / intermediário: (caramujos do gênero Biomphalaria). 
4. tipo de ciclo biológico (monoxeno ou heteroxeno): heteroxeno.
5. período de incubação: é muito variável. Aproximadamente 
24 horas para o aparecimento da dermatite cercariana. Há 
pacientes que apresentam os primeiros sintomas entre 10 e 35 
dias da infeção (fase em que os vermes jovens estão migrando 
pelo organismo), mas os sintomas mais pronunciados da 
esquistossomose surgem após cerca de 50 dias, quando já há 
postura de ovos pelo verme (os ovos larvados são o principal 
elemento patogênico).
6. habitat parasitário: Os vermes adultos vivem nos ramos intra-
hepáticos do sistema porta.
7. forma de infecção: penetração da larva cercária pela pele intacta 
ou mucosas.
8. principal tipo de ação patogênica: o antígeno solúvel do ovo 
provoca reação inflamatória nos tecidos.
9. principais adaptações parasitárias presentes no parasito 
escolhido: adaptação morfológica (hipertrofia: duas ventosas 
de fixação à parede do vaso sanguíneo hepático); biológica 
(capacidade de resistência à agressão do hospedeiro: camadas 
tegumentares espessas no verme para escapar do ataque do 
sistema imune do hospedeiro).
10. principais medidas de prevenção/controle: a) controle do vetor 
(drenagem ou aterramento de áreas alagadiças que apresentem 
caramujos, como valas de irrigação; introduzir, aos cursos d´água, 
espécies de peixes que se alimentam de moluscos); b) medidas 
educativas (informar sobre a doença e como contribuir para o 
seu controle, como somente defecar em instalações sanitárias); 
c) saneamento básico (para evitar que fezes contaminadas 
ATIVIDADES 
DE FIXAÇÃO
RESPOSTAS
PARASITOLOGIA GERAL
unidade 1
044
com ovos alcancem os cursos de água doce e tratar a água de 
abastecimento); d) tratamento dos indivíduos infectados.
QUESTÃO 5 - Diante de um caso suspeito de malária, deve-se:
1. encaminhar o paciente ao hospital de referência para a realização 
do exame laboratorial;
2. se o exame der negativo, o caso é encerrado, mas, se o laboratório

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